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Administração Financeira e Orçamentária

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Academic year: 2022

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AULA 00

Administração Financeira e Orçamentária

Introdução ao Orçamento Público Professor Vitor Silva

www.pontodosconcursos.com.br

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Aula Conteúdo Programático Data

00 Conceitos de orçamento 17/09

01 Orçamento na Constituição Federal: arts. 165 a 169. 30/09

02

Lei nº 4.320/1964: exercício financeiro; despesa pública (empenho, liquidação, pagamento); restos a

pagar; suprimento de fundos.

07/10

03 Créditos adicionais; 21/10

04 Princípios Orçamentários 27/09

Aula 00 – Aula Demonstrativa

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SUMÁRIO

1. Orçamento Público ... 5

1.1. Conceito ... 5

1.2. Aspectos do Orçamento ... 9

1.3. Natureza jurídica do orçamento ... 11

1.4. Orçamento nas constiuições brasileiras ... 18

2. QUESTÕES COMENTADAS ... 20

3. MAPA MENTAL ... 27

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Olá, futuro servidor do TRT da 21º Região!!

Vamos iniciar essa caminhada juntos em busca dessa tão sonhada aprovação.

Uma coisa eu posso te afirmar: todo o esforço vale a pena. Com certeza você já deu o passo mais importante, que foi dar início a esse projeto. Agora precisamos de foco e disciplina.

Primeiramente, sou Analista da Agência Nacional Civil e, desde o início da minha preparação para concursos, a disciplina Administração Financeira e Orçamentária (AFO) me despertou um interesse particular muito grande, então fui me especializando cada vez mais nessa matéria. E isso foi muito bom, porque muitas pessoas, principalmente no início, criam uma espécie de bloqueio a ela. Acham muito difícil, complicada e etc. Porém, a minha missão é ensiná-la da forma mais simples, objetiva e dinâmica possível.

Portanto, saiba que essa matéria pode ser um diferencial na sua preparação!

Além disso, grande parte das questões discursivas nos concursos recentes tem sido extraída dessa disciplina, o que lhe concede ainda mais importância. Dessa forma, digo que, sem dúvida, AFO é uma matéria primordial, ao lado de direito administrativo, constitucional e administração pública, para qualquer concurso da área de gestão.

A Fundação Carlos Chagas (FCC) foi confirmada para a realização do concurso, então focaremos nas questões da banca com a resolução de muitas questões comentadas. Contudo, nos basearemos também em questões do CESPE, pois é a banca que possui mais provas que abrangem nossa matéria e em bom nível de dificuldade. Aproveite ao máximo o banco de questões que formaremos nas aulas, pois a melhor forma de se resolvê-las é essa: questão + comentário + gabarito. Evite ao máximo fazer listas extensas de questões com a verificação das repostas apenas ao final da bateria.

Ao final de cada aula, teremos um mapa mental bem sintético para que você possa fazer a revisão constante do conteúdo, ok?

Dessa forma, você poderá seguir os fundamentos básicos para a preparação para concursos: revisão + questões.

Antes de darmos início, quero que saiba de uma coisa: se você acredita que é capaz, ou não, de qualquer forma, você está certo!!!

Mãos à obra!

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Lato Sensu

Stricto Sensu

1. ORÇAMENTO PÚBLICO

1.1. CONCEITO

O estudo do orçamento público teve seu início, de acordo com a doutrina, em 1.217, na Inglaterra, e vem se desenvolvendo e ganhando relevância desde então. Mas o que exatamente é orçamento público? Vejamos algumas conceituações:

Pedrosa → “O orçamento público é um plano de trabalho governamental expresso em termos monetários que evidencia a política econômico- financeira do Governo.”

Teixeira → “O orçamento é um plano que expressa em termos de dinheiro, para um período de tempo definido, o programa de operações do governo e os meios de financiamento desse programa.”

Baleeiro → “Orçamento é o ato pelo qual o Poder Legislativo prevê e autoriza ao Poder Executivo, por certo período e em pormenor, as despesas destinadas ao funcionamento dos serviços públicos e outros fins adotados pela política econômica ou geral do país, assim como a arrecadação das receitas já criadas em lei”

Podemos extrair muitas informações importantes dos conceitos expostos.

Primeiramente, é importante ressaltar que o orçamento pode ser classificado da seguinte forma:

É a conceituação tradicional, conforme aquelas expostas acima. Em seu sentido lato sensu, o orçamento é um instrumento de intervenção planejada que evidencia a política de trabalho e o plano do governo, mediante autorização legislativa para a realização de receitas e despesas, e é materializado pelos instrumentos de planejamento: Plano Plurianual (PPA); Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO); e Lei Orçamentária Anual (LOA).

Em sentido estrito, o orçamento é a Lei Orçamentária (Anual) – LOA - propriamente dita. Estudaremos, em momento oportuno, cada um dos instrumentos de planejamento, mas basta saber que há uma lei aprovada anualmente pelo Poder Legislativo, de inciativa do Poder executivo, que estima a receita e fixa a despesa para o período de um ano.

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Q1 (FCC – 2011 – TER-AP) São instrumentos de planejamento do setor público, previstos na Constituição Federal e elaborados por leis de iniciativa:

A) do Poder Executivo: o plano plurianual, as diretrizes orçamentárias e os orçamentos anuais.

B) da Administração Direta e da Indireta: o plano plurianual, as diretrizes orçamentárias e os orçamentos fiscal, da seguridade social e das empresas estatais.

