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A política de cotas nas universidades públicas e seus reflexos na educação

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Academic year: 2022

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1 - INTRODUçãO

A necessidade que as pessoas têm de ascender na escala social empurra muitos jovens para a “conquista de um diploma”.

A “cultura do diploma” em nosso país tem sido uma das razões pelas quais o jovem – incentivado por sua família – tente ingressar num curso universitário em busca de um título de “doutor”, a despeito de todas as modificações comportamentais pelas quais vem passando o jovem brasileiro hoje.

No Brasil do século XVIII, a classe aristocrática estudava na Europa e de lá traziam as “luzes” do saber e aqui as difundiam para os que não tinham as mesmas oportunidades.

A partir da segunda metade do século XIX, já despertando para a industrialização, por volta de 1870 surgiu uma população marginalizada e continuou a se acentuar a distância entre os que tinham e os que não tinham acesso ao conhecimento, à educação e ao saber.

Privilegiou-se a formação de bacharéis e na prática, o que funcionava era: quem podia pagar, estudava.

O século XX foi marcado pela expansão industrial e a aglomeração nas grandes cidades. Trabalhadores desqualificados começaram a afluir para as grandes capitais, em busca de emprego e de melhores condições de vida. Este quadro reforçava o contraste entre os que “podiam” e os que “não podiam”

estudar.

No Brasil, existe uma barreira histórica que restringe o desenvolvimento humano de uma parte significativa de sua população: o racismo.

Ao longo da década de 1980, iniciativas estaduais, como a criação de conselhos e secretarias voltadas para a população negra, eventos históricos, como o centenário da Abolição, a Constituição de 1988, com a Lei Caó, e a criação pelo Ministério da Cultura da Fundação Cultural Palmares deram maior preeminência à luta anti-racista.

Até meados dos anos 1990, a adoção de políticas de ação afirmativa no Brasil era objeto de controvérsias tanto no movimento negro como entre cientistas sociais do campo das relações raciais. Todavia, o tema entra na agenda política do governo Fernando Henrique Cardoso ao instituir, por decreto, no dia 20 de

A política de cotas nas universidades públicas e seus reflexos na educação

Ivo Costa de Lima

Engenheiro, estagiário do Curso de Altos Estudos de Política e Estratégia da Escola Superior de Guerra no ano de 2006.

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Revista da Escola Superior de Guerra, v.23, n.47, p. 21 -39, jan/jul. 2007 novembro de 1995, o Grupo de Trabalho Interministerial para a Valorização da População Negra, por ocasião de uma manifestação em homenagem aos 300 anos de Zumbi dos Palmares. Essa iniciativa veio no bojo do Programa Nacional de Direitos Humanos (PNDH), do governo federal.

Em junho de 1996, no Palácio do Planalto, o Ministério da Justiça, com o apoio do Itamaraty, promoveu o seminário internacional Multiculturalismo e Racismo: O Papel da “Ação Afirmativa” nos Estados Democráticos Contemporâneos, com a presença de renomados acadêmicos brasileiros e brasilianistas norte americanos, com o intuito de colher subsídios para a formulação de políticas voltadas para a população negra.

A grande guinada no rumo das ações afirmativas no Brasil ocorreu em setembro de 2001, com a Conferência Mundial contra o Racismo, Discriminação Racial, Xenofobia e Formas Correlatas de Intolerância, sob os auspícios da ONU, realizada em Durban, África do Sul.

Os efeitos de Durban se fizeram sentir no Brasil de imediato. O governo estava atento a demonstrar, no plano internacional, seu interesse em cumprir resoluções elaboradas em fóruns multilaterais em nome dos princípios da igualdade, inclusive racial, sob o signo dos direitos humanos.

Após a conferência, o governo brasileiro definiu um programa de política de cotas no âmbito de alguns ministérios como os de Desenvolvimento Agrícola e Reforma Agrária, Justiça e Relações Exteriores.

No plano estadual, diversas iniciativas foram realizadas para a implementação do sistema de cotas. Aquela que obteve maior destaque no final do ano de 2001 foi a da Assembléia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro, que estabeleceu uma percentagem das vagas das universidades estaduais para pretos, pardos e indígenas.

2 - A NECESSIDADE DO SABER

Ao longo dos séculos, independente de cultura ou forma de governo, o saber tem estado, muito freqüentemente, ligado à idéia de poder. Em outras palavras, saber mais significa, quase sempre, poder mais.

Segundo Platão, o conhecimento está dentro de nós. Por outro lado, Aristóteles propôs a antítese a essa tese que é o empirismo: não, nós somos uma tábua rasa, nada do que está na inteligência já estava lá, somos vazios inicialmente e tudo o que está na inteligência passa pelos sentidos através da experiência.

