Lara Lima Giudice, Bacharel em Ciências Jurídicas e Sociais, pela Unisinos - São Leopoldo, RS 2004 - Pós Graduada em Processo Civil e Direito Civil pelo Instituto de desenvolvimento Cultural – IDC - novembro de 2007 – Porto Alegre – RS - e mail:
laralymagiudice@hotmail.com
Litisconsórcio Artigo 46 - CPC -
Duas ou mais pessoas podem litigar, no mesmo processo, em conjunto, ativa, ou passivamente quando:
I - entre elas houver comunhão de direitos ou de obrigações relativamente à lide;
II - os direitos ou as obrigações derivarem do mesmo fundamento de fato ou de direito;
III - entre as causas houver conexão pelo objeto ou pela causa de pedir;
IV - ocorrer afinidade de questões por um ponto comum de fato ou de direito.
Parágrafo Único: O juiz poderá limitar o litisconsórcio facultativo quanto ao numero de litigantes, quando este comprometer a rápida solução do litígio ou dificultar a defesa.
O pedido de limitação interrompe o prazo para a resposta, que recomeça da intimação da decisão.
1 - Conceito:
Litisconsórcio trata-se da pluralidade das partes, conforme a posição processual, em uma linguagem singela, é quando temos mais de uma parte integrando o processo , quando ocorre no pólo ativo , ou seja, mais de um Autor, a doutrina chama de Litisconsórcio Ativo – quando ocorre no pólo passivo, ou seja, mais de um Réu, a doutrina chama de Litisconsórcio Passivo, ou ainda ao mesmo tempo, mais de um Autor e mais de um Réu, caso de Litisconsórcio Misto ou recíproco.
2 - Conforme o momento da Classificação do Litisconsórcio:
A) Litisconsórcio Inicial - é aquele que se forma na fase preambular da relação processual, determinado na Petição Inicial -.
B) Litisconsórcio Ulterior - é aquele que se forma no curso do processo, depois de já instaurada a relação processual por um dos autores ou em face de alguns réus.
. .
3- Conforme a sua obrigatoriedade ou não de sua formação
A) Facultativos - Este litisconsórcio só se forma por iniciativa das partes, sejam Autores ou Réus, não existe obrigatoriedade em lei, apenas decorre por conveniência das partes. 1
B) Necessários também chamados de obrigatórios - É aquele que se forma por determinação da lei, ou pela natureza da pretensão á tutela do direito. A não Formação desse litisconsórcio importará na impossibilidade de se examinar o mérito da pretensão deduzida, devendo o juiz extinguir o processo sem julgamento do mérito.
1 O litisconsórcio forma-se em razão da oportunidade da parte, mas também fundado em critério de conveniência do Estado em resolver o conflito, da forma mais econômica, e rápida possível. Não permitindo tumulto no processo. Se ficar claro que ocorrerá tumulto gerando mais prejuízo que
Art. 47 CPC - Há litisconsórcio necessário quando por disposição de lei ou pela natureza da relação jurídica, o juiz tiver de decidir a lide de modo uniforme para todas as partes: caso em que a eficácia da sentença dependerá da citação de todos os litisconsortes no processo.
4 - Conforme a interdependência dos litisconsortes e modo da solução da causa:
A) Litisconsórcio simples - será simples quando a atuação dos litisconsortes for independente, uma em relação ás outras. Essa independência autorizará o exame de causa de maneira distinta entre os diversos litisconsortes, sendo possível que o juiz julgue de modo distinto para cada um dos litisconsortes.
Exemplos de Litisconsórcio Facultativo Simples: Ação de Funcionários Públicos reivindicando determinada vantagem. * É de formação facultativa, pois seus eventuais direitos derivam do mesmo fundamento jurídico, conforme art. 46, II, do CPC, mas o juiz pode reconhecer que alguns têm o direito alegado e que outros não o têm.
