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1. RESUMO Palavras-chave 2. INTRODUÇÃO

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Academic year: 2022

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1. RESUMO

Os ditames da ordem econômica adotados pelo Brasil se encontram insculpidos no artigo 170 da atual Constituição Federal se iniciaram com a vinda da imigração italiana assalariada, no final do século XIX e até meados do século XX, povo este que era submetido às circunstâncias degradantes. Apud à doutrina, a tributação de uma sociedade pode ser vista como instrumento de redução da sua desigualdade.

Visando à igualdade tributária, o artigo 153, VII, da Carta Magna de 1988 dispõe que serão cobrados impostos sobre grandes fortunas de acordo com uma lei complementar que a regulamentasse. No entanto, até os dias atuais, não houve sequer discussão pelo Congresso dos vários Projetos de Lei Complementar que regulamentassem tal tributo e, mais recentemente, o Presidente da Câmara dos Deputados Federais, Rodrigo Maia, já declarou a dificuldade de pautar a análise da tributação sobre as grandes fortunas no ano de 2020. Assim, a presente pesquisa se propõe à análise de uma suposta regra matriz de incidência do imposto sobre as grandes fortunas previsto na Constituição da República de 1988, notadamente o seu fato gerador, e que, até os dias atuais, não avançaram nas casas legislativas, e se referido imposto seria efetivamente capaz de contribuir para a diminuição das desigualdades sociais no Brasil, tendo em vista, também, a instituição de tributos semelhantes em outros países. Para tanto, será realizada uma pesquisa qualitativa, nas modalidades explicativa e exploratória quanto ao objeto, e como método de procedimento, será adotado o da técnica de pesquisa bibliográfica.

Palavras-chave: Direito tributário. Imposto sobre grandes fortunas, desigualdade social. Ausência de regulamentação.

2. INTRODUÇÃO

Conforme se verifica pela doutrina, a tributação de uma sociedade pode ser vista como instrumento de redução da sua desigualdade, e não somente um instrumento de custeio à máquina pública, conforme bem elucida Hugo de Brito Machado:

Sejam quais forem as finalidades a serem perseguidas pelo Estado, são necessários recursos financeiros para atingi-las.

Celebrar cerimônias religiosas, realizar guerras, defender os membros da comunidade de invasores externos, garantir a

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eficácia das normas jurídicas, prestar serviços públicos, atender os interesses da coletividade, reduzir as desigualdades sociais, garantir e manter privilégios aos que exercem o poder, tudo isso consome recursos, que precisam ser obtidos de alguma forma. (2011, p.21)

Em 2018, a Associação Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal (ANFIP) elaborou um estudo, divulgado também pelo IBGE, que revela que a concentração de renda aumentou no referido ano (o rendimento de 1% da população mais rica foi 33,8 vezes maior que a metade mais pobre da população), portanto a menor parcela teve um rendimento mensal de R$ 27.744,00 enquanto a massa teve o valor de R$ 820,00.

Visando à igualdade tributária, o artigo 153, VII, da Carta Magna de 1988, dispõe que serão cobrados impostos sobre grandes fortunas de acordo com uma lei complementar que a regulamentasse. No entanto, hodiernamente, não houve sequer discussão pelo Congresso dos vários Projetos de Lei Complementar que regulamentassem tal tributo e, mais recentemente, o Presidente da Câmara dos Deputados Federais, Rodrigo Maia, já declarou a dificuldade de pautar a análise da tributação sobre as grandes fortunas no ano de 2020.

Assim, desde a promulgação da atual Constituição Federal, houve quatro projetos, sendo o último, o de número 534/2011, que se encontra desde 06/05/2012, no Senado Federal, onde permanece, desde então, na Comissão de Assuntos Sociais (CAS).

Partindo dessas premissas, a presente pesquisa será dividida em três grandes partes. Na primeira será tratado o imposto sobre as grandes fortunas e analisada sua regra matriz de incidência, notadamente no que diz respeito ao seu fato gerador, pois há necessidade de se conceituar o que seria considerado “grande fortuna” para fins de cobrança do tributo, bem como serão discutidos os projetos de lei complementar que não seguiram seu trâmite legislativo e se encontram paralisados no Legislativo.

A segunda parte será feita uma análise comparativa desse imposto, previsto na Constituição Federal, com os impostos semelhantes existentes em outros países.

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E por fim, se a tributação, notadamente sobre as grandes fortunas, seria capaz de reduzir as desigualdades sociais e se tal redução poderia ser registrada nos países que possuem suas grandes fortunas tributadas.

3. OBJETIVOS

A pesquisa possui como objetivo geral a análise de uma suposta regra matriz de incidência do imposto sobre as grandes fortunas previsto na Constituição da República de 1988, notadamente o seu fato gerador, e se referido imposto seria efetivamente capaz de contribuir para a diminuição das desigualdades sociais no Brasil, tendo em vista, também, a instituição de tributos semelhantes em outros países.

