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Áreas de Preservação Permanente em área urbana

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Academic year: 2022

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Texto

(1)

Áreas de

Preservação

Permanente em área urbana

Painel: Aspectos jurídicos do licenciamento ambiental Palestrante: Eleonora Serralta

(2)

Urbano & Ambiental

(3)

Aplicação do Código Florestal em área urbana – discussão superada…

Código Florestal anterior Lei 4.771/65:

O art. 2° dava margens a dois entendimentos:

1) Aplicação do código florestal na íntegra no meio urbano, indistintamente;

2) Possibilidade de os Municípios legislarem sobre o tema à luz das competências constitucionais

(4)

Lei 4771/65 – art. 2°

(com alterações posteriores)

Consideram-se de preservação permanente, pelo só efeito desta lei as florestas e demais formas de vegetação natural situadas:

a) ao longo dos rios ou de qualquer curso d'água desde o seu nível mais alto em faixa marginal cuja largura mínima será:

1 - de 30 (trinta) metros para os cursos d'água de menos de 10 (dez) metros de largura;

….

Parágrafo único: No caso de áreas urbanas, assim entendidas as compreendidas nos perímetros urbanos definidos por lei municipal, e nas regiões metropolitanas e aglomerações urbanas, em todo o território abrangido, observar-se-á o disposto nos respectivos planos diretores e leis de uso do solo, respeitados os princípios e limites a que se refere esse artigo.

(5)

Licenciamento: defendia-se a aplicação do Código

Florestal nos casos concretos - 30 m X 15 m X 5 m

(6)

Novo Código Florestal Lei 12651/12 – art. 4°

Resolve parte do problema:

“Art. 4o Considera-se Área de Preservação Permanente, em zonas rurais ou urbanas, para os efeitos desta Lei:

....”

(7)

Novo problema

A ausência de referência ao tratamento a ser dado às APPs em área urbana.

Iguala APP em área urbana às áreas

rurais (ressalva: arts. 64 e 65).

(8)

Porto Alegre - 1732

Eram 3 estâncias, ocupando cada uma área

equivalente a mais de 13 mil hectares. Essas

estâncias se estendiam, de norte a sul, desde o

Rio Gravataí até o Arroio do Salso, tendo como

limite ocidental o Rio Guaíba. As sesmarias de

Jerônimo de Ornellas e Sebastião Chaves eram

divididas pelo Arroio Dilúvio, que já teve nomes

diferentes em cada trecho: do Sabão, do Dilúvio,

da Azenha, do Riacho e, finalmente, do

Riachinho, ao se aproximar do rio. As terras de

Sebastião Chaves e as de Dionysio Mendes

possuíam como limite o Arroio Cavalhada.

(9)

Modificação do texto original

Texto original foi modificado (temor de retrocesso ambiental) e foram retirados do art. 4° os parágrafos que davam tratamento diverso à área urbana.

Texto Final: Lei 12.727/12

(10)

Observacão: Arts. 64 e 65

Art. 64. Na regularização fundiária de interesse social dos assentamentos

inseridos em área urbana de ocupação consolidada e que ocupam Áreas de Preservação Permanente, a

regularização ambiental será admitida

por meio da aprovação do projeto de

regularização fundiária, na forma da Lei

n

o

11.977, de 7 de julho de 200

(11)

Art. 65. Na regularização fundiária de interesse específico dos assentamentos inseridos em área urbana consolidada e que ocupam Áreas de Preservação Permanente não identificadas como áreas de risco, a regularização ambiental será admitida por meio da aprovação do projeto de regularização fundiária, na forma da

Lei n

o

11.977, de 7 de julho de 2009.

(12)

Texto original:

Antes:

“Art. 4o [...]

§ 7o Em áreas urbanas, as faixas marginais de qualquer curso d’água natural que delimitem as áreas da faixa de passagem de inundação terão sua largura determinada pelos respectivos Planos Diretores e Leis de Uso do Solo, ouvidos os Conselhos Estaduais e Municipais de Meio Ambiente.

§ 8o No caso de áreas urbanas e regiões

metropolitanas, observar-se-á o disposto nos

respectivos Planos Diretores e Leis Municipais de Uso

do Solo” (BRASIL, 2012b).”