Piaget construiu a idéia básica de que entre a experiência e o conhecimento existe uma elaboração da inteligência, do sujeito para interpretar o mundo, o Construtivismo, ou seja, entre a percepção existe uma ação que determina realmente a construção de conhecimento.

No Brasil o século XVIII reveste-se da maior importância em vários aspectos. A população crescia; as cidades desenvolviam-se; uma classe

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aristocrática, repousada no trabalho escravo, dispunha de ócios para a vida cultural; seus membros iam estudar na Europa, a princípio em Coimbra e depois em outras universidades européias. De lá traziam as “luzes” do saber e o gosto pela cultura que comunicavam aos que não tinham as mesmas oportunidades. Começou-se a criar, então, um clima de hostilidade entre o despotismo luso e o crescente amadurecimento da população mestiça, fato este que veio estimular os movimentos emancipacionistas precursores da Independência.

No Brasil, já a partir da segunda metade do século XIX, a própria estrutura da sociedade sofria franca e radical transformação. De uma sociedade agrária, latifundiária, escravocrata, aristocrática, passava-se para uma civilização burguesa e urbana, já preparando para a industrialização, mas também formadora de um marginalismo populacional com conseqüências até os dias de hoje.

Começava a acentuar-se a distância entre os que tinham e os que não tinham acesso ao conhecimento, à informação, à cultura, à educação, ao saber.

As diferenças e os conflitos sociais já no século XIX traziam à tona as contradições do sistema liberal – democrático. Ficava evidenciado que as oportunidades não eram e não seriam iguais para todos.

Nas últimas décadas do século XIX já existia um movimento contestando a natureza do ensino oficial.

Na segunda metade do século XIX a taxa de população livre em idade escolar era de apenas 10%. Índios, mulheres e negros eram excluídos do sistema educacional.

3 - EDUCAçãO E POLÍTICA DE COTAS

O Estado Democrático de Direito e a Proteção dos Hipossuficientes

De acordo com o previsto na Constituição Federal de 1988 nos seus artigos 206 e 208, ofendem o princípio democrático e republicano da isonomia e do mérito pessoal ações que não se atêm à igualdade de condições para o acesso e permanência na escola (Art. 206, inciso I) e/ ou não levam em conta o acesso aos níveis mais elevados do ensino, da pesquisa e da criação artística segundo a capacidade de cada um (Art. 208, inciso V). Ou seja, o acesso ao ensino superior deve se pautar pelo mérito.

Rousseau considera que somos iguais pelo fato de cada um ser único em relação aos demais no universo; e o direito positivo considera todos iguais perante a lei.

Para Marx, os injustiçados assumem a competência revolucionária que lhes cabe pelo materialismo histórico, mas continua não tendo o que dizer a

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Revista da Escola Superior de Guerra, v.23, n.47, p. 21 -39, jan/jul. 2007 quem se considera igual ao semelhante, ou reivindica igualdade dos que estão melhor de vida em relação a ele.

Ser cidadão é um dado jurídico-constitucional; ser burguês1 assinala uma realidade socioeconômica.

Segundo Hegel e Marx, respeitadas as diferenças, a sociedade civil- burguesa é um sistema de carências, em busca constante de algo que não lhe está à mão.

As políticas de ações afirmativas para o acesso dos afro-descendentes às universidades e aos centros tecnológicos de excelência não são movidas por razões de natureza econômica e não se deixam reduzir à questão social. O estabelecimento dos sistemas de cotas para afro-descendente é um mecanismo adequado do Estado Democrático de Direito para compensar injustiças de longa duração contra a população negra em todo o território brasileiro e fazer frente às maldades consolidadas que obstruem há tempo os vasos capilares da vida nacional.

A dialética marxiana assume o valor de troca com os olhos no valor de uso e o Estado de Direito toma por dogma a igualdade jurídica para poder honrar as diferenças do cidadão em relação à identidade alheia e fazer jus às peculiaridades de grupos, gêneros e interesses pela legitimação do modo específico de atuação de cada um no tecido societário.

No Brasil, a democracia social como racismo latente, subcutâneo, sugestivo, cujo charme está em dar o dito por não dito e deixar o malfeito pelo bem-feito.

O significado político da regulamentação de reservas de vagas para afro- descendentes, providenciada por universidades, é mais prospectivo do que retrospectivo. Quanto melhor a universidade for, tanto mais ela justificará sua política de admissão, isto é, propõe-se a ter mais membros da população negra nos corpos discentes de seus cursos e programas não apenas para repará-los por uma injustiça passada, mas fazer, sim, o futuro melhor para todos, ao mudar o curso da história que o passado nos legou.

