II
Situação Económico-Financeira
Balanço e Contas
Situação Financeira
A economia mundial em 2004 cresceu 3,9 por cento, com as economias avançadas progredindo 3,4 por cento. O aumento da taxa real do PIB nos Estados Unidos foi de 4,4 por cento, cerca de 47 por cento superior à de 2003; as economias recentemente industrializadas da Ásia cresceram 5,5 por cento; o PIB do Japão aumentou 2,6 por cento; a Zona Euro cresceu 2 por cento comparado com 0,5 por cento em 2003.
A taxa de inflação para o consumidor manteve-se controlada (2,7 por cento nos Estados Unidos e 2,2 por cento na Zona Euro).
Prevê-se a continuação do crescimento real da economia mundial em 2005, num ritmo mais brando do que em 2004, mas com a inflação sob controlo.
A incerteza política no Médio Oriente, o alto preço do petróleo e os receios em relação aos efeitos da globalização sobre as economias avançadas, particularmente nos Estados Unidos e na Zona Euro,
repercutiram-se nos mercados de acções que apresentaram resultados modestos nos primeiros três trimestres de 2004; no entanto, no último trimestre, alcançaram uma forte performance, de modo que o ano acabou com resultados positivos.
Em termos de moeda local o mercado de acções nos Estados Unidos cresceu cerca de 9 por cento, no Japão 7 por cento e na Zona Euro 6,9 por cento.
O Banco Central dos Estados Unidos começou a subir as taxas a curto prazo em Junho de 2004; as taxas de juro a curto prazo subiram de 1 por cento, no princípio do ano, chegando a 2,25 por cento em Dezembro de 2004. O Banco Central Europeu manteve as taxas inalteradas durante o ano
manteve-se inalterada nos Estados Unidos mas baixou na Europa.
O Euro continuou a fortalecer-se em relação ao Dólar Americano mas a um ritmo menos agressivo que em 2003 – cresceu 7,6 por cento em 2004, com o ponto mais alto no fim do ano.
Carteira
de Investimentos
O retorno total da carteira de investimentos da Fundação em 2004 foi de 6,75 por cento.
O retorno a longo prazo, no entanto, continuou a ser seriamente afectado pelo colapso dos mercados de acções entre 2000 e o início do ano de 2003; os retornos anualizados a 3 e a 5 anos foram de 1,7 por cento e -0,9 por cento respectivamente; embora melhores do que o benchmark interno, estão longe dos objectivos de retorno desejáveis para a Fundação.
No princípio de cada ano, a Fundação estabelece um objectivo de retorno total para os seus gestores. Este objectivo é definido de modo a permitir manter o poder de compra da carteira de investimentos, no médio e no longo prazo, assegurar uma apreciação real em linha com o crescimento da economia e provisionar os fundos necessários para o orçamento da Fundação. O seu cálculo é baseado em previsões económicas, incluindo a inflação e o crescimento real das principais economias. O retorno obtido em 2004 (6,75 por cento), embora inferior ao objectivo, excedeu confortavelmente o retorno necessário para manter o poder de compra da carteira.
Como nos anos anteriores, a variação nos retornos obtidos pelos diferentes gestores
››
Situação Económico-Financeira
tivessem o mesmo objectivo de retorno e as mesmas directrizes de investimento. Cada gestor tem o seu próprio estilo e a variação depende da capacidade de antecipar ou reagir perante as mudanças no mercado. A distribuição da carteira por principais classes de activos em 31 de Dezembro de 2004 foi a seguinte:
Acções 42 por cento
Obrigações 32 por cento
Liquidez 20 por cento
Imobiliário
e outros investimentos 3 por cento
Moeda (“currency hedges”) 3 por cento
100 por cento A alocação dos activos em 31 de Dezembro de 2004 continuou a ser relativamente defensiva e sem alterações substanciais desde 31 de Dezembro de 2003. A liquidez e as obrigações serviram sobretudo para reduzir a volatilidade e o risco na carteira e, considerando a natureza conservadora da Fundação, é possível que este posicionamento defensivo seja de manter.
Interesses Petrolíferos
O ponto mais significativo do ano em relação aos interesses petrolíferos foi a extensão por mais 40 anos da concessão no Sultanato de Omã, até 2044.
Os preços do petróleo brent spot
aumentaram cerca de 32 por cento durante 2004, de USD30,48 no início do ano para 40,24 no final do ano. O preço médio de USD 38 foi substancialmente mais alto que o de 2003 (USD29). O preço mais elevado foi USD52 e o mais baixo de USD29, mais uma vez valores bastante mais elevados que os de 2003.
As vendas de petróleo e de gás do Grupo Partex aumentaram 28 por cento. O rendimento líquido não aumentou tanto quanto as vendas devido ao facto de parte destas resultarem de contratos com uma rendibilidade fixa em termos monetários, não reflectindo portanto o aumento dos preços no mercado à vista.
Os interesses petrolíferos foram reavaliados ao justo valor a 31 de Dezembro de 2001, em conformidade com as normas
internacionais de relato financeiro. Os “net
present values” foram recalculados todos os
anos desde então para assegurar a sua razoabilidade nas novas circunstâncias. Os valores no balanço aumentaram
substancialmente devido à referida extensão da concessão no Sultanato de Omã
até 2044 e às taxas de juros favoráveis das obrigações de longo prazo.
As concessões do Grupo no Brasil e na Argélia continuam numa fase inicial de exploração enquanto que no Cazaquistão o projecto está já numa segunda fase de definição, que se prevê que termine em 2006 para ser seguido de um plano para o desenvolvimento do campo Dunga (full field
development plan).
A fase de investimento nos projectos de energia renovável continuou: foram feitos investimentos adicionais no fundo NovEnergia 2010 e suprimentos à Lusenerg-Energias Renováveis SGPS, SA. Investimentos adicionais foram feitos no
fundo de energia SGAM 4/D que tem tomado
posições minoritárias em companhias de
downstream e de serviços ligados à indústria
petrolífera. Estes investimentos tornam a exposição do Grupo à indústria petrolífera mais diversificada.
Prevê-se que o Grupo Partex Oil and Gas (Holdings) Corporation pague um dividendo à Fundação de USD 30 000 000 relativo ao resultado líquido de 2004
(2003 – USD 30 milhões).
Análise ao Balanço
e Contas Consolidados
No exercício de 2004 o património líquido representado pelo fundo de capital situou-se nos 2338,3 milhões de euros, valor que representou um acréscimo de 123,7 milhões de euros (5,6 por cento) em relação ao ano anterior.
