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Faculdade de Economia Da universidade de Coimbra

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Faculdade de Economia Da universidade de Coimbra

Licenciatura em sociologia

Fontes de informação sociológica

Paulo Carvalho De Sá Nº20070938 Coimbra, 2007

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Assédio sexual e moral no local de trabalho

“ A diferença salarial entre homens e mulheres é hoje maior do que há 20 anos, quando Portugal aderiu à então Comunidade Económica Europeia, e agravou-se nos tempos mais recentes. Além disso, e apesar de todos os salários terem subido, a disparidade entre os salários mais elevados e mais baixos disparou, especialmente desde 2002”

(Jornal de Negócios, 2007)

“O facto de ser mulher implicava, em 1985, um corte de cerca de 13%

face ao salário de um homem a desempenhar as mesmas funções.

Vinte anos depois, esta diferença passou a 16%”

(Jornal de Negócios, 2007)

Docente: Dr. Paulo Peixoto

Trabalho realizado no âmbito da cadeira semestral de Fontes de Informação Sociológica.

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Índice:

 

1-   Introdução...1  

2-   Desenvolvimento ...2  

2.1- Estados das Artes ...2  

2.2- Processo de Pesquisa das Fontes de Informação...8  

2.3- Avaliação da página de internet ...9  

2.4- Ficha de leitura... 11  

3-   Conclusão ...18  

4-   Referências Bibliográficas...19  

ANEXOS:

Anexo A

Página de internet avaliada Anexo B

Capítulo do livro da ficha de leitura

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Assédio sexual e moral no local de trabalho  2007 

1

Introdução 

A elaboração deste trabalho realiza-se no âmbito da cadeira de Fontes de Informação Sociológica, uma cadeira da Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra, no curso de Sociologia.

Sendo assim, escolhi um dos temas propostos pelo docente, Dr.

Paulo Peixoto, o Assédio Sexual e Moral no local de trabalho.

A escolha deve-se ao facto de, hoje em dia, haver uma grande desigualdade nos cargos que a mulher e o homem desempenham no seu trabalho. Não sendo apenas uma questão sexual mas também moral.

Este é um tema que me desperta interesse, por isso a minha vontade de aprofundar os meus conhecimentos nesta área.

Na maioria dos casos as pessoas não têm coragem de denunciar, nem muitas vezes de falar sobre o assunto, o que provoca mais vítimas deste tipo de assédio. Devido a este tipo de “encobrimento da verdade” as entidades competentes não podem fazer nada a este respeito. Este tipo de assédio pode-se tornar muito problemático, não só no que diz respeito ao ambiente no trabalho, mas também na vida pessoal da pessoa assediada.

Com isto, procuro aprofundar o tema e para realizar uma pesquisa mais completa, a página da internet escolhida por mim vai-me ajudar bastante nesse sentido.

O meu trabalho será estruturado primeiramente pelo Índice, depois pela Introdução, seguida do desenvolvimento, onde se encontra o Estudo das Artes e o Processo da Pesquisa das fontes de informação às quais recolhi para abranger a maior quantidade de informação sobre este tema, através de livros, da internet, de jornais, etc.

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Assédio sexual e moral no local de trabalho  2007 

2

Desenvolvimento 

2.1- Estados das Artes

“Enquanto o homem e a mulher não se reconhecerem como semelhantes, enquanto não se respeitarem como pessoas em que, do ponto de vista social, política e econômico, não há a menor diferença, os seres humanos estarão condenados a não verem o que têm de melhor: a sua liberdade.”

(Simone de Beauvoir)

A palavra “assédio” leva-nos quase imediatamente a uma associação, a um conteúdo sexual. Este fenómeno em si, não é novo, contudo a sua discussão e a sua denúncia no local de trabalho, constituem uma novidade. Está ligado a uma desqualificação de uma pessoa por outra, podendo conduzir, ou não, ao assédio sexual.

