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I Módulo 603 Problema 05 I Thiago Almeida Hurtado 1) Compreender os transtornos de personalidade (A, B e C) 1) Introdução egossintônicos aloplásicos

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1) Compreender os transtornos de personalidade (A, B e C) 1) Introdução

• Personalidade: todas as características de adaptação de formas únicas a ambientes internos e externos em constante modificação.

• Os transtornos de personalidade ocorrem em 10 a 20% da população e costumam durar décadas. • Aproximadamente 50% de todos os pacientes psiquiátricos apresentam pelo menos um transtorno da

personalidade, além de frequentemente ser uma comorbidade frequente que pode influenciar negativamente o tratamento de outras síndromes clínicas.

• Geralmente, os sintomas desses transtornos são egossintônicos (aceitáveis para o paciente) e aloplásicos (tentam alterar o ambiente em sua volta ao invés de si mesmos). Apresentam, em geral, um

comportamento mal-adaptativo que não gera ansiedade nesses pacientes.

• De acordo com o DSM-V: “transtorno de personalidade é um padrão persistente de experiência interna e externa que desvia acentuadamente das expectativas da cultura do indivíduo, é difuso e inflexível, começa na adolescência ou no início da fase adulta, é estável ao longo do tempo e leva a sofrimento e prejuízo”. Divide-se em 03 grupos:

o Grupo A: esquizotípico, esquizoide, paranoide à características estranhas/de afastamento o Grupo B: narcisista, borderline, antissocial e histriônico à características dramáticas,

impulsivas ou erráticas

o Grupo C: obsessivo-compulsivo, dependente e evitativo à características de ansiedade e medo • É importante ter a noção de que o paciente pode apresentar mais de um transtorno de personalidade,

sendo que o clínico deve diagnosticar todos esses, caso o paciente preencha os critérios. • O transtorno de personalidade manifesta-se em duas (ou mais) das seguintes áreas:

o Cognição o Afetividade

o Funcionamento interpessoal o Controle de impulsos

2) Entender os transtornos de personalidade do grupo A (características estranhas, de afastamento) 1) Transtorno de Personalidade Paranoide

• O indivíduo com esse transtorno se caracteriza por suspeita e desconfiança exagerada em relação a pessoas em gerais, recusando a responsabilidade por seus próprios sentimentos e a atribuindo a outros. Costuma também ser hostil, irritável e irascível.

• Geralmente costuma ser encontrado em indivíduos: intolerantes, cônjuges patologicamente ciumentos e mal-humorados e colecionadores de injustiças.

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a) Epidemiologia

• Esse transtorno apresenta prevalência entre 2 a 4% da população em geral.

• Parentes de pacientes esquizofrênicos apresentam uma incidência mais elevada desse transtorno. • É mais frequente em homens do que mulheres

• Sua incidência é mais elevada em: minorias, imigrantes e surdos.

b) Quadro Clínico

• Suspeita e desconfiança excessivas em relação a outras pessoas.

• Tendência de interpretar os atos dos outros como malévolos, ameaçadores, exploradores ou enganadores (esperam ser explorados ou lesados pelos outros de alguma forma).

• Questionam sem qualquer justificativa a lealdade ou integridade de caráter de amigos ou sócios.

• Geralmente são patologicamente ciumentos e costumam questionar a fidelidade de cônjugues e parceiros sexuais sem nenhum motivo.

• Apresentam afeto restrito e parecem frias, sem emoção. Orgulham-se de sua racionalidade e objetividade, contudo, isso não corresponde à realidade.

• Expressam desdém em relação a indivíduos que percebam como fracos, doentios, debilitados ou deficientes de alguma forma

• Em situações sociais, essas pessoas podem transmitir ideia de profissionalismo e eficiência, mas costumam gerar medo e conflito em outras pessoas.

• Durante a consulta podem agir de forma extremamente formal e estarem perplexos por necessitarem de ajuda psiquiátrica.

c) Diagnóstico

Diagnóstico segundo o DSM-V

A. Um padrão de desconfiança e suspeita difusa dos outros, de modo que suas motivações são

interpretadas como malévolas, que surge no início da vida adulta e está presente em vários contextos, conforme indicado por quatro (ou mais) dos seguintes

1. Suspeita, sem embasamento suficiente, de estar sendo explorado, maltratado ou enganado por outros

2. Preocupa-se com dúvidas injustificadas acerca da lealdade ou da confiabilidade de amigos e sócios 3. Reluta em confiar nos outros devido a medo infundado de que as informações serão usadas

maldosamente contra si.

