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Open Projeto ético político do serviço social: tensões e dilemas de um projeto em execução

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UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA

CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS LETRAS E ARTES

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM SERVIÇO SOCIAL

PROJETO ÉTICO POLÍTICO DO

SERVIÇO SOCIAL: TENSÕES E

DILEMAS DE UM PROJETO EM

EXECUÇÃO.

Kelly Samara do Nascimento Silva

João Pessoa – PB

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13

Kelly Samara do Nascimento Silva

PROJETO ÉTICO POLÍTICO DO

SERVIÇO SOCIAL: TENSÕES E

DILEMAS DE UM PROJETO EM

EXECUÇÃO.

Dissertação de Mestrado apresentada ao Programa de Pós-graduação em Serviço Social da Universidade Federal da Paraíba, como um dos requisitos para a obtenção do grau de mestre.

Orientadora: Maria Aparecida Ramos de Meneses

João Pessoa – PB

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Kelly Samara do Nascimento Silva

Projeto Ético Político do serviço social: tensões e dilemas de

um projeto em execução.

Dissertação submetida ao corpo docente da Escola de Serviço Social da Universidade da Paraíba como parte dos requisitos necessários à obtenção do grau de Mestre.

BANCA EXAMINADORA:

____________________________________ Profª Drª Maria Aparecida Ramos de Meneses

Orientadora

_________________________________ Prof. Dr. Jaldes Reis de Meneses

Examinador

_________________________________ Prof. Dr. Galdino Toscano de Brito Filho

Examinador

João Pessoa – PB

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15

Ao Senhor JESUS, aquele que era, que é, e que a de vir.

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16

AGRADECIMENTOS

A trajetória de aprendizado contou com a ajuda, o companheirismo

e a compreensão de muitas pessoas que comigo sentiram “a dor e a

delicia” da caminhada. Um agradecimento especial:

A DEUS que me deu, e me dá forças, amor, coragem, sabedoria e

paciência para poder compreender todo conteúdo acumulado nesses

anos.

À minha família que com amor agüentaram meus ataques de

chatice, minhas ausências e meu mal humor. Obrigada por ser meu porto

seguro em que encontro repouso e renovação das forças para continuar.

A meu pai e minha mãe que me deram educação e souberam

compreender minhas escolhas (apesar dos conflitos) e nunca desistiram

de mim e que mesmo distantes geograficamente pareciam estar ao meu

lado.

A meu esposo Jairo por quem tenho profundo e intenso amor e

compartilhou comigo as indecisões, tristezas, alegrias e com toda sua

paciência soube me compreender, dando o ombro amigo e por muitas

vezes deixou sua vida para dar prioridade as minhas escolhas. Obrigada,

amo muito você.

À minha filha Karina que com jeito de menina-moça e que em

muitos momentos fez o papel de mãe, me surpreendendo com frases do

(6)

17

sabedoria de quem ainda tem muito que aprender mais que também

consegue compreender um pouco da realidade da vida. Amo muito você.

A meu filho Caio que com seu jeito carinhoso, me enchendo de

beijos e abraços e muitos “eu te amo” enche minha vida de alegria e

esperança e tenho a certeza que crescemos juntos neste período, até do

estatuto da criança e do adolescente você aprendeu comigo. Eu te amo.

A meu amigo Alison, companheiro de CRESS sempre soube que

nossa amizade ultrapassaria os limites institucionais. Obrigada pela

seriedade e sobriedade na condução do mestrado e de nossa amizade.

Ao Movimento Estudantil de Serviço Social, o qual me deu uma

formação jamais encontrada nos limites da universidade e no qual fiz

verdadeiras amizades e inimizades – afirmando o espaço de pluralidade

– e me fez enxergar que “um outro mundo é possível”. Obrigada a todos

e todas que contribuíram para minha formação política e profissional.

As companheiras e companheiros do Centro Acadêmico de Serviço

Social os quais compartilharam comigo muitas lutas, decepções,

alegrias, tristezas e principalmente amizade que o tempo pode ser

inimigo mais não apagara momentos marcantes nas nossas vidas.

As professoras do Programa de Pós-graduação de Serviço Social

que contribuíram para uma melhor apreensão dos conteúdos referentes à

profissão.

A professora Aparecida Ramos, minha eterna orientadora, que

nesses anos de aprendizagem me ensinou além do que estar proposto

(7)

18

amar o que faz com tamanha intensidade. Obrigada pelo

companheirismo e amizade.

Às professoras Edna Tânia e Luciana Cantalice que ao longo deste

período aprendi a amar e compreendê-las melhor como pessoas, vocês

ajudaram na minha formação acadêmica e pessoal, foram e são pessoas

de referencia na minha vida.

À professora Socorro Vieira, orientadora de todos os momentos e

de vários assuntos, (PAIR, SUAS, PNAS), você é parte da minha

formação pessoal e profissional. Obrigada.

Aos amigos e amigas do grupo de estudos sobre Karl Marx, que

apesar de só nos encontrarmos uma vez por semana fazem parte da

minha vida e contribuem para minha formação humana, política e

profissional.

Enfim a todos e todas que de alguma forma contribuíram para

(8)

19

RESUMO

A presente dissertação apresenta o produto do curso de mestrado na Universidade Federal da Paraíba e está centrada na discussão do projeto ético-político da profissão de serviço social. Nesta dissertação procuraremos apreender as discussões a cerca das categorias que balizam o projeto ético-político do serviço social procurando os determinantes históricos e teóricos, analisando como a introdução, a partir do projeto ético-político do serviço social, de uma direção baseada na perspectiva critica foi apreendida e incorporada na categoria em sua produção acadêmica e intelectual. O presente estudo centra-se na analise teórica da produção de pesquisadores de serviço social, e para além deste, que discutam o projeto ético-político e as categorias que o circundam, na analise dos projetos societários e profissionais com José de Paulo Netto, Marcelo Braz e Maria Beatriz Abramides, entre outros. Utilizaremos ainda fontes adicionais as quais possam subsidiar a compreensão dos componentes que norteiam o projeto ético-político e suas dimensões. O período da pesquisa vai do primeiro semestre de 2009 ao primeiro semestre de 2010.

(9)

20

ABSTRACT

This dissertation presents the product of master course at the Federal University of Paraíba and is focused on discussion of the ethical-political project of the profession of social service. This thesis will try to seize the discussions about the categories that guide the ethical-political project of social service seeking the historical and theoretical determinants, analyzing how the introduction, from the ethical-political project of social service, a direction based on the critical perspective was seized and incorporated in the category in their academic and intellectual production. The present study focuses on the theoretical analysis of the production of social service researchers, and beyond, to discuss the ethical-political project and the categories that surround it, in the analysis of corporate and professional projects with José Paulo Netto, Marcelo Braz and Maria Beatriz Abramides, among others. Also will use additional sources which can support the understanding of the components that guide the ethical-political project and its dimensions. The survey period runs from the first half of 2009 to the first half of 2010.

(10)

21

S586p Silva, Kelly Samara do Nascimento.