(13)

Medida Provisória 571/12:

§ 9o Em áreas urbanas, assim entendidas as áreas compreendidas nos perímetros urbanos definidos por lei municipal, e nas regiões metropolitanas e aglomerações urbanas, as faixas marginais de qualquer curso d’água natural que delimitem as áreas da faixa de passagem de inundação terão sua largura determinada pelos respectivos Planos Diretores e Leis de Uso do Solo, ouvidos os Conselhos Estaduais e Municipais de Meio Ambiente, sem prejuízo dos limites estabelecidos pelo inciso I do caput.

§ 10. No caso de áreas urbanas, assim entendidas as compreendidas nos perímetros urbanos definidos por lei municipal, e nas regiões metropolitanas e aglomerações urbanas, observar- se-á o disposto nos respectivos Planos Diretores e Leis Municipais.

(14)

Definição legal de APP pelo Novo Código Florestal

Art. 3°, II :

Área protegida, coberta ou não por

vegetação nativa, com a função

ambiental de preservar os recursos hídricos,

a paisagem, a estabilidade geológica e a

biodiversidade, facilitar o fluxo gênico de

fauna e flora, proteger o solo e assegurar o

bem-estar das populações humanas;

(15)

Categorias*:

APP de cursos d’água;

APP de protetora das montanhas;

APP protetora de ecossistemas determinados

*Paulo Affonso Leme Machado

(16)

Características*

É uma área e não mais uma floresta,

Coberta ou não por vegetação nativa

protegida;

De forma permanente

com funções ambientais específicas e diferenciadas

a supressão indevida da vegetação na APP

obriga o proprietário da área, o possuidor ou

o ocupante, a qualquer título, a recompor a

vegetação, tratando-se de obrigação real

transmitida aos sucessores.

(17)

Recorte da questão :

APP de cursos d’água

(18)

Art. 4°

Para o Novo Código Florestal:

“Art. 4o Considera-se Área de Preservação

Permanente, em zonas rurais ou urbanas, para os efeitos desta Lei:

I - as faixas marginais de qualquer curso d’água natural perene e intermitente, excluídos os efêmeros, desde a borda da calha do leito regular, em largura mínima de: (Incluído pela Lei nº 12.727, de 2012).

a) 30 (trinta) metros, para os cursos d’água de menos de 10 (dez) metros de largura;

b) 50 (cinquenta) metros, para os cursos d’água que tenham de 10 (dez) a 50 (cinquenta) metros de largura;

...

(19)

Regra geral do Código Florestal:

Aplica-se ao meio urbano;

Delimita faixa, com função ambiental, independente da existência ou não de vegetação nativa, nos limites

estabelecidos no art, 4 que deve ser

protegida e/ou recuperada;

(20)

Nosso problema:

(21)
(22)

APP????

(23)

DMWEB

(24)

Caso do Arroio Dilúvio

Conforme a Atlas Ambiental de Porto Alegre,

no nosso Município podem ser delimitadas 27

sub-bacias hidrográficas, cuja demarcação

leva em conta critérios topográficos, em

áreas menos urbanizadas, e de

planejamento operacional, em áreas

densamente habitadas, onde os arroios

originais encontram-se canalizados e

incorporados ao sistema de esgotamento

pluvial da cidade.

(25)

Sub-bacia do Arroio Dilúvio

(26)

As sub-bacias situadas na região norte e central do Município possuem características urbanas e alta densidade populacional, como é o caso da sub-bacia do Arroio Dilúvio.

Na medida em que avançam para a região sul, as sub-bacias tornam-se progressivamente menos ocupadas, sendo as mais expressivas, em área, as sub-bacias do Arroio do Salso e do Lami.

(27)

A sub-bacia do Arroio Dilúvio é a segunda maior, sendo a mais importante de Porto Alegre, segundo a Atlas:

“através dela escoam águas de uma área com 83,74 km2 densamente habitada: 446 mil habitantes, representando cerca de um terço da população total” , com densidade populacional de 6.417 habitantes/km2.

Atlas Ambiental de Porto Alegre, pág. 39.

Fonte IBGE 1991, citada no Atlas.