4. Percebe significados ocultos humilhantes ou ameaçadores em comentários ou eventos benignos 5. Guarda rancores de forma persistente (não perdoa insultos, injúrias ou desprezo)

6. Percebe ataques a seu caráter ou reputação que não são percebidos pelos outros e reage com raiva ou contra-ataca rapidamente

7. Tem suspeitas recorrentes e injustificadas acerca da fidelidade do conjugue ou parceiro sexual B. Não ocorre exclusivamente durante o curso de esquizofrenia, transtorno bipolar ou depressivo com

sintomas psicóticos ou outro transtorno psicótico e não é atribuível aos efeitos fisiológicos de outra condição médica

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d) Tratamento e prognóstico

• Em alguns pacientes, o transtorno é vitalício; em outros, é apenas um prenúncio de esquizofrenia. • De modo geral, indivíduos afetados apresentam problemas vitalícios de trabalho e convivência com

outras pessoas, além de problemas na vida profissional e com seus cônjuges.

• O tratamento é, primeiramente, feito através da psicoterapia, sendo a farmacoterapia apenas uma medida auxiliar para lidar com agitação e ansiedade.

o Diazepam (ansiolítico) costuma ser o suficiente

o Pode ser necessário o uso de haloperidol para controle de agitação grave/pensamento delirante.

2) Transtorno da Personalidade Esquizoide

• Caracterizado por um padrão vitalício de retraimento social. Costumam ser vistos pelos outros como excêntricos, isolados ou solitários. Destacam-se seu desconforto com a interação humana, sua introversão e seu afeto frio e constrito.

a) Epidemiologia

• Afeta cerca de 5% da população geral

• Apresenta proporção de 2:1 (homens:mulheres)

• Na vida profissional, tendem a se direcionar para trabalhos e situações que evitem contato com muitas pessoas (turno noturno/trabalhos solitários)

b) Quadro Clínico

• São pessoas frias e indiferentes, demonstrando falta de envolvimento com eventos diários e com as preocupações de terceiros.

• Parecem caladas, distantes, isoladas e insociáveis.

• Podem viver suas vidas com pouca necessidade ou vontade de formar laços afetivos e são as últimas a perceber mudanças na moda popular.

• Sua vida sexual pode ser inexistente, adiando indefinidamente o amadurecimento nessa área • O casamento pode ser difícil devido a dificuldade de criar intimidade com outra pessoa • Costumam ser incapazes de expressar diretamente a sua raiva.

• Investem quantidade enorme de energia a interesses “não-humanos”, como matemática, astronomia e animais e outras atividades que não exijam interação com outras pessoas.

• Geralmente são vistas pelos outros como “indiferentes”.

• Como não costumam ter atos agressivos, lidam com as maiorias das ameaças por meio de fantasias de onipotência ou resignação.

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• Durante a consulta, podem parecer pouco à vontade, raramente tolerando contato visual e se

demonstrando ansiosos para que a entrevista acabe. Esses indivíduos acham difícil não levar as coisas a sério, geralmente respondem respostar curtas às perguntas e evitam conversas espontâneas.

c) Diagnóstico

Diagnóstico segundo o DSM-V

A. Um padrão difuso de distanciamento das relações sociais e uma faixa restrita de expressão de emoção em contextos interpessoais que surgem no início da vida adulta e estão presentes em vários contextos, conforme indicado por quatro (ou mais) dos seguintes:

1. Não deseja nem desfruta de relações íntimas, inclusive ser parte de uma família 2. Quase sempre opta por atividades solitárias

3. Manifesta pouco ou nenhum interesse em ter experiencias sexuais com outros 4. Tem prazer em poucas atividades, por vezes em nenhuma

5. Não tem amigos próximos ou confidentes que não sejam familiares de primeiro grau 6. Mostra-se indiferente ao elogio ou à crítica de outros

