UNIVERSIDADE DE CURSO DE PÕS
INSTITUTO DE GEOCIÊNCIAS
NfVËL DË DOUTORAMENTO
l\T'uAM NO AQUÍFERO FTSSURAL DA PARAIBA E R.G. DO NORTE-SÃO PAULO
GRADUAÇÃO
RnÃlrsE uos
-Ãnsn PILoro
FA,TORTìS QUE
DOS ESTADOS
Tese apresentada pelo geólogo
WALDIR DUARTE COSTA para obten
cão do título de Doutor em Geo
ciências, Ãrea de Ceologia Ge
ral e de Aplicação, sob a ori
tação do Prof. Dr. ALDO DA CU
NHA REBOUÇAS
DEDALUS-Acervo-lGC ililil ilililililtil ilril ilililtil ililt tilil ilililililil ilt
30900006045
Aos meus pais,
João
e
ZiLdaÀ, minha esposa, Ciçone
Aos meus
filhos,
Ana Cristina
Ciçone
Waldir
Orlando
ÍNDICE
cAPfTUr,o
1:
rNTRoÐuÇÃo1.1.
APRI]SEN'TAÇÃO1.2.
OBJETIVO E FINALIDADE I .3.
MUTODOLOG tA DA PLSQUISA1 .4
.
AGRADECIMI]N'TOS-
PAR'Ill1:
C 0 N C 1lI
T0
S
F U N D A M D N T AI
SCAPfI'UI,O
2:
IT¡,TOIìI]S QUE A'I.UAM No.1\QÜTFERO FiSSURI\L2.1.
INTRODUÇÃO2 .
2.
lìA'r'oRlls ÌixÕcxNos2.Z.1,
CLIMÂ 2 .2 .2.
tìËt EVO2.2.3.
IIIDIìOGRAFIA.2.2.4.
VEGETAÇÃO2.2,5.
INlì]LTR,AÇÃO E ASCENÇÃO DE SOLUÇÕESZ,Z
"6.
COI]ER'IUIìAS SEì]IMI]N'I'AIìJIS 2.3.
].'ATOIìES ENDÕGËNOS2 .3 . 1
.
ESTRUTURAS GEOLÕG I CAS E MECÂN I C1I, DAS IìOCI]¡,S2.3.2.
UTILIZAÇÃO DOS PARÂMETROS LITO-ESTIìU'IUR¡,IS NALOCAÇÃO DO POCO
CAPI'I]ULO
3:
DINÂMICA ]]O FLUX0 EM FMTURAS 3. 1.
rNTIìODUÇÃO3.
2.
CONCIìITOS IIII]RÃU],ICOS IìUNDAMì]NTÁ.IS3.2.1.
IìEGIMES DE ESCOAMENTO3.2.2.
I,EI DE DAIìCY-
LIMIT'E DE VALIDA]]E3.
3.
CARACTI]Rf STICAS GEOMÉ'TRICAS ]]O MEIO FISSUIìADO3.3. 1
.
COMPORTAMENTO I.IIDIìOGEOI,OGICO DO MEIO3.3.2.
A FISSUIì.A ELEMEN]'AIì3.3.3.
O MEIO IìISSUIìADO3.3.4.
0 AQUf FErìO FTSSUTì,AL- I'AIìTE 2: A Ã R E A P I ], O T O
CAPÍ'IULO 4 : CAIìAC'IEIìTZAçÃO FISIOGRÃFICA Iì]:]G]ONAL 4. 1
.
tN'nìODUÇÃo4 .2 " CLìM^
4 .2 .1 . ELEMENTOS DO CLIMA
4 ,2.2. CIRCULAçÃO ATMOSFËR]CA
4 .2 .3 . PI,UVIOMET'IìIA
4,2.4. TEMPERATUIìA
4.2.5. EVAPOTRANSPIRACÃO POTENCIAL E IìËAL
4 .2 .6 . UM] DA]]E RELATIVA 4 .2.7 . B^t ANÇO HÍDRICO
4. 2.8. CLASSIFICAÇÕËS CLIMÃTICAS
4.3. IìEI,]]VO Tì GI]OMOIìI]OLOGIA 4.4 . I.IIDIìOGR¡.FIA
4 . 5. S0L0 E VIIGT]TAç.ÃO
CAPITUI,O 5: GEOLOG]A E GI]0TI]C.T'ONICA DA ÃREA
Pt'9.
72 73
75
77
80 80
ö¿ B5
86
91 91
5.1.
.LN]'IìODUÇÃO
955.
z.
coMpARlrMnNT^ÇÃo GiiorËc't'oNtcA DA pRovfNcr.Auotì¡oREMA
9s5.2,1 . LIMITBS D,A PROVTNCIA: OS CIìATONS 96
s.2.2.
OS llorrlf¡¡rosGEOTncl'ONrcOs
985.2.3. SISTEMAS I]Ë ]]OBIìAMÊNTO E MACIÇOS 1OO
5.2.4. FALHAMENTOS E LINEAMENTOS REGIONAIS 103
5.3.
0 to¡.rfxro EXTREMo NoRDESTE oucENTRo-oRIIìNT^L
1065.3.-I . MACIÇO CA],DAS BIìANDÃO-SÃO JOSÊ DO CAMPESTIìE 106
5.3.2, MACIÇO PERNAMBIJCO-ALAGOAS 107
5.3.3. SIS EMA DE DOI]RAMENTOS PAJEU-PAR¡,IBA 108 5.4
.
o no¡.tlruIo TRANSNORDDS'I'INo oucËN'tRAL
109 5.4 . 1 . SISTEM./I, DE DOI]RAMENTO SERIDÕ 1095.4.2. SISTEMA D]] ÐoBIìAMIiNTo PIANCÕ-AL]'o BRÍG]DA 111 5.4 .3. SISI'EMA DE DOI]R,AMENTO R]ACHO DO PONTAL 1 1 1
5. 5. O DOMf NIO CE,A,IìENS]] OU JAGUAIìI]]EANO 112
s. s. 1
.
MACtÇo sanraqurrÉnrn
11ss.s.z.
MACrÇornõra-rtuÃ
11s5.s.3.
M^CIÇO tìIOpIIìANr.rÂS
1.t s5.5.4.
OS STSTEMAS DE DO]]IìÂMENTOSVESTIGIAIS
114PAIì'LË 3: Ll S T U D O S IìEALIZ,ADOS
CAPfTULO
6:
CADASTIìAMENTO DOS POÇOS DA REGIÃO6
.2.
ZONEÂMENTO DOS POÇOS N¡, ÃR]ìA ESTUDADA6.3.
ANÃLISE DOS BLEMENTOS DO CADASTIìO DE POÇOS6.3.1.
l'rPo llE lìocrrA6.3.2.
M/\NTO DE COBERTURA6.3.3.
FRATURAS6 .3.4
.
RELÌ]VO/tìIDIìOGtì¡.rtl\6.3.5.
RESÍI]UO SECOó.3
,6.
PIìOFUNDIDADE D0 poÇo6 .3,7
.
NTVEI, ESTÃTICO6 .3 .8
.
NTVEL D]NÂMICO6.3.9
.
VAZÃO6. 3.10. VAZÃO ESPECTFIC¡,
CAPITULO
7:
RI]1,¿1,CIONI\MI]NTO ENTRË PARÂMETROS DE POCOS E FATORES ,\TUANTHS120
121 121 121
126 126
127
128 130
131 131
132
7.
I
INI'RODUÇÃO7.
2.
RELÂÇÕßS ENTRE OS PARÂMI]TIìOS DO POÇO E OS FA'TORES IN'I'RfNSECOS E ËX'TIìINST](IOS7.2.1.
REL¡.ÇÃO V¡.ZÃO IiSPECÍF]CA X RESÍDUOSECO
1367.2.2.
Iìì]LAÇÃO VAZÃO EspllcfprcAx
TIpo DEROCrjA
1417
.2.3.
RËLAÇÃO VAZÃO ESPI]CÍ FICA X TIPO DEF'R/\TURA
1477 ,2.4
.
IìELAÇÃO VAZÃO ESPI]CÍ ]ì]CÄ X PIìOFUNÐI]]ADË DO POçO 1527.2.5.
REIAÇÃO VAZÃO ESPECÍ¡iCR X ENTRI\DAD'ÃGUA
1547
.2.6.
RtÌI,^Ç^o v^zÃo Ljspltcf FICA X M^N',t.O Dlj COìIXRTUR¡, 1ó0 7 .2.7.
RìJLAÇÃO VAZÃO ESPECÍ].-ICA X RELEVO/HIDIìOGIìAFIA 166 7 .2.8.
REI,AÇÃO V.4,2ÃO ESPECTFICA XCLIM,A
1697.2.9.
