• Conhece-te a ti mesmo (frase inscrita no oráculo de
Delfos – É a pedra angular da filosofia de Sócrates e de seu método, a maiêutica)
• O que é um oráculo? 2 significados
• Síbila é o nome da transmissora da mensagem divina. • No 1º filme da série Matrix, há uma sibila que
pergunta a Neo se ele leu o que está escrito sobre a porta de entrada da casa que acaba de entrar.
• Ele diz que não e ela lê para ele:
• Nosce te ipsum – Conhece-te a ti mesmo.
• O oráculo diz a ele que somente ele poderá saber se
livrará o mundo do poder da Matrix e somente conhecendo a si mesmo ele terá a resposta.
• Há um paralelo entre essa cena e o um
• Em Delfos, na Grécia, havia um santuário dedicado ao Deus Apolo,
e sobre o portal de entrada desse santuário estava escrito Nosce te ipsum.
• Sócrates foi ao oráculo consulta-lo, pois diziam que ele era o mais
sábio ateniense.
• Desejava saber o que era sábio e se podia ser chamado de sábio. • O oráculo perguntou-lhe o que sabia e ele respondeu: só sei que
nada sei.
• O oráculo disse que não só era sábio, mas o mais sábio de todos,
Neo e a Matrix
• Análise dos nomes:
• Neo: novo, renovado, jovem na força e no ardor da
juventude.
• Morfeu: Era um espírito filho do sono e da noite que
possuía asas e era capaz de voar num único instante, em absoluto silêncio para as extremidades do mundo.
Esvoaçando sobre um ser humano ou pousando
levemente sobre a sua cabeça, tocando – o com uma papoula vermelha, tinha o poder, não só de fazê-lo adormecer e sonhar, mas também de aparecer-lhe no sonho, tomando a forma humana.
• Dessa forma, no filme, Morfeu se comunica pela primeira
vez com Neo.
• Em vários momentos Morfeu lhe pergunta se tem a
impressão de estar sonhando.
• Até o momento que lhe oferece uma pílula azul e uma
vermelha, ao que Neo escolhe a vermelha ( como a papoula da mitologia) que o fará ver a realidade.
• E morfeu quem lhe mostra a Matrix. Assim compreende
• Definições de Matrix: Do latim mater: mãe, útero. Na linguagem
técnica é o molde de fundição de uma peça, o circuito de
codificadores e decodificadores das cores primárias e dos sons e, na informática, a rede de guias de entradas e saídas de elementos lógicos
• No filme, a Matrix tem todos esses sentidos.
• Ela é um útero universal onde estão todos cuja vida real é uterina
e cuja vida virtual é forjada pelos circuitos de codificadores e
decodificadores de cores e sons e pelas redes de guias de entrada e saída de sinais lógicos.
• O computador antes era chamado de cérebro
eletrônico.
• Vencer a Matrix é destruir a aparência,
restaurar a realidade e assegurar que os seres
humanos possam perceber e compreender o
mundo verdadeiro e viver realmente nele.
Neo e Sócrates
• Porque Neo foi o escolhido?
• Pq era um perito em informática e desconfiava da
realidade. Sempre teve dúvidas sobre como a realidade era percebida.
• Pq Sócrates é considerado o patrono da Filofia?
• Pq jamais se contentou com as opiniões estabelecidas
• Ele costumava dizer que era impelido por um
espírito interior que o levava a desconfiar das
aparências e procurar a realidade verdadeira
das coisas.
• Provou p muita gente, através de suas
incansáveis perguntas que, as pessoas na
realidade não sabiam o que estavam fazendo
ou dizendo ou acreditavam.
• Sócrates instigava as pessoas a descobrirem a
diferença entre parecer e ser, entre crença ou opinião e verdade ( discorrer)
• O ideal de Sócrates mexeu fortemente com os
poderosos de Athenas ao ponto de Sócrates ser condenado à morte, acusado de espalhar dúvidas
sobre as ideias e os valores Atenienses e corromper a juventude.
