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A UTILIZAÇÃO DE JOGOS EM SALA DE AULA DE 9º ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL

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Academic year: 2021

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ISSN 2176-1396

A UTILIZAÇÃO DE JOGOS EM SALA DE AULA DE 9º ANO DO

ENSINO FUNDAMENTAL

Jordana Giordani1 - PUC PR Crislaine do Carmo Novaes2 - PUC PR Jean Michel Ferreira3 - PUC PR Grupo de Trabalho – Educação Matemática Agência Financiadora: Fundação Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível

Superior - CAPES Resumo

Hoje em dia, torna-se um desafio cada vez maior para um professor de matemática ensinar, pois afinal, a matemática para muitos continua sendo um “bicho de sete cabeças” e também devido a algumas metodologias não gera interesse pelo conhecimento básico e amplo da matéria. Mas então como fazer com que esse tabu desapareça? Como incentivá-los e motivá-los a aprender sobre a matéria? Uma proposta para que a matemática se torne algo mais prático e divertido de se aprender é através dos jogos lúdicos e, por esse motivo, os alunos do PIBID da PUCPR e o supervisor Wagner do Amaral estão desenvolvendo um trabalho no Colégio Estadual Eurides Brandão, que consiste em adaptar os conteúdos programáticos de uma determinada turma a jogos, realizando-se um trabalho em paralelo com o professor que responsável pelas aulas de matemática, onde ele ministra as aulas teóricas, com um âmbito mais abstrato sobre o conteúdo e os alunos do PIBID desenvolvem uma atividade lúdica para a complementação dá teoria e fixação do conteúdo mostrando na prática como os artifícios ou cálculos que os alunos aprenderam se aplicam no cotidiano, dando um sentido para o conteúdo ser ensinado e usado. Desse modo, será possível avaliar se os alunos conseguem assimilar melhor o conteúdo diversificado por metodologias mais assimiláveis a eles, se consegue sanar alguma dúvida teórica e abstrata através de uma atividade prática e se começam a pegar gosto pelos números, descobrindo que a matemática é a solução ao invés do problema que nossos alunos pensam ser.

Palavras-chave: Ensino Fundamental. Matemática divertida. Jogos lúdicos.

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Cursando Licenciatura em Matemática, na Pontifícia Universidade Católica do Paraná. Bolsista do PIBID, com inserção no Colégio Estadual Eurides Brandão. E-mail: jordana1996@gmail.com

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Cursando Licenciatura em Matemática, na Pontifícia Universidade Católica do Paraná. Bolsista do PIBID, com inserção no Colégio Estadual Eurides Brandão. E-mail: nina_cris14@hotmail.com

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Cursando Licenciatura em Matemática, na Pontifícia Universidade Católica do Paraná. Bolsista do PIBID, com inserção no Colégio Estadual Eurides Brandão. E-mail: jmf_bun@hotmail.com

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Introdução

Atualmente, muito se ouve falar da utilização de jogos e outras atividades lúdicas em sala de aula, a fim de motivar e potencializar o processo de ensino e aprendizagem.

As aulas de Matemática também podem ser incluir o uso de jogos, e isto implica em uma mudança que permite mudar o processo tradicional de ensino(ALVES, 2001, p.12).

A utilização de jogos Matemáticos em sala de aula, de maneira eficiente e organizada, permite o desenvolvimento de diversas habilidades, tais como concentração, observação, raciocínio lógico, socialização, consciência de trabalho em grupo.

Visando estimular os alunos a desenvolverem novas habilidades e motivando-os a se interessarem pela Matemática, durante o ano de 2015 está sendo desenvolvido o trabalho Jogos em Sala, pelos alunos do PIBID (Programa de Iniciação à Docência), subprojeto de Matemática, no Colégio Estadual Eurides Brandão, em Curitiba – PR.