(Amâncio, 1994)

Assim, “assédio”, na língua Portuguesa significa insistência oportuna, junto de alguém, com perguntas, propostas, pretensões ou outra forma de abordagem forçada. Com isto é necessário explicar de forma detalhada os seguintes conceitos “assédio sexual” e “assédio moral”. Este trabalho, em particular, incidirá sobre a diferença entre estes dois conceitos no local de trabalho. A pesquisa foi efectuada em livros, na Faculdade De Economia, em jornais e na internet. Com isto, tinha como objectivo focar-me naqueles dois conceitos e tirar a maior informação válida sobre eles. (Freitas, 2001)

Então, o trabalho vai incidir sobre os principais tópicos:

Assédio Sexual

Assédio Moral

Manifestação do Assédio Sexual e Moral consoante o género

Estratégias do agressor

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Assédio sexual e moral no local de trabalho  2007 

3 Assédio Sexual

“O assédio torna-se possível porque ele é precedido de uma desqualificação da vítima, que é aceita em silêncio ou endossada pelo grupo”

Maria Ester Freitas

Em relação ao assédio sexual, a sua prática não é nova, a novidade é a sua discussão, e a procura de resolução para esta problemática.

Mas o que é o Assédio sexual?

Constitui, em especial, assédio todo o comportamento indesejado de carácter sexual, sob forma verbal, não verbal ou física, com o objectivo de afectar a dignidade da pessoa ou criar um ambiente intimidativo, hostil, degradante, humilhante ou desestabilizador. (C.I.T.E., 1979)

(N.º 3 do artigo 24.º do Código do Trabalho aprovado pela Lei n.º 99/2003, de 27 de Agosto)

A maior participação da mulher no mercado laboral e a maior liberalização dos costumes provocaram uma mudança nos domínios, anteriormente ditos masculinos, especialmente em locais de trabalho.

Não há muito pouco tempo a mulher que era bem sucedida no trabalho era mal vista. Hoje, essas mulheres conseguiram ampliar a sua participação no mercado, mas a situação continua igual. Vivemos numa sociedade, particularmente, machista. Mas, a necessidade de contemplar o orçamento doméstico levou à reivindicação de direitos iguais, que por sua vez conduziram a uma maior aceitação das mulheres no local do trabalho. (Hirigoyen, 2002)

A Constituição Portuguesa estipula, que incumbe ao Estado garantir o direito ao trabalho assegurando igualdade de oportunidades

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Assédio sexual e moral no local de trabalho  2007 

4 na escolha da profissão para que não seja limitado, em função do sexo, o acesso a qualquer trabalho. Assim, existe uma lei que reivindica isso mesmo:

“O decreto – lei nº392/79, de 20 de Setembro (alterado pelo Decreto – lei nº426/88, de 18 de Novembro), pretende garantir às mulheres a igualdade com os homens em oportunidades e tratamento no trabalho e no emprego”

O aspecto mais visível nas situações de assédio sexual é que não se trata de relações iguais. Verificamos, então que se trata de relações desiguais, isto porque um dos elementos dispõe de formas de penalizar o outro. Esta constitui não apenas um convite constrangedor, mas também explicita a diferença entre convite e intimidação. Isto porque diante desta situação, a resposta não pode ser negativa, pois irá penalizar a pessoa em questão. Como é no caso do patronato, onde verificamos que várias mulheres passam por essa situação e não divulgam ou não expõem os seus problemas, com medo do seu provável despedimento. (Wikipédia, 2006a)

No entanto, há leis que protegem estas situações, como é o exemplo da lei transcrita acima (N.º 3 do artigo 24.º do Código do Trabalho aprovado pela Lei n.º 99/2003, de 27 de Agosto).

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Assédio sexual e moral no local de trabalho  2007 

5 Assédio Moral

“As organizações são, intrinsecamente, espaços de comportamento controlado e é do seu absoluto

interesse coibir atitudes que possam prejudicar o seu melhor rendimento e a sua imagem”

Maria Ester Freitas Tal como o assédio sexual, o assédio moral não é um fenómeno novo, pode-se dizer que é tão velho quanto o trabalho. A novidade desta matéria reside na intensificação, na gravidade, amplitude de fenómeno e na banalidade que este representa hoje em dia. (Freitas, 2001) Mas afinal o que é o Assédio Moral?