B) Litisconsórcio Unitário - Quando a demanda tiver de ser julgada de maneira uniforme para todos os litisconsortes. Essa obrigatoriedade faz com que a atuação dos litisconsortes se dê de maneira dependente, uma relação ás outras, de forma que os atos benéficos de um beneficiem os demais, e os atos prejudiciais praticados por um não prejudiquem a ninguém, salvo quando todos adiram a eles. Cabe salientar que o litisconsórcio será unitário quando a decisão da causa impuser uma decisão uniforme a todos, e não pelas circunstancias do processo.
Cada litisconsorte é considerado parte distinta dos demais, devendo ser intimado individualmente de todos os atos do processo. (cf. art. 49 CPC) Pode praticar atos processuais isoladamente , que não beneficiarão e nem prejudicarão os outros litisconsortes , ( 48 CPC ) ,
5 - INTERVENÇÃO DE TERCEIROS:
A) Conceito: Intervenção de Terceiro determina o ingresso no feito da pessoa que não é parte no inicio do processo, ou seja, não contempla a Petição Inicial. Terceiro é aquela pessoa que não faz parte da relação jurídica formada na demanda.
Intervenção de terceiros significa o ingresso no processo de quem não é parte. Ocorrendo a intervenção de terceiro , este passa a ser parte do processo .
B) A Intervenção de Terceiros pode ser voluntária, (espontânea), ou seja, o terceiro ingressa na Ação por sua iniciativa, ou pode ser forçada, (provocada) o terceiro ingressa no processo por ter sido convocado, normalmente o Réu o invoca.
6 - PROIBIÇÕES DE INTERVENÇÃO DE TERCEIRO 1) Lei 9.099/95 – Juizados Especiais - (artigo 10)
2) (Procedimento Sumário (275 e seguintes do CPC), encontram a proibição no artigo 280, com exceção da assistência e recurso de terceiro prejudicado).
3) Código de Defesa do Consumidor
a) Artigo 13 parágrafo único – Impede a denunciação da lide b) Artigo 110, II – Admite o chamamento ao processo.
7 - TIPOS DE INTERVENÇÃO DE TERCEIRO
A) Assistência simples e litisconsorcial
B) Oposição Modalidades Voluntárias
C) Recurso de terceiro
D) Nomeação a Autoria
E) Denunciação a Lide Modalidades Forçadas F) Chamamento ao Processo
Observações:
=> O juiz não pode, de oficio, provocar a citação de terceiro, sempre deverá ser Requerida,
8 - INTERVENÇÃO VOLUNTÁRIA:
A) Assistência Simples - O ingresso do terceiro no processo tem o intuito de assistir o Autor, este é tratado como assistido. O Assistente, ou seja, o terceiro, deve demonstrar interesse jurídico na vitória do Autor, não se admitindo interesse econômico.
Pode ocorrer acontecer em qualquer dos pólos da relação processual. Podendo \ingressar o terceiro há qualquer tempo , grau de jurisdição , mas a conseqüência é receber o processo no estado em que se encontra .
Exemplo clássico de assistência simples é aquela prestada pelo sublocatário em favor do locatário em ação de despejo contra este intentada, sendo cediço que o resultado da demanda pode surtir efeitos em relação ao contrato estabelecido entre o assistente e o assistido.
(B). - Assistência Litisconsorcial - Considera-se o terceiro como litisconsorte da parte principal toda vez que a sentença houver de influir na relação jurídica entre ele e o adversário do assistido.
Discute direito próprio.
Ex. Condômino de coisa indivisa que intervenha em auxílio de outro condômino São requisitos para a admissão do assistente litisconsorcial: a) haja processo pendente entre duas ou mais pessoas, b) o direito discutido em juízo diga respeito ao assistente, c) possa o assistente ter sido litisconsorte facultativo da parte assistida desde o inicio do processo, d) haja relação jurídica entre o assistente e o adversário do assistido, e) a sentença haja de influir diretamente e não reflexamente nessa relação jurídica, f) ainda que exista litispendência (sentença, ou acórdão ainda não transitado em julgado).
