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Sinopse... 3 Grupos Presentes... 3 Capítulo Capítulo Capítulo Capítulo Capítulo Capítulo Capítulo 7...

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Academic year: 2022

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Sinopse ... 3

Grupos Presentes ... 3

Capítulo 1 ... 4

Capítulo 2 ... 9

Capítulo 3 ... 13

Capítulo 4 ... 19

Capítulo 5 ... 23

Capítulo 6 ... 28

Capítulo 7 ... 32

Capítulo 8 ... 36

Capítulo 9 ... 40

Capítulo 10 ... 45

(3)

Shownu é um adolescente humilde e com um ótimo coração, todos que se aproximam do mesmo não se arrependem, pois o jovem consegue

conquistar muitas pessoas com seu jeito simples e um detalhe importantíssimo, ele ama flores. Minhyuk um jovem um tanto alegre até

demais que se preocupa muito com sua vida social e seu status.

Duas vidas distintas, dois caminhos e sonhos diferentes, como será que isso vai acabar?

Monsta X Shownu (Hyunwoo)

Jooheon Minhyuk Changkyun (I.M)

Kihyun Hoseok (Wonho)

Hyungwon

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Shownu saiu em disparada de dentro de casa e quando chegou na calçada, olhou seu carro, amaldiçoou levemente o guarda, se virou e saiu correndo em direção ao café onde trabalhava, passou por um campo de flores onde pegou algumas, em seguida voltou a correr, olhou as horas notando que estava muito atrasado.

— Está atrasado. — Sr.Lee avisou quando o jovem chegou.

— Trouxe flores. — Afirmou sorridente e estendeu as flores.

— Já tenho flores.

— De mentira, essas são de verdade... Foi o meu carro.

— Guinchado.

— Não.

— Travado.

— Isso. — Entrou alegremente no local e foi para trás do balcão, colocou as flores no vaso e as colocou em cima de uma das mesas que estavam sem flores, afinal, todos os dias, Shownu trazia algumas flores de verdade.

Guardou sua mochila, pegou seu avental e começou a anotar os pedidos dos clientes. Durante o dia, notou um cliente em especial, este que elogiou as flores e estava tentando deduzir que flores eram aquelas, seu amigo parecia estar entediado com a conversa do mesmo.

— Boa tarde, posso anotar o pedido de vocês? — Shownu se aproximou da mesa.

— Claro. — Afirmou sorridente o ruivo. Shownu então anotou os pedidos dos dois jovens, após servi-los, continuou seu trabalho.

Quando foi limpar a mesa dos dois jovens, sorriu para o ruivo.

— São tulipas. — Afirmou indicando as flores, em seguida pegou as coisas e colocou em cima da bandeja.

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— Gosto de flores, você também?

— Ah, sim, na verdade, gostaria de poder trabalhar com flores.

— E, no entanto, trabalha com café. — O outro afirmou e o ruivo o fuzilou com o olhar.

— Não ligue para o que Changkyun diz, a propósito, meu nome é Jooheon. — Estendeu a mão antes de sair. — Pode ter certeza que vou voltar, pelo bom atendimento e pelas flores. — Sorriu antes de se retirar e Shownu se sentiu ótimo com aquele pequeno comentário.

Afinal, nada lhe agradava mais do que ser reconhecido.

[...]

— Eu não quero que a nota possa te desanimar porque essa

floricultura é uma boa ideia, mas falta um pouco de foco... — O professor falava enquanto Shownu olhava sua nota do trabalho, nota essa nada boa.

— Pense sobre os concorrentes nessa cidade, eu não quero que jogue seu dinheiro em um buraco o qual não possa sair... — Shownu ficou calado. — O que sabe sobre o negócio que vai começar? — Ele sabia muitas coisas. — Porque uma floricultura?

— Ah, algumas crianças sonham com estrelas, eu arrancava pétalas de margaridas... — O professor sorriu. — É algo que pode deixar alguém feliz... — Falava com entusiasmo, nada deixava Shownu mais entusiasmado do que falar das flores. — Eu sei que não é um grande sonho...

— ‘Ta, mas você é, então tenha respeito por ele e tente se organizar.

Enquanto caminhava para o carro, parou na frente do mesmo e pegou o papel preso no vidro.

“Multa por estacionamento proibido”

Entrou no carro após suspirar e dirigiu para casa imediatamente.

Quando chegou, a casa estava silenciosa, exceto pela televisão ligada, caminhou até a sala e sua mãe estava sentada com uma xícara de chá em mãos, quando viu o filho, sorriu e Shownu caminhou para ao lado dela, pegou a xícara já vazia, deu um beijo na cabeça da mesma e caminhou para a cozinha.

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— Como foi a faculdade e o trabalho, meu filho?

— Recebi um trabalho hoje... — Mordeu os lábios ao se lembrar da sua nota e de seu sonho cada vez mais distante enquanto seus medos se tornavam cada vez mais próximos.

— Como foi?

— Péssimo. — Decidiu lavar a louça logo, cerca de meia hora depois, sua mãe chegou na cozinha.

— Oh, já chegou? Como foi a faculdade e o trabalho, querido? — Shownu sorriu novamente.

— Bem mãe... Bem. — Não era culpa da sua mãe ter adquirido

Alzheimer tão nova, mas é a vida e Shownu sempre cuidou dela, tinha total paciência, coisa que muitos adolescentes não teriam. Shownu tem apenas 25 anos, não é muito bom em demonstrar seus sentimentos, mas é uma ótima pessoa.

Após terminar com a cozinha e se certificar de que sua mãe estava dormindo, caminhou para seu quarto e por fim poderia descansar

finalmente.

No dia seguinte, Shownu decidiu passar na joalheria para vender uma peça sua, afinal, precisava de dinheiro. Quando chegou, foi recebido pelo seu amigo que sorria ao vê-lo.

— O que faz aqui? — Hoseok, ou Wonho como Shownu o chamava, perguntou ao amigo.

— Preciso vender isso aqui... — Wonho parou de sorrir na hora.

— Não, Shownu... é o anel da sua avó.

— Preciso de dinheiro, Wonho. Usei meu salário para pagar meu carro que foi travado e as multas, ‘to sem dinheiro para os remédios da minha mãe. — Sem ter como negar algo para o amigo, Wonho pegou o anel, abriu a gaveta e entregou o dinheiro a seu amigo. — Nossa, tem muito dinheiro aqui...

— É o que vale, é uma relíquia... — Shownu sorriu.

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— Olá, Shownu. — O pai de Wonho o cumprimentou enquanto entrava para os fundos da loja.

— Olá, senhor... A gente se vê, Wonho. — Fez um toque com o mais novo.

— Aparece lá em casa.

— Pode deixar... — Afirmou e quando abriu a porta da loja, esbarrou em um rosto conhecido.

— Você? Eu diria que está me seguindo. — Sorriu animado o ruivo que tinha companhia, um rapaz um tanto alto e magro, lábios marcantes e um sorriso meigo. — Ah, esse é Shownu... — Falou com o moreno que o acompanhava. — Aquele que eu te falei, do café.

— Ah, sei... Olá Shownu. — Estendeu a mão que logo foi apertada por Shownu. — Jooheon tagarelou muito sobre você. — Shownu teve que sorrir. — Meu nome é Hyungwon.

— Então imagino que sou uma boa pessoa.

— Você é dez cara. — Afirmou Jooheon enquanto entrava na loja e logo foi atendido por Wonho, Shownu sorriu novamente e saiu totalmente da loja, mal sabendo ele que Wonho guardou o anel dentro de um

envelope para depois devolver para o amigo.

À noite, após chegar da faculdade, se deparou com Wonho e seu irmão conversando com sua mãe na cozinha, esta que se retirou logo que cumprimentou o filho, alegando estar cansada. Foi para o seu quarto e Shownu se perguntou o que Wonho estava fazendo ali.

— E ai, Kihyun. — Cumprimentou o irmão mais novo do amigo. — Perdeu o caminho de casa, Wonho? — Perguntou sorrindo, como sempre, após abrir a geladeira e pegar a jarra de água, se virou olhando o anel em cima do balcão que Wonho acabará de colocar. — O que... eu...eu te vendi.

— Você vendeu para a loja, não pra mim.

— Certo, o que ele está fazendo aqui?

— Estou te devolvendo. — Sorriu. — É seu, Shownu.

(8)

— Eu já gastei o dinheiro com os remédios... eu não posso... — Antes que pudesse terminar, Kihyun o interrompeu.

— Pode e vai, aceite, Shownu.

As pessoas que Shownu conhecia não gostavam dele ou o ajudavam por pena ou dó, ajudavam por ele ser uma pessoa de tão bom coração e tão humilde. Simples atitudes de sua pessoa conquista muitas outras, o melhor disso tudo é que só conquista pessoas boas e assim como ele, também de bom coração.

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— Sinto muito garoto, mas será melhor pra ela. — Shownu apenas assentiu, não estava apto para dizer nada.

O dia era domingo à tarde e ele tinha saído para comprar remédios, quando voltou, sua mãe estava desacordada na sala, a mesma tinha

esquecido a panela no fogão, a panela pegou fogo e a casa encheu de fumaça. Foi levada para o hospital e agora Shownu estava assinando a papelada para colocá-la em uma casa de repouso.