Projeto ético político do serviço social: tensões e dilemas de um projeto em execução / Kelly Samara do Nascimento Silva.-- João Pessoa, 2010.

92f.

Orientadora: Maria Aparecida Ramos de Meneses Dissertação (Mestrado) - UFPB/CCHLA

1. Serviço social. 2. Projeto ético político. 3. Serviço social- pesquisadores - produção - análise teórica. 4. Projetos societários - análise.

(11)

22

LISTA DE SIGLAS

ABEPSS Associação Brasileira de Ensino e Pesquisa em Serviço

Social

ABESS Associação Brasileira de Escolas de Serviço Social

ABI Associação Brasileira de Imprensa

APAS Associação de Profissionais de Serviço Social

CBAS Congresso Brasileiro de Assistentes Sociais

CBCSIS Centro Brasileiro de Cooperação e Intercambio de Serviço

Social

CEAS Centro de Estudos e Ação Social

CFAS Conselho Federal de Assistentes Sociais

CFESS Conselho Federal de Serviço Social

CNE Conselho Nacional de Educação

CNSS Conselho Nacional de Serviço Social

CRAS Conselho Federal de Assistentes Sociais

CRESS Conselho Regional de Serviço Social

DC Desenvolvimento de Comunidade

ENESSO Executiva Nacional de Estudantes de Serviço Social

FHC Fernando Henrique Cardoso

LBA Legião Brasileira de Assistência

MEB Movimento de Educação de Base

OAB Ordem dos Advogados do Brasil

ONU Organização das Nações Unidas

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23

PUC Pontifícia Universidade Católica

SENAI Serviço Nacional de Aprendizagem

SESI Serviço Nacional da Indústria

(13)
(14)

25

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ... 26

CAPITULO I ... 30

1. Marcos Históricos do Serviço Social e sua dimensão política... 31

1.1 Gênese do Serviço Social brasileiro e sua representação social .... 31

1.2. Processo de renovação do serviço social ... 50

1.3. Significado social da profissão ... 54

1.4. Intenção de ruptura: protagonismos do serviço social crítico ... 61

1.5. Contemporaneidade do Serviço Social ... 64

CAPITULO II ... 68

2. Projeto Profissional e Projetos Societários ... 69

2.1. Projeto Profissional do serviço social ... 77

2.2 A organização da categoria e o PEPSS... 86

2.3. Construção do Projeto Ético Político do Serviço Social e suas contradições ... 91

CONCLUSÃO ... 98

(15)

26

INTRODUÇÃO

A presente dissertação apresenta como o produto do curso de

mestrado na Universidade Federal da Paraíba e está centrada na

discussão do projeto ético-político da profissão de serviço social. Nesta

presente dissertação procuraremos apreender as discussões a cerca das

categorias que balizam este projeto, procurando os determinantes

históricos e teóricos analisados a partir da introdução de uma direção

baseada na perspectiva critica a qual foi apreendida e incorporada na

categoria em sua produção acadêmica e intelectual, a partir dos anos

1970.

A motivação por este tema sempre esteve presente durante o

período de formação acadêmica e quanto de nossa inserção no mercado

de trabalho no qual podemos constatar varias dificuldade de

operacionalização das ações cotidianas com o projeto ético político da

profissão e as limitações enfrentadas pelos profissionais para a

consolidação do projeto profissional.

Projeto ético-político consiste no projeto profissional de caráter

coletivo que fundamenta a formação e o exercício do trabalho do

Assistente Social. A priori, sustenta-se na Lei de Regulamentação da

profissão (Lei 8662/93), no Código de Ética de 1993 e Diretrizes

Curriculares de 1996, pauta-se em valores fundantes como a liberdade

com valor ético central, articulados à defesa da democracia, como valor

(16)

27

O Projeto ético-político profissional apresenta a profissão à

sociedade a partir de seus princípios, valores, objetivos e funções, que

comumente respaldam o trabalho do assistente social nos espaços

sócio-ocupacionais, sejam de natureza pública ou privada.

Trata-se de um projeto profissional que imprime uma finalidade às

ações dos assistentes sociais, possibilitando aos mesmos, afirmar seu

compromisso com a classe trabalhadora.

Portanto, o compromisso ético-político do profissional de serviço

social com a classe trabalhadora presente no projeto da profissão,

expressa uma direção social que prima por uma nova ordem social.

Subjacente a este compromisso está uma concepção

teórico-metodológica que não defende a manutenção da ordem social existente,

mas seu contrário aponta caminhos para a superação da mesma.

O projeto ético-político defende o compromisso com a

universalização do acesso aos bens e serviços relativos aos programas e

políticas sociais, bem como, sua gestão democrática, no entanto,

conforme a literatura crítica é a partir da segunda metade da década de

1990, que no Brasil, estes elementos são alvo de críticas e reajustes de

orientação neoliberal.

Essas questões atingem de forma direta a prática do assistente

social, uma vez que esse profissional além de intervir nas manifestações

da questão social, também sofrerá os rebatimentos do acirramento de

(17)

28

Nesse sentido, propõem-se uma análise presidida pela teoria

social crítica, de forma a elucidar o projeto ético-político no movimento

do trabalho profissional e as implicações no processo de sua

materialização a partir da investigação bibliográfica nos acadêmicos que

discutem a temática.

O fio condutor da análise, não é aleatório ao pensamento dialético

crítico a que se inscreve o serviço social no redimensionamento e

vigência de sua fundamentação. As referências teóricas deste estudo

gestam no projeto de pesquisa e são complementadas com outros

autores, publicações recentes sobre o tema e leituras clássicas da teoria

social crítica. A escolha deste conjunto de bibliografias deve-se à

consideração da importância qualitativa de apreender a direção do

pensamento a que incorre o projeto ético-político do serviço social, com

vistas a aproximações e possíveis respostas ou contribuições à

problemática da pesquisa. O período da pesquisa vai do primeiro

semestre de 2009 ao primeiro semestre de 2010.

No primeiro capitulo iremos tecer alguns comentários a cerca dos

marcos históricos do serviço social, sua representação social e o

capitalismo contemporâneo, a partir das grandes transformações

ocorridas nos anos 1970 e os resultados dessas transformações na

sociedade incorrendo inclusive na crise do pensamento e das

organizações de esquerda, contribuindo para que as relações sociais

reproduzam tendências da estrutura social que se vincula a

(18)

29

No segundo capitulo apresentaremos os elementos conjunturais e

materiais que se apresentaram para a construção e implementação do

PEPSS, sobretudo a própria construção do projeto nos marcos do

serviço social brasileiro.

As preocupações que movem essa pesquisa centram o processo

de materialização do Projeto ético-político, buscando aproximações do

significado do trabalho no âmbito das condições objetivas e subjetivas do

serviço social.

