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ANÁLISE DE ESTABILIDADE PARA SISTEMAS LINEARES COM ZONA MORTA E

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Academic year: 2021

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AN ´ALISE DE ESTABILIDADE PARA SISTEMAS LINEARES COM ZONA MORTA E SATURA ¸C ˜AO

Vanessa Dilda∗, Eugˆenio B. Castelan† ∗Faculdade Meridional - IMED

Rua Senador Pinheiro, 304, Bairro Rodrigues 99070-220, Passo Fundo, RS, Brasil

Grupo de Controle de Sistemas em Rede

DAS/CTC/UFSC

88040-900, Florian´opolis, SC, Brasil

Emails: vanedilda@gmail.com, eugenio.castelan@ufsc.br

Abstract— The presence of dead-zone and saturation nonlinearities is common in many physical systems, as is the case of hydraulic and pneumatic systems. These nonlinearities have adverse effects especially on the performance of control systems, causing the presence of limit cycles or undesirable equilibrium points and even instability. In this context, the objective of this paper is to propose conditions for local stability analysis for systems subject to nonlinearity that combines the effects of dead-zone and saturation. Absolute stability tools are used to consider the presence of saturation and the concept of ultimately boundedness stability to take into the dead-zone. The computational algorithms for stability analysis are based on linear matrix inequality (LMI). Keywords— Ultimate Boundedness Stability, Dead-zone, Saturation, Control Theory.

Resumo— A presen¸ca das n˜ao linearidades de tipo zona morta e satura¸c˜ao ´e comum em diversos sistemas f´ısicos, como ´e o caso de sistemas de acionamento hidr´aulico e pneum´atico. Estas n˜ao linearidades tˆem efeitos adversos especialmente sobre o desempenho de sistemas de controle, causando ciclos limites ou pontos de equil´ıbrio indesejados e podendo, inclusive, levar o sistema `a instabilidade. Neste contexto, o objetivo neste trabalho ´e propor condi¸c˜oes para a an´alise de estabilidade local (regional) de sistemas sujeitos a uma n˜ao linearidade que combina os efeitos da zona morta e da satura¸c˜ao, fazendo uso de ferramentas de estabilidade absoluta para considerar a presen¸ca da satura¸c˜ao e do conceito de estabilidade ultimamente limitada para levar em conta a presen¸ca da zona morta. Os algoritmos propostos para an´alise computacional da estabilidade utilizam desigualdades matriciais lineares (do inglˆes LMI).

Palavras-chave— Estabilidade ultimamente limitada, Zona Morta, Satura¸c˜ao, Teoria de Controle.

1 Introdu¸c˜ao

Dentre as n˜ao linearidades existentes em sistemas de controle reais, merecem destaque as presentes em dispositivos atuadores, tais como satura¸c˜ao, zona morta, histerese, entre outras. A presen¸ca destas n˜ao linearidades se d´a geralmente devido a limita¸c˜oes f´ısicas ou de seguran¸ca, como ´e o caso em servo-motores el´etricos ou servo-v´alvulas hi-dr´aulicas (Tarbouriech, Queinnec, Alamo, Fiac-chini and Camacho, 2011). Considerar tais n˜ao linearidades no projeto de controladores tem sido de grande interesse da comunidade cient´ıfica, com o objetivo de tratar teoricamente o problema de controle o mais pr´oximo poss´ıvel do real.

Para sinais de controle suficientemente peque-nos a sa´ıda da zona morta ´e nula, levando o sis-tema de controle a se comportar em malha aberta em uma determinada regi˜ao em torno da origem. Assim, a estabilidade assint´otica da origem do sis-tema linear com atuadores sujeitos `a zona morta apenas ´e poss´ıvel para sistemas assintoticamente est´aveis em malha aberta. Em outros casos, a zona morta provoca uma perda de estabilidade lo-cal, o que limita as trajet´orias a uma regi˜ao de es-tabilidade em torno da origem (Turner, 2006). Em Dilda et al. (2015) (veja tamb´em (Dilda, 2013)),

condi¸c˜oes para an´alise de estabilidade de sistemas lineares na presen¸ca de zona morta foram desen-volvidas atrav´es de uma parametriza¸c˜ao da n˜ao linearidade por uma classe de fun¸c˜ao, esta para-metriza¸c˜ao ser´a utilizada neste trabalho para tam-b´em considerar a presen¸ca da satura¸c˜ao.

