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MARIANE MACHADO DE SOUZA. ANSIEDADE DE SEPARAÇÃO EM CÃES (Canis lupus familiaris)

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ANSIEDADE DE SEPARAÇÃO EM CÃES (Canis lupus

familiaris)

Juiz de Fora

2009

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ANSIEDADE DE SEPARAÇÃO EM CÃES (Canis lupus

familiaris)

Juiz de Fora

2009

Trabalho apresentado para o cumprimento de atividades referentes ao Módulo 05 do curso de Especialização Lato sensu em Clínica Médica e Cirúrgica em Pequenos Animais - UNIP

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literatura / Mariane Machado de Souza – Juiz de Fora: UNIP, curso de Especialização Lato sensu em Clínica Médica e Cirúrgica em Pequenos

Animais, 2009. 19f. ; il.

Trabalho de Conclusão de Curso – Universidade Paulista, curso de Especialização Lato sensu em Clínica Médica e Cirúrgica em Pequenos Animais, 2009.

1. Cães I. Ansiedade de Separação em Cães (Canis lupus familiaris).

CDU: 619:616-071

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MARIANE MACHADO DE SOUZA

ANSIEDADE DE SEPARAÇÃO EM CÃES (Canis lupus Familiaris)

Trabalho apresentado para o cumprimento de atividades referentes ao Módulo 05 do curso de Especialização Lato sensu em Clínica Médica e Cirúrgica em Pequenos Animais - UNIP

Data de Aprovação: ____/_____/_______

Banca Examinadora:

____________________________________________________

Supervisor: William Ribeiro Pinho: MV;MSc;DSc, Prof Titular de Medicina Veterinária Legal, Deontologia e Legislação Veterinária (FAA), Prof do Curso de Especialização em Irradiação de Alimentos(UFF).

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À Deus, aos meus pais, à Maria Eduarda e à todos que me ajudaram na conclusão deste trabalho.

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Abstract

The Syndrome of separation anxiety is a behavior disturb that happens mainly in companion dogs. This behavior upheaval even though reduces the quality of life of the animals, causing the abandonment and the euthanasia.

However, it becomes more important to identify this situation and treat it. Moreover, it must be studied and be searched, not only this disturb, but all the behavior upheavals, aiming to promote the conscientization of the Veterinarian and the owners, about the improvement of the quality of life and well- being of the dogs.

keywords: canine behavior, animal well-being, stress

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Resumo

A Síndrome de Ansiedade de Separação é um distúrbio comportamental que acomete principalmente os cães de companhia. Esse transtorno comportamental reduz a qualidade de vida dos animais, gerando o abandono e até mesmo a eutanásia.

Contudo, torna-se cada vez mais importante identificar esse quadro e tratá-lo. Além disso, deve- se estudar e pesquisar não só esse distúrbio, mas todos os distúrbios de comportamento, visando promover a conscientização do Médico Veterinário e proprietários, quanto à melhora da qualidade de vida e bem-estar dos cães.

Palavras-chave: Comportamento canino, bem-estar animal, estresse.

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ... 1

2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ... 2

2.1. Síndrome de Ansiedade de Separação... 2

2.2. Origem ... 3

2.3. Fatores Predisponentes... 3

2.3.1. Hipervinculação ... 4

2.4. Sinais Clínicos ... 5

2.5. Diagnóstico e Diagnóstico Diferencial ... 6

2.6. Tratamento ... 7

2.6.1. Terapia comportamental... 7

2.6.2. Terapia Medicamentosa ... 9

2.7. Prognóstico... 10

3. CONCLUSÃO ... 11

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ... 12

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1. INTRODUÇÃO

A cada dia cresce o vínculo entre humanos e animais de companhia, proporcionado um aumento cada vez maior da afetividade levando esses animais a serem considerados parte importante na vida das pessoas.

A Síndrome de Ansiedade de Separação (SAS) é um dos distúrbios comportamentais mais comuns em cães, na qual os animais exibem a ansiedade de separação quando são deixados sozinhos, e consequentemente, apresentarão uma típica resposta dramática da ansiedade dentro de um tempo curto depois que seus proprietários os deixam.

