• Nenhum resultado encontrado

UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ FACULDADE DE ECONOMIA, ADMINISTRAÇÃO, ATUÁRIA, CONTABILIDADE E SECRETARIADO EXECUTIVO CURSO DE CIÊNCIAS ECONÔNICAS JARDILINY LORAINY ARISTIDES LUCAS

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2018

Share "UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ FACULDADE DE ECONOMIA, ADMINISTRAÇÃO, ATUÁRIA, CONTABILIDADE E SECRETARIADO EXECUTIVO CURSO DE CIÊNCIAS ECONÔNICAS JARDILINY LORAINY ARISTIDES LUCAS"

Copied!
57
0
0

Texto

(1)

UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ

FACULDADE DE ECONOMIA, ADMINISTRAÇÃO, ATUÁRIA, CONTABILIDADE E SECRETARIADO EXECUTIVO

CURSO DE CIÊNCIAS ECONÔNICAS

JARDILINY LORAINY ARISTIDES LUCAS

MODELOS DE SERIES TEMPORAIS PARA PREVISÃO DA DEMANDA TURÍSTICA DO CEARÁ.

FORTALEZA

(2)

JARDILINY LORAINY ARISTIDES LUCAS

MODELOS DE SERIES TEMPORAIS PARA PREVISÃO DA DEMANDA TURÍSTICA DO CEARÁ.

Monografia apresentada ao Curso de Ciências Econômicas da Faculdade de Economia, Administração, Atuária, Contabilidade e Secretariado Executivo da Universidade Federal do Ceará, como requisito parcial para obtenção do Título de Bacharel em Economia.

Orientador: Prof. Dr. Roberto Tatiwa Ferreira

(3)

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação Universidade Federal do Ceará

Biblioteca da Faculdade de Economia, Administração, Atuária, Contabilidade e Secretariado Executivo

L966m Lucas, Jardiliny Lorainy Aristides.

Modelos de series temporais para previsão da demanda turística do Ceara / Jardiliny Lorainy Aristides Lucas. – 2013.

57 f.: il. color., enc.; 30 cm.

Monografia (Graduação) – Universidade Federal do Ceará, Faculdade de Economia,

Administração, Atuária, Contabilidade e Secretariado Executivo, Curso de Ciências Econômicas, Fortaleza, 2013.

Orientação: Profº. Dr. Roberto Tatiwa

1. Turismo – Ceará. 2. Econometria. 3. Modelos econométricos. I. Título.

(4)

JARDILINY LORAINY ARISTIDES LUCAS

MODELOS DE SERIES TEMPORAIS PARA PREVISÃO DA DEMANDA TURÍSTICA DO CEARÁ.

Monografia apresentada ao Curso de Ciências Econômicas da Faculdade de Economia, Administração, Atuária, Contabilidade e Secretariado da Universidade Federal do Ceará, como requisito parcial para obtenção do Título de bacharel em Ciências Econômica. Aprovada em: 25 / 07 / 2013.

BANCA EXAMINADORA

____________________________________ Prof. Dr. Roberto Tatiwa Ferreira (Orientador)

Universidade Federal do Ceará (UFC)

____________________________________ Prof. Francisco José Silva Tabosa Universidade Federal do Ceará (UFC) ____________________________________

(5)

À Deus.

(6)

AGRADECIMENTO

A Deus primeiramente, que me guiou, protegeu e me deu força quando imaginava que não poderia vencer os obstáculos. Sem ele nada poderia ter conquistado.

Segundo, a minha família, que diante de tanta adversidade do mundo soube me orientar para os estudos, me apoiando nas minhas escolhas e compartilhando cada luta a caminho da vitória. A minha mãe que com suas palavras de amor me amparou nas angústias e nas dúvidas, ao meu pai que não me deixou desanimar e me serviu de exemplo de perseverança e responsabilidade e a minha vó Maria Odília que apesar do pouco tempo de convivência me proferiu os mais sábios conselhos para uma vida mais feliz.

A todo o corpo docente da UFC, que muito contribui para a formação profissional e intelectual dos seus alunos. Ao meu orientador, Roberto Tatiwa, pela disponibilidade, pelo apoio e comprometimento, essenciais para a realização deste trabalho.

(7)

“Feliz do homem que encontrou a sabedoria e alcançou o entendimento, porque a sabedoria vale mais que a prata, e dá mais lucro que o ouro.”

(8)

RESUMO

O turismo é a atividade que mais cresce em âmbito mundial. Ele cria divisas, distribui renda, gera emprego, aumenta a qualidade de vida da população, contribui para a preservação natural e cultural da localidade e beneficia várias categorias de prestadores de serviços. No ano de 2011 foi responsável por aproximadamente 4 milhões de receitas direta no Estado do Ceará. O presente trabalho tem como objetivo principal estimar um modelo econométrico de previsão da demanda turística que considere as rendas dos principais estados emissores de turistas para o Ceará via Fortaleza e a taxa de câmbio como variáveis explicativas e verificar se o mesmo gera previsões mais eficientes, quando analisados com variáveis em nível ou em diferença. As fontes de pesquisa foram a Secretaria de Turismo do Ceará para a demanda turística (Ftur); IPEADATA para a taxa de câmbio; e o IBGE para os rendimentos médios das Metrópoles de São Paulo, Rio de Janeiro, Salvador e Recife. Os resultados dessa pesquisa mostram que o melhor modelo de previsão foi o com a variável em diferença, pois foi o que apresentou menor resultado de acordo com o teste do Erro Quadrático Médio de Previsão (EQMP), caracterizado como um SARMA (6,6) (6,6). De acordo com o Modelo a atividade turística do Ceará possui sazonalidades bem definidas nos meses 6 e 12, comprovando o grande fluxo turístico no período de férias escolares. Mostra também que seus visitantes se programam com aproximadamente até um ano de antecedência suas viagens, pois as rendas significantes foram as de 12 meses de defasagem para o estado de São Paulo. O modelo conseguiu ainda acompanhar os picos sazonais para as previsões realizadas no ano de 2011, mostrando sua eficiência.

(9)

ABSTRACT

Tourism is the fastest growing activity worldwide. It creates currency, distributes income, creates jobs, improves the quality of life, contributes to the preservation of natural and cultural location and enjoys various categories of service providers. In 2011, accounted for approximately 4 million direct revenue in the state of Ceará. This work has as main objective to estimate an econometric model of tourism demand forecasting that considers the incomes of the top states for outbound travel from Fortaleza,Ceará, and the exchange rate as explanatory variables and check if it generates more efficient estimates when analyzed with level variables or difference. Research sources were the Department of Tourism of Ceará for Tourist Demand (Ftur); IPEADATA to the exchange rate, and the IBGE for the average income of the metropolises of São Paulo, Rio de Janeiro, Salvador and Recife. The research results show that the best prediction model was the variable with the difference, as showed the lowest result of the test according to the Mean Square Error of Prediction (EQMP), characterized as a SARMA (6,6) (6.6). According to the model, the tourist activity of Ceará has well-defined seasonality in months 6 and 12, proving the great influx of tourists during the school holidays. It also shows that Ceará's visitors are programmed with up to approximately one year before his travels as incomes were significant 12-month lag for the state of São Paulo. The model could also monitor seasonal peaks for the forecasts made in 2011, showing its efficiency.

(10)

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ... 11

2. REFERENCIAL TEÓRICO ... 14

3. A ANÁLISE ECONÔMICA DA ATIVIDADE TURÍSTICA ... 19

3.1.Subdivisão da economia do turismo: a demanda turística ... 22

3.2.Subdivisão da economia do turismo: a oferta turística ... 25

4. CARACTERÍSTICA DO TURISMO NO CERÁ ... 31

5. METODOLOGIA ... 42

5.1. Base de dados ... 42

5.2. Testes e Modelos Econométricos ... 43

6. RESULTADOS ... 46

7. CONSIDERAÇÕES FINAIS ... 52

(11)

1. INTRODUÇÃO

O turismo constitui-se em um conjunto de ações integradas que se complementam para a concretização de viagens e de variados eventos que fazem parte deste setor. Caracterizado como atividade que envolve diversos setores da economia, apresenta relevância no contexto da cadeia financeira mundial. A Organização Mundial do Turismo (OMT) define turismo como “o conjunto de atividades que compreende a viagem para locais fora de sua residência habitual, por menos de um ano, por lazer, negócios, ou outros motivo” (OMT, 1995 apud ANDRADE, 2007,p.119).