9 Diferenças entre assistência simples e litisconsorcial
Simples: O terceiro interessado, o Assistente, discute Direito alheio, é auxiliar da parte, mero coadjuvante, cessa quando o processo termina por vontade do assistido – (art. 53 CPC),
Não é atingido pela coisa julgada.
(eficácia que torna imutável e indiscutível a sentença não mais sujeita a recurso ordinário ou extraordinário. 467 CPC).
→ Algumas considerações:
1 - O artigo supra, (art. 52, CPC) nos informa que o assistente simples tem os mesmos poderes e o mesmo ônus da parte assistida. Todavia, sua atividade processual é subordinada á do assistido, não podendo praticar atos contrários á vontade do assistido.
Art. 52 CPC - O Assistente atuará como auxiliar da parte principal exercerá os mesmos poderes e sujeitar-se-a aos mesmos ônus processuais que o assistido.
Parágrafo Único: Sendo revel o assistido o assistente poderá ser considerado seu gestor de negócios. .
Havendo omissão do assistido, pode o assistente simplesmente supri - las, desde que não aja em desconformidade com a vontade do assistido, ora Autor. Exemplo : Se o assistido renunciou o poder de recorrer , o assistente não poderá recorrer Atos defesos ao assistente simples : Está proibido de praticar atos que digam respeito á lide entre as partes :
LITISCONSORCIAL: o terceiro interessado discute Direito próprio, pode assumir posição diversa do assistido, pode prosseguir para defender seu interesse na desistência/ reconhecimento do pedido ou transação, mantém relação jurídica própria com o adversário do assistido, se sujeita à eficácia da coisa julgada, forma litisconsórcio facultativo unitário posterior.
a) desistir da ação
b) aditar petição inicial ou contestação da parte assistida
c) reconvir
d) modificar a causa de pedir e) alterar pedido
f) ajuizar ação declaratória incidental
g) renunciar direito sobre o qual se funda ação h) transigir sobre o objeto litigioso
i) confessar
j) prestar depoimento pessoal
k) opor exceção de incompetência, se o réu assistido não o fez no prazo de resposta.
7 B) OPOSIÇÃO:
Conceito:
A oposição é instituto de intervenção de terceiros que tem natureza jurídica de Ação Judicial de Conhecimento ajuizada por terceiro, que a doutrina chama de oponente, contra o Autor e o Réu que a doutrina chama de opostos, em litisconsorte passivo necessário.
É a demanda através da qual terceiro deduz em juízo pretensão incompatível com interesses conflitantes de autor e réu de um processo cognitivo pendente. 2
Admissível somente no processo de conhecimento, sendo cabível até a sentença. Se já houve sentença, o juiz já decidiu sobre o processo, o terceiro interessado deverá ingressar em juízo contra ambas as partes do processo principal, mas nesse caso já não é o instituto da oposição. Não é possível o ajuizamento de oposição no processo sumario - Em fase recursal é incabível .
A oposição oferecida antes da audiência ocorrerá em autos apartados , conforme art. 59 do CPC , mas simultaneus processus com ação principal . Significa que existirão duas ações , uma principal , Autor e Réu discutem pretensão “y “ . Outra Ação independente , mas , simultânea onde um terceiro discute pretensão “y” contra Autor e Réu do principal . Ambas são julgadas na mesma sentença sob pena de nulidade .
A oposição pode ser total ou parcial, conforme o oponente objetive toda a coisa ou direito sobre a qual controvergem autor e réu, ou parte da coisa ou direito litigioso 3. Marinoni e Sergio Arenhart confirmam que a Oposição é a primeira das figuras tratadas pelo CPC como espécie de intervenção de terceiro , porém , corroboram com a seguinte informação :
2 Dinamarco Candido Rangel, Intervenção de Terceiros, São Paulo, Malheiros Editores, 1997, p.37.
3 Nelson Nery Junior e Rosa Maria de Andrade Nery – Código de Processo Civil Comentado – Editora RT – Revista dos Tribunais – 8ª edição – 2004 - pg. 491 item 2.
Art. 56. Quem pretender, no todo, ou em parte, a coisa ou o direito sobre que controvertem autor e réu, poderá, até ser proferida a sentença, oferecer oposição contra ambos.