A análise ao Balanço mostra-nos que o total do activo em 31 de Dezembro de
2004 apresentou um valor na ordem dos 2602,5 milhões de euros, o que representou um aumento de 129,2 milhões de euros (5,2 por cento) em relação ao final de 2003. O activo imobilizado teve um acréscimo de 4,5 por cento, devido, fundamentalmente, ao valor dos investimentos que aumentou de 2260,7 milhões de euros para 2359,7 milhões de euros; para este aumento contribuiu o significativo acréscimo dos investimentos nos interesses petrolíferos e do gás e no sector imobiliário, em cerca de 77 milhões de euros, bem como da variação líquida da carteira de títulos, em termos de justo valor, em 22 milhões de euros. O activo corrente aumentou 25,5 milhões de euros (16,1 por cento), sobretudo em
consequência do montante dos depósitos a prazo que passaram de 2 milhões de euros para 21,5 milhões de euros.
O contributo do Grupo Partex Oil and Gas, na sua moeda de referência (USD), teve uma variação significativa, na ordem dos USD
132,5 milhões (28,9 por cento) que, apesar da forte apreciação do Euro, se traduziu de forma positiva no património da Fundação, em cerca de 70,9 milhões de euros (20 por cento). O total do passivo, incluindo as provisões para riscos e encargos, registou um acréscimo de 5,5 milhões de euros (2,1 por cento) relativamente ao exercício
de 2003, consequência do aumento do custo dos hidrocarbonetos, que aparece reflectido na rubrica “Credores interesses petrolíferos”; de notar que a mesma situação, mas de sentido contrário, se passou com os
“Devedores interesses petrolíferos” no activo corrente. Todas as outras componentes do passivo apresentaram valores inferiores ao ano anterior, designadamente as provisões que apresentaram um decréscimo de cerca de 1,9 milhões de euros, tendo para tal contribuído a estabilização do valor da provisão para pensões e a redução do valor das outras provisões.
Quanto às operações e movimentos no fundo de capital verificou-se que o retorno total ascendeu a 185 milhões de euros, tendo o retorno líquido das actividades petrolíferas apresentado um valor na ordem dos 59 milhões de euros e o retorno financeiro cerca de 126 milhões de euros. Os recursos afectos à distribuição e
actividades directas foram de 70 milhões de euros, valor equivalente a 2003.
As despesas administrativas e operacionais tiveram um acréscimo de 1,1 por cento, inferior, portanto, à taxa de inflação. As diferenças de câmbio desfavoráveis, sobretudo devido ao já referido
comportamento do USD, situaram-se nos 38,3 milhões de euros.
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Balanço e Contas
31 de Dezembro de 2004
Balanço consolidado em 31 de Dezembro de 2004
(103Euros) Notas 2004 2003 Imobilizado Imobilizações corpóreas 2 59 559 54 870 Investimentos 3 2 359 682 2 260 669 Colecções de arte 1 – – 2 419 241 2 315 539 Activo corrente Devedores 5 71 597 66 556
Depósitos a curto prazo 21 500 2 000
Depósitos à ordem 90 159 89 221
183 256 157 777
Passivo corrente 6 (65 133) (57 898)
Activo corrente líquido 118 123 99 879
Total do activo menos passivo corrente 2 537 364 2 415 418
Passivo de médio e longo prazo 6 (460) (350)
Provisões para riscos e encargos 7 (198 621) (200 484)
Demonstrações consolidadas das operações e movimentos no fundo de capital para o ano findo em 31 de Dezembro de 2004
(103Euros)
Notas 2004 2003
Retorno líquido das actividades petrolíferas 9 59 179 59 895
Retorno financeiro 10 125 810 206 605
184 989 266 500
Despesas administrativas e operacionais (22 635) (22 398)
Retorno líquido do ano 162 354 244 102
Distribuição e actividades directas 11 (70 017) (70 068)
Reforço da provisão para pensões 7 (13 520) (12 931)
Outras provisões 7 1 393 (1 441)
Redução da provisão para imparidade de activos 2 – 19 794
Amortizações (edifícios e viaturas) 2 (939) (1 294)
Custos de reestruturação 13 – (1 508)
Outras receitas 14 12 986 22 813
Retorno corrente retido 92 257 199 467
Diferenças de câmbio (38 293) (70 443)
Transferência para o fundo de capital 8 53 964 129 024
Reserva de reavaliação 3 69 735 (31 748)
Fundo de capital no início do ano 2 214 584 2 117 308
Fundo de capital no fim do ano 2 338 283 2 214 584
Demonstração de fluxos de caixa consolidados para o ano findo em 31 de Dezembro de 2004
(103Euros)
2004 2003
Actividades operacionais
Transferência para fundo de capital 53 964 129 024
Amortizações do exercício 2 022 2 436
Anulação da provisão para imparidade de activos – (19 794)
Aumento das provisões para pensões 13 520 12 931
Aumento/(redução) de outras provisões (1 393) 1 441
Diferenças cambiais 2 996 2 078
Mais-valias na alienação de imobilizado (149) (10 037)
Outras mais-valias – (6 010)
(Aumento)/redução de devedores (3 130) 6 076
Aumento/(redução) de subsídios (2 656) 1 074
Aumento/(redução) de credores 10 411 (3 534)
Utilização de outras provisões (715) (544)
74 870 115 141 Actividades de investimento
Variação líquida da carteira de investimentos (29 278) (93 671)
Aquisições de imobilizado (10 003) (15 320)
Venda de imobilizado 194 10 046
Fundos recebidos – 6 010
Aumento/(redução) depósitos curto prazo (19 500) (1 500)
(58 587) (94 435) Actividades de financiamento
Pagamento de empréstimos – (3 552)
Pagamento de responsabilidades com leasings (368) (429)
Pensões pagas (14 977) (15 179)
(15 345) (19 160)
Variação líquida em caixa e equivalentes 938 1 546
Caixa e equivalentes no início do período 89 221 87 675
Balanço da Fundação em 31 de Dezembro de 2004 (103Euros) Notas 2004 2003 Imobilizado Imobilizações corpóreas 2 9 463 9 551 Investimentos 3 2 471 913 2 364 362 Colecções de arte 1 – – 2 481 376 2 373 913 Activo corrente Companhias subsidiárias 4 22 835 29 597 Devedores 5 28 199 27 241
Depósitos a curto prazo 21 500 2 000
Depósitos à ordem 278 532
72 812 59 370
Passivo corrente 6 (20 272) (22 913)
Activo corrente líquido 52 540 36 457
Total do activo menos passivo corrente 2 533 916 2 410 370
Passivo de médio e longo prazo 6 (460) (350)
Provisões para riscos e encargos 7 (195 173) (195 436)
Activo líquido, representado pelo fundo de capital 2 338 283 2 214 584
Demonstrações das operações e movimentos no fundo de capital para o ano findo em 31 de Dezembro de 2004
(103Euros)
Notas 2004 2003
Retorno financeiro 10 150 109 207 441
Despesas administrativas e operacionais (14 261) (14 354)
Retorno líquido do ano 135 848 193 087
Distribuição e actividades directas 11 (70 017) (70 068)
Reforço da provisão para pensões 7 (12 807) (12 385)
Outras provisões 7 (299) (482)
Amortizações (edifícios e viaturas) 2 (659) (1 087)
Custos de reestruturação 13 – (1 508)
Outras receitas 14 7 185 22 813
Retorno corrente retido 59 251 130 370
Diferenças de câmbio (4 731) (1 346)
Transferência para o fundo de capital 8 54 520 129 024
Reserva de reavaliação 3 69 179 (31 748)
Fundo de capital no início do ano 2 214 584 2 117 308
Nota 1
Políticas contabilísticas
a) Actividades
A Fundação Calouste Gulbenkian é uma instituição constituída sem fins lucrativos com sede em Lisboa, Portugal. A Fundação foi criada pelo testamento do seu fundador Sr. Calouste Sarkis Gulbenkian, sendo-lhe atribuído o estatuto de utilidade pública pelo Decreto-Lei n.º 40690, de 18 de Julho de 1956. A acção da Fundação exerce-se através da concessão de subsídios e realização de outras formas de actividade com os seguintes fins estatutários: Arte, Beneficência, Ciência e Educação.