A sociabilidade na criação dos animais juntamente com a hipervinculação do proprietário está entre os fatores necessários para que se caracterizem diversos distúrbios comportamentais. São diversas as causas que geram estes distúrbios de comportamento, causas que vão desde a falta de conscientização ao adquirir um animal até a relação inadequada entre homem e o cão. O comportamento inadequado dos cães que apresentam distúrbios de comportamento deve ser interpretado como parte de uma resposta traumática do ponto de vista do cão.

Assim, os problemas de comportamento trazem uma séria de transtornos e complicações tanto para o proprietário quanto para o animal. Freqüentemente os animais são abandonados em abrigos e submetidos à eutanásia devido à apresentação de comportamento destrutivo, vocalização excessiva, que são alguns dos sinais clínicos de um dos distúrbios comportamentais mais comuns em cães, a Síndrome de Ansiedade de Separação (SAS).

Este comportamento humano frente à SAS canina vem salientar a falta de informações dos proprietários sobre os transtornos comportamentais nos animais domésticos, uma vez que, o comportamento inadequado dos cães com SAS deve ser interpretado como parte da resposta traumática do cão, que neste caso merece receber tratamento, não abandono ou morte.

De qualquer forma, a exclusão de outras doenças pelo Médico Veterinário é muito importante antes da confirmação clínica da enfermidade comportamental, uma vez que os proprietários precisam ser informados da origem dos distúrbios comportamentais para que comecem a entender a doença e para que possam, desta forma contribuir para o sucesso do seu tratamento.

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2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

2.1. Síndrome de Ansiedade de Separação

O termo ansiedade pode ser definido como antecipação apreensiva de um perigo futuro acompanhado de tensão (TELHADO et al., 2007). Para Appleby (2003) pode ser definida como apreensão decorrente da remoção de pessoas significativas ou de ambientes familiares. Na Medicina Veterinária, a ansiedade de separação é uma síndrome manifestada pelo conjunto de comportamentos exibidos por cães quando são deixados sozinhos, e constitui-se em um dos problemas comportamentais mais comuns da espécie (LANTZMAN, 2007). Os problemas de comportamento relacionado à separação nos cães são comuns. Consultores sobre comportamento animal trabalhando em diferentes partes do país relatam que os problemas de separação são responsáveis por aproximadamente 20% do total dos cães registrados (MCCRAVE, 1991). Segundo Schwartz (2003) os sinais da síndrome de ansiedade de separação nos cães incluem: agitação, vocalização excessiva, micção e defecação fora do lugar determinado, destruição de objetos, auto-mutilação, sinais de depressão (isolamento, inapetência, letargia, postura submissa), agressão (rosnar, morder o proprietário na hora da partida). Casos marcados por distúrbios de eliminação podem ser considerados mais profundos, uma vez que a micção e a defecação já caracterizam perda do controle da situação por parte do cão, excedendo uma possível estratégia para estabelecer contato (APPLEBLY et al., 2003).

Comportamentos que caracterizam a hipervinculação do cão com o proprietário são tidos como necessários para a caracterização de SAS (APPLEBY, 2003). Cães com predisposição a ansiedade de separação são ansiosos, agitados e super ativos. Seguem o proprietário por todo o lado, pulam em cima dele e correm sem parar (LANTZMAN, 2007).

Os sinais são tipicamente mais intensos dentro dos primeiros 15 minutos após a partida do proprietário, embora possam persistir por muito tempo ou ocorrer intermitentemente durante a isolação (SCHUWARTZ, 2003).

A síndrome pode ser manifestada pela ausência do proprietário de forma real - ou seja, quando este se ausenta de sua residência-, ou virtual - quando o cão tem seu acesso ao proprietário restrito de alguma maneira (preso em algum cômodo, caixa de transporte etc.) ainda que o proprietário esteja a poucos metros do animal (MCCRAVE, 1991).

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2.2. Origem

Para Hillestad (2007), não se sabe por que alguns cães desenvolvem a ansiedade de separação.

O período de sociabilização determina o tipo de relação social que um animal estabelecerá, bem como os processos de comunicação, coordenação, hierarquia e o tipo de relação que terá com o seu proprietário. A ligação implica numa relação de confiança e é o fundamento do laço entre o proprietário e o animal de estimação. Porém, quando um cão fica dependente demais de seu proprietário poderá desenvolver alterações comportamentais associadas à separação (LANTZMAN, 2007).