...” Todavia , essa intervenção desnatura completamente a idéia e a condição de terceiro ,porque o oponente , quando participa do processo , formula ação própria tende a excluir a pretensão dos sujeitos iniciais sobre o objeto litigioso do processo .4
Requisitos : São exigidos os seguintes requisitos para o ajuizamento da oposição : a- que haja litispendência
b- que o opoente deduza pretensão contra Autor e Réu ao mesmo tempo
c- que os fundamentos de seu pedido ( causa pretendi ) sejam diferentes do fundamento do pedido do Autor
d- que o juiz da causa seja competente em razão da matéria para julgar a oposição e- que seja deduzida em primeiro grau
Algumas considerações :
Sendo a oposição uma ação autônoma5 , deve ser ajuizada por meio de petição inicial , devendo ser observados seus requisitos , contidos no CPC no art. 282 e 283 . Não ocorrendo o juiz determinará a emenda da inicial , sob pena de indeferimento .
A distribuição da petição inicial deverá ser por dependência , devendo ser dirigida ao juiz da causa da Ação Principal , que é o competente para julga –la , conforme o art.
109 CPC – São devidas custas judiciais , assim como honorários sucumbenciais porque se trata de uma nova Ação , devendo ser fixados na sentença .
Os opostos serão citados6 na pessoa de seus advogados , não necessitam de poderes especiais porque os poderes decorrem da lei .
Contestação :
Os opostos serão citados nas pessoas de sés advogados , para contestarem a Ação de posição em 15 dias e o prazo é comum . Não se aplica o art.191 do CPC , porque existe norma especifica que por sua vez , derroga a regra geral . Ausência de contestação caracteriza –se no revelia , com seus efeitos , É possível , ainda , ajuizamento de oposição contra réu que ainda não contestou a ação principal . (RJTSP 38/140 )
Extinção da Ação Principal
Nelson Nery e Rosa Maria de Andrade Nery nos informam que :
4 Luiz Guilherme Marinoni e Sergio Cruz Arenhart , Manual do Processo de Conhecimento – 4ª ed.
Revista atualizada – RT editora 2005 -
5 Se ajuizar ação de oposição até audiência do processo principal , forma –se o litisconsorte necessário , não se pode deduzi – la contra apenas um deles , se ajuizar na audiência , ela é ação autônoma .
6 A forma da citação é estabelecida pelos artigos 213 a 233 .
9
“ Não obsta o prosseguimento da oposição , que é autônomo e independente . A solução aqui adotada é derivada da aplicação , por extensão , do CPC 317, que fixa a mesma regra para a reconvenção . A aplicação do CPC é correta porque ambas (oposição e reconvenção ) são ações autônomas da principal e devem ser julgadas na mesma sentença . Neste sentido RT 599/63 “ 7
É pertinente frisar que o procedimento da oposição pode variar conforme o momento em que se oferece a intervenção . Ela somente será admitida até a prolatação da sentença ( art. 56 CPC ) , mas segundo seja deduzida antes ou depois da audiência ( de instrução e julgamento ) pode gerar conseqüências distintas . Se oferecidas antes da audiência , o procedimento será o descrito supra , seguindo o processo com ações cumuladas (autos apensados aos autos principais ) , a serem conjuntamente decididas em única sentença . Se , porém , for deduzida após já iniciada a audiência de instrução e julgamento , o procedimento inicialmente apontado somente será seguido se não vier a prejudicar a processo principal ,
Neste segundo caso , em regra , a oposição não mais consistirá em intervenção de terceiro , gerando apenas seu efeito normal de determinar a conexão de causas , com sua reunião perante um único juiz , evitando decisões conflitantes . E como já referido , somente quando o juiz perceba que pode fazer a oposição andar , até a mesma fase em que se encontra principal , prazo não superior a noventa dias é que pode determinara suspensão da ação principal . 8
Sendo deduzida na audiência9 de julgamento e instrução a doutrina a trata como Processo Autônomo , gerando algumas conseqüências : a) citação - dos opostos e não dos procuradores – b) prazo para contestar - Fux defende que ainda é prazo comum - 15 dias , mas Moacyr Amaral dos Santos defende que o prazo é em dobro – ( prazos diferentes para opostos defenderem ) . Nesta condição pode ocorrer oposição de um só dos opostos , se um deles reconhecer do pedido – anteriormente obrigatoriedade dos dois opostos fazerem parte da ação .