É a exposição dos trabalhadores e\ou trabalhadoras a situações humilhantes, que se repetem durante o período laboral e no exercício das funções. São mais comuns situações em que um ou mais chefes têm este tipo de atitudes sob os seus subordinados, destabilizando a relação da vítima com o ambiente de trabalho, o que pode levar com que esta desista do emprego. (Wikipédia, 2006b)

O assédio moral caracteriza-se pela degradação das condições de trabalho, constituindo uma experiência que traz prejuízos práticos e emocionais ao trabalhador. A vítima escolhida é isolada do grupo sem explicações. Estes, com medo do despedimento, de represálias, ou vergonha não tomam qualquer iniciativa e “colaboram”, num pacto de silêncio que os vai fragilizando no seu dia – a – dia. (Barreto, 2004)

A humilhação repetitiva vai fazer com que o trabalhador não evolua nas relações laborais, tal como nas suas funções.

A violência moral constitui um fenómeno internacional, segundo o levantamento da OIT (Organização Internacional do Trabalho). (Calvo, 2001)

“O agressor pode engrandecer-se rebaixando o outro, sem culpa e sem sofrimento; trata-se da perversão moral”

Maria Ester Freitas

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Assédio sexual e moral no local de trabalho  2007 

6 Manifestação do Assédio Sexual e Moral consoante o género

Na perspectiva masculina, o homem assediado, situação que não é muito frequente, o homem é intitulado como o sexo forte, isto por estar sempre à frente nas relações de comunhão.

O homem, geralmente, não compreende as investidas femininas mesmo que indesejáveis, como o assédio e imagina que quem “passou das marcas” foi ele próprio.

Outro ponto importante é a humilhação que o homem sofre ao ser colocado no papel de vítima, já que toda a vida foi educado para ser “predador” e não a vítima. Por isso, para o homem, o assédio não é tão bem aceite como a mulher “aceita”. Apesar de se tratar do mesmo tipo de violência, contra a sua própria vontade, contra a dignidade humana.

Na perspectiva feminina, a mulher aceitou o assédio sexual como um “mal – entendido”, isto porque foi educada para alcançar os objectivos, em relação ao sexo oposto, com a sua sensualidade. Com a evolução ao longo dos tempos verificou-se que a capacidade intelectual feminina é tão suficiente quanto a do sexo oposto e que a sensualidade deve ficar restrita no campo sentimental. (Botão, 1989)

Além disso, o homem acredita que a mulher está a seu dispor. Isto devido ao rótulo que se pôs desde inicio à mulher, como frágil e submissa. Mas, a mulher tem meios de rejeitar o assédio, mas não judicialmente, isto porque não existe lei que trate, especificamente, do assédio.

Concluindo, podemos dizer que não culpamos uma pessoa que é assaltada porque levava dinheiro na bolsa, não podemos dizer que uma mulher, pela maneira de se vestir ou de exprimir, encoraje o assédio sexual. (Freitas, 2001)

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Assédio sexual e moral no local de trabalho  2007 

7 Estratégias do agressor

Escolher a vítima e isolá-la do grupo.

Impedir de se expressar e não explicar o porquê.

Desestabilizar emocional e profissionalmente. Com isso a vítima vai perdendo, simultaneamente, sua autoconfiança e o seu interesse pelo trabalho.

Destruir a vítima com mecanismos de vigilância acentuada e constante. A meta é isolá-la da família e amigos, que em decorrência desse método passa muitas vezes a usar drogas, especialmente bebidas alcoólicas.

Forçar uma situação para que a vítima peça demissão, ou seja, demitida por insubordinação.

Impor ao colectivo uma autoridade com vistas a aumentar a produtividade.