RELAÇÃO IìESIDUO SECO X TIPO DEROCIIA
1707 .2.10.. R|1,^ÇÃ0 ÌìBSÍDUO S|CO X TIPO
III FIì^'1'UR^
173 7.2.11 . RËLAÇÃO RËSÍDUO SECO X ENTRAI]AD'ÃGUA
1757.2.12. REI,AÇÃO RESÍI]UO SECO X PROFUNDII]ADI DO
POÇO
1797.2.13. RI]L,AçÃO RESÍDUO SECO X MANTO DE
COBER'I'UIIA
1827 .2.14 . lììllAÇÃo RESÍDIJ0 SECO X
IìELEVO/IìrDROGrìAFIA
18s 7 .2.15. rìELAÇÃO rìESTDUO SI]CO XCLIMA
1857.3.
SÍNTESE I]AS Iì.ËLACÕESANALISADAS
186CAPÍTULO
8:
,A LOCAÇÃO DO POÇO À LUZ DOS NOVOS CONHECIMENTOS--
zoNtjAMìiNTo r{rDRoQUf},tlco PARA ,{ ÃRIl¡, prLoTori.
z.
ZONL^MEN1'OlltDROQUfMrCO
1968.2. 1
.
CONSTDËRA(]ÕESGËRAIS
1968 .2 . Z
.
CONS IDIÏìAÇÕES SOIìÌI OS tìESULl'¡.]lOSOÌl'r.rDOS
1978.2.3.
CONCLUSÕES GERATS SOBRE 0 ESTUDO TTIDROQUÍMICO 199- 1\NÈXOS
A-,1 - 1]Iì]LIOGRAFIÂ CONSULTÄDA
A,2 _ CADASTRO DOS POCOS A-3 - MAPA GIJOI,OGICO DA ,ÁREA
C¡.PI ULO 1
02
1.1 ,A,PRI]SENT¡,CÃO
A região semi-árida do nordesde do llrasil sofre secu
Larmente o angustiante problema da seca, mercê de seu c1ima, on <1e a evaporação ultrapassa a ¡rrecipítação. O regime pluvionétri
co é torrencial, corn distribuição extremamente itregular das pre
cìpitaçõcs enì poucos meses do ano, o que redulìda en regime flu vial con escoaÌnento restrito aos períodos chuvosos.
Jisse quadro de deficiôncia hÍdrica superficial, é so
bretudo acentuado nos donÍnios de ocorrôncia das rochas netanór
J: icas e rnagrnáticas , de ida<le precambriana, desproviclas de irrrpor tantes ¡nantos cle alteração e cobrindo cerca de 450.000 kn2,
As rochas sedimentares, cotn melhores con<tições aquÍfe
ras, abrangenì urna área equivalente, conpreendenclo a bacia do
Parnaiba, no Piaui (500.000 knz), a bacia do JacarélSalitre na
Ilahia (70.000 kni ) , bacias costeiras cle ./1,pocli,l{. G. clo Norte (con 20,000 km,), Pernambuco/Paraiba (13.000 krn, ) e Alagoas/Sergipe
(12.000 km,), a16n das bacias intracratônicas de Recôncavo/Tuca no/Jatobá (56.000 k¡n¿). outras pequenas bacias sedinentares in
tracontinentais de pequenas dinensões, ocorrem na região, como
a Chapada do Araripe (PEICE) , Bacia do Ilio do Peixe (PB) , Bacias
lguatu-1có(cD), rlentrc out1.as, que sonradas chegan a casa dos 25.000 km,. (Ver Fig. 1.1)
AIém do problena representado pela precária infiltra
ção e armazenanento, ocorre paralelamente un outro, que é a ele
vacla salinização clas águas subterrâneas acumuladas nas zonas a
qüíferas das rochas que conpõen o substrato geológico precambri ano da região semi-árida do Nordeste.
0 coìnportanento hidrogeológico das rochas duras fratu radas, denominadas pelo autor, de aqüí:[ero fissural (COSTA,1930)
ó bastante complexo na região norclestina, e os poços a1i perfu dos, cerca de 50.000, apresentan os nais variados resultados.
Destacam-se, com efeito, o elevado número de poços se
cos (cerca de 40%), a pequena vazão média obtÍda de aproximada
03
constituen estímulo ã perfuração de poços nessa região.
Ilsta situacão dccorrc cle nuitos f¿ttorcs, destacando-se
as locações aleat6rias, quer por ausência cle t6cnicos qualifica dos nas empresas de perfuração que atuan na área, quer pela in gerôncia dos proprietários no processo da locacão do poço, ou a ir\cla pelas improvisações irnpostas pelos planos <le ernergânc j.a ou das tristenente farnosas "operação pal j-teiÌo".
0 conhecinento da problernática do cristalino aunenta
muito as chances de obtenção de bons resultados, a partir de 10
cações tecnicamente bem conduzidas, conforme ten denonstrado a
prática.
No presente trabalho, buscou-se estabelecer os rnelhores
critérios de locacão cle urn poço, a partir de urna análise dos <ti
versos fatores que atuam na hidrogeologia do aqtlÍfero fissural.
Para <1ue pudesse ser bern entendido o problena, iniciou-se o es
tudo pela aná1ise dos fatoïes físio-clirnáticos regionais, passan
do-se ao mecanisrno de orígern tectônico e lito-estrutural de ge ração das zona s aqllíf eras . A dir-Lârnica dos f luxos cla água em f ra
turas foi analisada, compreendendo os aspectos rnorfológicos e de comportâmento do r1úido.
1 .2. O]]JE]'IVO E ITINAI,iDADE
Conforme :f icou caracterizado na apresentação, o traba lho tem por objetivo prinordial, analisar os fatores que atuan
no comportanento hidrogeol-ógico do aqtlÍfero fissural, a forna de atuação de cada fator, o grau de participação <los nesnos e
portanto, a importância desempenha<la por cada urn, tanto na quan
tidade como na qualidade dzls águas arnazenadas nesse a.qllÍfero.
A finalidade de se conhecer o mecanismo hid.rogeolõgico
clesse heterogêneo e anisotrópi.co ¡neio, 6 a de se obter rnelhores vazões e águas de rnais baíxos teoîes de salinidade, a partir de
locações de poços tecnicamente be¡n executadas e, com esse pÌoce
dinento, minorar o angustiante problema da dessedentação do po
vo e aninais habitantes da inóspi.ta região seni-árida do nordes
t.3 METODOLOGIA DA PESQUISA
A pesquisa desenvolvida foi iniciada con uru ,igoror" u /
nálise dos dados de poços cle tocla a região se¡ni-árida cristalina
I do Nordeste, a f irn de seleci.onar uma área piloto, em função dos '
graus de distribuição e de confiabilidade desses dados. Por outro 1.ado, evitou-se estender a aná1ise ã tocla a região, para não se
i.ncorrer em generalizações, inconrpatíveis com os nÍveis de conple
xidade das condifões <1e ocorrência das águas subterrâneas neste
tìpo de aclllÍfero e con a baixa qualidade das in.[ormações disponÍ
veis.
ìlesta forna, a ârea de estudo ficou reduzida aos Estados
clo lìio Grande do Norte e Par¿iba, À área total dess,.rs dois Ësta
dos, perfaz 109.387 kmz, todavia, descontanclo-sc 28.020 km¿, re
lativos às áreas cobertas pelas bacias sedimentares costeiras(ao rlorte e leste) e coberturas sedinentares localizadas, resta a á
rea de 81.567 kn¿, na qual foram localizaclos os poços cadastra
clos. Conforme pode ser visto na lri.g.1.1 , a ârea 6 delirnitada pe 1as coordenaclas geogrãficas 35900'a 38930r Long.W.Gr. e 5930ta
8900r Lat . Su1 .
A essa fase, seguiu-se uma análise de cada elemento do
poço e dos fatores que atuam sobre o nesmo. Dura.nte os trabalhos
dessa fase, foram efetuadas viagens ao canpo , para esclarecer os
pontos de dúvída, observar a precisa localização do poço e as
condicões locais de gcologia, principalnìente, o tipo lÍtico e as
estruturas. Foi tanbérn desenvolvido un estudo cle fotointerpreta
cão geológica para detectar as nacroestruturas desenvolvidas, 10
ca1 e regionalmente, en toïno dos pontos dtágua analisados.
A etapa final, foi o estudo da participação de cada u¡n dos fatores, na vazão específ ica e no resíduo seco apresentado
por cada poço, a fi.m de avaliar o nível de participação ou influ
ênc:i.a desses fatores. Nesse estudo, foram elaborados gráficos de
funções e análise de tabelas com parânetros estatísticos, ben co
no, examinado o Índice cle correlação entre as variáveis analisa
das, a partì.r de um prograna de regressão. Ao final, são apresen tad.os os graus de relacionarnelìto dos fatores exógenos e endógenrs
e as conclusões acerca da problemática de poço no aqtlÍfero fissu
05
Dessa maneira, o presente
texto
compreende3(três)
partcs distintas, enrbora que intcrrelacion¿Lclas no contexto geral tla
pesquisa. A 19 parte diz respeito aos conceitos fundamentais, on de são descritos os fator:es que atuam no aqllífero fissural e a
forna de atuação, alóm de um capítulo acerca da dinânica do f1u
xo uo meio fissuradc¡. Essa primeira parte é importante para fi xar as premissas básicas do estudo realizado. Na 2? parte, são apresentadas as caracterÍsticas fisiográfj-cas e geológicas da á
rea piloto, escolhicla para desenvolvimento dos estudos propria
mente ditos, Essa cat acte'r izaç ão 6 imprescindÍve1 para bern enten
der o re.l.¿¡cionanento dos fatores exógenos e endógenos. Finalnen
te a 3q parte, corresponde ¿ros estudos realizados, com una sínte
se conclusiva ao final.