Justificativa e Objetivo

O jogo vem ganhando um espaço considerável em nossas escolas, na tentativa de aproximar os conteúdos das aulas com um conceito mais lúdico para nossos alunos. (CABRAL, 2006, p. 16-32)

Kishimoto (1994, p.10) nos mostra o jogo como um importante “recurso para educar e desenvolver a criança, desde que respeitadas as características da atividade lúdica”. Tal atividade pode ser vista como uma estratégia que estimula o educando a ver na aprendizagem algo fascinante.

É constante a verificação de os conteúdos do ano letivo, muitas vezes são “decorados” pelos nossos alunos a fim de realizar uma avaliação formal, e após sua realização já não se sabe mais nada a respeito. Os jogos vêm neste momento mostrar que a aprendizagem pode ocorrer de forma mais efetiva e real. Porém é preciso atentar que tais atividades não podem perder o caráter pedagógico e se tornar algo apenas lúdico.

É preciso tomar cuidado com a formulação das atividades, cuidando para que haja uma verdadeira intenção de aprendizagem com ela, e definindo bem os objetivos e metodologias utilizadas. (NOÉ, 2015)

De acordo com Groenwald e Timm (2002): “A aprendizagem através de jogos, como dominó, palavras cruzadas, memória e outros permite que o aluno faça da aprendizagem um

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processo interessante e até divertido”. Ainda segundo elas: “[...] verificamos que há três aspectos que por si só justificam a incorporação do jogo nas aulas. São estes: o caráter lúdico, o desenvolvimento de técnicas intelectuais e a formação de relações sociais”.

Nós professores, precisamos saber que não é através da resolução de intermináveis listas de exercícios que o nosso aluno adquirirá autonomia e conhecimento. Neste sentido os jogos, “envolvem regras e interação social, e a possibilidade de fazer regras e tomar decisões juntos é essencial para o desenvolvimento da autonomia”. (KAMMI,1992, p.172) e, as tomadas de decisões fazem com que o aluno deixe de ser passivo.

Santos (2012) afirma que os teóricos Piaget e Vygostsky, apesar de terem diferenças em suas teorias, defendiam a participação efetiva do aluno no processo de ensino aprendizagem. Ambos também consideravam importante a relação do brincar e dos jogos no desenvolvimento da criança, isso porque é através da brincadeira que ela consegue, muitas vezes, se expressar melhor verbalmente, e demonstra quais os pontos em que precisa de ajuda a fim de superar as barreiras que se apresentam na situação.

Borin (1996, p.9) afirma que um:

“Motivo para a introdução de jogos nas aulas de matemática é a possibilidade de diminuir bloqueios apresentados por muitos de nossos alunos que temem a Matemática e sentem-se incapacitados para aprendê-la. Dentro da situação de jogo, onde é impossível uma atitude passiva e a motivação é grande, notamos que, ao mesmo tempo em que estes alunos falam Matemática, apresentam também um melhor desempenho e atitudes mais positivas frente a seus processos de aprendizagem.''

Defendendo que ensinar matemática é desenvolver o raciocínio lógico, estimular o pensamento independente, a criatividade e a capacidade de resolver problemas, nós alunos do PIBID de Matemática propusemos a utilização de jogos em paralelo aos conteúdos trabalhados em sala e revisando conceitos já vistos anteriormente.

Procuramos planejar as atividades, a fim de torna-las recursos que ajudassem na construção do pensamento matemático e mostrando que é possível aprender a disciplina de uma maneira menos traumática e mais atraente, compreendendo melhor conceitos já trabalhados e preparando os alunos para incorporarem novos conceitos posteriormente.

Aproveitamos as oportunidades para sanar dúvidas que possam existir quanto ao tema proposto, incentivando que os estudantes questionem e não se sintam inibidos por não dominarem o assunto de maneira mais integral.

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Sendo assim é possível identificar como sendo o objetivo geral do trabalho desenvolvido pelos alunos, bolsista do PIBID, utilizar os jogos em sala de aula como estímulo para o desenvolvimento do pensamento matemático de maneira mais lúdica e atraente.

