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Os diversos tipos de família

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Academic year: 2022

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Apresentação

A paternidade é muitas vezes ofuscada pelo brilho da maternidade. Enquanto o pai é envolvido no ato criador, a mãe é totalmente comprometida na gestação da vida. O pai colabora, a mãe elabora e aprimora. O pai é mais paixão e razão. A mãe é puro amor. O pai é amizade e participação, segurança e proteção. A mãe é a brisa suave que acaricia, perdoa, esquece e apazigua.

O pai sofre calado e sempre quer o melhor para o filho.

A mãe é desvelo e carinho, e vive mais para o marido e para os filhos. O pai se sacrifica, renuncia a sua vontade e prioriza os interesses da família. Ambos, pai e mãe, são participantes da obra divina da criação.

Antes do anel episcopal há a aliança matrimonial, e sem esta não haveria padre e nem bispo. A própria Santíssima Trindade é uma família, onde as três Pessoas se interpenetram e são ligadas pelo amor. E esse amor é tão grande que o Pai resolveu mandar seu Filho, para que, por obra do Espírito Santo, nascesse também de uma família humana.

E nesse momento aparecem as figuras de José e Maria, que tangidos pelos desejos da Trindade Santa dão o seu sim para o nascimento de Jesus. Maria tornou- se um sacrário vivo, o mais perfeito que se poderia conceber, gestando a vida do Filho de Deus e seu próprio Filho em seu seio! José não foi simples coadjuvante, mas participante dessa triangulação e, embora o menos importante, era o líder da Família de Nazaré e o responsável pelo sustento do lar.

Família é coisa séria, e Deus não poderia ter criado

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religiosas, que primam pelo sacrifício, pela renúncia, pela oração sem cessar, não são um modelo perfeito de sociedade, visto que a sociedade familiar, com as figuras do pai, da mãe e dos filhos é obra-prima do amor divino!

E se a família é tudo isso que acabamos de escrever, por que as famílias hoje em dia estão sofrendo tanto e se desestruturando? As trevas não suportam a luz, e as forças do mal não podem ver uma família feliz.

Como numa orquestração tangida por atores diabólicos, a sociedade paganizada e ateia centraliza suas forças na destruição da família.

E que forças são essas que conseguem desviar a família de sua rota normal e sadia? A lista é enorme, mas podemos resumir nas seguintes: consumismo, egoísmo, sexo desvirtuado, pornografia, novelas que incitam a libido e exaltam os contravalores familiares, músicas fazendo o apanágio das drogas e ridicularizando a beleza da castidade, arrefecimento da vontade de rezar, abandono das práticas religiosas, competição, ciúmes.

E há solução? Sim, há solução, que passa, primeiramente, por um retorno aos valores que agregam, priorizando a ética, os bons costumes, a oração em família, o culto dominical a Deus, o perdão ilimitado, o serviço gratuito, a renúncia a pendores malévolos, a solidariedade, o amor fraterno e desinteressado.

Acompanhe comigo, caro leitor, esta abordagem que faço acerca de um assunto que nos é tão caro, e que Deus abençoe ricamente a sua família.

O Autor

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Os diversos tipos de família

O tipo de família vai determinar os frutos que serão colhidos. Muitos pais não falam sobre Jesus aos seus filhos, que, muitas vezes, nem são batizados. Não pode ser assim, principalmente numa época em que o materialismo permeia quase todas as estruturas. O consumismo é o deus do mercado. Ainda que não tendo necessidade, a pessoa compulsiva não se limita e vai às compras.

O que é família, sob a ótica cristã? Vamos ver se conse- guimos abordar esse tema com transparência, pois entendemos que nada é mais importante que a família.

Que o divino Espírito Santo nos ajude nesta empreitada.

O que é Família Cristã

A FAMÍLIA, formada de um homem e uma mulher, é:

1 - Igreja doméstica

Igreja doméstica é fazer de nosso lar uma primeira igreja, onde ensinamos os nossos filhos a cultuarem a Deus, através da transmissão que lhes devemos fazer da Palavra revelada, lendo a história da salvação para eles, ensinando-lhes as orações do Pai Nosso, da Ave Maria e outras. Mostrando-lhes o valor da fé, da esperança e da caridade e falando-lhes acerca dos mandamentos da lei de Deus e da Igreja.