Para uma pesquisa mais profunda, seria necessário, a d:i sponibilida<le de verbas para execução de pocos de pesquisa, 1o cados segundo os ¡nais rigorosos critérios técnicos, nas rnais di ferentes sì.tuações .Lito1ógicas, estruturais e de outros condicio nantes, Isso implicaria nuln total de pelo nenos 50 poços, o que
representaria um custo muito elevado, incornpatíve1 com a reâlida
de da política de desenvolvi.mento científico e tecnolõgico brasi
1eira.
 pesquisa foi então realizada a part:ir de dados existen
tes e que refletem os .aspectos de locação <1o poço, apesar da in
fluôncia externa de orden estrutural, po1ítica de programas, no processo de locaçâo do poço, o que redundou numa margen de insu cesso e torno de 40%,
lrma outra condição que deve ser cuidadosamente analisa
da, õ o uso de dados estatÍsticos para estabelecer correlação en
tre variáveís pesquisadas. .4 estatÍstica é uma importante ferra menta. de trabalho, mas a fiel interpretação dos dados, ou críti
ca dos resultados, deve ser sempÌe enpregada a fim de ve¡ificar a correta utilização desse método. Assi¡n é que, duas variáveis
que se prîocura correlacíonar podem apresenta.r elevado Índice de
correlação (superior a t 0,7), sem todavia haver nenhurn signifi
caclo entre as nesmas; igualrnente, ocorrern relacionanentos de cer
to modo inportantes entre duas variáveis, nas o índice de corre Ìação entre as nesmas é insignif i.cante (inferior a t 0,3).
06
frequentenente, cleviclo a presença cle valores anôma1os e excessi
varìrcr'ìtc clevaclos, tarìto i'ìe vazão cspe cíf .i.ca conro dc resícluo seco,
o que propiciava coeficientes <le variação supcriores a 100%. Nes
sa situacão, os parâmetros estatísticos eran "mascarados. e os
valores dos índices de correlação se mostraran sempte nuito bai xos (no máximo atingiram a ! 0,3).
Iìssa condição restritiva.. ã pesquisa, foi atenuada por
uma criteriosa análise dos dados, através de estudo cle frequência
cle ocorrôncia de valores por faixas da variável inclependente. Des sa maneira, foi posslvel <letectaï-se os relacj-onamentos por fun ções diretas, inversas ou específ icas, entre as variáveis ana.l.i
s¿lrla s.
t.4 ACRADI]C IMËNTOS
0 autor agradcce sensibil.izado, ãs entíclades jurídicas e
fís icas a seguir rnencionadas :
- À Dj.retoïia'e aos geó1ogos das empresas CDM-Companhia
de Desenvolvimento Miner:a1 do Iìio Grande do Norte e CDRM- Cornpanhi a
ile Desenvolvimento de Recursos Minerais da paraiba, que gentilnen te facilitaratn o uso dos dados dos poços de sua propriedade.
- Âo CNPq-Conselho Nacional de Desenvolvimento Científi co e Tecnológico, pela aju<la concedída em forma cle auxílio de pes c¡uJ.sa, para elaboração do trabalho de canpo
- ^o Instit¡.¡to de Geociências da Universi.dade de São pau
1o e en especial ao DGË pela agradâve1 permanencia e facif iclades
proporcionadas durante a fase de obtenção de cr6ditos
- Ao Prof.Dr. Aldo da Cunha Rebouças, pela orientação e
constallte incentivo ao desenvolvimento e apresentação do trabalho - Aos colegas da UFP[:) , com destaque para Lucia Seve de
S.llarl¡osa, Rilson R.da Sitva, Alcides da N.S:ia.l. e llenjamin Bley de
ll .Neves, pelo constante incentivo
- Aos neus fa¡niliares (pais, urooto, ftth;;,-;.rU" *"t
ter e sobrinho Alrnir) que direta ou indiretanente contribuiran
1:
I.'UNDAMENTAIS PARTI
CAPÍTULO N9 2
FAI|ORES QUE A.TITAD{ l,[O A,QUfFER0
2.1 I NTtì0lluÇÃ0
Segundo COSTA(1965,80,85), os fatores que atuam na hidro geoiogia clo meio rochoso lraturado, ou aquífero f ì.ssura1, poden
ser agrupados em dois grupos, a saber:
a) fatores exógenos (ou extrínsecos)
b) fatores end6genos (ou intrínsecos)
O prineiro grupo cliz respeito aos condicionantes relacio na.clos aos agentes atuantes na superfície externa do globo terres
tre, tais como clima, relevo, liidrografia, vegetação e outros. 0 segundo, corresponde aos agentes que atuanì no interior
clo globo, tais como: estruturas representadas pelas rochas em fur c:ão cle esforços atuantes na crosta, constituição litoIógica, pre sença de soluções rnineralizantes,etc.
Segue-se uma descricão de cada fator ex6geno e endógeno, com um estudo mais detalhado clesses ú1tirnos, por participaren com
rna.is intensirlarle do processo hi<1ro<1inânico ,1o aqilîf ero f j-ssural.
2.2.
))1
I.A1'ORIJS EXÕCI]NOS
CI,IMA
A principal influência do clima é na quali.dade da água. Drn regiões de mais elevada aridez, como no Nordeste do tsrasil,enr que a evaporação ultrapas-sa a precipitação, os sais solúveis pre
cipitan na superfície ou logo abaixo dela, sendo ¡edissolvidos a
trav6s das águas que se inf iltram, aunentando gradativarnente a
salini.zacão das águas armazenadas nas fraturas das rochas. Atual
mente, esse fator é consideraclo como o mais irnportante no proces
so <le sa1j.r.r ização das águas de regiões cristalinas semi-ári<Ias ' I:ìsse fator vai lnf1uir, de moclo indireto, também na hidrografia
11
Quanto a sua influència nes volumes armazenados., sua
pâTticipação é apenas rno<lerada. Corn
efeÌto,
em rcgiões de maiorprecipitação
pluvion6trica,
con regirne senÍ-perenizado dos curr'sos
fluviais,
a tendência 6 para haverr urna maior recarga e por=tanto,
aumento na quantidade de água explorável.
É cl-aro que sornente csse Ia
tor
nãoirá
tletcrminar boas vazões nos poços,
poisé necessário que ha.j a estruturas acunuladoras onde
a
âgua seja ar mazenada.2.2.2. Rì]T,EVO
Esse fator é de c4pital importinci4 Iìa qr¡Äntificação
volumes ínfil-trados e arnazenados, ou seja, na cluanti.d4de de
gua acumulada nas fraturas do "cristal-ino".
Âté então, não havia sido realízac1a, em âmbito nacional- ,
qualquer análise da
influência
do relevo naquanti.ficação
dos volu¡nes exploráveis. Traballios internaci.onaisjá
levaram en cÞntâ
essefâtor,
cono os de LEGIìAND (1950) nas áreas de Carolina do Norte , Pitts'ylvania ellalif
ax (EUA),
incl-uinclo 772 poçose
deSEVTIR (1964) en Dawson
,
Ceorgia (EUA) con 50 poços"Nos referidos trabaLhos 'foran aborcladas cli.ferentes situa
ções de rel-evo, cono elevações, depressões
r
encostas devales
eplanícies.
Foi dernonstrado que os poços perfurados nos talveguesdos vales apresentavarn as nelhores vazões, sectrndados pelos
loca-Iizados nas
planícies,
nas vertentes e por f irn nos topos de elevações,
No que se
refere
ainfluência
na qual,itlade daágua,
nãoexisten dados
estatísticos
corlpletos. Entretanto, aprática
tem demoirstrado, que na região seni*árida, os poçoslocalizados
nos va.Ies dosrios principais,
tendern a possuir rnaior salinidade ' doque nos rìachos
tributários. Por
outTo 1ado, os poçosperfura-dos nos flancos das elevações
I
nas porções topográficas nenos e-1evada.s, apresentarn ern geral,
salinidade rnai.s recluzi.da, enquantono topo das elevações, aumenta a salinidade '
de
a-12
Z .2 .3
.
HI DRoGRAFI.i\No início da década de 6.0, quando surgiran no BrasiL as.
prineiras pesquisas hidrogeolõgicas, nasceu o conceito que atg
da hoje é util-izado na locação dos poços, que foi o do"riacho*
fenda". Esse termo repïesenta JuStanente a associação da hidro grafia con a geologia, no sentido de proporcionar a ¡nelhor con-<lição de infíltração e arrna.zenanento de água, en rochas duras :fraturadas.