Metodologia

Foi escolhido desenvolver este trabalho durante todo o ano letivo, e não apenas em um dado momento. Para isto os bolsistas buscam acompanhar o conteúdo programático trabalhado pelo professor regente da turma, realizar pesquisas sobre jogos clássicos e como estes podem ser adaptados para incluir o tema proposto.

O trabalho vem sendo desenvolvido com uma turma com do 9º ano A do Colégio Estadual Eurides Brandão, que é constituída de cerca de 20 alunos entre 14 e 15 anos. O professor responsável por ministrar as aulas de matemática para esses alunos é o Wagner do Amaral, que também é supervisor do PIBID na mesma instituição.

O primeiro conteúdo a ser trabalhado foi Potenciação e a Radiciação. Dos vários jogos existes, foi escolhido adaptar o tradicional bingo a esse conteúdo. O jogo consiste no seguinte: nas cartelas há números aleatórios que são resultados de operações que envolvem raízes e potencias. Durante o sorteio, essas operações são escolhidas e cabe ao aluno resolvê-las e anotar o resultado obtido, caso esteja presente na sua cartela. Ganha o jogo quem completar uma fileira na vertical, horizontal ou diagonal.

Foto 1 - Bingo de potências e raízes

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Através do jogo foi observado que no início os alunos utilizavam um longo tempo para resolver as operações, mas com o andamento das atividades, eles conseguiram realizar os cálculos em menos tempo e sem grandes dificuldades. Além disso, foi possível rever algumas propriedades importantes da potenciação e radiciação.

Outro conteúdo abordado foi Resolução de Equações do 2º grau. Este conteúdo não envolver adaptação de jogos. A atividade foi mais simples, porém tinha o intuito de estimular o raciocínio matemático e a capacidade de resolução das equações. Para isto foram selecionados vários problemas que eram apresentados aos alunos, que precisavam montar a equação e resolve-la, encontrando suas raízes. Apesar de ser uma atividade relativamente fácil, foi possível verificar a dificuldade dos estudantes em interpretarem as questões para extrair os dados da equação.

E o último conteúdo abordado até o momento foi geometria. Para adaptar esse tema, escolhemos o jogo da memória. O jogo que foi desenvolvido consiste em 30 peças, onde em metade delas há desenhos de figuras planas e espaciais e nas restantes os nomes das respectivas formas. Os alunos teriam que formar duplas e embaralhar as peças viradas para baixo e cada um iria virar duas peças para tentar encontrar o par. Ganha a pessoa que tiver o maior número de pares.

Foto 2 - Jogo da memória com geometria

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O jogo tinha por objetivo ajudar os alunos a identificar o nome das formas geométricas e algumas propriedades que elas possuem. Foi observado que no início eles sentiram dificuldades em distinguir as figuras. Devido a essa dificuldade e por esse ser um conteúdo que eles tinham visto em anos anteriores, foi realizada uma revisão sobre as propriedades das figuras planas e espaciais e suas diferenças, sempre procurando focar as figuras presentes no jogo. Também foi utilizado poliedros para que os alunos pudessem visualizar melhor as figuras.

Como observação, apesar do foco atual ser os alunos do 9º ano, houve um momento em que foi trabalhado com uma turma no 6º ano. O conteúdo escolhido foi operações básicas. Também utilizamos o bingo para adaptar esse conteúdo. O jogo ocorreu da seguinte maneira: cada aluno recebia uma cartela de bingo, com números variados, e recebia também marcadores. Em um pacote estavam diversas operações, cujos resultados deveriam ser obtidos pelos estudantes e marcado na cartela, quando houvesse. Ganhava o jogo quem completasse uma fileira na vertical, horizontal ou diagonal.