Em certos sistemas f´ısicos, como ´e o caso dos sistemas de acionamentos hidr´aulicos e pneum´a-ticos, a n˜ao linearidade de zona morta aparece acompanhada da satura¸c˜ao. Portanto, tratar o problema de an´alise de estabilidade de sistemas sujeitos a uma n˜ao linearidade que combina os efeitos da zona morta e da satura¸c˜ao ´e um tema importante, tanto do ponto de vista te´orico quanto pr´atico.

Quando o objetivo ´e solucionar um problema de an´alise de estabilidade de sistemas com atu-ador saturante, busca-se uma estimativa para o dom´ınio de atra¸c˜ao do sistema. Pois qualquer tra-jet´oria com condi¸c˜ao inicial localizada no interior do dom´ınio de atra¸c˜ao, converge assintoticamente para a origem. Dentre v´arios trabalhos que tratam da an´alise de estabilidade e/ou s´ıntese de sistemas com atuador saturante, pode-se citar: Paim et al. (2002), Tarbouriech, Queinnec and Garcia (2006), Ebenbauer and Allgower (2007), Tarbouriech, Pri-eur and da Gomes da Silva Jr. (2006).

(2)

Em Tarbouriech, Queinnec, Alamo, Fiacchini and Camacho (2011) s˜ao propostas condi¸c˜oes de estabiliza¸c˜ao para sistemas com diferentes elemen-tos n˜ao lineares no atuador como, por exemplo, zona morta e satura¸c˜ao, strick-slip e satura¸c˜ao, histerese e satura¸c˜ao. Para tratar essas n˜ao line-aridades, ´e proposta uma modelagem relacionada `a no¸c˜ao de inclus˜ao diferencial convexa (Alamo et al., 2009) e as condi¸c˜oes para solu¸c˜ao do pro-blema s˜ao descritas na forma de LMIs. Devido ao fato da modelagem proposta abranger diferentes elementos n˜ao lineares, a inclus˜ao diferencial con-vexa pode se mostrar mais restritiva ou conserva-dora do que uma an´alise realizada atrav´es de uma ferramenta adaptada para a n˜ao linearidade par-ticular ou sob considera¸c˜ao. Neste sentido, tem-se por objetivo neste artigo apresentar condi¸c˜oes de an´alise de estabilidade para sistemas lineares su-jeitos a n˜ao linearidade de zona morta e satura¸c˜ao no atuador, baseadas nos resultados propostos em Dilda et al. (2015) e tamb´em Dilda (2013).

Na se¸c˜ao seguinte ´e apresentado o problema a ser tratado e na sequˆencia apresenta-se a proposta de an´alise de estabilidade seguida de um exemplo num´erico. Por fim, s˜ao apresentadas as conclu-s˜oes.

2 Apresenta¸c˜ao do Problema Considere um sistema linear cont´ınuo e invariante no tempo, com atuador sujeito a uma n˜ao linea-ridade que combina os efeitos da zona morta e da satura¸c˜ao, representado por:

