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EXCELENTÍSSIMO SENHOR JUIZ DE DIREITO DA 5º VARA DO JUIZADO ESPECIAL NORTE DA COMARCA DE MACAPÁ/AP

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR JUIZ DE DIREITO DA 5º VARA DO JUIZADO ESPECIAL NORTE DA COMARCA DE MACAPÁ/AP

CRISTIANO DINILZ MIRANDA, brasileiro, servidor público, portadora do CPF nº458.872.252-20 e RG nº560472, residente domiciliada na Rua Edite Penafort, nº1577, Bairro Congos, CEP nº 68.904-374m, Macapá-AP, vem respeitosamente à presença Vossa Excelência, por intermédio de sua Advogada in fine assinada, com escritório abaixo impresso, onde receberá intimações, dentro do prazo legal, propor a presente

AÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE FAZER C/C AÇÃO DE REPETIÇÃO DE INDÉBITO

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em face do BANCO PANAMERICANO S/A, sociedade anônima com sede na Avenida Paulista, nº 2.240, Bela Vista, na Cidade de São Paulo, Estado de São Paulo, inscrita no. CNPJ/MF sob o nº 59.285.411/0001-13, pelos elementos fáticos e fundamentos jurídicos a seguir delineados:

1– RELIMINARMENTE - DA GRATUIDADE DE JUSTIÇA

O parte Autor, declara, sob as penas da Lei, que não tem condições de arcar com as custas do processo e os honorários advocatícios, sem prejuízo do sustento próprio e/ou de sua família.

Assim, com fundamento nas garantias constitucionais do acesso à justiça e da assistência jurídica integral (art. 5.º, incisos XXXV e LXXIV, respectivamente, da CF), e, ainda, com base nas Leis Federais n.º 1.060/50 (LAJ) e 7.115/83, e Lei Estadual nº 0933/05, declara-se pobre no sentido da Lei, e requer o benefício da JUSTIÇA GRATUITA.

Caso assim não entenda pela assistência judiciária gratuita, requer seja deferido custas mínimas ou custas rateadas do início ao final.

2-DOS FATOS

O Autor é servidor público municipal de Macapá e em setembro de 2014 celebrou contrato com o Réu de empréstimo, que acreditou ser na modalidade CONSIGNADO, no valor de R$2.259,47, no qual seria pago por meio de desconto mensal no contracheque do Autor.

Posteriormente após efetuar o pagamento das parcelas do empréstimo por vários anos, o Autor descobriu que na verdade o contrato se tratava de um cartão de crédito consignado, no qual os descontos ocorridos mensalmente liquidam tão somente o mínimo, sem jamais diminuir a dívida.

Deste modo, o banco realizou venda casada, haja vista o banco concretizou contrato de CARTÃO DE CRÉDITO, cujo mesmo autorizava o saque dos valores disponíveis no limite do referido cartão, induzindo o consumidor a erro, pois a operação de saque em cartão de crédito é extremamente onerosa, a qual possui como algumas de suas características as seguintes: valor descontado não amortiza o valor total de empréstimo,

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mas abate somente os juros do cartão de crédito, dívida vitalícia, saque sem a utilização do cartão e taxa de juros remuneratórios em torno de 5,00% a.m.

Ocorre que banco no ato da negociação não disponibilizou para a Autora a cópia do contrato.

Importante ressaltar ainda que já foram descontadas nas folhas de pagamentos do Autor, 44 parcelas o que totalizam o importe de R$5.396,58.

2- FUNDAMENTOS JURÍDICOS

2.1 DA APLICAÇÃO DO CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR

Pelos fatos elencados acima, conclui-se que o Autor se enquadra no conceito de consumidor inscrito no art. 2º do CDC, assim como o Réu se identifica com o conceito de fornecedor trazido no art. 3º do mesmo texto normativo, formando ambos uma relação de consumo no contrato apontado, vínculo este que é disciplinado não só pelo Código de Defesa do Consumidor como também e, principalmente, pela própria Constituição da República, que, sobretudo em seus artigos 5º, XXXII e 170, V, cuidam detidamente da defesa do consumidor.

Ademais, o Superior Tribunal de Justiça já consolidou o entendimento de que o CDC é aplicável aos contratos de empréstimos. Vejamos:

Súmula 297 – O Código de Defesa do Consumidor é aplicável às instituições financeiras.

