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REFLEXÕES SOBRE O BULLYING

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Academic year: 2022

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1 REFLEXÕES SOBRE O BULLYING

Jaciara Pereira Soares1 Lauana dos Reis Lopes2 Eliene Nery Santana Enes 3

RESUMO

O tema bullying assume pauta de discussão nas escolas. A identificação dessa problemática apresenta-se como um ponto importante para que as escolas possam encontrar meios para prevenção. O presente artigo tem como objetivo compreender sobre esse fenômeno e discutir a prevenção no ambiente escolar.

Pretendemos nesse estudo de revisão bibliográfica, abrir espaço para reflexão sobre a temática e contribuir na busca de ações práticas para prevenção.

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Palavras - chave: bullying, escola, prevenção.

INTRODUÇÃO

O fenômeno bullying não é um acontecimento novo na sociedade, vem sendo praticado há muito tempo, mas, não se dava a devida atenção por falta de informações e por considerar que se tratava de brincadeiras da própria idade. Já o termo “bullying” é recente e tem se apresentado como um grande problema social e escolar, chamando a atenção de educadores e outros profissionais. Essa temática foi pensada como tema de TCC no nosso percurso de graduação de Licenciatura em Pedagogia, quando nas disciplinas do currículo, discussões sobre problemas de aprendizagem, comportamento e violência no espaço escolar se colocavam em debate. Outro momento de afirmação da escolha da temática foi a nossa participação em uma palestra

1 Graduanda do curso de Pedagogia da Universidade Vale do rio Doce- UNVALE.

jaciaragv@hotmail.com

2 Graduanda do curso de Pedagogia da Universidade Vale do rio Doce- UNVALE.

lopeslauana@hotmail.com

3 Mestre em Gestão Integrada do Território. Professora do curso de Pedagogia da UNIVALE.

eliene.nery@yahoo.com.br

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2 (2017), ministrada pelo Promotor de Justiça do Ministério Público do Estado de Minas Gerais, Lélio Braga Calhau, autor do livro “Bullying, o que você precisa saber: Identificação, prevenção e repressão”. Em sua palestra, Calhau falou sobre o conteúdo do seu livro, destacando alguns tipos de bullying e sobre os atendimentos prestados ás vítimas desse fenômeno.

As perguntas iniciais do nosso estudo são: o que é o bullying? Quais tipos de agressão e violência são considerados bullying? Como o bullying se manifesta na escola? Como o bullying impacta na autoestima do aluno? Como a escola enfrenta a situações de bullying? A partir dessas questões levantadas em nosso pré-projeto de TCC, buscamos leituras em CALHAU (2009), CHALITA (2008), FANTE (2005) e PEDRA (2008), dentre outros, que apresentam estudos sobre o tema.

O presente artigo tem como objetivo compreender as concepções sobre o bullying e refletir sobre as consequências desse fenômeno na autoestima do aluno e como esse problema é enfrentado nas escolas. Para alcançar nossos objetivos realizamos uma revisão bibliográfica em autores que discutem a temática.

O QUE É O BULLYING ?

A expressão “bullying” tem sido atualmente muito utilizada para se referir às atitudes hostis, agressivas e violentas que ocorrem de modo sistemático nas relações interpessoais. O bullying está presente no trabalho, na família e na comunidade, que acontece e pode acontecer em muitos contextos sociais.

Bullying, de acordo com Fante (2005), é um termo inglês que se origina da palavra bully que significa brigão, valentão, tirano e indica comportamentos agressivos, antissociais, repetitivos e intencionais, praticados por uma ou mais pessoas.

Chalita (2008), também explica que o termo bullying é um verbo derivado do adjetivo inglês bully, que significa valentão, tirano; e designa o hábito de usar superioridade física para intimidar, amedrontar e humilhar outra pessoa.

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3 A Associação Brasileira Multiprofissional de Proteção à Infância e à Adolescência (ABRAPIA) expressa como situações de bullying: colocar apelidos, ofender, zoar, gozar, escarnar, humilhar, fazer sofrer, descriminar, excluir, isolar, ignorar, intimidar, perseguir, assediar, aterrorizar, amedrontar, dominar, agredir, bater, chutar, empurrar, ferir, roubar e quebrar pertences.

O bullying é um fenômeno que parece ser simples, muitas vezes se passa por uma brincadeira, mas devido as suas consequências, podem provocar alguns transtornos nas vítimas, causando nelas dificuldades de interação social, baixa autoestima, sentimentos depressivos e diminuição do rendimento escolar, entre outras consequências afetivas.