Por fim, procuraremos identificar através das bibliografias

estudadas, os fatores determinantes para operacionalização do projeto

(19)

30

(20)

31

1. Marcos Históricos do Serviço Social e sua dimensão política

1.1 Gênese do Serviço Social brasileiro e sua representação social

Ao colocarmos em debate os marcos históricos da profissão,

precisamos compreender as posições assumidas pela categoria nos

diversos contextos históricos, políticos e sociais. Há que mencionar que

nas protoformas da profissionalização (Netto, 2001) o Serviço Social

esteve sob os auspícios da influência da Igreja Católica, que buscou

incidir na direção social da profissão. A literatura da área revela que

desde as premissas do seu desenvolvimento, evidencia-se uma

“atividade social, com bases mais doutrinarias1 que científicas” (Silva,

2002, 14).

É nessa visão que o Serviço social vai rumar desde suas origens

assumindo perspectivas de uma formação doutrinária a partir dos

fundamentos e princípios filosóficos ostentados nos pressupostos do

neotomismo (até a década de 1960 do século XX) a partir de uma

percepção conceitual conservadora de homem e sociedade. Desde

então, a ética difunde uma dimensão importante para o serviço social,

pois, “Sem uma perspectiva moral, não existe prática profissional”

(AGUIAR, 1989 p.36).

1 Destacando a orientação da Igreja Católica, expressa nas Encíclicas Rerum Novarum (Pio XI) e Quadragésimo ano (1931). O subtítulo do referido documento é “Sobre a Restauração e

(21)

32

Na passagem do capitalismo concorrencial para o capitalismo

monopolista2

, o Estado passa a redefinir suas funções com a classe

trabalhadora. Ocorreu por parte da classe trabalhadora uma necessidade

de organizar-se para enfrentar os desafios postos pela conjuntura

adversa, que tem na classe dominante seu representante, devido às

mudanças de sistema de produção. O Estado tem a função de conter a

ofensiva do proletariado e para tanto começa a utilizar-se da ampliação

de direitos sociais e trabalhistas como forma de amenizar as pressões

dos trabalhadores.

No Brasil o Estado passou a organizar-se no sentido de “tratar” a

questão social3 não mais como caso de polícia, mas buscando o

enfrentamento através das políticas sociais.

O Estado passa a ter um papel fundamental, de garantir sistematicamente a reprodução, além da manutenção da força de trabalho, a fim de conter as crescentes reivindicações dos trabalhadores. (Silva, 2002, 16)

O protagonismo da classe operária no Brasil, devido ao processo de

industrialização, alicerçada pelo sistema capitalista provocou conflitos de

ordem econômica e social. Ao conjunto de conflitos emergentes desse

processo dar-se o nome de questão social que segundo Netto é o

“conjunto de problemas econômicos, sociais, políticos, culturais e

2 Segundo Netto: trata-se período histórico em que ao capitalismo concorrencial sucede o capitalismo

dos monopólios, […] tornou-se conhecido como o estagio imperialista. Ver mais em Netto:

Capitalismo Monopolista e Serviço Social

3 Não queremos aqui dizer que somente neste momento histórico surge a questão social, pois a

(22)

33

ideológicos que cercam a emersão da classe operária como sujeito

sócio-político no marco da sociedade burguesa”. (Netto, 1980, 90). Para

o serviço social a questão social concebe-se como o principal objeto de

intervenção, constituindo-se como base sócio-histórica da intervenção da

profissão.

Na década de 30, no Brasil estávamos presenciando o declínio do

sistema agroexportador em detrimento do industrial, período marcado

por uma série de alianças realizadas, pelo governo Vargas, com os

trabalhadores e principalmente com a classe dominante, pois o Estado

atua como instrumento de organização da economia, um tipo de

mediador para aliviar as tensões ocasionadas por esse novo modelo de

capitalismo. Essa intervenção, por parte do Estado, tem um caráter de

garantidor dos lucros para os capitalistas, ou seja, o Estado mantém a

ordem social através de suas políticas para a sociedade, principalmente

para a classe operária, e o capitalismo tem assim a “paz” necessária

para a garantia de superlucros. O Estado passa a ter suas funções

políticas ligadas às funções econômicas.

A intervenção do Estado se colocava no sentido de preservar a

propriedade privada e ao mesmo tempo minimizar os efeitos da

exploração do trabalho e desmobilizar politicamente os trabalhadores. O

Estado intervém na relação entre o empresariado e proletariado através

de uma série de legislações sociais e trabalhistas, e na prestação de

serviços sociais previstos nas políticas sociais, funcionando também

(23)

34

proletariado, cuidando4 assim das suas necessidades imediatas e de

subsistência.

Paralelamente a essa transição de sistemas – capitalismo

concorrencial para o capitalismo monopolista – acontece o surgimento

das lutas de classes, movimento organizado de operários e

trabalhadores contra o esmagamento dessas classes imposto pela classe

burguesa que tem nessa transição a retomada de um poder totalizante.

Tanto pela consolidação política do movimento operário brasileiro

quanto pela legitimação política do Estado Burguês a existência da

questão social torna elemento fundamental de disputa política e social

entre as classes. A Igreja Católica firma aliança com o Estado e o

empresariado para o enfrentamento da questão social, pois tem o

discurso de recristanizar a sociedade como também tenta por um fim ao

movimento comunista que estava em crescimento e assegurar assim,

dentro do aparelho do Estado, posições desejáveis para a consolidação

de sua influência.

A legitimação e institucionalização do Serviço Social se deram num

contexto de minimização da questão social num cenário em que a

pobreza era naturalizada e vista como ameaça à ordem burguesa, a

categoria assumia assim uma posição assistencialista da ideologia e da

prática católica visando à harmonia social e manutenção da ordem

vigente.

4 Esse “cuidado” tinha como objetivo principal enfraquecer a organização de luta da classe

(24)

35

Segundo Iamamoto (2001), o serviço social surge a partir da

iniciativa de grupos dominantes (Burguesia, Estado e Igreja), formado

basicamente por mulheres militares dos movimentos católicos, os quais

já estavam à frente das ações sociais da igreja católica. As pioneiras do

serviço social tinham na formação doutrinaria católica o enfrentamento

dos “problemas sociais”, elas possuíam contato direto com o ambiente

do operariado, pelo trabalho desenvolvido com a igreja e tinham como

objetivo principal manter o funcionamento adequado da sociedade para a

consolidação do sistema.

Em seu processo de construção histórica o serviço social brasileiro

recebe influencia européia e surge uma visão diferenciada da caridade,

até então executada. A proposta apresentava-se através ações

educativas junto às famílias dos trabalhadores e na prevenção dos

“problemas sociais”.

As instituições assistências que surgem nesse momento – todas

sobre a tutela da Igreja – são a Associação das Senhoras Brasileiras

(1920) no Rio de Janeiro e a Liga das Senhoras Católicas (1923) em São

Paulo ambas eram compostas por mulheres de famílias burguesas

paulistas e cariocas e tinham como planejamento às obras assistenciais.

“O surgimento dessas instituições se dá dentro da primeira face do

movimento de ‘reação católica’ da divulgação do pensamento social da

igreja e da formação das bases organizacionais e doutrinárias do

apostolado laico”. (Carvalho e Iamamoto, 2001, 166)

É a partir dos Movimentos Laicos e do crescimento da juventude

(25)

36

bases materiais e humanas para a Ação Social e então o surgimento de

escolas de Serviço Social. A figura da Sra. Estella de Faro –

coordenadora da Ação Social – é considerada uma das grandes

pioneiras do Serviço Social no Rio de Janeiro.

