• Nenhum resultado encontrado

(Causas Excludentes de Ilicitude)

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "(Causas Excludentes de Ilicitude)"

Copied!
36
0
0

Texto

(1)

(Causas Excludentes de Ilicitude)

(2)

Causas Supralegais de Exclusão da Ilicitude

Consentimento do ofendido ou vítima: (quando se trata de bem jurídico disponível)

Princípio da Insignificância

Usos e Costumes

(3)

Excludentes na legislação extrapenal

Legítima defesa prevista no CC, art. 1.210, § 1.º: “O

possuidor turbado, ou esbulhado, poderá manter-se ou

restituir-se por sua própria força, contanto que o faça

logo; os atos de defesa, ou de desforço, não podem ir

além do indispensável à manutenção, ou restituição da

posse”. O Código Civil é mais flexível que o CP - admite

a busca da restituição, mediante o emprego de força, do

que já foi tomado, embora com moderação.

(4)

Excludentes na legislação extrapenal

Fala-se no Código Civil em desforço, cujo significado é vingança ou desforra. Logo, a lei civil autoriza que o possuidor, embora já tenha perdido, por esbulho, o que é seu, retome o bem usando a força.

Essa amplitude não existe na área penal. Aquele que for

agredido, ainda que logo após, não pode se vingar. O

que foi furtado, não pode invadir a casa do autor da

subtração e de lá retirar, à força, o que lhe pertence

(exercício arbitrário das próprias razões).

(5)

Adoção da Teoria Subjetiva

Código Penal italiano: “consciência da necessidade de se valer da excludente”.

A importância do ânimo de se defender ou de realizar a

defesa de terceiros é tão intensa que algumas leis

exigem, em situações peculiares, como a defesa de

pessoas estranhas, que o agente defensor não atue

impulsionado pelo desejo de vingança, ressentimento

ou outro motivo ilegítimo (Código Penal chileno).

(6)

 Fala-se no Código Civil em desforço, cujo significado é vingança ou desforra. A lei civil autoriza que o

possuidor, embora já tenha perdido, por esbulho, o que é seu, retome o bem usando a força.

 Essa amplitude não existe no contexto penal. Aquele que for agredido, ainda que logo após, não pode

vingar-se. Aquele que foi furtado, por exemplo, não

pode invadir a casa do autor da subtração e de lá retir

(7)

Causas Excludentes de Antijuridicidade

O art. 23 CP prevê causas excludentes de antijuridicidade. Elas também são chamadas de Descriminantes, Eximentes, Causas de Exclusão de Crime, Tipos Permissivos. São elas:

I - estado de necessidade

II - legítima defesa

III - estrito cumprimento de dever legal

IV - exercício regular de direito

(8)

Estado de Necessidade (art. 24 CP)

Considera-se em estado de necessidade quem pratica o fato para salvar de perigo atual, que não provocou por sua vontade, nem podia de outro modo evitar, direito próprio ou alheio, cujo sacrifício, nas circunstâncias, não era razoável exigir-se.

§ 1º - Não pode alegar estado de necessidade quem

tinha o dever legal de enfrentar o perigo.

(9)

Estado de Necessidade Defensivo

Quando o agente pratica o ato necessário contra a coisa

ou animal do qual promana o perigo para o bem

jurídico. Ex.: A, atacado por um cão bravo, vê-se

obrigado a matar o animal.

(10)

Estado de Necessidade Agressivo

Quando o agente se volta contra pessoa ou coisa diversa daquela da qual provém o perigo para o bem jurídico.

Ex.: para prestar socorro a alguém, o agente toma o veículo alheio, sem autorização do proprietário.

Invasão de domicílio para salvar uma pessoa.

(11)

Estado de Necessidade Justificante

Sacrifício de um bem de menor valor para salvar outro de maior valor ou o sacrifício de bem de igual valor ao preservado. Ex.: o agente mata um animal agressivo, que pertence a terceiro, para salvar alguém sujeito ao seu ataque (patrimônio x integridade física).