Fante (2005) afirma que é na escola e no trabalho onde ocorre a maioria das situações de bullying, levando o indivíduo á atitudes inesperada, chagando às vezes ao suicídio. A autora explica que para ser considerada a existência de bullying é preciso constatar reincidência de três ou mais agressões.

Caracteriza-se como um comportamento repetitivo, intencional, agressivo, sem motivo aparente. O comportamento é exercido numa relação de poder desigual, sendo a vítima intimidada e considerada pelo opressor, como fraca e indefesa, que não revida e silencia.

A autora aponta como participantes do bullying quatro grupos:

agressores, vítimas, expectadores passivos e as vitimas–agressoras.

O agressor é aquele que vitimiza os mais fracos. Frequentemente, é membro de família desestruturada, em que há pouco ou nenhum relacionamento afetivo. Muitas das vezes esse agressor bate, fala mal, puxa o cabelo, belisca, prende a pessoa em algum lugar ou realiza outro ato violento por um pequeno motivo ou sem motivo algum.

A vítima, normalmente se apresenta mais fraca podendo ser mais novo e fisicamente inferior ao agressor, é escolhida aleatoriamente sem motivo especial e sem nenhuma explicação.

Fante e Pedra (2008) lembram que a maioria dos alvos no bullying são aqueles alunos considerados pela turma como diferentes. São tímidos, retraídos, passivos, submissos, com dificuldade de defesa, de expressão e de relacionamento.

Esses alvos geralmente são aquelas pessoas que não possuem muita habilidade para sua socialização, normalmente são tímidas, de aparência física

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4 frágil ou então possuem alguma “marca”, a qual tem grande destaque para os agressores, como exemplo, são gordinhas ou magrelas, muito altas ou muito baixas, possuem algum tipo de deficiência física, manchas na pele como sardas, nariz ou orelhas grandes ou pequenas demais, usam roupas que não estão na moda, e apresentam diversidade na descendência, classe social e econômica ou ate mesmo diferente opção sexual.

O terceiro grupo é formado pelos expectadores passivos ou testemunhas silenciosas, que ao mesmo tempo, são de certa forma, vítimas e testemunhas dos fatos. A grande maioria não concorda com as agressões, mas ficam em silencio, pois têm medo dos agressores.

Por fim, o grupo das vítimas-agressoras que para Calhau (2009), são pessoas que foram vitimizadas pelo bullying e passaram a ser agressoras de outras pessoas. Aprenderam o comportamento desse fenômeno e, por algum motivo (ex: deixaram de serem alvos) passaram a reproduzir o comportamento e agredir outras pessoas. Adotam as atitudes de intimidação das quais foram vitimas ou apoiam explicitamente os que assim procedem. Em casos extremos, são aqueles que chegam a utilizar-se de armas, matam e ferem o maior numero possível de pessoas e dão fim à própria existência.

Sabemos que todos os tipos de agressões geram sofrimentos e consequências, que interferem diretamente no processo de aprendizagem e na socialização, consequentemente ocasionando sequelas emocionais às vítimas.

Dependendo da intensidade do sofrimento vivido em consequência do bullying, a vítima poderá desenvolver reações intrapsíquicas, como sintomatologias de natureza psicossomática: enurese, taquicardia, sudorese, insônia, cefaleia, dor epigástrica, bloqueio dos pensamentos e do raciocínio, ansiedade, estresse e depressão, pensamentos de vingança, e de suicídio, bem como reações extra- psíquicas, expressas por agressividade, impulsividade, hiperatividade, e abuso de substancias químicas (FANTE, 2005, p. 80).

No ambiente escolar a vítima sofre das mais variadas formas, causando em si outras consequências pessoais, que serão prejudiciais a si mesma futuramente. Prejudicando-o no seu ambiente de trabalho, no seu convívio social e no seu âmbito familiar. Nos casos mais graves, sem o acompanhamento necessário, as vitimas chegam a cometer suicídio ou atacar outras pessoas de forma violenta.

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5 Em relação ao agressor, Fante (2005), destaca:

O agressor (de ambos os sexos) envolvido no fenômeno estará propenso a adotar comportamentos delinquentes agressão sem motivo aparente, uso de drogas, porte ilegal de armas, furtos, indiferenças à realidade que o cerca, crença de que deve levar vantagem em tudo, crença de que é impondo-se com violência que conseguira obter o que quer na vida (FANTE, 2005, pág. 81).