4 - EDUCAçãO E SEUS CONFLITOS

Programa Diversidade na Universidade

No Brasil o Programa Diversidade na Universidade surge em um momento de forte pressão sobre o MEC para que elaborasse uma política para a população negra. Iniciam-se as reuniões preparatórias para a Conferência de Durban e o então Ministro da Educação, Paulo Renato Souza, era chamado a se manifestar.

1 Como complexo social de indivíduos carentes de bens materiais, valores comuns e conheci-Como complexo social de indivíduos carentes de bens materiais, valores comuns e conheci- mentos apropriados a cerca do funcionamento do sistema em que operam, a sociedade civil não conhece cidadãos, mas reconhece um no outro o que Rousseau, Hegel e Marx chamam de bourgeois, o burguês.

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Começava a se discutir no País a questão das ações afirmativas, principalmente em sua forma de cotas, mas o MEC, na pessoa de seu ministro, recusava-a como possibilidade.

Como objetivos esse Programa, na sua elaboração, apoiava a promoção da eqüidade e da diversidade no ensino médio e na educação superior para afro-descendentes, indígenas e outros grupos socialmente desfavorecidos. Especificamente seus objetivos consistem em: a) apoiar a formulação de maneira participativa, de políticas e estratégias de inclusão social e combate à discriminação racial e étnica para a educação média e superior; b) fortalecer a capacidade do Ministério da Educação para orientar a formulação das referidas políticas e estratégias; c) apoiar, desenvolver e avaliar projetos inovadores que possam contribuir à formulação de referidas políticas e estratégias.

Como alvo principal o Programa destinava-se a trazer subsídios para uma maior reflexão e atuação do MEC na educação de grupos socialmente desfavorecidos, sobretudo indígenas e negros, entendendo-se por socialmente desfavorecidos não somente os que carecem de renda, mas também os que sofriam qualquer tipo de discriminação, seja em razão da especificidade de sua cultura, de sua raça ou de alguma outra especificidade.

Quando as cotas surgiram, em 1949, na Índia, seus defensores diziam que elas durariam dez anos. Até hoje elas estão em vigor, ampliadas. As cotas destinavam-se a beneficiar os então chamados intocáveis, que representavam 16% da população, e membros de outras tribos fora do sistema de castas (8%). A lei abria, porém, uma brecha, dizendo que as cotas poderiam também beneficiar “outras classes atrasadas”. Foi o bastante para que, hoje, o maior número de cotas beneficiem essas “outras classes”, que representam 52%

da população, e não apenas os intocáveis. A partir da adoção, os grupos que ficaram de fora das cotas usam toda sorte de “desonestidade”. Hoje, 63% dos intocáveis continuam analfabetos.

Nos Estados Unidos, quando cotas foram adotadas para beneficiar descendentes de índios houve um aumento exponencial de indivíduos, muitos deles louros de olhos azuis, dizendo-se membros daquela minoria. O censo de 1960 mostrava que havia 50 mil descendentes de índios com idade entre 15 e 19 anos. Vinte anos depois, o número de descendentes de índios com idade entre 35 e 39 anos era de mais de 80 mil, uma impossibilidade biológica.

Na Malásia, onde as cotas privilegiam os malaios contra seus concidadãos chineses, os estudantes das famílias malaias que constituem os 17% mais ricos recebem metade de todas as bolsas.

Em nenhum dos casos, trata-se de corrupção: cotas são apenas um dos fatores para se entrar na universidade. Igualmente essenciais são o preparo intelectual e o nível econômico. Quem sabe mais sendo mais rico, mesmo pertencendo a uma minoria discriminada, terá mais chances do que aqueles que são menos preparados e mais pobres.

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Revista da Escola Superior de Guerra, v.23, n.47, p. 21 -39, jan/jul. 2007 A grande tragédia que as políticas de preferências e de cotas acarretam é o ódio racial. O sentimento de que o mérito não importa esgarça o tecido social.

Na Nigéria, a adoção de políticas de preferência racial levou a uma guerra civil, provocando o cisma que criou Biafra, mais tarde reincorporada, sinônimo de fome e miséria.

Sri Lanka, quando da independência, era uma nação em que duas etnias, com língua e religião diferentes, conviviam harmoniosamente. Com a adoção de políticas de preferência racial, o que se viu foi uma das mais sangrentas guerras civis.

Nos Estados Unidos da América, o número de conflitos raciais foi crescente a partir da década de 70, ano de adoção das cotas.

Na impossibilidade, a curto prazo, de aumentar a qualidade do ensino básico, e assim dar chances iguais para que negros e brancos entrem na universidade, o Brasil está prestes a adotar as cotas que apenas acrescentarão mais um estigma ao negro brasileiro como aconteceu nos EUA: o de ingressar na universidade sem mérito.

O argumento de que as cotas acabarão incentivando animosidades

“raciais” não pode ser facilmente descartado, porque a sua lógica é cristalina.