C) do Poder Executivo: o plano plurianual, as diretrizes orçamentárias e os relatórios Resumidos da Execução Orçamentária e Gestão Fiscal.

D) do Poder Executivo e Legislativo: os planos, orçamentos e as diretrizes orçamentárias e os relatórios Resumidos da Execução Orçamentária e Gestão Fiscal.

E) de qualquer um dos Poderes: o plano plurianual, as diretrizes orçamentárias e os orçamentos anuais.

Como já vimos, os instrumentos de planejamento do governo são: plano plurianual, diretrizes orçamentárias e orçamentos anuais. Note que a questão não os tratou como leis, mas todos eles são efetivamente e formalmente LEIS! Veja bem, esses instrumentos são comumente chamados da forma como a questão apresenta, não é necessário que sempre sejam referidos como leis.

Gabarito: A

As bancas, quando falam em orçamento, podem estar se referindo tanto à sua acepção lato quanto stricto sensu; e São INSTRUMENTOS DE PLANEJAMENTO: PPA; LDO e LOA

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Q2 (FCC – 2010 – MPA) O processo orçamentário encontra-se definido na Constituição de 1988, que estabeleceu como instrumentos de planejamento governamental

a) Lei do Plano Plurianual, Lei de Organizações Orçamentárias e Lei do Orçamento Plurianual.

b) Lei do Plano Anual, Lei de Diretrizes Orçamentárias e Lei do Orçamento Anual.

c) Lei do Plano Plurianual, Lei do Orçamento Plurianual e Lei de Organizações Orçamentárias.

d) Lei de Diretrizes Orçamentárias, Lei do Orçamento Plurianual e Lei do Plano Anual.

e) Lei do Plano Plurianual, Lei de Diretrizes Orçamentárias e Lei do Orçamento Anual.

Os instrumentos de planejamento são as leis do Plano Plurianual, Diretrizes Orçamentárias e Orçamento Anual.

Gabarito: E

Q3 (CESPE – 2015 – STJ) O orçamento, instrumento de planejamento de qualquer entidade pública, é utilizado para demonstrar o fluxo fixado de receitas e despesas.

O orçamento é um instrumento de planejamento de qualquer entidade pública, e ESTIMA A RECEITA e FIXA A DESPESA. Essa é uma pegadinha clássica. Os termos são bastante lógicos, uma vez que não é possível se fixar exatamente o montante que irá se arrecadar, e são cobrados nas provas de forma literal.

Gabarito: ERRADO

Q4 (CESPE – ANCINE – 2012) Consoante o princípio da periodicidade, o exercício financeiro corresponde ao período de tempo ao qual se referem a previsão das receitas e a fixação das despesas.

Como vimos, a Lei Orçamentária ANUAL corresponde ao exercício financeiro e estima (prevê) as receitas e fixa as despesas. Trataremos dos princípios em momento oportuno.

Gabarito: CERTO

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Q5 (CESPE – MJ – 2013) Acerca dos princípios orçamentários, da técnica e da classificação orçamentária, julgue os itens seguintes.

A técnica orçamentária adotada no setor público brasileiro é a do orçamento clássico, com ênfase no objeto do gasto, por meio da fixação da despesa sem vinculação ao planejamento.

Na próxima aula, trataremos dos tipos e técnicas de orçamento e a sua evolução. Contudo, já sabemos que o orçamento, conforme vimos no início da aula, é um plano de trabalho governamental, por meio da qual é externalizada a política do governo. Logo, está vinculado ao planejamento, por meio do Plano Plurianual e Diretrizes Orçamentárias.

Essa é uma das características dos conceitos modernos de orçamento público.

Gabarito: ERRADO

Q6 (IF-TO – 2015 – Adaptada) A Lei Orçamentária Anual compreende o orçamento fiscal, o orçamento de investimentos e o orçamento da seguridade social.

É correto afirmar que a Lei Orçamentária Anual tratará, também, da fixação da receita e estimativa da despesa.

Novamente a questão trouxe a inversão entre ESTIMATIVA da RECEITA e FIXAÇÃO da DESPESA.

Gabarito: ERRADO

A Lei orçamentária anual ESTIMA A RECEITA e FIXA A DESPESA para um período do ano.

Ela é o orçamento propriamente dito, em sentido estrito.

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1.2. ASPECTOS DO ORÇAMENTO

Muito bem, futuro servidor! Agora que já abordamos os conceitos iniciais do orçamento público, vamos aprofundar um pouco mais. De acordo com Giacomoni, principal referência doutrinária das bancas, o orçamento público possui distintas naturezas (ou aspectos), quais sejam:

Política →“Ao ver o orçamento como o resultado do processo de avaliação de demandas e de escolha entre alternativas ressalta-se a sua natureza política”. É a parte do orçamento que, como vimos, reflete o plano do governo, retrata a característica do grupo partidário com maior poder. Por exemplo: se um partido acredita mais em investimentos, mas outro, detentor da maioria do parlamento, prefere uma alocação maior em benefícios sociais, o orçamento privilegiará a característica de preferência deste último. Isso porque, como vimos, todos os instrumentos de planejamento – PPA; LDO e LOA (orçamento propriamente dito) são aprovados pelo Poder Legislativo.

Econômica →“se destacadas as questões fiscais – receitas, despesas, déficits e dívidas – é a natureza econômica que aflora”. É o aspecto que reflete a intervenção do Estado na economia, buscando racionalizar o gasto em busca dos melhores resultados para a sociedade.