7. Demonstra frieza emocional, distanciamento ou embotamento afetivo

B. Não ocorre exclusivamente durante o curso de esquizofrenia, transtorno bipolar ou depressivo com sintomas psicóticos, outro transtorno psicótico ou transtorno do espectro autista e não é atribuível aos efeitos psicológicos de outra condição médica.

d) Prognóstico e Tratamento

• Apresenta longa furação, mas não necessariamente é vitalício (costuma começar no início da infância ou adolescência)

• O tratamento consiste em psicoterapia e, caso necessário, farmacoterapia (antipsicóticos, antidepressivos e psicoestimulantes)

o Serotoninérgicos podem ajudar o paciente a ficar menos sensível a rejeição o Benzodiazepínicos podem auxiliar a reduzir a ansiedade interpessoal.

3) Transtorno de Personalidade Esquizotípica

• Pessoas com esse transtorno apresentam-se como estranhas e excêntricas para outras pessoas. Geralmente apresentam pensamento mágico, noções peculiares, ideias de referência, ilusões e desrealização.

a) Epidemiologia

• Ocorre em 3% da população • Mais incidente no sexo masculino

• Mais presente em pacientes com familiares esquizofrênicos. • Cerca de 50% dos indivíduos apresentam TDM.

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b) Quadro Clínico

• Perturbação de pensamento e comunicação

• Fala confusa (faz sentido apenas para eles mesmos), frequentemente necessita de interpretação • Podem desconhecer os próprios sentimentos e, ainda sim, ter extrema sensibilidade e consciência a

despeito dos sentimentos dos outros, principalmente os negativos (como raiva) • Podem acreditar serem dotados de poderes especiais de pensamento e insight.

• Costumam ter poucos relacionamentos interpessoais e serem isolados socialmente, pois geralmente agem de forma inadequada.

• Sob estresse, podem apresentar sintomas psicóticos breves.

c) Diagnóstico

Diagnóstico segundo o DSM-V

A. Um padrão difuso de déficits sociais e interpessoais marcado por desconforto agudo e capacidade reduzida para relacionamentos íntimos, além de distorções cognitivas ou perceptivas e

comportamento excêntrico, que surge no início da vida adulta e está presente em vários contextos, conforme indicado por cinco (ou mais) dos seguintes:

1. Ideias de referência – acha que todos falam dela – paranoia (excluindo delírios de referência). 2. Crenças estranhas ou pensamento mágico que influenciam o comportamento e são

inconsistentes com as normas subculturais (p. ex., superstições, crença em clarividência, telepatia ou “sexto sentido”; em crianças e adolescentes, fantasias ou preocupações bizarras). 3. Experiências perceptivas incomuns, incluindo ilusões corporais.

4. Pensamento e discurso estranhos (p. ex., vago, circunstancial, metafórico, excessivamente elaborado ou estereotipado).

5. Desconfiança ou ideação paranoide. 6. Afeto inadequado ou constrito.

7. Comportamento ou aparência estranha, excêntrica ou peculiar.

8. Ausência de amigos próximos ou confidentes que não sejam parentes de primeiro grau.

9. Ansiedade social excessiva que não diminui com o convívio e que tende a estar associada mais a temores paranoides do que a julgamentos negativos sobre si mesmo

B. Não ocorre exclusivamente durante o curso de esquizofrenia, transtorno bipolar ou depressivo com sintomas psicóticos, outro transtorno psicótico ou transtorno do espectro autista.

d) Prognóstico e Terapêutica

• Admite-se que essa é uma forma pré-morbida da esquizofrenia.

• Alguns pacientes podem ter uma vida normal, mesmo com esse transtorno, conseguindo obter emprego, se casar e trabalhar, apesar de suas excentricidades.