O objetivo de criar programas antibullying nas escolas é também para acolher e ajudar o agressor. Antes de qualquer coisa é essencial que a escola não o julgue e permita que ele expresse seus sentimentos, evitando punições.

Muitas vezes sua fala é surpreendente e revela problemas em casa, medos, vergonhas e acontecimentos traumáticos. Para se defender e tentar revidar o que o agride, ele ataca os colegas.

Compreendemos nessas leituras iniciais, a complexidade do bullying e a importância dessa discussão e reflexão na escola, envolvendo pais, estudantes, professores e mais profissionais nesse contexto escolar.

BULLYING NA ESCOLA: PREVENÇÃO

A escola é um espaço cuja principal função é o desenvolvimento das potencialidades físicas, cognitivas e afetivas do indivíduo, capacitando-o a tornar um cidadão participativo na sociedade em que vive. A função básica da escola é garantir a aprendizagem de conhecimento, habilidades e valores necessários à socialização do indivíduo. Nesse espaço de formação e construção de cidadania, o fenômeno bullying tornou-se foco de preocupação e interesses de estudos, por ser considerado um problema social grave e complexo que atinge os alunos e os professores, que são considerados pelos estudiosos como os protagonistas privilegiados para realização de ações e projetos de prevenção ao bullying.

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6 Consideramos urgente, que a escola se envolva na formação dos professores para atuarem na prevenção do bullying. Esse trabalho requer ações muito bem planejadas e um entendimento dos educadores de que, as agressões, sejam continuações das brincadeiras ou violência expressa, não podem ser consideradas como comuns no ambiente escolar.

Em nossas práticas do curso de Pedagogia, nos Estágios Supervisionados, em leituras de Projetos Políticos Pedagógicos, inserções nos espaços em visitas técnicas, etc., não encontramos nenhuma alusão de ações de prevenção e discussão sobre o bullying, o que preocupa.

Formar bons profissionais na área da educação implica repensar aspectos relacionados não apenas aos cursos de formação inicial (licenciaturas), como também aspectos relativos à formação continuada, trabalho pedagógicos e praticas em sala de aula.

Encontramos, em nossa pesquisa de revisão bibliográfica, a Lei nº 13.185, de 6 de novembro de 2015, conhecida como “Lei do Bullying”, aprovada pelo Senado Federal. Dentre os artigos vigentes da referida lei, destacamos o artigo 4º que indica objetivos do Programa:

II - capacitar docentes e equipes pedagógicas para a implementação das ações de discussão, prevenção, orientação e solução do problema;

IV - instituir práticas de conduta e orientação de pais, familiares e responsáveis diante da identificação de vítimas e agressores;

VI - integrar os meios de comunicação de massa com as escolas e a sociedade, como forma de identificação e conscientização do problema e forma de preveni-lo e combatê-lo;

IX - promover medidas de conscientização, prevenção e combate a todos os tipos de violência, com ênfase nas práticas recorrentes de intimidação sistemática (bullying), ou constrangimento físico e psicológico, cometidas por alunos, professores e outros profissionais integrantes de escola e de comunidade escolar.

A Lei ainda estabelece que sejam realizadas campanhas educativas e fornecida assistência psicológica, social e jurídica às vítimas e aos agressores, confirmando que não é apenas a escola a responsável pela prevenção ao bullying, o governo também deve se responsabilizar através de políticas

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7 públicas para o combate desse tipo de violência que resulta em casos de agressão e humilhação.

A Lei nº 13.277, de 29 de Abril de 2016 institui o dia 7 de abril como o Dia Nacional de Combate ao Bullying e à Violência na Escola.

Entendemos que a Lei do Bullying dá direção preventiva e sistematização para campanhas e projetos educativos nas escolas e outros espaços sociais, visto que as situações desse acontecimento tem afetado a convivência de estudantes.

Em alguns países já existem programas com o intuito de prevenir este fenômeno e todo tipo de violência nas escolas. Encontramos em Fante (2005), indicação de projetos que foram desenvolvidos em diversos países; citamos entre outros, a Espanha e Irlanda.

Na Espanha nos últimos dez anos, universidades com o incentivo do Ministério de Educação e Ciência, vêm desenvolvendo investigações e ações de prevenção ao bullying por meio de campanhas e programas. Um deles o Sevilha contra a Violência Escolar (SAVE), criado pela universidade de Sevilha.