(Fenae, 2001)

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Assédio sexual e moral no local de trabalho  2007 

8 2.2- Processo de Pesquisa das Fontes de Informação

Após a escolha do tema, Assédio sexual e moral no local de trabalho, resolvi procurar de imediato um livro que fosse adequado à realização de uma ficha de leitura. O resto da pesquisa foi efectuada em páginas da internet e em livros que eu achei credíveis. Ao encarar o meu tema, já referido, tive que restringir o meu estudo. Para tornar a pesquisa mais pormenorizada separei os conceitos, “assédio sexual”,

“assédio moral” e “assédio moral no trabalho”, de onde retirei a página que critiquei. Utilizei o motor de pesquisa que acho mais fácil de usar, o

“Google”. Com isto, consegui obter páginas de internet com informação bastante interessante e disponível. Na pesquisa do 1º conceito obtive 58.200 resultados, na 2ª pesquisa obtive 85.200 resultados, finamente, na 3ª pesquisa obtive 60.500.

Ao pesquisar deparei-me com certos obstáculos, como por exemplo, de haver uma vasta quantidade de informação em brasileiro, que não era muito credível. Assim, fiz uma nova pesquisa, desta vez uma “pesquisa avançada”, aplicando um filtro à linguagem. Tendo na 1ª pesquisa obtido 53.800 resultados, na 2ª pesquisa obtive 710.000 resultados e na 3ª pesquisa obtive 60.200 resultados. Mas, tenho que referir que debrucei-me em algumas páginas da internet brasileiras para realizar o meu trabalho. Páginas estas que tinham informação muito relevante.

O meu trabalho, tal como já referi, também se baseou através da pesquisa no catálogo da biblioteca da Faculdade de Economia, utilizando a “pesquisa avançada”. Aqui coloquei o conceito “assédio sexual”, como referência. É de referir que quando colocado “assédio moral” não me eram dado resultados. Na FEUC obtive 6 registos, no entanto só 5 me pareceram relevantes para a realização do trabalho.

Visto que 3 livros eram em inglês, eu exclui-os de imediato e utilizei apenas os restantes.

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Assédio sexual e moral no local de trabalho  2007 

9 2.3- Avaliação da página de internet

Do trabalho por mim realizado, destaquei uma página de internet que tem informações muito importante, e relevante, que me ajudou muito a elaborar o mesmo. A página seleccionada por mim para avaliar é «http://www.assediomoral.org/site/», que nos fala mais precisamente sobre o assédio moral, um dos elementos fulcrais do meu trabalho. Esta página é muito rica, no que diz respeito à informação dada a conhecer. A página em questão é muito boa, no sentido que oferece inúmeras informações relativas ao tema. Além de se remeter a um tema actual, esta página está ao alcance de todos, sendo acessível e de boa leitura.

Relativamente ao tema em si, são usados termos técnicos e leva- nos a reflectir sobre aspectos ligados a este tipo de assédio. Quanto ao aprofundamento do tema, a página fornece informação bastante preciosa, desde a explicação do conceito, “assédio moral”, às fases da humilhação consequentes desse assédio, às estratégias do agressor, os espaços da humilhação, entre outros.

Como já referi, a navegação nesta página é muito fácil, tendo na página principal tudo ao nosso dispor, informação sobre o assédio moral, lançamentos de livros e revistas sobre o tema. Dá-nos a conhecer não só os eventos (seminários, conferências, etc.) sobre o tema em questão, como a legislação, leis aprovadas e projectos de lei, notícias, informação, tal como endereços, e hiperligações de outras páginas com conteúdo sobre o tema.

Como se pode verificar, o conteúdo referido na página é bastante aprofundado, respondendo às questões que, eventualmente, se poderá ter em relação à temática. Mas, de certa forma a informação presente na página não é muito abrangente, visto que não se faz referência a outro tipo de assédios.

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Assédio sexual e moral no local de trabalho  2007 

10 Relativamente às fontes, a informação prestada na página parece-me fiável, visto que apresenta conteúdo legislativo e além disso nos remete para a origem dos textos de onde foram retirados.

Se houver alguma questão a colocar relativamente à página, ou dar uma opinião ou mesmo querer colocar um artigo na página, existe um correio electrónico que se pode, a qualquer momento, contactar (correio@assediomoral.org).