• O tratamento consiste em psicoterapia e farmacoterapia (antipsicóticos – ilusões; antidepressivos – componente depressivo da personalidade)

3) Entender os transtornos de personalidade do grupo B (dramáticos, impulsivos ou erráticos) 1) Transtorno da Personalidade Antissocial (Psicopatia/Sociopatia)

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• Incapacidade de se adequar às regras sociais que normalmente governam diversos aspectos do

comportamento adolescente e adulto de um indivíduo. Geralmente é caracterizado por atos antissociais e criminosos (não é sinônimo de criminalidade!)

a) Epidemiologia

• Mais comum em áreas urbanas pobres e entre residentes eventuais dessas áreas • Pode chegar a incidência de 70% em alcoólatras e 75% nas população carcerária. • MUITO mais comum em homens (geralmente se inicia aos 15 anos de idade)

• O transtorno é cinco vezes mais comum entre parentes de primeiro grau de homens com o transtorno do que entre participantes do grupo-controle.

b) Quadro Clínico

• À primeira vista, podem parecer indivíduos normais. Contudo, sua história é repleta de perturbações como: mentiras, vadiagem, fuga de casa, roubos, brigas, abuso de substância e atividades ilegais. • Não costumam ter ansiedade nem depressão, apesar de ameaças de suicídio e preocupações somáticas

poderem ser comuns.

• Apresentam um senso de realidade avançado e boa inteligência global, podendo levar o clínico a pensar que o seu comportamento antissocial é gratuito.

• Costumam ser vigaristas, por serem extremamente manipuladores, conseguindo convencer os outros com facilidade a participar de esquemas para conseguir dinheiro/fama/notoriedade. Indivíduos com esse transtorno não falam a verdade, e não se pode confiar neles para executar qualquer tipo de tarefa ou aderir a qualquer padrão convencional de moralidade

• Costumam ter atos irresponsáveis e não apresentar remorso por esses: abuso conjugal, abuso infantil e dirigir bêbados.

• Durante a consulta, podem parecer calmos e confiáveis, mas na verdade, estão tensos, hostis, irritáveis e bravos. Para revelar a patologia, pode ser necessário enfrentar diretamente o paciente.

c) Diagnóstico

Diagnóstico pelo DSM-V

A. Um padrão difuso de desconsideração e violação dos direitos das outras pessoas que ocorre desde os 15 anos de idade, conforme indicado por três (ou mais) dos seguintes:

1. Fracasso em ajustar-se às normas sociais relativas a comportamentos legais, conforme indicado pela repetição de atos que constituem motivos de detenção

2. Tendência a falsidade, conforme indicado por men tiras repetidas, uso de nomes falsos ou de trapaça para ganho ou prazer pessoal

3. Impulsividade ou fracasso em fazer planos para o futuro

4. Irritabilidade e agressividade, conforme indicado por repetidas lutas corporais ou agressões físicas 5. Descaso pela segurança de si ou de outros

6. Irresponsabilidade reiterada, conforme indicado por falha repetida em manter uma conduta consistente no trabalho ou honrar obrigações financeiras

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7. Ausencia de remorso, conforme indicado pela indiferença ou racionalização em relação a ter ferido, mal-tratado ou roubado outras pessoas.

B. O individuo tem no mínimo 18 anos de idade

C. Há evidências de transtorno da conduta com surgimento anterior aos 15 anos de idade

D. A ocorrência de comportamento antissocial não se dá exclusivamente durante o curso de esquizofrenia ou transtorno bipolar.

d) Prognóstico e Tratamento

• Geralmente apresenta um curso ininterrupto, geralmente atingindo um auge do comportamento antissocial no fim da adolescência. Pode melhorar com o passar da idade

• O tratamento, pra variar, consiste em psicoterapia e farmacoterapia

o A farmacoterapia costuma ser utilizada para lidar com sintomas como ansiedade, raiva e depressão. Podem ser usados antagonistas de receptores beta-adrenérgicos para reduzir agressividade e psicoestimulantes para evidências de transtorno de déficit de

atenção/hiperatividade.

2) Transtorno da personalidade borderline

• Encontram-se no limiar entre neurose e psicose, tendo como característica afeto, humor, comportamento, relações e autoimagem extraordinariamente instáveis (de acordo com o CID-10 – transtorno de

personalidade emocionalmente instável).

a) Epidemiologia

• Acredita-se que esteja presente em 1 a 2% da população • 2x mais comum em mulheres do que em homens

• Histórico de abuso, negligencia parental, conflito em casa e trauma na infância

b) Quadro Clínico

• Apresentam mudanças de humor recorrentes e rápidas (brava em um momento, deprimida em outro e apática em seguida).

