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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO FÍSICA VANESSA CRISTINA ARRUDA MELO DE SOUZA

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1 UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO FÍSICA

VANESSA CRISTINA ARRUDA MELO DE SOUZA

BENEFÍCIOS DO EXERCÍCIO FÍSICO NA VIDA DIÁRIA DE PESSOA COM DOENÇA DE PARKINSON: ESTUDO DE CASO.

NATAL,RN 2020.2

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2 VANESSA CRISTINA ARRUDA MELO DE SOUZA

BENEFÍCIOS DO EXERCÍCIO FÍSICO NA VIDA DIÁRIA DE PESSOA COM DOENÇA DE PARKINSON: ESTUDO DE CASO.

Trabalho de conclusão de curso apresentado como requisito parcial para obtenção do título de Bacharel em Educação Física pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte.

Orientador: Prof. Dr. Paulo Moreira Silva Dantas

NATAL,RN 2020.2

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5 BENEFÍCIOS DO EXERCÍCIO FÍSICO NA VIDA DIÁRIA DE PESSOA COM DOENÇA DE PARKINSON: ESTUDO DE CASO.

Vanessa Cristina Arruda Melo de Souza1

Paulo Moreira Silva Dantas2

RESUMO

A Doença de Parkinson (DP) é caracterizada pela degeneração progressiva e irreversível de neurônios e pela redução na produção e na transmissão de neurotransmissores como a dopamina. Os sintomas mais conhecidos da DP são os sintomas de ordem motora, especificamente o tremor de repouso em um ou ambos os membros principalmente os superiores. Além disto, a DP pode interferir em aspectos emocionais, comportamentais, sociais e na qualidade de vida geral do indivíduo. O presente trabalho refere-se a um estudo de caso. A amostra escolhida foi um homem diagnosticado com DP, com 75 anos de idade, participante do estudo há 3 anos, com queixa principal de desequilíbrio, dificuldade na marcha ne nas atividades diárias. Foram realizadas baterias de testes de capacidade funcional geral, estado mental e observações de comportamento. Podemos concluir que a prática de exercícios multidimensionais trouxe benefícios na sua vida diária tanto nos aspectos motores quanto nos emocionais e sociais.

Palavras-chave: Parkinson, exercício físico, benefícios.

1 Pós-graduada em Psicogerontologia, Graduada em Psicologia e Educação Física licenciatura e Graduanda

em Educação Física bacharelado pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte.

2 Doutor em Ciências da Saúde, Mestre em Ciências da Motricidade Humana, Especialista em Treinamento

Esportivo e Atividade Física na promoção da Saúde, Graduação em Educação Física. Professor do curso de Educação Física da Universidade Federal do Rio Grande do Norte.

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6 BENEFITS OF PHYSICAL EXERCISE FOR PEOPLE WITH PARKINSON'S DISEASE: CASE STUDY.

Vanessa Cristina Arruda Melo de Souza Paulo Moreira Silva Dantas

ABSTRACT

Parkinson´s Disease (PD) is characterized by progressive and irreversible neuron degeneration and the reduction of production and transmitting neurotransmitters such as dopamine. The most common symptoms of PD are the ones in the motor order, specifically the rest tremor in one or both upper limbs. Furthermore, the PD can interfere not only in the emotional aspects but also in the social behavior and the quality of life of this person. The present work concerns a case study. The sample chosen was a 75-year-old man diagnosed with PD, who had participated in the study for 3 years, mainly complaining about instability, gait disturbance and difficulties in the daily tasks. A general functional capacity evaluation was made, as well mind state test and behavior considerations. It may be concluded that the practice of multidimensional exercises brought benefits in the daily life regarding the motor, emotional e social aspects.

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7 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ...8 2 METODOLOGIA ...9 2.1 AVALIAÇÕES REALIZADAS ...9 3 DISCUSSÃO ...12 4 CONSIDERAÇÕES FINAIS ...14 REFERÊNCIAS ...15

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8 1 INTRODUÇÃO

A doença de Parkinson (DP) é uma doença degenerativa considerada pela CID-10 - Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde (OMS, 1997) - como transtorno do movimento, mesmo tendo impacto sobre sistemas corporais além do motor como fonação, cognição e sistema urinário. É caracterizada pela degeneração progressiva e irreversível de neurônios e pela redução na produção e na transmissão de neurotransmissores como a dopamina (FREITAS et al, 2011).