˙x(t) = Ax(t) + Bsat(dz(u(t))) (1)

u(t) = Kx(t) (2)

em que x(t) ∈ Rn, u(t) ∈ Rm, s˜ao,

respec-tivamente, os vetores de estado e de controle, A ∈ Rn×n e B ∈ Rn×m s˜ao as matrizes do

sis-tema e K ∈ Rm×n ´e a matriz de

realimenta-¸c˜ao de estados do sistema. A n˜ao linearidade sat(dz(·)) : Rm

→ Rm ´e descentralizada e

sim´e-trica, dada por:

sati(dzi(u(t))) =                δi, se ui(t)≥ ¯ρi, ui(t)− ρi, se ρi< ui(t) < ¯ρi, 0, se|ui(t)| ≤ ρi, (3) ui(t) + ρi, se−¯ρi< ui(t) <−ρi, −δi, se ui(t)≤ −¯ρi. com ¯ρi= δi+ ρi, i ={1; ...; m}. Note que o valor

ρi refere-se `a n˜ao lineariadade de zona morta e δi

ao limite de satura¸c˜ao do atuador.

A presen¸ca da zona morta no sinal de con-trole do sistema implica no comportamento em malha aberta do sistema em uma regi˜ao em torno da origem. Por outro lado, a presen¸ca da satu-ra¸c˜ao no controle tamb´em pode ser uma fonte de pontos de equil´ıbrios parasitas e ciclos limites, ou ainda, pode levar as trajet´orias do sistema `a insta-bilidade (Tarbouriech, Garcia, Gomes da Silva Jr and Queinnec, 2011). Assim, quando sujeito `a n˜ao

linearidade sat(dz(u)), a estabilidade do sistema em malha fechada deve ser analisada em termos do poss´ıvel confinamento das trajet´orias em torno da origem quando t → ∞, devido `a presen¸ca da zona morta, e em termos da possibilidade de ins-tabilidade (ou n˜ao convergˆencia) das trajet´orias para uma regi˜ao em torno da origem, dependendo da condi¸c˜ao inicial.

O conceito de estabilidade ultimamente limi-tada local (do inglˆes ultimate boundedness (UB) (Khalil, 2002; Dilda et al., 2015) ´e apresentado na sequˆencia e ser´a utilizado para tratar o pro-blema de an´alise de estabilidade delineado anteri-ormente.

Defini¸c˜ao 1 Seja D ⊆ Rn. As solu¸c˜oes do

sis-tema (1)-(2) s˜ao localmente ultimamente limita-das em rela¸c˜ao `a D se existe um conjunto con-vexo compacto, U ⊆ D, que cont´em a origem, no qual todas as trajet´orias com condi¸c˜ao ini-cial x(0) = x0 ∈ D, entram em um tempo

fi-nito e permanecem nele confinadas, isto ´e: existe T = T (x0)≥ 0 finito, tal que

x0∈ D ⇒ x(t) ∈ U, ∀t ≥ T. (4)

O conjunto U que satisfaz (4) ´e chamado con-junto ultimamente limitado, (UBD) local, com

re-la¸c˜ao `a D, e, por defini¸c˜ao, ´e um conjunto positi-vamente invariante. A todo conjunto UBD local,

associa-se uma esfera cujo diˆametro, ¯γ, representa a constante UBD

¯

γ = supx∈Ukxk2< supx∈Dkxk2. (5)

Considerando esta defini¸c˜ao, utiliza-se uma reformula¸c˜ao do sistema (1)-(2), a qual permite utilizar o fato que (A+BK) ´e Hurwitz e considera-se, ent˜ao, uma n˜ao linearidade dual `a (3), definida por

ϕ(u(t)) = u− sat(dz(u(t))). (6) Portanto, o sistema (1)-(2) pode ser reescrito como:

˙x(t) = (A + BK)x(t)− Bϕ(u(t)). (7) Para comprovar que as trajet´orias do sistema (7) s˜ao localmente UB, s˜ao consideradas fun¸c˜oes de Lyapunov quadr´aticas. Define-se

VP(x(t)) = x(t)′P x(t), P ∈ Rn×n, P = P′> 0

(8) e

VN(x(t)) = x(t)′N x(t), N ∈ Rn×n, N = N′ > 0.