0 "ri.acho-fenda" corresponde ã s.ituação en qr¡e ocorre a
coinciclência da drenagem superficial- corn zonas fraturadas do em
basamento rochoso. Nessa situaçäo, f acil.rnente reconlìecicla na fo
togra:f ia aérea e nesno no 1ocnl, devido a retilineiclade adquiri da por trechos do rio ou riacho, segundo direções preferenciais,
existe a condição de infiltração de água nas aberturas da rocha
fraturada, com possibilidades favoráveis de arrnazenarnento na sub superf ície.
Nos casos dos rios perenes, a condição de recarga das.
fraturas e do aquífero fissural , se acha assegurada para
permi-tir uma exploração sistenática por poços aIi perfurados.
Quanto a influência da hidrografia na qualidade , 6
bastante relativa, pois dependerá da qualidade cla água
superfi-crìa1, Quando a água superficial é de boa qualidade, a sua iry
f 1uênci.a é benéfica ao aquífero, pois a sua infiltração
promo-ve'râ a renovação da água subterrânea. Nessas condições, a per-furação de poços nos vales fluviais será favoráve1, pois haverá
melhor quantidade e qualidade de água. Quando todavia., a âgua
superficial for salinizada, deve-se evitar os vales,
notadanen-te dos rios nais extensos ! rnesno que se caracteri.ze a situação do "riacho-fenda".
2 .2 .4 . VÌ]GE]'AÇÃO
A atuação da vege.tação é b.Aixa no que se refere a
quali-dade da água, poís quase não
partícipa
essefator
no processo deregi-13
ões con abundante vegetação (nata,
floresta, al.)
a evapotranspiraÇão favorece una prec:i.pitação
nais
intensa que proporciona alixiviação
dossais
so1üveis contribuindo par.a una rnel-horquali-dade da âgua arnazenada na sub-superfície,
Pela nesma razão, por6rn de forma mais intensa, essa par-ticipação
indireta
proporcionarãnaior
recarga <1os aquíferos, ouseja,
influi
na quantidade dos recursos armazenados2.2.s.
rNlìTLTRAç"{O OU ASCENçÃO DE SOLUÇoES0s dois casosr exógeno e end6geno, poden ser tratados con
juntame¡ìte, pois acarretåm o nesno
efeito, prejudicial
aoarrnaze-namento da água nas fraturas.
Com
efeito,
as soluço-esricas
ensÍ1ica,
carbonatos,óxi-dos, etc, poden penetrar nas
fraturas
apartit
dasuperfÍcie
ouorigi.nadas da profundidade (soluço-es juvenis do rnagrna).
Ao concentrarern as soluçöes
,
e posteriornente com a eva-poração da água, ocorre arecristal
ízação dossais,
podendoin-clusive provocar
a
irnperrneabilizaçãototal
da fr.atura, que se dizregelada.
2 .2 .6
.
COBEßTURAS SE.DI,MENTARESCorno coberturas. são incluídos os capeanentos de uma se- .
dimentação de
naterial
estranho ã rocha subj acente ou encoberta(cobertura a1óctone) como os depósitos de aluviões e coluviões, be¡n como os
nateriais
procedentes de pÌocessos de intemperismoda roclia subjacente (cobertura autóctone).
As coberturas autóctones, conumente denoninadas de rego
lito
ou eluvião ou ainda manto de intenpetisno, poden possuirespessuras reduzidas (.alguns centínetros) quando
originadas
deprocesso f,ísico por desintegração, ou de
váiios
netros quando14
Nos clirna ,seni=ãridos, co¡no na regi.ãlo nordeste do Brasil, o manto dc intenperis¡no 6 muito reduzido, enquanto nas áreas nais úrnidas, com abundante pluviosidade, o îanto é em geral espesso.
A i.mportância desse fator pode ser vislurnbrada pelas di-ferentes vazões apresentadas pelos poços loca).izados em áreas
coln cobertulas de regolito espesso, corno no sul do Brasil, e as
ãreas praticamente sern coberturas do nordeste seni-árido;nas pri
mciras as vazões nédias são en toïno de 5 vezes ( poden<lo chegar
ató 10 vezes) as vazões nédias das segundas,
 escolha de áreas corn coberturas, en cletrirnento cle
ou-tras sem cobertura deve ser associada a outlas caracterÍsticas
ta.i.s cono:
a) constituição granulomótrica da cobettura, devendo-se
evj.tar as coberturas sÍ1tica-argilosas;
b) relevo, devendo-se evitar as cob.erturas situadas en forrnas topogrãficas colinosas ou alongadas (espìgões, <iivisores
de bacias hidrográficas, etc) ou ainda em borclas de elevações, Quanto a influência do manto de internperisrno na qualida
de da água, é apenas noderada, e de certo rno<lo indireta, pois,
se a existência do nanto decorre de maior umidade, que por sua
2.3.
2.3.1
IIAT'ORI]S
ENI]ÕGI]NOS-TS'LRUI'URAS GIìOLÕGICAS Ð MECÂNICA DAS IìO(IIIAS
Un rneio rochoso, cono clualquer neio s6l"iclo descontínuo,
está sujeito a diferentes tipos de deformações, en função das suas caïacterÍsticas e1ásti.cas e mecânicas e clo estado de ten sões a que está submetido.
Na evolução geológica por que passa um determinado naci
ço rochoso, esses fatores são extrernamente condicionados pela variação cle profundiclade, Assim 6 que, á gran<les profutrdi<lades,
predominarn os elevados estados de tensões compressívas e as a1
tas tenperatur¿ts, condicionando uma plastificação do meio, com deformações por dobramentos e recristalizações de rninerais, sem contudo desenvolver a defornação fuptufa(.. Já en pequenas profun
cli.dades, é rneno¡ o efei.to da temperatura sobre as característi
cas rnecânÍcas da rocþa e o estado de tensões é dos mais varia dos, permitindo a deformação nqrtural dos naciços rochosos en
d iferentes estilos e direções.
l\ def ornação clue envolve a pJ-as tif icação dos rnaciços ro chosos sem chegar ã nrpturs, sonente piora as condições de perne
abj. 1ídade desses maciços, jã que a recristal ízação reduz a poro
sidade interstícial . Por esse motivo, não será desenvolvido no
presente trabalho, esse tipo de deformação.
2.3.1.1-Mec¿rnisnlo da Defornação lìuptura.l. no Maciço lìochoso
 análise <la deformação rrrptural, que possa ser aclaptada
às condições geológicas, deve considerar, en princípio, que o
neio a se deformar 6 <¿uase hornogêneo, contínuo e isotrópico,
Nessas condições, serão analisados os diferentes tipos
de ntp¡¡¡¿5 ocorrentes, ern função dos vários estados de tensões que poden solicitar un corpo.
Ern princÍpio, poden ocorrer tensões normais (o) ãs f2
ces clo corpo, puranente conpressivas (Fig.Zf-A) ou puranente tra
16
É
t.
)/-,/l
vl
FfG,_2.1- Esqueüa cle tensões apl_icadas
a
umsões normais ( C
)
são compressivase
en Bsenvofvem-se aind.a, em ambos
os
casos as(
B)
o r., cle cisafhanento.corpo. Em' Â as ten
sao traca ona]. s - lje
tensoes Ìangenc taa s
FIG.Z.Z- Gráf
ico
de Mohr, mostranalo quea
envoltória
rler$u-ra
apenas tangencÍao clrculo
deraio 1
C-r.
6-a j '2trr
!/-l"Y
4i
t ot'
17
tangenciais ou c1e ci.s.alhamento (q ) , conf or¡ne indicado na Fig, . Pode ainda estar o corpo subnetido ã tensões no¡nais
cornprcssÍvas em deterninada d:i.reção e tracionais en outra,o que não altera a distribuição denonstrada nas f ig,2.{A e B) para as tensões tangenciais.
Na análise de nrntura, apenas interessa conhecer a dife
rença entre as tensões nornais náxina (or) e nínima (or), poj-s a
tensão notnal i.nternediária (oz) jarnais interferirá na ruptura ,
couforme mostra o gráfico de Mohr da F-ig-2.2, segundo ZIENKIEWICZ
(re68).
Nessas circunstâncias, toda a análise de ruptura será de senvolvj.da, ao longo do plano que cont6n as tensões normais
o¡
eÕ3
(escluema bidi¡rensional) e <1ue corresponde ao plano mostradoem tracej ado nas figuras 2J-A
e2l-8,
considerando que essas ten sões estejam ocorrendo nas direçõesx
e
z naquelas figuras.No estaclo de tensões
uniaxial
(.oz= os =0),
de compressão, desenvolven-se no corpo conprimido, tensões de tração (oa) no sortjdo
tr.ânsversal à tensão de compressão, confornc mostraa
Fi.gura 1.3.1\. Se essas tensões tracíonais geradas ultrapassaren
a
resistôncia ã tração do corpo (.Sa), ocorrerá ruptura por tração, ao
longo do plano perpendicular às tensões de tração geradas,
de
acordo con o esquena de rulfura representado pelo
gráfico
de Mohrda Fig.2,3-.4.