Os sintomas mais conhecidos da DP são os sintomas de ordem motora, especificamente o tremor de repouso em um ou ambos os membros principalmente os superiores. Porém, outros sintomas motores causam impacto sobre a vida diária do indivíduo como a bradicinesia ou lentidão de movimento, Freezing ou travamento de movimentos cíclicos, dificuldade na iniciação e manutenção marcha e no equilíbrio, prejuízos em atividades diárias como levantar da cama ou sair do carro e redução da velocidade da marcha e dos reflexos, estes responsáveis pela maioria das quedas em idosos com DP (FREITAS et al, 2011), (BRAGA, 2003). Segundo Fisher (2014), pessoas com DP podem possuir menos força muscular, fator que contribui para a inatividade e redução da capacidade funcional do indivíduo.

Além disto, a DP pode interferir em aspectos emocionais, comportamentais, sociais e na qualidade de vida geral do indivíduo, que pode apresentar afastamento social e introversão comportamental, redução da qualidade de vida em sua rotina diária acarretados pela incapacidade motora e pelo medo da queda, bem como sintomas depressivos nos recém-diagnosticados (BARBOSA; FERRAZ; TUMAS, 2013).

É certo que o acometimento pela DP acarreta ao indivíduo limitações que afetam significativamente sua qualidade de vida e sua autonomia. O exercício físico frequente associado ao tratamento farmacológico, tem impactado positivamente na progressão da doença, no tratamento dos sintomas motores e na qualidade de vida desses indivíduos (PAHWA; LYONS, 2007, apud FISHER, 2014).

A inclusão do exercício físico na rotina de um indivíduo com DP vem para amenizar os sintomas, auxiliar o tratamento medicamentoso, promover resultados quanto a melhora da capacidade física, maximizar a qualidade das ações motoras, aumentar a segurança reduzindo o risco de quedas, e aumentar a participação e a autonomia nas tarefas diárias do

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9 indivíduo (CAPATO; DOMINGOS; ALMEIDA, 2014). Estas devem sempre ser devidamente orientadas por um profissional qualificado, de acordo com suas necessidades e com sua capacidade funcional atual (BALSANELLI; TEIXEIRA-ARROYO, 2015), considerando os fatores pessoais e socioambientais envolvidos (CAPATO; DOMINGOS; ALMEIDA, 2014).

Com base no que foi exposto, o estudo justifica-se pelo interesse em observar como o exercício multidimensional contribui com a melhoria na qualidade de vida e na autonomia do participante e como ele poderia auxiliar no tratamento clássico de uma forma mais ampla. O objetivo geral do estudo centra-se em analisar o impacto da prática do exercício multidimensional na vida diária de uma pessoa diagnosticada com Doença de Parkinson nos aspectos físico, cognitivo, emocional e social.

2 METODOLOGIA

O presente trabalho refere-se a um estudo de caso. A amostra escolhida de forma intencional foi um homem diagnosticado com Doença de Parkinson, com 75 anos de idade, sedentário, sem outras comorbidades, participante do estudo há 3 anos. O participante do estudo não realizava atividades motoras de nenhuma ordem antes do diagnóstico. Iniciou sua participação nas atividades do estudo após 4 anos de diagnóstico e apresentação de dificuldades motoras nas atividades diárias. Sua queixa principal no início das atividades era desequilíbrio, dificuldade na marcha e nas atividades diárias como levantar da cama e sair do carro. Foram realizadas baterias de testes de capacidade funcional geral, estado mental e observações de comportamento.

2.1 AVALIAÇÕES REALIZADAS

No início das sessões de treinamento, foram feitas avaliações com o objetivo de compreender melhor seu estado geral de saúde e especificamente seu grau de comprometimento relativo a DP bem como as necessidades terapêuticas mais urgentes. As avaliações realizadas foram:

A. Anamnese: apresentando dados gerais do participante como endereço, telefone, peso e estatura, dados sobre o seu histórico de saúde familiar bem como estado geral de saúde atual do participante, histórico da DP (início dos sintomas, data do diagnóstico,

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10 sintomas apresentados, uso de medicamentos com doses e horários, histórico de quedas, procedimentos e tratamentos anteriores);

B. Avaliação da capacidade funcional geral: Utilizou-se aqui a versão brasileira do SPPB – SHORT PHYSICAL PERFORMANCE BATTERY (NAKANO, 2007). Nele se apresenta teste de velocidade da marcha (Time Up and Go – TUG), sentar e levantar da cadeira e teste de equilíbrio. Além disso, foram feitos o teste de flexão de cotovelo e escala de equilíbrio de Berg.