Administrativa “Ver o orçamento como plano das realizações da administração pública é chamar atenção para o seu importante papel como instrumento de gestão, de administração”. Pessoal, se o orçamento está diretamente ligado ao planejamento, ele é um importante aliado e instrumento da administração na prestação de serviços à sociedade.

Jurídica →“Orçamento como a lei que estima a receita e autoriza tetos de despesa”. Pessoal, esse aspecto tem detalhes muito importantes, nos aprofundaremos nele no próximo tópico.

Financeiro “Ao antecipar os fluxos de arrecadação (de receita) e de pagamento (despesa), o orçamento é, portanto, um instrumento financeiro”.

Como o orçamento é aprovado, em regra, prevendo todas as receitas e fixando todas as despesas, é possível avaliar a situação do fluxo monetário, isto é, entrada de receitas e realização de despesas do governo. Isso evidencia a execução do orçamento. Servidor, veremos isso em mais detalhes mais à frente do curso, mas podemos adiantar que, ao ser aprovado mediante lei, o orçamento gera um crédito, da mesma forma como funciona um cartão de

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crédito com limite aprovado pelo banco. Na lei é definido um limite, e o órgão começa a realizar despesas, ou seja, executar o orçamento. Dessa forma, o dinheiro, cash, só entra em cena nesse momento. O importante de se saber agora é que existe uma grande diferença entre orçamento (crédito aprovado, limite de gasto) e execução (parte financeira, que envolve dinheiro).

Contábil →“Quando, por meio das contas, antecipa o resultado patrimonial e global da gestão.” Galera, aqui há diversos termos técnicos de contabilidade, mas o que o autor preceitua é que, assim como no aspecto financeiro, é possível se fazer uma previsão (antecipar) do resultado no campo contábil também, trazendo previsibilidade e servindo como instrumento de gestão, também, para o trato do patrimônio público.

Essas são as diversas naturezas tratadas pelo autor. Podemos acrescentar, ainda, o aspecto técnico, que representa o conjunto de regras técnicas e legais exigidas nas distintas etapas do ciclo orçamentário.

Q7 (FGV – 2013 – CONDER) Assinale a afirmativa que indica o aspecto orçamentário que se refere ao fluxo equilibrado entre a receita arrecadada e a despesa executada.

a) Aspecto orçamentário fiscal.

b) Aspecto orçamentário tributário.

c) Aspecto orçamentário contábil.

d) Aspecto orçamentário financeiro.

e) Aspecto orçamentário de competência.

Questões de múltipla escolha às vezes podem conter mais de uma resposta correta, ou nenhuma, e muitas vezes temos que escolher a

“menos pior” ou “mais certa”. No caso, o termo fiscal poderia estar de fato relacionado ao fluxo equilibrado entre receita e despesa. Porém, além de não ser citado diretamente na doutrina como um aspecto, caso fosse abordado no contexto econômico faltaria a característica de intervenção econômica.

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Gabarito: D

Q8 (UFRJ 2010) O aspecto econômico do orçamento constitui a apresentação das características do plano de governo ou programação de ação definido pelo partido que detém o poder.

Esse é o aspecto político do orçamento.

Gabarito: ERRADO

Q9 (FGV – 2013 – INEA-RJ) O orçamento é um instrumento utilizado para previsão de receitas e despesas. Na prática, sem a previsão orçamentária de receitas não há a possibilidade de realização de despesas.

Dadas as suas características, o orçamento é:

a) um elemento jurídico, político e econômico.

b) um elemento fiscal, contábil e econômico.

c) um elemento fiscal, político e financeiro.

d) um elemento fiscal, contábil e financeiro.

e) um elemento jurídico, fiscal e financeiro.

Galera, mesmo ponto da outra questão: fiscal. Essa, inclusive, poderíamos acertar mesmo que não soubéssemos a resposta através de uma técnica simples, basta ver que o elemento “fiscal” só não consta em uma resposta. Meio óbvio, não?

Gabarito: A

1.3. NATUREZA JURÍDICA DO ORÇAMENTO

Antes de retomarmos o conceito, precisamos saber a diferença das leis em sentido formal e material.

Quando tratamos dos aspectos formais de uma lei, não importa o conteúdo que a integra. Interessa-nos saber, portanto, se a lei seguiu o trâmite constitucional de aprovação das leis, se foi aprovada pelo órgão que detém a competência legislativa (no caso da União, o Congresso Nacional), pelo

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quórum necessário, entre outros. A nossa carta magna possui uma seção (VIII) inteira, do artigo 59 ao 69, tratando do processo legislativo.

Contudo, quando tratamos do sentido material de uma lei, não observamos os aspectos que a revestem, a forma como foi aprovada, o trâmite e os requisitos a que a norma foi submetida. Nesse caso, o que nos interessa é o seu conteúdo. Uma lei material é aquela que goza de abstração e generalidade, isto é, possui aplicabilidade indistinta, não é destinada a uma pessoa ou grupo específico. Um ato normativo pode ser materialmente legal ainda que não seja emanado de órgão detentor da competência legislativa, ou seja, externalizado mediante função atípica. O necessário é saber se o seu conteúdo possui abstração e generalidade.

