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2ª Conferência da REDE de Língua Portuguesa de Avaliação de Impactos 1° Congresso Brasileiro de Avaliação de Impacto

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Associação Brasileira de Avaliação de Impacto

MAPEAMENTO DA VULNERABILIDADE AMBIENTAL A DERRAMES DE ÓLEO EM AMBIENTES COSTEIROS

Gabriel Henrique da Silva1, Sirayama de Oliveira Ferreira Lima 2,Solange Irene Araújo 3 e

Cristiane Carneiro Gomes4

1

Doutor, Químico- Universidade Estadual do Norte Fluminense (UENF), Professor Associado ghsilva@uenf.br 2 Mestre, Bióloga- PETROBRAS/CENPES, Analista Ambiental sirayama@petrobras.com.br

3 Bióloga – PETROBRAS, Analista Ambiental 4

Mestre, Geógrafa-TECGRAF-PU/RJ, Geógrafa

RESUMO

A análise da vulnerabilidade a derrame de óleo, no Brasil, é um requisito legal para os planos de emergência, mas não há uma metodologia que integre os diferentes aspectos relacionados ao tema. É uma tendência em desenvolvimento, não havendo, portanto, um consenso tecnológico sobre a técnica mais adequada para subsidiar a análise da vulnerabilidade. Neste trabalho, apresenta-se uma metodologia que sintetiza macro aspectos que permitem uma avaliação estratégica dos recursos ambientais potencialmente mais vulneráveis. Para elaboração do mapa de vulnerabilidade ambiental foi feita uma conceituação de vulnerabilidade, considerando a sensibilidade e suscetibilidade dos ambientes estuarinos e costeiros e apresentada uma proposta integradora. O mapeamento da vulnerabilidade ambiental a derrame de óleo proposto resulta da classificação no grau de vulnerabilidade que é baseado na matriz de interação da sensibilidade e na suscetibilidade dos ambientes. O mapeamento apresenta a síntese destes resultados com os elementos importantes para a resposta, possibilitando antecipar as estratégias de resposta e combate e assim, melhorar o tempo da resposta às emergências.

ABSTRACT

The analysis of vulnerability to oil spill despite being a legal requirement for emergency plans, still has not a methodology that integrates its different aspects. In this work, we developed a methodology that synthesizes these aspects, allowing a strategic assessment of potential environmental resources that are most vulnerable to be made. For preparation of the environmental vulnerability map a conceptualization of vulnerability, considering the sensitivity and susceptibility of estuaries and coastal was done and presented an integrative proposal. The mapping of environmental vulnerability to oil spill is based on a interaction matrix of the sensitivity and the likelihood of oil reached sensitive environments where results are ranked according to their degree of vulnerability. The mapping presents a summary of these results for the response to anticipate the possible response strategies, and combat and thus improving the response time to emergencies

INTRODUÇÃO

Os grandes acidentes de derrame de óleo,como por exemplo, Exxon Valdez, 1989 e

Deepwater Horizon em 2011,que tiveram grande repercussão pela mídia, têm aumentado o nível

de conscientização sobre a necessidade de preservação ambiental. Consequentemente, a sociedade tem sido mais exigente nas questões dos danos ambientais, assim como as empresas de petróleo, conscientes do seu papel no desenvolvimento sustentável, têm se voltado para estudos sobre o planejamento de contingências e o pronto atendimento nas ocorrências de acidentes.

Os mapas de sensibilidade a derramamento de óleo ou Cartas SAO, vêm sendo utilizados desde a década de 70, representam uma importante ferramenta para a priorização dos ambientes

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a serem protegidos, nos quais devam ser aplicados ou concentrados esforços em casos acidentais/emergenciais, de forma a reduzir as conseqüências ambientais tanto do derrame quanto dos esforços de limpeza.

Os impactos de um derrame podem ser minimizados se os locais mais sensíveis ao contato com óleo, como, por exemplo, os manguezais, puderem ser protegidos. Os mapas auxiliam no direcionamento dos recursos disponíveis de resposta a um derrame de óleo para as áreas onde a atuação dessa resposta venha a ser a mais eficaz dentro dos condicionamentos presentes.

