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Nuno Albuquerque e Deolinda Ribas 29.ª Alteração do Código Penal Notas sobre a revisão operada pela Lei n.º 19/2013, de 21 de Fevereiro

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Texto

(1)

verbojuridico

®

Nuno Albuquerque e Deolinda Ribas

29.ª Alteração do Código Penal

(2)

No passado dia 21 de Fevereiro foi

objecto de publicação em Diário

da República a 29.ª alteração ao

Código Penal e a primeira

alteração à Lei n.º 112/2009, de 16

de Setembro, que estabelece o

regime jurídico aplicável à

prevenção da violência doméstica,

à protecção e à assistência das

suas vítimas, com entrada em vigor

30 dias após respectiva publicação.

Do ponto de vista substantivo

a

vigésima nona alteração à lei penal

incide sobre a pena acessória de

proibição de conduzir, o instituto da

prescrição, a natureza do crime de

furto simples, o crime de furto

qualificado, o crime de resistência e

coação sobre funcionário, e o

crime

de

falsas

declarações,

criando ainda um novo tipo legal

que

criminaliza

as

falsas

declarações

prestadas

perante

autoridade ou funcionário público

no exercício das suas funções.

Principais alterações

Para efeitos da presente nota informativa optou-se por elencar os artigos

objecto de alteração (em anexo), dando-se conta das novidades trazidas e

comentando-se a respectiva alteração quando assim se justifique.

Art. 69.º - Proibição de conduzir veículos com motor

Alarga-se a aplicação da pena

acessória de proibição de conduzir

veículos com motor, por um período

fixado entre três meses e três anos,

para além dos crimes de perigo

contra a vida ou a integridade

física no exercício da condução -

condução perigosa de veículo

rodoviário

(artigo

291.º)

e

condução de veículo em estado

de embriaguez ou sob a influência

de estupefacientes ou substâncias

psicotrópicas (artigo 292.º) -, a

crimes praticados no exercício da

condução em que existe efectiva

violação dos bens jurídicos vida e

integridade física, ou seja, a quem

for punido por crimes de homicídio

ou de ofensa à integridade física

cometidos

no

exercício

da

condução de veículo motorizado

com violação das regras de trânsito

rodoviário.

(3)

A pena acessória de proibição de

condução

de

veículos,

passa

também a ser aplicável a crimes

praticados

no

exercício

da

condução em que existe efectiva

violação dos bens jurídicos vida e

integridade física, por, no entender

do legislador, não se justificar a

manutenção do regime actual que,

na prática, redundava em que aos

crimes de homicídio ou de ofensa à

integridade física praticados no

exercício da condução não era

aplicável a pena acessória de

conduzir.

Preenche-se

uma

lacuna

de

punibilidade existente no nosso

ordenamento,

pois,

não

fazia

sentido

aplicar

a

sanção

de

proibição de condução quando

estivesse em causa a criação de

perigo

contra

a

vida

ou

a

integridade física (no caso de crime

de condução perigosa de veículo

rodoviário - artigo 291.º) ou a mera

violação de regras estradais (no

caso de condução de veículo em

estado de embriaguez ou sob a

influência de estupefacientes ou

substâncias psicotrópicas -artigo

292.º), e não o fazer quando essa

violação causasse a morte ou a

lesão corporal de terceiro.

Desta forma também, por algum

modo, se dá resposta à questão

debatida no jurisprudência sobre a

aplicabilidade ou não da pena

acessória de proibição de conduzir

veículos com motor a quem, por

exemplo, não possua habilitação

legal para conduzir.

Com

efeito,

discutia-se

na

jurisprudência se as alterações

introduzidas no artº69º do CP, pela

Lei nº77/2001, de 13/7, haviam ou

não excluído da condenação na

pena acessória de proibição de

conduzir os agentes não habilitados

com carta de condução.

Com

o

alargamento

da

possibilidade da condenação na

pena acessória de proibição de

conduzir

a

quem

for

punido,

nomeadamente, por crimes de

homicídio

ou

de

ofensa

à

integridade física cometidos no

exercício da condução de veículo

motorizado

com

violação

das

regras de trânsito rodoviário, esta

questão passa a estar clarificada.

Finalmente, a versão anterior previa

que cessaria a aplicação da pena

acessória de proibição de conduzir

veículos com motor quando, pelo

mesmo

facto,

tiver

lugar

a

aplicação de cassação ou de

interdição da concessão do título

de condução nos termos do artigo

101.º e 102.º.

Ora, as alterações ora introduzidas

limitam esta excepção à situação

de cassação do título e interdição

da

concessão

do

título

de

condução de veículo com motor

(artigo

101.º),

eliminando

a

exigência

de

verificação

da

aplicação de regras de conduta

prevista no art.º 102.º (no qual se

estabelecia que no caso de se

verificarem

os

pressupostos

da

reincidência, previstos no artigo

75.º, ou de a sua ausência se dever

só a falta de imputabilidade, o

tribunal poderia impor ao agente o

cumprimento

das

regras

de

conduta previstas nas alíneas b) a f)

do n.º 2 do artigo 52.º, quando elas

se revelarem adequadas a evitar a

prática de outros factos ilícitos

típicos da mesma espécie).

(4)

Art. 120.º - Suspensão da prescrição

A

alteração

aqui

introduzida

procura impedir que, por força do

exercício pelo arguido dos seus

direitos de defesa, se possa, por

essa via, extinguir a respectiva

responsabilidade criminal.

A anterior redacção

considerava-se um período global máximo de 3

anos

de

suspensão

após

a

notificação da acusação ou, não

tendo esta sido deduzida, a partir

da

notificação

da

decisão

instrutória

que

pronunciasse

o

arguido, independentemente de

ter sido interposto recurso da

decisão da 1.ª instância.

Com a alteração ora introduzida,

mantendo-se a suspensão de 3

anos após a acusação, passou a

prever-se um novo período de

suspensão após notificação da

sentença ao arguido.