Por fim, podemos então dizer que a LOA é formalmente legal. Isto porque é aprovada pelo Poder Legislativo sob a forma de lei ordinária e possui rito especial (próprio) definido na CF/88, assim como os outros instrumentos de planejamento (PPA e LDO). Veja alguns exemplos do texto constitucional que nos remetem a essa conclusão:

Com essa breve leitura, podemos ver que a CF prevê um rito próprio para as leis orçamentárias, diferente das comuns. Entraremos nesses detalhes quando formos estudar cada um dos instrumentos de planejamento em separado.

Art. 165. Leis de iniciativa do Poder Executivo estabelecerão:

I - o plano plurianual;

II - as diretrizes orçamentárias;

III - os orçamentos anuais.

ADCT, art. 35, § 2º. Até a entrada em vigor da lei complementar (essa lei ainda não existe) a que se refere o art. 165, § 9º, I e II, serão obedecidas as seguintes normas:

I - o projeto do plano plurianual, para vigência até o final do primeiro exercício financeiro do mandato presidencial subseqüente, será encaminhado até quatro meses antes do encerramento do primeiro exercício financeiro e devolvido para sanção até o encerramento da sessão legislativa;

II - o projeto de lei de diretrizes orçamentárias será encaminhado até oito meses e meio antes do encerramento do exercício financeiro e devolvido para sanção até o encerramento do primeiro período da sessão legislativa;

III - o projeto de lei orçamentária da União será encaminhado até quatro meses antes do encerramento do exercício financeiro e devolvido para sanção até o encerramento da sessão legislativa.

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• Sua execução não é obrigatória. Isso significa que o governo pode avaliar, segundo critérios de oportunidade e conveniência, se realiza ou não a

despesa. Ou seja, sua execução é discricionária.

Autorizativo

• Ao contrário do primeiro, nesse tipo, quando a despesa é consignada no orçamento, sua execução é

obrigatória.

Impositivo

Importante ressaltar que as leis orçamentárias, leis de efeitos concretos (pois não possuem abstração e generalidade), podem ser objeto de Ação Direta de Constitucionalidade (ADI) perante o STF. Isso ocorre apenas em virtude da sua forma (aprovação pelo Legislativo e sanção pelo executivo) de lei em sentido estrito.

Contudo, embora haja divergências doutrinárias, o orçamento não é materialmente legal. Entende-se que ele é apenas um pré-requisito para a realização das despesas, não cria direitos subjetivos, tão pouco tributos ou obrigações. A lei orçamentária estima a receita e fixa a despesa. É uma autorização para o dispêndio governamental. Mas o que significa tudo isso na prática? Vamos analisar novamente a definição da natureza jurídica de Giacomoni:

Natureza Jurídica →“Orçamento como a lei que estima a receita e autoriza tetos de despesa”.

Primeiramente, o termo “lei” nos remete ao fato de que o orçamento é uma lei propriamente dita, ou seja, é formalmente legal. Em segundo lugar, ele

“autoriza tetos de despesa”, mas não obriga a realização da despesa. A palavra autorizar não é utilizada à toa. No que tange a sua execução, o orçamento pode ser classificado de duas formas:

Orçamento brasileiro é considerado

autorizativo

. Dessa forma, o governo pode ponderar se realiza ou não o gasto, que deve estar autorizado até determinado limite (valor) na lei, por isso o termo “teto” utilizado pelo autor. É

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por isso que o orçamento, no Brasil, não é considerado materialmente legal, uma vez que não gera direitos, isto é, o fato de uma despesa estar autorizada na LOA não garante que ela será executada. Se há uma previsão (uma consignação) na lei para a construção de pontes, por exemplo, o governo não estará obrigado a construí-las, podendo avaliar se é oportuna e conveniente para o país a execução dessa despesa.

Porém, muito embora essa seja atribuição que a doutrina dá ao nosso caso, há despesas que são obrigatórias, as quais o governo não decide se as executa ou não, como por exemplo: salário dos servidores, emendas parlamentares obrigatórias, previdência pública, entre outros. Então é necessário ter muita atenção neste ponto. Verifique sempre se a questão apenas aborda a regra ou suas exceções.

Q10 (CESPE – 2012 – TJ-RR) O orçamento público fixado na Lei Orçamentária Anual não determina os gastos de modo impositivo ou obrigatório.

Já vimos que o nosso orçamento, via de regra, é autorizativo.

Gabarito: CERTO

Embora seja autorizativo, o nosso orçamento possui despesas obrigatórias, tais como: salário dos servidores, previdência, emendas parlamentares impositivas*

Estudaremos essas emendas em nível detalhado em aula específica, mas, em síntese, elas decorrem da Emenda Constitucional nº 86/2015, que define um percentual para que deputados e senadores proponham emendas ao orçamento que, uma vez aprovadas na lei, serão de execução obrigatória.

Essa é a famosa PEC do orçamento impositivo. Que, apesar do nome, NÃO TORNOU O ORÇAMENTO BRASILEIRO IMPOSITIVO.

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Q11 (CESPE – 2012 – ANAC) A LOA, que tem caráter impositivo, é composta pelos orçamentos fiscal, de investimentos e da seguridade social.

Pessoal, apesar de não termos visto ainda a composição da LOA (os orçamentos citados na questão), já podemos matar a questão. Nosso orçamento é autorizativo!

Gabarito: ERRADO

Q12 (CESPE – 2015 – Procurador do Município de Salvador – adaptada) A CF estabelece que a LOA possua caráter meramente autorizativo, ou seja, inexiste a obrigatoriedade de o Poder Executivo exaurir a verba orçamentária prevista nas diferentes dotações. Dessa forma, a CF não acolheu em seus dispositivos a hipótese de orçamento impositivo.