Então se observa que o turismo envolve desde o deslocamento das pessoas até prestação de serviços de alojamentos, transportes, atrações, eventos, agência de viagens, alimentação, produtos típicos, atividades relacionadas aos movimentos culturais, visitas, lazer, entretenimento. Ou seja, sua relação é tanto com quem pratica a atividade quanto com quem a oferece. As cidades que oferecem segmentos turísticos diferenciados são beneficiadas com retorno econômico deixado pelos visitantes, gerando efeito multiplicador, emprego e renda, proporcionando, assim, o incremento da cidade turística.

(12)

Portanto, dada a importância da demanda turística para o estado do Ceará, informações que permitam um melhor planejamento seja por parte das instituições privadas, como hotéis, flats, pousadas, restaurantes, entre outros, ou das instituições públicas são importantes. Nesse sentido, a previsão da demanda turística do Ceará via o Município de Fortaleza pode ser utilizada por essas unidades econômicas para gerar um melhor serviço de uma forma eficiente e com menor custo, como por exemplo no planejamento de estoques, contratação de mão de obra, na oferta de serviços culturais e turísticas.

Muitos fatores podem influenciar a demanda turística de uma localidade. Considerando as condições de oferta dadas no curto prazo, a demanda desse bem dependerá, dentre outras variáveis, do nível de renda observado nos seus principais emissores e da taxa de câmbio. Segundo a SETUR (2009) os principais emissores nacionais para o Ceará foram São Paulo com 25,03%; Distrito Federal com 10.06%; Rio de Janeiro com 10,02%; Pernambuco com 7,91%; Minas Gerais com 6,03%; Rio Grande do Norte com 5,32%, Bahia com 4,65%; Piauí com 3,94%; Pará com 3,84%; e Maranhão com 3,81%. Em relação a taxa de câmbio, quando essa variável aumenta há um desestímulo aos turistas brasileiros a viajar para o exterior, aumentando a relação custo/benefício dos destinos nacionais e permitindo que turistas estrangeiros aumentem seus gastos na moeda nacional.

O objetivo principal desse estudo consiste em estimar um modelo econométrico que considere essas variáveis e verificar se o mesmo gera previsões mais eficientes, no sentido de apresentarem menor erro de previsão, em relação a modelos de séries temporais já reconhecidos na literatura pelos seus bons desempenho preditivos.

(13)

trabalho foi utilizado como base para construção dessa monografia, já que ele comprova a significância das rendas das respectivas regiões na demanda turística do Ceará.

(14)

2.REFERENCIAL TEÓRICO

O turismo constitui-se em um conjunto de ações integradas que se complementam para a concretização de viagens e de variados eventos que fazem parte deste setor. Dessa maneira, a esfera turística destaca-se como importante meio de prestação de serviços, uma vez que estes são a base dessa atividade.

Por ser considerado principalmente como prestação de serviços, o turismo situa-se no setor terciário da economia, mas também relaciona-se intensivamente com o setor primário, que abrange as atividades agrícolas, minerais, extrativistas, ou seja, a produção de matéria-prima, e o setor secundário, que compreende os processos industriais e a transformação de matéria-prima em produto manufaturado.

Caracterizado como atividade que envolve diversos setores da economia, o turismo apresenta considerável relevância no contexto da economia mundial: cria divisas, distribui renda, gera emprego, aumenta a qualidade de vida da população, contribui para a preservação natural e cultural da localidade e beneficia várias categorias de prestadores de serviços.

Freqüentemente o turismo é considerado como visita temporária no intuito de se obter lazer, descanso, entretenimento e fugir da rotina diária de vida. O turismo pode ser caracterizado, além disso, como o deslocamento de um núcleo emissor para um núcleo receptor por motivos variados, quais sejam: a busca por atividades de lazer, para realização de negócios, estudos e pesquisas, tratamento de saúde, prática de esportes, participação em eventos de diversos tipos, visita a amigos, parentes entre outros.

(15)

No intuito de promover uma melhor compreensão dos motivos que levam o indivíduo a praticar o turismo, a Organização das Nações Unidas – ONU apresenta uma classificação para as motivações das viagens que são o lazer, recreação e férias; visitas a parentes e amigos; negócios; tratamento de saúde; religião entre outros motivos. Com outro ponto de vista Vaz (1999, p. 42) destaca as principais motivações para praticar o turismo como:

Pessoal: pelo qual o motivo é a própria pessoa, seja por questões individuais ou psicológicas;

Familiar: o indivíduo é influenciado por parentes;

Social: a influência é dada pela opinião do grupo em que a pessoa está inserida, como sindicatos, grupos de apoio, etc;

Organizacional: a viagem é determinada pela empresa em relação a um determinado profissional, geralmente viagem de negócios ou de incentivo. (VAZ 1999, p. 42).

Percebe-se, portanto, que o grau de escolha pode ser determinado por livre escolha, quando não há influência de nenhum fator condicionante, ou obrigatório, quando há uma contingência que impõe a viagem.

A atividade turística considera, baseando-se no lugar de origem e no destino do turista, que há três tipos de turismo: doméstico, onde residentes viajam pelo seu próprio país; receptivo, caracterizado como turismo de não residentes oriundos de determinado país; e turismo emissor, onde residentes no próprio país se dirigem a outros países. Nesse sentido, consoante Goeldner, Ritchie e McIntosh (2002 p. 25), a OMT estabeleceu diferentes tipologias de turismo visando uma definição conceitual mais precisa:

Turismo internacional – turismo receptivo: visitas a um país, por não

residentes; turismo emissivo: visitas por parte de residentes de um país a outro.

Turismo interno – visitas por parte de residentes dentro do seu próprio país.

Turismo doméstico – turismo interno, somado ao turismo receptivo (o

mercado turístico do setor de hospedagem e atrações em um país).

Turismo nacional – turismo interno somado ao turismo emissivo (o mercado

(16)

De acordo com Cooper (et al., 2001), apesar da dificuldade em se

encontrar uma estrutura coerente na abordagem da definição de turismo, algumas definições tem sido criadas com o intuito de superar as necessidades e situações específicas. Neste sentido, Acerenza (1997, p. 23) lembra que:

Muitas vezes a conceituação de turismo tem gerado controvérsias, como conseqüência das múltiplas e variadas interpretações que se tem dado a este fenômeno. Estas interpretações têm suas origens; uma, nas definições e conceitos aceitos por tantas disciplinas para as quais o turismo constitui um campo particular de estudo e, outras, fundamentadas nos pontos de vista de certas correntes de pensamento que o explicam em função dos princípios ideológicos e filosóficos que elas propagam. (ACERENZA 1997, p. 23).

De acordo com as idéias de Goeldner, Ritchie e McIntosh (2002), quatro elementos devem ser considerados fundamentais antes de se definir turismo e analisar sua abrangência, quais sejam: o turista, ou seja, o cliente que busca uma gama de experiências na realização da viagem; a empresa prestadora de serviço, a qual considera o turismo como forma de obtenção de lucro; o poder público, que observa no turismo a oportunidade de ativar a economia local e fomentar a arrecadação de impostos; e a comunidade anfitriã, que considera o turismo como um fator gerador de emprego e renda.

Baseados nos quatro elementos supracitados, Goeldner, Ritchie e McIntosh definem turismo como: “[...] a soma de fenômenos e relações originados da interação de turistas, empresas, governos locais e comunidades anfitriãs, no processo de atrair e receber turistas ou visitantes”. (2002, p. 23).

Já outros autores destacam o lado humano da atividade turística ao colocar como principal foco do turismo o turista e as receitas que ele será capaz de gerar não somente na comunidade receptora, mas também em toda a cadeia que se encontra envolvida nessa atividade. É o caso de La Torre (apud Barreto, 2003, p.

13), que conceitua a atividade no lado mais humanitário e levanta a questão das inter-relações que o turismo proporciona entre turistas e a comunidade autóctone:

(17)

motivos de recreação, descanso, cultura ou saúde, saem de seu local de residência habitual para outro, no qual não exercem nenhuma atividade lucrativa nem remunerada, gerando múltiplas inter-relações de importância social, econômica e cultural. (BARRETO 2003, p. 193).

