Direito e Legislação Aérea
Conceito de Direito Aéreo
Anabela Brandão MAJ/JUR
“(…) Considerando os progressos da navegação aérea e o
interesse universal duma regulamentação comum;
Julgando necessário estabelecer desde já certos princípios e regras destinados a evitar controvérsias;
“Animados do desejo de favorecer o desenvolvimento das comunicações aéreas internacionais com um fim pacífico (…)”
Preâmbulo da Convenção de Paris, 13 de outubro de 1919
Direito e Legislação Aérea
Objetivo
Identificar e distinguir o conjunto de regras e
princípios
que
regulam
a
constituição
e
o
funcionamento das organizações aeronáuticas e as
relações jurídicas resultantes da atividade aérea civil,
designadamente
as
consubstanciadas
no
direito
convencional.
Direito e Legislação Aérea
Conceito de Direito AéreoPanorâmica
Direito AéreoOs primórdios da legislação aeronáutica
O direito público aeronáutico: do Sistema de Paris ao Sistema de Chicago
Responsabilidade civil das transportadoras aéreas: Sistema de Varsóvia e Convenção de Montreal
Prejuízos causados pelas aeronaves a terceiros à superfície Segurança da aviação civil internacional
Direito e Legislação Aérea
Conceito de Direito AéreoReconhecimento internacional de direitos sobre aeronaves Convenção Internacional Sanitária para a Navegação Aérea Assistência e Salvamento de Aeronaves ou por Aeronaves no
Mar
EUROCONTROL
EASA
O espaço exterior
Direito e Legislação Aérea
Conceito de Direito AéreoDireito Aéreo
“Sistema de princípios e regras de direito público e privado,
nacional e internacional que regula a constituição e
funcionamento das organizações aeronáuticas e as relações jurídicas resultantes da actividade aérea civil.”
J. Coelho dos Santos
julho de 1996
Direito e Legislação Aérea
Conceito de Direito AéreoOs primórdios da legislação aeronáutica
* Lei francesa de 1784 Regulava as condições para a ascensão em balão.
* 1889 Congresso Internacional de Aeronáutica.
* Conferências Diplomáticas Implicações internacionais dos voos transfronteiriços em balão.
Direito e Legislação Aérea
Conceito de Direito Aéreo1903 1910 1919
Liberdade do ar? Soberania dos Estados?
alguns exemplos
O direito público aeronáutico
* O Sistema de Paris
Convenção Internacional sobre a Navegação Aérea
assinada em Paris, em 13 de outubro de 1919 entrou em vigor em 11 de julho de 1922
Protocolo Adicional à Convenção Internacional sobre a Navegação Aérea
assinado em Paris, em 1 de maio de 1920
Direito e Legislação Aérea
Conceito de Direito AéreoComissão Internacional de Navegação Aérea (CINA).
Soberania completa e exclusiva dos Estados sobre o espaço atmosférico que cobre o seu território.
Aeronaves de Estado ≠ Aeronaves particulares.
Direito de sobrevoo inofensivo dos territórios nacionais por aeronaves particulares.
Faculdade de definir o itinerário e de impor escalas técnicas ou de aterragens no seu território.
Proibição de transporte de certos bens.
Define vários conceitos técnicos e jurídicos.
Direito e Legislação Aérea
Conceito de Direito Aéreo
O direito público aeronáutico
O Sistema de Paris
Aeronave susceptível de ser dirigida sem piloto!
Direito e Legislação Aérea
Conceito de Direito AéreoO direito público aeronáutico
* O Sistema de Chicago
Acordo Interino da Aviação Civil Internacional
assinado em Chicago, em 7 de dezembro de 1944 entrou em vigor em 6 de junho de 1945
Convenção Internacional de Aviação Civil
assinada em Chicago, em 7 de dezembro de 1944 entrou em vigor em 4 de abril de 1947
Acordo relativo ao Trânsito dos Serviços Aéreos Internacionais Acordo sobre o Transporte Aéreo Internacional
Direito e Legislação Aérea
Conceito de Direito AéreoAcordo Interino da Aviação Civil Internacional
Organização Provisória de Aviação Civil Internacional. Natureza técnica e consultiva.
Assembleia Interina Conselho Interino. 3 Comités interinos.