Há quem sustente (Bustos Ramírez, Jiménez Martínez e

Cezar Roberto Bittencourt), que o sacrifício de bem de

igual valor não é amparado pelo direito, ficando para o

contexto do estado de necessidade exculpante.

(12)

Estado de Necessidade Exculpante

Quando o agente sacrifica bem de valor maior para

salvar outro de menor valor, não lhe sendo possível

exigir, nas circunstâncias, outro comportamento. Trata-

se, pois, da aplicação da teoria da inexigibilidade de

conduta diversa, razão pela qual, uma vez reconhecida,

não se exclui a ilicitude, e sim a culpabilidade.

(13)

Requisitos do Estado de Necessidade

perigo atual

ameaça a direito próprio ou alheio

situação não causada voluntariamente pelo sujeito

inexistência de dever legal de arrostar o perigo

inevitabilidade do comportamento lesivo

inexigibilidade de sacrifício do interesse ameaçado

conhecimento da situação de fato justificante

(14)

Legítima Defesa (art. 25 CP)

Entende-se em legítima defesa quem, usando

moderadamente dos meios necessários, repele

injusta agressão, atual ou iminente, a direito seu

ou de outrem.

(15)

Requisitos da Legítima Defesa

agressão injusta;

atual ou iminente;

a direito próprio ou de terceiro com uso moderado de tais meios para cessar a agressão;

conhecimento da situação justificante.

(16)

Legítima Defesa Presumida

Admitida no direito romano: “A noite autorizava a presunção de legítima defesa em favor daquele que matasse a um ladrão, quando surpreendido furtando, pelo justo receio do seu ataque”.

CP Mexicano: “Presume-se em legítima defesa, salvo

prova em contrário, quem causa dano a alguém que, por

qualquer meio, invadiu, sem autorização, o domicílio

do agente, de sua família, de seus dependentes ou de

outra pessoa com relação a qual exista a obrigação de

defesa, bem como o lugar onde estão seus bens ou ainda

em local particular, revelador de elevada probabilidade

de ocorrência de agressão”.

(17)

Legítima Defesa Putativa

Erro quanto aos pressupostos fatídicos

Erro quantos à existência de uma causa excludente de ilicitude

Erro quanto aos limites de uma excludente de

ilicitude

(18)

Legítima Defesa

Merece destaque a situação do feto e do cadáver , que não

são titulares de direitos, pois não são considerados

pessoa, não possuem personalidade, atributo que

permite ao homem ser titular de direitos. Em ambos os

casos, é admissível a legítima defesa, tendo em vista a

proteção que o Estado lhes confere, criando tipos penais

específicos para essa finalidade (Manzini).

(19)

O consentimento da vítima na legítima defesa de terceiro

Bens Indisponíveis...desnecessário

Bens Disponíveis...necessário (a priori)

(20)

Proporcionalidade na legítima defesa

A lei não a exige (art. 25, CP), mas a doutrina e a

jurisprudência posicionam-se no sentido de ser

necessária a proporcionalidade (critério adotado no

estado de necessidade) também na legítima defesa.

(21)

Legítima Defesa da Honra

Impossibilidade: (Frederico Marques e Noronha) – a honra é individual e não pode ser “partilhada” entre os cônjuges.

Não há atualidade na agressão, consumada com o início da relação adúltera.

Se o cônjuge inocente age para salvar sua honra,

provoca, com a violência empregada, um público

conhecimento do acontecido.

(22)

Legítima Defesa da Honra

A sociedade vê o cônjuge inocente e enganado como o maculado, o frouxo, aquele que teve a sua reputação manchada, mormente se nada faz no exato momento em que constata o flagrante adultério.

Admissível que possa agir para preservar os laços

familiares ou mesmo a sua honra objetiva, usando

violência moderada. Ex: expulsar o amante de casa,

empregando força física. Não deve responder por

lesões corporais.

