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DIREITOS E DEVERES DOS PROFISSIONAIS DE ENGENHARIA NO DIREITO COMERCIAL

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Academic year: 2022

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CENTRO UNIVESITÁRIO JORGE AMADO

Bruno Fucs Emily Trindade

Itana Bonfim Marcio Vidal Rafaela da Hora

DIREITOS E DEVERES DOS PROFISSIONAIS DE ENGENHARIA NO DIREITO COMERCIAL

Salvador 2013

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Bruno Fucs Emily Trindade

Itana Bonfim Marcio Vidal Rafaela da Hora

DIREITOS E DEVERES DOS PROFISSIONAIS DE ENGENHARIA NO DIREITO COMERCIAL

Trab alh o ap resentado n o Cu rso d e Bach arel ado em En genh ari a d e Petról eo d a UNIJ OR GE, com o av ali ação p arci al da dis cipli na In t rod ução ao Di reit o minist rad a p el a Pro fª. Vera M ôni ca.

Salvador 2013

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DIREITOS E DEVERES DOS ENGENHEIROS NO DIREITO COMERCIAL

1. Introdução

Num primeiro momento poderia haver dúvida quanto à conexão entre o Direito Comercial e as diversas áreas da Engenharia. Entretanto, ao adentrar num estudo mais atento desses ramos profissionais, verifica-se que possuem vários pontos de encontro.

Primeiramente no que concerne a atividade empresarial desempenhada por empresas de engenharia, desde que o engenheiro configure elemento de empresa.

Podemos citar também o instituto da Propriedade Intelectual que visa proteger criações intelectuais, independente da área profissional em que se origine.

Desta maneira, pode-se dizer que Direito Comercial e Engenharia andam juntas, com intuito de tutelar a atividade desempenhada pelos engenheiros dos mais diversos ramos.

2. Breve Histórico do Direito Comercial

No início da civilização, os grupos sociais sobreviviam à base daquilo que conseguiam facilmente retirar da natureza ou de pequenos materiais que desenvolviam de acordo com suas necessidades. Entretanto, tal sistema se mostrava viável somente para os pequenos grupos(tribos) humanos.

Com o passar do tempo e o consequente aumento populacional, os homens passaram a produzir alimentos, armas, utensílios, enfim, materiais básicos de subsistência.

Entretanto, não utilizavam tudo o que produziam e passou a haver sobras. Estas, por sua vez, passaram a ser fruto de trocas entre os grupos sociais.

Esta atividade foi se intensificando à medida que se percebeu a necessidade de diversificar os materiais de que dispunham, pois a produção para consumo próprio já não era suficiente e as riquezas começaram a ser produzidas objetivando a permuta.

Desta maneira, a troca significou um melhor aproveitamento das riquezas e cada grupo social, geralmente da mesma família, passou a se empenhar na produção daquilo que fosse mais apto.

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De fato, as relações humanas foram se aperfeiçoando e a permuta de produtos foi sendo substituída paulatinamente por moedas que poderiam ser as mais diversas, a título de exemplo, gado, peixe ,conchas, até chegarmos ao ouro.

Com o passar do tempo, o homem tornou mais fácil o fluxo de mercadorias e a atividade comercial foi se desenvolvendo a ponto de chegar-se à criação da moeda propriamente dita, bancos, bolsa de valores, dentre outros.

Entretanto, não havia legislação que disciplinasse tal relação, o que por vezes a tornava inviável. Sendo assim, na Idade Média, com a fragmentação social provocada pelo sistema feudal e com o crescimento das grandes navegações, tornou-se necessária a criação de associações, as corporações de ofícios, onde nasceu o Direito Comercial, baseado nos costumes e tradições dos comerciantes de então.

Somente a partir do fim da Idade Média, com o nascimento dos Estados Nacionais, que as normas passaram a ser oriundas destes, possuindo caráter nacional.

Após a Revolução Francesa, são editados na França o Código Civil e Comercial que influenciarão as codificações posteriores. Este é denominado Código Napoleônico e passa a conceituar objetivamente o comerciante como sendo todo aquele que praticasse atos de comércio profissionalmente e de forma habitual. Tais atos estavam previstos no referido código.

O Direito Comercial foi criado originalmente para reger as relações dos comerciantes.

Entretanto, as atividades comerciais no decorrer dos anos evoluíram de maneira abranger atividades que antes não eram consideradas mercantis.

O Direito Comercial nos moldes em que é conhecido hoje, foi adotado pelo código italiano em 1942 e integra o Livro II do Código Civil Brasileiro de 2002. Passou a denominar-se Direito Empresarial, pois adotou a teoria da empresa e não mais dos atos de comércio para determinar as relações que seriam abrangidas por esta legislação especifica.