Pensar que isso é obrigação da Igreja e deixar para as catequistas essa missão, poderá ser tarde demais. Assim como não perguntamos à criança se ela quer aprender a ler e a colocamos na escola, e mesmo antes de colocá-la na escola,

Capítulo 1

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Esta tarefa é primordial e as famílias não podem se esquivar de cumpri-la. Tornar a família uma igreja doméstica não é só quando os filhos são pequenos, mas a vida toda.

Mesmo que os filhos sejam adultos, eles saberão que aquela casa sempre foi uma igreja doméstica e continua sendo, e sentirão orgulho de seus pais por proporcionarem a seus filhos e netos um ambiente voltado para as coisas de Deus, portanto, cheio de fé e amor.

2 - Santuário da Vida

A vida deve começar num santuário de amor e de respeito e de preservação dos valores máximos. A vida não pode ter início fora da família, fora de casa, num ambiente promíscuo. Família é, pois, o lugar apropriado para gerar vida, daí ser chamada de santuário da vida.

Quando a vida se origina numa família cujos membros se amam e se respeitam, tem tudo para dar certo, pois encontrou ambiente propício para crescer. Muitas famílias se tornam santuário da vida, não só gerando filhos numa atmosfera de amor e carinho, como lhes ensejando um crescimento nesse mesmo nível.

A palavra chave é o amor. Quem ama, ainda que não saiba, tem todas as virtudes, visto que tudo se resume no amor. Os pais devem ter um carinho especial pelos filhos e vice-versa. Como é bonito quando os pais privilegiam o amor filial, adubando o coração e a mente de seus filhos para que vicejem de maneira sadia. Os filhos, sentindo-se amados e tendo a retaguarda dos pais, serão cidadãos integrais e não se desviarão do caminho reto.

3 - Escola da Fé

A família, sendo uma igreja doméstica e santuário da vida, vai ser também uma verdadeira escola da fé. A fé nasce no seio da família, portanto, para ser sustentável, a fé tem

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que ser apreendida na família. Há famílias que privilegiam a formação cristã de seus filhos, fazendo, conforme preconizado nos itens anteriores, mas, infelizmente, a grande maioria não faz de sua família uma escola da fé.

A formação religiosa não é prioridade para muitas famílias. Aqui está uma das causas da desestruturação das famílias. Os filhos não aprenderam com os pais as verdades reveladas, e esses pais, por sua vez, não herdaram de seus respectivos ascendentes essa formação.

É preciso quebrar esse círculo vicioso, de modo que as famílias sejam verdadeiras escolas da fé. Isso é penhor, garantia de felicidade. Uma família que é igreja doméstica, santuário da vida e escola da fé, acaba sendo uma sementeira de pessoas crentes em Deus e honestas. Façamos de nossa família uma escola da fé, amando-nos, perdoando-nos e conhecendo a doutrina cristã.

4 - Maravilha da Criação

Deus não poderia ter criado nada mais bonito que a família, por isso ela é chamada de maravilha da criação. O homem e a mulher, cumprindo a determinação de Deus, geram os filhos, fruto de um amor intenso. Se o homem é a segurança, a mulher é a paz, a abnegação, e os filhos a alegria do casal.

A Santíssima Trindade é um exemplo para as famílias.

Quem é o mais importante da Trindade Santa? Todos são iguais. Quem é o mais importante numa família? Todos são iguais. Não se discute a importância de cada um, já que a atribuição de funções é automática.

Não há necessidade de falar ao pai que ele precisa trabalhar para o sustento do lar, nem é necessário falar à mãe que ela precisa cuidar das tarefas da casa (diretamente ou através de terceiros), nem é preciso falar para os filhos que eles devem cumprir seus deveres, pois tudo isso é uma decorrência lógica do dia a dia.

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5 - A mais bela comunidade de amor

Se a família é a maravilha da criação, é, também, a mais bela comunidade de amor. Há muitas comunidades no mundo, mas nenhuma supera a comunidade familiar. As comunidades monásticas são belas e dignas de todo respeito, falta-lhes, contudo, a figura feminina em alguns casos, e, em outros, a figura masculina, pois a comunidade perfeita é aquela composta de um homem e uma mulher.

Esta definição é uma consequência da anterior, ou seja, maravilha da criação. E por ser maravilhosa é, também, a mais bela comunidade de amor. São José não era o mais importante na família de Nazaré, mas era o chefe, encarregado de prover o lar do necessário, Nossa Senhora cuidava da casa e da educação do Menino Jesus, que, por sua vez, se portava de uma maneira tão edificante que deixava os pais muito alegres, mas também pensativos.

A família de Nazaré é um exemplo para todas as famílias.