Assim, passou a prever-se que a

prescrição

do

procedimento

criminal suspende-se, para além

dos casos especialmente previstos

na lei, durante o tempo em que a

sentença

condenatória,

após

notificação ao arguido, não tenha

transitado ainda em julgado.

Ou

seja,

a

prescrição

do

procedimento criminal passa a

suspender-se nos casos em que,

havendo sentença condenatória,

a mesma ainda não transite em

julgado, desde que a referida

sentença tenha sido notificada ao

arguido.

Outra alteração introduzida às

regras da suspensão da prescrição

prende-se com a determinação de

um prazo máximo de suspensão do

procedimento criminal por efeito da

contumácia. Assim, nas situações

em que o procedimento criminal

esteja suspenso por vigorar a

declaração de contumácia, o

prazo máximo de suspensão do

procedimento crimina, passa a ser

graduável de acordo com o crime

em

causa.

Anteriormente

o

procedimento criminal em situação

de contumácia ficava suspenso por

tempo indeterminado, sendo que

por força das alterações ora

introduzidas se passa a prever que

a suspensão não poderá ultrapassar

o prazo normal de prescrição.

Finalmente, passa-se a prever, de

forma expressa, a situação da

pendência de recurso para o

Tribunal Constitucional, da seguinte

forma:

-

no

caso

de

sentença

condenatória

ainda

não

transitado em julgado, a

suspensão

não

pode

ultrapassar 5 anos,

elevando-se para 10 anos no caso de

ter

sido

declarada

a

excepcional complexidade

do processo.

-

no caso de recurso para o

Tribunal Constitucional, os

referidos prazos de 5 e 10

anos são elevados para o

dobro.

Desta forma, e para além do mais,

põe-se fim à controvérsia se a

pendência de recurso para o

Tribunal Constitucional constituía

causa de suspensão do prazo de

prescrição

do

procedimento

criminal

prevista

no

segmento

normativo

«dependência

de

sentença a proferir por tribunal não

penal» da alínea a) do n.º 1 do

artigo 119.º do Código Penal de

1982, versão original, ou da alínea

(5)

a) do n.º 1 do artigo 120.º do

Código Penal de 1982, revisão de

1995”, e que havia sido objecto do

Acórdão

de

Fixação

de

jurisprudência do Supremo Tribunal

de Justiça n.º 9/2010, de 26/11.

Regista-se, aqui, a opção pelo

estabelecimento de prazos de

prescrição muito elevados e que

poderão atingir os 20 anos, a que

pode acrescer, por se tratar de

mera suspensão, o prazo normal de

prescrição, bem como o que

resultar das demais hipóteses de

suspensão ou de interrupção da

prescrição.

E se o alargamento do prazo de

prescrição será justificável quando

a impugnação da decisão que

impede o trânsito em julgado da

sentença

for

promovida

pelo

arguido, contudo a situação não

deixará de ser questionável nos

casos em que, tendo aquele sido

absolvido da prática do crime em

1.ª instância, o recurso vier a ser

imputável ao Ministério Público ou

ao assistente.

Um último apontamento para o

facto de, em relação às causas de

suspensão

da

prescrição,

se

continuar

a

não

estabelecer

qualquer prazo máximo para a

suspensão a não ser no caso das

actuais alíneas c) e e) do nº1 do

art.º 120.º - em que se impõe o limite

do prazo normal de prescrição (nº

3) e de um prazo de 5 ou 10 anos

no caso de sentença condenatória

ainda não transitado em julgado

ou, ainda, de 10 ou 20 anos se

houver recurso para o Tribunal

Constitucional -, e no caso da

alínea a), com o limite previsto no

art.º 7.º, do Código de Processo

Penal. Ou seja, em relação às

restantes alíneas do nº1 do art.120.º,

do Código Penal, não há prazo

máximo para a suspensão da

prescrição. Verificando-se o facto

suspensivo, para além das situações

expressas, o processo permanece

indefinidamente suspenso até que

cesse esse facto – na linha do que

havia sido decidido pelo Ac. TRL de

31-01-2012,

disponível

em

http://www.dgsi.pt

.

Art. 132.º - Homicídio qualificado

Na construção do art.º 132.º, a par

da expressão "orientação sexual", é

aditado

aos

exemplos-padrão

descritos no n.º 2, a identidade de

género (questões de identificação

social em relação ao sexo) da

vítima

de

homicídio,

como

circunstância

passível

de

susceptível de revelar a especial

censurabilidade ou perversidade

para efeitos de qualificação do

crime.

O género refere-se à identidade

adoptada ou atribuída a uma

pessoa

de

acordo

com

seus

genitais, psicologia ou seu papel na

sociedade. Para a maioria das

pessoas, homem ou mulher.

A

inclusão

da

categoria

"identidade de género" no Código

Penal era uma reivindicação antiga

de

alguns

sectores

da

nossa

sociedade.

Trata-se

de

uma

alteração

aprovada por unanimidade na

discussão na especialidade das

alterações

ao

Código

Penal,

consubstanciando

o

(6)

vulnerabilidade

das

pessoas

transexuais.

Art. 152.º - Violência doméstica

Na construção do art.º 152.º, é

aditado às situações passíveis de

integrar este tipo de ilícito, as

situações de namoro.

Por seu turno, acrescenta-se na

alínea d), que prevê a protecção

de

pessoa

particularmente

indefesa,

a

expressão

“nomeadamente.

Finalmente, na construção do n.º 5

deste art.º 152.º é substituída a

expressão “pode por ”deve”.

Art. 204.º - Furto qualificado

Procede-se ao aditamento ao

elenco das condutas típicas do

crime

de

furto

qualificado,

agravando-os,

dos

actos

de

impedimento ou perturbação da

exploração

de

serviços

de

comunicações ou de fornecimento

ao público de bens e serviços

essenciais – água, luz, energia,

calor,

óleo,

gasolina

ou

gás

[aditamento de uma alínea j) ao n.º

1 do artigo 204.º].