Nesse passo, o CDC prevê que quando forem constatadas cláusulas abusivas, estas poderão ser revisadas, afim de que o consumidor não saia prejudicado da relação contratual já imposta pela instituição bancária, como também a proteção contra cláusulas contratuais abusivas e a facilitação da defesa de seus direitos, com a inversão do ônus da prova a seu favor.

Logo no artigo 6º, inciso IV do CDC o legislador se fundamenta em princípios estruturais da Lei Consumerista, quais sejam da boa fé e da transparência. Neste sentido, o grande interesse é de evitar a existência de quaisquer contratos tendenciosos frente ao consumidor, contendo cláusulas

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perniciosas, dúbias, desarrazoadas ou que sobrecarregam demasiadamente a parte mais vulnerável (consumidor).

Já o inciso V do mesmo artigo acima citado possibilita a modificação ou revisão dos termos contidos num determinado contrato ou relação de consumo, caso o contrato estabeleça prestações desproporcionais ou a sua revisão de fatos supervenientes que se tornem excessivamente onerosos, sob pena de gerar indigesta insegurança jurídica.

Dentre os direitos básicos do consumidor se destaca ainda a inversão do ônus da prova a seu favor, ou seja, constatado o fato apresentado pelo consumidor caberá ao fornecedor provar fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito pleiteado pelo consumidor.

Portanto o CDC e o art. 170 da CF se aplicam perfeitamente ao contrato ora questionado, adaptando-se a execução do contrato aos dispositivos legais de forma a expurgar as cláusulas abusivas e ilegais.

2.2- DOS VÍCIOS DE INFORMAÇÃO

O direito à informação é considerado um dos principais aspectos da Lei de Proteção de Direito do Consumidor. Sem ela, um produto, mesmo que tenha seu funcionamento dentro das suas expectativas poderá ser considerado inadequado para comercialização.

Tal entendimento revela-se coerente em razão da observância que deve existir do fornecedor para que todas as informações sejam realizadas de forma adequada e clara a fim de proporcionar ao consumidor manifestar sua escolha de forma consciente sobre determinado produto ou serviço, evitando-se qualquer vício oriundo de desconhecimento de causa.

Ademais, as cláusulas contratuais que importem em exclusão ou restrição de direitos devem ser redigidas em destaque. Nas relações de consumo, o consumidor só se vincula às disposições contratuais em que previamente lhe é dado a oportunidade de conhecimento, nos termos do artigo 46 do Código de Defesa do Consumidor.

Além do mais, o STJ já firmou entendimento de que a informação adequada é aquela que se apresenta simultaneamente completa, gratuita, útil, vedada, neste último caso, a diluição da comunicação efetivamente relevante pelo uso de informações soltas, redundantes ou destituídas de

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qualquer serventia para o consumidor (Resp. 586.316, Rel. Min, Herman Benjamin, 2ª T, DJ19/03/2009, STJ).

Entretanto, o Réu se nega a entregar o contrato de empréstimo para o Autoro, sendo que este fica impossibilidade de tomar conhecimento das condições do financiamento contratado.

O Réu não prestou a devida informação ao consumidor, impedindo a compreensão e questionamento das cláusulas pactuadas como também, durante a execução das parcelas a serem descontadas, não informa de maneira clara os valores e os números das parcelas que estão sendo descontadas em seu contracheque.

Logo, é inquestionável que o Autor foi induzido ao erro a partir das informações mal engendradas repassadas de forma ardil, fazendo-o acreditar tratar-se de empréstimo consignado, quando em verdade se tratava de um contrato de cartão de crédito, um negócio extremamente prejudicial ao consumidor, onde é descontado apenas um valor mínimo mensal, sem nunca quitar a dívida.

Desta forma é forçosa a anulação das cláusulas abusivas que não foram devidamente esclarecidas, sendo cabível sua reformulação de modo que seja garantido a consumidora o direito de saber o que fora acordado.

Portanto, o Réu não prestou a devida informação a consumidora, haja vista que, este solicitou por inúmeras vezes cópia do contrato, no entanto o Réu se nega a fornecer, impossibilitando o Autor de ter conhecimento de forma clara dos valores e números das parcelas que estão sendo descontados em seu contracheque.

2.3 - DOS JUROS ABUSIVOS E DA APLICAÇÃO DA CALCULADORA DO CIDADÃO

O Banco Central do Brasil por meio da Circular Nº 3.549/11 equiparou o contrato de Cartão de Crédito Consignado às demais operações de Empréstimo Consignado.

