Cláudio Antonio Pinheiro Machado Filho
Professor do Departamento de Administração da FEA/USP
EAD – 714
Governança Corporativa
Governança Corporativa no Brasil
e no Mundo
Modelos de Governança praticados no mundo
Modelo Anglo Saxão Modelo Europeu / Latino Modelo Nipônico
Modelo germânico
Modelo Anglo Saxão
(EUA, UK, Austrália, Canadá)
Características:
Propriedade dispersa
Predomina financiamento via equity
Conselhos atuantes, foco em direitos (controles) Alta Liquidez
Forte proteção legal aos miniritários
Forte responsabilização dos executivos/padrões contábeis exigidos
conflito entre gestores x acionistas pulverizados
Modelo Latino
(Europeu/Latino-americano)
Características:
Propriedade concentrada Familia/Estado Financiamento via debt
Propriedade e gestão sobrepostas
Conflito entre majoritários x minoritários Conselhos com forte vínculo com a gestão
Baixa liquidez acionária /especulativa - alta volatilidade
Adesão crescente a melhores padrões de governança/marcos regulatórios para maior proteção aos minoritários
conflito entre acionistas majoritários x minoritários
5
Modelo Alemão
Características:
• Propriedade concentrada
• Presença de bancos no controle nos órgãos de administração
• Bancos controlam como credores e acionistas
• Menor liquidez acionária
• Conflito retorno dos acionistas x credores
• Influências da Guerra…pluralidade e consenso.
Rejeição de estruturas autocráticas.
Modelo Alemão
Característica peculiar do conselho (2 camadas):
Conselho supervisor (Ausfsichtsrat)
Acionistas, sindicatos e empregados indicam membros do conselho de administração)
Conselho de Administração (Vorstand)
Colegiado que monitora a gestão.
Presidente do Vorstand é o Chairman e CEO)
Modelo Japonês
Características:
• Propriedade concentrada
• Propriedade e gestão sobrepostas
• Conflito credores x acionistas
• Forte papel dos Bancos
• Keiretsu – integração horizontal – posse cruzada de ações
• Conselhos com foco em estratégia. Numerosos, apenas internos
• Aspectos relacionais - reputação
Tendências: Mudanças na direção do mercado
GOVERNANÇA CORPORATIVA NO
BRASIL
FORÇAS EXTERNAS DE GOVERNANÇA CORPORATIVA
. Institutos legais . CVM
. Bovespa
. Investidores internacionais
MACRO AMBIENTE GLOBAL
FORÇAS INTERNAS DE GOVERNANÇA CORPORATIVA
MACRO AMBIENTE BRASIL
. Concepções político- . Estrutura de Controle . Agenda ideológica
ideológicas . Estrutura organizacional orientação estratégica e
. Abertura/integr. mercados de alta gestão marcos regulatórios
. Mundo corporativo . Conselhos . Crescimento econômico
. Requisitos acesso aos . Interação acionistas-conselhos- . Condições estruturais do
mercados direção sistema corporativo
. Concepção do papel e das responsabilidades da empresa
Valores, princípios, modelos e processos de governança
corporativa adotados
Agenda
FORÇAS EXTERNAS DE GOVERNANÇA CORPORATIVA
. Institutos legais . CVM
. Bovespa
. Investidores internacionais
MACRO AMBIENTE GLOBAL
FORÇAS INTERNAS DE GOVERNANÇA CORPORATIVA
MACRO AMBIENTE BRASIL
. Concepções político- . Estrutura de Controle . Agenda ideológica
ideológicas . Estrutura organizacional orientação estratégica e
. Abertura/integr. mercados de alta gestão marcos regulatórios
. Mundo corporativo . Conselhos . Crescimento econômico
. Requisitos acesso aos . Interação acionistas-conselhos- . Condições estruturais do
mercados direção sistema corporativo
. Concepção do papel e das responsabilidades da empresa
Valores, princípios, modelos
Agenda
MACROAMBIENTE GLOBAL
Concepções político- ideológicas
Desradicalização
. Capitalismo liberal EUA -> resp. social X
. Coletivismo de estado (União Soviética) ->
abertura sistemas centralizados – China Continental – desmonte cortina de ferro Ordem
geopolítica global
Modelos fechados -> desfronteirização . Blocos econômicos
. Áreas de livre comércio Ordem
econômica mundial