Não se convence o racismo celebrando “raça”, sem o qual, evidentemente, o racismo não pode existir. Iniciativas de ação afirmativa oriunda da sociedade civil produzem conseqüências semelhantes para aquelas poucas pessoas envolvidas. Mas quando cotas raciais se tornam política de Estado, determinando a distribuição de bens e serviços públicos, ninguém escapa à obrigação de se submeter à classificação racial bipolar. O impacto sobre a sociedade como um todo não pode ser subestimado.

Alguns argumentam que a idéia de raça deve ser abolida, por estimular a divisão do país em grupos étnicos. A cisão racial seria um passo em direção ao conflito.

Dados do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) revelam que dos 22 milhões de brasileiros que vivem abaixo da linha de pobreza, 70% são negros; entre os 53 milhões de pobres do país, 63% são negros. A política de cotas aplicada a carentes beneficiaria principalmente a população negra. As cotas são soluções simplistas, que rompe com o princípio republicano básico de igualdade entre os cidadãos. Os negros não têm acesso ao ensino superior porque, na maioria dos casos, são pobres e passaram anos estudando em escolas públicas arruinadas. Em vez de cotas, o Estado deveria aumentar os investimentos no ensino público. Em poucos anos, os negros passariam a ocupar as melhores vagas nas universidades.

O manifesto contra o projeto de lei que institui a política de cotas nas universidades federais e cria o Estatuto da Igualdade Racial, com reserva de vagas para negros no ensino superior e no serviço público pede a rejeição dos projetos que tramitam na Câmara porque a adoção de políticas específicas para

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negros poderia acirrar os conflitos raciais, pois dá status jurídico ao conceito de raça. Para a professora Yvonne Maggie, da UFRJ, a medida pode dividir a nação entre brancos e negros. Segundo ela, a melhor forma de combater o racismo é eliminar a idéia de raça e encontrar outras formas de inclusão, como o aumento de vagas em universidades públicas.

Recentemente, em decorrência da polêmica acirrada entre os grupos contrários e os que defendem à adoção das políticas de cotas, o governo já declarou que defenderá regras que levem em conta renda e origem das pessoas, temendo o agravamento do preconceito.

5 - OS RUMOS DAS POLÍTICAS DE AçãO AFIRMATIVA NO BRASIL

A Secretaria de Educação Superior (Sesu/MEC) calcula, para este ano, que o número de cotistas nas instituições públicas estaduais e federais do país chegue a 25 mil. No fim do primeiro semestre de 2005, havia 10.635 estudantes matriculados em 12 universidades pela política de cotas. Hoje, são 24 instituições, sendo que a adoção do sistema de cotas é decisão dos Conselhos Universitários de cada instituição, existindo diferenciação na forma e percentuais de vagas reservadas entre elas.

Dentre as Universidades Estaduais e Federais as que adotam, até o momento, o sistema de cotas são as seguintes:

I – Reserva de vagas sociais e étnico-raciais (negros e indígenas) : 1 - Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ);

2 - Universidade Estadual do Norte Fluminense (UENF);

3 - Universidade de Brasília (UnB);

4 - Universidade Estadual da Bahia (UNEB);

5 - Universidade Federal da Bahia (UFBA);

6 - Universidade Estadual de Londrina (UEL);

7 - Universidade Federal do Paraná (UFPR) 8 - Universidade Federal de Alagoas (UFAL);

9 - Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (UEMS) 10 - Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP);

11 - Universidade Estadual de Minas Gerais (UEMG);

12 - Universidade Estadual de Montes Claros (UNIMONTES);

13 - Universidade Estadual de Goiás (UEG);

14 - Universidade Estadual do Mato Grosso (UNEMAT);

15 - Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF);

16 - Universidade Federal do Pará (UFPA);

17 - Centro Universitário da Zona Oeste (UEZO/RJ);

18 - Fundação Escola Técnica do Estado do Rio de Janeiro (FAETEC);

19 - Universidade Federal do ABC (UFABC)

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Revista da Escola Superior de Guerra, v.23, n.47, p. 21 -39, jan/jul. 2007 II – Reserva de vagas sociais e étnico-raciais (somente indígenas):

20 - Universidade Estadual do Amazonas (UEA) III - Reserva de vagas étnico-raciais (indígenas):

21 - Universidade Federal do Tocantis (UFT) IV - Reserva de vagas sociais (escola pública)

22 - Escola Superior de Ciências da Saúde (ESCS/DF);

23 - Universidade de Pernambuco (UPE);

24 - Universidade Estadual do Rio Grande do Sul (UERGS) Processo seletivo nas universidades

As Universidades do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) e do Norte Fluminense (UENF), com reservas de vagas desde 2003, para afrodescendentes e indígenas tem, respectivamente, 2.539 e 286 alunos negros cotistas.