Os mapas de sensibilidade contêm três tipos de informações espaciais: a classificação da sensibilidade dos ambientes, os recursos biológicos e os recursos de uso humano de valor recreacional, de subsistência ou comercial. A classificação do ambientes é feita de acordo com as suas características físicas, permanência do óleo e condições de limpeza e/ou remoção. No Brasil, há um padrão de normas e nomenclaturas para elaboração das mapas de senbilidade ambiental, estabelecidas pelo órgão ambiental brasileiro (Ministério do Meio Ambiente; BRASIL, 2004), baseadas nas propostas da NOAA (1997) e PETROBRAS (ARAUJO et al., 2001).

Entretanto, observa-se na prática que conhecer as áreas mais sensíveis não é suficiente para garantir uma proteção efetiva, resultando então a necessidade de uma classificação adicional que permita representar a correlação entre a sensibilidade e a probabilidade de impacto, de forma a otimizar o deslocamento dos meios de proteção e combate a derrame de óleo. Assim, os ambientes passariam a ser classificados pela sua vulnerabilidade.

A legislação ambiental determina que as instalações que ofereçam riscos de acidentes de poluição por óleo em águas sob jurisdição nacional deverão dispor de planos de emergência individuais para o combate à poluição por óleo. A resolução CONAMA 398/2008 estabelece como requisitos para os planos individuais de emergência o mapeamento da sensibilidade e vulnerabilidade ambiental ao óleo (MMA, 2008).

Do ponto de vista legal, embora a elaboração de mapas de vulnerabilidade seja um item exigido, não há nenhum texto legal que apresente uma definição para vulnerabilidade ambiental a derrames de óleo.

Quanto à metodologia para elaboração, recentemente a resolução CONAMA nº 398/2008 estabeleceu que “a análise de vulnerabilidade deverá levar em consideração: a probabilidade de o óleo atingir determinadas áreas e a sua sensibilidade”. Porém nenhuma referência é feita sobre o procedimento a ser adotado para a elaboração dos mapas ou para a classificação dos ambientes quanto à sua vulnerabilidade a derrames de óleo.

A sensibilidade ambiental a derrames de óleo, que é uma questão bem definida, que vem sendo estudada há algumas décadas (GUNDLACH e HAYES, 1978), e para qual já existem normas técnicas oficiais (MMA, 2002), enquanto que a suscetibilidade e vulnerabilidade ambiental a derrames de óleo ainda não dispõem de normas que regulamentem a definição e a aplicação.

O termo vulnerabilidade é definido de diversas maneiras, de acordo com diversos autores. Pode-se encontrar em uma mesma publicação definições distintas como é o caso do livro

Vulnerabilidade Ambiental: Desastres Naturais ou Fenômenos Induzidos? (SANTOS, 2007), que

em vários capítulos utiliza o conceito de vulnerabilidade com uma conotação diferente da que será aqui adotada. Dependendo do tipo de fenômeno considerado, o termo vulnerabilidade pode apresentar significado específico.

Para os casos de derrames de óleo, NOERNBERG e LANA (2003) tivessem por objetivo sumarizar o conhecimento corrente a respeito da sensibilidade de sistemas alagadiços costeiros a derrames de óleo, esses autores levam os leitores a dúvidas quanto ao emprego dos termos sensibilidade e vulnerabilidade. ROCHA (2008) afirma que “a vulnerabilidade em um ambiente está associada a dois fatores: sensibilidade e suscetibilidade” e que a “sensibilidade ambiental

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está relacionada ao nível de resposta de um ambiente gerado por um determinado tensor antrópico, como o vazamento de óleo ou derivado” sendo que, por outro lado, “a suscetibilidade conecta-se à probabilidade de um ambiente ser atingido por algum evento ou cenário acidental. A suscetibilidade é determinada centralmente pelas condições do ambiente, e a presença de fontes efetivas de contaminação que possam atingir a área em foco. Assim, o nível de vulnerabilidade é dado pela associação da sensibilidade com a probabilidade dos ambientes serem atingidos por um tensor antrópico”.