A Irig 23*ß mostla o lùesmo
tipo
de ¡Lllltura, para o estadode tensões
nista,
en que o¡ é de compressão e o3 6 detração,
sendo <1ue, nesse caso, é imi-nente a Tull.ura de tração, pois
a
tensãoot ,
acrescida deo¡
é sempre superi.or ã resistênciaä
tração docorpo,
Sr
(JAEGER q COOK,1968).Voltando ao estado
uniaxial
conpressivo, se a tensão oafor inferior
ã resistência Sa, não ocorrerá ruptura por tração,podendo então ocorrer Tlrptura por cisalhanento ou sinplesnente não
haver qualquer
tipo
de nrpLura.Pâra que haja a mrrtura por cÍsalhanento, é necessário que a tensão de cisalhanento (.6), gerada pela conpressão, seja
superior ä resistê¡rcia ao cisalhanento do corpo
(Sr)
e nesse caso,
a rtlrtura ocorrerá segundo un dos.dois
(ou anhos) planos in cl. jn.ados representados na I¡ig .2.4., e de acordo con o esquerDa Ìnos18
(a)
FlG.2.3- Tensões de
tração
(Ç ) do à conpressão. EnA,
estadorlo rle tensões
misto,
comQ
decIe senvo l-vi das num corpo submeti
tle tensões
uniaxial e
emB,
esta compressãoe Ç
de tração.FIG.Z.q- Planos em que se
cle-senvofven as
n¡turas
por
ci-salhamento quando
a
tensão decisalhamento ultrapassa
a
re-s is terrc
ia
cle cisalhanento.FIG.Z .5- Planos de
n$ura
porc1salhamento, desenvol-vid.os
no estado cle tensões
tria:<i¡l
conpressivo. Variação aPenas
no Gráfico de Mohr.
19 No estado de tensões
triaxial
cornpres.sivo, as tensões o¿ e o¡vão reforçar a resístência à tração do corpo e porisso,
é difíci1
ocorrer a rìrltuïa por tração,
a não ser eÍì casos ondea
tensão mínima é
nuito
pequena e a resistência ã tração muito baixa.Ëm geral
,
ocorrerá para esse estado de tensões, a nrptura por cisalha¡nento, conforme os esquemas da Fig.2.5.
A inclinação do plano de ruÞtura por cisalhanento, colìì Te
lação ao
naior
esforço, depende do ângulo deatrito
do corpo (d)-'Ieoria de Coulomb e Navíer, citada por OßERT e DUVAL(1967). Esq¡'e nratizando a distribtrição de tensões geradas porür
emrelação
a um dos planos de cisalhamento rnostrados na Fig 2,5 , pode-se observar¿rtravés do gráfico de Mohr (Fig.2.6)que o ângu1o cr ern questão, é
cxf rcsso pc La scguintc et¡r.ração :
cr= 450 -
-z-
øsenclo o. o ângulo de inclinação do plano de ruptura por
ci sa.l.hanre nto.
As deforrnações n:¡aurais que ocorren¡ no campo geol6gico têm o mesno necanisno
explicado 0nter-iornente.
Inporta todar¡iaanalisar, a influência
exercida pelos diferentes estados de ten sões atuantes, onde assumenparticular
importãncia, as de origerntectôni.ca, al6rn das características el-ásticas e de resistência
das rochas. Outros fatores que merecem ser analisados,
são
as descontinuidades intrÍnsecas do naciço rochoso, a1én dos processos dinâmicos externos
e
internos que ocorrern na crosta terres L rc .Essa aná1ise é cle grande importância para a conpreensão clos problenas relacionados ao arnazenamento da água, setvíndo,so
brctudo en rochas orientaclas, pâra distinção elltre as fraturas tlac j.onai.s e as de cisalhanento, conìo será abor<1¿rdo adiante.
As tensões tectônicas atuan no sentido tangencial ä su
perfície da crosta terrestre, en suas canadas ou gcosferas nais
profundas, .Assim, quando um naciço rochoso está sujeito a essa
condição, o seu estado de tensões pode ser definido por urn dos
tlois elipsõic1es <le tensões mostrado na Fig.Z.7..
'¿t)
e stado de tensões são: peso do recobrimento rochoso, en função
da profundidade e¡n que ocorre o fenôneno e estado de confinanen 1.o latcral a clue está srrjci.to o mac j.ço ao se dcformar.
Predominando o estado de tensões rnostrado na Fig.2.7-A
as deformações ntpturais ocorrem segundo os planos indicados na f ig.2.B.Nesses casos, a ruptura ocorre por cisalhanento e seus pla
nos correspondern ao tipo k01 de Sander(1948) descritos por LARSDN (1963,1967,1968 ,L977) , porén limitados ãqueles de fraca inclina ção, pois o ângulo de mergulho desses planos nrnturais (intersefo conr o p1ano Ìrorizontal) , corresponde ao ânguIo cl definido na Fig,
26. Pela equação (1) êsse ângulo é função do ângu1o de atrito ø
<1o maciço rochoso. Consideranrlo que ó va'ria entre 30o e 60o para
os diferentes tipos d.e rocha (lìZIIEWSKY e NOVIK,1971), co¡rc1ui-se clue o ângulo o deve variar entre 15o e 30o,
Quando o estado de tensões existente, corresponder ao
rnostrado na I.-i g ,2.7 -B, as defornações rupturais scrão do tipo indi caclo na Fig2.9, Nesse caso, os planos de rulrtura são sernpre verti
cai.s, podendo ocorrer dois tipos de Îu!:Æ.ura: por císalhamento e
por tração. Se a tensão ct3, acrescida da resistência ã tração da rocha, for superior à tensão oa gerada por or (caso nais fre quente) predominará a l1rptura por cisalhanento, con planos vert.i cais fornando um ângulo máxi¡no de 600 entle si ( 2a ) com or en su¿t bi.ssetriz. Esses planos correspondem aos hk0 de Sander, con
lornte mostrado na Fig.2.9. Desde que ot suplante a resistência ã
tração acrescida de os, ocorrerá a ruptura por tração, segundo pla
nos verticais paralelos â d¡ , e que correspondem ao plano ac de
San<ler (Irig.2.9).
E importante obse¡var que, por sua pr6pri.a gônese, os
¡.llanos <1e rl¡ntura por tração tende¡n a ser abertos, enquanto os de cisalha¡nento são fechados.
Ijinalnente deve ser analisada a situação geol6gica em que a defornação n.rpural está associada à deformação por dobr.a
rÌento. Considerando una camada de conpetência nédia a alta, sen
do comprinida horizontalmente, en condições que propicien um .1o
trramento acompanhado de trpturas, deve ser levado en conta que,o dobra¡nento gera tensões s.ecun<lárias irnportantes, que diferen ao
Longo da espessura da, canada dobrada. Co¡no é nosttado na Fig.2.10
21
FTG.2.6- Relação entre
tura
por
cisalhamentoÇ, é
a
tensãonormal-o
ângul-o cleinclinação
do plano cleru-(o¿)
e
o
ângulo deatrito
clocorpo
(Ø).que atua sobre
o
plâno de rçbura.cr (¡)
FTG.2J- Elipsóides de tensões
teotônicas.
Ema,
a nenorten-são
( Ç)
está navertical e
emb
está nahorizontal.
A naiortensão ( r-,
)
é
sempre nahorizonta].
Ern amtros os casosirá
o-correr
fraturamentopor
cisalhamento, segundo clireções clif2Z
q
lln
FIG.2.8- P].anos hof (conf . SANDER) em que ocorrern as fraturas
de cisalhamento e¡n fulção de tensões atuantes conforme a Fig.2.
7-t¡- lto 1ado, represcnLação tlos planos em
estereograma-o'/
FrG . 2.9.-F TG LJ-b ,
SANDER ) grarna,
Quando o estado de tensões atuante corresponde ao da
podern se desenvolver
fraturas
cle cj.salhamento (hkO deestereo-?,3
c dc comllrcssão ( o.. I na parte i.nterna, ¡,s prineiTas, criam Tuptu
ïas por tração, cujos planos são paralelos ao eixo do dobrarnento, cn(luiÌntìo a conpressão gcrrll¡cntc dcfor¡na a partc :intcrna de do
bras por enruganento ou por esnagamento.
Esse novo tipo de nìptura por tração ocorre perpendicu
larmente ã superfície da ca¡nada dobrada. Assim, nas dobras siné
tricas, coTrìo a mostrada na Irig.2.l0, a ruÈtura nais central corres
ponde ao plano axial e contem a crista da dobra, sendo portanto
un plano vertical, correspoltdente ao plano bc de Sander. Os de ma.i.s planos desse tipo de nrptura, apresentarn Ligeira inclinação
en direção ao centro de curvatura da dobra, sendo tal inclinação iudicada no estereograma ao lado da Fig.2,10,onde tais planos a par-ecenì conro neri<lianos próxinos ao centro.