O Serviço Social se caracterizava, assim, por ser um movimento ao qual se dedicam mulheres de famílias abastadas, reunidas a parti de seu relacionamento e militância no meio católico. (Carvalho e Iamamoto, 2001, 216)

O Centro de Estudos e Ação Social – CEAS – de São Paulo foi o

órgão responsável pela formação dos assistentes sociais a partir de

1932. O CEAS era o organismo, que a época, qualificava os agentes

para a realização da prática social.

O objetivo central do CEAS será o de “promover a formação de seus membros pelo estudo da doutrina social da Igreja e fundamentar sua ação nessa formação doutrinaria e no conhecimento aprofundado dos problemas sociais”, visado “tornar mais eficiente à atuação das trabalhadoras sociais [...]” (Carvalho e Iamamoto, 2201:169)

Com o objetivo de difundir a doutrina e ação da igreja, é

lançada as suas diretrizes através das encíclicas papais Rerum Novarum

(1891) e a Quadragésimo Anno (1931) as quais continham orientações e

posicionamentos antiliberal e antiimperialista.

Percebemos que o serviço social surge para atuar em favor da

classe dominante em detrimento dos trabalhadores e sua organização,

(26)

37

com os interesses da burguesia. Mesmo assim as pioneiras do serviço

social tinham como convicção que suas ações tinham rebatimento direto

no enfrentamento da questão social. Essas ações representavam uma

alternativa às ações de caridade, ou seja, havia um sentimento que de

uma maneira ou de outra as ações baseadas pela doutrina católica

ajudava a compor um projeto de sociedade.

A crescente intervenção do Estado nos processos de regulação e

reprodução social propiciou a profissionalização do Serviço Social e de

tantas outras profissões.

Quando o Estado passa a agir no capitalismo monopolista – não

somente nele, mas para ele – como mediador no conflito entre capital e o

trabalho, este apresenta fortes tendências a apoiar os interesses do

capital e passa a intervir na questão social deixando a prática coercitiva

e passando a tratá-la através das políticas. Ao serviço social é também

demandada a sua inserção em outros organismos institucionais – as

filantrópicas de caráter privado ou publico – o que confere uma

particularidade frente às profissões requisitadas.

Apesar de no Brasil a profissão de serviço social tenha sido

considerada uma profissão liberal5, a autonomia profissional é

questionada, pois para realizar as suas atividades de forma

independente não dispõe do controle das condições materiais,

organizacionais e técnica para o desempenho de suas funções. Mas isso

5 Segundo Iamamoto e Carvalho (2003, p.80, nota 12), “a portaria 35, de 19.4.1949, do Ministério de

(27)

38

não significa que a profissão não disponha de uma relativa autonomia e

de algumas características as quais estão presentes numa profissão

liberal, tais como: o caráter não rotineiro do trabalho, a presença de um

Código de Ética o qual orienta suas ações, a singularidade que pode

exercer na relação com o usuário, a possibilidade de apresentar

propostas de intervenção a partir de seus conhecimentos técnicos e,

finalmente, a Regulação legal da profissão6.

O serviço social no Brasil se institucionaliza e se legitima

profissionalmente a partir da demanda posta pela conjuntura, como um

dos recursos mobilizados pelo Estado e pelo empresariado, com o

suporte da igreja católica na perspectiva de enfrentamento da questão

social.

A questão social em suas mais variadas expressões é incorporada

na profissão como “matéria-prima” e a justificativa da constituição do

espaço do serviço social na divisão sócio-técnica do trabalho e na

construção das atribuições e da identidade profissional.

A partir dos anos 30 a intensidade e extensão das manifestações da

questão social no cotidiano da vida social adquirem expressões de

política, o Estado assume a regulação e tensões entre as classes sociais

mediante um conjunto de medidas, entre elas: Consolidação das Leis

Trabalhistas, o salário mínimo e outras de cunho regulador assistencial e

paternalista. Requisitando do assistente social um conjunto de

6 Lei 8662 de 7 de junho de 1993 – que dispõe sobre o exercício profissional, suas competências,

(28)

39

atribuições, de referenciais teóricos, enfim de um acervo instrumental

teórico para atender as necessidades apresentadas.

Em 1936, a partir desses esforços e com apoio da hierarquia da

igreja é fundada a primeira Escola de Serviço Social do Brasil, em São

Paulo e no ano seguinte a Escola de Serviço Social do Rio de Janeiro.

As primeiras iniciativas de organização da categoria estão

relacionadas com o protagonismo de alguns grupos sociais,

majoritariamente femininos, participante do movimento católico leigo e

responsável pelo trabalho com os segmentos mais vulneráveis e

empobrecidos da classe operária. A igreja católica foi responsável pelo

ideário, conteúdos e pelo processo de formação dos primeiros

assistentes sociais brasileiros.

A formação profissional se pautava pela influencia franco-belga que

se baseava no humanismo cristão, ou seja, na filosofia Neotomista7, na

ação católica e na valorização de preceitos morais e doutrinários, ao

qual é a continuidade e persistência no tempo de um conjunto de idéias

constituídas da herança intelectual européia do século XIX, com a

manutenção da ordem capitalista. Sendo a organização da sociedade

vista como fruto de uma ordenação natural do mundo.

Assim a atuação do assistente social se legitimava através de

setores sociais que, dentro de uma estratégia de manutenção da ordem

vigente e da harmonia social, inscrevia a sua intervenção na perspectiva

do controle social e na difusão da ideologia dominante.

7Movimento de retorno à filosofia tomista da Idade Média, filosofia do pensador italiano São Tomas

(29)

40

Entre as décadas de 40 e 50 o serviço social passa a obter um

caráter técnico-científico com a aproximação das ciências sociais e o

desenvolvimento das escolas e faculdades, especialmente com a

vertente empirista norte-americana. Apesar dessa mudança com o

aprofundamento técnico-científico, não ocorreram grandes mudanças na

atuação dos assistentes sociais, os quais continuaram a intervir de forma

pragmática e com ação educativa na vida do operário que se estende à

sua família como forma de prevenção dos problemas sociais.

No contexto do pós segunda guerra mundial o serviço social

brasileiro, incorpora o trabalho a partir de uma perspectiva de

“comunidade” como projeto de intervenção. A solidariedade constituía-se

como principal elemento norteador das ações onde deveria ter uma

cooperação mútua entre seus integrantes a fim de que as

potencialidades individuais pudessem ser colocadas a disposição do

coletivo.