Apesar de definir vulnerabilidade, sensibilidade e suscetibilidade, ROCHA (2008) não apresentou nenhuma proposta para efetivamente correlacionar estas variáveis.

ROMERO (2009) estudou a vulnerabilidade ambiental ao óleo e Cartas SAO no litoral de São Paulo entre Praia Grande e Ilha Comprida e apresentou os seus resultados de vulnerabilidade sob a forma de mapas de sensibilidade com a superposição dos contornos de probabilidade da presença de óleo. Estes mapas, no entanto, exigem que o leitor interprete os resultados e classifique a vulnerabilidade

A elaboração de mapas de vulnerabilidade ambiental a derrames de óleo vem sendo exigida, há alguns anos, nos processos de licenciamento de instalações da indústria de petróleo para atender estas exigências, SILVA e ARAÚJO (2004) apresentaram definições para suscetibilidade e vulnerabilidade ambiental a derrames de óleo

Considerando os conceitos apresentados por SILVA e ARAÚJO (2004) e na Resolução CONAMA 398 (MMA, 2008), propomos nova definição mais abrangente para vulnerabilidade que cita os dois aspectos principais do ambiente: a probabilidade de contato com óleo e sua sensibilidade a este:

 Suscetibilidade ambiental a derrames de óleo é a tendência ou probabilidade que uma localidade ser atingida por óleo, no caso de derrames ocorridos sob condições ou cenários pré-estabelecidos, ou seja, através de simulações.

 Vulnerabilidade ambiental a derrames de óleo indica a capacidade de um ambiente sofrer lesões ou danos, em face de sua sensibilidade ambiental e de sua suscetibilidade ambiental a derrames de óleo

Este trabalho tem por objetivo apresentar uma metodologia que permita a análise e a elaboração de mapas de vulnerabilidade ambiental a derrames de óleo, de modo que o mapa obtido forneça diretamente a informação do nível da vulnerabilidade ambiental a derrames de óleo nos diversos ambientes analisados de conformidade com a resolução CONAMA 398/2008.

2. METODOLOGIA PROPOSTA

Para atender aos requisitos da Resolução CONAMA n° 398 (MMA, 2008), que determina que a análise da vulnerabilidade deverá levar em consideração a probabilidade do óleo atingir determinadas áreas e a sensibilidade destas áreas, é proposta uma metodologia que compreende os seguintes componentes e a metodologia:

Área de Estudo

A área de estudo dos mapas de vulnerabilidade é a área da superposição do mapa de sensibilidade ambiental com os resultados da simulação do derrame de óleo.

Mapas de Sensibilidade Ambiental a Derrames de Óleo (Cartas SAO)

Os mapas de sensibilidade ambiental a derrames de óleo são elaborados de acordo com o as normas do MMA (2002).

Mapas de Suscetibilidade Ambiental a Derrames de Óleo

De acordo com a Resolução CONAMA 398/2008, as áreas passíveis de serem atingidas por óleo deverão ser determinadas por meio a) da comparação com incidentes anteriores de poluição por óleo, se aplicável; b) da utilização de modelos de transporte e dispersão de óleo.

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Para elaboração dos mapas de suscetibilidade ambiental, serão utilizados os resultados obtidos nas simulações. Os resultados são distribuídos em 10 classes de susceptibilidade de acordo com a probabilidade de toque de óleo na costa, sendo cada classe representada por uma cor de acordo com o Quadro 1.

Quadro 1. Classes de susceptibilidade ambiental a derrames de óleo

A representação gráfica da suscetibilidade dá origem aos mapas de suscetibilidade ambiental a derrames de óleo que são elaborados na mesma escala e na mesma base cartográfica usada para elaboração dos mapas de sensibilidade.

Estes mapas devem conter o ponto de vazamento, a rosa dos ventos e o resumo das condições consideradas (duração, tipo e volume do óleo derramado)

Mapas de Vulnerabilidade ambiental a Derrames de Óleo

Os mapas de vulnerabilidade ambiental a derrames de óleo são gerados com a utilização utilizando uma matriz. Para cada segmento da costa é verificada a sensibilidade e a suscetibilidade ambiental a derrames de óleo e aplicando estes dados a matriz (Figura 1) é obtida a vulnerabilidade do trecho estudado que é representada graficamente com uma linha ou polígono, utilizando-se a escala de cores da matriz.