As actividades das companhias subsidiárias estão relacionadas com as suas
participações nos interesses petrolíferos e do gás no Golfo Pérsico, no Médio Oriente, no Brasil e no Norte de África.
b)Bases de apresentação
As demonstrações financeiras são apresentadas de acordo com as Normas Internacionais de Relato Financeiro. As demonstrações financeiras são
apresentadas em milhares de euros baseadas no princípio do custo histórico, excepto os seguintes activos que são apresentados ao seu justo valor: investimentos financeiros classificados como de negociação e investimentos financeiros classificados como disponíveis para venda
(“available-for-sale”).
As políticas contabilísticas foram aplicadas consistentemente pelas empresas do Grupo e são consistentes com as do ano anterior.
c)Bases de consolidação
As demonstrações financeiras consolidadas reflectem os activos, passivos e resultados
das empresas subsidiárias tal como definido na nota 3, relativamente aos exercícios findos em 31 de Dezembro de 2004 e 2003. As participações financeiras nas empresas subsidiárias, que representam 50 por cento ou a maioria do capital ou direitos de voto e em que a Fundação exerce controlo, são consolidadas pelo método da consolidação integral.
Os saldos e transacções significativos existentes entre empresas do Grupo são eliminados.
d)Reconhecimento de custos e proveitos
Os custos e os proveitos são registados no exercício a que respeitam,
independentemente do momento do seu pagamento ou recebimento, de acordo com o princípio contabilístico da especialização do exercício.
Juros, dividendos, royalties e outros proveitos resultantes dos recursos do Grupo são reconhecidos como proveitos, quando é provável que os benefícios económicos associados com a transacção fluam para o Grupo e o proveito pode ser mensurado com confiança. Os juros são reconhecidos com base na periodificação, com a excepção se existirem dúvidas quanto ao seu
recebimento. Os royalties e outros proveitos são reconhecidos com base na
periodificação dos proveitos com referência à substância do acordo relevante.
e) Reconhecimento de proveitos nas actividades petrolíferas
Os proveitos resultantes da venda de petróleo e gás são apenas reconhecidos quando os riscos e os benefícios do direito de propriedade se encontram transferidos para o comprador e quando não existe incerteza na determinação dos custos associados.
Notas ao Balanço e Contas
f) Custos capitalizados nas actividades petrolíferas
O Grupo segue para a actividade petrolífera o critério de contabilização designado de “successful efforts” (resultados bem sucedidos). Os custos com a aquisição de propriedades ou concessão, os poços de pesquisa de petróleo com sucesso, os custos de desenvolvimento, incluindo juros de financiamento, o equipamento e instalações de suporte à actividade petrolífera são capitalizados. Os custos com os poços de exploração sem resultados confirmados são debitados à conta de perdas e lucros. Os custos de produção, despesas de
estrutura e todas as despesas de exploração, excepto os custos com os furos de pesquisa de poços com sucesso, são debitados à conta de perdas e lucros no ano em que são incorridos.
g) Imobilizado corpóreo
A maioria do equipamento é amortizado no ano de aquisição. Os bens imobiliários e outros com um valor significativo são incluídos nas imobilizações corpóreas pelo valor de custo, líquidos de subsídios recebidos e são amortizados pelo tempo estimado de vida útil, utilizando o método de taxas fixas, como se segue:
› Edifícios 2-12% › Equipamento de transporte 25-33,3% › Outro equipamento 100%
h) Subsídios recebidos
Os subsídios recebidos no âmbito do Programa Operacional da Cultura destinados a financiar a remodelação de infra--estruturas e equipamentos, são creditados em resultados, em conformidade com as taxas de amortização do equipamento correspondente.
i) Investimentos
Os investimentos em títulos cotados são considerados como investimentos de negociação e são reavaliados anualmente à cotação de mercado à data do balanço. As mais e menos-valias resultantes da
valor apurado segundo o critério acima citado, são registadas na “Demonstração das operações e movimentos no fundo de capital”.
Os investimentos são registados na data da transacção.
Os investimentos em empresas não cotadas são classificados como investimentos disponíveis para venda (“available-for-sale”) e são registados ao valor de mercado. As variações no valor de mercado são registadas no fundo de capital.