(9) Os conjuntos E(P, c), associados as curvas de n´ıvel da fun¸c˜ao de Lyapunov (8), s˜ao dados por:

E(P, c) ={x(t) ∈ Rn; VP(x(t))≤ c, c > 0}.

(3)

Se c = 1, denota-se E(P, c) = E(P ). Assim, ao conjunto E(N ) est´a associado `a curva de n´ıvel unit´aria da fun¸c˜ao de Lyapunov (9) e ´e dado por:

E(N ) ={x(t) ∈ Rn; V

N(x(t))≤ 1}. (11)

O lema seguinte ´e fundamental para a propo-si¸c˜ao das solu¸c˜oes do problema que ser´a apresen-tados na sequˆencia. A prova do Lema 1 pode ser encontrada em (Dilda, 2013; Pomar et al., 2012). Lema 1 Considere o sistema (7), as fun¸c˜oes de Lyapunov (8) e (9) e os conjuntos (10) e (11), com c > 1. Dada qualquer condi¸c˜ao inicial x(0) = x0 ∈ Rn, seja x(t) : [0,∞) → Rn a trajet´oria de

(7). Admitindo (12) e (13), existe T = T (x0)≥ 0

finito, tal que x0(t)∈ E(N) ⇒



x(t)∈ E(N), ∀t ≥ 0, e x(t)∈ E(P ), ∀t ≥ T

(14) Logo, E(N ) ´e um conjunto positivamente invari-ante e toda trajet´oria x(t) com condi¸c˜ao inicial x0 ∈ E(N) converge para E(P ) em tempo finito

e nele permanece confinada. Ou seja, E(P ) ´e um conjunto UBD local para o sistema (7), sendo

E(P ) ⊂ E(N), com D , E(N) e constante UBD

associada, dada por: ¯ γ, supx(t)∈E(P )kx(t)k2= 1 λmin(P ) . (15) Al´em disso, ¯ γ < 1 λmin(N ) = 1 η. (16)

Considerando-se o sistema (7) sujeito somente `

a zona-morta, pode-se determinar uma primeira estimativa do conjunto ultimamente limitado lo-cal, como sugere-se no Corol´ario seguinte. Corol´ario 1 Se E(P ) ´e um conjunto UB glo-bal para o sistema com zona morta, ent˜ao existe D ⊇ E(P ), tal que E(P ) ´e UBD local para o

sis-tema somente com n˜ao linearidade ϕ(u), a qual combina os efeitos da zona morta e da satura¸c˜ao. A prova do Corol´ario 1 pode ser encontrada em (Dilda, 2013) e ´e baseada na ideia que ´e pos-s´ıvel determinar c > 1 tal que D = E(P, c) esteja, por exemplo, no interior da regi˜ao do espa¸co de estados em que n˜ao h´a satura¸c˜ao.

Note que o conjunto D determinado dessa forma n˜ao ´e, em geral, uma boa estimativa do conjunto de condi¸c˜oes iniciais cujas trajet´orias convergem para E(P ), tendo em vista que neste conjunto n˜ao ocorre a satura¸c˜ao. Sendo assim, prop˜oe-se o seguinte problema de an´alise de esta-bilidade UB local.

Problema 1 (An´alise UB local) Considere que sejam dadas as matrizes A ∈ Rn×n e

B∈ Rn×m, a matriz de realimenta¸c˜ao de estados

K ∈ Rm×n, tal que (A + BK) seja Hurwitz, e

um conjunto E(P ) ultimamente limitado para o sistema ((7)). Determinar uma regi˜ao de condi¸c˜oes iniciais E(N ), a maior poss´ıvel, tal que E(P ) seja um conjunto localmente UBD em

rela¸c˜ao `a E(N ), para o sistema (1)-(2). 3 An´alise de Estabilidade

Considerando o sistema (7), a n˜ao linearidade (6) pode ser parametrizada como pertencente `a uma classe de fun¸c˜oes (Dilda, 2013), como pode ser ob-servado na Figura 1. Note, entretanto, que essa parametriza¸c˜ao utilizada em Dilda et al. (2015) ´e v´alida localmente quando tamb´em se considera a satura¸c˜ao no interior do conjunto:

S(K, σ) ={x(t) ∈ Rn; −σi≤ Kix(t)≤ σi},

(17) sendo σi= δi+(11−α−αii)ρi.