• Podem apresentar episódios psicóticos de curta duração (micro psicóticos). • Seu comportamento é extremamente imprevisível.

• Apresentam atos autodestrutivos, como cortar os pulsos para obter ajuda dos outros, exprimir raiva ou se anestesiar do afeto que o consome.

• Apresentam relacionamentos interpessoais tumultuosos, sendo extremamente dependentes das pessoas com quem tem intimidade e descontando a raiva nessas quando se frustram. Essas pessoas não

conseguem tolerar a ideia de ficar sozinhas e preferem uma busca frenética por companhia, sem importar a quão insatisfatória essa lhe seja.

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o Costumam distorcer seus relacionamentos, caracterizando as pessoas como: totalmente boas ou totalmente más (idealização)

o Enxergam as pessoas como figuras de ligação afetuosas ou como figuras sádicas odiosas que os privam de suas necessidades de segurança e ameaçam abandoná-los sempre que se sentem dependentes.

• Costumam se queixar de sentimentos crônicos de vazio e tédio e da falta de um senso de identidade. Além disso, costumam se queixar de o quanto se sentem deprimidas.

c) Diagnóstico

Diagnóstico segundo o DSM-V

Um padrão difuso de instabilidade das relações interpessoais, da autoimagem e dos afetos e de

impulsividade acentuada que surge no início da vida adulta e está presente em vários contextos, conforme indicado por cinco (ou mais) dos seguintes.

1. Esforços desesperados para evitar abandono real ou imaginado

2. Um padrão de relacionamento interpessoais instáveis e intensos caracterizados pela alternância entre extremos de idealização e desvalorização.

3. Perturbação da identidade: instabilidade acentuada e persistente da autoimagem ou da percepção de si mesmo

4. Impulsividade em pelo menos duas áreas potencialmente autodestrutivas (gastos, sexo, abuso de substância...)

5. Recorrência de comportamento, gestos ou ameaças suicidas ou de comportamento automutilante 6. Instabilidade afetiva devida a uma acentuada reatividade do humor (irritabilidade ou ansiedade

intensa de poucas horas) 7. Sentimentos crônicos de vazio

8. Raiva intensa e inapropriada ou dificuldade em controlá-la

9. Ideação paranoide transitória associada a estresse ou sintomas dissociativos intensos.

d) Prognóstico e tratamento

• É um transtorno razoavelmente estável, sendo que o paciente sofre pouca mudança ao longo do tempo. • O tratamento de primeira linha é a psicoterapia. Geralmente é um processo difícil tanto para o terapeuta

quanto para o paciente. A farmacoterapia é útil para lidar com características específicas da personalidade que interferem no funcionamento geral do paciente.

o Por exemplo, antipsicóticos podem ser utilizados para controlar raiva, hostilidade e episódios psicóticos breves; antidepressivos para humor deprimido e benzodiazepínicos para ansiedade e depressão.

3) Transtorno da Personalidade Histriônica

• São pessoas excitáveis e emotivas, comportando-se de forma dramática, florida e extrovertida. Apesar disso, costumam ter uma incapacidade considerável de manter ligações profundas e duradouras.

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• Está presente em cerca de 1 a 3% da população • Mais frequente em mulheres

b) Quadro Clínico

• Exibem um grau elevado de comportamento de busca por atenção.

• Tendem a exagerar seus pensamentos e sentimentos e fazem tudo soar mais importante do que realmente é.

• Apresentam ataques de raiva, choro e acusações quando não são o centro das atenções ou não estão recebendo elogios ou aprovação.

• Apresentam comportamento sedutor e fantasias sexuais

• Podem apresentar disfunções psicossexuais: impotência em homens e anorgasmia em mulheres • Seus relacionamentos apresentam propensão a superficialidade e podem ser vaidosos, egocêntricos e

volúveis.