A última actualização da página foi em Julho de 2004, o que não a beneficia, visto que estamos quase em 2008, o que pode tornar alguns dos temas desactualizados, o que é uma característica negativa da página. Já em relação ao texto apresentado na página, a qualidade é boa, tal como a forma de escrita, estando acessível a todas as idades. A nível estético, os desenhos e a gráfica é muito simples, tendo o fundo azul claro, não dificultando a leitura, nem a observação da própria página.

Concluindo, a página, apesar da sua desactualização, é muito boa, oferecendo informação muito importante, dando também oportunidade aos leitores de opinarem sobre ela.

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Assédio sexual e moral no local de trabalho  2007 

11 2.4- Ficha de leitura

Título da publicação:

O Assédio no Trabalho: como distinguir a verdade

Autor:

Marie-France Hirigoyen

Local onde se encontra:

Biblioteca Geral de Coimbra

Data da publicação:

2002

Local da edição:

Lisboa

Editora:

Pergaminho, Lda.

Título do capítulo:

O que não é assédio

Cota:

7-75 A-1-20 Data de leitura:

Dezembro de 2007

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Assédio sexual e moral no local de trabalho  2007 

12 Nº de páginas:

16 Páginas

Assunto:

Assédio moral no trabalho

Neste capítulo tenta-se perceber o que é assédio moral e o que não é.

Palavras-chave:

Stress, pressões relacionadas com o trabalho, conflito aberto, desentendimentos, agressões ocasionais, brutalidade dos gestores, más condições de trabalho, violência externa, violência física, violência sexual, constrangimentos profissionais.

Observações:

Nenhuma a registar.

Notas sobre a autora:

Marie-France Hirigoyen nasceu em França em 1949, é psiquiatra, psicanalista e psicoterapeuta familiar. Tem uma formação em Apoio à Vitima tirada nos Estados

Unidos e na França, empreendendo-lhe o interesse na área do assédio moral. Trabalha em acções de formação com médicos do trabalho e de quadros de empresas públicas e privadas.

Participa também em grupos de reflexão sobre o

alcance do assédio moral e divulga o assunto junto de diversas instituições e centros de formação. Doutorada em medicina desde 1978, Marie-France, começa, em 1985, a participar em seminários e conferencias sobre a gestão do stress.

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Assédio sexual e moral no local de trabalho  2007 

13 Capitulo 1

O que não é o assédio sexual Stress

Primeiro de tudo, deve-se fazer uma distinção entre o assédio e o stress profissional. O stress é, antes de mais, um estado biológico e é importante referir que as situações sociais e sociopsicológicas são origem do stress. O criador do conceito

“stress”, Hans Selye, diz que é constituído pelo agente “stressante”

e pela relação da pessoa submetida a esse mesmo agente. No nosso dia-a-dia entendemos stress como excessos e más condições de trabalho.

É preciso sublinhar que o assédio moral é muito mais do que o stress, ainda que exista uma fase de stress. Essa fase acontece quando surge da parte da pessoa assediada um isolamento moderado e a agressão, no que diz respeito às condições de trabalho. Por exemplo, se uma pessoa tem um excesso de trabalho e não tem os meios suficientes para cumprir esse mesmo trabalho. As consequências a nível da saúde, neste caso, são gravíssimos, sobretudo, quando a pessoa se recusa a perceber o que se passa consigo, o que prolonga o sofrimento.

A fase do assédio moral, propriamente dito, acontece quando a pessoa visada se apercebe do que se está a passar, quando a recusa de comunicação se verifica e as críticas a respeito do seu trabalho tornam-se maldosas, existindo intenção de magoar.

A princípio tende-se a mudar o curso das coisas e a não acreditar que tal má vontade seja possível. Assim, essa pessoa

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Assédio sexual e moral no local de trabalho  2007 

14 começa a abrir uma ferida que nada tem a ver com o stress, começando-se a sentir desiludida com a empresa e com os seus colegas. Com isto verificamos que o assédio é destruidor pela sua própria natureza, enquanto o stress só se torna destruidor pela excessiva carga.

As virtudes do conflito

É igualmente importante distinguir assédio moral do conflito.

Terá que se referir que se há assédio moral é porque nunca houve conflitos. Isto porque num conflito as censuras são expressas, é como se fosse uma “guerra aberta”. Por outro lado, numa situação de assédio, estão coisas ocultas, que não se dizem, esconde-se.

