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de T. absoluta e N. elegantalis variam durante o ano sendo influenciadas por características Intrínsecas de cada espécie.

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Diferença no parasitismo das pragas do tomateiro ao longo do ano

Tadeu Carlos de Souza1, Ézio Marques silvas2, Leandro Bacci3, Alan Túlio Silva de Paula1, Jander Fagundes Rosado1, Rogério Machado Pereira1

1 Universidade Federal de Viçosa - Centro de Ciências Biológicas - Departamento de Biologia Animal -

Laboratório de Manejo Integrado de Pragas. Avenida PH Rolfs, s/n, Campus Universitário 36570-000 Viçosa, MG – Brasil;

2Universidade Federal de Viçosa, UFV, Campus de Rio Paranaíba.

3 Universidade Federal de Sergipe - Centro de Ciências Biológicas e da Saúde - Departamento de

Engenharia Agronômica. Av. Marechal Rondon, s/n, Cidade Universitária Prof. "José Aloísio de Campos" Jardim Rosa Elze 49100-000 Aracaju, SE – Brasil.

thadeus22009@hotmail.com, eziomsilva@gmail.com, bacci@pq.cnpq.br, alan.paulo@ufv.br, xjander@gmail.com, rogeriomip16@gmail.com

RESUMO

As principais pragas do tomateiro são a traça do tomateiro Tuta absoluta e a broca pequena do tomateiro Neoleucinodes elegantalis. Devido aos elevados danos que estas pragas causam no tomateiro, grandes esforços para reduzir os prejuízos são necessários. Uma forma de controlá-las é o uso do parasitóide de ovos Trichogramma pretiosum. Apesar de ser muito estudado poucos são os trabalhos que estudam as populações naturais do T. pretiosum e sua variação em diferentes épocas do ano. Desta forma o objetivo deste trabalho foi determinar as variações naturais do parasitismo em populações de T. absoluta e N. elegantalis durante o ano e suas possíveis causas. A avaliação do parasitismo foi realizada em lavouras de Solanun lycopersicum, em oito períodos entre 2006 e 2008. Portanto, com os resultados encontrados neste trabalho, conclui-se que as taxas de parasitismo

de T. absoluta e N. elegantalis variam durante o ano sendo influenciadas por características Intrínsecas de cada espécie.

Palavras-chave: Solanum lycopersicum, Tuta absoluta, Neoleucinodes elegantalis.

ABSTRACT

Difference in parasitism of tomato pests throughout the year

The main pests of tomato are pinworm Tuta absoluta and tomato small borer Neoleucinodes elegantalis. Due to the high damage caused by these pests of tomato, great efforts to reduce the losses are needed. One way to control these pests are the use of egg parasitoids Trichogramma pretiosum. Despite being widely studied, there are few works that study the natural populations of T. pretiosum and its variation in different seasons. Thus, the objective was to determine the natural variation of parasitism in populations of T. absoluta

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and N. elegantalis during the year and possible causes of variation. The evaluation of parasitism was evaluated in crops Solanun lycopersicum in eight periods between the years of 2006 and 2008. So with the findings of this study, we conclude that rates of parasitism T.

absoluta and N. elegantalis vary during the year and are influenced by intricate characteristics of each species.

Keywords: Solanum lycopersicum, Tuta absoluta, Neoleucinodes elegantalis.

INTRODUÇÃO

O tomate é atacado por diversas pragas. As principais são a traça do tomateiro Tuta absoluta (Meyrick)(Lepidoptera: Gelechiidae) e a broca pequena do tomateiro Neoleucinodes elegantalis (Guenée)(Lepidoptera: Crambidae) (Silva, 2009). Os adultos de N. elegantalis são mariposas com 25 mm de envergadura e coloração geral branca. As larvas broqueiam frutos inviabilizando-os para o comercio. (Fernández & Salas, 1985; Marcano, 1991). Já a T. absoluta durante a fase larval consome o mesófilo foliar, broqueiam os ponteiros, os botões florais, as flores e frutos do tomateiro, reduzindo a produtividade dessa cultura, comprometendo a lucratividade dos produtores de tomate. Devido a estes danos, grandes esforços são feitos para reduzir as infestações destas duas pragas nos cultivos de tomate. Entre eles, esta o uso do parasitóide de ovos Trichogramma pretiosum Riley (Hymenoptera: Trichogrammatidae).

