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Palavras-chave: Escola. Função Escolar. Organização Escolar.

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Academic year: 2021

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CONGRESSO DE PESQUISA EM EDUCAÇÃO – CONPEDUC 2017 Política e Educação: desafios contemporâneos

ISSN 2179-068X

Universidade Federal de Mato Grosso – Campus Universitário de Rondonópolis 10 a 13 de outubro de 2017

REFLEXÕES SOBRE O SENTIDO DA ESCOLA

Éverton da Silva Oliveira Universidade Federal de Mato Grosso Aprendizagem Dialógica Janaina Monteiro da Silva Universidade Federal de Mato Grosso Aprendizagem Dialógica

Resumo

O artigo aqui apresentado é um esforço no sentido de sistematizar ideias consideradas centrais para a reflexão sobre o sentido da escola, e nosso objetivo é apresentar subsídios para essa reflexão. Para subsidiar este trabalho, pautamos em FERNANDES (2013), LIMA (2002) e PARO (2009 - 2014), VEIGA (2006), FREIRE (1987). Autores que discutem o sobre a função da escola, que nos faz refletir sobre o modelo organizacional escolar dentre outros assuntos correlacionados a temática do trabalho. A construção deste artigo baseou-se em estudos bibliográficos com base nos textos e obras de tais autores correlacionando-os com situações pelas quais as escolas vivem atualmente. O artigo baseia-se nos seguintes questionamentos: “Qual a escola que temos hoje? A escola atual ensina a pensar? Qual o sentido da escola? Que escola queremos? ” Nesse sentido, faz-se necessário considerar questões política, social, econômica e cultural, que fazem parte de nossas vidas, porém, atualmente temos sentido essas questões mais intensamente, devido ao momento histórico do qual estamos vivendo e que influencia diretamente nas tomadas de decisões no âmbito educacional. Daí a relevância e a proposta de reflexão deste trabalho acerca do real sentido da escola e sua função enquanto instituição social. Convidamos o leitor a apreciar e refletir as questões abordadas neste trabalho correlacionado os assuntos abordados acerca destra temática com as situações reais que permeiam as instituições educacionais.

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CONGRESSO DE PESQUISA EM EDUCAÇÃO – CONPEDUC 2017 Política e Educação: desafios contemporâneos

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Universidade Federal de Mato Grosso – Campus Universitário de Rondonópolis 10 a 13 de outubro de 2017

Introdução

Refletir sobre o sentido da escola é um desafio que atualmente tem ocupado espaços na comunidade acadêmica. Considerar conceitos da filosofia, da sociologia, da pedagogia tornam o trabalho mais reflexivo.

Vivemos em uma sociedade que vem sofrendo grandes transformações mediante as tecnologias da informação, nas questões de políticas educacionais impostas pelo governo federal e, em algumas situações, pelo governo estadual.

Tais mudanças implicam diretamente no âmbito educacional. As políticas públicas educacionais acompanhavam os interesses dos “nossos” governantes. Sendo assim, a população menos favorecida sobre as consequências de tais implicações.

Como pensar um uma escola que atenda as necessidades da sociedade com as mudanças que vem ocorrendo atualmente na administração o ensino público, já que muitas dessas mudanças acontecem de maneira equivocada, no sentido de não ouvir ou atender os anseios educacionais, principalmente dos menos favorecidos.

Nesse sentido, cabe a escola entender-se como instituição humanizadora e formar o cidadão para enfrentar, no sentido de saber lidar, com as dimensões da sociedade que afetam integralmente o ser humano.

As questões pedagógicas, psicológicas, sociológicas implícitas neste trabalho permite uma reflexão acerca da temática de maneira humanizadora, ou seja, entender o ser humano como Homem, como ser histórico em constante transformação e que precisa da escola, quando aluno, para se tornar crítico e participativo frente às questões sociais.

A educação visa boa conduta do aluno, visa princípios e valores, mas percebe-se que na prática a efetivação despercebe-ses conceitos carece de atenção, ou percebe-seja, é fundamental atentar-se para as questões que estão ligadas à função escolar, e não

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ao simples fato de preparar o aluno para o mercado de trabalho e para atender aos anseios da sociedade, que atualmente, está sendo injusta com os mais carentes de educação de qualidade.

Convidados o leitor a refletir conosco sobre as questões educacionais que permeiam o espaço escolar no sentido de entender e compreender a real função da escola.

Escola: lugar de produzir conhecimento

Em um primeiro momento percorremos a discussão sobre o sentido da escola, no qual o autor Fernandes (2013) no texto “SKHOLÉ: o sentido fundante da escola, propõe pensar a educação no sentido de como e onde ela acontece.