. Nacionalismo -> abertura
. Protecionismo -> integração
. Estatização -> privatização
MACROAMBIENTE GLOBAL
Fluxos reais mercadorias e serviços interfronteiras aumentou em relação ao Produto mundial BRUTO
Fluxos mundiais de IED direcionado também para países em desenvolvimento
(indução de melhores práticas de governança)
FORÇAS EXTERNAS DE GOVERNANÇA CORPORATIVA
. Institutos legais . CVM
. Bovespa
. Investidores internacionais
MACRO AMBIENTE GLOBAL
FORÇAS INTERNAS DE GOVERNANÇA CORPORATIVA
MACRO AMBIENTE BRASIL
. Concepções político- . Estrutura de Controle . Agenda ideológica
ideológicas . Estrutura organizacional orientação estratégica e
. Abertura/integr. mercados de alta gestão marcos regulatórios
. Mundo corporativo . Conselhos . Crescimento econômico
. Requisitos acesso aos . Interação acionistas-conselhos- . Condições estruturais do
mercados direção sistema corporativo
. Concepção do papel e das responsabilidades da empresa
Valores, princípios, modelos e processos de governança
corporativa adotados
Agenda
MACROAMBIENTE BRASIL
Como o Brasil se ajustou às mudanças globais?
. nacionalismo/protecionismo . Reserva de mercado
. Estatização em áreas chave
. Concessão de incentivos subsidiados ao setor privado
. Inserção global
. Integração regional . Abertura econômica . Privatizações
. Novos marcos regulatórios
. Desmonopolização – competição todos
ANOS 90
Governança Corporativa no Brasil
AGENDA
Histórico do Mercado de Capitais no Brasil;
Marcos do movimento de Governança Corporativa (GC) no Brasil;
O modelo de governança das companhias abertas brasileiras;
O papel dos institucionais: fundos de pensão e de investimento;
Os mitos e gargalos da governança corporativa no Brasil;
1. Histórico do Mercado de Capitais no Brasil
Centralização Estatal Servidores Públicos
1960 1970 1980 1990 2000
1964 - Conselho Monetário e Banco Central
1965 - Lei de Mercado de Capitais
1971 – Fundo 157 (inventivos fiscais e ações preferenciais e conflitos)
1976 – Comissão Brasileira de Valores Mobiliários (CVM) e Lei das Sociedades por Ações (SAs)
Eliminação dos Incentivos Fiscais
Instabilidade Econômica Estagnação do Mercado
1991 – Início da onda de privatizações
1994 – Controle da Inflação 1997 – Intensificação das Privatizações: Vale do Rio Doce, Telebrás e Petrobras Atrofia do Mercado
2004 – Início da onda de IPOs (até 2007)
2008 - Estagnação do Mercado
Marcos do Movimento da GC no Brasil
1995 – Instituto Brasileiro de Conselheiros de Administração (IBCA)
1997 – Reforma da Lei das SAs (9.457/1997)
(exclusão do direito de tag along1)
1998 – Fundos de Investimentos
1999 – Instituto Brasileiro de GC (IBGC)
– 1º Código das Melhores Práticas de GC
2
2000 – Lançamento dos Segmentos Especiais de Listagem da Bovespa
3 (BM&Fbovespa) (Nível 1 – N1, Nível 2 – N2 e Novo Mercado – NM)
2001 – Alteração na Lei das SAs (10.303/2001)
- Introdução de direitos aos acionistas minoritários- Retorno parcial do tag along para detentores de ações ordinárias
2002 – Ingresso das primeiras companhias no NM
(CCR Rodovias e Sabesp)
2004 – Intensificação dos IPOs no segmento NM
2005 – Abertura da primeira corporation brasileira
(Lojas Renner)
2006 – Primeira tentativa de Aquisição Hostil no Brasil
(aquisição do controle da Perdigão pela Sadia)
2007 – Fim da onda de IPOs
– Constatação da adoção de poison pills em estatutos de recém-listadas
2008 – 100 empresas listadas no NM
– Crise Financeira Global
Panorama atual da Governança nas empresas de capital aberto no Brasil
LEI 10.303/- 2001 LEI DAS S/A
CVM: regulador agora forte, independente e ativo
CÓDIGO CIVIL – 2003 (responsabilização dos controladores e gestores) Novo Mercado: um novo paradigma – referência internacional
O papel do IBGC para difusão de GC no país
Investidores institucionais: mais ativos, mas ainda há um longo caminho.