(28)

Três estágios morfológicos:

“O Arroio Dilúvio possui três estágios morfológicos desde a região de

nascentes nas colinas no limite com o Município de Viamão, até desembocar no Lago. No segmento das cabeceiras e nas vertentes que delimitam a sub-bacia, os afluentes ainda possuem canais pouco sinuosos, leitos pedregosos e algumas

quedas d´água que ajudam a erodir os

terrenos altos.

(29)
(30)

O trecho intermediário, situado no vale principal, inicia-se no Bairro

Agronomia, onde a estreita planície fluvial, com cerca de 500 metros de largura, estende-se até o Morro Santo Antônio. Nesse intervalo, são drenadas as águas da maior parte dos afluentes do Arroio Dilúvio.

(31)
(32)

No segmento final, o curso apresentava-se antes da retificação, sob forma meandraste e percorria uma planície fluvial com 2,5 km de largura, entre as encostas da Crista de Porto Alegre e da Crista da Matriz. Essa planície fluvial era constantemente inundada na época de cheias, quando o volume de água ultrapassava a capacidade de transporte do canal. Por essa razão, originariamente, a planície fluvial do Arroio Dilúvio era formada por banhados que se estendiam desde a área ocupada hoje pelo Bairro Menino Deus até o Parque Farroupilha. A foz do arroio na enseada da Praia de Belas era marcada por bancos de areia que se formavam paralelos à margem. Esses bancos eram constantemente retrabalhados pelo fluxo do canal ou pela subida do nível do lago ocasionada pelo vento ou por inundações periódicas”

(33)
(34)

Conforme Sérgio da Costa Franco, no Guia Histórico de Porto Alegre,

“a canalização começa a ser pensada em 1905, por causa das constantes cheias. Entretanto, a obra só foi levada a cabo após a grande enchente de 1941”.

Segundo Burin, foi durante a longa administração do Intendente José Montaury de Aguiar Leitão que começaram a ser tomadas medidas de contenção das enchentes, sendo que em 1905 ocorreu a primeira ação, com a ligação da ponta de um dos meandros do Riacho, formando um território totalmente segregado em seu interior que ficou conhecido como Ilhota. O primeiro projeto de Retificação do riacho, no entanto, surgiu com o Plano Geral de Melhoramentos de 1914, organizado pelo Engenheiro-arquiteto João Moreira Maciel, sucedido por outros três, mas as obras de canalização e retificação foram executadas apenas na década de 40, sob a administração de José Loureiro da Silva, como parte do Plano de Urbanização, editado em 1943, que contemplava os projetos até então elaborados.

(35)
(36)

Solução para o caso concreto:

Levar em consideração a importante diferença morfológica e histórico-fática do Arroio Dilúvio.

É evidente que o tratamento do ponto de vista ambiental deve ser diferenciado, com atuação mais intensa, restritiva, protetiva e preventiva naqueles segmentos que apresentam, hoje, ainda, maior grau de preservação, sendo recomendável, desde já, que se pense em um critério de zoneamento que pode estar associado aos três estágios morfológicos, para fins de licenciamento urbano-ambiental.

(37)

Constatações relativas ao último trecho:

1) Ausência de características da APP estabelecidas no art.4° :

• Sem função ambiental;

• Curso d’água canalizado e retificado;

• Antropizaçao das margens e do curso d’água 2) Critério Temporal – vide histórico – pensada em 1905 3) Irreversibilidade – dano maior na hipótese de

reversão;

4) Área urbana consolidada - art. 3o., XXVI Código

Florestal – inc.II do caput do art. 47 Lei 11977/09

5) Sem área de Risco

(38)

Para o último trecho:

Não é o caso de excepcionalidade de intervenção em APP,

mas sim de não incidência da norma:

-Descaracterização da APP.

Orientação: Retirada da delimitaçao na DMWeb em trecho delimitado.