A alteração aqui introduzida cria

um novo tipo penal para quem

furtar

coisa

móvel

alheia,

impedindo ou perturbando, por

qualquer forma, a exploração de

serviços de comunicações ou de

fornecimento ao público de água,

luz, energia, calor, óleo, gasolina ou

gás.

Trata-se de um crime de perigo

abstracto, em que se assume que a

perigosidade para o bem jurídico

decorre do próprio modo de ser da

conduta.

Atente-se ao eventual concurso

com o crime de perturbação de

serviços, previsto no art.º 277.º, als.

c) e d), o qual não poderá deixar

de ser resolvido pelas regras gerais

de concurso de normas, atendendo

ao caso concreto.

Art. 207.º - Acusação particular

Inscrevem-se, no tipo legal de furto

simples,

novas

circunstâncias

condicionadoras

da

obrigatoriedade da acção penal

pública.

Assim, procede-se à transformação

em crimes de natureza particular

dos atuais crimes de furto simples

(praticados por um único agente)

de coisas móveis expostas de valor

diminuto,

cometidos

em

estabelecimento

comercial,

no

período de abertura ao público,

desde que tenha ocorrido a sua

recuperação imediata [aditamento

de um n.º 2 ao artigo 207.º,

passando o anterior corpo do artigo

a n.º 1 e consequente ajustamento

(7)

das remissões constantes do n.º 3

do artigo 213.º, n.º 4 do artigo 224.º,

e alínea b) do n.º 3 do artigo 231.º].

O crime dependerá, agora, de

acusação

particular

quando,

cumulativamente, se verificarem as

seguintes circunstâncias:

-

o

furto

ocorrer

num

estabelecimento comercial;

-

a ocorrência tenha lugar

durante

o

período

de

abertura ao público;

-

o furto tenha como objecto

coisas móveis expostas;

-

as coisas furtadas tenham

valor diminuto;

-

as coisas furtadas tenham

sido

imediatamente

recuperadas;

-

o furto tenha sido praticado

por uma só pessoa.

Estão, aqui, em causa furtos, muitas

vezes de valor diminuto, ocorridos

em estabelecimentos comerciais.

Sem

deixar

de

penalizar

tais

condutas,

uma

vez

que

a

propriedade

é

um

direito

constitucionalmente reconhecido e

a sua ofensa lesa um bem jurídico,

assume-se que nas situações em

que os ofendidos são proprietários

de estabelecimentos comerciais,

onde os produtos se encontram

expostos ao público, a justiça

penal, como ultima ratio, só passa a

ser chamada a intervir quando o

ofendido deduza ele próprio a

acusação.

Opta-se, assim, pela transformação

de tais ilícitos, sempre que existe

recuperação imediata da coisa

furtada, em crimes de natureza

particular, continuando os restantes

crimes de furto simples a assumir a

natureza de crimes semipúblicos.

Para além dos casos já previstos no

art.º

207.º

do

Código

Penal,

nomeadamente,

as

relações

pessoais entre a vítima e o agente

ou furto de bens de valor diminuto,

destinados a utilização imediata, o

procedimento criminal pelo crime

de

furto

passa,

também,

a

depender de acusação particular

nos casos de furtos de valor

diminuto,

ocorridos

em

estabelecimentos comerciais.

Salvaguardam-se, igualmente, os

casos em que o furto é cometido

por duas ou mais pessoas, já que

nesses casos existe uma nítida

exasperação de ilicitude e de

perigosidade

que

justifica

a

intervenção do Estado com a mera

apresentação

de

queixa

do

ofendido.

Art. 213.º - Dano qualificado

É feita a adaptação da previsão remissiva decorrente da alteração do

conteúdo do art.º 207.º.

Art. 224.º - Infidelidade

É feita a adaptação da previsão remissiva decorrente da alteração do

conteúdo do art.º 207.º.

(8)

Art. 213.º - Receptação

É feita a adaptação da previsão remissiva decorrente da alteração do

conteúdo do art.º 207.º.

Art. 240.º - Discriminação racial, religiosa ou sexual

Art. 347.º - Resistência e coacção sobre funcionário

Procede-se ao aumento do limite

mínimo da pena aplicável,

fixando-o num anfixando-o de prisãfixando-o, relativamente

ao crime de resistência e coação

sobre funcionário.

Atente-se que esta alteração, na

prática, exclui a aplicabilidade a

este crime das penas de

substituição, nomeadamente, a

pena de multa de substituição, a

prisão por dias livres e a

semidetenção.

Art. 359.º - Falsidade de depoimento ou declaração

As alterações do disposto no artigo

359.º do Código Penal decorrem da

alteração dos artigos do Código de

Processo Penal [Lei n.º 20/03] e que

elimina o dever do arguido de

responder

sobre

os

seus

antecedentes criminais.

Em termos práticos, deixa de ser

criminalizada

a

falsidade

das

declarações do arguido quanto

aos seus antecedentes criminais.

Art. 348.º-A - Falsas declarações

Em relação ao tipo do crime de

falsas declarações, o mesmo deixa

de se confinar às declarações

recebidas como meio de prova em

processo judiciário, ou equivalente,

passando a constituir ilícito criminal

igualmente as falsas declarações

que

sejam

prestadas

perante

autoridade pública ou funcionário

público no exercício das suas

funções e se destinem a produzir

efeitos jurídicos.

Na prática cria-se um novo tipo

legal

de

falsas

declarações,

incriminado quem declarar ou

atestar falsamente à autoridade

pública

ou

a

funcionário

no

exercício

das

suas

funções

identidade,

estado

ou

outra

(9)

qualidade a que a lei atribua

efeitos jurídicos, próprios ou alheios.

Trata-se do dever de identificação

própria ou do dever de verdade na

identificação fiscal.

A pena prevista é prisão até um

ano ou com pena de multa, se

pena mais grave não lhe couber

por força de outra disposição legal.