Regras diversas:
* Voos sobre o território dos Estados membros
* Medidas destinadas a facilitar a navegação aérea
* Condições com respeito às aeronaves
* Aeroportos e facilidades de navegação
O direito público aeronáutico
Direito e Legislação Aérea
Conceito de Direito AéreoConvenção sobre a Aviação Civil Internacional
Substitui as Convenções de Paris e de Havana.
Organização Internacional da Aviação Civil [ICAO]: Assembleia Conselho
Soberania completa e exclusiva dos Estados sobre o espaço atmosférico que cobre o seu território.
Regras uniformes sobre navegação aérea internacional.
Princípios e disposições sobre transporte aéreo internacional.
O direito público aeronáutico
Direito e Legislação Aérea
Conceito de Direito AéreoO direito público aeronáutico
* O Sistema de Paris
Convenção Internacional sobre a Navegação Aérea Protocolo Adicional e Protocolos de Emenda
* O Sistema de Chicago
Acordo Interino da Aviação Civil Internacional Convenção Internacional de Aviação Civil
Acordo relativo ao Trânsito dos Serviços Aéreos Internacionais
Responsabilidade civil das transportadoras aéreas
* O Sistema de Varsóvia
Convenção Internacional para a Unificação de Certas Regras Relativas ao Transporte Aéreo Internacional
assinada em Varsóvia, em 12 de outubro de 1929 entrou em vigor em 13 de fevereiro de 1933
Protocolos e Convenções que alteram a Convenção de Varsóvia
Protocolo de Haia de 28 de setembro de 1955
Convenção de Guadalajara de 18 de setembro de 1961 Protocolo da Guatemala de 8 de março de 1971
Protocolos Adicionais 1 a 4 de 25 de setembro de 1975
Direito e Legislação Aérea
Conceito de Direito AéreoDireito e Legislação Aérea
Conceito de Direito AéreoResponsabilidade civil das transportadoras aéreas
* A Convenção de Montreal
Convenção para a Unificação de Certas Regras Relativas ao Transporte Aéreo Internacional
assinada em Montreal, em 28 de maio de 1999 entrou em vigor em 4 de novembro de 2003
* O Sistema de Varsóvia
* A Convenção de Montreal
* Regulamento n.º 261/2004
regras comuns para a indemnização e a assistência aos passageiros dos transportes aéreos em caso de recusa de embarque e de cancelamento ou atraso considerável dos voos.
Prejuízos causados pelas aeronaves a terceiros à
superfície
Convenção sobre a Unificação de certas Regras Respeitantes aos Danos Causados por Aeronaves a Terceiros à Superfície
assinada em Roma em 1933
Convenção Referente à Unificação de Certas Regras Relativas aos Danos Causados pela Aeronave a Terceiros à Superfície
assinada em Roma em 7 de outubro de 1952 entrou em vigor em 4 de fevereiro de 1958
Protocolo de Emenda
assinado em Montreal em 23 de setembro de 1978 entrou em vigor em 25 de julho de 2002
Direito e Legislação Aérea
Conceito de Direito AéreoEm regra, aplica-se a pessoa que sofra:
* Danos causados por aeronave em voo;
* Danos causados por pessoa ou objeto que caia duma aeronave em voo;
causados no território de um Estado contratante por uma aeronave registada noutro Estado contratante ou por uma aeronave em que o operador tenha local de negócios/residência permanente noutro Estado contratante.
Não se aplica a aeronaves de Estado. Convenção
* Legislação interna
Decreto-Lei n.º 321/89, de 25 de setembro
(artigo 10.º e seguintes)
Direito e Legislação Aérea
Conceito de Direito AéreoSegurança da aviação civil internacional
Convenção Referente às Infrações e a Certos Outros Atos Cometidos a Bordo de Aeronaves
assinada em Tóquio a 14 de setembro de 1963 entrou em vigor em 4 de dezembro de 1969
Convenção para a Repressão da Captura Ilícita de Aeronaves
assinada em Haia a 16 de dezembro de 1970 entrou em vigor em 14 de outubro de 1971
Convenção para a Repressão de Actos Ilícitos contra a Segurança da Aviação Civil
assinada em Montreal a 23 de setembro de 1971 entrou em vigor em 26 de janeiro de 1973
Direito e Legislação Aérea
Conceito de Direito AéreoProtocolo de 24FEV1988
Direito e Legislação Aérea
Conceito de Direito Aéreo* Convenção Referente às Infrações e a Certos Outros Atos Cometidos a Bordo de Aeronaves
Infrações à lei penal e aos atos que possam por em perigo a segurança ou a boa ordem e a disciplina a bordo.
