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Rev. Bras. Saude Mater. Infant. vol.11 número4

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Academic year: 2018

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Rev. Bras. Saúde Matern. Infant., Recife, 11 (4): 357-360 out. / dez., 2011 EDITORIAL / EDITORIAL

Novos cenários para os Sistemas de Informações de Eventos Vitais à

luz da descentralização do Sistema de Saúde Brasileiro

Uma das maiores conquistas sociais do povo brasileiro foi a promulgação da Constituição Federal de 1988 e a criação do Sistema Único de Saúde (SUS). Profundas modificações ocorreram nas políticas de saúde e no aces-so à assistência. Residentes das mais longínquas áreas rurais e urbanas puderam se beneficiar de políticas públi-cas. Apesar da persistência de desigualdades regionais, e entre grupos populacionais mais vulneráveis, são in-questionáveis os avanços alcançados nestes 20 anos.

A partir do início dos anos 1990, o sistema de saúde brasileiro mudou o seu modelo organizacional, com a transferência de responsabilidades entre os três níveis de governo e a repartição de recursos para a realização de ações descentralizadas. Reconhecendo o município como o fórum privilegiado para tratar das questões de saúde, a municipalização passou a ser a estratégia para a consolidação do processo de descentralização do sis-tema.

Em 1994, o Ministério da Saúde desenvolveu o Programa de Saúde da Família (PSF) como parte integrante da política nacional de atenção básica, com origem no Programa de Agentes Comunitários de Saúde (PACS), que mais tarde viria a se constituir em Estratégia prioritária com vistas a aumentar a acessibilidade ao sistema de saúde, incrementar as ações de prevenção e promoção da saúde e contribuir com a organização do sistema tendo como eixos principais o princípio da universalidade e a diretriz da integralidade, permeados pela lógica da territorialização. Desde então, os municípios desenvolveram propostas buscando viabilizar e otimizar a im-plantação desses programas, impondo a necessidade de avaliar os processos de imim-plantação e execução das in-tervenções e os seus resultados sobre a saúde da população. Ao longo, portanto de duas décadas vários progra-mas e intervenções seja na área de atenção básica, atenção especializada, urgência/emergência, entre outras foram sendo normatizadas com base em Portarias ministeriais a exemplo das Normas Operacionais Brasileiras (NOBs) e Normas Operacionais da Assistência à Saúde (NOAS).

Recentemente com o Decreto presidencial nº 7.508, de 28 de junho de 2011, que regulamenta a Lei nº 8080, de 19 de setembro de 1990, uma nova ordem é estabelecida sobre a organização do SUS, seja nos aspectos rela-cionados ao planejamento, à assistência à saúde e à articulação entre Estados, Municípios e União. Este novo cenário traz, entretanto, para os gestores e demais profissionais do sistema, o desafio de entender sobre quais as implicações do decreto sobre o Sistema Nacional de Vigilância em Saúde, a responsabilização dos gestores e o monitoramento e a avaliação permanente do desempenho das novas instâncias organizativas a serem criadas.

Neste contexto, a estimação da mortalidade infantil por município brasileiro torna-se essencial e reforça o interesse no uso dos sistemas de informações vitais do Ministério da Saúde. O uso de técnicas de mensurações diretas e indiretas, suas aplicações e problemas metodológicos tem sido objeto de discussões acaloradas no meio acadêmico e nos serviços. Tal fato se relaciona, entre outros aspectos, a sistemas de informação de even-tos vitais com coberturas incompletas e as necessidades emergentes com a nova conformação do SUS, no mo-mento em que se enfatiza a descentralização como estratégia de consolidação do sistema.

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Felisberto E, Frias PG

358 Rev. Bras. Saúde Matern. Infant., Recife, 11 (4): 357-360 out. / dez., 2011

A superação das dificuldades para a obtenção de coberturas completas requer esforços adicionais e a consolidação de estratégias de gestão compartilhada dos sistemas de infor-mação, onde a agenda complexa de soluções considere as normas nacionais instituídas, as necessidades emergentes por informações precisas, válidas e oportunas para os diversos níveis do SUS e investimento na busca de alternativas metodológicas compatíveis com o momento histórico do sistema de saúde brasileiro.

Eronildo Felisberto 1

Paulo Germano de Frias 2

1Secretário Executivo de Vigilância em Saúde. Secretaria de Saúde do Estado de Pernambuco.

2Docente Pesquisador da Pós-Graduação em Avaliação em Saúde. Instituto de Medicina Integral Prof. Fernando Figueira

Referências

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