A incriminação é agravada caso as

declarações se destinem a ser

exaradas em documento oficial,

caso em que a punição será de

pena de prisão até dois anos ou

com pena de multa.

Art. 35.º - Meios técnicos de controlo à distância

Finalmente, na construção do n.º 1 deste normativo, é substituída a expressão

“pode por ”deve”.

Art. 36.º - Consentimento

É conferida a possibilidade do Juiz afastar a necessidade de consentimento

da vítima sempre que, de forma fundamentada, considerar que a utilização

de meios técnicos de controlo à distância é imprescindível para a proteção

dos direitos daquela.

Braga, 25 de Março de 2013

Nuno Albuquerque

(10)
(11)

Código Penal – versão anterior

Código Penal – versão Lei n.º 19/2013, de 21 de Fevereiro

Art. 69.º - Proibição de conduzir veículos com motor

Código Penal-versão anterior Código Penal-versão Lei n.º 19/2013, de 21 de Fevereiro

Artigo 69.º

Proibição de conduzir veículos com motor 1- É condenado na proibição de conduzir veículos

com motor por um período fixado entre três meses e três anos quem for punido:

a) Por crime previsto nos artigos 291.º ou 292.º;

b) Por crime cometido com utilização de veículo e cuja execução tiver sido por este facilitada de forma relevante; ou c) Por crime de desobediência cometido

mediante recusa de submissão às provas legalmente estabelecidas para detecção de condução de veículo sob efeito de álcool, estupefacientes, substâncias psicotrópicas ou produtos com efeito análogo.

2- A proibição produz efeito a partir do trânsito em julgado da decisão e pode abranger a condução de veículos com motor de qualquer categoria. 3- No prazo de 10 dias a contar do trânsito em

julgado da sentença, o condenado entrega na secretaria do tribunal, ou em qualquer posto policial, que remete àquela, o título de condução, se o mesmo não se encontrar já apreendido no processo.

4- A secretaria do tribunal comunica a proibição de conduzir à Direcção-Geral de Viação no prazo de 20 dias a contar do trânsito em julgado da sentença, bem como participa ao Ministério Público as situações de incumprimento do disposto no número anterior.

5- Tratando-se de título de condução emitido em país estrangeiro com valor internacional, a apreensão pode ser substituída por anotação naquele título, pela Direcção-Geral de Viação, da proibição decretada. Se não for viável a anotação, a secretaria, por intermédio da Direcção-Geral de Viação, comunica a decisão ao organismo competente do país que tiver emitido o título.

6- Não conta para o prazo da proibição o tempo em que o agente estiver privado da liberdade por força de medida de coacção processual, pena ou medida de segurança.

7- Cessa o disposto no n.º 1 quando, pelo mesmo facto, tiver lugar a aplicação da cassação ou da interdição da concessão do título de condução, nos termos dos artigos 101.º e 102.º.

Artigo 69.º [...] 1 - ...

a) Por crimes de homicídio ou de ofensa à integridade física cometidos no exercício da condução de veículo motorizado com violação das regras de trânsito rodoviário e por crimes previstos nos artigos 291.º e 292.º; b) ... c) ... 2 - ... 3 - ... 4 - ... 5 - ... 6 - ...

7 - Cessa o disposto no n.º 1 quando, pelo mesmo facto, tiver lugar a aplicação de cassação ou de interdição da concessão do título de condução nos termos do artigo 101.º.

(12)

Art. 120.º - Suspensão da prescrição

Código Penal-versão anterior Código Penal-versão Lei n.º 19/2013, de 21 de Fevereiro

Artigo 120.º Suspensão da prescrição

1- A prescrição do procedimento criminal suspende-se, para além dos casos especialmente previstos na lei, durante o tempo em que:

a) O procedimento criminal não puder legalmente iniciar-se ou continuar por falta de autorização legal ou de sentença a proferir por tribunal não penal, ou por efeito da devolução de uma questão prejudicial a juízo não penal;

b) O procedimento criminal estiver pendente a partir da notificação da acusação ou, não tendo esta sido deduzida, a partir da notificação da decisão instrutória que pronunciar o arguido ou do requerimento para aplicação de sanção em processo sumaríssimo;

c) Vigorar a declaração de contumácia; d) A sentença não puder ser notificada ao

arguido julgado na ausência; ou

e) O delinquente cumprir no estrangeiro pena ou medida de segurança privativas da liberdade.

2- No caso previsto na alínea b) do número anterior a suspensão não pode ultrapassar 3 anos. 3- A prescrição volta a correr a partir do dia em que

cessar a causa da suspensão.

Artigo 120.º [...] 1 - ... a) ... b) ... c) ... d) ...

e) A sentença condenatória, após notificação ao arguido, não transitar em julgado;

f) [Anterior alínea e).] 2 - ...

3 - No caso previsto na alínea c) do n.º 1 a suspensão não pode ultrapassar o prazo normal de prescrição.

4 - No caso previsto na alínea e) do n.º 1 a suspensão não pode ultrapassar 5 anos, elevando-se para 10 anos no caso de ter sido declarada a excecional complexidade do processo. 5 - Os prazos a que alude o número anterior são elevados para o dobro se tiver havido recurso para o Tribunal Constitucional.

6 - (Anterior n.º 3.)

Art. 132.º - Homicídio qualificado

Código Penal-versão anterior Código Penal-versão Lei n.º 19/2013, de 21 de Fevereiro

Artigo 132.º Homicídio qualificado

1 - Se a morte for produzida em circunstâncias que revelem especial censurabilidade ou perversidade, o agente é punido com pena de prisão de doze a vinte e cinco anos.