Jurisdição: competência do Estado de registo. Poderes do comandante da aeronave.
Apoderamento ilícito de aeronaves. Poderes e deveres dos Estados.
Não se aplica a aeronaves de Estado.
Direito e Legislação Aérea
Conceito de Direito Aéreo* Convenção para a Repressão da Captura Ilícita de Aeronaves
Em regra, aplicável se local de descolagem ou aterragem for diferente do Estado de matrícula.
Cada Estado tem a obrigação de reprimir esta infração com penas severas e de tomar medidas para determinar a sua jurisdição.
Violência, ameaça de violência ou outra forma de intimidação por agente ou cúmplice.
Normas processuais.
Não se aplica a aeronaves de Estado.
Direito e Legislação Aérea
Conceito de Direito Aéreo* Convenção para a Repressão de Atos Ilícitos contra a Segurança da Aviação Civil
Violência contra pessoa; Destruição ou certos danos;
Colocação de engenhos ou substâncias que provoque destruição ou certos danos;
Informações falsas.
Destruição ou danos em serviços de navegação aérea; Agente e cúmplice.
Não se aplica a aeronaves de Estado.
Segurança da Aviação Civil Internacional
Em ou na aeronave
Direito e Legislação Aérea
Conceito de Direito AéreoConvenção Referente às Infrações e a Certos Outros Atos Cometidos a Bordo de Aeronaves.
Convenção para a Repressão da Captura Ilícita de Aeronaves.
Convenção para a Repressão de Actos Ilícitos contra a Segurança da Aviação Civil Protocolo de 1988.
* Legislação interna
Segurança da Aviação Civil Internacional
passageiros desordeiros
Reconhecimento Internacional de Direitos sobre
Aeronaves
Convenção Relativa ao Reconhecimento Internacional de Direitos sobre Aeronaves
assinada em Genebra em 19 de junho de 1948 entrou em vigor em 17 de setembro de 1953
Convenção
Entrou em vigor, para Portugal, 12 de março de 1986.
Direito e Legislação Aérea
Conceito de Direito Aéreo
Convenção
Internacional
Sanitária
para
a
Navegação Aérea
Convenção Sanitária Internacional para a Navegação Aérea
assinada em Haia em 12 de abril de 1933
alterada por Convenção assinada Washington em 15 de dezembro de 1944 Protocolo de Prorrogação assinado em Washington em 23 de abril de 1946
Aderiu aos três instrumentos (à Convenção em 15 de dezembro de 1948, à alteração e protocolo em 5 de janeiro de 1949).
Regulamento Sanitário Internacional (2005)
Direito e Legislação Aérea
Conceito de Direito Aéreo
Assistência e Salvamento de Aeronaves ou por
Aeronaves no Mar
Convenção Sobre Assistência e Salvamento de Aeronaves ou por Aeronaves no Mar
assinada em Bruxelas em 1938
Direito e Legislação Aérea
Conceito de Direito AéreoArtigo 25.º da Convenção de Chicago
Aeronaves em perigo
Força Aérea Esq. 751
Artigo 25.º da Convenção de Chicago
Aeronaves em perigo
Cada Estado contratante compromete-se a socorrer, na medida do possível, as aeronaves que se encontrem em perigo no seu território e a permitir, sob a fiscalização das suas próprias autoridades, que os proprietários e as autoridades do Estado em que as aeronaves estejam matriculadas tomem todas as medidas de assistência exigidas pelas circunstâncias. Cada Estado Contratante, ao empreender a busca de aeronaves desaparecidas, procederá a esses trabalhos de harmonia com as medidas de coordenação que venham a ser recomendadas ao abrigo desta Convenção, sempre que for oportuno.
Direito e Legislação Aérea
Conceito de Direito Aéreo* Sistema Nacional para a Busca e Salvamento Aéreo
Decreto-Lei n.º 253/95, de 30 de setembro,
alterado pelo Decreto-Lei n.º 399/99, de 14 de outubro
Direito e Legislação Aérea
Conceito de Direito AéreoAssistência e Salvamento de Aeronaves ou por Aeronaves no Mar
MDN Comissão Consultiva RCC Lisboa RCC Lajes Unidades de Busca e Salvamento Força Aérea
Responsável pela salvaguarda da vida humana dentro das regiões de informação de voo em caso de acidente ocorrido com aeronaves ou em situações de emergência.