Figura 1: N˜ao linearidade ϕi(ui(t)) parametrizada

por uma classe de fun¸c˜oes.

Considerando (16), η est´a associado ao menor autovalor da matriz N o qual, geometricamente, est´a relacionado ao comprimento do eixo menor do conjunto E(N ). Portanto, para obter o maior conjunto E(N ), inclui-se uma esfera de diˆametro igual a η neste conjunto e busca-se maximizar esta esfera.

Por defini¸c˜ao, E(1

η) ⊆ E(N) ⇔ x′N x ≤

1, ∀x′ 1

ηx≤ 1, ou, equivalentemente:

N ≤ ˆηIn, (18)

sendo ˆη = 1

η. Portanto, minimizar ˆη equivale `a

maximizar o tamanho do conjunto E(N ).

Prop˜oe-se a seguir duas formas de encontrar solu¸c˜oes para o Problema 1, denotadas An´alise I e II, as quais podem ser utilizadas em sequˆencia a fim de melhorar a estimativa da regi˜ao E(N ) desejada.

3.1 An´alise I

A primeira an´alise ´e baseada no Corol´ario 1, admitindo-se que possa haver satura¸c˜ao. Assume-se que j´a s˜ao conhecidos o conjunto UB E(P ) e a

(4)

˙

VP(x(t), ϕ(u(t))) =x(t)′((A + BK)′P + P (A + BK))x(t)− ϕ(u(t))′B′P x(t)− x(t)′P Bϕ(u(t)) < 0,

(12) ∀x ∈ E(P, c), ∀ x /∈ E(P ),

˙

VN(x(t), ϕ(u(t))) =x(t)′((A + BK)′N + N (A + BK))x(t)− ϕ(u(t))′B′N x(t)− x(t)′N Bϕ(u(t)) < 0,

(13) ∀x ∈ E(N) e ∀ x /∈ E(P, c).

constante α, a qual refere-se `a inclina¸c˜ao de uma das retas utilizada na descri¸c˜ao da parametriza¸c˜ao da fun¸c˜ao ϕi(ui) (veja Figura 1). Estes valores

po-dem ser obtidos utilizando-se o algoritmo proposto em Dilda (2013). Busca-se, ent˜ao, um conjunto de condi¸c˜oes iniciais E(P, c), o maior poss´ıvel, o qual est´a inclu´ıdo na regi˜ao S(ρ, σ) de validade local da parametriza¸c˜ao e na qual observa-se que pode ocorrer satura¸c˜ao. Neste caso, E(N ) = E(P, c), com N = P

c.

Proposi¸c˜ao 1 Sejam dados P′ = P > 0, tal que

E(P ) ´e um conjunto UB, αi e σi,∀i = {1; ...; m},

existe um escalar c > 1, tal que:  P K′ i ∗ ˆcσ2 i  ≥ 0, (19)

sendo ˆc = 1c. Ent˜ao, E(P, c) ´e um conjunto po-sitivamente invariante para o sistema (7) e toda trajet´oria x(t) com condi¸c˜ao inicial x0 ∈ E(P, c)

converge para E(P ) em tempo finito e nele per-manece confinada, ou seja, E(P ) ´e um conjunto localmente ultimamente limitado.