2 - É susceptível de revelar a especial censurabilidade ou perversidade a que se refere o número anterior, entre outras, a circunstância de o agente:

a) Ser descendente ou ascendente, adoptado ou adoptante, da vítima;

b) Praticar o facto contra cônjuge, ex-cônjuge, pessoa de outro ou do mesmo sexo com quem o agente mantenha ou tenha mantido uma relação análoga à dos cônjuges, ainda que sem coabitação, ou contra progenitor de descendente comum em 1.º grau; c) Praticar o facto contra pessoa particularmente indefesa, em razão de idade, deficiência, doença ou gravidez;

d) Empregar tortura ou acto de crueldade para aumentar o sofrimento da vítima; e) Ser determinado por avidez, pelo prazer de matar

Artigo 132.º [...] 1 - ... 2 - ... a) ... b) ... c) ... d) ... e) ...

f) Ser determinado por ódio racial, religioso, político ou gerado pela cor, origem étnica ou nacional, pelo sexo, pela orientação sexual ou pela identidade de género da vítima;

g) ... h) ... i) ... j) ... l) ... m) ...

(13)

ou de causar sofrimento, para excitação ou para satisfação do instinto sexual ou por qualquer motivo torpe ou fútil;

f) Ser determinado por ódio racial, religioso, político ou gerado pela cor, origem étnica ou nacional, pelo sexo ou pela orientação sexual da vítima; g) Ter em vista preparar, facilitar, executar ou encobrir um outro crime, facilitar a fuga ou assegurar a impunidade do agente de um crime;

h) Praticar o facto juntamente com, pelo menos, mais duas pessoas ou utilizar meio particularmente perigoso ou que se traduza na prática de crime de perigo comum;

i) Utilizar veneno ou qualquer outro meio insidioso; j) Agir com frieza de ânimo, com reflexão sobre os meios empregados ou ter persistido na intenção de matar por mais de vinte e quatro horas; l) Praticar o facto contra membro de órgão de soberania, do Conselho de Estado, Representante da República, magistrado, membro de órgão de governo próprio das Regiões Autónomas, Provedor de Justiça, governador civil, membro de órgão das autarquias locais ou de serviço ou organismo que exerça autoridade pública, comandante de força pública, jurado, testemunha, advogado, todos os que exerçam funções no âmbito de procedimentos de resolução extrajudicial de conflitos, agente das forças ou serviços de segurança, funcionário público, civil ou militar, agente de força pública ou cidadão encarregado de serviço público, docente, examinador ou membro de comunidade escolar, ou ministro de culto religioso, juiz ou árbitro desportivo sob a jurisdição das federações desportivas, no exercício das suas funções ou por causa delas;

m) Ser funcionário e praticar o facto com grave abuso de autoridade.

Art. 152.º - Violência doméstica

Código Penal-versão anterior Código Penal-versão Lei n.º 19/2013, de 21 de Fevereiro

Artigo 152.º Violência doméstica

1 - Quem, de modo reiterado ou não, infligir maus tratos físicos ou psíquicos, incluindo castigos corporais, privações da liberdade e ofensas sexuais:

a) Ao cônjuge ou ex-cônjuge;

b) A pessoa de outro ou do mesmo sexo com quem o agente mantenha ou tenha mantido uma relação análoga à dos cônjuges, ainda que sem coabitação; c) A progenitor de descendente comum em 1.º grau; ou d) A pessoa particularmente indefesa, em razão de idade, deficiência, doença, gravidez ou dependência económica, que com ele coabite;

é punido com pena de prisão de um a cinco anos, se pena mais grave lhe não couber por força de outra disposição legal.

2 - No caso previsto no número anterior, se o agente praticar o facto contra menor, na presença de menor, no domicílio comum ou no domicílio da vítima é punido com pena de prisão de dois a cinco anos.

3 - Se dos factos previstos no n.º 1 resultar:

a) Ofensa à integridade física grave, o agente é punido com pena de prisão de dois a oito anos;

b) A morte, o agente é punido com pena de prisão de três a dez anos.

Artigo 152.º [...] 1 - ...

a) ...

b) A pessoa de outro ou do mesmo sexo com quem o agente mantenha ou tenha mantido uma relação de namoro ou uma relação análoga à dos cônjuges, ainda que sem coabitação; c) ...

d) A pessoa particularmente indefesa, nomeadamente em razão da idade, deficiência, doença, gravidez ou dependência económica, que com ele coabite;

... 2 - ... 3 - ... 4 - ...

5 - A pena acessória de proibição de contacto com a vítima deve incluir o afastamento da residência ou do local de trabalho desta e o seu cumprimento deve ser fiscalizado por meios técnicos de controlo à distância.

(14)

4 - Nos casos previstos nos números anteriores, podem ser aplicadas ao arguido as penas acessórias de proibição de contacto com a vítima e de proibição de uso e porte de armas, pelo período de seis meses a cinco anos, e de obrigação de frequência de programas específicos de prevenção da violência doméstica. 5 - A pena acessória de proibição de contacto com a vítima pode incluir o afastamento da residência ou do local de trabalho desta e o seu cumprimento pode ser fiscalizado por meios técnicos de controlo à distância.

6 - Quem for condenado por crime previsto neste artigo pode, atenta a concreta gravidade do facto e a sua conexão com a função exercida pelo agente, ser inibido do exercício do poder paternal, da tutela ou da curatela por um período de um a dez anos.

Art. 204.º - Furto qualificado

Código Penal-versão anterior Código Penal-versão Lei n.º 19/2013, de 21 de Fevereiro

Artigo 204.º Furto qualificado 1- Quem furtar coisa móvel alheia: a) De valor elevado;

b) Colocada ou transportada em veículo ou colocada em lugar destinado ao depósito de objectos ou transportada por passageiros utentes de transporte colectivo, mesmo que a subtracção tenha lugar na estação, gare ou cais;

c) Afecta ao culto religioso ou à veneração da memória dos mortos e que se encontre em lugar destinado ao culto ou em cemitério;

d) Explorando situação de especial debilidade da vítima, de desastre, acidente, calamidade pública ou perigo comum;

e) Fechada em gaveta, cofre ou outro receptáculo equipados com fechadura ou outro dispositivo especialmente destinado à sua segurança;

f) Introduzindo-se ilegitimamente em habitação, ainda que móvel, estabelecimento comercial ou industrial ou espaço fechado, ou aí permanecendo escondido com intenção de furtar;

g) Com usurpação de título, uniforme ou insígnia de empregado público, civil ou militar, ou alegando falsa ordem de autoridade pública;

h) Fazendo da prática de furtos modo de vida; ou i) Deixando a vítima em difícil situação económica; é punido com pena de prisão até 5 anos ou com pena de multa até 600 dias.