O valor de mercado foi determinado em anos anteriores através de avaliações efectuadas por especialistas independentes com base no valor actual líquido dos fluxos de caixa futuros, procedendo a Fundação anualmente à actualização destas avaliações com base em pressupostos de mercado. Os investimentos em moeda estrangeira encontram-se parcialmente cobertos por contratos a prazo de moeda com vista à cobertura do risco cambial da moeda.
j) Imparidade dos activos
O valor de balanço dos activos é analisado anualmente de forma a determinar se existe algum indício de imparidade. Se tal indício existir, é estimado o valor recuperável do activo. Uma perda por imparidade é reconhecida na “Demonstração das operações e movimentos no fundo de capital” sempre que o valor de balanço do activo excede o seu valor recuperável. Uma perda por imparidade reconhecida de um activo em anos anteriores deve ser revertida se, e somente se, houver uma alteração nas estimativas usadas para determinar a quantia recuperável do activo desde que a última perda por imparidade foi reconhecida.
k)Contratos a prazo de moeda
Os contratos a prazo de moeda são reavaliados às taxas de câmbio a prazo de mercado ou, na sua ausência, através do seu cálculo com base nas taxas de juro
As diferenças entre os contravalores em euros às taxas de reavaliação a prazo aplicadas e os contravalores em euros às taxas contratadas são registadas na “Demonstração das operações e movimentos no fundo de capital”.
l)Caixa e equivalentes de caixa
Caixa e equivalentes de caixa consiste em numerário e saldos de depósitos em bancos com maturidade inferior a três meses.
m)Colecções de arte
A colecção de arte do Fundador foi doada à Fundação Calouste Gulbenkian pelo próprio fundador e está incluída nas contas da Fundação por um valor simbólico. A colecção de arte moderna compõe-se de obras de arte adquiridas ao longo dos anos, cujo custo foi totalmente amortizado no ano de aquisição.
n)Locação financeira
Os contratos de locação financeira são registados na data do seu início como activo e passivo pelo justo valor
da propriedade locada, que é equivalente ao valor actual das rendas de locação vincendas.
As rendas são constituídas pelo encargo financeiro e pela amortização financeira do capital. Os encargos financeiros são imputados aos períodos durante o prazo de locação.
o)Conversão em moeda estrangeira
As transacções em moeda estrangeira foram convertidas em euros às taxas de câmbio indicativas do Banco de Portugal. Os activos e passivos expressos em moeda estrangeira foram convertidos em euros às taxas de câmbio em vigor à data do Balanço.
p)Planos de pensões
A Fundação assumiu a responsabilidade de pagar aos empregados pensões
de reforma por velhice e pensões de reforma por invalidez, nos termos estabelecidos
no “Regulamento do Plano de Pensões do Pessoal” e no “Plano de Pensões” da Fundação.
Estas pensões destinam-se a complementar as pensões atribuídas pela Segurança Social e são determinadas em função do tempo de serviço de cada empregado. Para cobrir esta responsabilidade é constituída uma provisão que representa uma estimativa do capital necessário para pagar
os benefícios aos actuais pensionistas e os benefícios futuros a pagar aos empregados actuais. Anualmente são reconhecidos na
demonstração das operações e movimentos no fundo de capital os encargos correntes do plano que correspondem ao total líquido dos montantes de custo do serviço corrente e custo dos juros.
Até 31 de Dezembro de 2002 quaisquer ganhos ou perdas actuariais eram registados quando incorridos. A partir de 1 de Janeiro de 2003 os ganhos e perdas actuariais apurados anualmente são reconhecidos como um activo ou um passivo e o seu valor acumulado é imputado a resultados com base no método do corredor.
Este método estabelece que os ganhos e perdas actuariais acumulados no início do ano que excedam 10 por cento do maior de entre o total das responsabilidades e do valor do fundo também reportados ao início do ano, sejam reconhecidos como despesas com custo diferido e imputados a resultados durante um período equivalente à média esperada da restante vida de trabalho dos empregados participantes no plano. Os ganhos e perdas actuariais acumulados no início do ano que se situem dentro do referido limite, são reconhecidos na conta de proveitos ou custos diferidos e não são amortizados.
q)Impostos
Por despacho do Ministro das Finanças, de 18 de Julho de 1989, foi reconhecida à Fundação Calouste Gulbenkian a isenção de Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Colectivas.
Nota 2
Imobilizações corpóreas
(103Euros)
Consolidado Base individual
2004 2003 2004 2003 Terrenos e edifícios 22 218 20 523 22 128 20 523 Equipamento de transporte 2 188 2 079 2 009 1 872 Outro equipamento 15 197 14 023 13 238 12 311 Imobilizado em curso 62 870 60 676 – 1 329 102 383 97 301 37 375 36 035 Amortizações acumuladas (29 513) (28 075) (27 912) (26 484) Provisão para imparidade
de activos (13 311) (14 356) – –
59 559 54 870 9 463 9 551
O Imobilizado em curso inclui o investimento efectuado no projecto “Dunga Oil Field” no montante de € 51 235 milhares (2003: € 51 904 milhares) em parceria com a Oman Oil Company Ltd. Esta rubrica inclui ainda investimentos efectuados em concessões petrolíferas no Brasil e Argélia no montante
de € 6 324 000 (2003: € 6 324 000)
e € 2 622 000 (2003: € 1 119 000),
respectivamente.
Em 2001 foi assinado um acordo de “farm-in” com a companhia petrolífera Maersk, em que esta adquiriu 60 por cento dos direitos de exploração e desenvolvimento do “Dunga Oil Field”, enquanto a Oman Oil Company e a Partex (Kazakhstan) mantêm uma posição de 20 por cento cada. Esta operação foi aprovada pelas autoridades do Cazaquistão, pelo que a companhia petrolífera encontra-se a proceder a explorações adicionais, estendendo desta forma a fase-piloto do projecto Dunga.
O valor actual líquido estimado para o projecto Dunga com referência a 31 de
Dezembro de 2001 foi de € 15 885 624
(USD14 000 000) tendo sido determinado
pelo valor actual líquido dos cash flows estimados futuros, tendo por base pressupostos de mercado determinados por avaliadores independentes. Nesta base foi constituída em 2001 uma provisão para imparidade de activos
no montante de € 48 940 000
(USD43 131 230) para reflectir o valor
Com a entrada da Maersk no projecto, a abordagem tecnológica da exploração do petróleo foi reavaliada, pelo que, tendo por base o sucesso obtido nos novos métodos de perfuração, a Administração considerou, em 2003, apropriada a redução da provisão para imparidade de activos
em € 19 794 000 (USD25 000 000).
A variação da provisão para imparidade de activos inclui a actualização cambial de USDpara Euro.