Nesse interim, o Autor celebrou contrato com o Réu em setembro de 2014, no valor entorno de R$ 2.259,47 ocorre que o Réu já efetuou o pagamento de 44 parcelas o que totaliza o importe de R$5.396,58, conforme planilha abaixo:

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1-Outubro 2014 132,91

2-Novembro 2014 139,67

3-Dezembro 2014 140,25

4-Janeiro 2015 140,25

5-Fevereiro 2015 140,25

6-Março 2015 140,25

7-Abril 2015 140,25

8-Maio 2015 140,25

9-Junho 2015 128,18

10-Julho 2015 127,48

11-Agosto 2015 134,34

12-Setembro 2015 139,17

13-Outubro 2015 139.03

14-Novembro 2015 136,86

15-Dezembro 2015 136,86

16-Janeiro 2016 137,68

17-Fevereiro 2016 137,68

18-Março 2016 137,68

19-Abril 2016 137,68

20-Maio 2016 137,09

21-Junho 2016 137,68

22 -Julho 2016 136,33

23-Agosto 2016 137,68

24-Setembro 2016 136,01

25- Novembro 2016 135,15

26- Dezembro 2016 140,25

27-Janeiro 2017 140,25

28-Fevereiro 2017 140,25

30-Abril 2017 140,25

31-Maio 2017 140,25

32-Junho 2017 140,25

33-Julho 2017 35,60

34-Agosto 2017 136,53

35-Setembro 2017 140,25

36-Outubro 2017 48,63

37-Novembro 2017 46,50

38- Abril 2018 136,19

39-Maio 2018 136,19

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40Junho 2018 66,50

41-Julho 2018 136,67

42-Agosto2018 133,47

43-Outubro 2018 125,46

44-Janeiro 2019 125,46

Total 5.396,58 Logo, a simples comparação entre a taxa de juros aplicada pela instituição financeira que foi em torno de 5% a.m. e a divulgada pelo Bacen para o mesmo período que foi de 2,14% a.m. demostra externa abusividade, lucro exagerado por parte do Réu e onerosidade excessiva ao consumidor, na medida em que a quitação do débito nunca ocorre.

Assim sendo, o contrato deve ser revisto para ser aplicada a taxa média dos juros estabelecidos pelo Bacen na época da contratação.

Do mesmo modo, verificou-se que a taxa média de juros utilizada pelo Banco Central, para o crédito pessoal consignado, na data do contrato era de 2,14% a.m.

Logo com a finalidade de conferir uma data limite para término dos descontos, há necessidade da utilização da calculadora do banco central,

conforme o disposto no site

https://www3.bcb.gov.br/CALCIDADAO/publico/calcularFinanciamentoPrest acoesFixas.do na guia calculadora do cidadão.

Assim para se chegar ao número de parcelas foram utilizados os seguintes parâmetros:

- Valor financiado R$2.259,47

- Taxa de juros de 2,14% a.m. praticada pelo Bacen na época do contrato;

- Valor médio das prestações descontadas no contracheque do autor que é R$122,64.

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Financiamento com prestações fixas Simule o financiamento com prestações fixas

Nº. de meses 23,68

Taxa de juros mensal 2,140000 % Valor da prestação

(Considera-se que a 1a. prestação não seja no ato)

122,64

Valor financiado (O valor financiado não inclui o valor da entrada)

2.259,47

Dessa forma, resta comprovado pelo cálculo acima que a dívida deveria ter sido paga em 23 parcelas no valor de 122,64 (duzentos e cinquenta e nove reais e setenta e nove centavos) cada, que totaliza o importe de R$2.820,72.

23 nº parcelas x 122,64 (valor médio) =2.820,72

Assim, somando da 1ª parcela até a 23ª se chega ao total pago de R$3.016,47, quando na verdade o Autor devia apenas R$2.904,11, sendo assim a partir da 23ª parcela o Réu começou a efetuar cobranças indevidas, sendo certo que da 23ª parcela já foi cobrado R$112,36 a mais do que era devido.