2- Quem furtar coisa móvel alheia: a) De valor consideravelmente elevado;

b) Que possua significado importante para o desenvolvimento tecnológico ou económico;

c) Que por sua natureza seja altamente perigosa; d) Que possua importante valor científico, artístico ou histórico e se encontre em colecção ou exposição públicas ou acessíveis ao público;

e) Penetrando em habitação, ainda que móvel, estabelecimento comercial ou industrial ou outro espaço fechado, por arrombamento, escalamento ou chaves falsas;

f) Trazendo, no momento do crime, arma aparente ou oculta; ou

g) Como membro de bando destinado à prática reiterada de crimes contra o património, com a colaboração de pelo menos outro membro do bando; é punido com pena de prisão de 2 a 8 anos.

Artigo 204.º [...] 1 - ... a) ... b) ... c) ... d) ... e) ... f) ... g) ... h) ... i) ...

j) Impedindo ou perturbando, por qualquer forma, a exploração de serviços de comunicações ou de fornecimento ao público de água, luz, energia, calor, óleo, gasolina ou gás;

...

2 - ...

3 - ...

(15)

3- Se na mesma conduta concorrerem mais do que um dos requisitos referidos nos números anteriores, só é considerado para efeito de determinação da pena aplicável o que tiver efeito agravante mais forte, sendo o outro ou outros valorados na medida da pena. 4- Não há lugar à qualificação se a coisa furtada for de diminuto valor.

Art. 207.º - Acusação particular

Código Penal-versão anterior Código Penal-versão Lei n.º 19/2013, de 21 de Fevereiro

Artigo 207.º Acusação particular

No caso do artigo 203.º e do n.º 1 do artigo 205.º, o procedimento criminal depende de acusação particular se:

a) O agente for cônjuge, ascendente, descendente, adoptante, adoptado, parente ou afim até ao 2.º grau da vítima, ou com ela viver em condições análogas às dos cônjuges; ou

b) A coisa furtada ou ilegitimamente apropriada for de valor diminuto e destinada a utilização imediata e indispensável à satisfação de uma necessidade do agente ou de outra pessoa mencionada na alínea a).

Artigo 207.º [...]

1 - (Anterior corpo e alíneas.) 2 - No caso do artigo 203.º, o procedimento criminal depende de acusação particular quando a conduta ocorrer em estabelecimento comercial, durante o período de abertura ao público, relativamente à subtração de coisas móveis expostas de valor diminuto e desde que tenha havido recuperação imediata destas, salvo quando cometida por duas ou mais pessoas.

Art. 213.º - Dano qualificado

Código Penal-versão anterior Código Penal-versão Lei n.º 19/2013, de 21 de Fevereiro

Artigo 213.º Dano qualificado

1- Quem destruir, no todo ou em parte, danificar, desfigurar ou tornar não utilizável:

a) Coisa alheia de valor elevado; b) Monumento público;

c) Coisa destinada ao uso e utilidade públicos ou a organismos ou serviços públicos;

d) Coisa pertencente ao património cultural e legalmente classificada ou em vias de classificação; ou e) Coisa alheia afecta ao culto religioso ou à veneração da memória dos mortos e que se encontre em lugar destinado ao culto ou em cemitério; é punido com pena de prisão até 5 anos ou com pena de multa até 600 dias.

2- Quem destruir, no todo ou em parte, danificar, desfigurar ou tornar não utilizável coisa alheia: a) De valor consideravelmente elevado;

b) Natural ou produzida pelo homem, oficialmente arrolada ou posta sob protecção oficial pela lei; c) Que possua importante valor científico, artístico ou histórico e se encontre em colecção ou exposição públicas ou acessíveis ao público; ou

d) Que possua significado importante para o desenvolvimento tecnológico ou económico;

é punido com pena de prisão de 2 a 8 anos.

3- É correspondentemente aplicável o disposto nos n.os 3 e 4 do artigo 204.º, nos n.os 2 e 3 do artigo 206.º e na alínea a) do artigo 207.º.

Artigo 213.º [...] 1 - ...

2 - ...

3 - É correspondentemente aplicável o disposto nos n.os 3 e 4 do artigo 204.º e 2 e 3 do artigo 206.º e na alínea a) do n.º 1 do artigo 207.º

(16)

4- O n.º 1 do artigo 206.º aplica-se nos casos da alínea a) do n.º 1 e da alínea a) do n.º 2.

Art. 224.º - Infidelidade

Código Penal-versão anterior Código Penal-versão Lei n.º 19/2013, de 21 de Fevereiro

Artigo 213.º Dano qualificado

1- Quem destruir, no todo ou em parte, danificar, desfigurar ou tornar não utilizável:

a) Coisa alheia de valor elevado; b) Monumento público;

c) Coisa destinada ao uso e utilidade públicos ou a organismos ou serviços públicos;

d) Coisa pertencente ao património cultural e legalmente classificada ou em vias de classificação; ou e) Coisa alheia afecta ao culto religioso ou à veneração da memória dos mortos e que se encontre em lugar destinado ao culto ou em cemitério; é punido com pena de prisão até 5 anos ou com pena de multa até 600 dias.

2- Quem destruir, no todo ou em parte, danificar, desfigurar ou tornar não utilizável coisa alheia: a) De valor consideravelmente elevado;

b) Natural ou produzida pelo homem, oficialmente arrolada ou posta sob protecção oficial pela lei; c) Que possua importante valor científico, artístico ou histórico e se encontre em colecção ou exposição públicas ou acessíveis ao público; ou

d) Que possua significado importante para o desenvolvimento tecnológico ou económico;

é punido com pena de prisão de 2 a 8 anos.