Prova Seja E(P ) um conjunto UB global para o sistema sujeito a n˜ao-lineridade de zona morta Dilda (2013). Tem-se sati(ui) = ϕi(ui) no

inte-rior do conjunto S(K, ¯ρ) = {x(t) ∈ Rn;

−¯ρi ≤

Kix(t) ≤ ¯ρi}, portanto, E(P ) ´e um conjunto

UB local para o sistema (7) e (12) ´e verificada. Sendo assim, existe um conjunto positivamente in-variante E(P, c), com c > 1, tal que E(P, c) S(K, σ)⊆ S(K, σ) ⇔ xK

iσ12

iKix≤ 1 ∀x

′ P cx≤ 1,

e esta rela¸c˜ao ´e equivalente a (Boyd et al., 1994): P c Ki′ ∗ σ2 i  ≥ 0. (20)

Pr´e- e p´os-multiplicando (20) por diag√cIn, √1c



e por seu transposto, res-pectivamente, e considerando 1c = ˆc, obt´em-se a desigualdade (19), garantindo assim a inclus˜ao do conjunto E(P, c) na regi˜ao de validade do modelo

S(K, σ). ✷

Para realizar a an´alise de estabilidade, com base na Proposi¸c˜ao 1, tem-se por objetivo encon-trar o maior conjunto elipsoidal E(P, c). Fazendo

E(N ) = E(P, c), obt´em-se uma rela¸c˜ao equivalente `

a (18) para o conjunto E(P, c), dada por:

P ˆc≤ ˆηIn, (21)

sendo ˆc = 1 c e ˆη =

1

η. Desta forma, ao minimizar

ˆ

η, ser´a maximizado o conjunto E(P, c). Prop˜oe-se ent˜ao o seguinte problema de otimiza¸c˜ao.

Problema de Otimiza¸c˜ao 1 min ˆ η,ˆc ηˆ sujeito `a (19) e (21). 3.2 An´alise II

Visando melhorar a estimativa do conjunto de condi¸c˜oes iniciais cujas trajet´orias convergem para o entorno da origem, prop˜oe-se o resultado que se-gue.

Proposi¸c˜ao 2 Sejam dados P = P > 0 e c > 0, tais que E(P ) ´e um conjunto UBD local, com D,

E(P, c). Considere que existe um escalar positivo τ1, vetores α, β ∈ Rm, tais que 0 ≤ αi < 1 e

0 ≤ βi ≤ 1, ∀i ∈ {1; ...; m}, matrizes diagonais

definidas positivas Tj, Sj, ˜T2, ˜T3 ∈ Rm×m, j ∈

{1; ...; 4} e uma matriz sim´etrica definida positiva N ∈ Rn×n, tais que, ∀i = {1; ...; m}:

 (A + BK) ′N + N (A + BK) + τ1P ˆc −NB 0n×1 ∗ 0m 0m×1 ∗ ∗ −τ1   − M1(S1, T1)− M2(S2, T2, ˜T2) − M3(S3, T3, ˜T3)− M4(S4, T4) < 0, (22)  N K′ i ∗ σ2 i  ≥ 0, (23)

sendo σi =δi+(11−α−αii)ρi, com ρie δidados e ˆc = 1c.

Ent˜ao, E(N ) ´e um conjunto positivamente in-variante para o sistema (7) e toda trajet´oria x(t) com condi¸c˜ao inicial x0 ∈ E(N) converge para

E(P ) em tempo finito e nele permanece confinada. Prova Considere que (23) ´e verificada, de forma an´aloga `a (19) ´e garantida a inclus˜ao do conjunto E(N ) na regi˜ao de validade do modelo e E(N ) S(K, σ).

(5)

A partir da parametriza¸c˜ao da n˜ao linearidade de zona morta por uma classe de fun¸c˜oes, as ma-trizes M1(S1, T1), M2(S2, T2, ˜T2), M3(S3, T3, ˜T3)

e M4(S4, T4) dependem das vari´aveis

{Tj}j∈{1;...;4}, {Sj}j∈{1;...;4}, T˜2, T˜3.