Assim foi cobrado a mais R$2.575,86 que devidamente atualizados importa o valor de R$2.608,50, conforme planilha abaixo:

MÊS VALOR DA

PARCELA

INDICE VALOR

CORRIGIDO 22-Saldo remanescente

Agosto .2016

112,36 1,0734663 120,61

24-Setembro 2016 136,01 1,0701488 145,55

25- Nov.2016 135,15 1,0674787 144,26

26- Dez.2016 140,25 1,0667320 149,60

27-Janeiro 2017 140,25 1,0652406 149,39

28-Fevereiro 2017 140,25 1,0607853 148,77

30-Abril 2017 140,25 1,0548699 147,94

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31-Maio 2017 140,25 1,0540267 147,29

32-Junho 2017 140,25 1,0502458 147,29

33-Julho 2017 35,60 1,0534061 37,50

34-Agosto 2017 136,53 1,0516183 143,57

35-Setembro 2017 140,25 1,0519339 147,53

36-Outubro 2017 48,63 1,0521443 51,16

37-Nov. 2017 46,50 1,0482657 48,74

38- Abril 2018 136,19 1,0386758 141,45

39-Maio 2018 136,19 1,0364991 141,16

40Junho 2018 66,50 1,0320613 68,63

41-Julho 2018 136,67 1,0175109 139,06

42-Agosto2018 133,47 1,0149734 135,46

43-Outubro 2018 125,46 1,0119376 126,95

44-Janeiro 2019 125,46 1,0090194 126,59

Valor cobrado indevidamente atualizado

2.608,50

Em dobro 5.217,00

2.4 - DA MÁ-FÉ E DA DEVOLUÇÃO EM DOBRO

O RÉU COBROU INDEVIDAMENTE a importância de R$2.575,86, sendo certo que o Autor pagou a referida quantia, conforme comprovado por meio dos contracheques juntados aos autos.

Assim, os valores cobrados indevidamente pelo Réu deverão ser devolvidos, devidamente atualizados e EM DOBRO no importe total de R$5.217,00, conforme dispõe a legislação consumerista, no parágrafo único do artigo 42, in verbis:

Art. 42...

Parágrafo único. O consumidor cobrado em quantia indevida tem direito à repetição do indébito, por valor igual ao dobro do que pagou em excesso, acrescido de correção monetária e juros legais, salvo hipótese de engano justificável.

Ademais, não há que se falar em hipótese de engano justificável ou em ausência de má-fé do Réu, porquanto não haja justificativa plausível para exigir do consumidor vantagens manifestadamente excessiva e que

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como tais têm sido reiteradamente consideradas pela Turma Recursal do Estado do Amapá como indevida.

As centenas de decisões desfavoráveis não desmotivam o Réu e tantas outras instituições financeiras quanto a suas práticas abusivas referente ao que esta sendo questionado pelo Autor, sendo que, continuam repetidas em tantos outros contratos da mesma natureza e, assim permanecerão, sujeitando o consumidor as imposições características de um contrato de adesão e sua condição de hipossuficiência em face de instituição com que contrata.

É inquestionável que o Réu agiu com o dolo de causar evidente prejuízo o Autor e, por consequente, descumprindo as normas previstas no CDC, devendo este ser restituído em dobro pelos descontos indevidos.

Cumpri consignar que esse tem sido o entendimento da Turma Recursal do Estado do Amapá, em diversos julgados semelhantes ao ora pleiteado, vejamos:

CIVIL. CDC. BANCO. CONTRATAÇÃO DE EMPRÉSTIMO MEDIANTE LIBERAÇÃO DE VALOR VIA CARTÃO DE CRÉDITO. CONTRATO QUE NÃO ESTABELECE A QUANTIDADE DE PARCELAS PARA QUITAÇÃO DA DÍVIDA. OFENSA À BOA FÉ OBJETIVA. ATO ILÍCITO CONFIGURADO.

HIPOSSUFICIÊNCIA E VULNERABILIDADE DO CONSUMIDOR. UTILIZAÇÃO DA CALCULADORA DO CIDADÃO PARA APURAÇÃO DO VALOR DA DÍVIDA, COM INCIDÊNCIA DA TAXA DE JUROS DE CRÉDITO PESSOAL À ÉPOCA DO CONTRATO.