O autor busca demonstrar a importância econômica, social e cultural do turismo para as comunidades receptoras, assim como ressaltar as inter-relações proporcionadas pelo turismo que estimulam a troca de conhecimento e a apreciação das diferentes culturas. Wahab (1977, p. 63) foi quem conceituou de maneira clara e completa o significado de turismo ao incorporar os deslocamentos regionais e os seus impactos:

Uma atividade humana intencional, que serve como meio de comunicação e como elo de interação entre os povos, tanto de dentro de um país como fora dos limites geográficos dos países. Envolve o deslocamento temporário de pessoas para outras regiões, países ou continentes, visando a satisfação de necessidades outras que não o exercício de uma função remunerada. Para o país receptor o turismo é uma indústria cujos produtos são consumidos no local formando exportações invisíveis. Os benefícios desse fenômeno podem ser verificados na vida econômica, política, cultural e psicossociológica da comunidade. (WAHAB 1977, p. 63).

De acordo com Cooper (et. al., 2001), o espaço turístico encontra-se

inserido em amplo ambiente humano, sociocultural, econômico, político, legal entre outros, pelo qual é influenciado. Um fator de fundamental importância na decisão de realização da viagem é o tempo do qual o indivíduo dispõe para viajar, pois isso afetará no tempo de permanência dele no local escolhido para a viagem, assim como a distância do núcleo emissor para o receptor.

Conforme destaca Ignarra (2003), o turismo pode ser observado considerando-se vários métodos, quais sejam, institucional, do produto, histórico, administrativo, econômico, sociológico, geográfico, interdisciplinar e sistêmico, devido à característica de ser uma ciência biunívoca, ou seja, não pode ser considerada fechada em torno de si mesma, o que implica a abertura de sua fronteira às demais áreas das ciências humanas.

(18)

humano ou mais comercial da atividade turística. Tal relação pode ser observada comparando-se os conceitos dos autores renomados citados anteriormente.

Em contrapartida, baseando-se na teoria geral dos sistemas, Molina (2005, p. 13) considera o turismo como:

[...] integrado por um conjunto de partes ou subsistemas que se relacionam para alcançar um objetivo comum. Os subsistemas que o compõe são: superestrutura, demanda, infraestrutura [sic], atrativos, equipamento e instalações e comunidade receptora.

Molina ainda destaca que o turismo tem como objetivo: “[...] contribuir para a evolução geral dos indivíduos e grupos humanos; promover o crescimento e o desenvolvimento econômico e social; e oferecer descanso e diversão” (2005, p. 14). Subtende-se, portanto, que Molina (op. cit.) tem visão

(19)

3. A ANÁLISE ECONOMICA DA ATIVIDADE TURÍSTICA

A importância de analisar o turismo pela óptica da economia se confirma pelo turismo se caracterizar como atividade econômica que possui elevado potencial gerador de emprego e renda. Ele é também alternativa de crescimento social. De acordo com o professor John Naisbitt (1994), da Universidade de Cambridge, (apud

LEMOS, 1999, p.10), “o turismo é a mais promissora atividade do mundo. Ela é alimentada pelo progresso das telecomunicações. Tem a força que está ensejando a imensa economia global e capacitando seu poder multiplicador”.

Os efeitos econômicos do turismo no mercado são variados e atingem diversos setores da economia. Um dos efeitos conhecido é o efeito multiplicador, onde a renda oriunda da atividade turística gera um grande desenvolvimento nas outras atividades. Dias (2005, p.88), explica o efeito multiplicador do turismo como:

O turismo cumpre um papel dinamizador na economia, provocando o crescimento de diversos setores que não estão diretamente ligados à atividade turística. O gasto realizado pelo turista em hotéis, restaurantes, lojas de artesanato etc. resulta numa massa de recursos que são empregados em outros setores da economia, em supermercados, escolas etc., que não estão diretamente ligados ao turismo. Quando um turista enseja fundos na economia de um destino turístico, ocorre um efeito econômico que é muito maior que a quantidade gasta inicialmente. (DIAS 2005, p.88).

O efeito multiplicador do turismo atinge, em primeiro lugar, a renda, pois as despesas do turismo se transformam em renda para a população local, direta ou indiretamente; em segundo lugar, ocorre a multiplicação de empregos, gerada pelo o aumento dos gastos; em terceiro lugar, há multiplicação de transações, pois o dinheiro muda de mão várias vezes durante um ano, gerando impostos sobre a venda, arrecadada pelo governo; e em quarto lugar, há multiplicação do capital, pois, com o crescimento do volume de negócios, há necessidade de construção de mais infra-estrutura e equipamentos.

O efeito causado pela atividade turística em outras atividades e na propagação de empregos é chamado de efeito linkage. Lemos (1999) afirma que a

diferença básica entre o efeito multiplicador e o efeito linkage é que o primeiro se dá

(20)

segundo se dá sobre a geração de outras atividades. O autor diz que por trás dessa idéia está o conceito de cadeia de produção turística, que é “[...] um conjunto de empresas que fornecem entre si bens e serviços intermediários até a geração do produto final destinado aos turistas.” (LEMOS, op. cit., p.27).

O autor ressalta outros impactos causados pelo turismo na atividade econômica. Um delas é a redistribuição de renda, pois o turismo permite que a renda seja redistribuída para as regiões menos desenvolvidas e também permite redistribuição social de renda, isso ocorre porque as regiões emissoras de turista são as mais desenvolvidas e onde o nível de renda é mais alto, e quando essas pessoas viajam para as regiões menos desenvolvidas contribuem para levar renda para outro lugar.

A atividade causa também a modificação das estruturas de consumo, pois o desenvolvimento do turismo implica em aumento do consumo e torna-o seletivo, devido ao aumento dos postos de trabalho e elevação do nível de renda. Os preços praticados no mercado turístico também sofrem influências, pois o turismo pode gerar elevação dos preços tantos nos bens de consumo corrente como no mercado imobiliário. Os motivos para o aumento dos preços no destino turístico estão o excesso de demanda sobre a oferta turística, o seu caráter sazonal e a sua concentração espacial nos meses de alta temporada. Exemplo disso é a especulação do uso do solo, pois por ser um recurso limitado sua oferta pode colocar uma especulação onde exista uma pressão da demanda turística.

Outro impacto são os efeitos sobre as importações e exportações, o turismo origina a realização de importações não somente de bens de equipamentos, mas também de tecnologia (know-how) e inclusive de produtos de consumo se uso

(21)

Destacando a importância do turismo sobre o investimento, pois quando uma região se desenvolve motivada pela atividade turística é criado capital fixo (investimento) tanto pelo setor privado quanto pelo público. No mercado de trabalho, o turismo é uma fonte geradora de empregos, tanto na forma direta quanto indireta. Lemos afirma que “[...] o investimento e o consumo em uma atividade do setor turístico, na ‘ponta’ da cadeia, alimentam todas as empresas a ela pertencentes” (1999, p.27).

O sistema econômico do turismo é definido por Lemos (1999, p 27) como, a forma de organização turística, composta por seus agentes econômicos, englobando o tipo de propriedade, a gestão dos recursos, o processo de circulação das mercadorias e de renda, o consumo e as tecnologias empregadas e da divisão do trabalho, gerando, em sua essência o valor turístico.

Esse sistema econômico é o espaço social em que se estabelecem as relações econômicas. A localidade é o ambiente onde se reproduzem as relações de troca do mercado turístico, ou seja, a base do produto turístico; as pessoas dessa localidade são os núcleos dessa produção, formando assim o destino turístico que é produto turístico.

(22)

3.1. Subdivisão da economia do turismo: a demanda turística.

Assim como a ciência econômica no campo teórico é dividida em microeconomia e macroeconomia o estudo da economia do turismo também está dividido em dois seguimentos demanda e oferta para a melhor distribuição e organização metodológica. Nos aspectos microeconômicos do turismo são estudadas as características do consumidor turista, das empresas turísticas e do mercado turístico.

Para entender a relação entre o produto e o consumidor deve-se estudar a demanda turística, segundo Lage (2001, p.56) “[...] a demanda turística pode ser entendida como a quantidade de bens e serviços turísticos que os indivíduos desejam e são capazes de consumir a dado preço, em determinado período do ano”. O estudo dessa teoria de demanda tem como finalidade explicar o comportamento do turista frente ao consumo de bens e serviços turísticos. Esse estudo ajuda as empresas turísticas a identificarem as características dos turistas de uma determina região e se especializarem em um determinado segmento.

A demanda turística pode ser classificada de acordo com Fellini (1983), citado por Lemos (1999, p.74), “[...] quanto ao espaço (nacional internacional); quanto ao meio de transporte utilizado, quanto ao motivo da viagem, quanto ao tempo de permanência, quanto à forma de organização, quanto à quantidade de pessoas e quanto à idade”. A demanda turística reage conforme oscilações de determinadas variáveis econômicas. Os principais fatores que influenciam a demanda turística, segundo Lage (2001) são o preço do produto turístico, a renda do turista, o preço de outros bens e serviços e o gosto do turista.