Para o autor, Skholé tem o significado de ideia de tempo livre – suspensão – ideia de pensar, portanto a escola é lugar de pensar, de produzir conhecimento – formar o homem para produzir conhecimento.

Do grego Skholé, no latim schola, o ócio leva em consideração a ideia de contemplação, ou seja, para os gregos, somente era possível dedicar-se às atividades artísticas e intelectuais se as pessoas não estivessem sendo forçadas, escravizadas pela obrigação de trabalhar. (NOGUEIRA, 2015, p.40).

É preciso repensar a escola como lugar de produzir conhecimento. Fernandes (2013), frente a essas indagações, afirma que precisamos tornar o espaço da escola – ócio – em tempo livre. Tempo livre para pensar, para produzir. É preciso repensar a escola. Pensar em valores na escola é fundamental.

Ócio, para o autor, não significa não fazer nada, pelo contrário, ócio significa tempo livre para produzir conhecimento, para refletir. Cabe salientar que, ocioso, neste sentido, permite a atividade criadora do aluno no âmbito escolar.

Cabe a escola possibilitar a atividade reflexiva e criadora nos alunos através de ações que contemplem a real função da escola.

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O papel da escola é preparar o homem não somente eticamente, mas também, politicamente, culturalmente, de maneira equilibrada, torná-lo um ser pensante e criador de sua própria história.

Os alunos precisam ir além dos muros das escolas, ou seja, estudem além da escola, façam a “leitura do mundo” a partir das condições pedagógicas que o professor mediador lhe possibilitar. Infelizmente, o que acontece atualmente nas escolas, não as generalizando, é meramente uma reprodução de “conhecimentos”. Predomina na sala de aula, a transmissão de conteúdos através de livros didáticos (estes que deveriam servir como suporte ao trabalho do professor), que ganham cada vez mais espaços na sala de aula, em uma relação vertical de diálogo e interação entre professor e aluno.

A relação, professor – aluno e consequentemente, o processo de ensino e aprendizagem, deveria acontecer para produzir conhecimento, levar o aluno a pensar nas questões sociais, econômicas, políticas, culturais, ou seja, levá-lo a pensar. São valores que devem (ou deveriam) ser trabalhados na escola.

Nessa perspectiva, é importante resgatar um pouco da história da sociedade e dar ênfase às questões socioculturais, econômicas e políticas para a compreensão do ser humano enquanto Ser Integral. O aluno precisa pensar no ser humano enquanto ser histórico em constante transformação e, consequentemente, enquanto Homem.

São nas relações pedagógicas que devem ser criadas situações para que o aluno reelabore, crie, quebre paradigmas e reconstrua suas concepções, pensando na escola como lugar de tempo livre para pensar. Criar condições para que o aluno – sujeito, pense por si só, ou seja, seja capaz de ter suas próprias concepções acerca das dimensões da sociedade (social, política, cultural). E o professor é o agente que deve criar situações para que isso aconteça.

Há também as relações da escola com o estado, que se dá pela política educacional e acaba interferindo nas ações pedagógicas. Nessa relação da educação com o estado referenciamos o texto de Licínio Lima (2002) que trata dos modelos organizacionais, texto na perspectiva teórica a partir da pedagogia crítica.

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Será que os modelos organizacionais da escola interferem nas relações de ensino – aprendizagem dos alunos e no trabalho dos professores?

Em se tratando dessas questões, citamos Lima (2002) para abordar, resumidamente uma discussão sobre diferentes modelos organizacionais na qual a escola necessita adotar um modelo que vá ao encontro com o desejo e ações da escola.

A escolha de um modelo seja no sentido singular (modelo normativo pragmático) ou plural (modelo analítico reflexivo) precisa ir ao encontro com as diferentes práticas e que atendam as necessidades encontradas no espaço escolar, sem romper com as ações de modelos anteriormente adotados, mais especificamente àquelas que vem sendo bem-sucedidos, criando assim, a simultaneidade de diferentes modelos atendendo as necessidades da escola.

Pensar num modelo organizacional de escola que atenda as necessidades da comunidade escolar sem pensar na equipe gestora está, de fato, garantindo um ensino de qualidade? Governança está relacionada à questão de democracia? O diretor é gestor ou educador?

Em uma entrevista dada a Net Educação, em abril deste ano, no lançamento do livro “Diretor escolar: educador ou gerente? ” Paro (2015) afirma que o diretor de escola não foi feito para ser legal. Que na maioria das vezes o diretor tem autoridade para mandar e não poder, e que o diretor é o responsável último para que o estado possa fazer dele o culpado primeiro. E mais, diz que diretor é estado e categoria ao mesmo tempo.

Assim, podemos afirmar que a relação da escola com o estado interfere nas ações pedagógicas, afeta os trabalhos na sala de aula. No texto “Implicações do caráter político da educação para a administração da escola pública”, também de Paro (2009), levantamos as seguintes questões: qual a função social da escola? Qual o nosso projeto de educação? Que projeto de sociedade queremos?

