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Legislação alimentar: o que se cozinha no Parlamento Europeu

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Academic year: 2021

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Legislação alimentar: o que se cozinha no

Parlamento Europeu

A legislação alimentar estará na agenda parlamentar ao longo dos próximos meses, para análise e votação de diversas propostas relativas a organismos geneticamente modificados, rotulagem de alimentos e qualidade alimentar. Mais informação, mais possibilidade de escolha e qualidade alimentar são as três prioridades legislativas, para que os consumidores possam escolher os alimentos que consomem de forma mais informada.

Organismos geneticamente modificados

Em Abril, a comissão parlamentar do Ambiente, da Saúde Pública e da Segurança Alimentar (ENVI) aprovou uma proposta que permite aos Estados-Membros da União Europeia proibir ou restringir o cultivo de organismos geneticamente modificados, com base em argumentos ambientais.

Rotulagem dos alimentos

Durante a sessão de Julho, o plenário deverá votar um relatório sobre rotulagem dos ali-mentos que prevê rótulos mais simples, claros e com informação sobre os ingredientes e eventuais riscos para a saúde.

Qualidade alimentar

A primeira leitura da proposta sobre novas regras em matéria de qualidade dos alimentos deverá ser votada em plenário durante a sessão de Setembro. A proposta inclui normas de qualidade para os produtos agrícolas, introduz a indicação obrigatória do local de origem e facilita a promoção de alimentos tradicionais.

Novos alimentos

Na sequência do fracasso das negociações em sede de conciliação entre o Parlamento Europeu - que pretendia proibir a produção de alimentos com animais clonados - e o Con-selho - que apenas pretendia proibir a "primeira geração" -, os deputados ao Parlamento Europeu instaram a Comissão Europeia a apresentar uma nova proposta nesta matéria, com a maior brevidade possível.

Este dossiê será actualizado a longo dos próximos meses com os artigos publicados sobre qualidade alimentar.

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Dossier

Informação sobre alimentos: PE aprova rotulagem mais clara

pa-ra consumidores

• Parlamento Europeu, Estrasburgo • 6 de Julho de 2011

O valor energético e a quantidade de lípidos, ácidos gordos saturados, hidratos de carbono, açúcares, proteínas e sal serão obrigatoriamente indicados nas embalagens dos alimen-tos, de acordo com um regulamento hoje aprovado pelo Parlamento Europeu sobre a infor-mação que tem de ser prestada aos consumidores. A indicação do país de origem passa também a ser obrigatória para mais alimentos. O objectivo é que os consumidores façam escolhas mais informadas e saudáveis.

O texto hoje aprovado visa garantir que a rotulagem dos alimentos na UE seja mais clara e legível, criando condições para que os consumidores possam fazer escolhas mais saudá-veis quando fazem as suas compras. O novo regulamento visa também reduzir a burocracia para os produtores e operadores do sector alimentar e reforçar o mercado interno.

O regulamento actualiza as regras da UE aplicáveis à rotulagem dos alimentos, fundindo num único diploma legislativo as directivas sobre a rotulagem em geral e a rotulagem nu-tricional.

Informação nutricional obrigatória

De acordo com as novas regras, o valor energético e a quantidade de lípidos, ácidos gordos saturados, hidratos de carbono, açúcares, proteínas e sal terão de ser referidos de forma legível no rótulo dos produtos. Toda a informação relevante em matéria nutricional deve constar no mesmo campo visual, num formato tabular, de modo a ser facilmente identificada pelos consumidores. Todas as informações terão de ser expressas por 100g ou por 100ml, podendo adicionalmente ser referidas por porção.

Substâncias alergéneas

As substâncias que provocam alergias terão de ser incluídas na lista de ingredientes, de modo a que os consumidores as identifiquem com facilidade. A informação sobre as subs-tâncias alergéneas terá também de ser fornecida em relação a alimentos não embalados, como os vendidos em restaurantes ou refeitórios. Neste caso, caberá aos Estados-Mem-bros decidir como será disponibilizada a informação aos consumidores.