(23)

[...] inelástica quando a variação do preço for uma variação menos que proporcional na quantidade demanda; elástica quando a variação do preço interfere na quantidade demanda e essa variação é mais que proporcional e unitária quando a variação preço for proporcional a variação da quantidade demandada, só que inversa. (LEMOS 1999, p.76).

Uma das principais aplicações da elasticidade consiste em dar subsídios para as empresas turísticas, aérea, hoteleira, operadora, restaurantes, entre outras, saberem se um aumento no preço fará aumentar ou diminuir a receita.

A relação da demanda com a renda dos turistas é que quanto maior a renda do turista maior será a quantidade de produtos demandados, uma variação nessa renda afetará o consumo. Pode-se calcular também a elasticidade-renda da demanda turística. Segundo Lemos (1999, p.77), ela é a “[...] variação percentual da quantidade demanda de produtos turísticos em relação à variação percentual da renda dos turistas”. Essa relação diz se o bem é inferior, normal ou superior.

Quando o consumidor tem aumento da renda, ele diminui o consumo de bens que avalia como de qualidade inferior e aumenta o consumo de bens superiores ou normal. O contrário quando sua renda diminui, ele tem que diminuir seu padrão de consumo e volta a comprar bens inferiores. Lemos (1999) caracteriza a demanda turística como altamente elástica e os serviços e produtos turísticos como superiores. Isso significa que eles são extremamente reativos com as variações dos preços e da renda.

Outro ponto analisado é se preço do produto turístico for relativamente menor do que os preços de outros bens e serviços concorrentes, o consumidor demandará mais do produto turístico. A relação desses preços pode também ser calculada pela elasticidade.

(24)
(25)

3.2 Subdivisão da economia do turismo: a oferta turística

A oferta turística, segundo Arendit (2002, p.63), “[...] é o conjunto de recursos naturais e culturais de uma região ou país, assim como os bens ligados à atividade turística. Ela engloba tudo o que está presente no local de destino turístico”. As características principais da oferta turística segundo o autor são a impossibilidade de ser estocada; o consumo é no local, pois é impossível transportá-la de um lugar para o outro, é o turista que se desloca até a oferta diferente dos outros bens e serviços; a atividade é pouco flexível, pois é muito difícil transformar atividade turística em outras formas de exploração econômica; não é uma necessidade básica do homem, por isso esta sujeita a concorrência da oferta de outros bens e serviços considerados de maior utilidade.

Lage (2001) classifica a oferta turística em três categorias, os atrativos turísticos, os equipamentos e serviços turísticos e a infra-estrutura de apoio ao turista. Os atrativos turísticos é o que motiva o deslocamento humano, essa motivação pode ocorrer devido aos recursos naturais; recursos histórico-culturais; realizações técnicas e cientifico – contemporâneas; e acontecimentos programados.

Os equipamentos e serviços turísticos também denominados superestruturas são as principais instalações de superfície, são constituídos pelos meios de hospedagem, serviço de alimentação, entretenimento, outros equipamentos e serviços turísticos como, operadoras e agencias de viagens, transportadoras turísticas, posto de informações, locadoras, casas de câmbio. A infra-estrutura de apoio turístico é a infra-estrutura necessária para viabilidade da atividade turística, ela é composta pelo sistema de informação básica do município que são o posto de informação, oficinas de turismo, transporte; sistema de comunicações que são as agências postais e telegrafas, postos telefônicos; outros sistemas que englobam o saneamento, água e eletricidade; sistema de segurança como delegacia de policia, corpo de bombeiros; e equipamento médico-hospitalar, pronto socorros, hospitais, maternidade.

(26)

que influenciam a oferta de um produto turístico são os preços do produto turísticos, os preços de outros bens e serviços, os preços de fatores de produção e o nível de avanço tecnológico.

Quanto mais alto for o preço de mercado do produto turístico, maior será o incentivo do produtor em aumentar sua oferta. Nessa relação entre preço e oferta, assim como na demanda, também pode ser calculada a elasticidade. Lage (2001, p.78) define elasticidade-preço da oferta do produto turístico como “[...] a variação percentual da quantidade ofertada destes bens e serviços em razão da variação percentual em seus preços”. Se os preços de outros bens e serviços aumentarem e os preços dos produtos turísticos permanecerem constantes, sua produção tornar-se-á menos interessante em relação à produção de outros bens e serviços, e, conseqüentemente, sua oferta diminuirá. Pode-se perceber com isso uma relação inversa.

Os preços dos fatores produtivos utilizados estão diretamente relacionados com o custo final dos produtos turísticos e com o lucro dos produtores turísticos e inversamente relacionados com a oferta dos produtos turísticos, assim as reduções dos preços dos fatores de produção levam a uma maior lucratividade, estimula a produção e aumenta a quantidade ofertada. Quanto maior for o avanço tecnológico, maior será o aproveitamento dos recursos disponíveis assim terá um aumento da produtividade, reduzindo os custos finais e estimulando a oferta turística.

O conceito e particularidades do mercado turístico, que segundo Arendit (2002, p.54) define com “[...] o local onde ocorre o encontro dos vendedores (ofertantes) e compradores (demandantes)”. Os mercados turísticos podem ser classificados, segundo Lage (2001) por suas características próprias ou motivações de realizações que são as férias, descanso, negócios, estudos, contatos familiares, saúde, contemplação da natureza, compras, religião, status, esporte, conferencias, congressos e muitos outros.

(27)

turístico, o preço dos produtos é um fator essencial na influência do comportamento do consumidor. Como foi visto tanto a oferta como a demanda turística depende do preço dos bens e serviços; existe uma relação perfeita entre o preço e as características essenciais do consumidor, preços mais baixos atraem uma demanda com poder aquisitivo menor o que gera uma necessidade de equipamentos turísticos de categoria mediana e menos exigente e vice versa. O confronto entre a oferta e a demanda é o que determina o preço dos produtos.

O turismo é clara manifestação da liberdade do homem de ir e vir, assim para a existência do mercado é preciso que haja liberdade. Outra preponderância é a diversificação do turismo, pois gera diferentes tipos de serviço e sempre acarreta variações de qualidade, isso determina a concorrência no mercado.

O tipo de mercado é o que determina o padrão de relacionamento entre os compradores e vendedores. Ele pode ser de concorrência perfeita, onde o número de vendedores e compradores é muito grande e entre eles não existe relação interpessoal, os produtos são homogêneos, as empresas e os compradores têm completo conhecimento dos preços dos produtos, as empresas podem entrar e sair livremente do mercado e as compras e vendas realizadas individualmente não modificam o preço dos produtos.

(28)

O mercado turístico, por ser dinâmico, está sujeito a uma série de fatores que o afetam e fazem com que constantemente necessite de adaptações diante das modificações ocorridas. A segmentação desse mercado é estratégia que busca encontrar, por meio de recursos de marketing, maior otimização do setor, seja pelo

lado das empresas turísticas na tentativa de maximizar seus lucros, seja pelo lado dos turistas na tentativa de maximizar sua satisfação. De acordo com Lage (2001) ela pode ser classificada por cinco critérios: geográfica, demográfica, psicográfica, econômicas e sociais. Pode-se considerar na segmentação geográfica do mercado aquela que é feita pelos atrativos naturais ou artificiais da região turística escolhida.

A segmentação demográfica classifica os grupos pela idade, sexo, tamanho da família, ciclo de vida etc. A segmentação psicográfica visa identificar e compreender as razões pelas quais as viagens são realizadas. A segmentação econômica esta baseada no poder aquisitivo e nível de renda. Por último a segmentação social que analisa a educação, a ocupação, o estado familiar e até o estilo de vida dos indivíduos.

É fundamental ressaltar que para todos os agentes envolvidos no turismo um maior e melhor conhecimento da segmentação do mercado podem trazer benefícios como uma economia de escala; aumento do bem-estar da população; aumento da concorrência no mercado; maior número de pesquisas realizadas, promoção e propagandas direcionadas e políticas de preços direcionados para mercados específicos.

(29)

EFEITOS POSITIVOS NEGATIVOS

Econômico

 Geração de renda Contribuição ao PIB.  Criação de empregos  Estabilização da balança de

pagamento

 Distribuição de renda

 Catalisador de outros setores econômicos.

 Proporciona novas áreas de lazer, atividades culturais e zonas comerciais.

 Conservação da infra-estrutura exclusivamente para o turismo.  Inflação e aumento geral dos

preços.

