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V Congresso do Centro Rodoviário Português Estrada 2008

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V Congresso do Centro Rodoviário Português – Estrada 2008 13 de Março de 2008

Uma primeira palavra para agradecer o convite dirigido ao Turismo de Portugal para intervir neste workshop dedicado pelo Centro Rodoviário Português a uma matéria que consideramos da maior centralidade – a sinalização turística.

Comecemos por referir que a sinalização turística é, simultaneamente, um factor de identificação e delimitação de um destino turístico, e não apenas um meio, adicional e portanto secundário, de encaminhamento de fluxos de tráfego de pessoas e veículos.

Uma boa sinalização turística qualifica e enobrece os destinos a que se refere; aumenta o grau de reconhecimento e a imagem que um turista retém; evita o descaminho e a irritação dos que se perdem; e contraria os efeitos negativos que eventuais más opções

urbanísticas ou constrangimentos naturais podem trazer à plena

visitação de um local ou um território de interesse turístico.

Sendo certo, além de tudo isso, que a sinalização é a parcela mais

económica e mais rápida de inserir num determinado contexto

territorial ou urbano.

Se tudo isto é verdade reconhecida, então qual a razão porque não temos sinalização turística exemplar, num País que é um dos principais destinos turísticos mundiais?

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A resposta é múltipla, e apenas podemos tentar uma aproximação às boas práticas a adoptar, partindo, para tal, da correcta análise dos problemas actuais.

A primeira questão que se me coloca é que a sinalização não é

prioritária em relação aos restantes aspectos da intervenção

urbana.

É pequena em dimensão da intervenção financeira; é secundária em termos de planeamento, execução de projectos e desenvolvimento de obras; e dela não estão dependentes, a maior parte das vezes, os benefícios retirados de qualquer obra pública de acessibilidades por parte dos cidadãos locais, bons conhecedores da região e, logo, com condições para dispensarem esse “adereço” chamado de sinalização turística. Que nem sequer depende de normas juridicamente vinculativas …

É por isso que os projectos são parcos na análise desta dimensão e na dos seus impactos sobre a experiência de todos quantos, não conhecendo a terra nem a região, a ela se dirigem em visita turística. Quantos estudos de tráfego contemplam a vertente da visitação turística? Quantos projectos visam tornar mais fluído e natural o percurso turístico (às vezes mais longo, para permitir melhor fruição de belezas naturais ou patrimoniais) em relação ao percurso mais prático proposto aos residentes?

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Quantos projectos de sinalização turística contemplam a proposta de paragem num ponto de vistas (que não tem que ser um miradouro!), chamam a atenção para um imóvel ou conjunto

patrimonial de interesse ou propõem o estacionamento e a visita a

pé a centros históricos ou trajectos naturais?

Verdade se diga que alguma da evolução urbanística verificada em décadas anteriores não foi particularmente favorável ao enriquecimento da visitação de muitas das nossas cidades, vilas e aldeias.

Mas o que existe ainda de interesse, por ser rico em património, em paisagem ou apenas em tipicísmo local não deverá merecer ser enaltecido por sinalização adequada? Cremos bem que sim.

Além de que a fixação de rotas e percursos recomendados pode dar uma melhor perspectiva do que se visita, o que só por si já é positivo.

Acresce a tudo isto que, mesmo quando adequadamente guiados por sinalização de orientação bem pensada e colocada, chegamos a locais de interesse onde nos falta outra vertente – a sinalização informativa ou sinalética.

Num país de turismo como o nosso todos concordamos que é essencial propormos uma leitura das fachadas de um edifício protegido ou classificado; darmos conta de sua história e particularidades; até mesmo contarmos histórias que tornam a visitação mais conseguida, sem termos, todos, que nos dedicar à

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E das novas tecnologias de georeferenciação e informação na palma da mão, estaremos em Portugal a tirar todo o potencial?

O Prémio Turismo de Portugal foi este ano concedido a uma iniciativa do Município de Guimarães que propõe uma visita guiada por aparelho áudio, em várias línguas, às zonas monumentais e patrimoniais da cidade. Esperamos que este meio complementar de sinalética turística possa ser seguido e replicado.

As soluções GPS hoje em valorização nos automóveis e nos telemóveis vêm ajudar, aplicando uma certa dose de personalização e uma informação ponto a ponto que demonstram a sua funcionalidade e permitem ir substituindo a informação em papel.

Mas em paralelo, devemos concentrar-nos nesse importante elemento do mobiliário urbano, que é a sinalização orientativa, e nessa peça de valorização dos recursos turísticos que é a sinalização

informativa.

Sem esquecer a vertente Rotas e Percursos de Interesse.

Consciente dessa prioridade, o Turismo de Portugal tem dado a sua melhor colaboração a várias iniciativas que se têm proposto avançar nesse domínio.

Integramos em 2007, com grande disponibilidade e espírito de missão, o Grupo de Trabalho da Sinalização Turística Rodoviária que o próprio Centro Rodoviário Português também acompanhou, ao lado do IGESPAR, das Estradas de Portugal, a Autoridade Nacional da

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Segurança Rodoviária e a Associação Nacional dos Municípios Portugueses.

Discutimos os seus projectos de conclusões com diversas entidades do sector turístico e incorporámos do documento final as preocupações por eles manifestadas.

Constatamos um grande grau de sintonia quanto à identificação dos problemas, sua dimensão e melhor forma de resolução.

Daí retiramos propostas que, uma vez submetidas à aprovação das tutelas governamentais, constituirão uma base de trabalho comum, uma espécie de plataforma na qual hão-de assentar estratégias projectos concretos no terreno.

Acrescentemos que há verbas disponíveis para financiar os esforços autárquicos neste sentido, bem como outros projectos de outras entidades, nomeadamente no quadro da sinalização informativa de sítios e monumentos.

Considero relevante que se avance na base de projectos de escala

regional, para dar homogeneização e reconhecimento ao turista;

que se divulguem melhor os sistemas de incentivos disponíveis e se criem em paralelo, obrigações contratuais e sanções para os que não cumpram com obrigações legalmente consignadas ou contratualmente assumidas.

Acho prudente que se aja, nesta matéria, localmente mas se planeie globalmente (ou pelo menos regionalmente).

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Entendo que será umas das primeiras e mais visíveis e avaliáveis missões das novas entidades regionais de turismo, em curso de criação legal, promover e coordenar programas específicos de

sinalização turística regional que o Turismo de Portugal está

disponível para apoiar.

Julgo indispensável que os nossos projectistas, arquitectos, engenheiros e urbanistas não deixem de contemplar seriamente esta componente do desenvolvimento do nosso País, propondo uma correcta estratégia de visitação, descoberta e fruição do nosso património.

Apelo, por último, a que o desejo de evidência que muitas vezes caracteriza a inovação em matéria de sinalização não deixe de se subordinar às lógicas primárias desse sistema – orientar o turista e melhorar a sua experiência.

Para que não adoptemos uma imagem gráfica e uma simbologia de geografia variável em cada ponto do País.

Antes sistematizar, hierarquizar, referenciar e adequar para, ao fim e ao cabo, informar melhor.

Eis o desafio colectivo que se nos impõe. Mais do que a simples consagração legal que se considerem estes propósitos como Boas

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