(39)
(40)
(41)

APELAÇÃO CÍVEL. DIREITO PÚBLICO NÃO ESPECIFICADO. DIREITO AMBIENTAL. EDIFICAÇÃO ÀS MARGENS DE CURSO D ÁGUA. ÁREA DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE. LEIS Nº 12.651/2012 E Nº 11.977/2009. 1. Embora a Lei nº 12.651/2012 preveja como área de preservação permanente, não edificável, a faixa de trinta metros para cursos d água de menos de dez metros de largura, as áreas urbanas consolidadas são excepcionadas pela Lei nº 11.977/2009, prevendo requisitos específicos para assim serem consideradas, o que deve ser comprovado por órgão ambiental competente. …(Apelação Cível Nº 70063405781, Terceira Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Matilde Chabar Maia, Julgado em 17/12/2015)

(42)

Código Florestal anterior:

(43)

Código Florestal Atual:

Ementa: AÇÃO CIVIL PÚBLICA AMBIENTAL.

Guarulhos. Córrego dos Cubas. Demolição das construções efetuadas em área de preservação permanente. 1. Mata ciliar. Área de preservação permanente. Zona urbana. A discussão sobre a aplicação do Código Florestal à zona urbana foi afastada pela LF nº 12.651/12. Nos termos do inciso II do art. 1º da LF nº 4.771/65 e do art. 3º II da LF nº 12.651/12, a área de preservação permanente, coberta ou não por vegetação nativa, tem a função ambiental de preservar os recursos hídricos, a paisagem, a estabilidade geológica, a biodiversidade, o fluxo gênico de fauna e flora, proteger o solo e

(44)
(45)

(...) Na forma da Lei Complementar 140/2011, caberá ao órgão licenciador da atividade, no caso concreto, identificar a existência ou não da APP, no âmbito dos procedimentos de licenciamento ambiental, mediante parecer técnico fundamentado, e indicar se a função ambiental tratada pelo inciso II do art. 3º. do Novo Código Florestal existe ou não no caso concreto.

Paulo de Bessa Antunes

(46)
(47)

“o dimensionamento da APP, que tem seu conteúdo incluído no direito de propriedade, é matéria reservada exclusivamente ao Poder Legislativo.

Portanto, não cabe ao Poder

Executivo, em qualquer modalidade de sua atividade – decreto, portaria, instrução ou resolução – criar e alterar medidas de APP”

Paulo Affonso Leme Machado

(48)
(49)

O dispositivo de lei federal

de delimitação de APP aqui

estudado não pode ser

examinado de forma

isolada, e sim de forma

sistêmica

(50)

A solução não pode ser casuística

- Decisão administrativa

fundamentada: há riscos!

(51)

Caminhos apontados:

-

(52)
(53)

-FUNDAMENTO CONSTITUCIONAL: ART. 225 CF

-Um dos instrumentos da Política Nacional do Meio Ambiente – art.

9º., II Lei 6938/81, art. 2º., V – Decreto 4297/02;

- LOM – art. 236

- Art. 17 LC 369/96 - SISMAM

- Art. 15 Lei 11520 – Código Estadual do Meio Ambiente - Lei 10.257/01 – estatuto da Cidade

- Entre outros

(54)

Assim como o Arroio Dilúvio apresenta, em seu último trecho - canalizado e retificado em região totalmente antropizada- características consolidadas que excluem a aplicação da norma do art. 4º. do Novo Código Florestal, há referência científica sobre outros trechos das 27 sub-bacias hidrográficas que banham o território de Porto Alegre que possivelmente apresentem a mesma situação.

(55)

Se é verdade que cursos d’águas foram descaracterizados a ponto de não justificarem áreas protetivas, também deve ser considerado que há outras áreas bastante sensíveis que merecem maior proteção, atuação imediata e preventiva, para evitar que ocorra a descaracterização constatada no trecho do Arroio Dilúvio aqui examinado.

(56)
(57)

“A Constituição não pretendeu que o país tivesse o mesmo regime jurídico ambiental, mas quis que alguns espaços

geográficos fossem

especialmente protegidos”

Paulo Affonso Leme Machado

(58)

O tema relativo às APPs urbanas cuida, simultaneamente, de:

(i) interesse local;

(ii) suplementação de legislação federal;

(iii) uso do solo urbano;

(iv) proteção ao meio ambiente; e (v) política urbana.

É dentro desse contexto multifacetado que deverá ser examinada a proteção ambiental em área urbana.“

Paulo de Bessa Antunes

(59)

eleonora@pgm.prefpoa.com.br

http://www2.portoalegre.rs.gov.br/pgm Parecer 1198/2016 e Informação n.

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