• Durante a consulta, costumam ser cooperativos e ávidos por fornecer uma história detalhada. Geralmente se comportam de forma dramática e tem linguagem pictoresca.

c) Diagnóstico

Diagnóstico segundo o DSM-V

Um padrão difuso de emocionalidade e busca de atenção em excesso que surge no início da vida adulta e está presente em vários contextos, conforme indicado por cinco (ou mais) dos seguintes:

1. Desconforto em situações em que não é o centro das atenções

2. A interação com outros é frequentemente caracterizada por comportamento sexualmente sedutor inadequado ou provocativo

3. Exibe mudanças rápidas e expressão superficial das emoções 4. Usa reiteradamente a aparência física para atrair a atenção para si

5. Tem um estilo de discurso que é excessivamente impressionista e carente de detalhes 6. Mostra autodramatização, teatralidade e expressão exagerada das emoções

7. É sugestionável (facilmente influenciado pelos outros ou pelas circunstâncias) 8. Considera as relações pessoais mais íntimas do que na realidade são

d) Prognóstico e tratamento

• Podem ter problemas legais, fazer abuso de substância e agir de forma promíscua.

• Com a idade, costumam demonstrara menos sintomas, devido a perda de energia (pode ser uma diferença mais aparente do que real)

• O tratamento consiste em psicoterapia (psicanálise) e farmacoterapia (tto adjunto para sintomas eventuais, como depressão, ansiedade e ilusões).

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• Caracterizado por um senso aguçado de auto importância, ausência de empatia e sentimentos grandiosos de serem únicas. Entretanto, apresentam autoestima frágil e vulnerável a críticas.

a) Epidemiologia

• Apresenta cerca de 1 a 6% de incidência na comunidade.

• Filhos de pais com esse transtorno podem ter chance aumentada de desenvolvê-lo, devido a transmissão de uma ideia irrealista de onipotência, grandiosidade, beleza e talento.

b) Características clínicas

• Esperam tratamento especial, por apresentarem um senso de auto importância grandioso (autoestima baixa)

• Lidam mal com críticas, sendo indiferentes a essas ou reagindo de forma extremamente negativa a essas. • Geralmente exigem que as coisas sejam do seu jeito e com frequência tem a ambição de obter fama e

fortuna.

• Recusam-se a obedecer a regras convencionais de comportamento, o que pode levar a situações de conflito com outras pessoas.

• Fingem simpatia apenas para atingir seus objetivos egoístas, ou seja, a exploração interpessoal é frequente.

• Geralmente apresentam problemas profissionais, rejeição e perda devido a seu comportamento.

c) Diagnóstico

Diagnóstico segundo o DSM-V

Padrão difuso de grandiosidade (em fantasia ou comportamento), necessidade de admiração e falta de empatia que surge no início da vida adulta e está presente em vários contextos, conforme indicado por cinco (ou mais) dos seguintes

1. Ter uma sensação grandiosa da própria importância (exagera conquistas e talentos, espera ser reconhecido como superior sem que tenha as conquistas correspondentes

2. É preocupado com fantasias de sucesso ilimitado, poder, brilho, beleza ou amor ideal

3. Acredita ser “especial” e único e que pode ser somente compreendido por, ou associado a, outras pessoas especiais ou com condição elevada

4. Demanda admiração excessiva

5. Apresenta um sentimento de possuir direitos (expectativas irracionais de tratamento especialmente favorável ou que estejam automaticamente de acordo com as próprias expectativas)

6. É explorador em relações interpessoais

7. Carece de empatia: reluta em reconhecer ou identificar-se com os sentimentos e necessidades dos outros

8. É frequentemente invejoso em relação aos outros ou acredita que os outros o invejam 9. Demonstra comportamentos ou atitudes arrogantes e insolentes

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• Apresenta um curso crônico e de difícil tratamento. Esses indivíduos costumam lidar mal com envelhecimento, por valorizar excessivamente aspectos da juventude, tornando-se mais vulneráveis a crises de meia idade.