Oxalá imitássemos um pouquinho as virtudes de Jesus, Maria e José! Para ser a mais bela comunidade de amor é necessário que seus membros se amem, se perdoem, se ajudem, orem em comum, exerçam a solidariedade e vão à casa de Deus todos os domingos.

Começamos com a família como igreja doméstica, passamos para santuário da vida, depois, escola da fé, em seguida, maravilha da criação, e agora, a mais bela comunidade de amor. Será que ainda há alguma coisa a dizer sobre família?

6 - Partilha de bens

Os filhos aprendem a partilhar no seio da família. Se a família não é unida e cada um puxa de um lado, não há partilha de bens. Quando determinado membro da família sofre, todos sofrem com ele; quando se alegra, todos se alegram com ele;

quando necessita de amparo psicológico, todos querem ajudá- lo nesse sentido; quando precisa de emprego, todos se

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esmeram em lhe procurar uma colocação; quando precisa de dinheiro, todos se cotizam para ajudá-lo.

A esta altura de nossos comentários acerca da família, os leitores poderão ficar perplexos e dizer: “família com esses predicados não existe!” Confesso que são poucas, mas elas existem. E não é por isso que a norma deve ser modificada. O paradigma é este e vai ficar consignado em nosso coração e em nossa mente para nos servir de modelo.

Atingir essa meta, esse estado de perfeição não é fácil.

Mas, se desde o início, a família incorporou os predicados atrás assinalados, de igreja doméstica, santuário da vida, escola da fé, maravilha da criação, a mais bela comunidade de amor, incorporar, agora, a partilha de bens não é difícil.

7 - Escola de solidariedade

Se os membros da família exercem a partilha entre si, não terão dificuldade de assumir a solidariedade com terceiros.

Se a família se fecha em si mesma, se seus membros não são unidos, por certo se afastarão da solidariedade.

Os filhos devem ver nos pais exemplos de solidariedade e não de consumismo! Quer me parecer que, ultimamente, o que mais se vê nas famílias é o excesso de consumo descartável. Famílias há que se sacrificam para ostentar uma aparência de que são carecedoras, ou seja, endividam-se para mostrar que têm posses. E como isso é um falso-brilhante!

Quando se tem cultura não é preciso falar que se tem, as pessoas percebem; quando se tem posses, não é preciso falar, os outros sabem muito bem. Daí inferir-se que o melhor é ser sincero, autêntico, pagar tributo à solidariedade e fugir do consumismo e eliminar o supérfluo.

Se ao invés de gastar dinheiro em ostentação, a família canalizasse recursos para os mais necessitados, estaria dando um exemplo monumental de amor ao próximo, de solidariedade. Os filhos precisam crescer sendo solidários, e

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8 - 1ª Escola de valores sociais

Há algumas definições que são sinônimas, justamente para fortalecer o assunto. Partilha, escola de solidariedade e primeira escola de valores sociais parecem ser a mesma coisa.

Se a nossa sociedade não vai indo bem é porque as pessoas não aprenderam os valores sociais na família. E se esta é a pátria ampliada, o que estamos vendo de corrupção, violência, pornografia, consumismo, sinaliza que as famílias não priorizaram e não priorizam os valores sociais.

Os parlamentares, membros do poder judiciário e executivo, se não primam pelo devotamento à causa social, é porque não aprenderam a partilhar no seio da família. Se fizéssemos uma regressão para saber o porquê do procedimento de certas elites, veríamos que não tiveram uma base familiar voltada para os valores sociais.

Enquanto é tempo, a partir de agora, deixemos de ser consumistas, abandonemos a ostentação e comecemos a partilhar, a ser solidários, dando, assim, prioridade aos valores sociais e não aos valores individuais.

9 - A mais sagrada das instiuições

Há muitas instituições civis, militares, religiosas, mas a mais sagrada de todas é a instituição família. Ela é tão importante que os meios de comunicação social procuram destruí-la, fragilizá-la, de sorte que se tornem vítimas de suas doutrinas espúrias e altamente consumistas.

Estamos observando a prevalência de contravalores disseminados à vontade na sociedade, atingindo frontalmente os valores éticos, de tal modo que estes parecem ser errados e aqueles certos! E ai de quem ouse contestar essa paranoia!

Em uníssono, alguns meios de comunicação gritam que quem não aceita as inversões de valores é ultrapassado!

Não, meus amigos, não permitamos que nossas famílias absorvam veneno de rato diariamente, que nos é destilado pela televisão, internet, rádio, jornais, revistas, etc. Saibamos

Referências

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