(23)

Legítima Defesa da Honra

Não se deve tolerar jamais a prática do homicídio contra o cônjuge adúltero como forma de “reparar” a honra ofendida, pois há evidente desproporcionalidade entre a injusta agressão e a reação.

É inadmissível que se “possa ‘lavar’ a alvura da honra

maculada, tingindo-a no sangue de uma vida, que nem por

mal vivida é vida que nos pertença. Não se pode tolerar que o

homicídio por adultério passe a ser, contra a tradição

civilizadora do país, ‘contra toda a doçura de nossos foros

jurídicos’, o único delito punido com pena de morte. E morte

infligida não pelo Estado, através das garantias e consectários

do processo judicial, mas morte imposta pelo ofendido, sem

forma nem figura de juízo, num pretório de paixão, em que

falam, apenas, as vozes cegas da cólera e da vingança.

(24)

Estrito cumprimento do dever legal

É o instituto que prevê que não há crime quando o

agente pratica o fato em obediência a um dever imposto pela lei.

O “dever legal” pode constar de decreto, regulamento ou qualquer ato administrativo, desde que originários de lei.

Exemplos:

a) fuzilamento do condenado pelo executor;

b) morte do inimigo no campo de batalha;

c) prisão em flagrante realizada pelo policial.

(25)

Exercício Regular do Direito

 Este instituto prevê que o sujeito possa exercer de forma regular o direito desde que sua conduta se enquadre no exercício de um direito, pois, caso contrário, haverá abuso de direito e ele responderá pela conduta abusiva.

a) prisão em flagrante realizada por um particular;

b) liberdade de censura prevista no art. 142 do CP;

c) direito de retenção permitido pelo CC;

d) direito de correção do pai em relação ao filho.;

e) intervenções médicas e cirúrgicas;

f) práticas esportivas.

(26)

Ofendículos

Obstáculo, impedimento, aparelho, engenho ou animal utilizado para a proteção de bens e interesses.

Obstáculos ou impedimentos posicionados para atuar

no momento da agressão alheia.

(27)

Excesso nas Descriminantes

Havendo excesso (doloso ou culposo) o agente é

punido, não lhe sendo permitido evocar o

benefício decorrente das excludentes de ilicitude.

(28)

EXCLUDENTES ESPECÍFICAS

Art. 142 CP – Não constituem injúria ou difamação:

I – a ofensa irrogada em juízo, na discussão da causa, pela parte ou por seu procurador;

II – a opinião desfavorável da crítica literária, artística ou científica, salvo quando inequívoca a intenção de injuriar ou difamar;

III – o conceito desfavorável emitido por funcionário

público, em apreciação ou informação que preste no

cumprimento de dever do ofício.

(29)

EXCLUDENTES ESPECÍFICAS

Art. 146, § 3º CP - Constrangimento ilegal

Não configura crime:

I – a intervenção médica ou cirúrgica, sem o consentimento do paciente ou de seu representante legal, se justificada por iminente perigo de vida;

II – a coação exercida para impedir suicídio.

(30)

Aplicação no processo penal: Excludentes de ilicitude e a liberdade provisória

“Se o juiz verificar, pelo APFD, que o agente praticou o

fato nas condições dos incisos I a III do art. 23 CP,

poderá, fundamentadamente, conceder ao acusado

liberdade provisória, mediante termo de

comparecimento a todos os atos processuais, sob pena

de revogação. (Parágrafo único. Art. 310 CPP).

(31)

Aplicação no processo penal: Excludentes de ilicitude e a liberdade provisória

A LP deve ser decidida pelo juiz ao analisar o APFD e com as provas produzidas na prisão cautelar. Com a Lei 12.403 de 2011, não mais se permite que o agente preso em flagrante assim permaneça, pois o juiz deve converter a prisão em preventiva, caso necessário, ou a considerar ilegal, decretando o relaxamento da prisão.

Além disso, o magistrado ainda pode, ao invés de

converter em preventiva, aplicar uma das medidas

cautelares diversas da prisão, ou conceder a liberdade

provisória, com ou sem fiança (art. 310, I a III do CPP.