3- É correspondentemente aplicável o disposto nos n.os 3 e 4 do artigo 204.º, nos n.os 2 e 3 do artigo 206.º e na alínea a) do artigo 207.º.

4- O n.º 1 do artigo 206.º aplica-se nos casos da alínea a) do n.º 1 e da alínea a) do n.º 2.

Artigo 213.º [...] 1 - ...

2 - ...

3 - É correspondentemente aplicável o disposto nos n.os 3 e 4 do artigo 204.º e 2 e 3 do artigo 206.º e na alínea a) do n.º 1 do artigo 207.º

4 - ...

Art. 231.º - Receptação

Código Penal-versão anterior Código Penal-versão Lei n.º 19/2013, de 21 de Fevereiro

Artigo 231.º Receptação

1- Quem, com intenção de obter, para si ou para outra pessoa, vantagem patrimonial, dissimular coisa que foi obtida por outrem mediante facto ilícito típico contra o património, a receber em penhor, a adquirir por qualquer título, a detiver, conservar, transmitir ou contribuir para a transmitir, ou de qualquer forma assegurar, para si ou para outra pessoa, a sua posse, é punido com pena de prisão até 5 anos ou com pena de multa até 600 dias.

2- Quem, sem previamente se ter assegurado da sua legítima proveniência, adquirir ou receber, a qualquer título, coisa que, pela sua qualidade ou pela condição de quem lhe oferece, ou pelo montante do preço proposto, faz razoavelmente suspeitar que provém de facto ilícito típico contra o património é punido com pena de prisão até 6 meses ou com pena de multa até 120 dias. Artigo 231.º [...] 1 - ... 2 - ... 3 - ... a) ... b) Na alínea a) do n.º 1 do artigo 207.º, se a relação familiar interceder entre o recetador e a vítima do facto ilícito típico contra o património. 4 - ...

(17)

3- É correspondentemente aplicável o disposto: a) No artigo 206.º; e

b) Na alínea a) do artigo 207.º, se a relação familiar interceder entre o receptador e a vítima do facto ilícito típico contra o património.

4 - Se o agente fizer da receptação modo de vida, é punido com pena de prisão de 1 a 8 anos.

Art. 240.º - Discriminação racial, religiosa ou sexual

Código Penal-versão anterior Código Penal-versão Lei n.º 19/2013, de 21 de Fevereiro

Artigo 240.º

Discriminação racial, religiosa ou sexual 1- Quem:

a) Fundar ou constituir organização ou desenvolver actividades de propaganda organizada que incitem à discriminação, ao ódio ou à violência contra pessoa ou grupo de pessoas por causa da sua raça, cor, origem étnica ou nacional, religião, sexo ou orientação sexual, ou que a encorajem; ou

b) Participar na organização ou nas actividades referidas na alínea anterior ou lhes prestar assistência, incluindo o seu financiamento;

é punido com pena de prisão de um a oito anos. 2 - Quem, em reunião pública, por escrito destinado a divulgação ou através de qualquer meio de comunicação social ou sistema informático destinado à divulgação:

a) Provocar actos de violência contra pessoa ou grupo de pessoas por causa da sua raça, cor, origem étnica ou nacional, religião, sexo ou orientação sexual; ou b) Difamar ou injuriar pessoa ou grupo de pessoas por causa da sua raça, cor, origem étnica ou nacional, religião, sexo ou orientação sexual, nomeadamente através da negação de crimes de guerra ou contra a paz e a humanidade; ou

c) Ameaçar pessoa ou grupo de pessoas por causa da sua raça, cor, origem étnica ou nacional, religião, sexo ou orientação sexual;

com a intenção de incitar à discriminação racial, religiosa ou sexual, ou de a encorajar, é punido com pena de prisão de seis meses a cinco anos.

Artigo 240.º [...] 1 - ...

a) Fundar ou constituir organização ou desenvolver atividades de propaganda organizada que incitem à discriminação, ao ódio ou à violência contra pessoa ou grupo de pessoas por causa da sua raça, cor, origem étnica ou nacional, religião, sexo, orientação sexual ou identidade de género, ou que a encorajem; ou

b) ... ... 2 - ...

a) Provocar atos de violência contra pessoa ou grupo de pessoas por causa da sua raça, cor, origem étnica ou nacional, religião, sexo, orientação sexual ou identidade de género; ou b) Difamar ou injuriar pessoa ou grupo de pessoas por causa da sua raça, cor, origem étnica ou nacional, religião, sexo, orientação sexual ou identidade de género, nomeadamente através da negação de crimes de guerra ou contra a paz e a humanidade; ou

c) Ameaçar pessoa ou grupo de pessoas por causa da sua raça, cor, origem étnica ou nacional, religião, sexo, orientação sexual ou identidade de género;

...

Art. 347.º - Resistência e coacção sobre funcionário

Código Penal-versão anterior Código Penal-versão Lei n.º 19/2013, de 21 de Fevereiro

Artigo 347.º

Resistência e coacção sobre funcionário

1- Quem empregar violência, incluindo ameaça grave ou ofensa à integridade física, contra funcionário ou membro das Forças Armadas, militarizadas ou de segurança, para se opor a que ele pratique acto relativo ao exercício das suas funções, ou para o constranger a que pratique acto relativo ao exercício das suas funções, mas contrário aos seus deveres, é punido com pena de prisão até 5 anos.

2- A mesma pena é aplicável a quem desobedecer ao sinal de paragem e dirigir contra funcionário ou

Artigo 347.º [...]

1 - Quem empregar violência, incluindo ameaça grave ou ofensa à integridade física, contra funcionário ou membro das Forças Armadas, militarizadas ou de segurança, para se opor a que ele pratique ato relativo ao exercício das suas funções, ou para o constranger a que pratique ato relativo ao exercício das suas funções, mas contrário aos seus deveres, é punido com pena de prisão de um a cinco anos. 2 - ...