Servidor, veja bem: o primeiro trecho da questão está perfeito, mas, como vimos, a previsão do “orçamento impositivo” está prevista na CF, logo ela acolhe essa hipótese, veja só o que diz o art. 166:

§ 9º As emendas individuais ao projeto de lei orçamentária serão aprovadas no limite de 1,2% (um inteiro e dois décimos por cento) da receita corrente líquida prevista no projeto encaminhado pelo Poder Executivo, sendo que a metade deste percentual será destinada a ações e serviços públicos de saúde. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 86, de 2015)

§ 11. É obrigatória a execução orçamentária e financeira das programações a que se refere o § 9º deste artigo, em montante correspondente a 1,2% (um inteiro e dois décimos por cento) da receita corrente líquida realizada no exercício anterior, conforme os critérios para a execução equitativa da programação definidos na lei complementar prevista no § 9º do art.

165. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 86, de 2015)

Não se preocupe com os detalhes. Sei que é confusa a leitura, o intuito é apenas mostrar que essa despesa obrigatória (orçamento impositivo) está prevista na CF e se refere a uma pequena parte do orçamento, o que mantém a natureza autorizativa.

Gabarito: ERRADO

Q13 (CESPE – 2015 – MPOG) Acerca das normas e dos procedimentos relativos ao orçamento público no Brasil, julgue o item seguinte.

A autorização orçamentária para despesas discricionárias está condicionada ao atendimento prioritário das despesas obrigatórias, nos termos de disposições constitucionais e legais. Entre as despesas discricionárias, consideram-se

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prioritárias as destinadas a projetos, em detrimento das atividades e operações especiais.

Pessoal, questão boa! É claro que haverá prioridade no atendimento das despesas obrigatórias, uma vez que não podem deixar de serem cumpridas, com exceção das emendas parlamentares individuais em alguns casos, previstos na própria constituição, que veremos em aula específica. Contudo, não há prioridade de execução para as despesas discricionárias, uma vez que são executadas segundo a oportunidade e conveniência do governo, fator que caracteriza o orçamento autorizativo.

Gabarito: ERRADO

Pessoal, chamo a atenção que, com relação à obrigatoriedade de execução do orçamento (autorizativo ou impositivo) há uma grande divergência doutrinária no contexto mundial. Além disso, a emenda constitucional que convencionamos chamar de orçamento impositivo (que não tornou todo o orçamento obrigatório) é bastante recente e pode culminar em novas posições futuras com relação à natureza do nosso orçamento. Contudo, a provável maior referência brasileira no tema, James Giacomoni, em sua mais nova obra (2017), faz críticas à supracitada emenda. O ator apresenta diversas posições doutrinárias que majoritariamente atribuem ao Poder Legislativo a competência para autorizar a realização de gastos pelo Executivo, caracterizando o orçamento público como uma lei meramente formal, mas com conteúdo de ato (não cria direitos) administrativo. Ou seja, a doutrina mundial tem entendido que não cabe ao Poder Legislativo fazer imposições em matéria orçamentária, devendo apenas aprovar o planejamento do executivo e fiscalizar sua execução, mantendo-se, dessa forma, a função típica de ambos os poderes.

O renomado autor Baleeiro classifica as despesas contidas na LOA como fixas ou variáveis, sendo aquelas referentes às obrigatórias e estas às discricionárias, conforme as características que já vimos.

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Por fim, cabe dizer que o orçamento brasileiro é misto porque tanto Poder Executivo quanto Legislativo participam do seu ciclo. Em síntese, aquele elabora e executa o orçamento, enquanto este aprova e fiscaliza-o. Veja:

Q14 (CESPE – 2013 – TCE-RO) No Brasil, adota-se o orçamento misto, visto que sua elaboração é competência do Poder Executivo, e sua votação e controle são competências do Poder Legislativo.

Gabarito: CERTO

Q15 (CESPE – 2014 – TCDF) Denomina-se orçamento misto o orçamento público elaborado pelo Poder Executivo e que preveja que parte dos recursos seja executada por empresas do setor privado.

Galera, mais fácil que roubar doce de criança, né?

Gabarito: ERRADO

Q16 (COSEAC – 2017 – UFF) O orçamento público se caracteriza pela multiplicidade de aspectos: político, jurídico, contábil, econômico, financeiro, administrativo, etc. O seu conceito tem sido alterado ao longo do tempo, em decorrência das modificações de sua função, além de sua forma de elaboração, e tem relação com o regime de governo. Atualmente, o Brasil adota o orçamento do tipo:

A) executivo.

B) misto.

C) legislativo.

D) padronizado.

E) institucional.

O orçamento executivo seria aquele em que apenas esse poder é responsável por todas as suas etapas, já o legislativo possuiria a mesma sistemática, porém ele seria o detentor de tal competência.

Gabarito: B

A natureza jurídica do orçamento está diretamente ligada à obrigatoriedade de execução deste. Se tivéssemos um orçamento impositivo (completamente), teríamos uma lei tanto em sentido formal quanto material, uma vez que a obrigatoriedade de execução cria o direito de exigir a realização da despesa.

(18)

1.4. ORÇAMENTO NAS CONSTIUIÇÕES BRASILEIRAS

Agora que já vimos muitas características do orçamento, vejamos, sinteticamente, como eles foram moldados nas constituições pretéritas:

CONSITUIÇÃO CARACTERÍSTICAS ELABORAÇÃO APROVAÇÃO

Imperial

1824

Somente a lei poderia autorizar o gasto e tal lei deveria ser votada pelo parlamento

Em 1827 foi aprovada a primeira lei orçamentária, mas sua aplicação fracassou em virtude de diversas dificuldades.