Parasitóides e predadores são importantes agentes de controle de insetos fitófagos em regiões tropicais (Cornell & Hawkins 1995). Parasitóides encontram facilmente seu hospedeiro quando estes desenvolvem em alta densidade populacional. O parasitismo de ovos pode diminuir populações de pragas para um nível abaixo do nível de dano econômico. Por este motivo, eles já são usados largamente na agricultura mundial. Mesmo possuindo grande capacidade de reduzir populações de pragas, a eficiência do parasitismo varia durante as épocas do ano. Isto ocorre principalmente pela ação dos fatores climáticos e das relações ecológicos entre pragas, inimigos naturais e a própria planta.

Apesar de ter muitos trabalhos sobre eficiência de ação de T. pretiosum poucos são os trabalhos que estudam as populações naturais e sua variação em diferentes épocas do ano. Desta forma o objetivo deste trabalho foi determinar as variações naturais do

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parasitismo em populações de T. absoluta e N. elegantalis durante o ano e suas possíveis causas.

MATERIAL E MÉTODOS

O estudo foi realizado em Viçosa (20º 28' e 21º 20' S; 42º 20' e 43º 13'W; altitude 750 m), Minas Gerais, Brasil. Os dados foram coletados em lavouras de Solanun lycopersicum, em oito períodos: primavera de 2006; verão, outono, inverno e primavera de 2007; verão, outono e inverno de 2008.

As lavouras foram conduzidas em uma área de 864 m2 pertencente à Universidade Federal de Viçosa (UFV). Cada lavoura foi constituída por 12 fileiras de 30 plantas dispostas no espaçamento 1 × 0,5 m. A condução das plantas foi realizada seguindo recomendações de Silva & Vale (2007). Durante o período experimental, somente práticas normais de cultivo foram realizadas, não sendo feita aplicação de inseticidas (Silva & Vale 2007).

Para montagem do experimento, T. abosuta e N. elegantalis foram criados no laboratório Laboratório de Manejo Integrado de Pragas da UFV sob condições controladas de 25 ± 3 ºC, 75% de umidade relativa e fotofase de 12 horas. Para criação de T. absoluta, foram utilizadas gaiolas (50 × 50 × 50 cm) construídas de armação de madeira e teladas com organza, para a alimentação foram oferecidas folhas de tomate da variedade Santa Clara seguindo metodologia recomendada por Silva (2009). Já N. elegantalis foi criada utilizando frutos de jiló (Solanum gilo) em bandejas plásticas, cobertos com papel toalha para a coleta das pupas. Os adultos que emergiram foram transferidos para gaiolas de mesmas dimensões das citadas acima, alimentados com algodão umedecido em solução de mel a 10%, fixados na parte superior da gaiola. Para a oviposição, utilizaram-se cinco bolas de isopor (4 cm de diâmetro) cobertas com parafina de cor verde fixadas na parte superior da gaiola.

Para avaliação do parasitismo de ovos, foram montados experimentos no campo durante quatro estações do ano, ao longo de dois anos. Em cada estação, o delineamento foi inteiramente casualizado, com 10 parcelas. Cada parcela foi constituída de quatro plantas de tomate no estádio reprodutivo. As partes destas plantas usadas para oviposição foram: folhas para a T. absoluta e frutos para N. elegantalis. Para estabelecimento dos ovos T. absoluta no campo, 300 adultos acasalados, provenientes de criação, foram levados para o campo, divididos em parcelas de 30 adultos/parcela,

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mantidos em sacolas de organza (30 × 40 cm) em folhas do estrato apical do dossel (Prastissoli et al. 2003). Após 24 horas os adultos foram mortos e as sacolas retiradas das folhas. Ovos de N. elegantalis foram obtidos seguindo metodologia semelhante à utilizada por T. absoluta, entretanto, foram montados parcelas com 40 fêmeas em sacolas envoltas sobre os quatro primeiros frutos basais da penca de tomates (Blackmer et al. 2002).