Um conflito é uma forma de pôr as coisas, que estão em discussão, a funcionar de outra maneira. Nesta situação, o conflito não se resolve, tende a alargar-se com a procura de novos aliados, prolongando-se, podendo transitar para atitudes de assédio moral.

Hoje em dia, os conflitos são de menor número, havendo mais sofrimento individual: stress, fadiga, ansiedade, depressão, assédio moral. Cada um sofre no seu canto sem puder partilhar a sua dor com o grupo.

O conflito implica dois indivíduos que estejam em pé de igualdade, já no assédio moral não se trata de uma relação de igualdade, mas de uma relação dominador – dominado. Esta relação é caracterizada pela dominação psicológica do agressor e de uma submissão forçada da vítima. O outro é desvalorizado, à priori, consoante a sua orientação sexual, falta de competências ou até mesmo pela sua posição hierárquica.

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Assédio sexual e moral no local de trabalho  2007 

15 Brutalidade dos gestores

Chama-se brutalidade dos gestores ao comportamento de certos dirigentes que põem os seus subordinados a pressões terríveis e os tratam de forma violenta, provocando-os e insultando-os.

Enquanto no assédio moral os comportamentos são incultos, a violência destes dirigentes é visível para todos. Assim, é necessário que os trabalhadores reajam e tomem alguma atitude perante a forma como os dirigentes os tratam.

Quando um chefe assedia um indivíduo pode-se dizer que se passou de uma brutalidade de um gestor para um assédio moral.

As agressões ocasionais

O assédio moral é caracterizado pela repetição. Ou seja, são atitudes, palavras ou comportamentos que são considerados separados, mas cuja repetição é destruidora. Não se pode, por isso, limitar um mínimo, uma vez que a gravidade do assédio não se mede pela sua duração. Determinadas atitudes podem destruir qualquer um em menos de seis meses.

Assim, o termo assédio moral não qualifica uma atitude agressiva da ocasião ou ocasional por parte de um chefe, ainda que essas agressões tenham elevadas consequências para a vítima.

Uma agressão ocasional é um acto de violência, não fazendo parte de um assédio moral, a menos que seja antecedida de várias pequenas agressões.

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Assédio sexual e moral no local de trabalho  2007 

16 Outras formas de violência

Há outras formas de violência que não podem ser consideradas assédio moral, tragam as consequências que trouxerem, tal como:

- A violência externa, provenha de faltas de civilidade ou de uma agressão à força armada. Nestes casos a agressão provém do exterior, por isso não é assédio moral.

- A violência física não é assédio moral, ainda que no próprio assédio ainda existem situações em que podem chegar a este ponto.

- A violência sexual, que já faz parte do código penal, não é um assédio moral. Neste caso é importante fazer a distinção entre assédio moral e assédio sexual, ainda que uma passagem de um para outro seja frequente.

As más condições de trabalho

É difícil distinguir o assédio moral das más condições de trabalho. Trabalhar num escritório com má iluminação e uma cadeira partida não faz parte de um assédio moral. O mesmo acontece quanto ao excesso de trabalho que só se torna assédio se se perder o controlo e a finalidade, consciente e inconsciente, for quebrar a vontade do trabalhador.

A dificuldade em distinguir estes dois casos é que na maioria das vezes o assédio moral é de tal forma subtil que a degradação das condições de trabalho de um individuo só surge de maneira relativa, comparando com a situação dos colegas.

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Assédio sexual e moral no local de trabalho  2007 

17 Constrangimentos profissionais

O assédio moral é um abuso, não deverá ser confundido com as decisões legítimas. Isto no que diz respeito à organização do trabalho. Do mesmo modo as criticas e a avaliação do trabalho prestado não constituem um assédio, visto que à partida não é para exercer represálias. É um elemento em qualquer trabalho que comporta um certo grau de constrangimento e de dependência.

São vários os contratos de trabalho que têm cláusula que contêm objectivos a serem atingidos e que consequentemente mantêm uma pressão sobre os trabalhadores que a todo custo tentam cumprir essas mesmas cláusulas, sejam quais forem as consequências para a sua saúde.