Deve-se, todavi.a, ter en con.ta que nas dobras sinformes,
as fraturas clue ocorrerão parale.l.alnente ao eixo c1¿r dobra, não se
¡ão de ori.gem tracion¿ris, nem muito nenos serão al¡ertas.
2.i.1.2- Me c¿in ica d¿ls roch¡rs
ß¡nbora a ruÞtura dos maciços rochosos, seja fundarnent¡l
nente dependente do estado de tensões atuante sobre as mesnas , há de se considerar a irnportãncia das caracterÍsticas físicas da
rocha, no comportanento rultural desses rnaciços.
A prineira influência 7â tot citada e refere-se ao ân gu1.o de atrito l, responsável pelas relações geornótricas entre os planos de cisalhamento e as tensões atuantes. Esse parâmetro
ó una parcela tla resistência ao cisalhamento - Ss - que depende
cla seguinte equação :
Ç =
c
+ øte
ó0
segundo nernl¡ro dessa equação, corresponde aSr,
quedeverá ser
igual
ou maior queq ,
para que não haja rútura.Dessa equação do
equílÍbrio
de cisalhanento, os elenentos
6 eo ,
dependem do estado de tensões atuantes, conforne foirnostrado na Fig.Z;6.Todavia, os parânetros
c
(.coesão) eI
(ângu1ocle
atrito)
são intrínsecos da rocha e que definerna
sua resistência
à .n¡rtura por cisallianento.24
.Assim, quanto rnaior for o valor dess.es parârnetros, mais
intensi.vo necessitará ser o estado de tensões pala provocar a rup
tura por c.isalhanento e menor será o ângulo cr, , entre or e o pla no da nrptura,
Outra característica física da rocha, que influi na rup
tura, é o seu ¡nõdulo de elasticidade (E), en função da seguinte expressão:
on.cle:
o = E. e
o = tensão aplicada
tl
= M6dulo de Elasticidadee = Deformaeão sofrida
Pela equação(3), constata-se [PRI.CE,1966) que, quanto
nraior [or: o nódulo D de una loc]ra, mais intensas serão as tensoõs
geradas, en função de uma carga aplicada, Disso resulta que, as
tensões de tração ( oa) geradas pelo esforço conpressivo (Irigs.2.3, 9 e 10) , ser'ão ben maiores nas rochas de naior nódulo de elasti ciclade, ou sejar nas rochas mais resistentes, propiciando uma rììaiorabertura entre os planos de rnptura por tração.
O m6du1o de elasti.aidade E influi ainda na deforrnação
Ì't4tural ern função da energia de defornação. Segundo PRICE(1959),
a. intensidade de fraturanento de um maciço rochoso, depende da
e nergi.a de defornação w, acumulada nesse maciço e c¿ue é definida pela equação :
Õ2 (4)
2Il
Nessas condições, é ¡naior a frequência de planos de ru
tura, nas rochas de nais baixo n6du1o E,
Analisando-se todas as influências das características
físicas das rochas em sua deforrnação rultuïal e, levando-se en consi.deração as propriedades Iitol6gicas, consequentes da còmpo
sì.ção rnineral6gíca e tipo de textura, pode-se chegar ãs seguin
tes cons tatações :
a) o conportamento estrutural c1e urna rocha ao ser ten
sjonada, depende das proporções existentes e¡Ltre os. tûinerais de
resistôncias diferentes ;
b)
os ninerais granularese
isentos c1e L)1anos decliva
gern, corno o quartzo, são os nlais resistentes ao cisalhanento e l)ossucrìr n¡r ior lrótiuIo ij. Os lr¡.i ncrris ¡rlircosos siu t.rs llcllos rcs js tentes e de ¡nais baixo nó<lulo Iì;
c) quanto mais grossa a tcxtura <1a rocha, nìenor será a su¿r rcsi.stôncia, pois scrá na i.or a j.¡rf luôncia tlos pl.anos de cli vagem dos cristais mais desenvolvidos (como os feldspatos) ; as
sì.n, ils rochas tipo pegÍìatito, granito pórf j-ro e sirnilares, são nrai.s quebradicas que as rochas do tipo diabási.o, traquito e ou
tras gïaÌtulares finas;
d) as rochas não orientadas, com predomÍnio de minerais
rcsistclì1.cs, ¿¡prcscntam fìcïa l ncll tc ulna ba:i.x¿r frequôncia de ruptu
ras, todavia são nais abertos os planos de fTaturas origina<los
¡ror tracão;
e) nas rochas nletamõrficas orientadas, quanto mais bai
xo o grau de netanorfismo, menor 6 a resistônci¿r ao cisalhamento
c ntais elevacla a energia tÌc defornação acunrulada, aunentando a .i.ntens.icla<1c cìe ruptura ¡ror cisalhanleuto, Todavja, as ruptulas
por tração âpresentam planos quase tão fechados quanto as de ci
sal.hanento. É o caso clas arcl6sias e filitos, que embora possuan
una grande quantidade de fraturas, essas,são enì geral, quase fe chada s ;
f ) nas rocllas orientaclas, de elevaclo grau de rneta¡norf is nro, a resistência ao cisa.lhanento é maior c a energia de defor¡m
ção ¿rcumulacla é baixa, no que resulta uln menor núnìero cle f ratu
rzls, porérn com naior al¡e rtura (nas fratur¿rs tracionais). É o ca
so dos gnaisses e secundar j.anìente, dos mj-caxistos, onde a inten
s:i cl¿rdc cle f raturas 6 baixa e as suas aberturas são relativa.nente
naiorcs do que as rochas de baixo grau netamórfico.
2.3,1.3- Processos <1inãmicos n:r crosta terrestTe
A evol.ução tectônica por que tent passado a crosta ter
rcstre, envolveu uma contÍrìua transformação de materiaisr. QUe
assurniram aspectos 1íti.cos e ()stluturais variados, em função dos
d i fercntcs proccssos a c¡ue foram subnetidos, na conJrlexa dínânj.
26
Assi¡n é que, nuitos secli¡netrtos fo¡am afundados, atrav6s das grancles bacias geossinclinais, passando seus nateriais, das
cond.i ções rei.nalìtes na superfÍcie, para as elevadas pressões e
temperaturas reÍnantes nos p'ocessos orogenéticos desenvolvirJos
ern profundidade. Por outro lado, os novimentos epirogenéticos
causararn o levantamento de extensos blocos e o afundamento de
outros, numa constante troca de ambientes para esses rnateriais.
lle todas essas relações entre processos dinâmicos de
origem tectônica, e isostática, ressalta-se una situação que muito ten influído na caract erização da defornação nrptural dos
naciços rochosos. Refeese ao processo de epirogênese positiva
cm unìa região d.a crosta anteriorrnente afetada poï processos oro genétìcos.
Du.Tante a orogôncsc, elevadas tensões tectônicas fica
ram confinadas no maciço formado, no plano tangencial ã crosta, porén em profundidade, Evi<lentemente, as naiores tensões se acu lnu.Iararn 1:re rp endicul arnent e à xistosidade irnposta ã rocha forma
da (COSTA,I972). Quando esse naciço for soerguido at6 a superfí cie tla crosta por epirogôncsc, passará a ocupar urn maior espaço
l teral, pois a circunferência da te¡ra vai aumentando o seu raio
de curvatura de dentro para fora, conforrne nostra a Fig.Z.11.
Quando o bloco ABCD subiu da posição l para a 2, houve um acrés
c.i.nro lateral de espaço correspondente a AL e, ncssas condições,
as tensões de cornpressão que estavan confinadas nesse bloco, na
posição l, f orarn liberadas, quando o bloco atingiu a posição 2,
passando a funcionarern na forna de tração nessa posição.
Como t:esultado, surgem fraturas de tração, perpendicu .l,ares a essa nova tensão e portanto, paralelas aos planos de xis
tosidade, por6n possuem seus planos geralrnente abertos, por îe sultarern de tensões tracionais. (ver Fig,Z.I2).
l:ìsse é urn dos aspectos que se relacionant com a superpo
sição cle esforÇos ern clistíntas etapas ou ci.cros orogenéticos, fa zeìtdo con que extellsos ou re<1uziclos a.l.inhamentos de falhas de ci salh¿lmcnto (transcorrelìtes) sejâD reativados en movimentos traci
otra;i s, pro¡riciando condi.ções hidrogeológicas favoráveÍs, no con
1('xto do aquÍfcro fissurcl. Na rcg j-io Nor,lcstc clo llrasil-, ,ão
"u
contrados vãri.os exenplos clessa situação cle mú1tì111as fases de <le
,/G
q
FIG.2,10- Fratu¡amento em clobras de grande
raio
decurvatura-A
fratura
maiscentral
coincirle
como
p)-anoaxiaf e
conten acri.sta
da dobra(fratura
bc
de SÀNDER.). as dernais dessetipo
(parafelas
a
bc)
apresentarnligeiro
mergulho parao
centroda dobra. Os demais
tipos
(ac ehk0)
já
foramvistos
atrás.