De acordo com a Lei nº 4.151/2003, de 04 de setembro de 2003, que Institui Nova Disciplina Sobre o Sistema de Cotas para Ingresso nas Universidades Públicas Estaduais e dá outras Providências, o sistema de reserva de vagas da UERJ e UENF visa garantir o acesso de estudantes carentes – dentre estes, os oriundos da rede pública de ensino, os negros e portadores de deficiência física, juntamente com integrantes de outras minorias étnicas.

No Art. 5º da Lei, nos primeiros 05 (cinco) anos de sua vigência deverão as universidades públicas estaduais estabelecer vagas reservadas aos estudantes carentes no percentual mínimo total de 45% (quarenta e cinco por cento), distribuído da seguinte forma: I – 20% para estudantes oriundos da rede pública de ensino; II – 20% para negros; III - 5% para pessoas com deficiência, nos termos da legislação em vigor e integrantes de minorias étnicas.

O Vestibular da UERJ/UENF é constituído por duas fases. A primeira fase, denominada de Exame de Qualificação, que ocorre em duas ocasiões durante o ano, sendo obrigatória a realização de pelo menos um dos exames, é realizado por meio de uma prova de múltipla escolha, comum a todos os candidatos inscritos, que visa à aferição de habilidades e competências fundamentais ao exercício pleno da cidadania e de conteúdos básicos de disciplinas agrupadas nas três áreas do conhecimento, conforme as Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Médio.

A segunda fase, denominado Exame Discursivo, aberto unicamente aos candidatos que tiverem obtido aprovação no Exame de Qualificação e que tenham concluído ou estejam cursando o último ano do ensino médio, realiza-se em um único dia e composto por uma prova de Língua Portuguesa Instrumental com Redação e duas provas de disciplinas específicas para a carreira escolhida pelo candidato, uma delas com peso dois, de forma a avaliar competências, habilidades e conteúdos pertinentes às diferentes instituições e carreiras. Apenas os candidatos com resultado final igual ou

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maior que 20 pontos são classificados de acordo com o total de pontos obtidos.

A Universidade de São Paulo (USP) apresenta um sistema alternativo de inclusão social, com um bônus nas notas dos vestibulandos que tenham cursado os três anos do ensino médio na escola pública que é o Projeto de Inclusão da USP, denominado “Programa Inclusp” que combina mérito acadêmico e inclusão.

O Programa consiste em um sistema de pontuação acrescida de forma a acrescentar o fator de 3% na nota dos alunos da rede pública, tanto na primeira quanto na segunda fase do vestibular, a partir deste ano.

Este fator de acréscimo, muito pequeno no número de pontos do aluno e que será aplicado em todas as áreas, foi escolhido após várias simulações com as notas dos resultados da Fundação Vestibular (Fuvest) de 2006.

Provavelmente, no vestibular de 2008, a universidade deverá implantar o sistema de avaliação seriada que consiste no aumento do número de alunos de escolas públicas, onde ocorre a presença dos negros e os de baixo poder aquisitivo. Esta avaliação seriada será aplicada nas escolas que aderirem ao sistema e será realizada anualmente, acompanhando o aluno desde o primeiro ano sendo ele avaliado ano a ano pela Fuvest. O sistema será um conjunto de ações que nas escolas a universidade contribuirá com o aperfeiçoamento do conteúdo, das disciplinas e aos professores, cursos de educação continuada. Aos alunos com maior desempenho a USP solicitará ao CNPq a bolsa de iniciação científica júnior para trabalharem nos seus diversos laboratórios.

Desta forma, a Universidade de São Paulo entende que a seleção dos melhores alunos através de um projeto que articule o mérito acadêmico, a autonomia universitária e a inclusão social, sem implantação do sistema de cotas, é um cenário de inclusão tanto étnica quanto socioeconômica sem a necessidade de adotar o corte socioeconômico e nem o racial.

Manifestos aos Projetos que reservam vagas em universidades Em 30 de junho do corrente ano foi entregue aos Presidentes do Senado e da Câmara um manifesto intitulado “Carta Pública ao Congresso Nacional – Todos têm direitos iguais na República democrática” tendo como signatários um grupo de 114 intelectuais, artistas e ativistas do movimento negro. O manifesto é contrário ao projeto de lei que institui a política de cotas nas universidades federais e o que cria o Estatuto da Igualdade Racial, com reserva de vagas para negros no ensino superior e no serviço público, portanto, “implantando uma classificação racial oficial dos cidadãos brasileiros, estabelecendo cotas raciais no serviço público e criando privilégios nas relações comerciais com o poder público para empresas privadas que utilizam cotas raciais na contratação de funcionários”.