4. METODOLOGIA

A pesquisa segue o método dedutivo como forma de raciocínio e sob o ponto de vista da forma de abordagem do problema, trata-se de uma pesquisa predominantemente qualitativa, nas modalidades explicativa e exploratória quanto ao objeto. Como método de procedimento, é adotado o da técnica de pesquisa bibliográfica, o que propicia o exame sob nova abordagem, permitindo o reforço paralelo na análise da pesquisa e a manipulação de informações (MARCONI;

LAKATOS, 2010).

Quanto aos materiais, são legislação, doutrina, jurisprudência, artigos científicos já publicados, notícias veiculadas em jornais e revistas, sites eletrônicos, legislação estrangeira, entre outros.

5. DESENVOLVIMENTO

Mesmo com uma grande resistência vinda do Legislativo para criar o IGF, sua dificuldade vai além, tanto pela ausência de iniciativa do Executivo quanto à falta de debates doutrinários e pela sociedade como um todo.

O referido imposto deve ser inserido no orçamento político uníssono à carga tributária pré-existente no Brasil, para que não ocorra uma supressão fiscal. Ives Gandra, citado por Lima (2018, p.65), aduz que os investidores iriam para países como Colômbia e México, que contém uma carga tributária inferior. Deve ser computado também o custeio da administração pública para receber esse imposto.

Embora haja pessoas que creem na imposição do Grandes Fortunas devido à

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sua progressividade, há outras formas de um combate à desigualdade social ao reduzir os impostos incidentes sobre consumo, e aumentar o imposto sobre a renda, como os demais países desenvolvidos fizeram, embutindo o IGF ao IR.

6. RESULTADOS PRELIMINARES

A Alemanha criou o imposto sobre grandes fortunas em 1893 como um complemento do Imposto de Renda, sendo praticado, a princípio, na região da Prússia. Já em 1922, foi introduzido como um imposto específico em todo o território germânico, no entanto foi declarado inconstitucional em 1995. Retomou em 2007 como mecanismo de complemento ao Imposto de Renda.

A França também instaurou um imposto sobre riqueza em meados da década de 80, podendo ser cobrado tanto de pessoas físicas quanto jurídicas. Foi extinto quatro anos após sua criação, e reintroduzido em 1988 no ordenamento jurídico francês, sendo cobrado apenas por pessoas físicas. Ganhou atenção em 2012, quando a marca de impostos atingiu 75% àqueles que detinham um patrimônio superior a um milhão de euros, causando a evasão de celebridades e investidores, como aduz a revista Veja (2012) reverenciada por Leitão (2018, p.32).

Há outros exemplos do imposto sobre riqueza na América do Sul, destacando a Argentina e a Colômbia. Em 1973, o governo argentino impôs o seu imposto sobre riqueza como forma de substituição do imposto sobre a herança, de alíquotas progressivas. Sua arrecadação cresceu de 1 trilhão para 5,1 trilhões entre os anos de 1996 e 2010 averiguado por uma pesquisa da Nova Técnica reverenciada por Oliveira (2017, p. 32). Por sua vez, a Colômbia prevê o imposto sobre riqueza desde 1943. A Ley 2010/19 estendeu sua vigência até o ano de 2021, como informa o site gerencie supracitado por Morant (2017, p. 32).

7. FONTES CONSULTADAS

ANFIP. Aumenta desigualdade social no país, revela pesquisa do IBGE.

Brasília, 2019. Disponível em <https://www.anfip.org.br/geral/aumenta- desigualdade-social-no-pais-revela-pesquisa-do-ibge/>

LEITÃO, Yan Viníccius Landim Pereira. O imposto sobre Grandes Fortunas em foco: a (in) viabilidade do tributo sob a perspectiva da experiência internacional e de um Brasil em crise. João Pessoa, 2018, 68 f. Trabalho de Conclusão de Curso

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(Bacharelado em Direito) – Centro de Ciências Jurídicas da Universidade Federal da Paraíba, João Pessoa, 2018

LIMA, Sofia Oliveira de. Imposto sobre Grandes Fortunas: uma análise de sua função social e a viabilidade de sua instituição. Rio de Janeiro, 2018, 89 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Bacharelado em Direito) – Faculdade de Direito, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2017

MACHADO Hugo de Brito. Curso de Direito Tributário. 32 ed. São Paulo:

Malheiros Editores, 2011

MARCONI, Marina de Andrade; LAKATOS, Eva Maria. Fundamentos de metodologia científica. 7. ed. São Paulo: Atlas, 2010

OLIVEIRA, Dianna Morant Holanda de. Tributação sobre Grandes Fortunas:

considerações acerca a viabilidade de instituição de um IGF no ordenamento jurídico brasileiro. Recife, 2017, 55 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Bacharelado em Direito) – Faculdade de Direito do Recife, Universidade Federal de Pernambuco, Recife, 2017.

PEREIRA, Vinicius. UOL. Imposto sobre fortuna e herança: auditores sugerem 10 medidas contra crise. São Paulo, 2020. Disponível em https://economia.uol.com.br/noticias/redacao/2020/04/03/imposto-sobre-fortunas- e-herancas-auditores-listam-10-medidas-contra-crise.htm

VEJA. Assembleia da França aprova imposto de 75% para os ricos. [s.I], 2012. Disponível em: <https://veja.abril.com.br/economia/assembleia-da-franca- aprova-imposto-de-75-para-ricos/>.

Referências

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