Incorpora-se o principio da solidariedade como diretriz ordenadora das relações sociais, em tensão com seus fundamentos históricos concretos. As relações sociais passam a ser vistas invertidamente: a coisificação alienadora das relações que se estabelece no universo da mercadoria é obscurecida, fazendo reaparecer, na base mesma da sociedade, relações pessoais, solidárias, personalizadas. (Iamamoto, 2002, 27)

A partir dos anos 40 a sociologia conservadora norte-americana

insere no serviço social brasileiro os métodos de caso, grupo e

comunidade – estas técnicas eram oriundas da psicologia e da

(30)

41

positivista/funcionalista8 – e futuramente incorpora a noção de

comunidade como forma de analisar a sociedade capitalista quando se

encontra estruturada nos parâmetros da racionalidade burguesa da

reprodução do capital. Ao mesmo tempo em que o Serviço Social parte

do principio da solidariedade como base ordenada das relações sociais e

do suporte técnico da noção de comunidade, agrega um novo elemento:

a filosofia social humanista cristã com fundamentos no reformismo

conservador e na base filosófica aristotélico-tomista.

Este arranjo teórico doutrinário operativo permite que a profissão mantenha o seu caráter missionário, atualizando as marcas de uma origem e atendendo concomitantemente, as exigências de tecnificação que lhe impõe a modernização da sociedade e do Estado. (Carvalho e Iamamoto, 2001:28)

Enquanto os procedimentos de intervenção do serviço social

norte-americano, no que se refere ao trabalho com comunidade, passam ser

incorporado ao serviço social brasileiro, são progressivamente

racionalizados para um projeto profissional fundado no reformismo

conservador de base filosófica tomista. Sendo assim, os profissionais

atendiam as exigências de tecnificação, impostas pela modernização da

sociedade capitalista e do Estado, sem perder seu caráter missionário.

Com o aprofundamento corporativista do Estado e a política

econômica do país votada para a industrialização – chamada Era Vargas

– no final dos anos 30 e começo dos anos 40, há uma expansão das

8 A inserção do funcionalismo no Serviço Social significa a importância de técnicas que compõe a

(31)

42

instituições assistenciais estatais, paraestatais e autarquias, como

exemplo: o Conselho Nacional de Serviço Social (CNSS-1938), a Legião

Brasileira de Assistência (LBA-1942), o Serviço Nacional de

Aprendizagem (SENAI-1942) e o Serviço Social da Indústria

(SESI-1946). Essas instituições foram criadas a partir da necessidade do

Estado em controlar a classe trabalhadora, este passando a deter o

controle da regulamentação da força de trabalho e a política assistencial

proposta aos trabalhadores. Ao mesmo tempo em que isso acontece

essas instituições emergem como forma de dar ainda mais legitimação à

profissão de Serviço Social, representando uma ampliação no mercado

de trabalho da categoria tornando-a, institucionalizada pelo Estado e a

classe burguesa. Este processo consolida a profissionalização do

assistente social, que se torna categoria assalariada, e recruta seus

membros entre os setores médios. (Iamamoto, 2002:31)

No inicio da de 50, começa a surgir na profissão uma perspectiva de

analise da contradição existente entre os objetivos e as ações,

amparadas na recusa dos excessos de exploração do sistema capitalista

sobre a classe trabalhadora, ou seja, as ações profissionais negavam

essencialmente os princípios cristãos.

Neste sentido a profissão defendia a parceria do proletário com a

classe burguesa na perspectiva de cooperação já que ambos pertenciam

à mesma comunidade produtiva, surgia assim o discurso da “cooperação

(32)

43

forma como está disfarçava a exploração da mais-valia9. O Estado passa

então a ser um componente fundamental nesse processo, pois passa não

só a intervir na regulação da força de trabalho, mas também no controle

de uma política assistencial vinculada as representações de classe, que

nesse caso passa ser a da burguesia.

As instituições sócio-assistenciais surgem então no sentido de

atender as reivindicações dos proletariados, absorvendo as legislações

sociais e trabalhistas, mas como forma de impedir uma organização mais

especializada e uma consciência de classe.

Com isso amplia-se o mercado de trabalho do assistente social

tornando-se uma atividade legitimada e institucionalizada pelo Estado e

pelo conjunto da classe dominante. Embora não estivesse visivelmente

presente no seu discurso, a profissão servia aos interesses burgueses,

que buscaram o profissional do serviço social para atuar frente às

demandas da classe trabalhadora. Porém, o serviço social não era

requisitado pela clientela, mas era imposto aos usuários como obrigação

burocrática às suas aspirações, que eram, na verdade, os serviços

sociais prestados pelas instituições e a efetivação dos mesmos.

Para Iamamoto, o serviço social brasileiro deixa de ser um mero

distribuidor da caridade das classes dominantes para transformar-se

numa das engrenagens de execução das políticas sociais do Estado e

dos setores empresariais.

9Nome dado por Karl Marx à diferença entre o valor produzido pelo trabalho e o salário pago ao

(33)

44

O casamento parecia perfeito, enquanto a classe trabalhadora

aparecia com um movimento de recusa ao serviço social, a burguesia

apoiava sua pratica, pois a partir da oferta de serviços e benefícios

assistenciais ocultava, ou melhor, mascarava a dimensão política das

expressões da questão social. O objetivo central da classe dominante,

segundo Martinelli, se colocava num esforço de bloquear do

desenvolvimento da consciência de classe do proletariado e sua

organização política.

Os assistentes sociais eram responsáveis pela operacionalização

dos serviços sociais prestados à população pelas instituições, e

tornavam-se os próprios representantes do Estado em contato com o

proletariado. Os profissionais tinham nas mãos um papel de extrema

importância, pois sustentavam a estratégia de controle social, difundindo

o modo capitalista de pensar. Para eles, essa aliança com o Estado e

com a Igreja, através de uma prática voltada aos interesses burgueses,

era uma forma de consolidar-se como grupo profissional.

O Desenvolvimento de Comunidade surge enquanto ideologia do

desenvolvimento e estratégia de superação do subdesenvolvimento,

difundida pelos organismos internacionais aprofundado com a criação da

ONU – Organização das Nações Unidas – em 1945, com uma visão de

que a sociedade é harmônica e equilibrada, e que todo desenvolvimento

(34)

45

governo de Juscelino Kubitschek10 (1956-60) no Brasil o centro da

política era o desenvolvimentismo, ou seja, a ordem e o crescimento

econômico se efetivaria pela exploração da mão de obra, e o Serviço

Social, que nesse período sofre grande influência norte-americana, adota

o DC como proposta oficial a qual constitui-se num instrumento

ideológico de interação da população pobre aos projetos de

desenvolvimento.

A intervenção do Assistente Social no mercado de trabalho sofre

alterações, pois passa do trabalho com pequenos segmentos da

população em geral para amplos setores do proletariado. Esse processo

faz com que a profissão se consolide e se torne uma categoria

assalariada. “Em suma, o Serviço Social deixa de ser um instrumento de

distribuição da caridade privada das classes dominantes, para se

transformar, prioritariamente, em uma das engrenagens de execução da

política social do Estado e de setores empresariais”. (Carvalho e

Iamamoto, 2001, 32)

Em 1947, ocorre a realização do I Congresso Brasileiro de Serviço

Social, o qual marca o início de uma tendência de valorização da

categoria, apresentada nos diversos discursos, debates e polêmicas

pelos profissionais.