RESTITUIÇÃO EM DOBRO DOS VALORES EVENTUALMENTE COBRADOS A MAIOR. USO DA FUNÇÃO CRÉDITO DO CARTÃO. MANUTENÇÃO DOS JUROS DO CRÉDITO ROTATIVO. DANOS MORAIS. NÃO CONFIGURAÇÃO. RECURSO CONHECIDO E PROVIDO EM PARTE. 1) Considerando que a decisão de afetação proferida nos Recursos Especiais 1.585.736/RS e 1.517.888/RN limitou-se aos recursos em trâmite na Segunda Seção daquela Corte Superior, revoga-se a decisão de ordem 51. 2) O

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conjunto probatório dos autos revela que houve a contratação de um empréstimo pela autora mediante liberação de valor via cartão de crédito, cujos descontos foram efetuados em sua folha de pagamento sob a rubrica "Cartão BMG", dedução para a qual não houve fixação de número máximo de parcelas, a teor do contrato constante no movimento 16 dos autos, o que revela a existência de ofensa à boa-fé objetiva, vez que não foi devidamente esclarecido ao consumidor os termos estabelecidos para o cumprimento da obrigação. 3) Considerando que a realização de operações dessa natureza deve informar de forma clara o valor e a quantidade das parcelas a serem adimplidas, sob pena de se criar uma dívida interminável a ser arcada pelo consumidor, parte hipossuficiente e vulnerável frente o prestador do serviço, entende-se por cabível a utilização, no presente caso, da calculadora do cidadão, ferramenta de cálculo disponibilizada no site do Banco Central do Brasil, a fim de se estabelecer o valor da parcela a ser paga pelo reclamante para a quitação do débito referente ao empréstimo/saque efetuado junto a instituição financeira ré, utilizando-se a taxa de juros aplicada aos contratos de crédito pessoal pelo requerido à época do contrato ora contestado (16/09/2011). 4) Assim, com base nas informações trazidas aos autos quanto ao valor financiado (R$ 4.597,00), o número de parcelas informadas pela autora na inicial (17 prestações), bem como a taxa de juros de 2,58% a.m., o valor da prestação referente ao empréstimo/saque perfaz R$ 337,45 (trezentos e trinta e sete reais e quarenta e cinco centavos), totalizando a dívida, portanto, o valor de R$ 5.

736,65 (cinco mil, setecentos e trinta e seis reais e sessenta e cinco centavos). 5) O valor já pago deverá ser apurado na fase de liquidação da

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sentença, mediante apresentação, pela parte autora, de planilha de cálculo e contracheques referentes ao período de setembro de 2011 (mês de celebração do contrato) até a data do último desconto efetuado. Havendo cobrança de valores a maior pelo requerido, este deverá efetuar o ressarcimento em dobro ao reclamante, com atualização nos termos já estabelecidos pelo d. juízo de primeiro grau. 6) De outro giro, dentre os documentos juntados aos autos estão, além do contrato, várias faturas (ordem 16) que indicam a realização de inúmeras compras com o uso do cartão de crédito pelo autor, sem prova do pagamento integral de tal dívida, mas tão somente o desconto de valores mínimos em folha de pagamento. Portanto, quanto às compras com o cartão de crédito, deverá ser mantida a taxa de juros de crédito rotativo informada no contrato, podendo a parte credora buscar os meios legais para a sua cobrança. 7) Danos morais: Não obstante os aborrecimentos sofridos pelo reclamante em razão do ato ilícito praticado, tem-se que, in casu, não restou configurada a alegada ofensa à sua imagem e honra a reclamar reparação. 8) Recurso conhecido e provido em parte, para determinar que a apuração do valor eventualmente devido à autora em razão do empréstimo contratado seja realizada na fase de liquidação da sentença, mediante apresentação de planilha de cálculo e contracheques referentes ao período de setembro de 2011 (mês de celebração do contrato) até a data do último desconto efetuado, bem como afastar a condenação imposta a título de danos morais. 9) Sentença parcialmente reformada.

(RECURSO INOMINADO. Processo Nº 0007866- 42.2016.8.03.0001, Relator CESAR AUGUSTO SCAPIN,

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TURMA RECURSAL DOS JUIZADOS ESPECIAIS, julgado em 29 de Junho de 2017)

3 - DOS PEDIDOS

Diante de todo exposto requer a Vossa Excelência:

1. A citação do Réu, para comparecer à audiência de conciliação, instrução e julgamento e, querendo oferecer contestação, sob pena de revelia, confissão ficta e julgamento antecipado da lide;

2. Requer a inversão do ônus da prova, nos termos do artigo 6º, inciso VIII, do Código de Defesa do Consumidor; para que o Réu junte aos autos, uma via do CONTRATO ASSINADO PELO AUTOR, bem como a PLANILHA FINANCEIRA.