Em 1830 foi publicado o primeiro orçamento brasileiro, que fixava a despesa e estimava a receita.

EXECUTIVO LEGISLATIVO

(ASSEMBLÉIA-GERAL)

Republicana 1891

* Apesar da competência da Câmara, a proposta partia informalmente do ministro da fazenda, que orientava a comissão parlamentar de finanças na elaboração.

* Criação constitucional do TCU

LEGISLATIVO

* Iniciativa da Câmara dos

Deputados

LEGISLATIVO

Outorgada 1934

* Pós revolução de 1930, expectativa de mudanças.

Resultado: concentração dos serviços a nível federal.

*O Legislativo encarregava-se do julgamento das contas do Presidente, com auxílio do TCU.

EXECUTIVO Presidente da

República

LEGISLATIVO

Estado Novo 1937

* Proposta elaborada pelo DASP – Departamento Administrativo do Serviço Público (Muito importante na matéria Administração Pública). Argumenta-se que, na verdade, o Conselho Federal nunca foi instalado e o orçamento sempre foi elaborado e decretado pelo Executivo.

EXECUTIVO CÂMARA DOS

DEPUTADOS E

CONSELHO FEDERAL (espécie de senado

com membros indicados pelo executivo)

Redemocratização

A constituição passou a prever princípios básicos:

EXECUTIVO LEGISLATIVO

(19)

Q16 (CESPE – 2015 – TCU) Com referência aos aspectos doutrinários e

históricos da administração financeira e orçamentária, julgue o item a seguir.

Considerando a evolução conceitual da terminologia usada em referência ao orçamento, o Brasil utilizou o orçamento legislativo, o executivo e o misto ao longo de sua história.

Pessoal, como vimos, experimentamos os três tipos de orçamento ao longo da nossa história, com atenção especial ao executivo, decorrente da Constituição do Estado Novo, que ocorreu efetivamente na prática, a despeito de sua estrutura prever a participação do legislativo.

Gabarito: CERTO

Q17 (CESPE – 2008 – MTE) Sabendo que, de acordo com a forma como o orçamento é elaborado e aprovado, há três tipos de orçamento — o legislativo, elaborado e aprovado apenas pelo Poder Legislativo; o executivo, em que a exclusividade da elaboração e aprovação é do Poder Executivo; e o misto, em que os dois poderes participam do processo orçamentário —, é correto afirmar que o Brasil já experimentou os três tipos de orçamento.

Mesma coisa da outra questão.

Gabarito: CERTO

1946

unidade, universalidade, exclusividade e especificação, além de evidenciar de forma clara o papel do Tribunal de Contas. (ainda estudaremos os princípios)

*com possibilidade de emendas, que acabaram saindo do

controle.

Regime Militar 1967

Retirou as prerrogativas do Legislativo quanto à iniciativa de leis ou emendas que criem ou aumentem despesas, inclusive emendas ao projeto de lei do orçamento. Dessa forma, o legislativo passou a ser um mero homologador do orçamento.

EXECUTIVO LEGISLATIVO

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2. QUESTÕES COMENTADAS

Q1 (FCC – 2011 – TER-AP) São instrumentos de planejamento do setor público, previstos na Constituição Federal e elaborados por leis de iniciativa:

A) do Poder Executivo: o plano plurianual, as diretrizes orçamentárias e os orçamentos anuais.

B) da Administração Direta e da Indireta: o plano plurianual, as diretrizes orçamentárias e os orçamentos fiscal, da seguridade social e das empresas estatais.

C) do Poder Executivo: o plano plurianual, as diretrizes orçamentárias e os relatórios Resumidos da Execução Orçamentária e Gestão Fiscal.

D) do Poder Executivo e Legislativo: os planos, orçamentos e as diretrizes orçamentárias e os relatórios Resumidos da Execução Orçamentária e Gestão Fiscal.

E) de qualquer um dos Poderes: o plano plurianual, as diretrizes orçamentárias e os orçamentos anuais.

Como já vimos, os instrumentos de planejamento do governo são: plano plurianual, diretrizes orçamentárias e orçamentos anuais. Note que a questão não os tratou como leis, mas todos eles são efetivamente e formalmente LEIS! Veja bem, esses instrumentos são comumente chamados da forma como a questão apresenta, não é necessário que sempre sejam referidos como leis.

Gabarito: A

Q2 (FCC – 2010 – MPA) O processo orçamentário encontra-se definido na Constituição de 1988, que estabeleceu como instrumentos de planejamento governamental

a) Lei do Plano Plurianual, Lei de Organizações Orçamentárias e Lei do Orçamento Plurianual.

b) Lei do Plano Anual, Lei de Diretrizes Orçamentárias e Lei do Orçamento Anual.

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c) Lei do Plano Plurianual, Lei do Orçamento Plurianual e Lei de Organizações Orçamentárias.

d) Lei de Diretrizes Orçamentárias, Lei do Orçamento Plurianual e Lei do Plano Anual.

e) Lei do Plano Plurianual, Lei de Diretrizes Orçamentárias e Lei do Orçamento Anual.

Os instrumentos de planejamento são as leis do Plano Plurianual, Diretrizes Orçamentárias e Orçamento Anual.

