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#Pública
Diário de Mercado
3 de dezembro de 2019
Ibovespa se apoia em avanço do PIB e se descola de Nova York
Comentário. O índice doméstico chegou a denotar que realizaria os ganhos da véspera, acompanhando as baixas dos índices acionários norte-americanos. Todavia, internamente, após os investidores digerirem os dados do PIB 3T19 brasileiro, que foi considerado propício, inclusive com revisões melhores de dados divulgados anteriormente, o Ibovespa seguiu reagindo nas duas horas finais e encerrou “de lado”, mas, em campo positivo. Externamente, mais uma vez, declarações do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, citando que não se importaria que um acordo comercial com a China ficasse para depois da eleição presidencial norte-americana, agendada para 3 de novembro do próximo ano, e alguns agentes levantarem um certo receio com o crescimento global em 2020, terminaram por elevar a aversão ao risco e derrubar as bolsas em Nova York. Vale ressaltar que se não ocorrer um acordo entre EUA e China até o próximo dia 15 de dezembro, poderá haver elevação de tarifas de importação contra produtos chineses pelos norte-americanos. Enfim, o tema central da guerra comercial, que foi a tônica ao longo de 2019, continua se arrastando também neste último mês do ano, no qual pairava uma expctativa de acerto inicial.
No Brasil, o dólar comercial fechou cotado na máxima do dia, a R$ 4,2050 (-0,14%). Os juros futuros recuaram gradualmente da ponta curva para a ponta longa em sua curva de estrutura a termo, revertendo as altas da véspera.
Ibovespa. O índice oscilou inicialmente ao redor da estabilidade. Contudo, pouco antes da primeira hora de negócios decaiu e seguiu em campo negativo, na mesma tendência baixista do índice S&P500. Somente na meia hora final encostou e findou bem próximo da estabilidade. O Ibovespa fechou aos 108.956 pts (+0,03%), acumulando 0,67% na semana, +23,97% no ano e +21,30% em 12 meses. O preliminar giro financeiro da Bovespa foi de R$
17,4 bilhões, sendo R$ 15,9 bilhões no mercado à vista. No dia 28 de novembro (último dado disponível), Bovespa teve saída líquida de -R$ 76,8 milhões de capital estrangeiro, com a retirada líquida indo a -R$ 8,274 bilhões em novembro e a -R$ 38,6781 bilhões em 2019.
Maiores altas Ticker Preço % Vol
(mm) Maiores quedas Ticker Preço % Vol (mm) MRV ON NM MRVE3 18,70 7,16 163,4 Smiles ON NM SMLS3 30,91 -8,85 209,9 Gol PN N2 GOLL4 34,98 4,01 154,1 Sid Nacional ON CSNA3 12,78 -3,77 151,6 BB Seguridade ON NM BBSE3 35,86 3,88 178,7 Gerdau Metal. PN N1 GOAU4 7,85 -2,48 62,6 Marfrig ON NM MRFG3 11,27 3,87 80,2 Gerdau PN N1 GGBR4 17,05 -2,29 157,7 Viavarejo ON NM VVAR3 9,50 3,60 537,8 Hypera ON NM HYPE3 32,90 -2,05 92,3
Agenda Econômica. No Brasil, o PIB cresceu 0,6% no 3º trimestre (somando R$ 1,842 trilhão neste período) contra o 2º trimestre deste ano e avançou +1,2% versus o 3º trimestre do ano passado (revisado de +0,4% para +0,5%), sendo o 11º dado positivo consecutivo. O Consumo das Família variou +0,8% e o investimento privado subiu +2,0%. Pela ótica da oferta: serviços em +0,4%; indústria em +0,8%; e agricultura em +1,3%. O indicador passou a acumular +1,0% nos últimos 4 trimestres ante os 4 trimestres imediatamente anteriores.
Região Indicador / Evento Referência Projeção* Anterior Leitura Viés
BRA PIB T/T 3T 0,4% 0,5% 0,6% ▲
BRA PIB A/A 3T 1,0% 1,1% 1,2% ▲
BRA PIB acumulado de 4 trimestres 3T 0,9% 1,1% 1,0% ▲ EUA Total de vendas de veículos Wards Nov 16,80m 16,55m 17,09m ▲
* Consenso dos analistas contribuidores da Bloomberg – Fonte: Bloomberg. Elaboração BB Investimentos
Câmbio e CDS. O dólar comercial (interbancário) contrabalançou o melhor crescimento doméstico divulgado com a maior aversão ao rsico externa, mas findou levemente negativo,.
A moeda fechou cotada a R$ 4,2050 (-0,14%), acumulando -0,83% na semana, +8,52 no ano e +9,51% em 12 meses. O risco-país medido pelo CDS Brasil 5 anos ficou em 125 pts.
Juros. Os juros futuros tiveram um comportamento diferenciado no dia e reverteram as altas ocorridas no dia anterior. A percepção dos agentes foi que um PIB melhor com a inflação sob controle dá espaço para o Banco Central concretizar a esperada baixa de 50 pontos- base na taxa Selic na reunião do Copom, marcada para dia 11 de dezembro próximo. Em relação ao pregão anterior, assim fecharam os contratos: DI janeiro/2020 em 4,61% de 4,64%; DI janeiro/2021 em 4,71% de 4,75%; DI janeiro/2022 em 5,39% de 5,44%; DI janeiro/2023 em 5,90% de 5,96%; DI janeiro/2025 em 6,49% de 6,57%; DI janeiro/2027 em 6,81% de 6,90%.
Agenda. Brasil: Produção industrial, Dados Veículos/Anfavea, IPC-Fipe, IPCA; EUA: ADP setor empregos privados, Balança comercial, Pedidos bens duráveis, Payroll - Criação de vagas na economia, Taxa desemprego, Média de ganhos por hora, Estoques e vendas no atacado, Sentimento Univ. Mich, Crédito ao consumidor; Alemanha: Prod. industrial.
Estratégia de Mercado
Hamilton Moreira Alves, CNPI-T hmoreira@bb.com.br
Bolsas
Câmbio (CMBZ) – Dólar norte-americano Intraday
Juros – estrutura a termo
CDS Brasil (5 anos)
Fonte: Bloomberg, AE Broadcast, Economática.
Elaboração: BB Investimentos -1,5%
-1,0%
-0,5%
0,0%
0,5% Ibovespa S&P500
4,21
4,18 4,19 4,20 4,21 4,22
4,0 4,5 5,0 5,5 6,0 6,5 7,0 7,5