C. Capacidade funcional para DP nesta bateria, foram feitos a escala de Hoehn e Yahr modificada (HY – Degree of Disability Scale) (1967 Apud TIAGO, 2010), para Estadiamento da DP e a escala UPDRS - UNIFIED PARKINSON'S DISEASE RATING SCALE, utilizada para estudo do curso longitudinal da evolução da doença.

D. Capacidade cognitiva: Utilizou-se para obter dados do estado cognitivo do participante o mini exame de estado mental com o objetivo de acompanhar aspectos de orientação de tempo e espaço, memória imediata, atenção, nomeação, repetição, leitura, escrita e compreensão de comandos.

E. Observação longitudinal: Além das avaliações documentais, foram feitas durante o curso do estudo observações dos aspectos gerais de comportamento motor, emocional e aspectos de comunicação e audição, bem como relacionamento com cuidadores e com a pesquisadora.

Os dados se apresentam em sua maioria de maneira quantitativa através de escores de alcance em tabelas com valores de referência como os testes SPPB, escala de Hoehn e Yahr, mini mental e escala de Berg. A anamnese e as observações realizadas durante o curso do estudo são apresentadas como dados qualitativos pelo seu caráter subjetivo. A escala UPDRS, apresar de apresentar valores numéricos para as opções descritas nas questões, não apresenta valores de referência, tendo sua comparação de progressão feita entre testes feitos em momentos diferentes da progressão da doença.

Após feitas as avaliações, foi dado início ao treinamento voltado para recuperação da lentificação da marcha, melhora do equilíbrio, melhora do freezing (dificuldades apresentadas com maior frequência) e ganho de força, com exercícios multidimensionais como fortalecimento de membros superiores e inferiores, atividades de equilíbrio em circuito com apresentação de obstáculos, progressão de dificuldade e dupla tarefa (desvio de

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11 atenção), assim como atividades para mobilidade e flexibilidade. Exercícios multidimensionais podem ser compreendidos como exercícios que contemplam na mesma atividade as várias valências físicas como força, resistência, equilíbrio, flexibilidade, agilidade e potência. Porém, com objetivos além do movimento e do trabalho das valências propriamente ditas. Contemplam os vários aspectos do indivíduo como o emocional, cognitivo e social, dentro do planejamento do exercício, por exemplo, atividades com dupla tarefa (Físico e Cognitivo) e exercícios que compreendam força e equilíbrio na mesma atividade.

As sessões tiveram duração de aproximadamente 1h para treinamento multidimensional de força, mobilidade, exercícios específicos para a marcha, coordenação motora fina e equilíbrio, acontecendo 3x na semana. Os exercícios de força utilizados foram: 1 – Para membros inferiores: sentar e levantar da cadeira, extensão de joelhos com caneleira, flexão de joelhos com caneleira, adução com mini bands, adução com bola suíça, subida no step, elevação pélvica e panturrilha unilateral; 2 – Para membros superiores: rosca direta com halteres, tríceps no banco, desenvolvimento de ombros, supino reto com halteres, remada com elástico; 3 – Para abdome e lombares: Prancha. Na sessão de treinamento foram feitas 3séries dentro da zona de 10-12 repetições.

Foram realizadas atividades específicas de equilíbrio com apoio bipodal e unipodal com dupla tarefa (atenção e memória), em solo e na piscina, posteriormente incorporado aos exercícios de marcha para que ambos se complementassem, além de exercícios para coordenação motora fina como escrever e movimentar peças com movimento de pinça. O participante executava também sessões de exercícios aeróbico alternado entre caminhada e corrida em intensidade leve com aumento de progressão de intensidade para moderada. Essa atividade era feita associada a escuta ativa (acolhimento emocional).

Para o treinamento aeróbico, foram feitas caminhadas e aeróbico intervalado (corrida leve e caminhada), com duração de 20 min, acontecendo 2x na semana alternados ao treino multidimensional (terças e sextas). Os equipamentos utilizados nas sessões de treino foram mini bands e elásticos para exercícios, bola suíça, halteres de 3kg e 4kg, tatames, piscina, plataforma de equilíbrio de borracha e hand grip.

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12 3 RESULTADOS E DISCUSSÕES

Nas baterias iniciais de avaliações foram identificadas dificuldades gerais como lentificação da marcha, dificuldades em levantar-se da cama e do carro, freezing (congelamento na realização de movimentos cíclicos principalmente em locais com pouco espaço) e perda de equilíbrio leve, sem risco de quedas. Esses aspectos foram considerados para o planejamento das atividades iniciais.

