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A dor de todas as ruas vazias

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Academic year: 2022

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Revista Vórtex | Vortex Music Journal | ISSN 2317–9937 | http://vortex.unespar.edu.br/

D.O.I.: https://doi.org/10.33871/23179937.2020.8.2.17

The sorrow from all empty streets. Recebido em 13/12/2020. Aprovado em 31/01/2020. Disponı́vel online: 30/09/2020. Editor: Dr. Felipe de Almeida Ribeiro.

A dor de todas as ruas vazias

João Ricardo

Universidade NOVA de Lisboa | Portugal

João Ricardo (1993) terminou o mestrado em Artes Musicais na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa (FCSH/UNL) em 2019, instituição onde também se licenciou em Ciências Musicais em 2016. Aluno de composição do professor Luís Soldado, frequentou também masterclasses e workshops com os compositores e investigadores Jaime Reis, Vincent Debut, Ake Partmerud, Hans Tutschku, João Pedro Oliveira, Carlos Caires, Dimitris Andrikopoulos e António Sousa Dias. É atualmente professor de música e investigador em formação na Linha de Estudos em Ópera e no Grupo de Investigação em Música Contemporânea do Centro de Estudos de Sociologia e Estética Musical (CESEM/NOVA FCSH).

E-mail: joaodcricardo@gmail.com

Website: https://cesem.fcsh.unl.pt/en/pessoa/joao-ricardo/

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RICARDO, João. A dor de todas as ruas vazias. Revista Vórtex, Curitiba, v.8, n.2, p. 1-24, 2020.

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conceção desta peça tem como base a sistematização de uma metodologia de composição, desenvolvida como trabalho final de mestrado em Artes Musicais (Ricardo 2019), que testa uma possível associação entre componentes textuais e elementos musicais. Poderá ser encarada como uma transcrição de caraterísticas textuais para parâmetros musicais. Para isso foi desenvolvido um processo de transcrição em que o texto é tratado como dados em bruto – consoante os caracteres individuais e combinações entre letras, em silabas, palavras ou frases – resultando em sequências numéricas e alturas de notas, e usadas na construção de motivos, acordes, estruturas, etc.; destas transcrições resultam séries de notas musicais, com alturas e durações especificas, que são tratadas como o material musical disponível para o compositor. Não se trata de uma simples transcrição ou codificação direta de texto em música, mas sim da exploração de como estes processos criptográficos podem ser aplicados artística e criativamente.

O libretto consiste no poema de Al Berto Notas para o Diário (Al Berto 2017: 39-30), e a vertente criptográfica foi conseguida a partir de fragmentos retirados do livro As Flores do Mal, de Fernando Pessoa.

Em cada uma das cinco cenas um diferente fragmento de Pessoa serviu como base criptográfica:

Cena I: “Morreu em mim amis do que o meu passado” (Pessoa 2014: 21);

Cena II: “Absolutamente doido só por sentir, absolutamente toto por me roçar contra as coisas” (Pessoa 2014: 45);

Cena III: “Julga-te sempre mais triste e mais infeliz do que és” (Pessoa 2014: 61);

Cena IV: “Dê-me de beber, que não tenho sede” (Pessoa 2014: 85);

Cena V: “Nunca fiz mais do que fumar a vida” (Pessoa 2014: 137).

A peça foi estreada no Palácio do Sobralinho no dia 26 de Janeiro de 2019.

AGRADECIMENTOS

Orientadores: Luís Soldado e Alexandre Lyra Leite. Músicos: Rui Baeta, Inês Simões, Catherine Stockwell, Daniela Pinheiro, João Carlos Barata e Sofia Azevedo. Créditos de vídeo: Vitor Hugo Costa. Produção:

Inestética.

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RICARDO, João. A dor de todas as ruas vazias. Revista Vórtex, Curitiba, v.8, n.2, p. 1-24, 2020.

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REFERÊNCIAS

AL BERTO. Horto de Incêndio. Porto Editora: Assírio & Alvim, 2017.

PESSOA, Fernando. As Flores do Mal. Lisboa: Guerra e Paz, 2014.

RICARDO, João. ...and Words on Music: O Texto Transcrito como Base para a Composição Musical. Tese de mestrado disponível em: http://hdl.handle.net/10362/82084. NOVA FCSH: 2019.

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João Ricardo

a dor de todas as ruas vazias

para 2 cantores e 4 instrumentistas

RICARDO, João. A dor de todas as ruas vazias. Revista Vórtex, Curitiba, v.8, n.2, p. 1-24, 2020.

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RICARDO, João. A dor de todas as ruas vazias. Revista Vórtex, Curitiba, v.8, n.2, p. 1-24, 2020.

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a dor de todas as ruas vazias (2019) para 2 cantores e 4 instrumentistas

Projeto desenvolvido no âmbito do Laboratório de Criação de Ópera Contemporânea, organizado pela Inestética companhia teatral no Palácio do Sobralinho, em Vila Franca de Xira, de Setembro de 2018 a Janeiro de 2019, sob direção artística do compositor Luís Soldado e do encenador Alexandre Lyra Leite.