— Ela vai ficar muito bem, é particular o local, como o senhor

pediu... Receberá cuidados o tempo todo e poderá visitá-la quando quiser.

— Shownu apenas assentiu novamente, estava muito abalado. —

Alzheimer é uma doença muito séria, com o tempo os sintomas pioram e o recomendável é ficar com o enfermo 24 horas, o senhor é sozinho, o mais recomendado por nós, médicos, é uma casa de repouso. — O médico da mãe explicava, assim que recebesse alta, ela iria para a tal casa de repouso.

A última coisa do mundo que Shownu queria era que sua mãe tivesse que ficar numa casa de repouso, mas, ultimamente, nada estava saindo como ele queria.

Dia seguinte.

Chegou no trabalho após acompanhar sua mãe até a casa de repouso que por sinal era muito boa, já havia avisado ao patrão que iria atrasar e assim que chegou, recebeu a pergunta de como a mãe estava, respondeu que estava bem e começou o seu trabalho, o tempo passou e seu intervalo chegou.

— O que está fazendo? — O patrão perguntou.

— Intervalo, estou fazendo meu trabalho da faculdade, meu projeto... — O patrão olhou as folhas.

— “Pétalas queridas do Shownu”

— É, não ficou legal?

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— Ótimo, um dia vou trabalhar pra você, mas agora, ainda trabalha pra mim. — Shownu riu. — O intervalo acabou, preciso que sirva aquela mesa. — Shownu assentiu e pegou a bandeja com lanches e cafés.

Mais tarde teve o prazer de receber Wonho que estava ali para confortar e conversar com o amigo, sentaram em uma mesa após Shownu acabar seu serviço e começaram a conversar.

— Estou esperando um dinheiro... — Confessou.

— Que dinheiro? Digo, agora que você tem o aluguel do lugar onde sua mãe está e os remédios, a faculdade, o seu sonho da floricultura e o...

— Shownu o interrompeu.

— Ok, já entendi que tenho muitas dívidas. — Os dois jovens riram.

— Minha tia avó nunca teve netos então ela deixou a casa para mim e para a filha dela... deveríamos dividir o dinheiro da venda, mas minha prima bloqueou...

— Que tenso.

— Eu sei e eu acho que ao esperar por isso... — Suspirou. — Estou esperando minha vida começar, sabe?

— Sei...

— Eu estou cansado de esperar... Eu não quero ter medo... — O amigo parecia surpreso com as confissões dos sentimentos de Shownu, afinal, quase não falava muito. — Entende o que eu digo?

— Eu sei, Shownu... Mas sabe que pode contar comigo, certo?

— Sim eu sei... — Foi interrompido por algumas pessoas entrando no local, entre eles o rosto conhecido do ruivo que sorriu ao ver Shownu e caminhou até a mesa dos mesmos com seus amigos logo atrás.

— Olá hyung... — Sorria animado. — Trouxe meus amigos para tomar um café. — Shownu assentiu sorrindo, pois sabia que o mais novo tinha os trazidos para conhecer Shownu, apesar de conhecer já dois dos que o acompanhavam. O mesmo se levantou e pegou o bloquinho no bolso, acompanhou o grupo até uma mesa vazia, afinal estavam quase

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fechando e começou a anotar os pedidos enquanto um deles, de cabelos platinados contava uma história um tanto bizarra aos ouvidos de Shownu.

— Eu falei pra ela que não ia rolar, ela é uma CDF e eu... bom... sou mais que ela, óbvio, mas... foi um erro beijá-la e agora ela está apaixonada, o que vão pensar quando souberem que eu a beijei? Já era minha

reputação. — Seus amigos conversavam com ele e os dois sorriam, era o tal Changkyun e Hyungwon, Shownu era bom em gravar nomes.

Jooheon ditava os pedidos bem devagar para ter a companhia de seu hyung por mais alguns minutos, falou das flores entre os pedidos,

conversou com Shownu sobre o projeto da floricultura, deu ideias, por fim terminou de fazer o pedido. Após levar os pedidos para a mesa, Jooheon sorriu e pediu que Shownu sentasse com eles, assim como Wonho que estava na outra mesa com Kihyun, seu irmão mais novo que acabará de adentrar no local. Por fim, Jooheon apresentou todos e Shownu acabou descobrindo que o nome do platinado era Minhyuk.

Um garoto que Shownu se espantou com tamanha empolgação e energia, porém, também notou que era muito preocupado com sua vida social e poderia apostar que quando se tratava disso, o platinado era bem rígido, nada diferente, deduziu, de Changkyun, os dois mais tranquilos parecia ser Jooheon e Hyungwon e de fato, eram.

Após seus três amigos precisarem ir embora, Jooheon ficou mais um pouco, pois gostou da companhia, agora de seus três novos amigos, eles conversavam, sorriam e o tempo passou quase que rapidamente.

— Chang é tranquilo, muito fofo, só é meio desconfiado com

estranhos sabe? Mas ele é bem legal quando você o conhece. — Ele falava do amigo com um ar carinhoso que acabou dando vontade aos três de conhecer mais um pouco de Changkyun. Shownu estava distraído

prestando atenção, assim como Kihyun e Wonho, então se tocou de que estava atrasado para a faculdade quando já estavam na calçada e o patrão trancava tudo e se despedia.

— Oh, droga, tenho uma apresentação agora... — Saiu correndo com seu projeto em mãos. — Vejo vocês depois!

Seus amigos riram do desespero do hyung e começaram a caminhar para casa, descobrindo que Jooheon morava para o mesmo lado que eles.

Foram conversando o caminho todo sobre muitos assuntos, inclusive sobre

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o amável Shownu. Quando chegaram no ponto de separação, se despediram com um leve abraço e seguiram caminhos diferentes.

1 semana depois.

— Oh, quem é você? — Perguntou a moça após Shownu se sentar na outra poltrona ao lado dela.

— Sou eu omma, Son Hyunwoo, seu filho.

— Oh, Won, como você cresceu. — Sorriu carinhosa, Shownu assentiu pegando as mãos da mãe sorrindo.

— Sim mãe, eu cresci...

— Você viu que flores bonitas tem ali? Margaridas, você ama colecionar pétalas de margaridas, não é querido? — Desviou o olhar do vaso de margaridas para o rosto de Shownu, sabia que isso poderia

acontecer, ela não saber distinguir os tempos, hora pensaria que Shownu ainda era criança, hora saberia que já era adulto. Shownu sabia muito da doença da mãe e fazia de tudo para passar por isso sem afetá-la muito.

— Sim mãe, eu ainda coleciono... — Sorriu olhando sua mãe admirar as flores. — Trouxe isso pra você. — Estendeu o anel da avó que sua mãe lhe dera há poucos anos antes de descobrir a doença, Wonho havia concertado para ele, pois faltava algumas pedrinhas. Colocou o anel no dedo da mãe e deu um beijo em seguida.

— Oh, o anel da minha mãe... Como ela está? — A sua avó tinha falecido há alguns anos já, Shownu deu um beijo nas mãos da mãe novamente e sorriu.

— Ela está bem.

E assim Shownu ficou com sua mãe a tarde toda daquele domingo, como pretendia fazer todos os finais de semana, que era os dias que podia.

Gostaria de poder mais, mas infelizmente seu trabalho e sua faculdade o consumia todo o tempo, fazendo o mesmo chegar tarde da noite.

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O tempo estava frio, como se isso fosse uma novidade para quem mora em Seul. Shownu tinha acabado de passar pela porta do café onde trabalhava, passou por seu patrão que estava sentado em uma das mesas com alguns papéis em mãos, o cumprimentou e seguiu para guardar sua mochila e colocar seu avental.

— Como está sua mãe, Shownu? — O rapaz de olhos pequeninos sorriu minimamente.

— Bem, obrigado. — Se aproximou amarrando o avental. — O que houve? — O mais velho não respondeu, Shownu se sentou na sua frente e mexeu levemente em seu brinco. — Está me assustando. — Sorriu.

— Shownu, já ouviu falar de confisco?

— Confisco? Como assim?

— Empréstimo estudantil, quando o governo pega todo o seu salário antes... antes de você receber. — O patrão entregou um dos papeis ao mais novo. — Sinto muito, Shownu.

— Você... quer dizer... eu não posso viver sem um salário eu... — Sua voz saiu embargada e pensou logo em sua mãe. — Eu não posso trabalhar sem receber e ir a faculdade. E os remédios da minha mãe...? O que eu vou fazer? — Seu patrão se levantou e tirou do bolso todo o dinheiro que

recebeu do café no dia anterior.

— Toma...

— Ah não eu... não posso... que isso... isso é muito dinheiro. — As lágrimas já desciam por seu rosto.

— Shownu, pegue. — O menor pegou.

— Obrigado hyung. — Levantou para abraçá-lo.

— Ta tudo bem, Shownu, está tudo bem. — Falava enquanto afagava os cabelos do mais novo.

[...]