O projeto tem como objetivo desenvolver a educação de sentimentos e valores e a melhor convivência e relações interpessoais.

Na Irlanda em 1993, foi lançado o Programa Educativo da Companhia de Teatro Sticks and Stones, visando aumentar a conscientização do fenômeno por meio de representações teatrais para a escola. A representação mostra cenas com movimentos, mímicas, músicas e danças, objetivando auxiliar as escolas a enfrentarem o problema de forma efetiva.

No Brasil, o tema violência começou a fazer parte das discussões nas escolas. Nesse sentido, na cidade do Rio de Janeiro, a ABRAPIA (Associação Brasileira Multiprofissional de Proteção à Infância e à Adolescência) entre 2002 e 2003, em parceria com a Petrobras social, desenvolveu em conjunto com 11 escolas o Programa de Redução do Comportamento Agressivo entre Estudantes. Seu objetivo era diagnosticar as situações de bullying entre os alunos da educação básica, participantes do programa, traçando os indicadores de prevalência e identificando os tipos mais comuns.

Encontramos em nossa pesquisa as cartilhas, “Bullying não é legal” do Ministério Publico de São Paulo, e “Diga não ao bullying, zoação e violência

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8 não são brincadeiras”, cartilha da campanha contra o bullying, do Ministério Público de Minas Gerais.

Em nossa cidade, Governador Valadares, as discussões e ações sobre o bullying têm o apoio do promotor público do Estado de Minas Gerais, Lélio Braga Calhau, que há mais de dez anos discute a temática com ações de prevenção nas escolas. Uma dessas ações direcionadas para a comunidade que aconteceu no dia 22 de Agosto de 2018, uma parceria do curso de Pedagogia da Univale - uma mesa redonda – que teve como convidados, um psicólogo e três escolas do município: uma municipal, uma estadual e uma da rede privada. As escolas apresentaram projetos de combate ao bullying. Na sequência, Dr. Lélio ministrou uma palestra esclarecendo a responsabilidade legal das escolas em fazer a prevenção do bullying. O promotor de justiça aborda o assunto há mais de dez anos. Formado em Psicologia pela Univale, ele lançou, durante o evento, a quarta edição do livro “Bullying: o que você precisa saber”, pela editora D’Placido. Para ele, o foco da resolução não deve ficar apenas nos adultos.

Citamos também, o Programa Educar pela Paz, que foi pioneiro em prevenção em nosso país, desenvolvido nas escolas públicas de São José do Rio Preto (SP), composto de estratégias psicopedagógicas e socioeducacionais que visam à intervenção e a prevenção da violência na escola, com foco específico do bullying na escola.

Outro estudo nacional é conduzido por profissionais do Grupo de Estudo e Pesquisas em Educação Moral – GEPEM –Unicamp, do Departamento de Psicologia da Educação da Unesp/Araraquara, que desenvolve ações preventivas entre os estudantes.

Placco (2002) confirma a prevenção no ambiente escolar como privilegiada:

A escola pode atuar na prevenção à utilização da violência por meio de projetos que considerem como ponto de partida a vulnerabilidade dos jovens, que mobilizem os professores em torno de uma tarefa coletiva, que se utilizem dos vínculos da escola com a comunidade, valorizando especialmente a participação dos pais (PLACCO, 2002, p.364).

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9 O trabalho de prevenção requer formação de professores e planejamento de ações. Já sabemos que o bullying não é uma brincadeira inocente.

Encontramos em nossa pesquisa, um levantamento indicativo de livros relacionados ao bullying, uma sugestão da Secretaria de Desenvolvimento Regional e Gerência de Educação do Estado de Santa Catarina “Literatura Infantil Juvenil relacionado ao Bullying, Valores, Diversidade”.

Citamos alguns títulos que consideramos interessantes, entre outros o livro “Pinote o fracote e Janjão, o fortão”, de Fernanda Lopes de Almeida. Uma boa história para se trabalhar o bullying com as crianças, a autora apresenta de uma ótima maneira o problema de relações assimétricas tão comuns entre crianças e jovens. O livro pode provocar reflexões interessantes e apresentar como o bullying acontece no dia a dia das crianças.