É necessário estar ciente que certas pessoas, pouco motivadas pelo seu trabalho, se sentem assediadas quando as criticam pelo seu trabalho, tentando apenas estimulá-las.

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Conclusão 

A realização deste trabalho, que veio no âmbito da cadeira de Fontes de Informação Sociológica, tratou da temática

“Assédio sexual e moral no local de trabalho”. Este tema requer muita pesquisa, só ai demonstra a dificuldade no que consta à aquisição e tratamento da informação.

Além das dificuldades ultrapassadas, o meu trabalho baseou-se, sobretudo, em fontes encontradas nas páginas da internet, só em poucas ocasiões é que me guiei pela informação que se encontrava nos livros e nos jornais. Isto porque a informação que encontrava nos catálogos das bibliotecas ou não era relevante, ou era material estrangeiro.

Para ultrapassar as dificuldades que fui encontrando ao longo do meu trabalho fui-me seguindo pela página da internet da cadeira de Fontes de Informação Sociológica, cedido pelo docente que lecciona a mesma cadeira.

Nomeadamente, sobre o tema em si, optei por falar mais no assédio moral, porque a meu ver é um assunto pouco falado e com isto tentei perceber de uma melhor forma este fenómeno.

Concluindo, espero ter cumprido os objectivos da cadeira, no que diz respeito a este trabalho académico. Este trabalho não só foi realizado nessa perspectiva, mas também com o objectivo de aprofundar os meus conhecimentos nesta área o que, a meu ver, consegui.

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Referências Bibliográficas 

1. Livros

Amâncio, Lígia Barros Queiroz e Lima, Maria Luísa Pedroso (1994), Inquérito nacional sobre Assédio sexual no mercado de trabalho:

relatório final. Lisboa: CITE

Botão, Maria Alice (1989), Assédio sexual no local de trabalho. Lisboa:

Comissão da Condição Feminina

Hirigoyen, Marie (2002), O que é assédio moral, in Marie France Hirigoyen (org.), O assédio no trabalho: como distinguir a verdade. Lisboa:

Pergaminho, 16-31

2. Páginas de internet

Barreto, Margarida e Gervaiseau, Maria (2004), O que é assédio moral.

Página consultada a 22 de Dezembro de 2007, disponível em:

http://www.assediomoral.org/site/

Calvo, Adriana c. (2001), O assédio sexual e o assédio moral no ambiente de trabalho. Página consultada dia 21 de Dezembro de 2007, disponível em:

http://www.saudeetrabalho.com.br/download/assedio-calvo.pdf

Comissão para a igualdade no trabalho e no emprego (1979), Assédio Sexual. Página consultada a 26 de Dezembro de 2007, disponível em:

http://www.cite.gov.pt/cite/Conceitnorm/conceitos04_02.htm

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Assédio sexual e moral no local de trabalho  2007 

20 Federação Nacional das Associações de Pessoal da caixa (2001), Manifestação de assédio moral segundo o sexo. Página consultada a 20 de Dezembro de 2007, disponível em:

http://www.fenae.org.br/assediomoral/manifestacao.htm

GNU free documentation License (2006a), Assédio moral. Página consultada a 20 de Dezembro de 2007, disponível em:

http://pt.wikipedia.org/wiki/Ass%C3%A9dio_moral

GNU free documentation License (2006b), Assédio Sexual. Página consultada a 20 de Dezembro de 2007, disponível em:

http://pt.wikipedia.org/wiki/Ass%C3%A9dio_sexual

3. Jornais\Revistas online

Freitas, Maria (s.d.), Assédio moral e assédio sexual: faces do poder perverso nas organizações. ERA – Revista de Administração de Empresas - Abril/Junho 2001. Página consultada a 17 de Dezembro de 2006, disponível em:

http://www.rae.com.br/artigos/1033.pdf 4. Jornais

Jornal de Negócios (2007), Integração Europeia: Diferença salarial entre homens e mulheres maior que há 20 anos.

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Referências

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