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— Confisco? — Wonho relaxou na cadeira enquanto seu irmão acariciava seus cabelos loiros da nuca. — Ah... que grande merda, Shownu.

— Eu sei... — Olhou o liquido dentro da xícara. — Não posso trabalhar sem receber... — Suspirou. — Minha omma precisa de mim.

— O que vai fazer? — Perguntou Kihyun.

— Preciso... pensar em algo. — Sua voz estava trêmula, o que assustou seus dois e únicos melhores amigos. — Mas que droga... — Relaxou na cadeira e quando levantou o olhar, seus amigos notaram seus olhos brilhando. — Um raio... caia na minha cabeça agora. — Desejou, seus amigos não sabiam o que falar, queriam poder ajudar, mas tinham tantas coisas para pagar com o salário, aluguel, contas, faculdade... Enfim, a lista é grande, assim como a de Shownu.

— Vamos achar uma saída, sempre achamos. — Incentivou Kihyun com esperança na voz.

[...]

Shownu pegou seu trabalho com o professor e se virou para sair da sala de aula, porém, o professor estranhou o fato de Shownu não olhar a nota antes de se retirar.

— Não quer saber sua nota?

— Ahn, eu... não, não quero... É a minha última aula, vou ter que desistir.

— Ah, eu sinto muito ouvir isso, é uma decepção.

— Bom eu... não tenho outra escolha então... — Se virou novamente para sair.

— Shownu, dê uma olhada na nota. — Shownu olhou para o

professor e abriu o trabalho, lá estava à nota máxima da turma. — Eu vou ser sincero, não pensei que você fosse capaz, mas fez um trabalho

maravilhoso e esse projeto da floricultura, você poderia concretizar. — O mais novo sorriu minimamente.

— Bom, obrigado professor eu vou... me lembrar disso. — Sorriu novamente e deu um pequeno aceno antes de sair.

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Quando Shownu chegou em casa naquela noite, se deparou com seus dois amigos sentados no sofá, afinal, tinham a cópia da chave da casa dele caso fosse uma emergência.

— Aconteceu alguma coisa?

— Entregamos as chaves do nosso apartamento. — Respondeu Kihyun.

— Vão alugar outro, huh? — Subiu as escadas sendo seguido pelos dois.

— Não... — Shownu tirou seu casaco, em seguida a camisa enquanto seus amigos sentavam em sua cama. — Vamos morar com você.

— Hã? — Perguntou rindo minimamente.

— Íamos te chamar para morar com a gente, mas sabemos o quanto essa casa é importante para você e não iria desistir dela, então... Moramos com você e o dinheiro do nosso aluguel damos a você. — Shownu os fitou após Wonho terminar.

— Não posso aceitar.

— Vai deixar a gente morar na rua? — Kihyun perguntou ofendido.

— Shownu, vamos te pagar o aluguel, estamos ajudando você. — Wonho estendeu o envelope com o dinheiro e Shownu pegou meio incerto daquilo.

— Eu... eu vou pagar vocês...

— Não Shownu, esqueça. — Kihyun insistiu, em poucos segundos, estavam abraçados e Shownu evidentemente emocionado pela segunda vez naquele dia.

[...]

Já se passava das duas da manhã e os três amigos estavam tirando as coisas da mala de Wonho e Kihyun e arrumando no quarto que ficariam.

Seus móveis foram todos trazidos para a casa de Shownu e colocados em alguns lugares, os três conversavam entre si sobre assuntos aleatórios, nenhum dos três estavam cansados e passar um tempo juntos fazia com

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que animasse Shownu e as horas passavam tão rapidamente que o trio nem percebia.

A campainha tocou e Kihyun se prontificou a ir verificar quem era, desceu as escadas e olhou pelo olho mágico, vendo que era Jooheon com seu primo Hyungwon, abriu a porta se deparando com os dois

completamente encharcados, afinal, naquele momento a chuva estava bem forte. O vento soprou nos cabelos de Kihyun e ele puxou os dois para entrar, logo vinha descendo as escadas Shownu e Wonho.

— D-desculpa hyung ... M-mas e-estávamos voltando pra c-casa e...

— Jooheon não conseguia nem terminar de falar, seus olhos estavam piscando pesadamente, tremia e seus lábios estavam roxos, assim como os de Hyungwon.

— Venham tomar um banho... — Kihyun os puxou pela mão, antes olhando Shownu que assentiu. — Shownu pode preparar algo quente pra eles? — O mesmo assentiu novamente. — Wonho me ajude, pegue algumas roupas suas, devem servir no Jooheon e Shownu, posso pegar umas roupas suas? — Perguntou antes do mais velho se retirar para a cozinha.

— Sim.

Após estarem secos, espirrando de tempos em tempos, ambos explicaram o que aconteceu. O carro quebrou e estavam voltando da casa da avó deles, deixaram o carro para trás e depois um funcionário do pai de Jooheon buscaria, acharam que daria para chegar em casa a pé, mas se enganaram.

— Vocês estão morando juntos? — Jooheon perguntou acariciando os cabelos do primo que se encontrava com a cabeça no ombro dele.

— Sim, desde hoje. — Respondeu Wonho.

— Ah, isso é legal, sempre quis morar com meus amigos.

— Onde você mora? — Quis saber Kihyun.

— Perto da praça circular... A casa verde, a última da rua. — Os três amigos arregalaram os olhos.

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— V-você mora naquela mansão? — Perguntou Shownu.

— Aham.

— Então você é rico? — Jooheon sorriu.

— Ah... pode se dizer que sim... — Era evidente que Jooheon não gostava de se titular “rico” — mas não tanto quanto Minhyuk... o pai dele é ator e ele também já atuou. — Shownu sabia que já tinha visto o rosto do platinado em algum lugar.

— Ah, bem que eu reconheci o rosto dele... Ele fez aquele dorama que é numa escola, o papel principal que ele tenta conquistar a menina lá.

— Kihyun se recordou.

— É, esse mesmo. — Confirmou Jooheon.

— E Hyungwon mora aonde?

— Moro em outra cidade, mas vim fazer faculdade aqui e moro com meu tio. — Shownu estava meio pasmo em saber que seus recentes

colegas são na verdade bons de vida. Mais pasmo ainda em Jooheon não demonstrar nem um pouco que tem dinheiro, afinal, o garoto anda a pé, assim como Changkyun e Hyungwon.

— Então, você não mora com seus pais, hyung? — Jooheon já sabia que Wonho e Kihyun moravam sozinhos, que Wonho trabalhava na loja do pai e Kihyun era estagiário em uma escola.

— Ah... Não... meu Appa faleceu a três anos.

— Oh, eu sinto muito.

— E a sua omma? — Perguntou Hyungwon.

— Eu... eu não moro com ela. — Sorriu.

— Uh, entendo, mas ela mora aqui na cidade?

— S-sim... — Gaguejou e Jooheon o observou por alguns minutos.

— Hã... então vocês estão cansados? — Mudou de assunto, Kihyun.

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Afinal, não é todos os dias que um adolescente afirma que a mãe tem Alzheimer.

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— Shownu, podemos conversar? — O patrão pediu assim que o mais novo chegou no trabalho. Após guardar sua mochila, Shownu o

acompanhou até os fundos do café. — Shownu você... está despedido. — O mais novo arregalou os olhos.

— M-mas... o que eu fiz? Eu...

— Calma, criança... — Shownu respirou fundo. — Shownu você não pode ficar trabalhando sem receber.

— Sei disso, hyung. — Sentou na cadeira. — Vou achar um jeito...

— Eu já achei... — Shownu o olhou confuso. — Shownu eu tenho um amigo... — Sentou na outra cadeira. — Ele está precisando de um

segurança para o filho dele, o garoto é um adolescente, vai pra faculdade pela primeira vez, ele estuda em casa etc. As vezes sai sozinho, mas agora ele não está podendo sair porque o ex segurança foi dispensado, enfim, muitas coisas... Mas o salário é muito bom, eu indiquei você... Você sabe lutar tantos tipos de artes marciais e... e acho que seria melhor para você do que o café.

— Hyung, do mesmo jeito meu salário vai ser confiscado.

— Eu... Vou continuar te pagando, filho. — Shownu pareceu surpreso.

— Ah não... desculpe, mas não posso aceitar, isso é um absurdo, abuso da sua boa vontade... — Respirou fundo e faria agora o que nunca fez antes. — A resposta é não. — Respondeu decidido e o patrão ficou meio surpreso, pois aquela era a primeira vez que Shownu dizia não para alguma coisa.

— Shownu, reconsidere...

— Não, eu não posso deixar que me pague sendo que não vou estar trabalhando, e quem vai te ajudar? Isso não está certo, não posso, não vou.

— Respondeu por fim. — Isso é desonestidade e eu não sou assim. — Se levantou calmamente. — Com licença, vou voltar ao meu trabalho. — Se retirou e seu patrão suspirou, Shownu parecia estar decidido, mas sabia que ele precisava e muito de dinheiro, mesmo com os amigos o ajudando.

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Tinha o aluguel da casa de repouso da mãe, os remédios, as consultas, as compras do mês, contas pessoais e contas de outro tipo, Shownu precisava de ajuda e se negava a receber, mas o patrão saberia o que fazer e iria fazer.