“Laís, a fofinha” de Walcyr Carrasco, trata de maneira sutil e adequada às crianças, temas atuais e preocupantes como autoestima, bullying e obesidade infantil, por meio da história de uma menina gordinha que sofre com gozações e apelidos dos colegas da escola. Faixa etária a partir de 5 anos.

"Brincadeiras" que fazem chorar! Introdução ao Fenômeno Bullying de Carolina Giannoni Camargo, é um guia prático que permite aos pais conhecerem de forma clara e objetiva o que é bullying e como identificar se seus filhos estão envolvidos com o fenômeno. Também ajuda a refletir sobre a atuação dos pais na educação das crianças nos dias de hoje.

Fante (2005) oferece algumas pistas para a prevenção do bullying, que consideramos de ajuda na construção de ações e projetos.

a) Na escola:

Organizar os recreios gincanas e brincadeiras como estratégias para estabelecer aproximação e relações de confiança;

Capacitar professores e funcionários para melhorar o ambiente escolar (reuniões de estudos sobre o problema e discutir como formar um ambiente em que todos possam se responsabilizar pelas ações).

Traçar ações com os pais: planejar sensibilização em que os pais possam se sentir acolhidos e motivados a trabalhar em parceria com a escola.

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Providenciar apoio e proteção para as vitimas, ouvindo-as e tomando providências cabíveis.

b) Medidas para aplicar em sala de aula:

Estabelecer, coletivamente, regras contra o bullying.

Buscar soluções conjuntas para situações que se apresentem e estimular o debate sobre o tema em sala de aula.

Criar dispositivos de responsabilização pelo que cometeu com a vítima.

Utilizar metodologias para diferentes aulas: filmes, palestras com especialista, literatura.

c) Medidas aplicadas individualmente:

Conversa do professor ou mediador com a vítima: O que podemos fazer para resolver essa situação? O que posso fazer para ajudar?

Conversa do professor ou mediador com o autor: o que você pode fazer para que isso não aconteça mais? Como você poderá reparar seu erro, de desrespeitar o colega?

Conversa do diretor da escola: Como propor medidas em que a ética (e suas relações, ou seja, os conflitos interpessoais) seja uma questão importante a ser vista nas aulas?

Reunião com os pais das vítimas e dos autores, separadamente, para discutir o problema. (FANTE, 2005.).

É muito importante, ao planejar ações que a comunidade escolar esteja consciente da existência do fenômeno e, sobretudo, das consequências advindas desse tipo de comportamento. Reafirmamos o que diz Fante (2005), bullying não é brincadeira.

Para que se possam desenvolver estratégias de intervenção e prevenção ao bullying em uma determinada escola, é necessário que:

A conscientização e a aceitação de que o bullying é um fenômeno que ocorre, com maior ou menor incidência, em todas as escolas de todo o mundo, independentemente das características culturais, econômicas e sociais dos alunos, e que deve ser encarada como fonte geradora de inúmeras outras formas de violências são fatores decisivos para iniciativas para iniciativas bem-sucedidas no combate á violência entre escolares (FANTE, 2005, p. 91).

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11 CHALITA (2008) chama a atenção de pais, professores e educadores para as consequências do bullying, um problema que cresce no mundo inteiro, e a necessidade de enfrentar o problema. O papel do educador, na visão do autor, não é apenas o de conselheiro, mas também aquele que acende uma luz na escuridão para esse aluno.

A identificação precoce do bullying pelos responsáveis (pais e professores) é de suma importância. As crianças normalmente não relatam o sofrimento vivenciado na escola, por medo de represálias e por vergonha. A observação dos pais sobre o comportamento dos filhos é fundamental, bem como o diálogo franco entre eles. Os pais não devem hesitar em buscar ajuda de profissionais da área psicológica, para que seus filhos possam superar traumas e transtornos psíquicos.

CONCLUSÃO

Com a escrita do artigo, aprendemos a importância de respeitar e trabalhar as singularidades de cada sujeito, incluir no projeto pedagógico da escola temas transversal que vai além de transmitir só o conteúdo curricular. No ato de escrever, tivemos muita dificuldade em encontrar para a nossa pesquisa bibliográfica autores que debatem o assunto. Mesmo sendo um fenômeno antigo, ainda há restrições para falar no assunto, pois, é de pouco conhecimento no âmbito social e até mesmo escolar.

Mas, foram muitos os ganhos com a nossa escrita, mesmo sendo nosso primeiro artigo, como futuras pedagogas pretendemos expandir os nossos conhecimentos, levando até as escolas através das leituras e pesquisas, meios de prevenir e combater esse fenômeno. Com isso podemos permitir que as nossas crianças não sejam vitimas dessas barbáries.