Para a teoria da empresa é irrelevante o gênero da atividade desenvolvida, sendo considerado somente o desenvolvimento da atividade econômica mediante a organização de capital, trabalho, tecnologia e matéria-prima, que resulte na criação e na circulação de riquezas através de produção de bens ou prestação de serviços.

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Portanto, somente a partir da teoria que foi citada acima passou-se a admitir a atividade desenvolvida por engenheiros como sendo abarcada pelo Direito Comercial ou Empresarial.

3. O Direito Comercial e a Atividade de Engenharia

O primeiro ponto comum que se pode citar entre o Direito Comercial e a Engenharia é quando há grupos empresarias que possuem os engenheiros como elemento de empresa.

Explica-se.

O art. 966 do Código Civil de 2002 estabelece que para ser considerada empresária, a pessoa, seja ela física ou jurídica, terá que desenvolver atividade econômica organizada de forma habitual e com o fito de circular bens e/ou serviços. Entretanto, seu parágrafo único excetua algumas atividades. Vejamos:

“Art. 966. Considera-se empresário quem exerce profissionalmente atividade econômica organizada para a produção ou a circulação de bens ou de serviços.

Parágrafo único. Não se considera empresário quem exerce profissão intelectual, de natureza científica, literária ou artística, ainda com o concurso de auxiliares ou colaboradores, salvo se o exercício da profissão constituir elemento de empresa.”

Evidente que a atividade desempenhada pelos engenheiros se enquadra no conceito de atividade intelectual e científica. Assim, aqueles que a desempenha não poderiam ser considerados como empresários.

Entretanto, o final do parágrafo único do já mencionado artigo, preleciona que se esta atividade intelectual constituir elemento de empresa, quem a desempenha será sim considerado empresário e estará submetido aos ditames do Direito Comercial.

O elemento de empresa em questão se dá quando há impessoalidade na prestação dos serviços oferecidos à sociedade. Assim, determinada sociedade empresária que presta serviços de engenharia não será procurada em razão de determinado engenheiro em si, mas por conta dos serviços oferecidos. Em outras palavras, o profissional de engenharia

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é uma parcela do produto ou serviço oferecido pela empresa ao mercado, jamais o próprio produto ou serviço.

Citando Fábio Ulhoa Coelho, renomado doutrinador do Direito comercial, “revela-se bastante útil a noção de elemento de empresa adotada pelo direito italiano,(...)o aspecto referente à formação ou não de pessoa jurídica é irrelevante para a definição da incidência do tratamento excepcional, baseado no princípio da culpabilidade, reservado aos profissionais liberais. O decisivo é tratar-se, ou não, de exploração empresarial da atividade.”

Sendo assim, determinado engenheiro que institui uma sociedade empresária ou que seja empresário individual, e a atividade de engenharia desempenhada configure elemento de empresa, estará submetido aos ditames do Direito Comercial, abrangido pelos direitos e deveres ali inscritos.

Dentre os deveres podemos citar a necessidade de inscrição de Registro Público de Empresas Mercantis competente, manter a escrituração dos negócios de maneira regular (manter livros ou outra modalidade de instrumento de escrituração) e realizar balanços periódicos.

Vários são os direitos elencados pelo Direito Comercial aos empresários, talvez o que mais interesse aos que desejam estabelecer uma sociedade empresária seja a distinção entre as pessoas. A pessoa física que constitui a sociedade empresária ou empresário individual é distinta desta, pois esta é pessoa jurídica e como tal possui capacidade, ou seja, é sujeito de direitos e deveres.

Sendo assim, por possuir personalidade distinta das dos sócios, é a própria pessoa jurídica que responderá pelas obrigações contraídas no exercício de suas atividades.

Entretanto, se os sócios que agirem de forma contrária ao ordenamento jurídico ou disposição contratual, responderão de modo pessoal e ilimitado em conjunto ou não com a sociedade. É o fenômeno da desconsideração da pessoa jurídica.

Com o advento da Lei 12.441 publicada no dia 11 de julho de 2011, tal direito poderá ser estendido para pessoas físicas que constituam uma Empresa Individual de Responsabilidade Limitada, criando uma nova espécie de pessoa jurídica de direito

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privado, qual seja, a sociedade unipessoal, ocorrendo uma distinção patrimonial e uma limitação à responsabilidade.

Outro instituto do Direito Comercial que muito beneficia engenheiros, seja pessoa física ou pessoa jurídica constituída através de sociedade empresária ou empresário individual é a Propriedade Intelectual. Esta protege as criações intelectuais e faculta aos seus titulares direitos econômicos, podendo determinar a forma de comercialização, circulação, utilização e produção das mesmas. Propriedade Intelectual é o gênero dos quais fazem parte o Direito Autoral e a Propriedade Industrial.