País de origem

A indicação do país de origem passa a ser obrigatória para a carne fresca de suínos, ca-prinos, ovinos e aves, tal como acontece actualmente com certos produtos, como a carne de vaca, o mel, o azeite e as frutas frescas.

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Dossier

Depois de o regulamento ser formalmente aprovado e publicado no Jornal Oficial da UE, as empresas do sector alimentar terão três anos para se adaptarem às novas regras e dois anos adicionais (ou seja, cinco anos no total) para aplicarem as exigências relativas à informação nutricional.

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Dossier

Cultivo de OGM: Parlamento Europeu defende que decisão deve

caber a cada país

• Parlamento Europeu, Estrasburgo • 5 de Julho de 2011

Os Estados-Membros devem ter a possibilidade de limitar ou proibir o cultivo de organismos geneticamente modificados (OGM) no seu território, de acordo com uma proposta apresen-tada pela Comissão no ano passado e hoje apoiada pelo Parlamento Europeu. Os eurode-putados acrescentam que as medidas destinadas a proibir ou limitar o cultivo de OGM na totalidade ou em parte do território nacional devem também poder basear-se em motivos ambientais locais ou regionais e nos impactos socioeconómicos.

A proposta hoje votada pelo Parlamento Europeu, que tem ainda de ser negociada com os Estados-Membros, altera uma directiva de 2001 sobre o cultivo de organismos geneti-camente modificados.

O PE concorda que o cultivo de OGM é uma questão que deve ser tratada por cada Esta-do-Membro. Mas vai mais longe que a Comissão, prevendo que, para além dos motivos ambientais e de saúde que têm de ser avaliados pela Autoridade Europeia para a Seguran-ça dos Alimentos, os países possam também invocar outros motivos ambientais locais ou regionais, como a resistência aos pesticidas ou a manutenção da biodiversidade local,

entre outros.

Os eurodeputados querem também que os Estados-Membros tenham a possibilidade de basear a sua decisão em motivos relacionados com os impactos socioeconómicos, como

a inviabilidade ou o elevado custo das medidas de coexistência e o risco de contaminação da agricultura convencional ou biológica por OGM.

"Os Estados-Membros devem tomar todas as medidas apropriadas para impedir a presen-ça acidental de OGM noutros produtos no seu território e nas regiões fronteiripresen-ças dos Es-tados-Membros vizinhos", especifica o PE, acrescentando que o poluidor terá de assumir financeiramente os efeitos ou os danos acidentais que possam ocorrer.

As questões relacionadas com a colocação no mercado e a importação de OGM devem, no entanto, continuar a ser reguladas a nível da UE a fim de manter o mercado interno. A resolução legislativa foi aprovada por 548 votos a favor, 84 contra e 31 abstenções.

Dados sobre o cultivo de OGM

Actualmente é autorizado na UE o cultivo de 2 OGM: milho MON810 e batata Amflora. Em 2009, foram cultivados 94.800 hectares de milho MON810 em 5 Estados-Membros: Espanha, República Checa, Portugal, Roménia e Eslováquia, 80% dos quais em Espanha

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Dossier

Novos rótulos alimentares: simplificação é palavra-chave

Chega de letras pequenas! Os rótulos alimentares devem ser mais simples, claros e explí-citos, não só no que se refere aos ingredientes mas também aos seus possíveis riscos para a saúde. O projecto de recomendação da eurodeputada alemã Renate Sommer (PPE) de-dicado à informação sobre os géneros alimentícios prestada aos consumidores, foi aprova-do ontem pela comissão parlamentar aprova-do Ambiente, Saúde Pública e Segurança Alimentar. A votação em plenário está prevista para Julho.

Entre as propostas aprovadas em comissão parlamentar, incluem-se a melhoria da legibi-lidade dos rótulos, a informação sobre produtos alergénios, a data de congelação (que já é obrigatória para alimentos pré-confeccionados) e a indicação do local de origem de todos os ingredientes.