Notas de programa: A sua conceção tem como base a sistematização de uma metodologia de composição, desenvolvida como trabalho final de mestrado em Artes Musicais (Ricardo 2019), que testa uma possível associação entre componentes textuais e elementos musicais. Poderá ser encarada como uma transcrição de caraterísticas textuais para parâmetros musicais. Para isso foi desenvolvido um processo de transcrição em que o texto é tratado como dados em bruto – consoante os caracteres individuais e combinações entre letras, em silabas, palavras ou frases – resultando em sequências numéricas e alturas de notas, e usadas na construção e motivos, acordes, estruturas, etc.; destas transcrições resultam séries de notas musicais, com alturas e durações específicas, que são tratadas como o material musical disponível para o compositor. Não se trata de uma simples transcrição ou codificação direta de texto em música, mas sim da exploração de como estes processos criptográficos podem ser aplicados artística e criativamente.

O libretto consiste no poema de Al Berto Notas para o Diário (Al Berto 2017: 39-40), e a vertente criptográfica foi conseguida a partir de fragmentos retirados do livro As Flores do Mal, de Fernando Pessoa. Em cada uma das cinco cenas um diferente fragmento de texto de Pessoa serviu como base criptográfica:

Cena I: “Morreu em mim mais do que o meu passado” (Pessoa 2014: 21);

Cena II: “Absolutamente doido só por sentir, absolutamente roto por me roçar contra as coisas” (Pessoa 2014: 45);

Cena III: “Julga-te sempre mais triste e mais infeliz do que és” (Pessoa 2014: 61);

Cena IV: “Dê-me de beber, que não tenho sede” (Pessoa 2014: 85);

Cena V: “Nunca fiz mais do que fumar a vida” (Pessoa 2014: 137).

Primeira récita: Palácio do Sobralinho, 26 de Janeiro de 2019 Personagens:

Barítono: Rui Baeta Soprano: Inês Simões Instrumentação:

Fagote: Catherine Stockwell Flauta: Daniela Pinheiro

Viola de arco: João Carlos Barata Violoncelo: Sofia Azevedo Duração: c. 9’10’’

Biografia do compositor: João Ricardo (1993) terminou o mestrado em Artes Musicais na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas, Universidade Nova de Lisboa (FCSH/UNL) em 2019, instituição onde também se licenciou em Ciências Musicais em 2016. Aluno de

composição do professor Luís Soldado, frequentou também masterclasses e workshops com os compositores e investigadores Jaime Reis, Vincent Debut, Ake Parmerud, Hans Tutschku, João Pedro Oliveira, Carlos Caires, Dimitris Andrikopoulos e António Sousa Dias. É atualmente professor de música e investigador em formação na Linha de Estudos em Ópera e no Grupo de Investigação em Música Contemporânea do Centro de Estudos de Sociologia e Estética Musical (CESEM/NOVA FCSH).

Contacto: joãodcricardo@gmail.com

RICARDO, João. A dor de todas as ruas vazias. Revista Vórtex, Curitiba, v.8, n.2, p. 1-24, 2020.

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notas para o diário – Al Berto em Horto de Incêndio (Al Berto 2017: 39-40) Todos os direitos reservados a Al Berto

deus tem que ser substituído rapidamente por poemas, sílabas sibilantes, lâmpadas acesas, corpos palpáveis, vivos e limpos.

[...]

sinto-me capaz de caminhar na língua aguçada deste silêncio, e na sua simplicidade, na sua clareza, no seu abismo.

sinto-me capaz de acabar com esse vácuo, e de acabar comigo mesmo.

[...]

mas gosto da noite e do riso de cinzas, gosto do deserto, e do acaso da vida. gosto dos enganos, da sorte e dos encontros inesperados.

pernoito quase sempre no lado sagrado do meu coração, ou onde o medo tem a precariedade doutro corpo.

[...]

pois bem, mário - o paraíso sabe-se que chega a lisboa na fragata do alfeite. basta pôr uma lua nervosa no cimo do mastro, e mandar arrear o velame

é isto que é preciso dizer: daqui ninguém sai sem cadastro [...]

sujo os olhos com sangue. chove torrencialmente. o filme acabou. não nos conheceremos nunca.

[...]

os poemas adormeceram no desassossego da idade. fulguram na perturbação de um tempo cada dia mais curto.

e, por vezes, ouço-os no transe da noite. assolam-me as imagens, rasgam-me as metáforas insidiosas, porcas... e nada escrevo.

o regresso à escrita terminou. a vida toda fodida – e a alma esburacada por uma agonia tamanho deste mar.

[...]

RICARDO, João. A dor de todas as ruas vazias. Revista Vórtex, Curitiba, v.8, n.2, p. 1-24, 2020.

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RICARDO, João. A dor de todas as ruas vazias. Revista Vórtex, Curitiba, v.8, n.2, p. 1-24, 2020.

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CENA III

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CENA IV

"Dê-me de beber, que não tenho sede"

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os poemas adormeceram no desassossego da idade declamado

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Fquase murmurado

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fulguram na perturbação

CENA V

"Nunca fiz mais do que fumar a vida"

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tur ba ção de um

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RICARDO, João. A dor de todas as ruas vazias. Revista Vórtex, Curitiba, v.8, n.2, p. 1-24, 2020.

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insidiosas e porcas

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RICARDO, João. A dor de todas as ruas vazias. Revista Vórtex, Curitiba, v.8, n.2, p. 1-24, 2020.

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RICARDO, João. A dor de todas as ruas vazias. Revista Vórtex, Curitiba, v.8, n.2, p. 1-24, 2020.

Referências

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