(18)

membro das Forças Armadas, militarizadas ou de segurança, veículo, com ou sem motor, que conduza em via pública ou equiparada, ou embarcação, que pilote em águas interiores fluviais ou marítimas, para se opor a que ele pratique acto relativo ao exercício das suas funções, ou para o constranger a que pratique acto relativo ao exercício das suas funções, mas contrário aos seus deveres, se pena mais grave lhe não couber por força de outra disposição legal.

Art. 359.º - Falsidade de depoimento ou declaração

Código Penal-versão anterior Código Penal-versão Lei n.º 19/2013, de 21 de Fevereiro

Artigo 359.º

Falsidade de depoimento ou declaração 1- Quem prestar depoimento de parte, fazendo falsas declarações relativamente a factos sobre os quais deve depor, depois de ter prestado juramento e de ter sido advertido das consequências penais a que se expõe com a prestação de depoimento falso, é punido com pena de prisão até 3 anos ou com pena de multa.

2- Na mesma pena incorrem o assistente e as partes civis relativamente a declarações que prestarem em processo penal, bem como o arguido relativamente a declarações sobre a identidade e os antecedentes criminais.

Artigo 359.º [...] 1 - ...

2 - Na mesma pena incorrem o assistente e as partes civis relativamente a declarações que prestarem em processo penal, bem como o arguido relativamente a declarações sobre a sua

identidade.»

Art. 348.º-A - Falsas declarações

Código Penal-versão anterior Código Penal-versão Lei n.º 19/2013, de 21 de Fevereiro

Artigo 348.º-A Falsas declarações

1 - Quem declarar ou atestar falsamente à autoridade pública ou a funcionário no exercício das suas funções identidade, estado ou outra qualidade a que a lei atribua efeitos jurídicos, próprios ou alheios, é punido com pena de prisão até um ano ou com pena de multa, se pena mais grave não lhe couber por força de outra disposição legal.

2 - Se as declarações se destinarem a ser exaradas em documento autêntico o agente é punido com pena de prisão até dois anos ou com pena de multa.

Art. 35.º - Meios técnicos de controlo à distância

Lei n.º 112/2009, de 16 de Setembro-versão anterior

Lei n.º 112/2009, de 16 de Setembro Versão Lei n.º 19/2013, de 21 de Fevereiro Artigo 35.º

Meios técnicos de controlo à distância 1 — O tribunal, com vista à aplicação das medidas e penas previstas nos artigos 52.º e 152.º do Código

Artigo 35.º [...]

1 - O tribunal, com vista à aplicação das medidas e penas previstas nos artigos 52.º e 152.º do Código

(19)

Penal, no artigo 281.º do Código de Processo Penal e no artigo 31.º da presente lei, pode, sempre que tal se mostre imprescindível para a protecção da vítima, determinar que o cumprimento daquelas medidas seja fiscalizado por meios técnicos de controlo à distância. 2 — O controlo à distância é efectuado, no respeito pela dignidade pessoal do arguido, por monitorização telemática posicional, ou outra tecnologia idónea, de acordo com os sistemas tecnológicos adequados. 3 — O controlo à distância cabe aos serviços de reinserção social e é executado em estreita articulação com os serviços de apoio à vítima, sem prejuízo do uso dos sistemas complementares de teleassistência referidos no n.º 5 do artigo 20.º.

4 — Para efeitos do disposto no n.º 1, o juiz solicita prévia informação aos serviços encarregados do controlo à distância sobre a situação pessoal, familiar, laboral e social do arguido ou do agente.

5 — À revogação, alteração e extinção das medidas de afastamento fiscalizadas por meios técnicos de controlo à distância aplicam -se as regras previstas nos artigos 55.º a 57.º do Código Penal e nos artigos 212.º e 282.º do Código de Processo Penal.

Penal, no artigo 281.º do Código de Processo Penal e no artigo 31.º da presente lei, deve, sempre que tal se mostre imprescindível para a proteção da vítima, determinar que o cumprimento daquelas medidas seja fiscalizado por meios técnicos de controlo à distância. 2 - ... 3 - ... 4 - ... 5 - ...

Art. 36.º - Consentimento

Lei n.º 112/2009, de 16 de Setembro-versão anterior Lei n.º 112/2009, de 16 de Setembro Versão Lei n.º 19/2013, de 21 de Fevereiro Artigo 36.º

Consentimento

1 — A utilização dos meios técnicos de controlo à distância depende do consentimento do arguido ou do agente e, nos casos em que a sua utilização abranja a participação da vítima, depende igualmente do consentimento desta.

2 — A utilização dos meios técnicos de controlo à distância depende ainda do consentimento das pessoas que o devam prestar, nomeadamente das pessoas que vivam com o arguido ou o agente e das que possam ser afectadas pela permanência obrigatória do arguido ou do agente em determinado local.

3 — O consentimento do arguido ou do agente é prestado pessoalmente perante o juiz, na presença do defensor, e reduzido a auto.

4 — Sempre que a utilização dos meios técnicos de controlo à distância for requerida pelo arguido ou pelo agente, o consentimento considera -se prestado por simples declaração deste no requerimento.

5 — As vítimas e as pessoas referidas no n.º 2 prestam o seu consentimento aos serviços encarregados da execução dos meios técnicos de controlo à distância por simples declaração escrita, que o enviam posteriormente ao juiz.

6 — Os consentimentos previstos neste artigo são revogáveis a todo o tempo.

Artigo 36.º [...] 1 - ... 2 - ... 3 - ... 4 - ... 5 - ... 6 - ...

7 - Não se aplica o disposto nos números anteriores sempre que o juiz, de forma fundamentada, determine que a utilização de meios técnicos de controlo à distância é imprescindível para a proteção dos direitos da vítima.

Referências

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