2.3. Fatores Predisponentes

Segundo Telhado (2007), diversos fatores foram elencados como necessários ao desenvolvimento da SAS como: vida em matilha, mudança de rotina, erros na educação, proprietários ansiosos, idade e hipervinculação.

Vida em matilha: Considerando a vida em matilha Horwitz (2000) afirmou que espécies sociais como os canídeos vivem em grupos e se tornam próximos a membros do grupo. Quando os animais são separados de seus grupos não é incomum para eles experimentarem desinteresse a separação e iniciar comportamentos relacionados à separação. Estes comportamentos são designados para reunir membros do grupo. Como fator, Hines ( 2000) cita filhotes de cachorro que foram removidos da vida em matilha, rejeitados pela mãe.

Mudanças na rotina: A ansiedade de separação é causada às vezes por uma mudança na programação que requeira que o animal de estimação seja deixado mais tempo sozinho que o normal (HINES, 2006). Os cães susceptíveis à SAS podem desenvolver sinais clínicos em respostas a leves mudanças de rotina como recolocação em uma nova casa, adição de um novo animal de estimação, e morte na família seja o indivíduo humano ou canino (SCHUWARTZ, 2003), ou a mudança no estilo de vida do proprietário, resultando em um súbito término no contato constante com o animal, uma ausência de longo prazo ou permanente de um membro da família (divórcio, morte, crianças que crescem e deixam a casa, volta para a escola ou trabalho, féria que terminam). O problema também pode ser o resultado de uma estadia prolongada ou traumática na casa de um parente ou amigo, em um canil ou hotel, a ansiedade de separação pode ser também associada a um evento traumático que possa ter ocorrido durante a ausência do proprietário (explosões, tempestade, assaltos violentos) (LANTZMAN, 2007).

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Erros na educação: Quanto aos erros, Shuwartz (2003) observou que os sinais leves de SAS, podem consequentemente ser normais em animais jovens, quando estas reações da separação são retidas além de filhotes, entretanto podem tornar-se mal adaptadas. Nestes casos, a dependência pode ser reforçada involuntariamente por proprietários de animais de estimação. A SAS também está relacionada ao não aprendizado do cão em ficar sozinho e a dificuldade de estabelecer laços saudáveis, aprendizado este que se dá durante a infância do animal (SCHUWARTZ, 2003).

Proprietários ansiosos: Proprietários ansiosos adotam com maior freqüência do que proprietários normais, comportamentos incoerentes com seus cães. Por vezes o recompensam, e outras os punem pela mesma atitude (TELHADO, 2007).

Idade: Para Hines (2006) a SAS apresenta-se geralmente de cinco meses a dois anos, porém, para Telhado (2007) a idade média do surgimento de SAS é cerca de um ano e meio. Não obstante, a SAS pode emergir em cães mais velhos sem nenhuma história precedente de reações de separação (SCHUWARTZ, 2003). A prevalência da ansiedade a separação parece aumentar em cães geriátricos, com 29% a 50 % demonstrando sintomas de desinteresse relacionados à separação (HORWITZ, 2000). Nos casos envolvendo animais com mais de oito anos, os processos patológicos podem estar associados à disfunção cognitiva geriátrica canina. Suas manifestações incluem, além dos comportamentos de ansiedade de separação, diminuição da obediência a comandos, irritabilidade, confusão, perda do condicionamento associado à eliminação e alteração no padrão de sono (LANTZMAN, 2007). O comportamento pode ocorrer em todos os estágios de desenvolvimento na vida de um cão, entretanto, a ansiedade de separação em cães idosos pode ser causada pela Síndrome Cognitiva ou Disfunção de Alzheimer (JUDITH, 2003). As mudanças não identificadas em animais de estimação mais velhos podem causar repentinamente a ansiedade de separação, que pode ser confundida com velhice (HINES, 2006).