• O paralelo entre Sócrates e Neo continua com o mito
• Imaginem uma caverna, na qual não se pode ver
o mundo exterior. Apenas uma fresta de luz é
projetada nas paredes da caverna, onde
também são projetadas sombras.
• Dentro dessa caverna há seres humanos
acorrentados vivendo sem poder mover a
cabeça na direção da entrada, sem nunca ter
visto o mundo exterior nem a luz do sol. Estão
quase no escuro, imobilizados.
• Dentro da caverna há um fogo, que projeta as sombras na
parede da caverna.
• Do lado de fora pessoas passam conversando e
carregando nos ombros figuras ou imagens de homens, mulheres e animais, e essas sombras também são
projetadas nas paredes da caverna.
• Não tendo visto o exterior, os prisioneiros acreditam que
as sombras são as coisas que as projetam e que os sons são produzidos pelas sombras. Acreditam também que os sons produzidos pelos artefatos que essas pessoas
• Há um claro engano, por parte dos prisioneiros.
• Essa confusão não tem por causa um defeito na natureza
dos prisioneiros, e sim as condições adversas nas quais se encontram.
• O que aconteceria se fossem libertados dessa condição
miserável?
• Um dos prisioneiros, inconformado com a condição na
qual se encontra, decide abandoná-la. Fabrica um instrumento que serve para desatar seus grilhões.
• Sai da caverna.
• Num primeiro instante fica totalmente cego pela
luminosidade do sol, com o qual seus olhos não
estão acostumados.
• Há dificuldades nessa nova situação. Corpo
dolorido, incredulidade, deslumbramento, e
retorna a caverna para livrar-se da dor e do
espanto. Lá fora não consegue enxergar com
nitidez e caverna lhe é familiar e conhecido.
• Indisposto para entrar novamente na caverna,
permanece em seu exterior e seus olhos começam a se adaptar a luz. Encanta-se. Tem a felicidade de
finalmente ver as próprias coisas descobrindo que estivera prisioneiro a vida toda e que em sua prisão via apenas sombras.
• Decide ficar longe da caverna dali pra frente, nunca
mais habitar seu interior, porém tem pena dos outros prisioneiros e decide voltar ao seu interior para
contar aos outros o que viu e convencê-los a se libertarem também.
• O que acham que acontece quando volta e conta
a verdade aos outros prisioneiros?
• Zombam dele e não acreditam em sua palavra.
Se não conseguirem silenciá-lo com sua
zombaria, tentarão fazê-lo espancando-o. Se
ainda assim ele insistir em afirma-lo, acabarão
por mata-lo. Mas quem sabe alguns poderão
ouvi-lo e contra a vontade dos demais também
decidir sair da caverna rumo à realidade?
• O que é a caverna?
• O mundo das aparências em que vivemos. As sombras projetadas
são as coisas que percebemos. Os grilhões e as correntes são nossos preconceitos e opiniões. Nossa crença de que o que estamos percebendo é a realidade.
• Quem é o prisioneiro que se liberta e sai da caverna? O filósofo. • O que é a luz do sol? A verdade. O que é o mundo iluminado pelo
sol da verdade? A realidade. Qual o instrumento que liberta o prisioneiro rebelde e com o qual ele deseja libertar os outros prisioneiros? A filosofia.
Nossas crenças
costumeiras
• Emitimos várias opiniões em nossa vida cotidiana. • Exemplos: Ela ficou maluca! Ele está sonhando!
Glorinha está mais vívida que Maria!
• Quando se trata do namorado, ou mesmo de um
filho, as pessoas tende a enxergarem a realidade distorcida, de modo a favorecerem seus queridos.
• Somos muito subjetivos. “ Quem ama o feio, bonito
• Quando pergunto que horas são, há vários
pressupostos nessa pergunta.