O participante iniciou as atividades no estágio 1 (doença unilateral leve) na escala de Estadiamento de Hoehn e Yahr modificada, porém avançou para o estágio 2 (doença bilateral leve, com recuperação do equilíbrio no teste do empurrão). Isso demonstra uma incapacidade leve a moderada, o que era esperado pelo avanço natural da doença. Na primeira avaliação de equilíbrio, o participante não demonstrou desequilíbrio grave ou tontura.

No teste SPPB, o participante obteve resultados dentro dos valores de referência no teste de sentar e levantar (Resultado obtido: 21 repetições completas. Valor referência - Entre 70 e 74 anos = score de 12 a 17 repetições completas em 30 segundos). Na última aplicação apresentou ganhos de força em membros inferiores e potência (Resultado obtido: 30 repetições completas). No TUG, o participante apresentou resultados dentro dos valores de referência (Resultado obtido: 4.0 segundos. Valor referência - Entre 70 e 74 anos = score de 4.2 e 6.0 segundos). Na última aplicação o participante apresentou melhora na velocidade da marcha (Resultado obtido: 3.1 segundos).

A transferência de peso e a mudança de posicionamento do corpo são aspectos bastante afetados pela DP, apresentando dificuldades principalmente nas atividades de sentar e levantar da cadeira, caminhar e se movimentar na cama relacionando-se com a perda da potência e da força muscular em decorrência da doença (CAPATO; DOMINGOS; ALMEIDA, 2014).

O teste de flexão de cotovelo apresentou resultados superiores aos esperados para a faixa etária na primeira aplicação (Resultado obtido: 28 repetições completas braço direito / 31 repetições completas braço esquerdo. Valor referência - Entre 70 e 74 anos = score de 14 e 21 repetições completas em 30 segundos). Na última aplicação, o participante apresentou melhora na força e na resistência muscular em membros superiores com o aumento dos escores na última aplicação (Resultado obtido: 30 repetições completas braço direito / 35 repetições completas braço esquerdo).

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13 As atividades manuais podem apresentar dificuldades principalmente na fluidez e coordenação, assim como na força e na velocidade de execução de movimentos comuns, aparecendo geralmente ao iniciar o movimento A transferência de peso e a mudança de posicionamento do corpo são aspectos bastante afetados pela DP, apresentando dificuldades principalmente nas atividades de sentar e levantar da cadeira e se movimentar na cama relacionando-se com a perda da potência e da força muscular em decorrência da doença (IDEM , 2014).

O mini mental demonstrou resultados máximos na primeira aplicação (Resultado obtido: 29 pontos. Valor de referência: Acima de 24 pontos para pessoas com escolaridade). Obteve variação (-4 pontos) na memória imediata na última aplicação em relação a primeira (Resultado obtido: 25 pontos). Porém, mesmo com a variação apresentada, o participante se manteve dentro do padrão esperado para o grau de escolaridade. Devido ao déficit cognitivo o indivíduo com DP pode apresentar dificuldades nas atividades executivas, viso espaciais e na memória, principalmente na memória de trabalho, ou seja, memória imediata utilizada para atividades corriqueiras, do momento presente (MUÑIZ CASADO; RODRÍGUEZ FERNÁNDEZ, 2007).

O teste de equilíbrio de Berg, demonstrou que o participante não apresenta risco de quedas, que se deu do início ao final do período do estudo (Resultado obtido na primeira aplicação: 37 pontos. Resultado obtido na última aplicação: 39 pontos. Valor de referência: entre 30 e 39 sem risco de quedas). O teste UPDRS (aspectos motores) não obteve diferenças significativas entre a primeira aplicação e a última nos quesitos relacionados aos aspectos motores.

As quedas são bastante comuns em indivíduos com DP. O medo de cair pode ser um importante motivo para a inatividade desses indivíduos. Elas podem ser consequência do próprio desequilíbrio quanto proveniente da redução da força dos membros inferiores, que passam a não sustentar mais o indivíduo em pé A transferência de peso e a mudança de posicionamento do corpo são aspectos bastante afetados pela DP, apresentando dificuldades principalmente nas atividades de sentar e levantar da cadeira e se movimentar na cama relacionando-se com a perda da potência e da força muscular em decorrência da doença (CAPATO; DOMINGOS; ALMEIDA, 2014).