[...]

— Shownu... — Se virou e Wonho estava parado na porta de entrada do café. — Podemos conversar? — Assentiu e olhou o patrão que assentiu também, se sentou em uma mesa e Wonho sentou à sua frente. — Soube que recebeu uma proposta muito boa. — Tamborilou com os dedos na mesa enquanto olhava o movimento do lado de fora da lanchonete. — Shownu, aceite a proposta.

— Não... — Wonho não havia acreditado quando o patrão lhe contou que Shownu havia dito "não" mas agora acreditava e sentia a decisão no tom de voz do amigo.

— Shownu, vou ficar no seu lugar aqui no café, vou trabalhar aqui, ele vai me pagar, mas na verdade vai estar pagando você, vai ser

confiscado e o no seu outro emprego, você irá receber a vista.

— Você já trabalha.

— Você sabe que meu Appa te considera muito e ele me liberou para te ajudar, até essa situação de confisco acabar, ou seja, até você pagar tudo.

— Não, você vai estar trabalhando para pagar uma dívida minha e não vai nem receber por isso.

— Meu pai vai continuar me pagando, Shownu... — Wonho suspirou, seu pai não deixaria de lhe dar dinheiro, já foi conversado. — Você precisa de dinheiro, mesmo com eu e Kihyun te dando o dinheiro do "aluguel" — Fez aspas com os dedos. — Shownu o salário é ótimo, mais que o dobro do que recebemos, você precisa aceitar isso, você não vai segurar as pontas, tem muita coisa para pagar.

— Vou dar um jeito Wonho, não posso permitir que faça isso, é desonesto.

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— Então seja desonesto pelo menos uma vez. — Respirou fundo, precisaria mais do que isso para fazer Shownu mudar de ideia e saberia o que deveria acontecer para o amigo aceitar a proposta. — Ok... não aceite, mas o final do mês está chegando... — Respondeu por fim e levantou. — Eu tenho que ir, te vejo em casa. — Fez um toque com o mais velho e saiu do local.

Como dito, o final do mês chegou e as coisas apertaram, Shownu comprou os remédios da mãe, pagou umas contas aqui, outras ali, mas ainda precisava pagar outras coisas. Estava sentado na mesa da cozinha com todos os papeis em mãos e inclusive, o papel da conta da casa de repouso onde a mãe vivia, suspirou enquanto pensava na proposta.

— Shownu aceite a proposta... — Afirmou Kihyun enquanto lavava a louça, ficava em casa a tarde toda, pois o estágio era de meio período, ou seja, parte da manhã.

— Não.

— Você não tem opção, precisamos pagar o local que a tia fica e precisamos dos outros remédios dela, fora as outras contas... Meu salário e do Wonho não dá conta sozinho, Shownu. — Se virou e escorou na pia. — Precisamos de ajuda... Com esse salário, vamos viver mais tranquilos.

— O que está dizendo? Os problemas estão sobre mim, vocês me pagam o aluguel, só isso, vocês não...

— Não se atreva a dizer que não precisamos nos preocupar, Shownu somos uma família... Você aflito, somos nós aflitos, estamos juntos nessa...

Esse salário vai ajudar muito... Precisamos disso. — Suspirou. — Quer sua mãe em um local ruim? — Kihyun não queria fazer aquilo, mas era preciso, falar de sua mãe era a única maneira de fazer Shownu aceitar.

— Não... — Murmurou.

— Então aceite. — Wonho chegou da loja do pai e cumprimentou os dois enquanto se sentava em uma das cadeiras da cozinha.

— Appa mandou um beijo. — Afirmou olhando Kihyun que assentiu enquanto lavava uma maçã e entregava ao irmão.

— Come essa merda ou eu te faço engolir.

(22)

— Porque tanta hostilidade? — Alfinetou e Shownu apenas observava.

— Porque você não comeu o dia todo. — O bateu com o pano de prato. — Não veio almoçar, não tomou café... Eu não sei o que eu faço com vocês, não mesmo. — Kihyun às vezes agia como uma Omma mandona.

— Come isso antes que ele te enforque com o pano de prato. — Afirmou Shownu. — Não podemos morrer agora, não temos dinheiro para pagar o velório. — Os três amigos se olharam e começaram a rir.

(23)

Shownu andava pelas ruas cobertas de neve, totalmente agasalhado e a procura do tal endereço que lhe foi passado. Estava nervoso e ao

mesmo tempo achando aquilo totalmente errado. Seu amigo a essa hora deve estar no café, fazendo o serviço que era para ele estar fazendo, coisa que, para Shownu, é desonesto. Estava imensamente grato pelos seus amigos e pelo seu ex patrão estar o ajudando nesse momento que ele mais precisa, mas tinha uma pessoa em especial que Shownu queria ouvir a opinião e saberia que por mais que estivesse doente, ela saberia o que lhe dizer para se sentir melhor.

Passou pela porta da recepção e foi até a atendente, pediu para visitar sua mãe e em seguida foi direcionado a uma sala que ele já estava bem familiarizado, sentou em uma das poltronas esperando

pacientemente sua mãe chegar. A moça chegou acompanhada de um rapaz, se sentou na outra poltrona e sorriu para Shownu. O rapaz se retirou os deixando sozinhos.

— Oh Shownu, meu menino... — Ele sorriu.

— Como a senhora está, Omma?

— Estou bem, mas e você? Como está na escola?

— Bem, Omma, está tudo bem...

— O que te aflige, meu anjo?

— Omma, tem uma coisa que eu acho muito errado, mas eu preciso fazer porque senão eu vou acabar em maus lençóis...

— Errado para quem? — Shownu fitou o rosto sereno da bela moça, só então pôde se fazer aquela pergunta, “errado para quem?” para ele?

Para Wonho? Shownu não tinha a resposta e sabia dizer porque não tinha, não tinha porque não era errado, era solidário.

— Tem razão, Omma... Obrigado.

— Eu não fiz nada, Shownu, você fez. — O mais novo fitou a mulher nos olhos, se perguntava sempre o porquê dela ser atingida com uma doença como essa sendo tão sábia e tão maravilhosa.

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Naquele momento se questionou que, de fato, as pessoas boas são as que mais sofrem e gostaria de verdade que sua mãe ficasse em paz.

— Omma, você está feliz?

— Estou realizada.

Naquela manhã, Shownu saiu daquele local pensando no que sua mãe lhe dissera. O que ela quis dizer com “Estou realizada”? Apenas isso passava pela cabeça de Shownu e ele gostaria muito de saber o que significava e um dia, se tivesse oportunidade, questionaria sua mãe sobre tal frase.

Andou mais algumas ruas, chutou um pouco de neve, observou as crianças e finalmente fitou o papel tirado de seu bolso, respirou fundo seguindo para o endereço. Demorou, mas chegou, sabia que poderia ter usado o carro, mas naquela época Shownu gostava de admirar o belo inverno que a cidade lhe proporcionava.

Quando chegou no endereço do papel, por um instante ficou meio pasmo olhando a bela mansão afastada de algumas casas, um portão enorme tomava a frente da casa em tom branco com pastel, plantas decoravam ao redor do portão e faziam um belo caminho até a rua. Subiu os degraus de pedra ao lado e finalmente chegou no portão pequeno.

— Pois não, senhor? — Um rapaz da estatura de Shownu lhe perguntou de dentro de uma cabine, podia ouvir sua voz pelo interfone.

— Ah... Sr.Lee?

— Quem gostaria?

— Shownu...

— Oh, o garoto da entrevista?

— Sim, eu acho.

— Entre... — Ouviu um estalar mínimo revelando que o portão

acabara de ser aberto e entrou. Sorriu para o rapaz o agradecendo e pegou seu caminho até a porta da enorme mansão, sem deixar de olhar o belo jardim que acompanhava a mansão. Sorriu admirado quando finalmente chegou até a porta onde um rapaz mais velho que Shownu lhe recebeu.

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— Bom dia...

— Bom dia eu sou Son Hyunwoo... Eu vim para uma entrevista.

— Sim, entre... — Adivinhou logo que aquele era o mordomo da família, o acompanhou por um corredor e logo chegou em uma enorme sala que se duvidar, era maior que sua própria casa. — Fique à vontade. — Shownu assentiu, mas decidiu ficar em pé.

Em poucos segundos, viu um homem e uma mulher tão elegantes que Shownu se sentiu desconfortável. Ambos sorriam e desciam a enorme escada em espiral, parando perto do mais novo, o cumprimentaram e sentaram indicando para o jovem se sentar também.

— Hyunwoo, soube que é muito bom em artes marciais, certo? — Shownu assentiu sorrindo.

— Eu me esforço... Pode me chamar de Shownu.

— Nosso amigo, o dono do café, nos procurou e explicou a situação, perguntou se tínhamos vagas na empresa, infelizmente não, mas estamos a procura de alguém para... proteger nosso herdeiro. — Ouvir a

palavra “proteger” e “herdeiro” na mesma frase fez as mãos de Shownu formigarem.