Os movimentos da rubrica “Imobilizado corpóreo” durante o ano de 2004, para o Grupo, são analisados como segue:
(103Euros)
Saldo em Aquisições/ Abates Diferenças Saldo em 01/Jan./04 /dotações cambiais 31/Dez./04
Custo: Terrenos e edifícios 20 523 1 673 (68) – 22 128 Equipamento de transporte 2 079 471 (398) 36 2 188 Outro equipamento 14 023 1 347 (181) 8 15 197 Imobilizado em curso 60 676 8 040 (1 528) (4 318) 62 870 97 301 11 531 (2 175) (4 274) 102 383 Amortizações acumuladas: Terrenos e edifícios 12 747 452 (29) – 13 170 Equipamento de transporte 1 552 430 (394) 30 1 618 Outro equipamento 13 776 1 140 (179) (12) 14 725 28 075 2 022 (602) 18 29 513
Os movimentos da rubrica “Imobilizado corpóreo” durante o ano de 2004, para a Fundação, são analisados como segue:
(103Euros)
Saldo em Aquisições/ Saldo em 01/Jan./04 /dotações Abates 31/Dez./04 Custo: Terrenos e edifícios 20 523 1 673 (68) 22 128 Equipamento de transporte 1 872 419 (282) 2 009 Outro equipamento 12 311 934 (7) 13 238 Imobilizado em curso 1 329 199 (1 528) – 36 035 3 225 (1 885) 37 375 Amortizações acumuladas: Terrenos e edifícios 12 747 452 (29) 13 170 Equipamento de transporte 1 429 356 (278) 1 507 Outro equipamento 12 308 934 (7) 13 235 26 484 1 742 (314) 27 912
A rubrica “Equipamento de transporte”, inclui o montante de € 1831 milhares relativo a equipamento adquirido
No termo dos contratos de leasing a Fundação tem a opção de adquirir o equipamento a um preço substancialmente reduzido.
Os abates em imobilizado em curso,
no montante de € 1 528 000, referem-se
a transferências para a rubrica “Terrenos e edifícios”.
As amortizações do exercício de 2004 incluem amortizações no montante
de € 1 083 000 que se encontram afectas
à rubrica “Distribuição e actividades directas” (Nota 11).
Nota 3
Investimentos
(103Euros)
Consolidado Base individual
2004 2003 2004 2003
Custo:
Obrigações 602 707 626 320 602 707 626 320 Acções 719 944 765 537 719 944 765 537 Fundos de investimento 370 551 326 292 370 551 326 292 Contratos a prazo de moeda
› Compra moeda (1 126 386) (1 075 943) (1 126 386) (1 075 943) › Venda moeda 1 126 386 1 075 943 1 126 386 1 075 943 Futuros 1 – 1 – Disponibilidades 269 788 274 303 269 788 274 303 Outros investimentos 122 547 94 654 29 686 14 927 2 085 538 2 087 106 1 992 677 2 007 379 Justo valor 2 359 682 2 260 669 2 471 913 2 364 362
As diferenças entre o valor de aquisição e o justo valor, à data de 31 de Dezembro de 2004, são analisadas como segue:
(103Euros)
Consolidado Base individual
Valor de Justo Valor de Justo aquisição valor aquisição valor
Obrigações 602 707 578 103 602 707 578 103 Acções 719 944 750 606 719 944 750 606 Fundos de investimento 370 551 352 075 370 551 352 075 Contratos a prazo de moeda
› Compra moeda (1 126 386) (1 065 523) (1 126 386) (1 065 523) › Venda moeda 1 126 386 1 123 713 1 126 386 1 123 713 Futuros 1 (24) 1 (24) Disponibilidades 269 788 269 650 269 788 269 650 Outros investimentos 122 547 351 082 29 686 463 313 2 085 538 2 359 682 1 992 677 2 471 913 A 31 de Dezembro de 2004, o valor contabilístico dos outros investimentos é analisado como segue:
(103Euros) Consolidado Base individual Valor Valor contabilístico contabilístico Subsidiárias:
Partex Oil and Gas (Holdings) Corporation – 433 407 Economic and General Secretariat Limited – 33 Interesses petrolíferos e do gás:
Acções 257 742 –
Adiantamentos 50 743 –
Outros investimentos:
Fundo NovEnergia 5 907 –
Lusenerg Energias Renováveis SGPS, S.A. 4 627 – SGAM/4D Global Energy Fund 2 190 – Office Park Expo – Fundo de Investimento
Imobiliário Fechado 16 296 16 296 Outros investimentos em imóveis 9 437 9 437
Edifícios 4 140 4 140
351 082 463 313
Os outros investimentos encontram-se classificados como disponíveis para venda. A diferença entre o valor de aquisição e o justo valor encontra-se registada na rubrica de “Reserva de reavaliação” da
“Demonstração das operações e movimentos no fundo de capital”.
As acções em investimentos em interesses petrolíferos e do gás encontram-se registadas ao valor de mercado conforme referido na política contabilística 1 i). As avaliações reflectem o valor actual líquido dos fluxos de caixa futuros estimados tendo por base pressupostos de mercado.
O valor de mercado destes investimentos foi objecto de actualização com referência a 31 de Dezembro de 2004, ascendendo a Reserva de reavaliação a € 237 401 000
(USD323 007 000). A movimentação
da referida reserva pode ser analisada com segue:
103Euros 103USD Reserva de reavaliação a 31 de Dezembro de 2003 207 014 236 369 Acréscimo da reserva de reavaliação em 2004 69 735 86 638 Diferença cambial em 2004 (39 348) – Reserva de reavaliação em 31 de Dezembro de 2004 237 401 323 007
A reserva de reavaliação de 2003 acima referida é apresentada líquida de diferenças cambiais.
Em 2001, o Grupo efectuou um investimento de 50 acções no fundo fechado NovEnergia
2010 no montante de € 2 500 000.
Foram efectuados investimentos adicionais de 23 acções no montante
de € 1 201 591 e de 27 acções no montante
de € 1 510 005 em 2003 e 2004,
respectivamente. Este fundo encontra-se registado no Luxemburgo e tem como objectivo o investimento em projectos que utilizam energias renováveis como fonte energética e em empresas relacionadas com o seu desenvolvimento.
Em 2002, o Grupo efectuou um investimento
no montante de € 2500 referente a uma
participação de 5 por cento na Lusenerg – Energias Renováveis SGPS, S.A. Esta empresa detém uma participação maioritária na Generg SGPS, S.A., que produz energia a partir de fontes renováveis.