 Especulação imobiliária.  Distorção no desenvolvimento

de outros setores econômicos.

Figura 2: Turismo como opção de desenvolvimento Fonte:Adaptado de DIAS (2005, p.11).

Com a globalização da economia, o turismo tornou-se não apenas mais uma fonte de renda, mas também o setor forte no financiamento da economia nacional em diversos países, conforme destaca Moesch (2000, p. 36): “Se o turismo fosse uma nação, ou um estado independente, seria, agora, a terceira potência econômica do mundo, situando-se apenas atrás dos Estados Unidos e do Japão”. Esse crescimento está intimamente relacionado a outros setores da economia, como aviação, transportes rodoviário, fluvial e marítimo, lojas de souvenirs,

concessionárias, restaurantes, casas noturnas, parques temáticos, serviços de hotéis, agências de viagens e operadoras turísticas, entre outros.

(30)

Dessa forma, é necessário estabelecer planejamento turístico resultante das ações articuladas dos poderes públicos, privados e da comunidade para a definição dos objetivos a serem alcançados em determinado período. Esse planejamento deve promover a congruência entre os planejamentos estratégico, tático e operacional de forma a racionalizar as operações e otimizar os recursos, visto que, se for mal planejado ou implementado, o turismo se tornará um fator gerador de poluição, exclusão social, aumento de prostituição e exploração sexual infantil. Nesse sentido, segundo Andrade (2007, p. 43), a importância de um turismo bem planejado e organizado pode ser um fator preponderante no desenvolvimento sustentável dos países por que:

- proporciona retorno mais rápido dos valores investidos;

- é a alternativa mais viável de desenvolvimento para países com grandes riquezas naturais;

- tem interesse direto na preservação dos recursos naturais e culturais;

- não polui, quando bem administrado;

- é mais democrático na distribuição de rendas;

- gera novos empregos fixando trabalhadores;

- sua melhoria pode contribuir para o bem estar social;

- gera arrecadação de impostos. (ANDRADE 2007, p. 43)

(31)

4. CARACTERÍSTICAS DO TURISMO NO CEARÁ

Segundo o Ministério do Turismo (2003) a Organização Mundial do Turismo (OMT) tem destacado o importante papel da atividade turística com geradora de emprego direto e indireto na economia mundial, mesmo diante de tantas crises principalmente para os países da Europa, registrando em 2012 um crescimento de 3,8% na chegada de turistas internacionais.

Em termos absolutos, estima-se que, em 2012, os resultados serão os discriminados a seguir: Europa, 535 milhões de chegadas internacionais (51% do total); Ásia e Pacífico, 233 milhões (23%); Américas, 162 milhões (16%); Oriente Médio, 53 milhões (5%); e África, 52 milhões (5%). Antevê-se que as variações (em números absolutos), de 2011 para 2012, tenham sido as seguintes: Europa, mais 17 milhões de chegadas internacionais; Ásia e Pacífico, mais 15 milhões; Américas, mais 6 milhões; África, mais 3 milhões; e Oriente Médio, menos 3 milhões.(MINISTERIO DO TURISMO 2003, p.10).

Já no Brasil de acordo com dados do Banco Central em 2012, os gastos de turistas brasileiros no exterior totalizaram US$ 5,894 bilhões frente aos gastos efetuados por turistas estrangeiros em visita ao Brasil que foram de US$ 1,644 bilhão aumentando o saldo negativo da conta viagens internacionais em US$ 4,250 um aumento de 15,9% referente a mesmo período de 2011.

De acordo com o Ministério do Turismo (2013) a movimentação dos aeroportos brasileiros ao longo de 2012 foi a maior dos últimos 14 anos, totalizando em 84.863.693 os desembarques domésticos, superando em 7,1% os 79.244.256 computados em 2011. Já nos desembarques estrangeiros ocorreu um crescimento de 2,4% em relação a 2011. Esse total constitui, igualmente, recorde anual dessa série histórica.

(32)

internacional para o Ceará revela uma tendência crescente variando no intervalo de 1,65% a 6,25% no período 1998 a 2006.

Tabela 1: Turismo Internacional (milhões)

Anos Mundo Milhões Brasil Ceará Brasil/Mundo Ceará/Brasil Participação (%)

1998 626,6 4,8 0,079 0,77 1,65

1999 650,2 5,1 0,092 0,78 1,80

2000 689,2 5,3 0,121 0,77 2,28

2001 688,5 4,8 0,173 0,70 3,60

2002 708,9 3,8 0,182 0,54 4,80

2003 696,6 4,1 0,194 0,59 4,73

2004 765,5 4,8 0,250 0,63 5,21

2005 802,4 5,4 0,268 0,67 4,96

2006 841,9 4,0 0,250 0,48 6,25

Fonte: OMT (Organização Mundial do Turismo), EMBRATUR e SETUR/CE, 2007.

O turismo é uma das principais atividades econômica do estado do Ceará, segundo o Instituto Brasileiro de Turismo (EMBRATUR), a cidade de Fortaleza recebe uma média de meio milhão de turistas todos os anos, atraídos, grande parte, pelos deslumbrantes 576 km de litoral abrigo de 87 praias e grandes áreas cobertas de dunas. Além de suas belezas naturais, a localização do Estado é privilegiada. O Ceará tem um dos pontos do Brasil mais próximos da Europa e da América do Norte. O acesso ao Estado através do Aeroporto Internacional Pinto Martins de Fortaleza incrementa o turismo doméstico e internacional. Vôos regulares e diretos trazem visitantes da Espanha e de Portugal. Freqüentemente, o Ceará recebe vôos

charters vindo da Itália, Suécia, Hungria, Holanda, Finlândia, Suíça e Polônia. Há,

ainda, vôos regulares, ligando o Ceará às principais capitais brasileiras, como Rio de Janeiro e São Paulo.

(33)

Tabela 2: Demanda turística Nacional e Internacional via Fortaleza 1995/2011 Anos Turistas Total Índice Turistas Índice Turistas Índice Nacional Internacional Participação (%)

1995 761.777 100,0 723.688 100,0 38.089 100,0 5,0 1996 773.247 101,5 733.038 101,3 40.209 105,6 5,2 1997 970.000 127,3 914.710 126,4 55.290 145,2 5,7 1998 1.297.528 170,3 1.218.379 168,4 79.149 207,8 6,1 1999 1.388.490 182,3 1.296.850 179,2 91.640 240,6 6,6 2000 1.507.914 197,9 1.387.281 191,7 120.633 316,7 8,0 2001 1.631.072 214,1 1.458.178 201,5 172.894 453,9 10,6 2002 1.629.422 213,9 1.446.927 199,9 182.495 479,1 11,2 2003 1.550.857 203,6 1.356.539 187,4 194.318 510,2 12,5 2004 1.784.354 234,2 1.534.544 212,0 249.810 655,9 14,0 2005 1.968.856 258,5 1.703.060 235,3 265.796 697,8 13,5 2006 2.062.493 270,7 1.794.369 247,9 268.124 703,9 13,0 2007 2.079.590 273,0 1.830.039 252,9 249.551 655,2 12,0 2008 2.178.395 286,0 1.956.285 270,3 222.110 552,4 10,2 2009 2.466.511 323,8 2.256.858 311,9 209.653 550,4 8,5 2010 2.691.729 353,3 2.472.299 341,6 219.430 576,1 8,2 2011 2.848.459 373,9 2.628.361 363,2 220.098 577,9 7,7 Fonte: SETUR/CE, 2012.

(34)

Figura 3: Evolução da Demanda Turística via Fortaleza 1995/2011 Fonte: adaptado da SETUR/2012.

Em uma visão geral da figura percebe-se que no período entre 1995 a 2011 ocorreu crescimento da demanda turística, porém foram encontradas algumas oscilações nesses 17 anos. Destaca-se a variação dos anos de 1997 para 1998 onde apresentou um crescimento bruto de aproximadamente 330.000 turistas que corresponde a um crescimento de 34%. Destaca-se também a variação de 2002 para 2003 onde se observa um declínio na demanda turística com queda de aproximadamente de 5%. Outro destaque importante é dos anos 2008 e 2009 onde ocorreu um aumento de 12% aproximadamente da demanda. Pode-se analisar mais detalhadamente a variação demanda turística nacional e internacional na figura 4 abaixo.

0 500.000 1.000.000 1.500.000 2.000.000 2.500.000 3.000.000

(35)

Figura 4: Demanda Turística Nacional e Internacional via Fortaleza 1995/2011 Fonte: Adaptado da SETUR, 2012.