— Bom, eu nunca protegi ninguém sabe... mas eu pratiquei muitos tipos de lutas porque o meu tio era professor e eu ajudava ele na

academia... eu não sou bom como essas pessoas... — Olhou os seguranças do lado de fora. — Mas...

— Está contratado. — A mulher afirmou de repente.

— O que? — Perguntou seu marido.

— Eu gostei dele.

— Bom... Antes de tudo um teste seria bom, certo?

— Certo... — Respondeu Shownu.

— Que tal começar hoje? Nosso filho vai no aniversário de um amigo e seria um ótimo teste, você só precisa ir junto com ele e traze-lo de volta

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em segurança, ok? Você fará um teste durante uma semana, começando por hoje.

— Darei o meu melhor.

Festa numa quinta-feira? Pensou Shownu. Deve ser coisa de rico.

— Bill, ajude Shownu no que ele precisar. — O mordomo assentiu e chamou Shownu que o acompanhou pedindo licença e se curvando

algumas vezes.

Acompanhou o rapaz até um certo ponto da casa que nem notou qual era de tão grande que era o lugar, só notou algo quando o rapaz que usava luvas brancas lhe deu um terno, sapatos, óculos, fones, tudo que já vira um dia na televisão.

— Quando terminar, pode me chamar, estarei aqui fora. — Shownu assentiu e o rapaz se retirou fechando a porta do quarto mediano, não perdeu tempo em olhar em volta, outra característica de Shownu, quando estava focado em algo, procurava se concentrar só naquilo. Vestiu tudo que lhe fora dado e decidiu não colocar aqueles óculos, não por enquanto, mas sabia que seguranças particulares tinham um fetiche por óculos.

Guardou suas roupas na mochila e deixou ali. Colocou aquele estranho aparelho no ouvido, o fio que parecia uma molinha dava a volta pelo

pescoço e descia por dentro do terno, colocou o relógio que não fazia ideia do que era e saiu do local, seguindo o mordomo novamente para a sala onde o casal estava, porém, agora, o mesmo garoto platinado estava ali.

— Uh, eu te conheço.

— Olá, senhor... — Se curvou. — Eu trabalhava no café.

— Ah, o amigo do Jooheon. — Shownu apenas assentiu, estava desconfortável naquelas roupas, mas se era preciso, ele usaria.

— Shownu esse relógio você usa para se comunicar com os demais seguranças, está ligado ao fone... Já deve ter visto algo do tipo, certo?

— Na televisão. — Respondeu humildemente. — Não sabia que existia mesmo.

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— Oh, você sabe como usa? — Perguntou sorrindo a mulher que já gostara de Shownu desde o momento que o mais novo entrou no local.

— Sei sim, senhora.

— Então você será meu segurança...? — Shownu olhou o platinado.

— Boa sorte, não vai aguentar nem uma semana.

— Lee Minhyuk. — Advertiu seu pai e Minhyuk apenas deu de ombros subindo as escadas. — Peço desculpas por isso, Shownu.

— Não se preocupe.

Se curvou e o casal ficou uns segundos olhando Shownu arrumar seu terno, estavam curiosos em saber como um rapaz tão jovem cuidava de tudo sozinho e ainda cuidava da mãe doente.

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— Shownu você não precisa ir comigo, apenas finja que foi. — Explicava o mais novo enquanto seu segurança dirigia.

— Isso seria uma mentira e mentiras são desonestas.

— Quem liga para o que é desonesto? — Shownu olhou para Minhyuk pelo retrovisor, o platinado estava fuçando no celular e parecia aéreo no que fazia. Pareceu ligar para alguém e esse alguém pareceu atender rapidamente, o que deixou Shownu desconfortável. — Meu pai contratou um segurança pra ficar grudado em mim pra cima e pra baixo, Chang. — Chang, Shownu já ouvira esse nome antes, mas não se lembrava onde. — Eu pensei em uma palavra... pior... pior... pior... essa ai. — Shownu pensou que palavra seria. — Eu já estou chegando, ok?

O mais velho estava se perguntando como que um jovem daquela idade poderia ser de tal maneira, tão diferente de si e de seus dois

melhores amigos. Ou o problema era Shownu? Essas perguntas passeavam pela sua cabeça, mas estava disposto a ficar no trabalho, precisava ajudar sua mãe e seus amigos, por mais que ficar com pessoas com caráter dessa maneira o deixasse meio atordoado.

— Vai demorar?

— Não... — O mais novo nem prestou atenção na resposta de Shownu, seus olhos estavam vidrados na tela do celular, o que era

desrespeitoso e falta de educação, mas Minhyuk parecia não estar nem aí para o que era falta de educação ou não.

Quando chegaram na tal festa, Shownu se esforçou o máximo para não perder o platinado de vista, aquele lugar estava lotado de gente que se duvidar, tinha gente até dentro do forno. Nunca fora em uma festa antes e tinha certeza que não queria ir de novo, aquela seria a primeira e última vez. Quando Minhyuk parou perto de um grupo, Shownu se lembrou quem era o tal Changkyun, era um dos amigos de Jooheon e o próprio Jooheon estava lá também, abriu um sorriso ao ver quem era o segurança de Minhyuk e não tardou para dar uma abraço em seu hyung, assim como Hyungwon que também estava no local.

— Não me falou quem era seu segurança.

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— Não importa. — Deu de ombros Minhyuk, Jooheon apenas ignorou o amigo e desenfreou em uma conversa com Shownu que descobriu, por fim, que era aniversário de Changkyun. Shownu era uma pessoa que conseguia prestar atenção em mais de 2 coisas ao mesmo tempo, então dava atenção para seus dois dongsaengs e ainda presta atenção em Minhyuk que por algum milagre de alguma divindade, estava quieto conversando com Changkyun.

Mas estava cedo demais para dizer que o mesmo estava quieto, pois começou a andar junto com Changkyun para algum lugar e ele teve que seguir, mas para sua alegria, Jooheon e Hyungwon foram puxados pelo platinado e pelo mais novo do grupo, por fim pararam no bar.

— Você quer alguma coisa hyung? — Shownu negou, estava óbvio que naquele bar só tinha bebida alcoólica, mas estava com sede.

— Na verdade... água seria bom. — Minhyuk riu minimamente e olhou o mais alto.

— Vem numa festa pra beber água?

— Estou em horário de trabalho. — Respondeu calmamente, nada tirava Shownu do sério e isso estava começando a intrigar Minhyuk.

Jooheon deu a água para seu hyung e novamente estavam os três conversando sem parar.

Olhou Minhyuk de canto de olho e o mesmo segurava o copo de alguma coisa que não fez questão de sabe o que era, mas seja lá o que for, era forte. Bebeu de uma vez e Shownu arregalou os olhos quando o

mesmo pegou mais da bebida.

— Acho que você deveria ir mais devagar com isso. — Alertou.

— Shownu relaxe, estou bem.

O mais alto tinha dúvidas disso, a festa prosseguiu e Shownu já estava começando a achar que Minhyuk cometeria uma loucura de tão alterado que estava. Dito e feito, algo chamou sua atenção, um furdunço fora do normal perto do palco, procurou Minhyuk e o mesmo não estava perto de si, saiu andando por entre as pessoas logo encontrando Minhyuk no palco fazendo uma dança um tanto comprometedora, arregalou os olhos e subiu feito um furacão, pegando o mais novo e o fazendo sentar em algum lugar qualquer.

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Porém, seus amigos pareciam tranquilos.

— Isso não é nada, ele sempre faz algo assim, da última vez ele fez um strip... — Jooheon explicava calmamente para um Shownu espantado.

— Me dá... — Estendeu a mão para o copo que Hyungwon tomava.

— Não, chega de bebidas. — Abaixou a mão do mais novo, os outros três olharam espantados por Minhyuk ter obedecido, mais espantados ainda por Shownu falar daquela maneira com o amigo e o mesmo não dar um chilique por tal ato.

— Mas eu quero.

— Não... — Respondeu calmamente. — Você vai ficar sentado aqui.

Por incrível que pareça, o platinado obedeceu.

— Caramba, me ensina a fazer isso. — Hyungwon sorriu.

— Eu cuidei muitos anos da minha sobrinha.

— Quantos anos ela tem? — Finalmente Shownu ouviu a voz de Changkyun direcionada para si.

— 5. — Respondeu simplista e os outros três começaram a rir, o que acabou arrancando uma risadinha mínima de Shownu.

Após alguns minutos se certificando de que o platinado estava bem, os outros começaram a conversar com Shownu, exceto Changkyun que as vezes era puxado por algum convidado, afinal, era o aniversariante, tinha que dar atenção para todos.

— Então você saiu do café? — Perguntou Hyungwon enquanto sentava e Minhyuk sentava em seu colo.

— Sim, eu estava precisando de um salário melhor. — Resumiu a história.

— Eu vi Wonho lá esses dias. — Jooheon escorou em uma parede com as mãos nos bolsos da calça.

— Ah, ele... — Shownu era péssimo mentindo e os três já haviam percebido isso, entretanto, decidiram não pressionar o mais velho.

— Deveria ter arrumado outro emprego. — Changkyun voltou de algum lugar e abraçou o ruivo de lado. — Minhyuk às vezes é impossível.