Mul-tiplicando (22) `a esquerda e `a direita por ¯ z′ = x′ ϕ(u)1 e ¯z = xϕ(u)1′, obt´em-se x′((A + BK)′N + N (A + BK))x− x′N Bϕ(u) − ϕ(u)′B′N x− τ1(1− x′P ˆcx) − ¯z′M1(S1, T1)¯z− ¯z′M2(S2, T2, ˜T2)¯z − ¯z′M3(S3, T3, ˜T3)¯z− ¯z′M4(S4, T4)¯z < 0. (24) Sendo ˆc = 1 c, tem-se: x′ (A + BK)′N + N (A + BK)x− x′N Bϕ(u) − ϕ(u)′B′N x− τ1  1− x′P1 cx  < 0. (25)

Ent˜ao, fazendo-se uso do S-procedure, obt´em-se (13).

Como, por hip´otese, (12) ´e verificada, ent˜ao, pelo Lema 1, E(N ) ´e um conjunto positivamente invariante e toda trajet´oria x(t) com condi¸c˜ao ini-cial x0∈ E(N), converge para E(P ) em tempo

fi-nito e nele permanece confinada, ou seja, E(P ) ´e um conjunto localmente UBD para o sistema (7),

com D, E(N). ✷

A desigualdade (22) ´e uma BMI, devido a presen¸ca de produtos envolvendo as vari´a-veis Dα = αiIm, Dβ = βiIm, S1, S2, S3 e

S4, as quais se encontram presentes nas

ma-trizes M1(S1, T1), M2(S2, T2, ˜T2), M3(S3, T3, ˜T3) e

M4(S4, T4) (detalhes referentes a estas matrizes

podem ser encontrados em Dilda (2013) e Dilda et al. (2015)). A fim de solucionar o problema pro-posto na forma de LMI ´e feita uma busca nas va-ri´aveis escalares αi = α e βi= β,∀i ∈ {1; ...; m}.

Sendo assim, ´e proposto o algoritmo seguinte. Algoritmo 1 (An´alise UB local)

1. Faz-se uma busca nas vari´aveis 0≤ α < 1 e 0≤ β ≤ 1, atrav´es da resolu¸c˜ao do problema de otimiza¸c˜ao: min N, ˆη, {Tj}j∈{1;...;4},{Sj}j∈{1;...;4}, ˜T2, ˜T3 ˆ η sujeito `a (22), (23), e (18).

2. Verifica-se qual o menor valor de ¯η ob-tido e os valores correspondentes de α, β, N, {Tj}j∈{1;...;4}, {Sj}j∈{1;...;4}, ˜T2, ˜T3.

4 Exemplo num´erico

Considere o sistema multivari´avel dado por (Tarbouriech, Garcia, Gomes da Silva Jr and

Queinnec, 2011): A =  −0.5 1.54.3 6 45 3.2 6.8 7.2   , B =  −0.7 −1.30 −4.3 0.8 −1.5   ρ =  0.2 0.2  , δ =  2 2  .

Para realizar a an´alise de estabilidade local considera-se a matriz de ganho de realimenta¸c˜ao de estados obtida em (Dilda, 2013) e dada por: K =  −0.5353 21.3442 −38.5778 2.9615 −3.9362 22.7573  .

4.1 Resultado da An´alise I

Inicialmente resolve-se o Problema de Otimiza-¸c˜ao 1 e obt´em-se o primeiro resultado da an´alise de estabilidade. O conjunto E(P ) e a constante α foram obtidos utilizando-se o algoritmo proposto em Dilda (2013), com α = 0.5, o que implica em σ =4.2 4.2′ e P =  −7.0775.77 121.45−7.07 −154.9126.98 26.98 −154.91 368.89   .