SL
-'l-
=
òu+_
6l
-z-
+AI,
=FIG.2.U- O bl-oco ABCD subiu
por
epirogônese da pos 1ç ão(r
) para
(2),
havendo uma-crescimo ale espaço
lateral
ÁLFIG-.. 2.72- Como resultado,
surgi-ram
fraturas
cle traçãoparale-las a
xistosiclade, chamad.as de28
l)ol outro I ado, COS'l'A (]972) ntostrou quc, f re c¡ue ntemente, blocos clo naciço rochoso ao sofrerenì ruptura por tração na parte
nir i.s supcr'Ijcia]. dír crosta, são tlcslocaclos pclo c fc ito clo seu pró
prio peso e, nesses casos, tudo se passa como se a nìaior tensão corDpress iva estivesse na vert j.ca1, produzinclo f ¿l.Ihas de gravida cìc (teoria ¡rventacla por COSTA o1:r ci.t, pa.ra expl .i car a origem dos
l-a.[hamentos d¿r Serra clo Mar). O esquena dessa clefornação ruptural
corrcsponcle ao apresentado na l:ig.2.13.
Nesses c¿lsos, eml¡ora a ruptura tenha sido originada por
tração, os Planos se encontran pouco abertos a fechados, pois Õ
conportanento de deslocanento dos bLocos fraturados ó aná1ogo ao
tlc ruJrtura por cisalìramento, podendo j.nclusive, cìar oligem a for
ntação cle "sl.icken-s:i.des". Dessa f orrna, a situação hiclrogeolõgica
rcsultante ó desfavorãve1, representando unìa iu.versão cla conclição
nornalnente propici.ada pelos movimelìtos tracionais.
Z,3.1.4- Descontinuidades intrÍnsecas do naciço rochoso
Quando um maciço rochoso orientado (estratificado p.e.)
ó tens ionaclo, nen sernpïe as rupturas obedecem aos nodelos clescri
tos auteriornìente, porérn tal f ato, enr nacla inva.l.icla os princípios
clcnlonstrados, para explicar. o lne canisno clos dif crcl-rtes tipos de
ruptura.
Acolìtcce que, os parâmetros f isicos clue coman<lan a antpli
tude da ruptura e o posici.onâmento clos planos de cluebramento,den
tre os clua.is se destaca o ângu1o de atrito, não são unifoïmes ao lorrgo c1e tod¡r a îocha, sendo nais inf luentes pat'¿r a ruptura,aque
les corresponclentes aos minerais ¡nais fracos ou aos planos de des
continu:idade já existentcs.
Assinr, ao nìeÌìos quc tcilha havido unìa cirÌentação secundá
ri.a, ao longo de um plano pr6-existente de descontinuidade, como clc xistosidade, estratificação, ou qual.quer outra orientação de
nt,ine ¡a j s (principalÌnc> tìte placosos), esses planos possuirão parâ
nctros físicos de rcsistôncia e el ¿rsticídaclc, bastaÌtte inferio
les aos do restalìte da rocha. Nessas con<lições, será preponderan
corìscque lltclÌcnte, será dc grÍtndc relevância a
crìtrc a or j.el1tâÇão do plano de <lescontinuicla<le
pl.icacìos,
A experi.ência tem denonstrado (R^GAN,
lo lráxino rle 309 constatado pela equação (1),
lo d das rochas, entrc o p1:rno dc ruptura por
tensão compressiva atuante, pode clÌegar a 609,
fluôncia clas descontinuidades clo naciço,
29
rc.lação cxistente e os esforços g
1968), que o ângu em função do ângu
c isa 1híìnento e a ern função da in
Idôntico efeito pode acarretar as excossivas elevações clc prcssão e tenperatura, nos esforços originados a grandes pro I un cl i cìacle s cla crosta.
2,3.1 .5- Processos fÍsicos exó Ienos
lJrì outro tipo c1e rul)tur¿) de meios rochosos, cotìsequcllte
cle a1Ívio de teusões, ocorre reÌacionaclo co os pïocessos exter nos de nìßdelagen da crosta terrestre, atrav6s da erosão (proces
so atectônico).
Quando o maciço rochoso se encontra na proximidade da
superfície terrestTe, a tensão a é muito baixa e corresponde ao
peso do recobrilleltto existerìte .sobre o maciço cons j.derado. Se esse recobrimento for l'etirado, pelo efeito da ero
são, a tcnsão 0- que anteriormcnte cra coltìpressiva, torna-se a1i
v.i ada pela falta do mateïia1 retirado, transformando-se nuna ten são rle tra.ção, de forma anãloga à descrita com a Fig.2.11.
Lirn colLsequôncia, aparecen planos de ruptura perpendicu
lares ã tcnsão de tração surgì.cla e como essa é perpendicul.ar ã
superfíc ie de erosão, aquelas ïupturas ocorren sempre par:ale1a rncntc à supcrfície t opo g ráf :i ca.
Essas fraturas são denoninadas <Ie "sheet joints" ou jun tas- de clescompressão, Sua abertura depcnde c1a espessura de nìate
rial rochoso que ainda se n¿Ìntern acina do plano cle ruptura, ìÌas em gera1, são bcm abertas, pois uma vez quebradas pela tensão trq c j.on¿ì1 supra. descrita, não voltam mais a se unirem (os l¡1ocos a
direção de xi st os i dade
FIG.2..1.3 - Esc¡uera ilustrativo de u¡o faÌhamento cle gravÍdade
produzido por um esforço tracional próxino à superflcie, Tuclo
se passa cono se a maior tensão conpressiva estÍvesse na ver tical- (seg,COSTA-19?2 ).
FIG.2.14.- Esquema da f orrnação
'rgheet
joints".
PeIa erosão apara tracional
,
acarretando oficie
t opográfica.<las
jüntas
de d.escompressáo outensão 13 passa <le compressiva
3l
râ. ,4 Fi.9,2.14 ntostra cot o aparecenì essas juntas e como se justi
fìcam ¡rclo grãfico de Mohr.
A1õm clesse tipo de ju1ìta, pode ser ainda citada a junta !_9_fe{!..¡¡g¡1!e, originada na consolidação de rochas vutcânicas rle gran fina cono os basaltos; essas juntas são crn geral quase "soÌclacla s", clesenpenhando unt rcduzido papcl conìo con<luto e arna zelìíìnìento da água.
2.3.2.
u'[r],r zAçÃo Dos p^RÂNfuTlìos L|IO-ESTRUTUR^IS N^ LOCAÇÃOD]J POCOS
2.3.?.. 1 ^ Constìtuição_ lito.l.ógj.ca
A j.nf 1uôncia do tipo 1itolõgico na quanti.dade de água
.i.rtf iltrada e arna z ena.da dìz re s1:re j to-a s suas propr:iedades fÍs i cas, que de ternri.iran a intcrìsidacle de fraturanìento e o grau de a
bertura erìtTe as superfíc ies rle fraturas.
Lle acordo com a necânica das rochas, quarìto naÍs compe
tentes as rochas, nenor a intens:idade de fraturanento, rnas enì r-:ornpcnsação, nìaj s abertas são as fraturas nelas cxistcntes. ,As
sjnì, unì gnaisse por exenplo, possui menor j-ntens j dade de f¡atura
nlcnto clo quc unì nic¿rx:i.sto, ¡lorõnt no pri.nrc iro ¿1. s .[raturas são nrais
abertas clo clue no segundo. Tambóm a orientação da rocha influi na
sua ¡rotenciali.dacle hÍclr.i.ca, ¡:rois nas rocÌìas or.ientaclas cono os
¡:.)aragnaisses, clesenvolvenl-se nta,is planos de :[r¡rturantento do que
nas não orientaclas, como o granito e nas prine ira.s, são rnelhores
as condì,çõe s quando a orientação õ planar do quc linear, como nG ortognâ i sses ,
Por outro lado, a granul.ação dos crista j-s tantb6nÌ exerce inf 1uônci.a, pois quanto naiores e nais desenvolvi.dos (o pegmati
to p, e. ) mais cluebracli.ça é a rocha, enquanto lla s roclìas de granu
1ação :f j.na (granito fino p.e.) a resistência ao quebranento é ln¿l:i.or,
ljnìa outïa situação 1.i.to1.ógica favoráve1 6 a do contato
32
graiÌ j.to e ulìì rìì:ic¿rxisto, ou cntrc un nignìíltito e utìl quartz j-to , rlen t re outros tipos.
Quanto\a c1ual:irjacle cla água, a inf luôncia po<le ser consi
derável, pois além da participação da abertura no processo de i]l
filtração, circulacão e salinização c1a água, ocorrem ainda disso lnçõe s que ¿ìcarretan ou aunentanì a salin iz.ação clas águas.
2.3,2.2- Estruturas eol6 icas favoráv e i s
As estruturas geológ.icas constituen o princìpa1 fator
(luc írtua na quant.icladc dc água ¿¡rnr¿rzcnada no aqUífe to f issural, desempenhando paralelamente utn certo pape1, tanbém na qualidade
da água.