Como recomendado para os mapas de suscetibilidade, os mapas de vulnerabilidade ambiental a derrames de óleo devem ser elaborados na mesma escala e com a mesma base cartográfica usada no mapa de sensibilidade. Estes mapas devem indicar o ponto do vazamento, a rosa dos ventos, resumo das condições consideradas na simulação (sazonalidade, tipo e volume do óleo derramado) e os recursos de combate a derrames.

Os mapas de vulnerabilidade podem ser gerados a partir do cruzamento das informações de sensibilidade ambiental e de suscetibilidade da costa, utilizando-se de ferramentas específicas de geoprocessamento.

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Figura 1. Matriz para Classificação da Vulnerabilidade Ambiental á Derrames de Óleo

Para demonstrar a aplicabilidade da metodologia proposta foi escolhido um trecho do litoral Sul de São Paulo, sobre a influência da Bacia de Santos e do Porto de Santos.

Os resultados do mapeamento, respectivamente os mapas de sensibilidade ambiental (figura 2), suscetibilidade ambiental (figura 3) e vulnerabilidade ambiental a derrames de óleo (figura 4), compreendem o trecho entre Peruíbe e Praia Grande, utilizando os dados publicados por ROMERO (2009). Os dados obtidos por Romero foram retrabalhados de modo a permitir a aplicação da metodologia proposta.

Para elaboração do mapa de vulnerabilidade foi aplicada a matriz de vulnerabilidade ( Figura 1) que resultou na classificação do grau de vulnerabilidade e utilizou como base os dados de sensibilidade e suscetibilidade extraídos das figuras 2 e 3.

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Figura 2- Mapa de Sensibilidade a Derrames de Óleo da Bacia de Santos (Iguape- Praia Grande). Adaptado de ROMERO (2009).

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Figura 3- Mapa de Suscetibilidade Ambiental a Derrames de Óleo na Bacia de Santos (Iguape- Praia Grande). Obtido a partir de dados publicados por ROMERO, 2009.

Figura 4- Mapa de Vulnerabilidade Ambiental a Derrames de Óleo da Bacia de Santos (Iguape- Praia Grande)

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Com o mapeamento da vulnerabilidade, estes resultados permitem descrevem os ambientes com maior e menor vulnerabilidade. O levantamento da sensibilidade ambiental do trecho do litoral de São Paulo compreendido entre Peruíbe e Praia Grande, (figura 2), revela uma costa com predominância de praias com índice de sensibilidade ambiental a derrames de óleo igual a 3. Pequenas porções do litoral são costões rochosos.

No que se refere à suscetibilidade ambiental a derrames de óleo, região estudada nas condições das simulações realizadas, os resultados indicam que os municípios de Praia Grande e de Mongaguá são os que tendem a maior probabilidade de serem atingidos por óleo nos caso de um vazamento no fundeadouro do Porto de Santos. Metade do litoral do município de Praia Grande apresenta probabilidade de 51 a 61% de ser atingido por óleo e todo o litoral do município de Mongaguá, probabilidade de 41 a 50%%.

A análise de vulnerabilidade da região estudada também podem ser apresentada no formato de uma Tabela Analítica da Vulnerabilidade a Derrames de Óleo (Tabela 1). Para elaboração desta tabela foi aplicada a metodologia proposta para determinar vulnerabilidade ambiental.

Tabela 1- Resumo da Vulnerabilidade Ambiental a Derrames de Óleo no litoral de São Paulo entre Iguape e Praia Grande

Os resultados obtidos, nas condições de simulações utilizadas, indicam que na região estudada não são encontrados trechos do litoral com vulnerabilidade alta ou muito alta; 70,6% do litoral apresenta nível de vulnerabilidade muito baixa, 21,8% baixa e apenas 6,9% vulnerabilidade média.