Ao analisar a figura, acima, percebe-se que em termos quantitativos a demanda turística interna é maior que a externa. Pode-se analisar também que a queda da demanda turística observada no ano de 2003 deve-se a uma queda na demanda turística interna, pois a demanda turística internacional permanece relativamente sem variações. Segundo a SETUR (2009) os principais emissores nacionais para o Ceará foram São Paulo com 25,03%; Distrito Federal com 10.06%; Rio de Janeiro com 10,02%; Pernambuco com 7,91%; Minas Gerais com 6,03%; Rio Grande do Norte com 5,32%, Bahia com 4,65%; Piauí com 3,94%; Pará com 3,84%; e Maranhão com 3,81%.

0 500.000 1.000.000 1.500.000 2.000.000 2.500.000 3.000.000

1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011

(36)

Figura 5: Evolução da demanda turística via Fortaleza e do desembarques no aeroporto –

1996/2011

Fonte: SETUR, 2012.

Apesar do crescimento progressivo da atividade pode-se perceber que no ano de 1998 ao de 1999 ocorreu uma redução de desembarques pax. Também no

ano de 2007 a 2008 visualiza-se na figura um declínio nos desembarque pax.

Tabela 3: Demanda turística via Fortaleza: 1996/2011

Faixas Turistas Demanda turística Índice Demanda e oferta hoteleira

(%) Perm. (dias) UHs Índice (%) Demanda Hoteleira Índice (%) Ocupação Taxa (%) Perm. (dias) Alojamento Empregos

1996 773.247 100,0 13,0 5.945 100,0 353.558 100,0 46,7 5,0 4.246

1997 970.000 125,4 12,5 6.117 102,9 450.749 127,5 51,3 4,6 4.369

1998 1.297.528 167,8 9,5 6.350 106,8 623.437 176,3 59,4 4,0 4.536

1999 1.388.490 179,6 9,1 7.105 119,5 660.813 186,9 56,9 4,0 5.075

2000 1.507.914 195,0 8,9 8.149 137,1 719.337 203,5 58,7 4,1 5.821

2001 1.631.072 210,9 9,9 9.592 161,3 804.139 227,4 57,7 4,0 6.851

2002 1.629.422 210,7 9,4 9.903 166,6 837.512 236,9 52,0 4,2 7.030

2003 1.550.857 200,6 8,8 10.031 168,7 821.504 232,4 51,6 4,6 7.421

2004 1.784.354 230,8 10,8 10.251 172,4 947.638 268,0 59,3 4,5 7.435

2005 1.968.856 254,6 10,3 10.407 175,1 1.046.470 296,0 58,9 4,3 8.109

2006 2.062.493 266,7 9,0 10.394 174,8 1.082.274 306,1 57,4 4,1 8.163

2007 2.079.590 268,9 9,7 10.379 174,6 1.093.125 309,2 55,4 3,7 8.651

2008 2.178.395 281,7 10,2 10.365 174,3 1.151.741 325,8 57,3 3,5 7.717

2009 2.466.511 319,1 10,5 10.440 175,6 1.312.202 371,1 62,8 3,6 8.044

2010 2.691.729 348,1 10,8 10.585 178,0 1.459.427 412,8 66,4 3,7 8.142

2011 2.848.459 368,4 11,0 10.557 177,6 1.560.327 441,3 67,6 3,8 8.357

Fonte: Indicadores turísticos SETUR, 2009.

773 970 1298 1388 1508 1631 1629 1551 1794 1969 2062

2080

2178 2466

2691 2848

595 657

845 842

926

1020 1000

(37)

Nota-se pela tabela acima um declínio na permanência média em dias das visitas nos anos 2000, 2003 e 2006. Contudo em 2008 tanto a demanda turística quanto a permanência media de dias apresentaram resultados positivos. Na demanda hoteleira nota-se um crescente aumento na sua demanda. Pode-se observar melhor a variação da permanência media de dias na figura 6 abaixo:

Figura 6: Permanência media de dias dos Turistas

Fonte: Adaptado da SETUR 2012.

De acordo com a Secretaria de Turismo do Ceará o fluxo turístico via Fortaleza gerou o ingresso médio anual de recursos para o Ceará no período de 1996/2008 da ordem de R$ 1.471,6 milhões e gerando um impacto médio no PIB do Estado na ordem de 7,7% (gráfico abaixo). Em 2011 o impacto no PIB foi de 11%.

0 2 4 6 8 10 12 14

1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011

(38)

Figura 7: Receita da demanda turística via Fortaleza 1996/2011 Fonte: SETUR, 2012.

De acordo com análise da figura acima percebe-se a grande ascensão da atividade do turística no Ceará e o aumento da renda gerada, comprovando a importância para economia local.

Figura 8: Impacto sobre o PIB da Receita Turística – 1996/2011 Fonte: SETUR, 2012.

519,3 679 734 808,4 939,8 990,7 1.153,6

1.289,9 1.757 2.300,4 2.496,9 2.543,6 2.908,7 3.626,50 4.065,30 4.592,90 0 500 1000 1500 2000 2500 3000 3500 4000 4500 5000

1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011

4,4 5,5

6 6,8

7,9 8

7 7

8,3 9,8

9,4 9,8

9

10,4 10,8 11

0 2 4 6 8 10 12

(39)

A atividade turística está cada vez mais impactando na receita do Estado, observa-se pela figura acima que de 1996 a 2011 a participação da atividade turística no PIB apresentou um crescimento expressivo saído 4,4% para 11% de participação.

O gasto per capita do turista é grande indicador para avaliar a receita

gerada pela atividade. Em 1998 foi observado um declínio de 19% em relação ao ano anterior. Já no ano de 2008 observa-se um aumento de 8,3%. Outro declínio observado foi o do ano de 2000 para 2001de aproximadamente 2,5%.

Tabela 4: Gasto per capita

Ano

Descriminação Gasto

Percapita/dia(R$) Percapita(R$) Gasto Direta (R$ milhões) Receita Turística

1996 51,66 671,58 519,3

1997 56,00 700,00 679,0

1998 59,59 566,10 734,5

1999 63,98 582,22 808,4

2000 70,19 623,25 939,8

2001 61,58 607,42 990,7

2002 75,32 708,00 1.153,6

2003 95,17 837,51 1.298,9

2004 91,17 984,66 1.757,0

2005 113,44 1.168,41 2.300,4

2006 134,51 1.210,63 2.496,9

2007 126,10 1.223,14 2.543,6

2008 132,20 1.335,24 2.908,7

2009 142,83 1.471,12 3.628,5

2010 143,84 1.510,31 4.065,3

2011 152,12 1.612,43 4.592,9

Fonte: Adaptado SETUR/2012

No gráfico abaixo pode-se observar melhor as variações anuais dos gastos per capita, mostrando que esse indicador é o que possui maior discrepância

(40)

Figura 9: Gasto per capita

Fonte: Adaptado da SETUR/2012

No tocante as características da demanda e perfil do turista com base no período 1998/2007, em média, o principal fator que motivou a viagem dos turistas para o Ceará foi passeio (46,0%), vindo em seguida negócios (27,0%) e visita a parentes/amigos (22,4%). É importante ressaltar que a viagem motivada pelo passeio, teve nos atrativos naturais o principal estímulo (87,7%), o que revela a eficácia da divulgação das belezas naturais do Estado.

Tabela 5: Motivação segundo a viagem – 1997/2007

Aspectos pessoais 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 Média

1.Passeio 39,9 42,0 41,0 45,1 54,2 59,2 56,4 47,6 42,3 36,7 46,0

1.1.Atrativos naturais 87,0 90,4 84,3 88,5 94,6 95,6 90,5 81,6 86,1 85,8 87,7

1.2.Manifestações 1,1 3,2 4,3 2,2 1,5 1,6 1,5 4,9 2,8 0,7 2,7

1.3.Compras 1,6 0,7 1,5 0,7 0,4 0,5 1,2 2,7 1,1 0,6 1,2

1.4.Outros 10,4 5,8 9,9 8,6 3,5 2,3 6,8 10,8 10,0 12,9 8,4

2.Visita parentes/amigos 23,9 25,5 25,0 20,2 16,6 15,2 22,0 24,2 23,3 24,7 22,4

3.Negócios/eventos 33,7 30,2 30,8 33,1 25,1 23,3 14,3 19,6 24,8 32,0 27,0

4.Outros 2,5 2,3 3,2 1,6 4,1 2,3 7,3 8,6 9,6 6,6 4,6

Fonte: SETUR/CE 2009.