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Revista da Escola Superior de Guerra, v.23, n.47, p. 21 -39, jan/jul. 2007 O texto pede aos parlamentares que rejeitem os dois projetos. O argumento é que a adoção de políticas específicas para negros pode acirrar conflitos raciais ao dar status jurídico ao conceito de raça, além de não atacar o problema estrutural da desigualdade no país, que é a falta de acesso universal à educação de qualidade.

Em reação ao documento contra o projeto de lei que institui a política de cotas nas universidades e o que cria o Estatuto da Igualdade Racial, intelectuais e ativistas de movimentos negros favoráveis às cotas raciais no ensino superior, no serviço público e no mercado de trabalho foram, em 04 de julho do corrente ano, ao Congresso entregar o manifesto em defesa da aprovação do Estatuto da Igualdade Racial e do Projeto de reserva de vagas nas universidades federais. Com o título “Manifesto em favor da Lei de Cotas e do Estatuto da Igualdade Racial”, o documento contava com 421 assinaturas.

As cotas e o estatuto da pretensa igualdade devem ser rejeitados com a mesma veemência e energia com que se tem de defender a melhoria radical da qualidade do ensino básico para a toda população, independentemente de cor da pele. Esta talvez seja a grande ação afirmativa a ser executada, pelo atual e próximos governos.

Desintegração do estado nacional brasileiro

O Projeto de Lei das Cotas e o Estatuto de Igualdade Racial, que tramitam no Congresso Nacional, constituem a fase mais recente do projeto de desintegração do estado nacional brasileiro. O Estatuto implica no rompimento das condições jurídicas e culturais, ao impor características étnicas ou raciais na definição de seus cidadãos.

Esta implicação favorece o crescimento de manifestações contra esta aberração que contradiz toda a história brasileira, que se fundamenta em uma política de miscigenação racial, característica da idiossincrasia nacional.

Um dos signatários do Manifesto, sociólogo Demétrio Magnolli, escreveu em sua coluna semanal, publicada na Folha de São Paulo, em 29/06/2006, recordando a origem dos poderosos patrocinadores do multiculturalismo moderno, citando a Fundação Ford, que também promove o ambientalismo radical, o malthusianismo e outras vertentes colonialistas :

A Fundação Ford inspirou o multiculturalismo e os programas de cotas raciais nos EUA, atuando em estreita conexão com os governos Johnson (1963-69) e Nixon (1969-74). McGeorge Bundy, assessor de segurança nacional de Johnson, um entusiasta da Guerra do Vietnã, deixou o governo para ser presidente da Fundação Ford, cargo que ocupou de 1966 a

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1979. Sob Bundy, a fundação filantrópica, cujo portfólio atual de investimentos ultrapassa US$ 10,5 bilhões, transformou- se num aparato ideológico internacional. Nos EUA, na África e na América Latina, o dinheiro da filantropia passou a irrigar movimentos e ONGs de cunho “étnico” ou “racial”. Nos EUA, vultuosos financiamentos da Fundação Ford “convenceram”

universidades a criar disciplinas voltadas para a produção de identidades raciais, com sistemas de admissão baseados em cotas. Paralelamente, milhares de bolsas de estudos foram direcionadas para a formação de intelectuais-ativistas que se engajam na difusão internacional do modelo americano de ação afirmativa. No núcleo da ideologia da Fundação Ford está a noção de “minorias”. As nações não seriam constituídas por cidadãos, isto é, indivíduos iguais perante a lei, mas por coletividades definidas pela raça ou etnia.

Portanto, o Estado trocaria o dever de oferecer serviços públicos universais pela obrigação de conduzir programas seletivos de “inclusão das minorias”.

A necessidade de acesso à universidade tornou-se bastante clara com o contundente estudo sobre “Teoria do Crescimento” de Paul Romer. Considera o autor, que o saber é imprescindível para o desenvolvimento de qualquer país que aspire ocupar posição de influência na sociedade moderna, isto porque o século XXI será conduzido por aqueles que dominarem o conhecimento.

Exemplos emblemáticos já os temos nos EUA, onde 800 mil cientistas trabalham em pesquisas patrocinadas por grandes empresas e a Coréia do Sul que conta com 75 mil pesquisadores. No Brasil, país continental, somamos apenas 10 mil cientistas.

6 - POLÍTICAS E ESTRATÉGIAS

A política econômica do Governo Lula revelou-se ainda mais restritiva que a anterior, provocando mais recessão e desemprego, redução da capacidade produtiva nacional e, por conseguinte, empobrecimento geral e aumento da exclusão social.

Estudo realizado pelo economista Márcio Pochmann, professor da Unicamp, mostra que os gastos sociais do governo caíram 2,7% nos primeiros três anos da gestão Luiz Inácio Lula da Silva, em comparação com os últimos dois anos do governo de Fernando Henrique Cardoso.