Procedimento autônomo da oposição :
Recurso de terceiro - art. 280 e 499 parágrafo1 . CPC
7 Nelson Nery Junior e Rosa Maria de Andrade Nery – Código de Processo Civil Comentado – Editora RT – Revista dos Tribunais – 8ª edição – 2004 - pg. 493item 3.
8 Luiz Guilherme Marinoni e Sergio Cruz Arenhart , Manual do Processo de Conhecimento – 4ª ed.
Revista atualizada – RT editora 2005 -
9 Não podemos deixar de lembrar que o pregão faz parte da audiência – vide art. 450 do CPC -
Art. 60 - Oferecida depois de iniciada a audiência , seguirá a oposição o procedimento ordinário ,sendo julgada sem prejuízo da causa principal . Poderá o juiz , todavia , sobrestar no andamento do processo , por prazo de (90 ) dias , a fim de julga – la conjuntamente com a oposição .
MODALIDADES FORÇADAS
C - NOMEAÇÃO Á AUTORIA
Conceito /Objetivo /finalidade : A nomeação á autoria tem por objetivo corrigir a ilegitimidade passiva da causa , ou seja , corrigir erro de postulação , o processo deveria ter sido proposto a terceiro , e não contra o rei indicado . Exemplo Ação de indenização por dano materiais decorrente de vazamento de um apartamento para o outro . O proprietário do apartamento y sofre vazamento de água nas paredes decorrente do apartamento x . Assim , procura a justiça para solucionar o seu problema , porém , a demanda é ajuizada em nome do inquilino do apartamento . Cabe o inquilino nomear a autoria , pois não é o proprietário .
A nomeação á autoria é dever do Réu , imposto por lei , se descumprido , o sujeita a responder por perdas e danos , conforme CPC 69 , I . Indicando quem é o possuidor ou o dono da coisa .
A nomeação deverá ser feita no prazo da resposta , em petição separada , devendo o nomeante fundamentar o pedido e juntar documentos se necessário . Pode ser requerido em Contestação , porém destacado . Mas é de bom alvitre salientar que o réu pode contestar e depois nomear a autoria , desde que no prazo de resposta , a lei não obriga a simultaneamente como é o caso da reconvenção .
Feita a nomeação á autoria , opera-se a suspensão do processo , por cinco dias , para manifestação do Autor sobre a nomeação . Pode o Autor concordar ou discordar , pois ninguém é obrigado a demandar contra quem não queira .
Aceitando , deverá providenciar a citação do nomeado , a aceitação pode ser tácita , pedindo desde logo a citação do nomeado . ocorre a reabertura do prazo para a defesa . A nomeação a autoria é um ato complexo , porque Autor tem que aceitar o nomeado , e o nomeado tem que aceitar fazer parte dessa relação jurídica , ainda não ocorreu a modificação subjetiva passiva , o nomeado precisa aceitar a qualidade que lhe foi atribuída .Somente com o assentimento de ambos é que o réu nomeante se retira do processo , para o novo réu assumir seu lugar na lide .
Art. 62 - Aquele que detiver a coisa em nome alheio , sendo – lhe demandada em nome próprio deverá nomear á autoria o proprietário ou possuidor .
11 Não aceitando a nomeação da lide , fica sem efeito a nomeação , prosseguindo o feito seu curso normal .
Considerações ;
1 -Não se admite nomeação á autoria nos juizados especiais cíveis .
2 - Comodatário não precisa nomear á autoria o comodante ( JTA Civ. SP 58/297 ).