Esse jogo tinha por objetivo estimular os alunos a realizarem diversos tipos de operações matemáticas, desafiando-os a encontrarem as respostas corretas.

Durante a aplicação da atividade, os alunos demonstraram dificuldades, principalmente nas operações de multiplicação envolvendo a tabuada e de divisão, mas ao longo do desenvolvimento, as dúvidas foram sendo sanadas e certas propriedades relembradas.

Resultados

O trabalho com os jogos está acontecendo durante o ano letivo de 2015, por isso ainda não temos resultados finais concretos, entretanto, para avaliar os resultados obtidos até o momento, deve-se analisar dois pontos de vista: o dos alunos do 9º ano e dos alunos do PIBID.

Para analisar o primeiro ponto de vista, foi realizado uma pesquisa com os alunos do 9º ano, onde foi lhes perguntado o que eles estavam achando de ter aulas que envolvessem jogos matemáticos. Em geral, a maioria gosto das atividades por sair da rotina das aulas teóricas e por terem a oportunidade de sanar dúvidas e até mesmo aprender melhor um determinado conceito ou propriedade referente ao conteúdo. Entretanto, alguns citaram que preferiam as aulas teóricas aos jogos.

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Já para analisar o ponto de vista dos alunos do PIBID, levou-se em consideração as observações realizadas durante a aplicação das atividades. No decorrer da aplicação dos jogos, foi observado que os alunos possuíam dificuldades, essas que estavam relacionadas principalmente em lembrar certos conceitos e propriedades, tanto de conteúdos vistos em anos anteriores como os que estavam sendo vistos no momento. Porém, com o desenrolar das atividades e através dos breves esclarecimentos dados, os alunos começaram a relembrar e a sentir menos dificuldade.

Com isso, fica claro que o jogo lúdico é uma ferramenta muito poderosa no ensino da matemática, entretanto, não pode ficar reduzido apenas a ela. Uma boa combinação entre a aula teórica e um jogo lúdico ajuda o aluno a entender melhor o conteúdo e até mesmo a ver que a matemática não é algo que fica restrito a apenas papel, lápis e um monte de continhas, mas que é algo amplo e que está presente no mundo em que ele vive.

E certamente podemos dizer que os jogos estão surtindo os efeitos desejados, estimulando os estudantes a participarem mais das atividades, a tornarem-se mais ativos no decorrer das aulas, seja ela teoria ou prática e a demonstrarem quais os conteúdos que ainda apresentam dificuldades.

REFERÊNCIAS

ALVES, Eva Maria Siqueira. A ludicidade e o ensino de matemática: uma prática possível. 4ª edição. Campinas, SP: Papirus, 2007. (Coleção Papirus Educação) p.12.

BORIN, J. Jogos e resolução de problemas: uma estratégia para as aulas de matemática. 3.ed. São Paulo: IME/USP, 1996. p.9.

CABRAL, Marcos Aurélio. A utilização de jogos no ensino de matemática. Trabalho de Conclusão de Curso UFSC, 2006. p.16-32.

GROENWALD, C. L. O.; TIMM, U. T. Utilizando curiosidades e jogos matemáticos em sala de aula. Disponível em: <http://www.somatematematica.com.br>. Acesso em 13 ago. 2015.

KAMII, Constance; DECLARK, Geórgia. Reinventando a aritmética: implicações da teoria de Piaget. São Paulo: Papirus, 1992. p.172.

KISHIMOTO, Tizuko Morchida. O jogo e a educação infantil. 1ª edição. São Paulo: Pioneira Thonsom Learning, 1994. p.10.

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NOÉ, Marcos. A importância dos jogos no ensino da matemática. Disponível em: <http://educador.brasilescola.com/estrategias-ensino/a-importancia-dos-jogos-no-ensino-matematica.htm>. Acesso em 13 ago. 2015.

SANTOS, Ivanir Borges. Porque usar jogo para ensinar matemática? Disponível em:

Referências

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