0 200 400 600 800 1000 1200 1400 1600 1800

1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011

(41)

Por fim conclui-se pela analise dos dados apresentados pela SETUR, que a atividade turística é umas das principais atividades econômicas do Ceará, responsável por geração de emprego e renda para população local. Assim o Instituto de Pesquisa do Ceará (IPECE) afirma que:

(42)

5. METODOLOGIA

5.1.Base de dados:

A variável dependente fluxo da demanda turística mensal via Fortaleza que é a quantidade de turistas que visitaram a cidade no período foi coletada junto a Secretária de Turismo de Fortaleza (SETUR). Como explicado na introdução, a renda dos principais emissores de turistas para o Ceará deve ser uma variável importante para explicar a demanda turística do mesmo, como na demanda de qualquer bem normal ou de luxo. Conforme observado na Tabela 2 e Figura 4, a participação dos turistas nacionais é muito superior a dos estrangeiros na composição da demanda turística do Ceará via fortaleza e, dados da SETUR (2009) mostram que os principais emissores nacionais para o Ceará foram São Paulo com 25,03%; Distrito Federal com 10,06%; Rio de Janeiro com 10,02%; Pernambuco com 7,91%; Minas Gerais com 6,03%; Rio Grande do Norte com 5,32%, Bahia com 4,65%; Piauí com 3,94%; Pará com 3,84%; e Maranhão com 3,81%.

Os dados sobre o PIB desses emissores nacionais são na maioria anual e como pretende-se trabalhar com previsões mensais, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística disponibiliza informações sobre o rendimento médio, em preços constantes de Março de 2013, das Regiões Metropolitanas de Recife, Salvador, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, São Paulo e Porto Alegre. Desta forma, utiliza-se esses dados de renda de Recife, Salvador, Belo Horizonte, Rio de Janeiro e São Paulo como proxy da renda de seus respectivos estados. Como as decisões

sobre turismo podem acontecer no presente ou no passado, foram analisadas diversas funções de autocorrelação cruzadas para determinar se estas variáveis defasadas deveriam entrar no modelo e suas defasagens máximas.

(43)

brasileiros não viagem para o exterior e pode estimular a demanda turística por destinos nacionais.

“Uma desvalorização da taxa de câmbio real significa que o produto

nacional ficou relativamente mais barato que o estrangeiro, estimulando a demanda por estes produtos, tanto pelas exportações quanto pela diminuição das importações”. (VASCONCELOS, 200 p. 185).

5.2. Testes e Modelos Econométricos:

O primeiro passo feito será verificar se as series utilizadas são estacionárias em covariância, que segundo Gujatati (2006, p. 639) “se uma serie temporal é estacionária, sua média, variância e autocovariância (em diferentes defasagens) permanecem a mesma, não importa em qual ponto são medidas: isto é, elas não variam com o tempo.” Ou seja, se a variância e a média de cada uma delas é constante e se a covariância entre dois períodos depende apenas das defasagens dos períodos em questão a serie possui estacionariedade.

Segundo Gujarati (2006) a importância de se verificar se uma serie temporal é estacionaria se deve pelo fato de, se a serie temporal não possuir essa característica só se pode estudar seu comportamento para o período considerado, ou seja, não é possível generalizá-lo para outros períodos, de tempo para fazer previsões.

Por meio dos Testes de Raiz Unitária é possível verificar se as séries em estudo apresentam estacionariedade Para isso utiliza-se o teste de Dickey-Fuller aumentado (ADF) para testar a hipótese nula de raiz unitária o qual se baseia na seguinte regressão auxiliar,

t i t p i i t t

t y x y

y       

1 '

1 (01)

Onde xté um vetor que pode conter intercepto e/ou uma tendência

determinística; ytytyti é a primeira diferença da variável em analise; ytisão

(44)

autoregressividade dos ruídos brancos as quais foram selecionadas baseadas no critério de informação de Schwarz e εt é um ruído branco.

A hipótese nula de raiz unitária, H0 : 0, pode ser testada através de

uma estatística t do parâmetro  , utilizando-se os valores críticos sugeridos por Dickey-Fuller, uma vez que esta estatística de teste não apresenta distribuição assíntótica padrão. A escolha se a equação de teste deve conter ou não interceptor e /ou tendência determinística será baseada na análise gráfica e da teoria econômica. É analisado com cautela a inclusão ou a exclusão destes termos, pois se colocados quando não se deve reduz a força do teste.

Outro teste de raiz unitária que será utilizado é o de Phillips e Perron (PP). Este teste utiliza uma regressão auxiliar baseada em um AR(1), semelhante ao do teste de Dickey e Fuller, e utiliza uma correção não paramétrica na estatística de teste. O teste de Dickey e Fuller é um caso especial do teste de Phillips e Perron se o desvio-padrão calculado dos resíduos for igual ao desvio-padrão do resíduo de longo prazo.

Após se verificar a estacionaridade das variáveis, foi estimado um modelo de função de transferência com um modelo SARMA para seus erros de acordo com a expressão abaixo:

y

t

a

0

a

1

x

t i

s

¹(

L

)

s

(

L

)

¹(

L

)

(

L

)

t

 

(02)

Onde yt é a variável demanda turística, xti representa as varáveis

explicativas que são a taxa de câmbio e os rendimentos ponderados descritos na

introdução da monografia,

s

¹(

L

)

é um polinômio autoregressivo sazonal, s(L)é o

polinômio de media móvel sazonal, ¹(L) e (L)são respectivamente os polinômios

puramente autoregressivos e de média móvel. Os modelos representados na equação (2) são baseados em uma função demanda para o Turismo, na qual é explicada pela renda e pelo câmbio como proxy dos preços dos bens substitutos.

(45)

adicionais autoregressivos ou de média móvel com a periodicidade sazonal a ser modelada.

(46)

6. RESULTADOS

Inicialmente foram utilizados os testes ADF e PP para testar a hipótese nula de raiz unitária para verificar se as séries utilizadas são estacionárias. Os resultados destes testes estão na tabela 06 abaixo. Nessa tabela, os valores correspondem aos p-valores e percebe-se que exceto no caso da demanda turística e da renda de Salvador para as quais os resultados do testes ADF e PP são contraditórios, os demais resultados indicam que as demais variáveis não são processos integrados.

Tabela 06 Testes de Raíz Unitária ADF e PP

Variáveis ADF PP

Ftur (demanda Turística)*

0,80 0,00

Camb (Tx. De Câmbio)# 0,00 0,00

SP (Renda SP)* 0,00 0,00

PE (Renda PE)* 0,07 0,00

SA (Renda SA)* 0,81 0,03

RJ (Renda RJ)* 0,01 0,00

BH (Renda BH)* 0,00 0,00

Notas: (*) Testes realizados com intercepto e tendência (#) Teste realizado apenas com intercepto. Os valores na tabela correspondem ao p-valores para os testes da hipótese nula de raiz unitária.

(47)

Gráfico 01 Demanda Turística e sua tendência de longo prazo

Os modelos foram estimados no período entre 2002.02 a 2010.12 e, depois, utilizados para gerar previsões para o período 2011.01 a 2011.12. Em seguida apresentam-se os resultados do processo de estimação dos modelos que apresentaram o menor EQMP e do modelo com a variável FTUR em nível cuja especificação foi realizada na análise das funções de autocorrelações cruzadas e da eliminação de coeficientes insignificantes.

100000 150000 200000 250000 300000 350000 400000

02 03 04 05 06 07 08 09 10 11

(48)

Tabela 07:Modelo 01- Resultados da Estimação do Modelo SARMA Variável Coeficien Std. Error t-Statistic Prob.

C -2892.625 2659.477 -1.087667 0.2794

AR(1) 0.021404 0.014924 1.434220 0.1546

AR(6) -1.024001 0.020574 -49.77241 0.0000

SAR(6) 1.033563 0.005181 199.4798 0.0000

MA(1) -0.216627 0.047509 -4.559668 0.0000

MA(6) 0.787052 0.034543 22.78501 0.0000

SMA(6) -0.933901 0.040898 -22.83514 0.0000

R-squared 0.963794 Mean dependent var 624.8224

Adjusted R-squared 0.961622 S.D. dependent var 49066.75

S.E. of regression 9612.334 Akaike info criterion 21.24266

Sum squared resid 9.24E+09 Schwarz criterion 21.41752

Log likelihood -1129.483 F-statistic 443.6656

Durbin-Watson stat 2.427035 Prob(F-statistic) 0.000000

O próximo modelo considera as variáveis em nível. Ao fazer isso, outras variáveis de renda de outros regiões metropolitanas em diferentes períodos de tempo mostram-se significantes. Entretanto suas previsões não foram mais eficientes do que as do modelo anterior.