O investimento na Lusenerg – Energias Renováveis SGPS, S.A. inclui também suprimentos que se decompõem como segue:
Montante Taxa
Data
103Euros Indexante Spread actual
Julho 2003 259 Euribor 6 meses 1,50% 3,72% Novembro 2003 36 Euribor 6 meses 0,65% 2,87% Maio 2004 551 Euribor 6 meses 0,65% 2,87% Junho 2004 1 630 Euribor 6 meses 0,65% 2,87% Junho 2004 2 118 Euribor 6 meses 0,65% 2,87% Novembro 2004 30 Euribor 6 meses 0,65% 2,87%
4 624
Os suprimentos concedidos em Junho
de 2004 no montante de € 1 630 000
e € 2 118 000 destinam-se a necessidades de financiamento da sociedade. O reembolso será efectuado em prestações anuais iguais
Os suprimentos efectuados em Julho de 2003 e Maio de 2004, no montante de € 258 800 e € 551 494, respectivamente, referem-se à primeira e segunda tranche de um contrato de suprimentos no montante global de € 1 380 000 a utilizar até 2005 e destinam-se a necessidades de financiamento da Generg. O reembolso será efectuado no prazo máximo de 12 anos em prestações anuais iguais e sucessivas com pagamentos a iniciar decorridos quatro anos após cada suprimento. Os suprimentos concedidos em Novembro de 2003 e 2004, no montante de € 36 180 e € 30 150, destinam-se a necessidades de gestão de tesouraria da Lusenerg. O reembolso será feito em prestações anuais iguais e sucessivas no prazo máximo de oito anos. O Grupo assumiu o compromisso de investir
USD5 100 000 no fundo de direito irlandês
SGAM/4D Global Energy Fund plc, dos quais 62,2 por cento se encontram subscritos a 31 de Dezembro de 2004. Este fundo pretende efectuar investimentos na área da energia. O valor de aquisição deste investimento é de € 2 329 000 (USD3 172 236). Este investimento encontra-se registado ao valor de mercado. Em 2002, a Fundação efectuou um investimento inicial no montante de € 5 000 000 no fundo Office Park Expo – Fundo de Investimento Imobiliário Fechado, equivalente a 25 por cento do capital do fundo. Em 2004, a Fundação efectuou a subscrição do montante de € 11 250 000 correspondente a 25 por cento do aumento de capital do fundo ocorrido durante 2004. O fundo destina-se à aquisição de terrenos, construção e arrendamento ou venda de prédios no Parque das Nações em Lisboa. Este investimento encontra-se registado ao valor de mercado. A rubrica “Outros investimentos em imóveis” é referente ao investimento no Fundo de Investimento Imobiliário Fechado Imosocial e no fundo Logística de Distribuição – Fundo de Investimento Imobiliário Fechado no
montante de € 5 257 000 e € 3 964 000,
respectivamente. Estes investimentos encontram-se registados ao valor de mercado. O investimento em edifícios corresponde a um imóvel sito na Av. 5 de Outubro
Os investimentos estão apresentados líquidos de mais ou menos-valias apuradas de acordo com a política contabilística referida em 1 i).
Companhias subsidiárias –
participações
Em 31 de Dezembro de 2004, as companhias subsidiárias incluídas na consolidação de contas da Fundação foram as seguintes:
Capital
Moeda Actividade Subsidiárias Sede
social % económica
Participações directas: Partex Oil and Gas
(Holdings) Corporation Ilhas Caimão 50 000 USD 100 a) Economic and General
Secretariat Limited* Inglaterra 4 000 GBP 100 b)
Participações indirectas:
(através da Partex Oil and Gas (Holdings) Corporation) Participations
and Explorations
Corporation Panamá 2 800 USD 100 a) Partex (Oman) Corporation Panamá 2 500 USD 100 a) Partex Gas Corporation Panamá 2 000 000 USD 100 a) Partex (Kazakhstan)
Corporation Ilhas Caimão 5 000 USD 100 a) Partex Services Corporation Panamá 2 300 000 USD 100 b) PMO Services, S.A. Liechtenstein 500 000 CHF 100 b) Partex Brasil Ltda. Brasil 272 000 BRL 100 a) Partex (Brazil) Corporation Ilhas Caimão 50 000 USD 100 c) Partex (Algeria) Corporation Ilhas Caimão 50 000 USD 100 a)
(através da Partex Services Corporation) Petroprimo – Serviços para
a Indústria
Petrolífera, S.A. Portugal 50 000 EUR 100 b)
a) Companhias participantes em concessões petrolíferas ou operações contratuais. b) Prestação de serviços.
c) Gestora de participações.
* Esta empresa participada encontra-se sem actividade.
Nota 4
Companhias subsidiárias
(103Euros) Base individual 2004 2003 Dividendos a receber 22 359 29 278 Empréstimo 90 90Saldo da conta corrente 386 229
22 835 29 597
Nota 5
Devedores
(103Euros)
Consolidado Base individual
2004 2003 2004 2003 Devedores (interesses petrolíferos) 38 706 31 700 – – Juros a receber 335 271 335 271 Devedores diversos 32 556 34 585 27 864 26 970 71 597 66 556 28 199 27 241
A rubrica de “Devedores diversos” inclui o
montante de € 6 584 000 referente ao
remanescente a receber pela venda de um imóvel ocorrida no exercício de 2003. O valor inicial no montante de € 8 230 000 será pago em cinco prestações anuais, iguais e sucessivas e com vencimento entre 30 de Junho 2004 e 2008 incidindo sobre o capital em dívida juros compensatórios à taxa de referência do BCE acrescida de um “spread” de 0,15 por cento. À data de 31 de Dezembro de 2004 encontrava-se liquidada a primeira prestação.
Esta rubrica inclui ainda o montante de € 17 705 000 referente a perdas actuariais e que serão diferidas de acordo com a
NIC19, bem como o custo com os serviços
passados no montante de € 550 000 a
amortizar em três anos (Nota 7).
Nota 6
Passivo corrente e de médio
e longo prazo
(103Euros)
Consolidado Base individual
2004 2003 2004 2003 Passivo corrente: Subsídios 8 102 10 758 8 102 10 758 Credores (interesses petrolíferos) 38 318 31 108 – – Fornecedores de leasing 312 275 312 275 Credores diversos 18 401 15 757 11 858 11 880 65 133 57 898 20 272 22 913
O saldo da conta de “Subsídios” corresponde aos subsídios autorizados mas que se encontram por liquidar, por razões não imputáveis à Fundação, à data do Balanço.