A leitura dos Anais do Primeiro Congresso Brasileiro de Serviço Social mostra a ausência de uma temática central.

10O mandato presidencial de Juscelino Kubitschek de Oliveira é comumente conhecido pelo epíteto

(35)

46 As preocupações do reduzido meio profissional existentes nesse momento se voltam para um sem-número de frentes [...] As teses apresentadas referem-se a uma longa listagem de temas de difícil sistematização. (Carvalho e Iamamoto, 2001, 331)

À medida que há o desenvolvimento do país, o Serviço Social busca

uma nova identificação com a conjuntura e as demandas sociais, pois

existe uma crescente ampliação de profissionais e multiplicação das

Escolas especializadas.

No processo de modernização vivenciado pelo Estado nesse

período, o qual tem seu complemento no período da ditadura militar,

constatamos o aprofundamento do capitalismo no Brasil, influenciando

diretamente e profundamente o modo de vida da população,

especialmente da classe trabalhadora. O surgimento das grandes

instituições assistenciais e previdenciárias colocaram-se como resposta

do Estado passa a intervir no processo de reprodução das relações

sociais, assumindo um papel regulador e promotor tanto da acumulação

capitalista como do atendimento das necessidades sociais da população

mais pauperizada.

A política assistencial passa a ser controlada também pelo Estado,

visto que este já detinha a regulação da força de trabalho, vinculada às

organizações representativas das classes produtoras.

Com isso o número de profissionais para a demanda, a qual

aumenta significativamente, nas instituições sócio-assistenciais era

escasso já que ocorria nesse período um declínio da militância católica

(36)

47

desses profissionais. A grande diferença dos profissionais oriundos da

classe média era que estes não possuíam aspirações religiosas, mas

fundamentalmente buscavam qualificação profissional, ascensão e

melhores salários. Essa condição de assalariamento tem conseqüências

fundamentais, que segundo Netto (1992), favorecem o entendimento

posterior que este sujeito se reconheça enquanto membro da classe

trabalhadora, provocando um avanço na construção da categoria

profissional.

Observamos nesse período uma mudança no perfil das pessoas que

ingressam no processo de formação profissional, o surgimento das

instituições representa a ampliação no mercado de trabalho do

profissional.

Se o caráter de missão de apostolado social e a origem de classe dos ‘pioneiros’ conferiam legitimidade à intervenção do profissional, agora essa legitimidade à intervenção do profissional, agora essa legitimidade será derivada do mandato institucional, confiado ao assistente social, direta ou indiretamente, pelo Estado. (Iamamoto, 2002, 31)

A profissão amplia a sua área de atuação e alarga as bases sociais

de seu processo de formação, mesmo com a mudança no processo de

institucionalização e demanda o serviço social brasileiro ainda iria

manter as características da prática e do pensamento conservador que o

acompanha deste a sua origem.

Sendo assim, gradativamente o Estado vai demandando a

(37)

48

trabalho em função das novas formas de enfrentamento da questão

social. A política social apresentadas por um Estado com forte

característica paternalista e ao mesmo tempo repressiva interferiria no

desempenho profissional dos assistentes sociais no sentido da

fragmentação, assumindo um caráter pontual e localizado, pois aquelas

são concebidas, segundo Yasbek (2009), setorialmente como se o social

fosse à simples somatória de setores da visa sem articulação, numa

apreensão particularizada da realidade social. Com a adoção das

políticas sociais, como estratégia de enfrentamento da questão social, o

perfil do público-alvo da profissão de serviço social se amplia e passa a

atingir grandes parcelas de trabalhadores.

As diferentes conjunturas históricas e suas correlações de forças

sociais evidenciam o papel normatizador e regulador do Estado no

campo social e consequentemente na atuação do profissional de serviço

social, gestando as condições necessárias para que no processo de

divisão social do trabalho.

A atuação do serviço social está sempre referida aos processos de

criação das condições fundamentais para a reprodução social da vida,

assim está atuação profissional na divisão social do trabalho se modifica

e sofre redefinições com as mudanças e os contornos da questão social.

(38)

49

Embora o serviço social seja uma profissão reconhecidamente

liberal no Brasil, o assistente social não tem essa tradição na sociedade

brasileira. Este é um trabalhador que vende a sua força de trabalho que

é a capacidade de decifrar a realidade posta, responsável pela execução

das políticas sociais, mas não dispõe do controle das condições

materiais, organizacionais e técnicas para o desenvolvimento do seu

trabalho.

Os anos 60 marcaram o inicio de mudanças significativas no serviço

social brasileiro, o país estava vivendo uma conjuntura de

aprofundamento do debate político na sociedade mediante o

agravamento da questão social e dos níveis de empobrecimento da

população trabalhadora, contratando com os elevados índices de

crescimento econômico verificados no final dos anos 50.

O marco oficial da inserção da profissão no projeto de

desenvolvimentista e a adoção do DC – Desenvolvimento de

Comunidade – é o II Congresso Brasileiro de Serviço Social, realizado no

Rio de Janeiro, colocando a profissão numa perspectiva modernizadora

frente às novas demandas do Estado e dos setores dominantes.

(39)

50 marginalizadas do progresso. (Carvalho e Iamamoto, 2001, 353)

Esse período é marcado também pelo crescimento das classes

populares organizadas, no campo com as Ligas Camponesas e o

sindicalismo rural e na cidade com o Movimento de Educação de Base

(MEB) e os Centros de Cultura Popular. Esse movimento político-cultural

reúne profissionais, intelectuais e trabalhadores em torno da luta

anti-imperalista e pela defesa de um projeto nacional-desenvolvimentista.

Influenciado pela conjuntura o serviço social inicia criticas às

praticas tradicionais, assistencialistas desenvolvidas no país. Na

categoria começa a despertar a necessidade de mudança e de dar

respostas às demandas macrossocietárias. Esse processo é marcado

pela experiência de um grupo de assistentes sociais ligadas à igreja

católica e aos projetos de educação de base e de organização popular

em comunidades urbanas e rurais.

1.2. Processo de renovação do serviço social

Observamos que a partir da segunda metade da década de

cinqüenta, configura-se dentro do serviço social posicionamentos que

questionam as bases tradicionais do exercício profissional, fazendo

emergir incisivas criticas ao que se denominou “serviço social

tradicional”, com suas praticas empiristas, reiterativas, paliativas e

burocratizadas orientadas por uma ética liberal-burguesa, que visava

enfrentar as incidências psicossociais da “questão social” sobre

(40)

51

reprodução dos interesses da classe dominante. De acordo com Netto a

renovação implica a construção de um pluralismo profissional, o qual dá

base a prática e valida teoricamente a profissão bem como seus

procedimentos.

A partir do golpe militar de 64, o Brasil impõe uma nova ordem

político institucional apoiada no fortalecimento do Estado, voltado

estrategicamente para a consolidação da chamada modernização

conservadora, ou seja, modernizar e ampliar as funções econômicas,

sociais, políticas e culturais com uma orientação clara de integrar a

economia brasileira aos padrões internacionais exigidos pelos

mecanismos de controle econômico.