Na área Educação e Cultura a evolução dos gastos,2 o valor per capita em Reais (R$) nos anos 2001 a 2005, são respectivamente, 87,78 - 78,89 – 75,76 – 81,47 – 80,67, significando uma variação negativa.

2 Pesquisa Unicamp com dados de MF/SPE/SIAFI

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Revista da Escola Superior de Guerra, v.23, n.47, p. 21 -39, jan/jul. 2007 As cotas são medidas extremas cuja implementação deve ser balizada pelo tempo e pelas diferenças regionais. Cabe ao Governo Federal, em função de sua posição estratégica e centralizadora do sistema republicano brasileiro, incentivar por todos os meios disponíveis os governos estaduais e municipais a também empunharem a bandeira da igualdade racial e social. Cumpre-lhe, ao executar as medidas que lhe competem, exercer nítido papel de liderança e comando na resolução do problema. São sugeridas as seguintes políticas e estratégias:

Política nº 1:

Ampliação do prazo de vigência e da dotação orçamentária do Programa de Diversidade na Universidade, do Ministério da Educação, que tem como proposta melhorar as condições e as oportunidades de ingresso e permanência no ensino superior para jovens e adultos das populações afrodescendentes, indígenas e outros grupos socialmente desfavorecidos. Os recursos destinados ao Programa, que conta com apoio do BID e tem prazo de execução previsto para três anos, são utilizados para financiar estudos e pesquisas para a elaboração de uma política de inclusão social e de combate ao racismo e à discriminação étnica e racial na educação média e superior.

Estratégias:

1. Aumentar o número de cursos pré-vestibulares mantidos por verbas públicas destinados à população socialmente menos favorecida, bem como o número de bolsas de estudos nas instituições privadas desse tipo e financiamentos educativos, como as bolsas de estudo concedidas por antecipação, por um período de tempo determinado, anterior ao concurso de ingresso, a exemplo do Itamarati, em relação ao concurso para o Instituto Rio Branco;

2. Apoiar iniciativas extra-governamentais para a promoção do acesso ao ensino superior, a exemplos dos cursos preparatórios concebidos e mantidos por organizações não governamentais, quer com verbas ou incentivos fiscais;

3. Mobilizar o empresariado nacional para participar do Programa, mediante contribuição financeira ou promoção de aperfeiçoamento curricular de empregados, acenando o Governo com contrapartidas como isenções e incentivos fiscais, bem como com política de premiação tendo em conta o grau de responsabilidade social da empresa, a ser adotado como mais um critério na seleção de fornecedores e contratação de empresas terceirizadas;

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4. Realizar anualmente censos escolares, principalmente nas universidades, e sistematizar, avaliar e divulgar dados, analisando eventuais progressos e deficiências do Programa, como forma de conscientizar a sociedade brasileira, com ênfase nos setores formadores de opinião, para o problema das desigualdades;

Política nº 2:

Criação do Ciclo Básico permitindo o aprimoramento da capacidade crítica e da compreensão com o oferecimento de disciplinas instrumentais em matemática, língua portuguesa, inglês, informática, física e química, além de participação em oficinas artísticas e diversas atividades culturais.3

Estratégia:

1. Oferecimento de uma bolsa-auxílio e o cumprimento de 90 horas semestrais ao Projeto e 15 horas à orientação acadêmica.

Política nº 3:

Aumento das vagas nas instituições públicas de ensino, em todos os níveis.

Estratégia:

1. Investimentos na infra-estrutura da rede e melhoria das remunerações do pessoal docente e apoio.

Política n° 4 :

Incorporação do ensino de ciências ao currículo desde os primeiros anos do ensino fundamental4 de forma que o conhecimento científico e as novas tecnologias sejam fundamentais para que a população possa se posicionar frente a processos e inovações sobre os quais precisa ter uma opinião a fim de legitimá-los.

3 A Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) a partir de maio de 2004, através do Programa de Iniciação Acadêmica (PROINICIAR) vem implantando gradativamente a per- manência de alunos cotistas, como consta no Art. 4º da Lei Ordinária Estadual nº 4151, de 04 de setembro de 2003, e de hiposuficientes.

4 Em diversas partes do mundo, inclusive da América Latina, tem-se experimentado o impacto positivo do ensino de ciências sobre a qualidade da educação. Argentina, Uruguai, Chile, Costa Rica, Cuba detêm os melhores indicadores educacionais da região e são exemplos de países que perceberam que o ensino das ciências pode ser muito importante e produtivo.

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Revista da Escola Superior de Guerra, v.23, n.47, p. 21 -39, jan/jul. 2007 Estratégia:

1. Investimentos na formação de docentes, de modo que eles se sintam seguros e possam propiciar aos alunos aprendizagens significativas, através das experimentações.

Política nº 5:

Melhoria da qualidade dos ensinos fundamental e médio nas escolas públicas5.