2.3.1. Hipervinculação

Hipervinculação: Para Carvalho (2007), o dono não consegue ter uma boa convivência com o próprio cão, nunca chegando a estabelecer uma relação de liderança com o cão. O cão reage, tentando fazer de tudo para Ter a atenção do dono, mesmo que seja a atenção negativa. A hipervinculação é uma condição não só predisponente, mas necessária para SAS (APPLEBY, 2003). Os comportamentos de apego que as pessoas acham tão afetuoso também são a raiz de um problema comum de comportamento nos cães: o fim do comportamento quando são deixados sozinhos (MCCRAVE, 1991). A hipervinculação para MCCrave (1991), serve para diferenciar os comportamentos indesejáveis apresentados na SAS de outras possíveis origens como marcação territorial, manifestações extremas de submissão,

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mastigação juvenil, resposta ao medo e hiperatividade, resposta a estímulos externos envolvendo pessoas que não aquelas da casa e outros cães.

A hipervinculação pode ser reforçada involuntariamente pelo proprietário. Por exemplo, os animais de estimação podem tornar-se não favoráveis à separação se não forem lhes dado à oportunidade de aprender a lidar com o tempo longe de seus donos. Estes, por sua vez, podem ser relutantes em deixar animais de estimação novos e, desse modo, incentivar involuntariamente o acessório neurótico social (SCHUWARTZ, 2003). A hipervinculação pode ser dividida em primária e secundária (TELHADO et al., 2007). A hipervinculação primária é a manutenção do apego primário a um indivíduo além da puberdade, e constitui-se na definição específica de ansiedade de separação e correlação com a perpetuação de outras características de imaturidade. Logo, a hipervinculação secundária, pode se desenvolver em qualquer em qualquer idade, e é descrita como a dependência de uma ou mais pessoas pertencentes ao círculo familiar do cão.

A manifestação característica da hipervinculação é a organização de todas as atividades do cão em torno do alvo de seu apego quando esse indivíduo está presente, como segui-lo cômodo a cômodo – o cão espera até mesmo quando ele vai ao banheiro ; o cão espera que ele durma e inclinar-se sobre ele; o cão quer estar constantemente em seus braços e demonstra estresse quando separado dele, embora ambos estejam em casa, o que pode envolver destruição da vida em acesso (TELHADO et al., 2007). Cães com hipervinculação manifestam os primeiros sinais da SAS quando o proprietário se prepara para sair, pois conhecem a rotina deste e, por conseqüência, antecipam-se à sua saída (MCCRAVE, 1991).

A hipervinculação torna-se um complicador para o tratamento da SAS a partir do momento em que a característica do vínculo é desejável pelo proprietário, que se mostra mais satisfeito quando o cão apresenta maior apego do que os animais com menor exibição dessa característica (TELHADO et al., 2007).

2.4. Sinais Clínicos

Muitos cães podem sentir quando seu proprietário está para sair de casa e ficam ansiosos até mesmo antes de sua saída. Enquanto o proprietário se prepara para sair, o cão apresenta sinais de: aumento de atividade, choramingar, ganir, solicitar atenção, pular e seguir o proprietário onde quer que ele vá tremer ou até mesmo ficar agressivo quando o proprietário tente partir; neste caso a agressão por dominância deve ser pesquisada; e depressão na qual o cão fica parado, deitado sem se mexer quando o proprietário chama ou tenta tirá-lo do lugar. Depois de um tempo variável da saída do proprietário, os cães arranham, cavam, mastigam as portas e janelas, na tentativa de seguir seu proprietário e procuram objetos domésticos ou pessoais, como livros, móveis, fios, paredes, roupas e urinam e defecam em localizações

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inaceitáveis, como na porta ou na cama do proprietário e vocalizam (choramingam, latem e uivam sem parar); ficam deprimidos e não comem ou bebem enquanto o proprietário não volta. Isto é especialmente prejudicial se proprietário ficar fora por um longo período. Por outro lado, para MCCrave (1991) sinais menos específicos incluem salivação copiosa, vômito, diarréia, depressão comportamental e auto-mutilação.

Cães com ansiedade de separação interagem com seus donos diferentemente do que cães sem ansiedade de separação. Eles cumprimentam os donos mais intensamente, os donos geralmente se queixam que seus cães não comem quando eles estão ausentes, mas começam a se alimentar imediatamente quando eles retornam (Mccrave, 1991).

Um comportamento adicional na história de cães com ansiedade de separação é a excitação quando seus donos retornam. O comportamento quando cumprimentam é geralmente exuberante e prolongado. Eles pulam, gemem, correm em círculos por aproximadamente 10 minutos após a chegada do dono. Alguns cães mostrarão sua ansiedade através de gemidos, respiração ofegante, ou andando de um lado para o outro, enquanto outros cães se tornam imóveis (HORWITZ, 2000).