• O tempo existe, ele passa, pode ser medido em horas
e dias. O que já passou é diferente de agora e o que há de vir também há de ser diferente desse
momento. O passado pode ser lembrado ou esquecido e o futuro, desejado ou temido.
• Há coisas ou ideias que acreditamos sem questionar.
• Quais são as crenças presentes nessas
afirmativas?
• “Ele está sonhando”.
• “Ela ficou maluca”.
• “Onde há fumaça, há fogo”. (causa e efeito)
• Não saia na chuva para não se resfriar.
• Ao fazermos uma comparação do tipo Glorinha
está mais vívida que Maria ou, essa casa é mais
bonita que aquela, acreditamos que as coisas ou
pessoas podem ser comparados e avaliados.
• Se disséssemos que o sol é maior do que vemos
estamos acreditando que nossa percepção
alcança as coisas de modos diferentes. Por
exemplo, a caneta, a percebemos como ela é, já
o sol, é maior do que o disco de luz que vemos
ao longe.
• Nossa visão pode ver as coisas diferentemente do que
elas são. Mas nem por isso diremos que estamos sonhando ou que ficamos malucos.
• A percepção visual varia de acordo com a distância,
ou seja, depende das condições de visibilidade ou da localização e movimento do objeto.
• Na briga, quando chamamos o outro de mentiroso,
está presente a crença de há diferença entre verdade e mentira. A verdade diz as coisas exatamente como são, a mentira faz o contrário, distorce a realidade.
• No entanto, consideramos a mentira diferente do
sonho, da loucura e do erro, pq quem erra, sonha e mente se ilude involuntariamente, enquanto o
mentiroso decide voluntariamente deformar a realidade e os fatos.
• Erro e mentira são falsidades diferentes. Somente no
mentira há a intenção.
• Disso decorre que somos seres dotados de vontade, e
• Nem sempre classificamos a mentira como algo
ruim. Ex. novelas, romances e filmes.
Acreditamos que quando alguém nos avisa que
está mentindo, a mentira é aceitável.
• Quando distinguimos verdade de mentira ou
mentiras aceitáveis de inaceitáveis, não estamos
só nos referindo a conhecimento e
desconhecimento da realidade, mas também ao
caráter da pessoa, à sua moral.
• Acreditamos que a pessoa, porque possui
vontade, pode ser moral ou imoral, pois
cremos que vontade é o poder de escolher
entre o bem e o mal.
• Acreditamos que exercer tal poder é exercer
liberdade. Acreditamos que somos livres para
escolhermos voluntariamente nossas ações,
nossas idéias, nossos sentimentos.
• Numa briga quando alguém pede para os que estão
brigando para colocarem a cabeça no lugar, e que sejam objetivas, ou no caso dos namorados que são incapazes de ver as coisas como são, sendo muito subjetivos, também há várias crenças silenciosas.
• Se alguém tenta defender um ponto de vista que
envolva alguém ou algo que gosta muito, ou está apaixonado, perde a objetividade. Deixa-se guiar
• Ter objetividade é ter uma atitude imparcial.
• Ser subjetivo é ser guiado pelas emoções. (amor,
ódio, medo, desejo).
• Disso depreende-se que não só a objetividade e
a subjetividade existem mas também são
diferentes, a primeira percebe perfeitamente a
realidade e não a deforma enquanto a segunda
não percebe a realidade e a deforma.
• Ao dizermos que alguém é legal pela
semelhança de gostos com essa pessoa,
acreditamos que o que nos torna semelhantes
ou diferentes das outras pessoas são as normas
e valores morais, políticos, religiosos e artísticos.
• Nossa vida cotidiana é toda feita de crenças
silenciosas, da aceitação de coisas e ideias que
nunca questionamos porque nos parecem
E se não for bem assim
• Quando em Matrix Neo pergunta a Morfeu: Onde estamos?
Morfeu lhe responde que a pergunta correta seria quando, não onde.
• Morfeu lhe mostra a realidade.