Estratégia:

1. Investimentos na formação de docentes.

CONCLUSãO

A universidade tem a obrigação de zelar pela heterogeneidade e diversificação de seus quadros, tendo em vista o interesse da comunidade maior numa sociedade menos estratificada em brancos e negros, vale dizer, constitui imperativo para cada universidade assegurar que nos próximos anos um número maior de negros ocupe cargos de poder, usufrua prestígio e tenha sucesso econômico, fazendo jus a nação pluricultural e pluri-racial que somos.

Em vez de insistir com as cotas, é mais sensato garantir educação adequada às crianças pobres e negras, tornando a rede pública de ensino básico capaz de suprir suas deficiências culturais independentemente de sua cor ou situação social. Esse é o objetivo que o governo deveria perseguir para minimizar as desigualdades social e racial ao invés de utilizar políticas demagógicas que levam as universidades públicas a impasses perigosos.

Ações afirmativas não vão resolver o problema do racismo cordial brasileiro. No mínimo chamará a atenção dos brasileiros para ele. Somente uma melhora sensível nos níveis de emprego, na distribuição de renda e nas políticas sociais poderá contribuir de forma permanente para a melhoria do padrão de vida dos brasileiros, particularmente os negros.

A solução não reside em cindir a pobreza entre brancos e negros, beneficiando apenas os últimos, mas superá-la com crescimento econômico

5 A classificação do nível de conhecimento dos estudantes brasileiros de escolas públicas urbanas na 4ª e 8ª séries, em leitura e matemática, foi considerado “crítico” ou “intermedi- ário” pelo Prova Brasil levando-se em conta a escala desenvolvida em 2003 pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep/MEC).

Fonte : www.inep.gov.br

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e distribuição mais igualitária da renda. Investimentos maciços em educação de qualidade é o caminho seguro que devemos trilhar para alcançar estes objetivos.

A universidade tem a obrigação de zelar pela heterogeneidade e diversificação de seus quadros, tendo em vista o interesse da comunidade maior numa sociedade menos estratificada em brancos e negros constituindo um imperativo para cada universidade assegurar que nos próximos anos um número maior de negros ocupe cargos de poder, usufrua prestígio e tenha sucesso econômico, fazendo jus a nação pluri-cultural e pluri-racial.

Sob todos os ângulos por que se analise a questão das desigualdades no Brasil, surge um denominador comum: a necessidade de investimento na formação educacional. É um ponto consensual. O que parece longe da unanimidade, porém, é a tese de que, em respeito à natureza multicultural da sociedade brasileira, constitucionalmente reconhecida, as intercessões entre raça ou cor e educação devem ser observadas de maneira obrigatória em qualquer planejamento relativo à inclusão social, com a finalidade específica de alcançar a universalização da cidadania no País.

É preciso frisar que as cotas servirão menos para resolver o problema da desigualdade social do que para mudar a cor da elite brasileira – este, sim, o objetivo. De fato, não se mostra minimamente admissível que o País continue a ter uma representação caucasiana. Somos um povo mestiço e como tal precisamos nos apresentar e fazer representar aos olhos do mundo.

Esperamos que as cotas sejam temporárias e emergenciais. Temos um sistema educacional tenebroso já em sua base, em seus primeiros anos.

Condena já na primeira série um terço da população ao atraso. Enquanto isso, em países como Coréia do Sul, Finlândia e EUA, as taxas de matrícula universitária já passam dos 80%. Ou seja, eles têm em universitários aquilo que temos em analfabetos. Enquanto o mundo desenvolvido universaliza o conhecimento, o Brasil populariza a ignorância.

A fonte do problema não é que o Brasil investe pouco em educação. O problema é de qualidade. Qualificação dos professores, fundamentalmente.

Exige que a sociedade se mobilize e demande de seus governantes que metam a mão em vespeiros.

Da maneira que está organizado (ou desorganizado) o nosso atual sistema educacional prepara o País para o atraso.

É preciso rever os currículos dos cursos de formação de professores, repensar todo o processo de alfabetização, compelir as escolas a praticar aquilo que a experiência internacional diz que funciona – dar conhecimento ao professor, uso constante do livro didático, não usar tempo de aula para passar matéria no quadro-negro ou dar exercícios, mas sim explicar a matéria, passar e corrigir dever de casa com freqüência e avaliar os alunos

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Revista da Escola Superior de Guerra, v.23, n.47, p. 21 -39, jan/jul. 2007 por meio de testes. Ou seja, reavaliar todo o sistema de forma que ele crie oportunidade para todos, independente de cor, raça, situação social ou qualquer outra forma distinta entre os aprendizes, deixando que a universidade, na ponta deste sistema, contribua para o real crescimento da população brasileira como um todo.

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