• O tratamento é feito por meio de psicoterapia (psicanálise – ainda não há eficácia comprovada) e farmacoterapia para quadros de depressão ou humor lábil (lítio e antidepressivos)

4) Compreender os transtornos de personalidade do grupo C (características de ansiedade e medo) 1) Transtorno da personalidade Evitativa

• Costumam ser descritas como “complexo de inferioridade”. Apresentam sensibilidade extrema a rejeição e podem levar vidas socialmente retraídas. Geralmente demonstram um grande desejo por companhia, mas precisam de garantias muito forte de aceitação não crítica. São extremamente tímidos.

a) Epidemiologia

• Sugere-se que a prevalência seja de aproximadamente 2 a 3% da população em geral

• Crianças pequenas apresentam comportamento tímido apresentam uma chance maior de desenvolver esse transtorno.

b) Quadro Clínico

• Esses pacientes são hipersensíveis à rejeição por outros e apresentam-se como extremamente tímidos. Tendem a interpretar mal os comentários dos outros como depreciativos ou ridicularizantes.

• Desejam o afeto e a segurança da companhia humana, contudo, justificam sua esquiva a relacionamentos devido a seu medo de rejeição.

• Geralmente expressam fala com incerteza, falta de autoconfiança e se expressam de modo discreto. Também tem medo de se expressar em público ou fazer pedidos a outras pessoas.

• Não costumam ter amigos íntimos ou confidentes, devido a indisposição a começar relacionamentos a menos que recebam uma forte garantia de aceitação sem críticas.

• Na esfera profissional geralmente costumam assumir empregos que recebem pouca atenção.

• Durante a consulta se portam de forma ansiosa, variando o seu comportamento conforme a percepção de apreciação ou não do médico.

c) Diagnóstico

Diagnóstico segundo o DSM-V

Um padrão difuso de inibição social, sentimentos de inadequação e hipersensibilidade a avaliação negativa que surge no início da vida aguda e está presente em vários contextos, conforme indicado por quatro (ou mais) dos seguintes:

1. Evita atividades profissionais que envolvam contato interpessoal significativo por medo de crítica, desaprovação ou rejeição

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2. Não se dispõe a envolver-se com pessoas, a menos que tenha certeza de que será recebido de forma positiva

3. Mostra-se reservado em relacionamentos íntimos devido a medo de passar vergonha ou de ser ridicularizado

4. Preocupa-se com críticas ou rejeição em situações sociais

5. Inibe-se em situações interpessoais novas em razão de sentimentos de inadequação 6. Vê a si mesmo como socialmente incapaz, sem atrativos pessoais ou inferior aos outros 7. Reluta de forma incomum em assumir riscos pessoais ou se envolver em quaisquer novas

atividades, pois estas podem ser constrangedoras.

d) Prognóstico e Tratamento

• Muitas pessoas são capazes de viver uma vida normal. Contudo, caso seu sistema de apoio falhe, ficam sujeitas a desenvolver depressão, ansiedade e raiva. Apresentam risco maior de desenvolver fobia social. • O tratamento consiste em psicoterapia (desenvolvimento de confiança, aceitação dos medos e superação

do medo de rejeição) e farmacoterapia (manejo de ansiedade e depressão)

2) Transtorno de personalidade dependente

• Portadores desse transtorno subordinam suas próprias necessidades às necessidades às necessidades dos outros, fazem outra pessoa assumir responsabilidade por áreas importantes de suas vidas, não tem

autoconfiança e podem experimentar desconforto intenso ao ficar sozinhas por mais que breves períodos.

a) Epidemiologia

• É mais comum em mulheres do que em homens. • Apresenta prevalência aproximada em 0,6%

• É mais comum em crianças menores, principalmente aquelas acometidas com doenças físicas crônicas na infância.

b) Quadro Clínico

• Padrão global de comportamento dependente e submisso. O indivíduo não consegue tomar decisão sem uma quantidade excessiva de aconselhamento e tranquilização dos outros.

• Costumam evitar posições de responsabilidade e ficam ansiosas se precisam assumir um papel de liderança (preferem ser submissas)

• Não gostam de ficar sozinhos, sempre buscando outras pessoas de quem possam depender, distorcendo os seus relacionamentos de forma a ficar apegados a outra pessoa. Costumam tolerar relacionamentos abusivos pelo medo de perder o afeto.

• Pessimismo, insegurança, passividade e temor de expressar sentimentos tipificam o seu comportamento. • Durante a consulta, costuma ser passivo, receptivo as perguntas e buscar orientação.