Para tanto, o Estado restringiu com autoritarismo e repressão os

espaços da sociedade civil, desarticulando as instituições políticas

existentes, os movimentos do campo, da cidade e as lideranças das

forças populares de esquerda.

Nesse contexto, a questão social passa ser tratada a partir do

binômio repressão/assistência e um leque de políticas sociais e

assistenciais é implantado pelo Estado de forma centralizada, autoritária

e burocrática.

Nessa conjuntura no serviço social há uma forte expansão do

espaço sócio-ocupacional e das instituições de ensino superior, como

também a adequação da profissão as demandas impostas pelo regime

(41)

52

índices de empobrecimento, deteriorando ainda mais as condições de

vida e de trabalho da população.

Esse período traz posicionamento no serviço social que buscava

aperfeiçoar o instrumental operativo com novas técnicas de ação na

busca de padrões de eficiência, na sofisticação dos modelos de analises,

diagnósticos e planejamento.

Diante do clima repressivo e autoritário, fruto das mudanças políticas da década de 60, os Assistentes Sociais refugiam-se, cada vez mais, em uma discussão dos elementos que supostamente conferem um perfil peculiar à profissão: objeto, objetivos, métodos e procedimentos de intervenção enfatizando a metodologia profissional. (Iamamoto, 2002, 33)

Observamos neste período uma forte tendência, em alguns

segmentos específicos da profissão, a psicologização das relações

sociais, ou seja, os problemas de ordem pessoal e funcional passariam a

ser tratados através do dialogo, dando prioridade às necessidades e

problemas de ordem subjetiva.

Alguns elementos marcam profundamente a pratica profissional

nesse processo de atualização da herança conservadora. O primeiro

refere-se à economia política que tem a tendência de transformar-se em

problemas assistenciais, mudando o enfoque das conquistas sociais do

proletariado em concessões de benefícios. E segundo acentua-se os

mecanismos que dificultam uma compreensão mais clarificada da

(42)

53 Nesta perspectiva, a resolução da “crise da profissão” reduz-se, constantemente, a um maior aperfeiçoamento técnico-instrumental; vincula-se ao reconhecimento, pelas instancias responsáveis pela elaboração e implementação das políticas sociais, das potencialidades daquele instrumental, para atuar sobre a “questão social”. (Iamamoto, 2002, 35)

Segundo Netto, essa alteração da discussão teórica da profissão

encontra seu foco nos setores organizados da profissão onde o debate

torna-se palco privilegiado, destacamos a ABESS11 e o CBCISS12.

O processo de renovação altera substantivamente as instancias de

fomento da categoria, no que diz respeito às discussões, pois esses

espaços tornam-se palco de aprofundamento das temáticas tratadas com

um elevado grau de aprofundamento e problematização. Segundo Netto,

esses espaços deixaram de serem somente encontros com tom de

narcisismo profissional e se consagraram por se configurar em territórios

de polêmicas da categoria.

As instancias de organização da categoria tem seu perfil também

modificado, pois se vêem obrigadas a incorporar nas discussões não

mais questões coorporativas mais agregar discussões de outras

naturezas relevantes ao momento.

Netto aponta quatro aspectos que contribuíram para o processo de

renovação do serviço social:

11 A ABESS realiza periodicamente convenções nacionais desde de 1951.

12O CBCSIS tem destaque nos seminários de Araxá, Teresópolis, Sumaré e Alto da Boa Vista e foi

responsável pelo periódico Debates Sociais o qual se constituiu num significativo núcleo de difusão

(43)

54

a) instauração do pluralismo teórico, ideológico e político no marco

profissional, deslocando uma sólida tradição de monolitismo ideal;

b) a crescente diferenciação das concepções profissionais

(natureza, funções, objeto, objetivos e praticas do Serviço Social),

derivada de recurso diversificado a matrizes teórico-metodológicas

alternativas, rompendo com o viés de que a profissionalidade implicaria

uma homogeneidade (identidade) de visões e de práticas;

c) a sintonia da polemica teórico-metodológica profissional com as

discussões em curso do conjunto das ciências sociais, inserindo o

Serviço Social na interlocução acadêmica e cultural contemporânea

posta por funções meramente executivas;

d) a constituição de segmento de vanguarda, sobretudo, mas não

exclusivamente inseridos na vida acadêmica, voltados para a

investigação e a pesquisa. (Netto, 2001, 135-136)

O serviço social tem a necessidade de apresenta-se como

alternativa confiável para o enfrentamento da questão social, legitimando

e ampliando sua intervenção frente às instancias empregadoras e

conseqüentemente à população.

1.3. Significado social da profissão

Segundo Yasbek, a compreensão do serviço social no

processo de reprodução das relações sociais só pode ser desvendada

(44)

55

serviço social em si mesmo e passá-lo a situar no contexto de relações

sociais mais amplas da sociedade capitalista.

Então, um conceito fundamental para a compreensão da profissão na sociedade capitalista é o conceito da reprodução social que, na tradição marxista se refere ao modo como são produzidos e reproduzidos as relações sociais nesta sociedade. (Yasbek, 2009, 127)

A reprodução das relações sociais passa pelo entendimento de

totalidade da vida social em reprodução, ou seja, além da reprodução da

vida material e do modo de produção, está também incluída a

reprodução da vida social e das formas de consciência social da qual o

homem constrói ou toma posição ao longo da sua vida em sociedade.

Partindo do pressuposto de que a sociedade na qual estamos

inseridos é dividida em classes com interesses antagônicos,

independente das elaborações ideológicas, pois dada a apropriação

privada dos meios de produção, a riqueza produzida é monopolizada por

uma parte da sociedade – a classe dos capitalistas.

A reprodução desigual de acumulação, que é socialmente produzida,

necessita da recriação e ampliação das classes e uma fundamental

nesse processo é a dos trabalhadores e o aumento do poder da classe

capitalista, portanto ocasionando uma ampliação da pobreza para a

classe dominante, expressando assim a luta travada entre as classes.

A forma como o serviço social está inserido na sociedade está

fundamentada na concepção de reprodução social num processo de

(45)

56

permanente movimento o qual cria as e recria os conflitos resultantes

dessa relação.

O serviço social participa do processo de reprodução dos interesses

de preservação do capital, assim como é demandado para responder as

necessidades de sobrevivência dos que vivem do trabalho.

A analise do serviço social a partir dessa perspectiva nos permite

apreender as implicações políticas do exercício profissional desenvolvido

no contexto das relações entre as classes, ou seja, compreender que a

pratica profissional é necessariamente polarizada pelos interesses das

classes sociais. Como também nos permite apreender as dimensões

objetivas e subjetivas do trabalho do assistente social, as quais de

acordo com Yasbek, as objetivas se apresentam no sentido de

considerar os determinantes sócio-históricos do serviço social ao passo

que as dimensões subjetivas se apresentam no sentido de identificar a

forma como o assistente social incorpora em sua consciência o

significado do seu trabalho e a direção social do seu exercício

profissional.