3. Declarar a nulidade do Contrato de Adesão e o cartão nºxxxxxx, por se tratar de típico contrato de mutuo disfarçado sob a forma de cartão de crédito com o intuito de ludibriar o consumidor para a cobrança de juros exorbitantes;

4. Requer ainda que seja excluído do encargo mensal o pagamento mínimo da suposta dívida e os juros capitalizados, equiparando o contrato/empréstimo a operações de empréstimo consignado, conforme a circular nº 3.549/11 do BACEN;

5. Requer que seja reduzido juros remuneratórios à taxa mensal de 2,14% a.m. ou como pedido sucessivo a taxa média do mercado;

6. Seja reconhecido o direito do Autor de ter de volta os valores que lhe foram ilicitamente descontados dos seus contracheques no importe de R$2.608,50, que em dobro totalizando o valor de R$5.217,00, devendo o referido valor ser corrigido e atualizado mediante a aplicação de correção monetária (pelo INPC) e juros moratórios (1% ao mês), calculados a partir da data em que os prejuízos foram efetivamente causados, consoante à legislação e a jurisprudência aplicável à espécie.

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7. Requer ainda que o Réu seja condenado a restituir em dobro todos os valores que forem descontados indevidamente dos seus contracheques no CURSO DESTA DEMANDA.

8. Requer que seja declarada a nulidade e a rescisão do contrato de empréstimo sob a chancela de cartão de crédito, por se tratar de empréstimo vitalício e que fere o princípio da dignidade da pessoa humana e que seja reconhecida a quitação da dívida e, por conseguinte, requer o cancelamento definitivo dos descontos no contracheque do Autor sob a rubrica de PANAMERICANO CARTÃO.

Protestando provar o alegado por todos os meios de provas em direito admitidos, especialmente os documentos ora juntados, a oitiva de testemunhas, além do depoimento pessoal do Autor, que desde logo requer.

Dar-se, à presente causa o valor de R$5.217,00(cinco mil duzentos e dezessete reais).

Macapá 4 de março de 2019.

KATIANE MARINHO CARVALHO OAB/AP15-7-B

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Calculadora do cidadão Acesso público 25/03/2019 - 08:41

Início Calculadora do cidadão Financiamento com prestações fixas [CALFW0401]

Financiamento com prestações fixas

Simule o financiamento com prestações fixas Nº. de meses

Taxa de juros mensal %

Valor da prestação (Considera-se que a 1a. prestação não seja no ato) Valor financiado (O valor financiado não inclui o valor da entrada)

Exemplos de cálculo:

Cálculo do tempo Cálculo do juro Cálculo da prestaçãoCálculo do valor total

Um cidadão está devendo R$

2000,00, tendo ficado acertado que o tomador irá pagar juros de 1% ao mês. Sabendo que as parcelas serão de R$ 261,50, em quanto tempo o empréstimo será quitado?

Um cidadão está pensando em comprar um bem que custa à vista R$

750,00. O vendedor oferece a opção de pagar em 10 parcelas fixas de R$

86,00, sem entrada.

Qual a taxa de juros embutido no

financiamento?

A um cidadão é oferecido um bem no valor de R$

1290,00. Para esse pacote, existe a opção de pagar em 4 prestações mensais fixas sem entrada, com taxa de juros de 1,99%

ao mês. Qual o valor da prestação?

Um bem está sendo vendido em 24 parcelas fixas R$

935,00. Sabendo que a taxas de juros anunciada é de 1,99% ao mês, qual o valor do bem?

Taxa de juros mensal = 1%

Valor da prestação = 261,50

Valor financiado = 2000

Clique em 'Calcular' para obter o nº de meses.

Nº de meses = 10 Valor da

prestação = 86 Valor financiado = 750

Clique em 'Calcular' para obter a taxa de juros mensal.

Nº de meses = 4 Taxa de juros mensal = 1,99 Valor financiado = 1290

Clique em 'Calcular' para obter o valor da prestação.

Nº de meses = 24 Taxa de juros mensal = 1,99 Valor da

prestação = 935 Clique em 'Calcular' para obter o valor financiado.

BCB - Calculadora do cidadão https://www3.bcb.gov.br/CALCIDADAO/publico/calcularFinanciame...

1 of 1 25/03/2019 08:42

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