Gabarito: E

Q3 (CESPE – 2015 – STJ) O orçamento, instrumento de planejamento de qualquer entidade pública, é utilizado para demonstrar o fluxo fixado de receitas e despesas.

O orçamento é um instrumento de planejamento de qualquer entidade pública, e ESTIMA A RECEITA e FIXA A DESPESA. Essa é uma pegadinha clássica. Os termos são bastante lógicos, uma vez que não é possível se fixar exatamente o montante que irá se arrecadar, e são cobrados nas provas de forma literal.

Gabarito: ERRADO

Q4 (CESPE – ANCINE – 2012) Consoante o princípio da periodicidade, o exercício financeiro corresponde ao período de tempo ao qual se referem a previsão das receitas e a fixação das despesas.

Como vimos, a Lei Orçamentária ANUAL corresponde ao exercício financeiro e estima (prevê) as receitas e fixa as despesas. Trataremos dos princípios em momento oportuno.

Gabarito: CERTO

Q5 (CESPE – MJ – 2013) Acerca dos princípios orçamentários, da técnica e da classificação orçamentária, julgue os itens seguintes.

A técnica orçamentária adotada no setor público brasileiro é a do orçamento clássico, com ênfase no objeto do gasto, por meio da fixação da despesa sem vinculação ao planejamento.

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Na próxima aula, trataremos dos tipos e técnicas de orçamento e a sua evolução. Contudo, já sabemos que o orçamento, conforme vimos no início da aula, é um plano de trabalho governamental, por meio da qual é externalizada a política do governo. Logo, está vinculado ao planejamento, por meio do Plano Plurianual e Diretrizes Orçamentárias.

Essa é uma das características dos conceitos modernos de orçamento público.

Gabarito: ERRADO

Q6 (IF-TO – 2015 – Adaptada) A Lei Orçamentária Anual compreende o orçamento fiscal, o orçamento de investimentos e o orçamento da seguridade social.

É correto afirmar que a Lei Orçamentária Anual tratará, também, da fixação da receita e estimativa da despesa.

Novamente a questão trouxe a inversão entre ESTIMATIVA da RECEITA e FIXAÇÃO da DESPESA.

Gabarito: ERRADO

Q7 (FGV – 2013 – CONDER) Assinale a afirmativa que indica o aspecto orçamentário que se refere ao fluxo equilibrado entre a receita arrecadada e a despesa executada.

a) Aspecto orçamentário fiscal.

b) Aspecto orçamentário tributário.

c) Aspecto orçamentário contábil.

d) Aspecto orçamentário financeiro.

e) Aspecto orçamentário de competência.

Questões de múltipla escolha às vezes podem conter mais de uma resposta correta, ou nenhuma, e muitas vezes temos que escolher a

“menos pior” ou “mais certa”. No caso, o termo fiscal poderia estar de fato relacionado ao fluxo equilibrado entre receita e despesa. Porém, além de não ser citado diretamente na doutrina como um aspecto, caso fosse abordado no contexto econômico faltaria a característica de intervenção econômica.

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Gabarito: D

Q8 (UFRJ 2010) O aspecto econômico do orçamento constitui a apresentação das características do plano de governo ou programação de ação definido pelo partido que detém o poder.

Esse é o aspecto político do orçamento.

Gabarito: ERRADO

Q9 (FGV – 2013 – INEA-RJ) O orçamento é um instrumento utilizado para previsão de receitas e despesas. Na prática, sem a previsão orçamentária de receitas não há a possibilidade de realização de despesas.

Dadas as suas características, o orçamento é:

a) um elemento jurídico, político e econômico.

b) um elemento fiscal, contábil e econômico.

c) um elemento fiscal, político e financeiro.

d) um elemento fiscal, contábil e financeiro.

e) um elemento jurídico, fiscal e financeiro.

Galera, mesmo ponto da outra questão: fiscal. Essa, inclusive, poderíamos acertar mesmo que não soubéssemos a resposta através de uma técnica simples, basta ver que o elemento “fiscal” só não consta em uma resposta. Meio óbvio, não?

Gabarito: A

Q10 (CESPE – 2012 – TJ-RR) O orçamento público fixado na Lei Orçamentária Anual não determina os gastos de modo impositivo ou obrigatório.

Já vimos que o nosso orçamento, via de regra, é autorizativo.

Gabarito: CERTO

Q11 (CESPE – 2012 – ANAC) A LOA, que tem caráter impositivo, é composta pelos orçamentos fiscal, de investimentos e da seguridade social.

Pessoal, apesar de não termos visto ainda a composição da LOA (os orçamentos citados na questão), já podemos matar a questão. Nosso orçamento é autorizativo!

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Gabarito: ERRADO

Q12 (CESPE – 2015 – Procurador do Município de Salvador – adaptada) A CF estabelece que a LOA possua caráter meramente autorizativo, ou seja, inexiste a obrigatoriedade de o Poder Executivo exaurir a verba orçamentária prevista nas diferentes dotações. Dessa forma, a CF não acolheu em seus dispositivos a hipótese de orçamento impositivo.