(32)

Aplicação no processo penal: Excludentes de ilicitude e a liberdade provisória

O par único do art. 310 CPP abrangeu menos do que

deveria. Deve ser interpretado extensivamente para

possibilitar a concessão da LP para o agente que

pratica o fato pelo qual foi preso em flagrante sobre

os requisitos das excludentes de ilicitude, como na

hipótese em que sua ação está acobertada por uma

circunstância que o isente de pena – excludente de

culpabilidade.

(33)

Aplicação no processo penal: Excludentes de ilicitude e a liberdade provisória

Havendo excludente de ilicitude, deve o Del Pol

preservar a colheita da materialidade e apurar os fatos

em IP. Havendo fatos novos que divirjam dos

elementos apurados inicialmente, apontando para não

existência da causa excludente de ilicitude, nada obsta

que se represente à autoridade judiciária pela prisão

preventiva ou demais medidas cautelares, caso seja

necessária e adequada a medida excepcional.

(34)

Impossibilidade da prisão preventiva

O art. 314 do CPP repete a redação do dispositivo

anterior, proibindo o decreto da prisão preventiva, caso

o agente tenha praticado o delito sob circunstância que

exclua o crime. A reforma da Lei nº 12.403/11 apenas

corrigiu a redação para adequá-lo à reforma penal de

1984 (incluindo as excludentes). Mais uma vez o

legislador foi omisso, pois só proibiu a prisão preventiva

para os crimes que foram cometidos sob a excludente de

ilicitude, não se manifestando sobre os casos que

tratam de excludente de culpabilidade.

(35)

Impossibilidade da prisão preventiva

Se da análise dos autos percebe-se que o agente atuou sob o manto de uma excludente de ilicitude, a prisão preventiva não deve ser decretada (art. 314, CPP).

Trata-se de causa impeditiva à decretação da medida prisional. A preventiva deve ser encarada como uma medida excepcional, e em havendo elementos que façam crer estar a conduta justificada pela lei, ela não terá cabimento.

Não só as excludentes de ilicitude previstas na parte geral do

CP estariam elencadas, mas também, por analogia, as

previstas na parte especial e na legislação extravagante.

(36)

Impossibilidade da prisão preventiva

Não é necessário um juízo de certeza quanto à presença das excludentes. Bastam indícios (fumus boni iuris) que convença o juiz da presença das causas de justificação.

Além de não responsabilizar o agente que age nas

circunstâncias de uma excludente, a lei processual

também prevê alguns benefícios para os sujeitos que

se enquadram nessa situação. Entre os benefícios, há

a LP, e a proibição da decretação da prisão preventiva.

Referências

Documentos relacionados

Via de exposição Ingestão Inalação Contacto com a pele e/ou os olhos Órgãos-alvo Não se conhecem órgãos-alvo específicos... SECÇÃO 12:

O presente trabalho tem como objetivo realizar um estudo comparativo entre as cargas de colapso obtidas experimentalmente e a determinada analiticamente pelo método da

Movimentos Políticos Pan-Europeus: os movimentos escolhem também os candidatos principais para mobilizar o eleitorado e organizam a estratégia de campanha em diferentes níveis:

Objetivo: Garantir estimativas mais realistas e precisas para o projeto, ao considerar nesta estimativa o esforço necessário (em horas ou percentual do projeto) para

Os profissionais de enfermagem possuem um importante papel em promover políticas de promoção da saúde, e ao averiguar as condições de saúde da população, os

Quaisquer incidentes na corrida serão resolvidos por um Júri da Funchal SkyRace® 2016, composto pelo Presidente do Júri, nomeado pela FCMP, pelo Diretor de prova e

“Considera-se em estado de necessidade quem pratica o fato para salvar de perigo atual, que não provocou por sua vontade, nem podia de outro modo evitar, direito próprio ou alheio,

Art. Considera-se em estado de necessidade quem pratica o fato para preservar direito seu ou alheio, de perigo certo e atual, que não provocou, nem podia de