• Ao ir ao oráculo, Neo se depara com crianças prodígio fazendo
coisas impossíveis na realidade física, ao que a criança lhe explica: A colher não existe. O que neo vê não existe e o que existe não é visto por ele. É quando o oráculo lhe mostra a inscrição sobre a porta. “ Conhece-te a ti mesmo”, sugerindo que antes que comece a desvender os enigmas do mundo externo, que comece por
• Cremos que nossa vontade é livre para escolher entre o bem e o
mal.
• Cremos também na necessidade de obedecer às normas e as
regras da nossa sociedade.
• Que acontece, porém, quando, numa situação, nossa vontade nos
indica que é bom fazer ou querer algo que nossa sociedade proíbe ou condena? Ou, ao contrário, quando nossa vontade julga que será um mal ou uma injustiça querer ou fazer algo que nossa
sociedade exige ou obriga? Há momento que vivemos um conflito entre o que nossa liberdade deseja e o que nossa sociedade
• O tempo é relativo. Pode passar mais rápido ou
devagar.
• No céu, tudo parece se mover quando na
verdade o que se move é a Terra.
• Esses exemplos se assemelham às experiências
de Neo. Por um lado tudo parece correto e como
tem de ser, por outro, parece que tudo poderia
estar errado ou ser ilusão.
• Temos a crença na liberdade mas somos
dominados pelas regras da nossa sociedade.
• Temos a experiência do tempo parado ou do
tempo ligeiro, mas o relógio não comprova
essa experiência. No caso do céu, a
• Os conflitos entre nossas crenças e os saberes
estabelecidos são as principais circunstâncias
que nos fazem mudar de atitude.
• Quando o que sempre acreditamos é
contrariado por uma outra forma de
conhecimento, entramos em crise.
• Aí nos indagamos, sou livre quando quero e
faço algo que contraria a minha sociedade ou
sou livre quando domino minha vontade e a
obrigo a aceitar o que minha sociedade
determina. Sou livre quando sigo minha
• Para respondermos essa pergunta necessitamos
de outras perguntas como “O que é liberdade?”,
“O que é a vontade?, “O que é a sociedade?”, “O
que são o bem e o mal, o justo e o injusto?”
• Nos exemplos dados do sol, do tempo e da
Terra, também indagamos se estamos
percebendo o que é real ou não. Necessitamos
fazer perguntas mais profundas para
entendermos como “O que é tempo”, “o que é
perceber”, “o que é realidade”.
• O que está por trás de tais perguntas? O fato de
que estamos mudando de atitude. Estamos
quebrando a prática costumeira de aceitar as
coisas como são e estamos tendo uma atitude
filosófica.
• Isso indica que quem não se contenta com o que
está pré – estabelecido, está exprimindo o
desejo de saber.
Buscando a saída da caverna
ou a atitude filosófica.
• Imaginenos uma pessoa que ao invés de emitir as
opiniões normais do nosso dia a dia como, por
exemplo, “que horas são” ou “Ele está sonhando” ou “Ela é mentirosa”, dissesse: “O que é o tempo” ou “o que é o sonho, loucura ou a razão” ou “O que é o
falso?, o que é a mentira?, o que é a verdade?
• Uma pessoa que assim fizesse, estaria se distanciando
da vida cotidiana e de si mesma, pois estaria indagando as crenças e os sentimentos que alimentam silenciosamente nossa existência.
• Ao fazer isso, estamos desejando conhecer porque
cremos no que cremos, porque sentimos o que sentimos e estaria começando a cumprir o que o oráculo de delfos dizia: “Conhece-te a ti mesmo” e estaria adotando a atitude filosófica.
• Assim, a resposta a pergunta: “O que é filosofia?”
seria: “ A decisão de não aceitar como naturais, óbvias e evidentes as coisas, as ideias, os fatos, as situações, os valores, os comportamentos de nossa existência cotidiana, jamais aceita-los sem antes os haver investigado e compreendido”.