3- Somente aquele que tiver a posse direta for mero detentor ou fâmulo da posse é que pode nomear á autoria o proprietário ou o possuidor direto ou indireto . RT 541/207 –
4 - A lei impõe ao réu o dever de nomear á autoria , nos casos que enumera o CPC nos artigos 62 e 63 , o desatendimento implica em perdas e danos para o Autor . O desatendimento pode ocorrer de duas formas : por omissão deixando de nomear á autoria , ou por culpa , nomeando pessoa adversa . Também responderá o nomeado , que recusa indevidamente a qualidade que lhe é atribuída .
D) DENUNCIAÇÃO A LIDE :
Art. 70 - A denunciação a lide é obrigatória :
I – ao alienante , na ação em que o terceiro reivindica a coisa , cujo o domínio foi transferido á parte , a fim de que esta possa exercer o direito da evicção lhe resulta ,
II – ao proprietário ou ao possuidor indireto quando , por força de obrigação ou direito , em casos como o do usufrutuário , do credor pignoratício , do locatário , o réu citado , em nome próprio exerça a posse
III – aquele que estiver obrigado ,pela lei ou pelo contrato , a indenizar , em ação regressiva , o prejuízo do que perder a demanda .
A Denunciação da Lide é uma ação secundaria , de natureza condenatória ajuizada no curso de outra ação condenatória principal .Existirá duas lides , que serão processadas
“simultaneus processus “ e julgadas na mesma sentença . Pode ser manifestada pelo Autor ou pelo Réu ,( sendo mais comum o Réu denunciar á lide ) constitui modalidade de intervenção de terceiro , que tem em seu escopo o exercício de regresso nos autos principais . É uma ação regressiva . ( As vezes essa relação de prejuízo apresenta 2 agentes : vitima e causador , mas , por vezes , esse prejuízo apresente triplece sujeitos - vitima (quem sofreu o prejuízo ) , o responsável direto ( que perante a vitima vai honrar o prejuízo ) e o responsável indireto ( agente eficaz daquilo que o prejudicado sofreu ) ) .
Exemplo : três veículos colidem – veiculo A – Veiculo B e veiculo C – ( C - bate no veiculo E este bate em A ) - o veiculo A só tem relação jurídica com o veiculo B , não pode buscar indenização do veiculo C , pois não possui relação jurídica com o veiculo C -
Tem como finalidade o ajuizamento , pelo denunciante de pretensão indenizatória que tem contra terceiro , nas hipóteses do art. 70 , caso venha ele , denunciante , a perder a demanda principal . Tem como característica a eventualidade , pois só será examinada a Ação secundaria de denunciação da lide se o denunciante ficar vencido , pelo mérito , na ação principal . 10
A denunciação a lide só é obrigatória quando resultante da lei 11 ou do contrato o dever de indenizar regressivamente . - STF – 1ª T - , REsp 31.583-2-SP , rel. Min.
Garcia Vieira , j. 15.3.93 , deram provimento , vu , DJU 24.4.93 , p. 7.179 -
O procedimento Sumario não admite intervenção de terceiros , e não admite denunciação a lide .Salvo se fundada em contrato de seguro , ( art. 280 CPC ) 12 . Processo Cautelar cabe denunciação a lide , neste sentido : RT 558/116; RJYJSP 43/191; RP 9/283
O réu deve exercer o direito de denunciar a lide o terceiro dentro do prazo da resposta , sob pena do prazo precluir . RT 563/97 .
Uma das principais modalidades de direito de regresso é o direito de regresso que decorre da evicção .
10 Nelson Nery Junior e Rosa Maria de Andrade Nery – Código de Processo Civil Comentado – Editora RT – Revista dos Tribunais – 8ª edição – 2004 - pg. 498 – item 1
11 A denunciação da lide só será realmente obrigatória em um dos casos , ou seja , , no caso da eviccção – previsto no inc. I , do art. 70 -
12 Redação dada pela L 10444/02 -
13 Evicção ( art. 447 e seguintes do CCB ) - é uma garantia natural aos contratos comutativos , onde há de transferir domínio de determinada coisa , pela qual o alienante se obriga a reparar o prejuízo ao adquirente ( valor do preço pago , indenização dos frutos que tiver de devolver , despesas com o contrato ...) caso este venha perder o domínio sobre a coisa em virtude de decisão judicial .13
O denunciante deve deduz pretensão condenatória , pedindo ao denunciado que o indenize , em regresso , pela perda da propriedade ( evicção ) ou por aquilo que tiver que pagar á parte contraria na ação principal .