A rubrica “Credores diversos” inclui o
montante de € 9 000 (2003: € 56 000)
referente a ganhos actuariais e que serão diferidos de acordo com a NIC 19 (Nota 7).
(103Euros)
Consolidado Base individual
2004 2003 2004 2003
Passivo de médio e longo prazo:
Fornecedores de leasing 460 350 460 350
460 350 460 350
O montante das responsabilidades para com contratos de leasing é analisado como segue:
2004 2003
Menos de Entre um ano Menos de Entre um ano
um ano e cinco anos um ano e cinco anos
Capital 312 460 275 350
Juros 20 19 15 12
Pagamentos 332 479 290 362
No ano de 2004 foram celebrados novos contratos de leasing no montante de € 515 000.
Nota 7
Provisões para riscos e encargos
(103Euros)
Consolidado Base individual
2004 2003 2004 2003
Provisão para pensões 194 474 194 163 192 202 192 260 Outras provisões 4 147 6 321 2 971 3 176
198 621 200 484 195 173 195 436
Provisão para pensões
A Fundação assumiu a responsabilidade de pagar aos empregados pensões de reforma por velhice e pensões de reforma por invalidez, nos termos estabelecidos no "Regulamento do Plano de Pensões do Pessoal" (1979) e no "Plano de Pensões" (1997) da Fundação.
Estas pensões destinam-se a complementar as pensões atribuídas pela Segurança Social e são determinadas em função do tempo de serviço de cada empregado. Para cobrir esta responsabilidade é constituída uma
do capital necessário para pagar os benefícios aos actuais pensionistas e os benefícios futuros a pagar aos empregados actuais. Até 31 de Dezembro de 2002 quaisquer ganhos ou perdas actuariais eram registados na demonstração das operações e movimentos no fundo de capital quando incorridos.
A partir de 1 de Janeiro de 2003 os ganhos ou perdas actuariais são registados de acordo com o método do corredor (NIC19), conforme mencionado na nota 1 p). Os pressupostos utilizados no cálculo das responsabilidades com complementos de reforma com referência a 31 de Dezembro de 2004 e 2003 são analisados como segue:
2004 2003
Método actuarial Projected Unit Credit Tábua de mortalidade TV 73/77 Taxa de rentabilidade real de longo
prazo face ao crescimento dos salários 2,50% 2,50% Taxa de rentabilidade real de longo prazo
face ao crescimento das pensões 3,75% 3,75% Taxa de rendimento do fundo 5,25% 5,25%
O número de participantes no fundo pode ser analisado como segue:
(103Euros)
Consolidado Base individual
2004 2003 2004 2003
Activos 556 553 552 549
Pré-reformados 68 67 68 67 Reformados 945 951 937 945
1 569 1 571 1 557 1 561
A evolução das responsabilidades com complementos de reforma durante o exercício de 2004 é apresentada como segue:
(103Euros)
Consolidado Base individual
Responsabilidades passadas
a 31 de Dezembro de 2003 194 163 192 260 Custo dos serviços correntes 2 095 2 065 Custo dos juros 9 930 9 825 Pensões pagas (14 977) (14 776) Perdas actuariais 1 403 1 361 Custo com os serviços passados 1 893 1 467 Ajustamento cambial (33) – Responsabilidades passadas
a 31 de Dezembro de 2004 194 474 192 202
O reconhecimento das responsabilidades do exercício é analisado como segue:
(103Euros)
Consolidado Base individual
Custo dos serviços correntes 2 095 2 065 Custo dos juros 9 930 9 825 Perdas actuariais 1 403 1 361 Custo com os serviços passados 1 893 1 467 Ajustamento cambial 152 –
15 473 14 718
A contrapartida do reconhecimento das responsabilidades é analisada como segue:
(103Euros)
Consolidado Base individual
Demonstrações das operações e movimentos no fundo de capital
Reforço da provisão 13 520 12 807 Balanço
Proveitos diferidos (Nota 6) 42 – Custos diferidos (Nota 5) 1 361 1 361 Custos com os serviços passados
a amortizar 550 550
Saldo em 31 de Dezembro de 2004 15 473 14 718
Os movimentos ocorridos na rubrica “Proveitos e custos diferidos” relacionados com pensões para o ano de 2004 foram como segue:
(103Euros)
Proveitos diferidos Custos diferidos
Consolidado Base Consolidado Base individual individual
Saldo inicial (56) – 16 344 16 344 Perdas actuariais do ano 42 – 1 361 1 361 Ajustamento cambial 5 – – – Saldo final (9) – 17 705 17 705 Consolidado Base individual
Limite do corredor 19 416 19 226
Os ganhos e perdas actuariais apurados no ano serão amortizados, no que excede o limite do corredor, pelo período
equivalente à média esperada da restante vida activa dos empregados participantes no plano.
A rubrica “Custos com os serviços passados” resulta da inclusão de um participante no fundo de pensões. Este montante será amortizado num período de três anos.
Outras provisões
As outras provisões respeitam a compromissos com outras entidades governamentais e indemnizações relativas ao termo de contratos de trabalho relativos a trabalhadores no estrangeiro.
Os movimentos relativos a outras provisões são analisados como segue:
(103Euros)
Consolidado Base individual
Saldo em 1 de Janeiro de 2004 6 321 3 176 Reforço de outras provisões 393 299 Anulação de provisões (1 786) – Utilização de outras provisões (715) (504) Ajustamento cambial (66) – Saldo a 31 de Dezembro de 2004 4 147 2 971 Nota 8
Fundo de capital
(103Euros) Consolidado 2004 2003Valores recebidos do Fundador,
Calouste Sarkis Gulbenkian 11 747 11 747 Acréscimo ao fundo de capital
até ao início do ano respectivo 1 929 120 1 800 096 Reserva de reavaliação
no início do ano 273 717 305 465 Acréscimo/(decréscimo) da reserva
de reavaliação 69 735 (31 748) Acréscimo/(decréscimo) ao fundo
de capital no próprio ano 53 964 129 024
2 338 283 2 214 584
Na rubrica “Acréscimo/(decréscimo) ao fundo de capital no próprio ano” encontra-se incluído o montante de €39 348 000 (2003: €47 873 000) referente a diferenças cambiais negativas da Reserva de reavaliação.