Pensar na educação nos faz refletir nas contradições que há no campo educacional. Refletir e trabalhar com a lógica das contradições implica em negar e /

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ou afirmar algo visando a construção do novo, duas posições associadas a educação e política.

Pensar nas contradições da educação requer autonomia para relacionar, dialogar consigo e com os campos de conhecimento. É preciso pensar em um projeto de civilidade quando se trata de pensar escola. A sala de aula é o ambiente escolar que mais sofre com a implicações políticas.

Essa relação se dá pela política pública educacional, que pode ser explicita ou implícita, que traz dois pontos importantes, que é o da negação e o da afirmação, lógica da contradição.

Paulo Freire perante as contradições: a escola não pode tudo, mas o que ela pode, deve fazer. Dessa forma podemos dizer que o melhor Projeto Político Pedagógico é aquele que inclua todos em suas dimensões, não negando a dimensão cultural no âmbito escolar.

[...] o projeto político pedagógico tem a ver com a organização do trabalho pedagógico em dois níveis: como organização da escola como um todo e como organização da sala de aula, incluindo sua relação com o contexto social imediato, procurando preservar a visão de totalidade. (VEIGA, 2006, p. 14).

É de fundamental importância considerar o Projeto Político Pedagógico (PPP) no planejamento organizacional das aulas, daí uma das possibilidades, e talvez, a mais importante, de fazer o aluno a refletir e produzir conhecimento de maneira ética. Segundo Vasconcellos (2000) alguns questionamentos são necessários para a construção coletiva do PPP, vejamos a tabela 1.

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Fonte: Vasconcellos, 2000, p.170.

Percebe-se na tabela acima que os níveis filosófico, sociológico e o de programação estão interligados no intuito de que as ações possam ser melhores conduzidas.

Em relação ao PPP estima-se que as ações deste esteja voltado à formação integral do aluno, à formação do cidadão de maneira responsável, crítica. Isso justifica a questão política do projeto pedagógico.

O processo de refletir, repensar, criar, agir se caracteriza como um espiral que está sempre em movimento em busca de transformações. Freire já dizia que a educação não transforma o mundo, mas que a educação transforma as pessoas e estas transformam o mundo.

Considerações Finais

Com base nas contribuições dos autores acerca da temática deste trabalho consideramos relevantes os questionamentos aqui levantados para uma reflexão em

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torno das discussões que permeiam as relações estabelecidas sobre o real sentido da escola.

É pertinente ressaltar que a escola deve ter a função humanizadora, ou seja, possibilitar ao aluno uma um desenvolvimento de forma integral. Mas, para que isso aconteça é fundamental que as ações escolares estejam presentes em todos os envolvidos no processo educativo.

O artigo permitirá ao leitor em processo de formação refletir sobre sua prática pedagógica, bem como àquele que há muito tempo já atua na educação, também refletir sua práxis pedagógica.

Essa reflexão acerca desta temática objetiva a transformação social implícita nas questões educacionais, ou seja, na função da escola, longe desta ser apenas uma mera reprodutora de conteúdos.

Referências Bibliográficas

FERNADES, Marcos Aurélio. Skholé: o sentido fundante da escola. In: Escritos sobre o sentido da escola/Ideu Moreira Coelho/org/. Campinas – SP: Macedo de letras. 2013.

FREIRE, Paulo. Pedagogia do oprimido. 17ª. ed. Rio de Janeiro, Paz e Terra, 1987.

LIMA, Licínio C. Modelos organizacionais da escola: perspectivas analíticas, teorias administrativas e o estudo da ação. In: política e gestão da educação: dois olhares/Lourdes Marecelino Machado e Naura Syria Carapeto Ferreira/orgs. Rio de Janeiro: DP&A. 2002.

NOGUEIRA, Makeliny Oliveria Gomes. Teorias da Aprendizagem: um encontro entre os pensamentos filosófico, pedagógico e psicológico. 2 ed. Curitiba, 2015. PARO. Vitor Henrique. Implicações do caráter político na educação para a

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contemporânea / Maria Vieira Silva e Maria Alejandra Corbalán / orgs. Belo Horizonte: Alíne. 2009.

______. Diretor escolar: educador ou gerente? São Paulo: Cortez. 2014.

VASCONCELLOS, Celso dos Santos. Planejamento: Projeto de ensino

aprendizagem e projeto político - pedagógico. 7.ed. São Paulo: Liberal, 2000.

VEIGA, Ilma Passos Alencastro. (org). Projeto Político Pedagógico da escola: uma construção possível. 22 ed. Campinas, SP: Papirus, 2006.

Referências

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