Tabela 08: Modelo 02- Resultados da Estimação do Modelo com as varáveis em nível.

Variable Coefic Std. Error t-Statistic Prob.

C -238808.4 74079.66 -3.223670 0.0019

TXCAMBIO(-12) -35.20215 6.697938 -5.255670 0.0000

RECIFE(-3) 32.11403 10.57366 3.037174 0.0033

RECIFE(-11) 42.14129 9.835246 4.284722 0.0001

RJ(-13) 71.44877 17.28430 4.133738 0.0001

SALVADOR(-1) 52.18176 19.89789 2.622478 0.0105

SALVADOR(-13) 71.68047 16.89890 4.241723 0.0001

SP(-12) 84.92760 9.976236 8.512990 0.0000

AR(1) 0.846510 0.048553 17.43490 0.0000

SAR(6) 1.029534 0.009811 104.9355 0.0000

MA(6) -0.930343 0.024087 -38.62459 0.0000

R-squared 0.959875 Mean dependent var 179935.0

Adjusted R-squared 0.954596 S.D. dependent var 49741.52

S.E. of regression 10599.06 Akaike info criterion 21.49262

Sum squared resid 8.54E+09 Schwarz criterion 21.80440

Log likelihood -923.9289 F-statistic 181.8094

(49)

No modelo 03 percebe-se que exceto pelo intercepto e pela variável em diferençada renda de Recife (-13) todos os coeficientes estimados são significantes ao nível de 5%. Contudo devido a probabilidade de D((Recife(-13)) ser de 0.28 seu sinal negativo não é significante. R² ajustado de 0.97 mostra que o ajustamento proporcionado por esse modelo é melhor que o primeiro.

Tabela 09: Modelo 03- Resultados da estimação do Modelo Econométrico com as variáveis em diferença.

Variável Coefic Std. Error t-Statistic Prob.

C 47.43802 6717.079 0.007062 0.9944

D(RECIFE(-13)) -19.47665 18.15841 -1.072597 0.2869

D(SP(-12)) 40.11069 19.29855 2.078430 0.0411

AR(6) -1.032892 0.017480 -59.08998 0.0000

SAR(6) 1.037072 0.006120 169.4542 0.0000

MA(6) 0.960081 0.017764 54.04622 0.0000

SMA(6) -0.930443 0.029360 -31.69126 0.0000

R-squared 0.972500 Mean dependent var 2147.914

Adjusted R-squared 0.970270 S.D. dependent var 51454.37

S.E. of regression 8871.939 Akaike info criterion 21.10163

Sum squared resid 5.82E+09 Schwarz criterion 21.30856

Log likelihood -847.6160 F-statistic 436.1498

Durbin-Watson stat 2.345835 Prob(F-statistic) 0.000000

(50)

Tabela 10 Valores Realizados, Previstos e Erros Quadráticos Médio de Previsão

O modelo escolhido foi o 03 com a variável em diferença, pois de acordo com o Erro Quadrático Médio de Previsão (EQMP) foi o que apresentou menor resultado dos três. Ele representa um SARMA (6,6) (6,6) representado na equação abaixo:

(03)

(0.99) (0.28) (0.04)

(04)

(0.00) (0.00) (0,00) (0,00)

Período FTUR Model 01 Model 02 Model 03 2011M01 372726 370317.5 376151.6 374166.3 2011M02 213040 223792.3 238705.1 219532.7 2011M03 189270 193489.2 199988.1 192163.7 2011M04 171980 174813 202575.5 177331.8 2011M05 161608 167997.7 166886.4 165616.9 2011M06 184978 180100.3 181005 178524.2 2011M07 312170 294584.7 290792.8 296264.4 2011M08 226212 230926.4 238633.3 234646.9 2011M09 213921 228810.9 220172.4 221827.4 2011M10 244188 247733.3 226031.1 239747.6 2011M11 265922 265230.1 256870.5 259893.4 2011M12 292443 292154.8 294323.9 298376.9

EQMP 64847200 235877696 51407201

t t t

t recife SP u

y      

' 12 13 40 19 47 t L L u L L

(51)

Gráfico 02 – Valores Realizados e Previstos

O gráfico acima representa os resultados dos valores realizados e dos valores previstos do modelo 03. Percebe-se que as previsões realizadas por esse modelo além de se aproximarem do verdadeiro valor realizado da demanda turística, também foi capaz de prever a direção dessa variável, inclusive nos picos sazonais, durante o período analisado, confirmando assim sua eficiência.

120000 160000 200000 240000 280000 320000 360000 400000

2011M01 2011M04 2011M07 2011M10

(52)

7.CONCLUSÕES

O Turismo é uma das principais atividades econômicas do estado do Ceará possuindo uma participação significativa na composição do PIB do Estado com 11%. Só no ano de 2011 foi injetado aproximadamente 4 milhões de receitas direta no Ceará devido a atividade. A demanda turística cearense se caracteriza principalmente pelo turismo doméstico, ou seja, os principais visitantes são brasileiros residentes em outros estados. De acordo com a Secretaria de Turismo do Estado, São Paulo foi no ano de 2011 o estado com maior participação do fluxo turístico domestico do Ceará com aproximadamente 25% e o restante foram Distrito Federal com 10,06%; Rio de Janeiro com 10,02%; Pernambuco com 7,91%; Minas Gerais com 6,03%; Rio Grande do Norte com 5,32%, Bahia com 4,65%; Piauí com 3,94%; Pará com 3,84%; e Maranhão com 3,81%.

O turismo possui característica sazonal, sendo demandado principalmente nas férias de Julho e Dezembro, e é uma atividade altamente elástica, ou seja, possui uma grande sensibilidade a variação da renda dos seus demandantes e o preço praticado no mercado. Dada a importância da atividade para o Ceará, o presente trabalho buscou mostrar através de modelos de series temporais a importância de verificar e estudar a renda dos principais emissores de turistas para o Estado, bem como a taxa de câmbio.

O objetivo principal desse estudo consiste em estimar um modelo econométrico que considere as rendas dos principais estados emissores de turistas para o Ceará via Fortaleza e a taxa de câmbio e verificar se o mesmo gera previsões mais eficientes, quando analisados com variáveis em nível ou em diferença. Para isso estimou-se um modelo empregando o “fluxo de turistas” como variável dependente e como variáveis explicativas a taxa de câmbio e os rendimentos médios das metrópoles de São Paulo, Rio de Janeiro, Recife e Salvador. Os modelos foram estimados no período entre 2002.02 a 2010.12 e, depois, utilizados para gerar previsões para o período 2011.01 a 2011.12.

Imagem

Figura 2: Turismo como opção de desenvolvimento  Fonte: Adaptado de DIAS (2005, p.11)
Tabela 1: Turismo Internacional (milhões)
Tabela  2: Demanda turística Nacional e Internacional via Fortaleza 1995/2011
Figura 3: Evolução da Demanda Turística via Fortaleza 1995/2011  Fonte: adaptado da SETUR/2012
+7

Referências

Documentos relacionados

c) Comparar as características das práticas de governança corporativa da Unimed Fortaleza nos dois períodos (2007 e 2015). Para atender aos objetivos desse estudo, foi

- Classe socioeconômica. Não basta que haja pessoas com dinheiro e posição social, é preciso que tenham o hábito de leitura, por exemplo, para a compra de livros. 3.11

Sendo assim, o Facebook pode ser considerado como uma excelente ferramenta de marketing de mídia social, pois é um site com grande potencial de divulgação e

Em estudos realizados na conjuntura econômica do País sobre existência de dominância fiscal ou monetária no sistema econômico nacional destaca-se o estudo

• Teleconferência – apresenta semelhança com a vídeo conferência. É quando uma reunião se da via telefone envolvendo varias pessoas.. Este sistema reduz gastos

O Brasil, que manteve o posto de segundo maior exportador mundial até 1999, ano em que foi ultrapassado pelo Vietnã, mostrou menor dinamismo, quando comparado aos seus

O projeto Luz Solidária COELCE tem, como objetivo, fomentar o uso de eletrodomésticos, energeticamente, eficientes, através da concessão de bônus aos clientes

Para ONU eliminar as desigualdades é uma tarefa urgente, visto que a igualdade é boa para o crescimento, tornando-o mais eficaz na hora de reduzir a pobreza, certo de que o