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— Impossível como?

— Às vezes ele consegue ser fútil, entende o que quero dizer? — Falavam do amigo como se ele não estivesse ali e o mesmo nem parecia ligar para o que ouvia, estava bêbado, mas não surdo.

Minhyuk já estava acostumado em ouvir isso dos amigos, para ele não era novidade.

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Uma semana se passou e como esperado, Shownu conseguiu o emprego. Confessando para si mesmo que aquilo era difícil, lidar com o platinado era difícil, o garoto tinha umas atitudes estranhas e ideias piores ainda. Fora seu fetiche por uma vida social perfeita, coisa que seus amigos não ligavam muito, mas amavam Minhyuk e aprenderam, com o tempo, a lidar com o garoto. Mas Shownu não sabia lidar, um dia presenciou uma cena que o deixou meio desconfortável, e se ele ficou assim, tentou imaginar como a menina do outro lado da linha tinha ficado.

Minhyuk falava alto e claro que não queria nada com ela por conta que estragaria sua reputação o verem saindo com uma garota bem mais nova que ele, sinceramente, Shownu se perguntava se aquilo era

realmente um motivo pelo qual podia dispensar uma pessoa assim, com tanta calma e uma pontada de frieza.

Shownu era o mais novo dos seguranças, então, muitas vezes os pais de Minhyuk o comparavam com ele, dizendo que Shownu era um exemplo de menino bonzinho e educado, o que, de certo modo, alegrava Shownu, afinal, quem não quer ser um exemplo para outras pessoas?

Seus amigos o incentivava a continuar no emprego, por mais que fosse desgastante e um pouco cansativo, o platinado realmente não facilitava muito. Chegava em casa cansado e com a cabeça doendo de tanto ouvir as conversas sem fim de Minhyuk e alguma pessoa aleatória. O garoto realmente é muito bonito, o que atrai muitas garotas, e ainda é um ator de doramas, sua reputação realmente deve ser de grande influência, pelo menos era o que Shownu pensava e realmente tinha certeza que era.

Estava cansado e não se passara nem um mês de convivência com o mais novo, se perguntava se ele ligava para algo que não fosse sua

imagem. Shownu pensava que tinha algum tipo de problema por não ligar para sua imagem tanto quanto o platinado, ainda assim, se considerava razoável aos olhos de outras pessoas.

— Vai ficar fitando esse prato? Daqui a pouco ele evapora. — Kihyun brigou com o mais velho por não estar comendo.

— Estou cansado, esse emprego é realmente exaustivo.

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— Sabemos, mas... precisamos disso, tenho certeza que sua vida vai melhorar. — Concluiu Wonho positivamente.

— Ele não deve ser tão ruim. — Kihyun afirmou enquanto terminava de comer.

— Não é que ele é ruim, é que ele é muito... diferente, eu não entendo metade das coisas que ele fala e muito menos do que ele faz...

nada agrada ele, a não ser que seja sobre ele, tipo... ele é legal, mas tem umas situações que eu fico constrangido pela pessoa, tipo... ele é muito sincero, até demais... Perguntaram na faculdade dele o que ele achava da nova professora e ele disse que era cafona, a mulher estava ouvindo... — Seus amigos riram da carinha surpresa que Shownu fazia a medida que contava as coisas do platinado. — Como ele pode falar essas coisas com a mulher ouvindo?

— Pelo menos agora ela sabe que é cafona. — Wonho afirmou rindo e Shownu teve que rir, o amigo as vezes agia muito infantilmente, mas de certo modo alegrava Kihyun e Shownu.

— Pelo menos ele é sincero. — Kihyun tentou incentivar o amigo.

— Sinceridade pode ser um bem ou uma arma, você tem que saber usar.

— Não dá pra conversar com você Shownu. — Wonho o fitou.

— Por quê?

— Porque você tem umas respostas que nos deixa sem ter como debater, só come e fica quieto. — Kihyun começou a rir, de fato, era quase que impossível vencer uma discussão com Shownu, o moreno sempre sabia o que falar e sempre estava certo, então procuravam nem debater sobre alguns assuntos, pois sabiam que iam levar a um único fim, Shownu certo.

— Porque não vira amigo dele?

— Porque ele disse que não é amigo de funcionários, e olha que eu nem tinha pedido, nem perguntado nada, ele simplesmente afirmou sem mais nem menos... Qual o problema desse garoto? — Kihyun e Wonho se olharam, em seguida começaram a rir, mas Shownu os olhava com uma feição tão fofa, tentando entender o motivo da graça. — Não dá pra

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manter um diálogo decente com ele, na verdade eu nunca tentei, mas certeza que não dá.

— Por quê? — Wonho perguntou enquanto bebia um pouco do seu suco.

— “Oi eu sou Minhyuk e eu ligo para o que vocês pensam, eu preciso achar uma maneira de ter minha vida social estável e perfeita,

normalmente eu só sei falar de mim, mas se você quiser falar de algum assunto que envolva eu, eu vou aceitar” — Shownu imitava o platinado enquanto se “olhava” no espelho imaginário, o que arrancou risadas dos dois amigos.

— É assim mesmo? — Kihyun perguntou enquanto controlava sua risada.

— Exatamente assim, eu me pergunto como que os outros três convivem com ele, são tão diferentes.

— Amigo que é amigo aguenta tudo, qualquer coisa e qualquer

situação. — Shownu fitava o mais novo do trio esperando que fosse alguma piada, mas não era.

— Verdade, eu aguentei você apaixonado. — Afirmou Wonho

enquanto olhava para o irmão. — E aguentar amigo/irmão apaixonado é a pior coisa do mundo, eu nunca pensei que presenciaria você resmungando o nome dela durante uma madrugada. — Shownu começou a rir. — Aquilo foi assustador porquê do nada eu acordei e você estava falando o nome dela, sinceramente com o que você estava sonhando? Você nunca me disse.

— Se eu estava falando o nome dela... — Deixou subentendido para os dois amigos tentarem saber do que se tratava.

— Não me diga que... aquilo? — Shownu arregalou os olhos.

— Não! Aigo hyung, claro que não, era outra coisa.

— Que coisa? — O irmão perguntou.

— Bom... eu estava sonhando que a gente tinha se beijado.

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— Ah ta, menos mal, achei que você estava insinuando que a qualquer momento acordaria excitado, e eu, sendo seu irmão, não precisava presenciar algo do tipo.

— Qual é, pare de me zoar, já faz 3 anos isso.

— Mas essa lembrança continua viva na minha memória, e vou continuar te zoando até eu não lembrar mais.

Shownu olhava os dois em uma briguinha, pareciam duas crianças quando agiam dessa maneira, um implicava com o outro o tempo inteiro praticamente.

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Minhyuk estava bêbado, mas isso não era novidade, não para Shownu.

O maior colocou o platinado no carro e entrou no banco do

motorista, não demorou para Minhyuk pegar no sono. Shownu respirou fundo umas 10 vezes antes de ligar o carro e dar partida.

Minhyuk não estava totalmente bêbado, para ficar bêbado precisava de muito, mas estava levemente alterado, já era alguma coisa. Shownu dirigiu calmamente, as vezes olhando pelo retrovisor para checar se Minhyuk estava bem, de fato, ele estava.

Quando chegaram em casa, Minhyuk desceu do carro e passou pela porta, todas as luzes estavam apagadas, Shownu já havia cumprido seu serviço e já podia ir pra casa, mas pelo visto o platinado estava sozinho em casa.

— Venha, me ajude com umas coisas. — Chamou Shownu enquanto subia as escadas. — Meus pais devem estar... em alguma festa de gala bem chata, com aquelas músicas chatas e... toda aquela gente chata. — Falava gesticulando olhando Shownu que estava parado no meio da sala. — Os empregados devem estar em seus aposentos e... puxa... — Exclamou olhando as horas. — Duas da manhã eu... eu devia ter... ah, eu preciso tomar um banho.

Shownu não sabia se deixar o platinado sozinho era uma boa e ele pediu para Shownu ajudá-lo, então deduziu que não demoraria muito, subiu as escadas atrás do platinado que murmurava consigo mesmo sobre seus pais. Nunca havia subido naquele andar o qual o platinado o levava.

Um corredor com muitas portas de mármore brancas com douradas eram postas dos dois lados. Shownu se questionava pra que tantos

cômodos, mas se deteve a perguntar. Minhyuk continuou andando

enquanto bagunçava seus cabelos levemente em seguida parou numa das últimas portas, abriu o quarto já tirando os sapatos e joias enquanto caminhava para perto da cama.

— Você é alto... pode pegar umas coisas pra mim? — Shownu

apenas assentiu. — Na última prateleira do meu closet tem uma caixa azul, pegue-a, por favor.

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— Onde é o closet?

— Ali... — Minhyuk indicou a porta e Shownu pediu licença antes de abrir, o perfume que o platinado usava invadiu as narinas do mais velho, um perfume nem forte, nem fraco. As roupas estavam perfeitamente arrumadas, cada coisa em seu devido lugar, logo avistou a pequena caixa azul, pegou sem dificuldade e deu meia volta, entregou para o mais novo que sentou na cama, pegou o espelho e começou a fuçar o próprio olho.