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14 Durante o período de realização das atividades, aspectos como comportamento motor espontâneo, linguagem, audição, comportamento emocional e relacionamento com cuidadores e pesquisadores foram observados a fim de notar a relação desses aspectos com as atividades e sua evolução. Foi observado que em todo o processo, o participante apresentou alterações de comportamento motor, apresentação de fadiga, indisposição e alteração postural e de marcha.

Foi possível observar que o participante apresentava perdas significativas (descondicionamento) quando se ausentava das atividades por algumas semanas (duas ou mais semanas, por exemplo). Alterações posturais e na velocidade da marcha eram observadas. Porém, obtinha ganhos rápidos quando retornava as atividades principalmente quanto a velocidade da marcha.

Quanto ao comportamento emocional, linguagem e audição, foi observado que tais aspectos não interferiram diretamente nas atividades realizadas. A dificuldade com a audição implicava apenas na escuta dos comandos dados pela pesquisadora durante o treino, mas não interferiu em sua compreensão nem na execução visto que os comandos eram adaptados a sua condição

Ao final de cada atividade, participante e pesquisadora mantinham um diálogo de feedback para planejamento baseado nas necessidades atuais, ajustes das atividades em curso e da metodologia utilizada. Esse feedback também era feito ao final da semana de treino para ajustes na metodologia. Foi observado que apesar da melhora dos sintomas motores, o maior ganho que as atividades promoveram foi no aspecto emocional quanto à redução do medo da queda para executar atividades funcionais (relatado pelo participante).

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Se tratando do participante deste estudo, pode-se compreender que a prática de exercícios multidimensionais trouxe benefícios na sua vida diária tanto nos aspectos motores quanto nos emocionais e sociais. Trouxe benefícios quanto a melhora nos sintomas motores como aumento da velocidade da marcha e recuperação do equilíbrio, bem como ampliação da interação social e melhora nos sintomas não motores de cunho emocional e cognitivo.

Os benefícios se apresentaram também na segurança pessoal quanto ao risco de quedas, promovendo uma maior sensação de segurança ao executar movimentos essenciais a vida diária, reduzindo o medo de cair. Com isto, é possível compreender a importância da

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15 inserção de programas de exercício físico na rotina da população com a Doença de Parkinson a fim de contribuir com uma maior autonomia na vida diária e com uma melhor qualidade de vida desses indivíduos.

REFERÊNCIAS

BALSANELLI, J. D.; TEIXEIRA-ARROYO, C. Benefícios do exercício físico na doença de Parkinson. 2015.

BARBOSA, E. R.; FERRAZ, H. B.; TUMAS, V. (Col) Transtornos do movimento: diagnóstico e tratamentos. Vol. 1, São Paulo: Editora e eventos Omnifarma, 2013.

BRAGA, A. et al. Benefícios do treinamento resistido na reabilitação da marcha e equilíbrio nos portadores da doença de Parkinson. Rev Dig Vida Saúde, v. 2, p. 9. 2003.

CAPATO, T. T. C.; DOMINGOS, J. M. M.; ALMEIDA, L. R. S. Versão em Português da Diretriz Europeia de Fisioterapia para a Doença de Parkinson. 2014.

FISHER, B.L. Efeitos do treinamento de potência na força muscular de indivíduos com doença de Parkinson. Brasília. 2014.

FREITAS, E.V.; Py, L.; NERI, A. L.; CANÇADO, F. A. X.C.; GORZONI, M.L.; DOLL, J. Tratado de Geriatria e Gerontologia. 3ª. Edição. Grupo Editorial Nacional (GEN). 2011. MUÑIZ CASADO, J. A.; RODRÍGUEZ FERNÁNDEZ, R. Déficit de memoria en pacientes con enfermedad de Parkinson inicial. Mapfre medicina, v. 18, n. 1, p. 39-45, 2007.

NAKANO M. M. Versão Brasileira da Short Physical Performance Battery – SPPB: Adaptação Cultural e Estudo da Confiabilidade. [dissertação]. Campinas:Faculdade de Educação, Universidade Estadual de Campinas – UNICAMP; 2007.

ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE OMS. CID-10 Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde. Ed 10. rev. Vol 2. São Paulo: Universidade de São Paulo. 1997.

PAHWA, R; LYONS, K. E. Handbook of Parkinson's disease. 4th ed. New York: Informa Heathcare USA. 2007.

TIAGO, Marta Simone Fabrício et al. Instrumentos de avaliação de qualidade de vida na doença de Parkinson. Revista Neurociências, v. 18, n. 4, p. 538-543, 2010.

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