Utilizando o Problema de Otimiza¸c˜ao 1, obteve-se: c = 3.8747 e ˆη = 114.9630. Vale lem-brar que ˆη representa o valor da fun¸c˜ao objetivo e refere-se ao maior autovalor de E(P, c). O volume da regi˜ao elipsoidal E(P, c) encontrada foi 0.0258. Na Figura 2 ´e mostrada a regi˜ao UB E(P ) em azul (regi˜ao interna) e a regi˜ao de condi¸c˜oes iniciais E(P, c) em vermelho (re-gi˜ao externa). S˜ao mostradas tamb´em duas trajet´orias, com condi¸c˜oes iniciais iguais a x0 = 0.1502 0.1083 0.09633′ e x0 =



−0.11307 −0.1811 −0.1055′. Observe que as trajet´orias convergem para a regi˜ao UB e nela permanecem confinadas. A Figura 3 apre-senta as mesmas regi˜oes mostradas na figura an-terior e duas trajet´orias, com condi¸c˜oes inici-ais iguinici-ais a x0 = 0.2 −0.3 0.2′ e x0 =



−0.2 −0.3 0.2′, localizadas no exterior da re-gi˜ao E(P, c) e que s˜ao inst´aveis. Observando as condi¸c˜oes inicias das trajet´orias inst´aveis, deseja-se melhorar a estimativa da regi˜ao de condi¸c˜oes iniciais que convergem para E(P ).

4.2 Resultado da An´alise II

Fixando o valor de c obtido quando na solu¸c˜ao da An´alise I, obt´em-se α = 0.5 e β = 0 (para mais de-talhes veja (Dilda, 2013)). Sendo assim, obteve-se um aumento de aproximadamente 30% no volume da regi˜ao de condi¸c˜oes iniciais E(N ), se comparado com o volume de E(P, c) obtido anteriormente. O valor da fun¸c˜ao objetivo, o qual se refere ao maior

(6)

autovalor de E(N ), foi ˆη = 111.6216, e a matriz N encontrada foi: N =  11.080.65 31.380.65 −40.612.93 2.93 −40.61 90.99   . Na Figura 4 ´e mostrada a regi˜ao E(P ) em azul e a regi˜ao de condi¸c˜oes iniciais E(P, c) em vermelho. S˜ao mostradas tamb´em duas trajet´orias, com condi¸c˜oes iniciais iguais a x0 = 0.2149 0.1259 0.0932 e x0 =



−0.0528 −0.2265 −0.1509. A Figura 5 apre-senta as mesmas regi˜oes mostradas na figura an-terior e duas trajet´orias, com condi¸c˜oes iniciais iguais `as condi¸c˜oes consideradas na Figura 3, lo-calizadas no exterior da regi˜ao E(N ).

−0.4 −0.2 0 0.2 0.4 −0.4 −0.2 0 0.2 0.4 −0.2 −0.1 0 0.1 0.2 x1 x2 x3

Figura 2: An´alise I e trajet´orias est´aveis.

−0.4 −0.2 0 0.2 0.4 −1 −0.5 0 0.5 1 −1 0 1 x1 x2 x3

Figura 3: An´alise II e trajet´orias inst´aveis.

−0.4 −0.2 0 0.2 0.4 −0.4 −0.2 0 0.2 0.4 −0.2 −0.1 0 0.1 0.2 x1 x2 x3

Figura 4: An´alise II e trajet´orias est´aveis.

−0.5 0 0.5 −1 −0.5 0 0.5 1 −1 0 1 x1 x2 x3

Figura 5: An´alise II e trajet´orias inst´aveis.

5 Conclus˜oes

Neste trabalho foram propostas condi¸c˜oes para a an´alise de estabilidade de sistemas lineares sujei-tos a uma n˜ao linearidade que combina os efeitos da zona morta e da satura¸c˜ao. Esta n˜ao lineari-dade ´e parametrizada por uma classe de fun¸c˜oes, o que permite o uso de conceitos de estabilidade absoluta e estabilidade ultimamente limitada para a an´alise de estabilidade. Os resultados num´eri-cos relatados demonstram uma boa estimativa do conjunto de condi¸c˜oes iniciais do sistema.

Agradecimentos

Os autores agradecem `a CAPES e ao CNPq pelo apoio financeiro.

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Referências

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