Estava tentando tirar as lentes de contato, sem sucesso, afinal, estava levemente alterado.

— Senhor você quer ajuda?

— Não, estou bem. — Dito isso espetou o olho com o próprio dedo e começou a choramingar.

— Eu... posso? — Assentiu e levantou o rosto, Shownu chegou perto tocando levemente no maxilar do mais novo, um rosto de bebê,

perfeitamente desenhado e Shownu se viu admirando a beleza do menor.

Voltou a si e balançou a cabeça negativamente, tirou uma lente, abriu a caixa azul e dentro se viu olhando para várias caixinhas de lentes de contato.

— É a de tampa verde, essa é a da tampa verde. — Shownu assentiu e pegou a caixinha de tampa verde, colocou a lente no lado esquerdo da caixa, tirou a outra do olho do menor e colocou no lado direito, fechou e se afastou ligeiramente. — Obrigado. — Levantou, colocou a caixa de lado e começou a puxar as cobertas e tirar algumas diversas almofadas da cama de casal.

— Você usa todas essas lentes?

— É, tem muitas cores... As fãs gostam. — Shownu se surpreendeu em ver esse lado do mais novo, afinal, nunca falara que fazia algo por alguém. — Tem de grau também.

— Não incomoda?

— Já me acostumei, quase não percebo que estou usando.

— Ah...

— Quer provar?

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— Ah eu... não tenho certeza.

— Tem uma que eu nunca usei, verde escuro, venha, senta aqui. — Shownu obedeceu e sentou na cama, o platinado abriu a caixa e pegou uma caixinha de tampa branca, lentes novinhas que nunca foram usadas por não gostar da cor. — Vou tentar colocar sem te machucar,

normalmente sou um desastre nisso. — Shownu assentiu, Minhyuk segurou seu rosto e o mais velho podia ver sua expressão concentrada, mordia os lábios levemente enquanto colocava a lente em um olho de Shownu, não piscava, e por fim, colocou.

Shownu piscou algumas vezes e Minhyuk colocou a outra, por fim, se olharam.

— Você está bonito assim... quer dizer... não que não seja... a lente combinou.

— Obrigado.

— Pode ficar. — Sorriu entregando a caixinha, Shownu não estava acostumado com esse lado de Minhyuk e suspeitava que fosse o efeito da bebida.

— Ah, não... eu não...

— Aceite, eu tenho muitas... não vai fazer falta e é nova. —

Caminhou para o closet e voltou com uma toalha. — Ah... se importa de ficar até eu sair? Sei lá, vai que... — Shownu sorriu e assentiu, afinal, até ele ficaria desconfortável em uma casa daquele tamanho, sozinho.

Minhyuk entrou no banheiro e Shownu se levantou da cama, ajeitou o local que estava sentado e ficou de pé perto da porta, olhava em volta às vezes se perguntando pra que um quarto daquele tamanho para uma única pessoa. Seu relógio acendeu a luz, era um dos seguranças do pai de

Minhyuk, respondeu que o menor já estava em casa e voltou a olhar em volta.

Minhyuk saiu do banheiro e pegou Shownu observando os quadros de algumas prateleiras, o maior estava distraído olhando as fotos e nem percebeu a presença de Minhyuk. Só percebeu quando o mais novo foi dar um susto nele de brincadeira e Shownu acabou tropeçado em um baú, caiu no chão e puxou Minhyuk junto consigo.

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— M-me desculpe Minhyuk. — Gaguejou e o mais novo ficou uns minutos fitando o rosto de Shownu antes de tomar os lábios do mesmo para si.

De início Shownu se assustou tanto que não teve reação, mas logo voltou em si e afastou Minhyuk delicadamente, não que não houvesse gostado, Minhyuk realmente é muito bonito, mas para todos os casos, é seu patrão.

— Que foi? — Minhyuk franziu o cenho.

— Você... você é meu...

— Esquece... — O beijou novamente.

E dessa vez, Shownu correspondeu.

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Shownu sentia em cada parte do seu corpo que aquilo era errado, mas não podia evitar dizer que o platinado, de alguma forma, o atraía.

Precisava parar com aquele beijo antes que fosse tarde demais, mas com parar com algo que estava gostando com cada célula do seu corpo?

Tinha medo de que os vissem, mas o desejo era maior que o medo.

Não conseguia afastar o mais novo e nem queria, mas o beijo estava ficando mais envolvente e era mais do que necessário parar com aquilo, seria mais do que abuso, e o platinado nem se lembraria, ao menos era o que Shownu tinha em mente.

— Minhyuk... — Chamou entre o beijo, recebendo mordiscadas nos lábios e um súbito desejo de continuar. — Minhyuk você está...

— Bêbado não é doença... eu nem bebi tanto, acha que não estou lúcido suficiente? Aish, vamos continuar, por favor... — Shownu arregalou os olhos e se surpreendeu com os lábios do mais novo nos seus

novamente. O leve gosto da bebida ainda estava na boca do mesmo e aquilo nunca pareceu tão gostoso aos olhos de Shownu.

— Não posso...

— Pode sim... — O beijou novamente, as línguas de ambos estavam em perfeita sincronia como se tivessem sido feitas uma para a outra.

Shownu se advertia mentalmente, Minhyuk também, mas parar era impossível. Minhyuk queria mais, Shownu queria mais, porém se deteve novamente.

— Eu tenho que ir.

— Não me deixa aqui sozinho. — Pediu manhoso beijando o pescoço de Shownu que se arrepiou por inteiro.

— Ok, eu não deixo, mas você tem que parar de me ata... — Foi interrompido pelos lábios do platinado novamente. Talvez estivesse cometendo um erro, mas decidiu ceder.

Shownu não dormiu, quando o platinado dormiu, ele foi para o lado de fora da casa e lá ficou o restante da madrugada, a cena do beijo toda hora invadia seus pensamentos e isso era uma coisa que ele não queria.

(41)

Na manhã seguinte os pais de Minhyuk chegaram e dispensaram Shownu o dia todo, o mesmo foi para casa rapidamente, meio afobado e envergonhado demais para se quer olhar na cara dos pais do mais novo.

Quando chegou, estava bem cedo, então Wonho ainda não havia saído, nem Kihyun. Entrou em casa e ambos estavam na mesa tomando café.

— Porque não veio pra casa? Eu fiquei preocupado. — Kihyun se prontificou primeiro. Mas Shownu não respondeu, aquilo que fez podia comprometer seu emprego.

— O que foi cara? Você ta bem? — Shownu negou e sentou na cadeira em frente a Wonho.

— Minhyuk e eu... nos beijamos. — O silêncio reinou na cozinha, ninguém se atreveu a falar nada e aquilo incomodou Shownu, sabia que estava encrencado, mas não tanto.

— Beijou seu patrão? — Kihyun quebrou o silêncio.

— Ele estava bêbado, quer dizer... mais ou menos.

— Então ele não vai lembrar? — Wonho começou.

— Ele disse que estava lúcido, ele parecia lúcido.

— Então ele fez por vontade?

— Eu também fiz...

— Então você queria?

— Não, eu... Queria... Não... Aish.

— Você gosta dele?

— Não...

— Não?

— Sim...

— Sim?

— Eu não sei eu... — Se acalmou — ...não sei. — Kihyun apenas observava a conversa rápida dos dois.

(42)

— E se ele contar para os pais? — Kihyun quis saber.

— Ele não faria isso, se ele queria.

— Ele disse que queria? — Dessa vez a conversa estava entre os dois irmãos.

— Ele estava lúcido.

— E o que tem haver o cu com as calças, Hoseok?

— Tudo... Mesmo que estivesse bêbado não seria só culpa do Shownu, bêbado só fala a verdade.

— Não dá pra conversar com você.

— E o que você quer que eu fale?

— Não ‘tá certo.

— E você quer julgar?

— Ele pode perder o emprego.

— Mas já fez, não tem como voltar atrás.

— Tem sim, não fazendo de novo. — Olhou Shownu. — Se ele quiser...

— Eu sei... não vou ceder.

— Shownu isso é sério.

— Eu sei... mas eu queria... na hora eu gostei.

— Você gosta dele. — Afirmou Wonho. — E isso não é nada bom, você é o oposto dele.

— Isso não ta cheirando boa coisa. — Kihyun levantou.

Os dias passaram, Shownu começou a achar que Minhyuk realmente não lembrava e de certo modo aquilo o aliviou muito. Porém, sua alegria durou pouco quando Minhyuk pediu para ele parar o carro, passou para o banco da frente e o olhou.

A rua estava deserta, afinal, estava tarde da noite, voltavam da faculdade de Minhyuk. Shownu tentava entender o porquê do platinado pedir para parar, mas logo soube o porquê.

(43)

— Shownu eu lembro. — Shownu travou a respiração. — Eu disse que estava lúcido... Eu esperei você falar alguma coisa, mas você não falou nada, em vez disso me evitou, que foi? Eu beijo tão mal assim?

— O q-que? N-não... q-quer dizer.

— Quer me beijar de novo?

— Minhyuk isso não... — O platinado sentou em seu colo e avançou em seus lábios.