2.5. Diagnóstico e Diagnóstico Diferencial

As reclamações dos proprietários mais frequentemente apresentadas são eliminação, destruição, e vocalização excessiva que estão presentes em muitos diagnósticos possíveis. O diagnóstico diferencial para comportamentos destrutivos inclui a ansiedade de separação, comportamento alegre, mastigação feito bebê, resposta temerosa, reação a estímulo, comportamento socialmente facilitado, brincadeiras, agressões, ou respostas temerosas, todos classificados como distúrbios comportamentais Combinado todos estes fatos juntamente durante o comportamento, a entrevista poderia inibir o clínico a confirmar ou excluir um diagnóstico de ansiedade a separação. Estas características devem estar presentes no comportamento do cão antes e durante a partida do dono e a maneira na qual o cão se comporta e interage com seu dono quando está em casa (MCCRAVE, 1991).

Antes de estabelecer o diagnóstico de ansiedade de separação, outros casos de escavação, destruição, e vocalização devem estar ser avaliados.

Diagnóstico diferencial para cães que eliminam em local inadequado quando deixados sozinhos incluem causas médicas de escavação, técnicas inadequadas de treinamento doméstico, marcações e períodos prolongados sem acesso a locais apropriados de eliminação e Síndrome da Disfunção Cognitiva (CDS). Se alguns desses fatores são diagnosticados possíveis, então a escavação do solo doméstico poderia ocorrer em algum dos momentos e que o dono está presente, não apenas quando o animal seja deixado sozinho.

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Quando os cães são destruidores, explicações alternadas poderiam ser exploradas, tais como exercício limitado ou brincadeiras para cães jovens e enérgicos, e estímulos externos que poderiam despertar o cão. Os cães podem ser destruidores com portas e janelas durante demonstrações territoriais. Estes tipos de problemas serão também vistos quando o proprietário estiver presente. A destruição pode ser um comportamento em fobias de barulho, tais como trovões, comportamento fóbico pode aumentar quando a função cognitiva diminui.

Atividades externas ou demonstrações territoriais e não ansiedade de separação pode motivar cães a latirem. Se nenhuma destas hipóteses se aplicarem, então um diagnóstico relacionado à ansiedade de separação é apropriado. Se o histórico não está claro, então relatórios do dono, gravações de áudio e vídeo, e testes médicos apropriados podem ser úteis no estabelecimento do diagnóstico (HORWITZ, 2000).

2.6. Tratamento

2.6.1. Terapia comportamental

O objetivo do tratamento é reduzir a ansiedade associada com a partida do dono, mais do que tentar tratar os sintomas de eliminação, comportamento destrutivo, ou vocalização diretamente. Para tanto o proprietário deve planejar uma série de partidas de duração gradualmente crescente. A maioria dos proprietários precisa de assistência individual para programar o plano de tratamento corretamente (MCCRAVE, 1991). Durante este período atividades agitadas não devem ser incentivadas, os proprietários precisam incentivar, e reforçar o contato calmo, mesmo que para isso esse contato tenha que ser, a principio, feito com o cão preso, ou separado por um portão. O importante nesta fase é compensar o cão sempre que ele se mostrar calmo; toda a atitude bruta deve ser descartada. Os proprietários devem mostrar que quando o animal fica calmo ele tem sua atenção (CARVALHO, 2007).

Para Horwitz (2000) padrões dos planos para o tratamento da modificação de comportamento devem conter cinco componentes primordiais.

O primeiro, a educação do dono, visa sugestionar aos donos que o comportamento animal é baseado na ansiedade, não proposital.

A reestruturação do relacionamento do dono com o animal, segundo componente primordial, fornece aos donos ferramentas para fazer o cão menos apegado e as interações com seus animais mais focadas e estruturadas. Neste contexto, ignorar os comportamentos de procura de atenção, ensinar sentar/ficar, e dar atenção é essencial. A criação do hábito de mudar a rotina tem o objetivo de reduzir o valor previsível e assim a qualidade de produção de

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ansiedade dos passos da rotina de partida do dono. Em adição, os donos estão sugestionados a ignorar o cão previamente por 15 a 30 minutos da saída e no retorno.