Enforcement: aparato institucional para aplicar a lei. Judiciário mais ativo
Segmentos GC BOVESPA
Mais
transparência
Direitos aos investidores
Mais
transparência
Apenas ações com direito a voto
Direitos aos investidores
Mais
transparência
Modelo de GC das Empresas Abertas
Estrutura Acionária Histórica
- Presença de Acionista Majoritário (empreendedores ou famílias)
- Establishment corporativo tripartite: empresas estatais, multinacionais e familiares;
- Temática da GC: conflito de interesses entre controladores e minoritários
Concentração Acionária no Brasil 1999 2014
Ações ordinárias em posse do maior acionista 62,4% 47,2%
Ações ordinárias em posse dos cinco maiores acionistas 85,2% 71,7%
Total de ações em posse do maior acionista 45,3% 38,4%
Total de ações em posse dos cinco maiores acionistas 62,0% 63,7%
Free float das ações nd 39,3%
Companhias que emitem ações preferenciais 91% 42%
Número de companhias analisadas 181 271
Modelo de GC das Empresas Abertas
Estrutura de Propriedade
Dois modelos atuais de governança: tradicional x emergente;
Estrutura Definição 2004 2014
Controle majoritário
Maior acionista ou grupo de controle com mais de 50% das ações com direito a voto
100% 85%
(230) Controle
Minoritário
Maior acionista ou grupo de controle com menos de 50% das ações com direito a voto, porém exercendo controle sobre a gestão da companhia
0% 11%
(29) Propriedade
Dispersa
Maior acionista ou grupo coeso de acionistas com menos de 15% das ações com direito a voto
0% 4%
(12)
Temas Recentes de GC no Brasil
O Papel dos Investidores Institucionais – Fundos de Pensão
O QUE DEVERIA SER...
Acionistas de longo prazo, cuja contribuição à boa governança depende de três fatores:
- Avaliação profunda das práticas de governança;
- Papel ativo no conselho;
- Defesa das melhores práticas, independente da posição do fundo na companhia;
AS DISFUNÇÕES:
**
CONFLITOS DE INTERESSE / INGERÊNCIA POLÍTICAEX. PREVI/PETROS/POSTALIS
SÍNTESE DAS CARACTERÍSTICAS DA GOVERNANÇA CORPORATIVA NO BRASIL
1. Debt (geração própria de caixa) para equity (fontes externas) 2. Alta concentração da propriedade acionária
3. Sobreposição propriedade - gestão
4. Conflito predominante entre majoritários e minoritários 5. Proteção legal a minoritários deve evoluir
6. Eficácia ainda baixa dos conselhos
7. Liquidez da participação acionária baixa: baixo nível de free float (ações em negociação).
8. Baixa a proporção de companhias listadas com alta negociabilidade.
Trabalhos em Grupo Estudos de Caso
ROTEIRO PARA ELABORAÇÃO DOS CASOS (limite 06 alunos/grupo):
– Breve descritivo da organização – Contexto do negócio
– As “questões centrais” de governança do caso.
– Atualização/Consequências – Conclusões
Apresentação dos casos em classe:
Dias 31 de outubro e 07 de novembro (10 minutos por grupo).
Relatório final dos casos (texto):
OS RELATÓRIOS FINAIS DOS CASOS DEVEM CONTER EM TORNO DE 10 PÁGINAS (ENCAMINHAR POR E.MAIL ATÉ O DIA 21 DE NOVEMBRO