— Não é certo? Eu sei... Mas eu quero tanto. — Afirmou entre o beijo.

Aquilo não ajudava Shownu em nada nos seus problemas, mas ter Minhyuk em seu colo o beijando era maravilhoso, não sabia a sensação que tinha e nem o porquê da mesma, mas precisava parar e foi o que fez.

— Para com isso...

— Você ‘tá gostando que eu sei. — O beijou novamente.

E então, lá estava Shownu cedendo mais uma vez.

Os dias passaram, Minhyuk sempre que podia, beijava Shownu, aquilo estava fora de controle, mas não podiam evitar, o desejo de querer era maior que tudo. Mas Minhyuk tinha algo em sua mente que era muito mais forte que o desejo de ter Shownu para si, e isso não era nada bom, afinal, alguém sairia machucado.

— Shownu... — O chamou do banco de trás. — Podemos conversar?

— O mais velho apenas assentiu. — Eu acho que... deveríamos parar. — Shownu olhou a estrada a sua frente e assentiu. — Não vai falar nada?

— Você é meu patrão.

— E estamos falando de nós.

— E você quer que eu insista?

— Não só que... achei que eu significasse algo pra você.

E significa, muito, Shownu começou a gostar Minhyuk, um gostar inocente.

— Significa sim... Por quê?

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— Bom... eu sou um ator... — Shownu o olhou pelo espelho. — Shownu o que vão pensar quando souberem de nós?

— Hm.

Naquele momento Shownu se desligou do que o platinado falava e se concentrou só em si mesmo e o quanto era ruim saber daquilo.

— Eu gosto de você, mas...

Alguém já ouviu falar em amor ao primeiro beijo?

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— Eu gosto de você, mas...

— Mas se importa com o que pensam e com sua vida social?

— É... quer dizer... Shownu...

— Tudo bem, Minhyuk. — Sorriu.

Não iria ser Shownu que julgaria o mais novo, afinal, quem é ele para julgar algo? O restante do caminho foi em completo silêncio, após deixar o mais novo em casa, Shownu pegou seu caminho para casa.

Quando chegou, seus amigos o esperavam, o mais velho sorriu e Kihyun o mandou ir tomar banho para jantarem. Por fim, todos estavam na mesa comendo.

— Ah, Shownu, chegou isso pra você hoje. — Pegou um envelope em cima da geladeira e entregou para o mais velho que abriu calmamente, quando tirou o conteúdo de dentro, arregalou os olhos e sentiu os mesmo marejarem. — Que foi?

Seria certo dizer que aquilo veio na hora certa? Com aquilo não precisava mais trabalhar na casa do platinado e ter que vê-lo todos os dias com a imensa vontade de beijá-lo, poderia abrir sua floricultura, poderia finalmente começar sua vida. Suas lágrimas caíram, chorava de felicidade e não conteve a alegria.

— É o dinheiro da casa... da minha prima. — Entregou o cheque para os amigos, ali tinha muito dinheiro, afinal, a casa era muito boa.

— ‘Tá brincando comigo? Isso é de verdade? — Virou o cheque diversas vezes para olhar. Kihyun ainda estava estático, não sabiam que o dinheiro viria, na verdade, Shownu já tinha perdido as esperanças.

— Vamos abrir nossa floricultura... — Enxugou as lágrimas.

— Sua floricultura, Shownu.

— Bobagem... é nossa. — Os três levantaram e se abraçaram felizes e emocionados, mais pelo amigo que sempre sonhou com a tal floricultura.

— Nossas vidas vão começar. — Murmurou o mais velho do trio. — Eu preciso dizer para a minha mãe. — Pegou o casaco pendurado e saiu em

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disparada pelas ruas cobertas de neve, logo atrás vinha seus amigos, os três correram até a casa de repouso, três pessoas correndo pela neve.

Quando chegaram, o horário de visitas tinha acabado, mas a moça abriu uma exceção para os jovens, quando o rapaz trouxe a mãe de Shownu, o mesmo não tardou para abraçá-la forte.

— Wonho, Kihyun... como cresceram. — Afirmava enquanto seu filho a abraçava.

— Sim tia.

— Como anda a escolinha?

— Ótima... — Sorriram enquanto davam um beijo na cabeça da moça.

— Entendo... — Shownu a soltou aos poucos e a mesma sorriu para o filho.

— Omma... eu vou abrir minha floricultura.

— Sim querido, claro que vai, quando você crescer, terá sua própria floricultura. — Shownu a olhou emocionado e a abraçou novamente.

— Já sou crescido, mãe. — A moça soltou uma risadinha e abraçou o filho.

No dia seguinte, Shownu conversava com os patrões que lhes davam os parabéns e lamentavam saber que Shownu não estaria mais trabalhando com eles. Sem saber que Minhyuk estava ouvindo tudo, se despediu do casal após entregar os aparelhos e seguiu para encontrar seus amigos pois iriam ver o novo local para a floricultura.

Com o dinheiro Shownu pagou sua dívida com o governo, abriu sua floricultura, pagou os empréstimos que havia pego de alguns amigos e ainda sobrou. Jooheon, Changkyun e Hyungwon ajudaram os recém amigos a ajeitar o local e depois de quase um mês, a floricultura inaugurou

finalmente.

1 ano depois.

Um ano se passou, Jooheon, Changkyun e Hyungwon sempre que podiam, iam na floricultura ou na casa do trio de amigos. Minhyuk estava

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focado em sua carreira, mas sempre via seus três amigos, afinal, eram amigos de infância.

Mas Minhyuk sentia falta de uma coisa, mais especificamente de um certo alguém. Odiava admitir, mas Shownu o fez se apaixonar por seu jeito simples e carinhoso, sentia falta dos beijos do mais velho, das conversas curtas, até mesmo do sorriso de olhos fechados que o mais velho lançava para si.

Mas nunca teve coragem para ir atrás, desde o momento que ouvira que Shownu sairia do emprego.

— Por que não vai visitá-lo? A floricultura faz sucesso... Eles

organizam casamento, aniversários... é muito legal e o ambiente é muito bonito. — Changkyun comentou.

— Ele não deve querer me ver nem pintado de ouro. — Murmurou cabisbaixo enquanto tomava seu café.

— Shownu não é assim... olha... você foi bem idiota mesmo, tipo...

desistir dele por causa da sua vida social, ou melhor... do seu status, aish, Minhyuk, nunca pensei que fosse tão burro. — Hyungwon afirmou.

— Eu sou assim, ok? Não posso mu... — Jooheon o interrompeu.

— Se gostasse mesmo dele...

— Eu gosto...

— Então porque ainda ta aqui? Quer dizer... um ano Minhyuk, pelo amor. — Hyungwon se estressou.

Um ano que o platinado sentia falta de Shownu, um ano e aquele gostar inocente só aumentou mais. Não tinha coragem de ir até Shownu, com que cara chegaria para o mais velho? Ele o odiaria, foi cruel, só pensou em si mesmo e nunca se arrependerá tanto de algo como se arrependia de suas palavras naquele um ano.

— Ele... é o oposto de mim... porque iria querer algo sério comigo?

— Era óbvio que queria... — Jooheon interveio. — Ele te

correspondia nos beijos... Minhyuk só você não via que ele gostava de você... Seu ego é tão grande que você não enxerga um palmo diante do seu nariz, pare de se importar com sua vida social... isso é o de menos, o povo

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fala mal, não importa o que você faça, você nunca agrada a todos... O povo falava mal de Jesus, mesmo ele salvando todo mundo... quando você

morre fica tudo ai... então esquece isso e vai cuidar da sua vida. —

Minhyuk olhou Jooheon que nunca falou daquela maneira com ninguém.

— Obrigado, ele estava precisando. — Changkyun sorriu e Minhyuk levantou rapidamente, iria na casa de Shownu.

— A gente deveria contar pra ele? — Hyungwon quis saber.

— Não... deixa eles se resolverem. — Jooheon respondeu por fim e observaram o platinado sumir na noite.

Minhyuk treinou o caminho inteiro sobre o que deveria falar para Shownu, mas nada parecia bom, se sentia um idiota, mas se sentia assim por deixar que Shownu escapasse por entre seus dedos da forma mais tosca do mundo.

Quando chegou, tocou a campainha e ninguém atendeu, tocou novamente e logo a porta foi destrancada revelando Shownu que o olhou surpreso.

— Minhyuk? — Não podia evitar lembrar de tudo que fizeram há tempos.

— A gente pode conversar? — Shownu olhou para dentro e Minhyuk teve a surpresa de ver uma moça sentada no sofá com Kihyun.

— Pode ser no meu quarto? — O mais novo assentiu e entrou quando Shownu deu passagem.

— Minhyuk... — Kihyun exclamou dando um pulo do sofá e indo abraçar o platinado. — Quanto tempo... — Minhyuk sorriu e olhou a moça novamente, temia perguntar quem era.

— Amor... esse é o... meu antigo patrão, Minhyuk. — A moça se levantou sorrindo.

— Ah, eu conheço... Assisto seus doramas, são muito bons, tenho que dizer.

— Obrigado. — Sorriu sincero.

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