Conforme já :ioi visto, ¿Ìs estruturas mais favoráveis são atluelas representadas por rupturas do maciço sob efeito de.'
csforcos tracionais; as fathas c as fraturas tracionais (tÍpo ac
c bc ale S¡.NDllR) a.Lém daquelas cle a1ívio de prcssão são as nais
l.avoráveis para acunulacão cla água.
\
Quanto as rulturas por cisalhanento, que tanto podem a
carretar falhas do tipo transcorrente, como sirnples fraturas lon
gitudinais ou angulares (tipos hkO ou h0l- de SANDER) são en gg
ral desfavoráveis para à locação do poço, pois as suas aberturas
sãó rnuito reduzidas, chegando mesno a seren regeladas,
Os planos de descontinuÍdade original das rochas neta
n6rficas, como a xistosi4a4e dos micaxistos ou a clivagem das
ardósias, tanb6n desernpenharn una certa inportânci.a, principalnen
te quando associados ãs estruturas naturais, aumentando-thes a
j.nterconunicação e, consequentemente, a permeabilidade do maciço rochoso. A percolação da água ao longo clesses planos de desconti
nuidade origi.nal se laz muito lentanente, muitas vezes por fol
ças capilares, nas desempenhan irnportante papel nos processos de
decornposição c1uímica, sendo rnuito comu¡n encontrar-se as superfÍ
cies clesses planos, conpletanente oxidadas ao serem quebrados e destacados.
A associação do diaclasamento com o dobramento e as des
33
vos de elevada intensidade, acaïretando rnergulhos dos flancos
das dobras, con ângulos superiores a 600 são en geral desfavoïã
veis, pois en tais situações, as rochas. adquírern rnaior plastici
dade e rnenor desenvolvirnento ruptural , al6n de possuirem planos
mais fechados de descontinuidades originais. Âo contrário, os
dobrarnentos cujos flancos apresenten ângulos cle mergulhos infe
. -^o
riores a 30-, propician maiores aberturas em fraturas longitudi
nais (.tipo h.c de SANDER) e maiores possibilidades ao longo dos planos. de descontinuidade originais.
Na Fig.2-.1.1, a si.tuação en A apresenta uma boa possibili dade de acunulação de água nas diáclases longitudinais e planos de xi.stositlacle ou de clivagem; e:n 1ì a. sitr.ração é apenas regular e em C a situa.ção hidrogeol6gica 6 desfavoráveI.
lJma outra aplicação da. associ.ação dobramento'diaclasa
mento, é quando dos eixos de dobras dispostos em leque (estrutu
.ra conhecida co¡no "rabo d.e cavalo") : nas proxinidades do vértice
do leque as fratura.s longitudinais são fechadas, Assirn, na Fig.
'2.16,a ãrea (3) apresenta nuito nelhores condi.ções de locação de poço do que a área (2), enquanto nesta, a situação é melhor do
quc na árca [1) .
Além do problena já discutido no í.ten anterior, con re 1ação a abertura das fraturas longitudinais paralelas ao eixo das dobras e da participação dos planos de xístosidade e
cliva-gen nas dobras de ¡naior intensidade, outros aspectos devem ser cons.iderados relacionados ao pr6prio mergulho dos planos de fra tura.
Dois problemas d,eve¡n ser levados crn consideração, quan
clo se analisa a ínportância do nergulho dos planos de fratura: o número rle fraturas interceptadas pelo poço e a abertura das f raturas.
Quanto ao prineiro aspecto, de quantidade de planos de
fratura que possan set interceptados por uma perfuração de poço,
ó evidente quer quanto rnais suave for a inclinação desses planos,
ntaiores as possibilj.dades de se obter água pelo aunento do núne
ro de fraturas interceptadas.
,A,dmitindo urn mergulho constante de um conjunto de fratu
ras segundo uma só direção, suponha-se, para efeito de conparação,
FIG..?.15- Diferentes situações de mergulho
de planos de xis tos idade
FIG.2 .16- Disposição etn l-eque dos dobr as
zc
tlo aincla que a intens icl¿rde dc f raturas se j a. a nesma nos três ca
sos, ou seja, con afastarnento de 1n entre cada fratura. Observa'
-sc rì¿Ì lt.i.g.2..11, que en¡ À, coin .f raturas mcrgulhanclo de 20o, un poço interceptaria 6 (.seis) fraturas até a profundidacle de 70n; na si tuação 8., com fraturas mergulhando de 450, somente duas f ratura=s
foran interceptadas (podendo chegar até 3 a depender do local do
poço); na situação C, com fraturas de 70o de nergulho, apenas u. nìa fratura foi interceptada, podendo inclusive não interceptar
nenhuma, a. depencler da locação do poço.
No que se refere ao segundo aspecto, de abertura das
fraturas, conforme foi visto, as, fraturas. de tração, tipo ac de
SANlJljR. são em geral sub-verticais. Desse ntoclo, const"ar-rJqu"
muitas vezes é melhor interceptaï um me¡l.or número de fratuÌas, por6m com rnaior abertura clo que um maior número cotn menores aber
turas. 1L situação ideal todavia, é aquela en que uma fratura prin
cipal de forte mergulho está associada a fraturas secundárias de
rnenor intensidade, e qlte nuna perfuração se possa atingir si¡nul
tincancntc os tlo is tipos.
l\ associacão estrutura-hidrografia 6 de grande inrportân
ci.a poi.s estabelece a relação etìtre a condição da existência de
un re servatóri.o natural e a alinentação desse reservatório. S I QUIì I Iì,4 ( I9 6 3 ) i.ntrocluziu o ter¡no "riacho--f encla" para
caracterizar essa associação, significando o terno, a condição em que determi.nados trechos de u¡n riacho são alinhados segundo
direções coincidentes con estruturas fendilhadas, Nessa situaçãq a fencla (ou fratura) seria alimentada periodicamente, senpre que
o ri.acho estivesse con escoanento superficial.
llssa relação vem sendo utilizada com frequôncia na loca
ção de poços en rochas fraturadas e pernite, a partir de observa
ções locais, corn nedições do ânguto de rnergulho das fraturas, a
quilatar com boa aproxinação, a profundidade em que deverá ser
interceptada a fratura principal , objeto da recarga fluvial.
A Fig, J8 rnostra una seção vertical con SOm de distância
horizontal (na superfÍcie) por 100¡n de profundidade (na subrsu
perfÍci.e); no v6rtice superior esquer<1o, encontra-se u¡n riacho
clue ali.menta fraturas de diferentes intensidades de rnergulho(c1e 1.0o a 80o) . Verif ica.-s.e que, até a profundida<le cle 100m, a fratu
2o
3o
îo
FIG. .17
-
Relação entrethoeainterseçãode
fraturas o ângu1o num poçode r¡ergut
\( {
FIG .18 -área'de terseção
ReIação entre distância da rêcarga e a profundidade de ín
ali.nentação e a <1e 70o é interceptada até aos 30¡r
0 cálculo da profundiclade de interseção
r¡tralcluer
,
conhcc i do o ângu1o cle rnergulh.o do planoa distânci.a onde será perfurado o poço, pode ser
nente através da seguinte expressão rnatenática:
p =
d.tgc
em que:
p = profundídade de interseção da
fratura
no poçod = distância do poço ao riacho (.zona de recarga)
o = ângulo de nergulho da fratura
2.3.2.3- Situa :oe s comu)lìelìte ocorrefìtes nos oços
De, um ¡nodo geral
,
seis concl:lç:õcs deven ser consideraclaspara se conseguir
êxito
na perfuração do poço cm rochascristali
nas, quais se jarn:
-
existôncia de fraturamento na rocha-
grau de abertura das fraturas-
extensão e profundidade das fraturas-
frequência do fraturatnento-
interconexão das fraturas-
conexão do sis.tema defraturas
cem zonas de recargana
superfície
(rìos,
lagos, capeanento perneáve1,etcJA conbinação dessas condições, o grau de favorabilidade
de cada uÌìì e
a
frequência de ocorrôncia clos cliferentes casos,perìjte
una caracteri zação de 10 (dez) situaçõesdistintas,
conforme análise elaborada por COSTA(1990)
,
apa.rtir
de estudos anteri.ores de I,EGRAND(1959) e C,AMPUEL(1972) e a seguir descriros
(corn ilustração na Fig.2..l9).
Caso Â
-
o poço não penetrafraturas
abaixo do revesti nento (de apenas 15n); nesse caso o poço será seco.Caso B
-
o poço penetrou nuna zona fraturada en que 2(cluas) ou ¡nai.s
fraturas
ocorrem a poucos netros abaixo do revestimento; é_um
tipo nuito
conu¡n de poço. Ele pode produzir vazõesðe 2
a
4r3/h
<lurante váriosninutos,
até asfraturas
seren drenadas. Sua vazão declinará subitatûente para una fração do seu
valor
totaI,
dependendo a estabil rzação, da perneabilidade do37
de distância,
de uma fratura
¿e fratura e efetuado f,áci1