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c) Diagnóstico

Diagnóstico segundo o DSM-V

Uma necessidade difusa e excessiva de ser cuidado que leva a comportamento de submissão e apego que surge no início da vida adulta e está presente em vários contextos, conforme indicado por cinco (ou mais) dos seguintes:

1. Tem dificuldades em tomar decisões cotidianas sem uma quantidade excessiva de conselhos e reassuguramento de outros

2. Precisa que outros assumam responsabilidade pela maior parte das principais áreas de sua vida 3. Tem dificuldades em manifestar desacordo com outros com medo de perder apoio ou aprovação 4. Apresenta dificuldade em iniciar projetos ou fazer coisas por conta própria (devido mais a falta de

autoconfiança em seu julgamento ou em suas capacidades do que a falta de motivação ou energia 5. Vai a extremos para obter carinho e apoio dos outros, a ponto de voluntariar-se para fazer coisas

desagradáveis

6. Sente-se desconfortável ou desamparado quando sozinho devido a temores exagerados de ser incapaz de cuidar a si mesmo

7. Busca com urgência outro relacionamento como fonte de cuidado e amparo logo após o término de um relacionamento íntimo

8. Tem preocupações irreais com medos de ser abandonado a própria sorte.

d) Prognóstico e Tratamento

• Geralmente sofrem em seus relacionamentos, pois costumam tolerar abusos físicos e mentais e são pessoas profissionalmente confusas, visto que não conseguem agir de modo independente e sem supervisão.

• São mais susceptíveis a desenvolver TDM, contudo apresentam bom prognóstico com tto • O tratamento consiste em psicoterapia e farmacoterapia (ansiedade, depressão e pânico)

3) Transtorno da personalidade Obsessivo-Compulsiva

• Caracteriza-se por constrição emocional, organização, perseverança, teimosia e indecisão. É um padrão global de perfeccionismo e inflexibilidade.

a) Epidemiologia

• Prevalência de 2 a 8% na população

• É um transtorno mais comum em homens que em mulheres • Costumam ter antecedente de disciplina rígida

b) Quadro Clínico

• Obsessão por regras, regulamentos, limpeza, organização, detalhes e desejo de obter a perfeição • São inflexíveis e intolerantes

• Conseguem trabalhar por muito tempo, contato que seja um trabalho de rotina e que não exija mudanças às quais não consigam se adaptar.

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• Não costumam ter relacionamentos interpessoais significativos, insistindo para que os outros se

submetam a suas necessidades. Focam em agradar pessoas de patente maior que a sua e executar os seus desejos.

• Ficam extremamente ansiosos frente a situações que desestabilizam a sua rotina. • Durante a consulta apresentam uma atitude formal, rígida e distante.

c) Diagnóstico

Diagnóstico segundo o DSM-V

Um padrão difuso de preocupação com ordem, perfeccionismo e controle mental e interpessoal à custa de flexibilidade, abertura e eficiência que surge no início da vida adulta e está presente em vários contextos, conforme indicado por quatro (ou mais) dos seguintes:

1. É tão preocupado com detalhes, regras, listas, ordem, organização ou horários a ponto de perder o ponto principal da atividade

2. Demonstra perfeccionismo que interfere na conclusão de tarefas

3. É excessivamente dedicado ao trabalho e à produtividade em detrimento de atividades de lazer e amizades

4. É excessivamente consciencioso, escrupuloso e inflexível quanto a assuntos de moralidade, ética ou valores

5. É incapaz de descartar objetos usados ou sem valor mesmo quando não tem valor sentimental 6. Reluta em delegar tarefas ou trabalhar com outras pessoas a menos que elas se submetam à sua

forma exata de fazer as coisas

7. Adota um estilo miserável de gastos em relação a si e a outros; o dinheiro é visto como algo a ser acumulado para futuras catástrofes

8. Exibe rigidez e teimosia

d) Prognóstico e tratamento

• O prognóstico é extremamente imprevisível, devido ao risco de desenvolvimento de obsessões ou

compulsões conforme progressão do transtorno. Enquanto alguns pacientes desenvolvem esquizofrenia e TDM, outros se tornam adultos abertos e simpáticos.

• O tratamento consiste em psicoterapia e farmacoterapia (clonazepam – costuma reduzir os sintomas em pacientes com transtorno obsessivo-compulsivo)

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