Para concluir foi possível verificar que o bullying apresenta diferentes consequências na autoestima do aluno, tanto na vitima quanto no agressor.

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12 Os trabalhos que visam à prevenção e redução do bullying devem ser estruturados conforme o projeto pedagógico da escola, visando sempre à participação de alunos, pais e comunidade.

A escola desempenha um papel de grande importância no desenvolvimento social de crianças e adolescentes e não pode ser considerada apenas como um espaço destinado à aprendizagem formal ou ao desenvolvimento. Portanto, a escola precisa se transformar, adaptar-se à realidade e às demandas culturais atuais e atuar no sentido de prevenir e controlar o bullying, assim como outros comportamentos interativos inadequados e prejudiciais ao desenvolvimento, e não funcionar como um agente mantenedor do sofrimento psicológico dos envolvidos nessas situações.

Queremos referir que consideramos que esta temática e problemática não deveria ser ignorada, as informações transmitidas é que muitas são as vitimas silenciosas que mais tarde se revelam. O ignorar a existência de um problema desta índole poderá traduzir-se em dificuldades acrescidas quer para alunos, quer para o contexto escolar em si. O importante é conseguir fazer com que todos os seus intervenientes consigam percepcionar que existem outras formas de agir perante a presença da violência em contexto escolar.

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13 REFERÊNCIAS

ABRAPIA - Associação Brasileira Multiprofissional de Proteção à Infância

e a Adolescência. Disponível em:

http://www.bullying.com.br/BConceituacao21. Htm#OqueE. Acesso em: 15 de outubro, 2018.

BRASIL. LEI Nº 13.185, DE 6 DE NOVEMBRO DE 2015.

Institui o Programa de Combate à Intimidação Sistemática (Bullying). Disponivel em:

http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13185.htm Acesso: 16 de Novembro de 2018.

BRASIL. LEI Nº 13.277, DE 29 DE ABRIL DE 2016. Institui o dia 7 de abril como o Dia Nacional de Combate ao Bullying e à Violência na Escola.

Disponivel em:

http://www2.camara.leg.br/legin/fed/lei/2016/lei-13277-29-abril-2016-782955- publicacaooriginal-150206-pl.html

Acesso: 16 de Novembro de 2018.

CALHAU, Lélio, Braga. Bullyng: o que você precisa saber. Identificação, prevenção e repressão. Niterói/RJ: Impetrus, 2009.

CHALITA, Gabriel. Pedagogia da amizade-bullying: o sofrimento das vítimas e dos agressores. São Paulo: Gente, 2008.

CARTILHA: BULLYING não é legal. Disponivel em:

http://www.mpsp.mp.br/portal/page/portal/Cartilhas/bullying.pdf

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14 Acesso: 10 de Novembro de 2018.

CARTILHA: Diga não ao bullying, zoação, violência e brincadeiras. Disponível em:

file:///C:/Users/Microsoft/Downloads/Cartilha_20Campanha_20Contra_20o_20B ullying.pdf

Acesso: 10 de Novembro de 2018.

FANTE, Cleo. O fenômeno bullying: como prevenir nas escolas e educar para a paz. Campinas/SP: Venus editora, 2005.

FANTE, Cleo; PEDRA, José Augusto. Bullying escolar: perguntas e respostas. Porto Alegre, Artmed, 2008.

http://univale.br/noticia/6436/Univale-recebe-promotor-de-justica-de-Minas- Gerais-em-palestra-sobre-bullying.aspx

PLACCO, V. M. N. S. Representações sociais de jovens sobre a violência e a urgência na formação dos professores. Psicologia da Educação. Revista do Programa de Estudos Pós-Graduados PUC-SP, n. 14/15, WAA – EDUC – 1º e 2º sem. de 2002.

SANTA CATARINA. Literatura Infantil Juvenil relacionado ao Bullyng, Valores, Diversidade. Secretaria de Estado de Desenvolvimento Regional e Gerência de Educação. PDF. (S/d).

SILVA, Ana Beatriz Barbosa. Cartlha: Combater o Bullying é uma questão de Justiça, aprenda a identificar para prevenir e erradicar este terrível fenômeno social. Projeto Justiça nas Escolas. Brasília: CNJ/FMU, 2010.

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Referências

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