Contra condicionar a partida visa ensinar o cão a iniciar uma atividade alternativa quando o dono se aproxima da porta e/ou parte podem ajudar alguns cães a lidar mais facilmente com a partida do dono.

Por fim, o quinto componente é o planejamento de partidas gradualmente, cujo, o objetivo é responder a partidas reais, usando um sinal novo para facilitar o cão na aprendizagem que as partidas precisam não produzir ansiedade.

O exercício do seu cão é de extrema importância, mas o proprietário não deve esquecer do exercício mental, como o treinamento de lugares novos para ele explorar, e a interação social com outros cães (SCHNECK, 2007). A apresentação de um brinquedo atrativo a mastigação, tal como um osso, promove uma associação positiva com a partida.

As pistas que antes informavam ao cão uma futura saída devem ser expostas ao animal, mas não devem ser concluídas com a saída real do proprietário (LANTZMAN, 2007).

Qualquer que seja, toda mudança principal na programação deve ser apresentada gradualmente quando possível, ajudando aliviar o estress de uma rotina nova, especialmente uma que requer a ausência do proprietário por um longo período (JUDITH, 2003).

A adição de um outro animal de estimação como companhia para um animal com SAS não é necessariamente uma solução ao problema (SCHWARTZ, 2003). O proprietário deve ser informado que não deve gritar e não punir fisicamente seu cão, já que tais atitudes tornaram pior o problema. Os cães que ficam muito tempo longe dos seus donos não se importam com que tipo de atenção receberá, seja ela positiva ou negativa, contanto que recebam (BACHMAN, 2002). Já o castigo e as punições físicas só pioram a ansiedade, por isso não são recomendados como tratamento. Já a punição é um procedimento que visa suprimir rapidamente a freqüência de um comportamento por meio de um controle aversivo.

Raramente o procedimento é aplicado com planejamento e conhecimento. Ainda, pessoas confundem punição com castigo, sendo que o castigo aplicado muitas vezes só serve para aliviar a ira do proprietário contra um cão que fez algo inadequado.

Como conseqüência há o desenvolvimento de comportamentos respondentes (medo/agressividade) diante do punidor.

O uso da punição como estimulo aversivo deve ser feito com planejamento, de modo que a punição seja aplicada imediatamente após a ocorrência do comportamento a ser suprimido, o que é difícil, pois, no caso de ansiedade de separação, tais comportamentos só ocorrem na ausência do proprietário (LANTZMAN, 2007).

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2.6.2. Terapia Medicamentosa

A socialização primaria e a orientação correta dos proprietários enquanto o cão ainda é filhote são as melhores maneiras de evitar os diversos problemas (TELHADO et al., 2007).

Os antidepressivos parecem eficazes em tratar a Síndrome de Ansiedade de Separação em animais de estimação; são os mais certamente eficazes em crianças e em adultos humanos (HINES, 2006). O objetivo é reduzir a ansiedade sem induzir a sedação, o que poderia interferir com a aprendizagem. Além disso, é importante considerar o estado clínico do animal antes de se ministrar o medicamento e os efeitos colaterais (LANTZMAN, 2007).

Na maioria dos casos fármacos não é uma solução e devem ser usados em combinação com um programa de modificação comportamental.

Medicamentos ansiolíticos auxiliam a suprimir a ansiedade de separação. São freqüentemente usados em cães com SAS severa ou quando os proprietários têm que deixar o cão só por um período longo enquanto o tratamento esta em andamento. Porém a escolha do medicamento deve levar em conta o fato de estes diminuírem a capacidade de aprendizagem e que seu efeito varia de acordo com o indivíduo (LANTZMAN, 2007).

Animais que devem ser colocados em medicações psicotrópicas deveriam passar por um exame físico e um mínimo de dados baseado em um perfil soro bioquímico, contagem de hemácias e análise de urina. Os donos devem ser informados dos efeitos colaterais, potenciais, e os donos deveriam planejar estar disponíveis para monitorar seus animais por causa dos efeitos colaterais no primeiro ou segundo dia após a medicação ser usada (HORWITZ, 2000).