Legibilidade

O corpo de letra mínimo a utilizar nos rótulos deve ser de 1,2 mm, para que as informações prestadas sejam legíveis e visíveis para os consumidores.

Ingredientes alergénios

A informação sobre potenciais alergénios deverá estar sempre ao dispor do consumidor, para salvaguarda das pessoas que sofrem de alergias.

Data de congelação

Os produtores passam a ser obrigados a fornecer a data da primeira congelação da carne e do peixe não processados.

Declaração de origem

Diz respeito à obrigatoriedade de indicar o local de origem de todos os ingredientes utiliza-dos. Se, por exemplo, uma vaca nascer, crescer e for abatida em três países diferentes, todos deverão constar do rótulo. O Conselho opõe-se a esta regra.

Informação obrigatória no verso da embalagem

Entre as informações a prestar incluem-se a quantidade de gorduras, gorduras saturadas, açúcar, sal, proteínas, hidratos de carbono, gorduras trans e valor calórico.

Imitação de alimentos

De acordo com Sommer, "os consumidores não podem continuar a ser enganados sobre a existência de ingredientes artificiais. Estes ingredientes devem ser claramente indicados nos rótulos".

"Este relatório é um bom ponto de partida para as negociações com o Conselho. É neces-sário acabar com a variedade e a inconsistência dos requisitos nacionais e estabelecer um conjunto de regras comuns a toda a União Europeia. Espero que seja possível chegar a acordo em Julho", acrescentou a autora do relatório parlamentar.

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Dossier

O que se cozinha no Parlamento Europeu

No dia 21 de Junho, a comissão parlamentar da Agricultura aprovou um relatório sobre qualidade dos alimentos e os produtos regionais foram divulgados no Parlamento Europeu. Pela primeira vez durante uma conferência de imprensa, os deputados participantes res-ponderam não só às questões dos jornalistas, mas também dos leitores desta página e participantes no debate realizado no perfil Facebook do Parlamento Europeu.

No relatório sobre qualidade dos alimentos, os deputados ao Parlamento Europeu subli-nharam que os rótulos de qualidade terão de ser mais facilmente obtidos pelos produtores, sob pena de a UE não conseguir competir com países terceiros. O prazo de resposta ao pedido de registo por parte da Comissão Europeia foi reduzido de 12 para 6 meses.

Rotulagem alimentar: as perguntas dos leitores

Durante a conferência de imprensa que se seguiu à votação em comissão, os eurodeputa-dos responderam às questões colocadas pelos leitores.

Ania perguntou que características devem ter os rótulos ideais.

O eurodeputado sueco Carl Schlyter (Verdes/ALE) disse que não existe resposta para a pergunta, uma vez que "o rótulo ideal difere de consumidor para consumidor", mas deve conter necessariamente informações que permitam ao consumidor fazer uma escolha in-formada e evitar, por exemplo, a compra de "iogurtes de morango que na verdade não contêm morangos".

Para Gerben-Jan Gerbrandy, eurodeputado neerlandês (ADLE), os rótulos devem ser cla-ros e fornecer informações sobre questões importantes para a saúde, designadamente teor de gordura, sal, etc..

Na opinião de Struan Stevenson (Reino Unido, CRE) alguns deputados pretendem informa-ções a mais e, na sua opinião, os rótulos devem ser claros e tão concisos quanto possível. Izabela perguntou como é que se aprende a ler e compreender a informação constante dos rótulos.

Glenis Willmott (Reino Unido, S&D) respondeu que a educação tem de ter início numa idade precoce, na escola.

Para Renate Sommer (Alemanha, PPE), é importante não esquecer as camadas mais ido-sas da população, que também têm necessidade de aprender a ler e compreender os ró-tulos, "responsabilidade que compete aos Estados-Membros".

Referências

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