Discussões e Conclusões

A exigência, por parte das autoridades ambientais brasileiras, de apresentação de mapas e análise de vulnerabilidade ambiental a derrames de óleo, de certa forma, tornou-se difícil para os profissionais do meio ambiente responsáveis pelo licenciamento de empreendimentos na área de petróleo. Não havia referências a respeito deste assunto, as definições e conceitos de vulnerabilidade não eram conhecidos e sequer sabia-se o formato de um mapa de vulnerabilidade ambiental a derrames de óleo. A solução encontrada foi sobrepor aos mapas de sensibilidade ambiental a derrames de óleo a mancha de dispersão obtida por simulações.

Na busca de uma solução para o problema da elaboração de mapas de vulnerabilidade ambiental a derrames de óleo dois trabalhos foram fundamentais, o publicado por SILVA e ARAÚJO (2004) e a tese de doutorado de ROMERO (2009). O primeiro trabalho procurou definir a

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vulnerabilidade e apresentou uma proposta metodológica para a elaboração de mapas de vulnerabilidade a derrames de óleo, sem, entretanto, apresentar exemplos demonstrando a sua aplicabilidade. O segundo trabalho teve o grande mérito de apresentar os dados de sensibilidade e deriva de mancha de dispersão de um vazamento simulado de um fundeadouro do Porto de Santos, ultrapassando o obstáculo de obtenção destas informações que não são divulgadas pelas empresas de Petróleo.

A metodologia apresentada neste trabalho, consolida a proposta de mapeamento de vulnerabilidade feita por SILVA E ARAUJO (2004) . A matriz utilizada no presente trabalho apresenta 100 células. Os cinco níveis de vulnerabilidade são distribuídos nestas 100 células, o que permite tornar o método mais ou menos conservador. Neste trabalho procurou-se fazer uma distribuição mais rígida do que aquela proposta por SILVA E ARAUJO (2004). Assim, em apenas 6% das células foram alocados níveis de vulnerabilidade muito baixa contra 16% de muito alta e 56% das células são ocupadas pelos níveis de vulnerabilidade média ou alta.

Como o critério de distribuição pode variar de acordo com os usuários é recomendável que as autoridades ambientais brasileiras padronizem a metodologia proposta, de forma semelhante ao que foi realizada com a metodologia de elaboração dos mapas de sensibilidade ambiental a derrames de óleo.

A elaboração de mapas de vulnerabilidade ambiental a derrames de óleo, a partir da integração dos dados de probabilidade do óleo alcançar a costa e do grau de sensibilidade deste ambiente, auxilia na priorização dos elementos sensíveis que podem ser impactados, possibilitando antecipar estratégias de resposta e combate e assim, melhorar o tempo da resposta à emergências. Os resultados obtidos neste trabalho indicam que para o trecho do litoral de São Paulo compreendido entre Peruíbe e Praia Grande a utilização do mapa de vulnerabilidade ambiental a derrames de óleo demonstrou a possibilidade de se diferenciar, em um litoral bastante homogêneo do ponto de vista da sensibilidade ambiental a derrames de óleo, os trechos em que é necessária uma maior alocação de recursos de combate a derrames de óleo. Assim, a região que compreende todo o município de Mongaguá e o sul do litoral de Praia Grande deve receber uma atenção especial para o caso de um vazamento nas condições estudadas.

A metodologia proposta tem como principal vantagem a elaboração de mapas de vulnerabilidade ambiental a derrames de óleo, de uma forma simples, gerando mapas de fácil leitura e interpretação.

O método descrito permite que outros aspectos sejam incorporados ou correlacionados com a vulnerabilidade ambiental a derrames de óleo, como por exemplo, condicionantes sociais e/ou culturais existentes na área de estudo. A nova correlação dará origem a um novo tipo de mapa. Cabe destacar que esta proposta metodológica permite a análise e mapeamento da vulnerabilidade de ambientes costeiros, que atende os requisitos legais e pode ser utilizada como uma ferramenta poderosa para gestão ambiental.

AGRADECIMENTOS

Agradecemos Teresinha Andrea da Silva e Ângelo Sartori pelos comentários e revisão do artigo.

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