O ideal é que os ansioliticos sejam dados ao animal enquanto o proprietário está em casa, para se determinar a duração e os possíveis efeitos colaterais. Caso não sejam constatados efeitos colaterais, a droga deve ser dada uma hora antes da saída do proprietário. A diminuição da dose deve ser gradual e conforme avaliação do sucesso do programa de modificação comportamental (LANTZMAN, 2007).

Os principais medicamentos usados são os tri cíclicos, progestágenos, barbitúricos, fenotiazínas e benzodiazepínicos (LANTZMAN, 2007). A fluoxetina, especificamente, é indicada no tratamento de SAS em cães (TELHADO et al., 2007). O FDA testou um antidepressivo chamado Clomicalm (clomipramine) para tratar a ansiedade nos cães, é administrado diariamente, e que quando usada junto com a terapia de comportamento, mostrou resultado positivo (BACHMAN, 2002). A droga é indicada para uso em cães que sofrem de ansiedade de separação e tem mais de seis meses de idade. A Clomipramida é usada em uma dose de 2 a 4mg/kg de peso corpóreo por dia (dose total diária), também como uma dose ou dividida dois vezes ao dia. Os resultados com a terapia com a droga podem não ser observados por 14 a 30 dias; por esta razão o dono pode ser instruído a continuar o uso. Quando usando Começam para tratar cães com ansiedade de separação, o animal é mantido

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na medicação e terapia de comportamento até que os sinais de desinteresse estejam progredidos ou sanados. O animal é então tirado gradualmente da medicação, enquanto a modificação do comportamento é continuada e o animal é continuado e o animal é monitorado para retorno de sinais clínicos. Em média, a maioria dos animais permanece na medicação por dois a quatro meses (HORWITZ, 2000). O uso de feromônio (DAP – feromônio apaziguador de cão) reduziu a ansiedade de cães em clínicas veterinárias, porem sem resultados diretos nos demais comportamentos aversivos apresentados (TELHADO et al., 2007).

As reações adversas mais comuns são vômitos, diarréia e letargia. O antidepressivo tri cíclico primeiramente afeta a serotonina, norepinefrina, acetilcolina e histamina. A maioria dos tri cíclicos tem efeitos colaterais cardíacos, eletrocardiograma pode ser indicado em alguns animais. O Clomicam é contra indicado em cães com hipersensibilidade conhecida a clomipramina ou outros antidepressivos tri cíclicos. O Clomicam não deve ser usado em combinação com, ou dentro de 14 dias previamente ou após o tratamento com Amitraz, e em cães com história de apreensão ou simultaneamente com drogas que diminuem o início da apreensão. A precaução é sugerida no uso de Clomicam com drogas ativas, incluindo anestésicos gerais, neurolépticos, anticolinérgicos e simpatomiméticos.

2.7. Prognóstico

Quando a SAS é tratada com sucesso, observam-se mudanças no comportamento do animal. Serão geralmente menos tensos e mais carinhosos. O dono não deve se sentir culpado sobre usar a terapia medicamentosa sob orientação do médico Veterinário (HINES, 2006). Se diagnosticado e tratado corretamente, um prognóstico para um cão com ansiedade de separação é excelente (MCCRAVE, 1991).

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3. CONCLUSÃO

É impossível mensurar o sofrimento do animal portados da Síndrome da Ansiedade de Separação enquanto é deixado só por seu proprietário. É impossível avaliar a profundidade do problema para cada cão.

Para que seja estabelecido um diagnóstico positivo para SAS, todos os distúrbios de comportamento nos animais não devem ser subestimados. Com isso, cresce então a responsabilidade do Médico Veterinário em diagnosticar a SAS, visto que os proprietários não recebem informações sobre tais doenças.

É necessário buscar a origem do problema, entender os fatores predisponentes, já que são de grande importância para determinar o aparecimento da SAS. Uma sociedade comprometida como bem-estar animal consciente da importância da educação sobre a posse responsável e que atue como sujeito ativo nesse processo contribui consideravelmente para a redução das situações de abandono e eutanásia. Assim, a interação homem e animal continuará influenciando positivamente a qualidade de vida de todos.

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APPLEBY, D.; PLUIJMARKES, J. Separation anxiety in dogs: The function of homeostasis in its development and treatment. Veterinary Clinics of North America: Small Animal Practice, v.33, n. 2, p. 321-344, 2003.

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Referências

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