Nota 9
Retorno líquido das actividades
petrolíferas
(103Euros)
2004 2003
Venda de petróleo e gás 442 855 376 668 Custo das vendas (413 663) (349 897) Outros rendimentos do petróleo 29 987 33 124
Nota 10
Retorno financeiro
A política da Fundação visa obter uma taxa de retorno sobre a sua carteira de
investimentos, líquida de despesas directas. Esta taxa é acordada anualmente com os gestores responsáveis pelo investimento dos fundos no âmbito de orientações previamente estabelecidas pela Fundação. A desagregação do retorno total atingido em 2004 e 2003 é a seguinte:
(103Euros)
Consolidado Base individual
2004 2003 2004 2003
Juros 33 410 38 251 30 258 34 113 Dividendos 10 353 13 460 34 427 39 734 Ganhos realizados na carteira 67 968 25 976 67 968 25 976 Perdas realizadas na carteira (29 606) (22 320) (29 606) (22 320) Reavaliação dos investimentos 50 412 156 917 53 074 135 596
132 537 212 284 156 121 213 099 Custos directos (6 727) (5 679) (6 012) (5 658) 125 810 206 605 150 109 207 441 Nota 11
Distribuição e actividades
directas
A repartição pelos fins estatutários da Fundação, de acordo com o método do “Custeio Total”, é a seguinte:
(103Euros) 2004 2003 Arte 34 032 32 802 Beneficência 7 574 7 222 Ciência 8 477 8 478 Educação 19 934 21 566 70 017 70 068 Nota 12
Despesas com o pessoal
(103Euros)
Consolidado Base individual
2004 2003 2004 2003
Conselho de Administração 1 055 1 059 876 858 Ordenados e salários 27 221 26 121 22 019 21 899 Encargos sobre remunerações 5 533 5 507 4 777 4 786 Outros custos com o pessoal 3 121 2 897 2 388 2 407
36 930 35 584 30 060 29 950
O número de efectivos é analisado como segue:
Consolidado Base individual
2004 2003 2004 2003 Conselho de Administração 9 9 9 9 Pessoal 641 645 574 574 650 654 583 583 Nota 13
Custos de reestruturação
Em 31 de Dezembro de 2003, o montante apresentado nesta rubrica é referente aos custos suportados pela Fundação relativos ao pagamento de reformas antecipadas e rescisões de contratos.Nota 14
Outras receitas
(103Euros)
Consolidado Base individual
2004 2003 2004 2003 Venda de edições 1 280 1 228 1 280 1 228 Venda de bilhetes 1 550 1 340 1 550 1 340 Comparticipação de outras entidades 2 504 2 649 2 504 2 649 Outras 7 652 17 596 1 851 17 596 12 986 22 813 7 185 22 813
Em anos anteriores foi periodificado nas contas do Grupo o montante
de € 5 801 000 para fazer face à cobertura de um potencial custo com um
investimento. Tendo-se confirmado que este custo não será incorrido, o Grupo efectuou a anulação deste montante durante 2004, pelo que este efeito encontra-se registado na rubrica “Outras” no Consolidado. Em 2003, a rubrica “Outras” inclui
o montante de € 9 966 000 referente
à mais-valia líquida apurada na venda de um imóvel.
Em 2003, esta rubrica inclui ainda o valor
de € 6 010 000 recebido do fundo
Nota 15
Instrumentos financeiros
a) Valor de mercado dos instrumentos financeiros
Os activos financeiros da Fundação incluem os saldos de caixa e equivalentes,
devedores, periodificações e investimentos. Os passivos financeiros da Fundação incluem os saldos de credores para com terceiros e para com empresas do Grupo. As políticas contabilísticas para os activos e passivos financeiros encontram-se descritas na nota 1.
b)Risco financeiro
(i)Risco de crédito
A Fundação encontra-se exposta a perdas relacionadas com o risco de crédito na eventualidade do não cumprimento por parte da contraparte em investimentos financeiros e devedores. O Conselho de Administração considera que as situações de risco de crédito encontram-se identificadas
e devidamente provisionadas no Balanço da Fundação.
(ii)Risco de taxa de juro
O risco de taxa de juro encontra-se limitado às variações nas taxas de juro praticadas nos mercados financeiros.
(iii)Risco cambial
Os investimentos em moeda estrangeira encontram-se parcialmente cobertos por contratos a prazo de moeda com vista à cobertura do risco cambial da moeda.
Nota 16
Contingências
Até 31 de Dezembro de 2004 diversos bancos emitiram “performance guarantees”
no montante de € 3 909 000
(USD5 325 000) relativamente a compromissos assumidos pelas concessões no Brasil.
Examinámos as demonstrações financeiras que compreendem os balanços individuais e consolidados da Fundação Calouste Gulbenkian em 31 de Dezembro de 2004, bem como as demonstrações dos resultados e dos fluxos de caixa individuais e consolidados do exercício findo naquela data e as notas explicativas. O nosso exame foi realizado de acordo com as Normas Internacionais de Auditoria.
Responsabilidade do Conselho
de Administração e dos Auditores
A elaboração das demonstrações financeiras é da responsabilidade do Conselho
de Administração. A nossa responsabilidade é a de expressarmos uma opinião sobre essas demonstrações financeiras, baseada na nossa auditoria.
Bases de Opinião
As Normas Internacionais de Auditoria requerem que a auditoria seja planeada e executada de forma a obtermos razoável segurança sobre se as demonstrações financeiras, individuais e consolidadas, contêm ou não distorções materialmente relevantes. Uma auditoria inclui a verificação, por amostragem, da evidência de suporte dos valores e informações constantes das referidas demonstrações financeiras, e a avaliação das estimativas e juízos
significativos utilizados pelo Conselho de Administração na preparação e apresentação das mesmas. Uma auditoria inclui também a apreciação sobre se os princípios contabilísticos adoptados são adequados, tendo em conta as circunstâncias, bem como a forma de apresentação das demonstrações financeiras. Entendemos que o exame efectuado proporciona uma base razoável para a emissão da nossa opinião sobre as demonstrações financeiras referidas.
Opinião
Em nossa opinião, as citadas demonstrações financeiras representam, de modo apropriado, em todos os aspectos materialmente relevantes, a situação financeira individual e
consolidada da Fundação Calouste Gulbenkian, em 31 de Dezembro de 2004, bem como os resultados das suas operações e os fluxos de caixa individuais e consolidados referentes ao exercício findo nessa data, de acordo com as Normas Internacionais de Relato Financeiro.
Lisboa, 5 de Maio de 2005
KPMG