A denunciação a lide deve ser ajuizada na vara onde tramita ação principal , ( 109, CPC) -
Realizada a denunciação , o processo ficará suspenso , conforme art. 72 , CPC , para o denunciado ser citado , após a citação positiva recomeça a correr o processo , com fluência de prazo para o denunciado responder .
13 Luiz Guilherme Marinoni e Sergio Cruz Arenhart , Manual do Processo de Conhecimento – 4ª ed.
Revista atualizada – RT editora 2005 -
E - CHAMAENTO DO PROCESSO
Chamamento ao processo é a Ação condenatória exercida pelo devedor solidário que , acionado sozinho para responder pela divida , pretender acertar , na ação secundaria de chamamento , a responsabilidade do devedor principal ou dos demais co-devedores solidários .
CAUTELAR
EXECUÇÃO VEDADA A UTILIZAÇÃO DO CHAMAMENTO AO PROCESSO RECONVENÇÃO .
Com o deferimento do chamamento ao processo , o processo fica suspenso até que sejam citados os chamados ,que poderão contestar o pedido contido na ação secundária .
Art. 77 - É admissível o chamamento ao processo
I –do devedor , na ação em que o fiador for réu
II – dos outros fiadores ,quando para a ação for citado apenas um deles
III - de todos os devedores
solidários ,quando o credor exigir de um ou de alguns deles parcial , ou total a divida comum .
15 DIFERENÇAS ENTRE CHAMAMENTO AO PROCESSO E
DE
DENUNCIAÇÃO A LIDE
1 – CHAMAMENTO AO PROCESSO -
A) É para algumas espécies de direito de regresso , entre fiador e devedor principal , entre co-fiadores ou entre devedores solidários , por exemplo .
B) O chamado tem relação com a outra parte
C) O chamado é litisconsorte – porque o chamado tem relacionamento com a outra parte
D) Somente para ações condenatórios
E) Se procedente a ação principal os chamados serão tratados como litisconsortes unitários ou seja , condena todos ou não condena nenhum
F) Só o réu ode chamar ao processo
G) Sempre é facultativo - chama se quiser não há consequencia no fato de não chamar
H) Não há sucumbência entre chamador e chamado 2 – DENUNCIAÇÃO A LIDE
A) É para o direito de regresso em geral , desde que o direito de regresso não reclame a introdução de fatos novos – da evicção a garantia impropria – não cabe nos casos de chamamento ao processo .
B) O denunciado não tem relação jurídica com a outra parte C) O denunciado é assistente simples na demanda principal – age procedimentalmente como se fosse litisconsorte , mas não é litisconsorte por não possuir relação com a outra parte ,
D) é para qualquer tipo de ação
E) Não há litisconsorte unitário entre denunciante e denunciado F) Autor e Réu podem denunciar
G) Pode ser obrigatória ou facultativa
H) Há sucumbência entre denunciado e denunciante
BIBLIOGRAFIA
1 - Luiz Guilherme Marinoni e Sergio Cruz Arenhart , Manual do Processo de Conhecimento – 4ª ed. Revista atualizada – RT editora 2005 -
2 - Nelson Nery Junior e Rosa Maria de Andrade Nery – Código de Processo Civil Comentado – Editora RT – Revista dos Tribunais – 8ª edição – 2004 -
3 - CARNEIRO – Athos Gusmão, Intervenção de Terceiros, 10. ed., São Paulo, Saraiva, 1998,
4 - Dinamarco Candido Rangel, Intervenção de Terceiros, São Paulo, Malheiros Editores, 1997