A influência neotomista e positivista nos pressupostos do serviço

social ocultaram o elemento fundante da questão social e reproduziram

um profissional inserido num processo de moralização13 da questão

social. Na trajetória do trato da questão social observamos a

naturalização da questão social em que os problemas sociais são vistos

como algo natural do sujeito e como natural no processo de sociabilidade

13Explica os fatos exclusivamente por seus aspectos morais. A moralização trata a questão social de

(46)

57

moderna, como característica imanente de todo e qualquer processo de

civilidade; há também a psicologização da questão social na qual os

problemas sociais derivam de funções psicológicas. Essas formas de

enxergar as expressões da questão social individualizam o sujeito,

descaracterizando a questão social do seu caráter histórico vinculado à

dinâmica da ordem burguesa.

Esses elementos que em determinado momento passam ser

indicadores da intervenção da profissional dos assistentes sociais –

naturalização, psicologização e a moralização – requer um profissional

especifico, que desenvolve uma pratica particular e ocupa papel e função

específicos, na ordem burguesa, ou seja, o da reprodução material e

ideológica da classe trabalhadora.

A base de intervenção do serviço social, deste a sua gênese como

profissão é a questão social. O significado social se dá na vinculação

concreta que a profissão vai ter na sociedade capitalista, ou seja, na

contradição de quem paga e quem demanda seus serviços.

Essa contradição não se revela de imediato como parte integrante

da organização da profissão, mas é compreendida e adquire sentido no

espaço das relações sociais concretas da sociedade da qual faz parte.

O assistente social atua no campo da mediação, no espaço de

convergência e de contradições, que é a própria sociedade. Esse caráter

contraditório do exercício profissional é configurado pelo campo dos

(47)

58

pragmatismo/fatalismo14 – visão determinista da sociedade – ou

messianismo/voluntarismo15 – visão heróica da profissão – é entender

esse caráter contraditório, pois esse tipo de olhar são distorções dos

processos sociais e que não reconhece a realidade do mercado de

trabalho.

A profissão de serviço social também precisa ser analisada sob dois

ângulos os quais são indissociáveis, por um lado as respostas dos

assistentes sociais as demandas que são postas no cotidiano

profissional, por outro lado as condições societárias que estabelecem o

terreno sócio-histórico onde se realiza a profissão, remetendo as

dimensões objetivas e subjetivas anteriormente explicitadas.

Essas dimensões da atividade profissional, como atividade vivida e

representada pela consciência do profissional de serviço social e

também como atividade socialmente determinada, apresentam-se de

forma contraditórias. A dimensão objetiva é contraditória visto que

estamos numa sociedade capitalista, pois o profissional encontrará

limites dentro da conjuntura social e histórica, mas, contudo buscando

possibilidades de apresentar, criticamente, as alternativas e

possibilidades.

14Constitui uma escola de filosofia, com origens nos Estados Unidos da América, caracterizada pela

descrença no fatalismo e pela certeza de que só a ação humana, movida pela inteligência e pela energia, pode alterar os limites da condição humana. Este paradigma filosófico caracteriza-se, pois, pela ênfase dada às consequências - utilidade e sentido prático - como componentes vitais da verdade. Fonte: Wikipédia

15Caracteriza movimentos ou atitudes movidas por um sentimento de "eleição" ou "chamado" para o

(48)

59

O significado social da profissão está em responder as

determinações históricas e sociais, para isto acontecer a profissão

precisa estar inserida na própria sociedade criando e recriando essas

determinações históricas e sociais. A profissão de serviço social situa-se

no contexto das relações sociais e necessariamente precisa ultrapassar

a situação de “em si mesmo”.

Para Iamamoto e Carvalho (2000) para compreender o serviço social

precisamos considerar as condições e relações sociais que nos permitam

apreender o significado social da sociedade capitalista, pois a profissão

está situada como um dos elementos que participa da reprodução e das

relações de classe, sem localizá-la de forma focalizada, critíca e a

a-histórica.

Para Montaño há a necessidade de se compreender a gênese do

serviço social a partir de duas teses as quais nos permite refletir sobre

as abordagens utilizadas pelos assistentes sociais e suas perspectivas

de superação frente aos rebatimentos impostos pela sociedade

capitalista.

(49)

60

A natureza do serviço social, segundo Montaño, apresenta

duas teses, antes já referenciadas como distintas e antagônicas. A

primeira tese refere-se à perspectiva endógena a qual sustenta que a

origem do serviço social advém de um processo de evolução e

profissionalização das antigas formas de ajuda e da caridade. Os

teóricos que defendem esta tese apresentam a idéia do serviço social

tradicional, ou seja, uma profissionalização e sistematização da caridade

e da filantropia. Essa tese aborda e entenda a profissão como sendo

vista a partir de si mesma, ganhando autonomia histórica perante a

sociedade, as classes e as lutas sociais, defende uma visão

particularista ou focalista, pois compreende o surgimento do serviço

social atrelado as atividades e ações de sujeitos particulares, como

sendo resultado pessoal e a historia da sociedade entendida apenas

como sendo uma crônica paralela ao desenvolvimento da profissão sem

rebatimentos a esta. A segunda tese refere-se a perspectiva

histórico-critica a qual entende a profissão como resultado da síntese histórica

dos projetos políticos-ecônomicos, inseridos no contexto capitalista

monopolista, reproduzindo-o de maneira material e ideologicamente, no

qual o Estado toma para si a responsabilidade da precariedade do

sistema materializado na questão social. Enquanto a primeira aceita e

defende a continuidade existente entre Serviço Social atual e formas

anteriores de ajuda, filantropia e até caridade; a segunda percebe e

defende que houve, de verdade, uma ruptura na essência funcional do

(50)

61

1.4. Intenção de ruptura: protagonismos do serviço social crítico

A proposta de renovação do serviço social nesse momento seria

uma ruptura com as tradições e as demandas sociais através de um

melhoramento em suas técnicas e teorias – Movimento de

Reconceituação, que tem como base à pretensão de romper com a

herança teórico-metodológico do pensamento conservador.

Nos seminários de Araxá (1967) e Teresópolis (1970), os

profissionais têm a oportunidade de discutirem essa proposta, com tudo

devido à conjuntura vivenciada na década de 60 – repressões ao

pensamento intelectual, entre outros tipos de privação de expressão

política, cultural e ideológica – restando assim, fazer um aprofundamento

tão somente das técnicas.

Na tentativa de retomar uma postura critica e romper com o

conservadorismo do serviço social faz uma emersão no movimento de

“renovação do conservadorismo”, o qual embora questione e se opunha

ao serviço social tradicional não consegue romper com o

conservadorismo. Surgem assim dois processos antagônicos e

fundamentais para a concepção do que hoje temos como relação ao

serviço social: a “reatualização do conservadorismo” e a “intenção de

ruptura”.

A “reatualização do conservadorismo” apresenta-se com um

discurso teórico, adotando a fenomenologia como diretriz

Referências

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