Vale destacar que a Propriedade Intelectual abrange o direito de propriedade sobre bens intangíveis, fruto de inovações e criações da mente humana.

Sobre o tema Fábio Ulhôa Coelho discorre que “O direito industrial é a divisão do direito comercial que protege os interesses dos inventores, designers e empresários em relação às invenções, modelos de utilidade, desenho industrial e marcas.”

Neste momento cumpre diferenciar as duas espécies do gênero. Assim, a diferença principal é que os direitos autorais são protegidos mesmo sem haver registro no órgão competente enquanto que para que a propriedade industrial seja protegida é indispensável o seu registro. Evidente que o registro para o primeiro é facultativo, no entanto para a segunda é obrigatório.

A Propriedade Industrial foi criada com o objetivo de proteger as invenções e os modelos de utilidade (por meio de patentes), e das marcas, indicações geográficas e desenhos industriais (através de registros).

Para que seja realizado o registro e se dê a consequente tutela dos direitos sobre a criação, o interessado deverá dirigir os pedidos ao Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI) e podem ser feitos por intermédio e orientação do SENAI Empresas.

No que concerne à proteção ao direito de autor, esta se inicia com a criação da obra a ser protegida, ou seja, com a exteriorização da criação intelectual do autor. Desta maneira, tem-se que nem o pensamento nem tampouco a obra em si são protegidos, pois o que o direito protege é a expressão da ideia e a proteção nasce com a criação.

A proteção ao direito autoral tem previsão constitucional e em diversas leis que versam sobre a matéria.

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A Constituição da República em seu art. 5º, XXVII e XXVIII, “b” reza da seguinte forma:

“Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:

...

XXVII - aos autores pertence o direito exclusivo de utilização, publicação ou reprodução de suas obras, transmissível aos herdeiros pelo tempo que a lei fixar;

XXVIII - são assegurados, nos termos da lei:

...

b) o direito de fiscalização do aproveitamento econômico das obras que criarem ou de que participarem aos criadores, aos intérpretes e às respectivas representações sindicais e associativas;

Além de tutela constitucional, os direitos autorais tem previsão em legislação própria, qual seja, a Lei nº 9610/98. No art. 7º desta lei ficam delimitadas quais obras são protegidas pelos direitos autorais. Vejamos:

Art. 7º São obras intelectuais protegidas as criações do espírito, expressas por qualquer meio ou fixadas em qualquer suporte, tangível ou intangível, conhecido ou que se invente no futuro, tais como:

...

X - os projetos, esboços e obras plásticas concernentes à geografia, engenharia, topografia, arquitetura, paisagismo, cenografia e ciência;

A supracitada lei não deixa dúvidas quanto à proteção concedida em relação a direitos autorais de projetos de engenharia. Neste momento percebemos a conexão existente entre o Direito Comercial, com o seu instituto do direito autoral, e os diversos ramos da engenharia.

Vale frisar que a proteção é atribuída ao autor do projeto, pessoa física, jamais à pessoa Jurídica, pois esta nada cria. Assim, o autor é sempre a pessoa física que concebeu o

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projeto de engenharia e não a empresa na qual trabalha ou da qual é proprietário o engenheiro.

Por fim, vale salientar que a lei de direitos autorais prevê não somente direitos patrimoniais do autor sobre sua obra, como também direitos morais. Assim estabelece o art. 22 da Lei nº 9.610/98:

“Art. 22. Pertencem ao autor os direitos morais e patrimoniais sobre a obra que criou.”

É notado, portanto, que os direitos concedidos ao autor são os mais abrangentes possíveis.

4. Conclusão

Resta evidente, pelas considerações acima esboçadas, que os institutos do Direito Comercial são plenamente aplicáveis aos profissionais das mais diversas áreas de engenharia, seja através da constituição de sociedades empresárias, seja através de criações intelectuais e suas respectivas tutelas conferidas pelas legislações pertinentes à matéria.

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REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

• COELHO, Fábio Ulhoa. Curso de Direito Comercial. Direito de Empresa. 12ª Edição: 2008. Editora Saraiva.

• http://www.ambitojuridico.com.br/site/index.php?n_link=revista_artigos_leitura

&artigo_id=10913 – Consultado em 30/08/2013 às 20:13;

• http://www.ebah.com.br/content/ABAAAAq18AA/obrigacoes-gerais- empresario - Consultado em 31/08/2013 às 17: 25;

• http://jus.com.br/artigos/18219/evolucao-historica-do-direito-comercial/3 - Consultado em 30/-08/2013 às 21:19.

Referências

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