EUROCONTROL
Convenção Internacional de Cooperação para a
Segurança da Navegação Aérea
assinada em 13 de dezembro de 1960
Diversas alterações que culminam com o Protocolo que Consolida a Convenção de 1960
assinado em Bruxelas a 27 de junho de 1997
Direito e Legislação Aérea
Conceito de Direito AéreoDireito e Legislação Aérea
Conceito de Direito AéreoEUROCONTROL
Sem prejuízo do princípio de soberania total e exclusiva de cada Estado sobre o espaço aéreo que cobre o seu território e a capacidade, para cada Estado, de exercer as suas prerrogativas em matéria de segurança e de defesa no seu espaço aéreo nacional.
sistema europeu uniforme de
gestão do tráfego aéreo Actuacom asem autoridadescooperação nacionais civis e militares e as organizações de utentes.
Direito e Legislação Aérea
Conceito de Direito AéreoEUROCONTROL © E U R O C O N T R O L
EASA
Agência Europeia para a Segurança da Aviação
Regulamento (CE) N.º 1592/2002, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 15 de julho de 2002
Regulamento (CE) N.º 216/2008, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 20 de fevereiro de 2008 …
Direito e Legislação Aérea
Conceito de Direito AéreoDireito e Legislação Aérea
Conceito de Direito AéreoEASA
Dupla missão:
* Fornecer competência técnica à Comissão Europeia para a redação de regras em matéria de segurança da aviação em diversos domínios;
* Prestar o seu contributo técnico para a celebração de acordos internacionais pertinentes.
Assiste a Comissão Europeia;
Emite pareceres, especificações de certificação e documentos de orientação; Realiza inspeções e investigações;
O Espaço Exterior
* 5 tratados internacionais
* 5 princípios
* Resoluções da Assembleia Geral das Nações Unidas
Umbrella Treaty
Tratado sobre os princípios que regem as atividades dos Estados na exploração e utilização do espaço exterior, incluindo a Lua e outros corpos celestes.
Direito e Legislação Aérea
Conceito de Direito AéreoV ai v ém A tl an ti s a o rb it ar a T er ra D ic io p éd ia 2 0 1 0
Direito e Legislação Aérea
Conceito de Direito AéreoO espaço exterior
Exploração e utilização do espaço exterior para benefício e interesse de todos os países e como apanágio de toda a Humanidade
Para fins pacíficos
Estados são responsáveis pelas atividades espaciais nacionais
Estados são responsáveis por danos causados pelo seu objeto espacial
Não pode ser objeto de apropriação nacional
Não colocar em órbita, instalar nos corpos celestes ou manter armas nucleares ou outras armas de destruição maciça
Estados devem evitar a contaminação do espaço e direitos corpos celestes
Tratado do Espaço Exterior
Livre
* Criado em 1959
* 77 membros + observadores
* Finalidade exclusiva
Direito e Legislação Aérea
Conceito de Direito AéreoCommittee on the Peaceful Uses of Outer Space (COPUOS)
O espaço exterior COPUOS Subcomité Técnico e Científico Subcomité Jurídico
Tratado do Espaço Exterior. Entrou em vigor, para Portugal, em 29 de maio de 1996.
Acordo de Salvamento. Entrou em vigor, para Portugal, em 25 de março de 1970.
* Membro do COPOUS desde 1994.
Direito e Legislação Aérea
Conceito de Direito AéreoO espaço exterior
Sumário
Direito Aéreo
Os primórdios da legislação aeronáutica
O direito público aeronáutico: do Sistema de Paris ao Sistema de Chicago
Responsabilidade civil das transportadoras aéreas: Sistema de Varsóvia e Convenção de Montreal
Prejuízos causados pelas aeronaves a terceiros à superfície Segurança da aviação civil internacional
Direito e Legislação Aérea
Conceito de Direito AéreoReconhecimento internacional de direitos sobre aeronaves Convenção Internacional Sanitária para a Navegação Aérea Assistência e Salvamento de Aeronaves ou por Aeronaves no
Mar
EUROCONTROL
EASA
O espaço exterior
Direito e Legislação Aérea
Conceito de Direito AéreoDireito e Legislação Aérea
Conceito de Direito Aéreo“Tudo evolui: não há realidades eternas, tal como não há verdades absolutas.”
Questões
Direito e Legislação Aérea
Direito e Legislação Aérea
Conceito de Direito Aéreo
Anabela Brandão MAJ/JUR