Servidor, veja bem: o primeiro trecho da questão está perfeito, mas, como vimos, a previsão do “orçamento impositivo” está prevista na CF, logo ela acolhe essa hipótese, veja só o que diz o art. 166:

§ 9º As emendas individuais ao projeto de lei orçamentária serão aprovadas no limite de 1,2% (um inteiro e dois décimos por cento) da receita corrente líquida prevista no projeto encaminhado pelo Poder Executivo, sendo que a metade deste percentual será destinada a ações e serviços públicos de saúde. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 86, de 2015)

§ 11. É obrigatória a execução orçamentária e financeira das programações a que se refere o § 9º deste artigo, em montante correspondente a 1,2% (um inteiro e dois décimos por cento) da receita corrente líquida realizada no exercício anterior, conforme os critérios para a execução equitativa da programação definidos na lei complementar prevista no § 9º do art.

165. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 86, de 2015)

Não se preocupe com os detalhes. Sei que é confusa a leitura, o intuito é apenas mostrar que essa despesa obrigatória (orçamento impositivo) está prevista na CF e se refere a uma pequena parte do orçamento, o que mantém a natureza autorizativa.

Gabarito: ERRADO

Q13 (CESPE – 2015 – MPOG) Acerca das normas e dos procedimentos relativos ao orçamento público no Brasil, julgue o item seguinte.

A autorização orçamentária para despesas discricionárias está condicionada ao atendimento prioritário das despesas obrigatórias, nos termos de disposições constitucionais e legais. Entre as despesas discricionárias, consideram-se prioritárias as destinadas a projetos, em detrimento das atividades e operações especiais.

Pessoal, questão boa! É claro que haverá prioridade no atendimento das despesas obrigatórias, uma vez que não podem deixar de serem cumpridas, com exceção das emendas parlamentares individuais em alguns casos, previstos na própria constituição, que veremos em aula específica. Contudo, não há prioridade de execução para as despesas

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discricionárias, uma vez que são executadas segundo a oportunidade e conveniência do governo, fator que caracteriza o orçamento autorizativo.

Gabarito: ERRADO

Q14 (CESPE – 2013 – TCE-RO) No Brasil, adota-se o orçamento misto, visto que sua elaboração é competência do Poder Executivo, e sua votação e controle são competências do Poder Legislativo.

Gabarito: CERTO

Q15 (CESPE – 2014 – TCDF) Denomina-se orçamento misto o orçamento público elaborado pelo Poder Executivo e que preveja que parte dos recursos seja executada por empresas do setor privado.

Galera, mais fácil que roubar doce de criança, né?

Gabarito: ERRADO

Q16 (COSEAC – 2017 – UFF) O orçamento público se caracteriza pela multiplicidade de aspectos: político, jurídico, contábil, econômico, financeiro, administrativo, etc. O seu conceito tem sido alterado ao longo do tempo, em decorrência das modificações de sua função, além de sua forma de elaboração, e tem relação com o regime de governo. Atualmente, o Brasil adota o orçamento do tipo:

A) executivo.

B) misto.

C) legislativo.

D) padronizado.

E) institucional.

O orçamento executivo seria aquele em que apenas esse poder é responsável por todas as suas etapas, já o legislativo possuiria a mesma sistemática, porém ele seria o detentor de tal competência.

Gabarito: B

Q17 (CESPE – 2008 – MTE) Sabendo que, de acordo com a forma como o orçamento é elaborado e aprovado, há três tipos de orçamento — o legislativo, elaborado e aprovado apenas pelo Poder Legislativo; o executivo, em que a exclusividade da elaboração e aprovação é do Poder Executivo; e o misto, em

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que os dois poderes participam do processo orçamentário —, é correto afirmar que o Brasil já experimentou os três tipos de orçamento.

Mesma coisa da outra questão.

Gabarito: CERTO

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Lato Sensu

Stricto Sensu

3. MAPA MENTAL

Orçamento Público

Em seu sentido lato sensu, o orçamento é um instrumento de intervenção planejada que evidencia a política de trabalho e o plano do governo, mediante autorização legislativa para a realização de receitas e despesas, e é materializado pelos instrumentos de planejamento: Plano Plurianual (PPA); Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO); e Lei Orçamentária Anual (LOA).

Em sentido estrito, o orçamento é a Lei Orçamentária (Anual) – LOA - propriamente dita. Estudaremos, em momento oportuno, cada um dos instrumentos de planejamento, mas basta saber que há uma lei aprovada anualmente pelo Poder Legislativo, de inciativa do Poder executivo, que estima a receita e fixa a despesa para o período de um ano.

NATUREZAS (ASPECTOS)

POLÍTICA: reflete o plano de governo, a característica do grupo partidário com maior poder.

ECONÔMICA: evidencia a intervenção do Estado na economia

ADMINISTRATIVA: revela o orçamento como um instrumento de gestão.

JURÍDICA: abrange o orçamento como lei. No caso brasileiro, somente em sentido formal.

FINANCEIRA: reflete o fluxo de receitas e despesas.

CONTÁBIL: provê uma previsão do resultado geral do setor público.

TÉCNICA: representa o conjunto de regras técnicas e legais a que se submete o orçamento público.

REGIME DE EXECUÇÃO

AUTORIZATIVO

IMPOSITIVO

BRASIL Formalmente: Lei

Materialmente: Ato administrativo Lei ordinária e especial

HÁ DESPESAS OBRIGATÓRIAS, ex:

Salário servidores;

Orçamento Impositivo*;

Previdência;

*Refere-se à EC nº 86/2015 que torna uma pequena parte do orçamento, referente às emendas individuais à LOA, de execução obrigatória.

TIPO (ELABORAÇÃO)

EXECUTIVO

MISTO LEGISLATIVO

ATUAL, envolve a participação dos dois poderes.

* O Brasil já teve os três tipos.

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