Os ovos foram contados com o auxílio de uma lente de aumento de 10X e mapeados em um desenho esquemático do cacho para facilitar o processo de avaliação. O número médio de ovos por parcela foi 150 para T. absoluta , e de 100 para N. elegantalis. As parcelas foram identificadas através de etiquetas dispostas nos bambus de tutoramento da planta e nos pedúnculo do cacho.

A avaliação de ovos parasitados foi realizada no laboratório. Para tanto, foi necessário o auxílio de um pincel. Ovos não eclodidos foram retirados do campo e depositados em tubos de vidro (10 cm de comprimento e 2 cm Ø) contendo em seu interior um pedaço de algodão umedecido para manutenção da umidade. Os tubos foram fechados com um filme plástico de PVC perfurado para permitir ventilação. Estes tubos contendo os ovos foram levados para o laboratório para posterior análise. Após 30 dias da retirada dos ovos, foi contabilizado o número de ovos parasitados. Os parasitóides emergidos foram coletados e enviados para Dra. Angélica Maria Penteado Martins Dias da Universidade Federal de São Carlos, Brasil, para identificação. Os parasitóides encontrados foram identificados como Trichogramma pretiosum Riley. (Hymenoptera: Trichogrammatidae).

Para os dados de ovos parasitados foram calculadas médias e erros padrões e realizadas análise de variância (ANOVA) para testar os efeitos da estação na mortalidade dos ovos por T. pretiosum [PROC ANOVA; (Sas, 2002)]. Em seguida, médias por estação foram comparadas pelo intervalo de confiança da média (IC95) para verificar as diferenças entre estações.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

O parasitismo de ovos de N. elegantalis e T. absoluta por T. pretiosum variou ao longo das estações do ano. A menor percentagem de parasitismo em ovos de N elegantalis ocorreu durante o inverno (25%) (Figura 1). Já em ovos de T. absoluta a maior ação de parasitóides ocorreu durante as estações de inverno e outono, em torno de 30%.

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Nas demais estações não houve diferença na porcentagem de parasitismo em ovos de N elegantalis e as médias de ovos parasitados superaram os 30% em todas elas (Figura 1). Já na primavera e verão as porcentagens de ovos parasitados de T. absoluta não ultrapassaram 10% (Figura 1).

Populações de inimigos naturais flutuam com fatores ambientais e disponibilidade de hospedeiros no campo. Estes fatores podem ser diferentes entre as espécies de parasitóides. Porém, neste trabalho foi a mesma espécie que parasitou tanto os ovos de T. absoluta com os de N elegantalis. Como os fatores ambientais estão atuando simultaneamente nas duas espécies, não deve ser eles que influenciam o parasitismo destes ovos. Portanto, a variação encontrada no parasitismo destas pragas deve estar relacionada com fatores ecológicos e intrínsecos a cada espécie.

A variação da ação dos parasitóides sobre ovos da broca pequena pode ser explicada pela maior taxa de predação que pode ter ocorrido durante o período de inverno. Como predador de ovos de N. elegantalis pode se destacar os crisopídeos predadores (Muñoz et al., 1991) que tem incremento em suas densidades populacionais durante o inverno, período este que normalmente apresenta menor precipitação, umidade relativa e temperaturas (Souza & Carvalho, 2002). Assim os predadores competem com os parasitóides pelos ovos. Isto pode implicar na não preferência dos parasitóides por locais com predadores. Já para traça do tomateiro isto não ocorre, uma vez que no inverno a predação de ovos desta espécie é menor (Bacci 2006).

Outra hipótese pode explicar a diferença do parasitismo de traça do tomateiro no verão. Neste caso é a chuva que pode estar atuando na remoção de ovos da folha. Esta ação da chuva, porém, não seria importante se a aderência e distribuição dos ovos das duas espécies fossem iguais na planta. A traça do tomateiro coloca seus ovos em folhas do terço superior da planta (Gonring, 2004). Desta foram ficam mais exposta à chuva. A chuva derruba ao solo os ovos (Bacci 2006). Com esta redução da densidade de ovos na planta, os parasitóides têm maior dificuldade em localizar os ovos restantes. O mesmo não deve ocorrer com a broca pequena, pois seus ovos ficam mais aderidos à planta por serem na sua maioria ovipostos na interface entre a superfície dos frutos e o cálice (Salinas et al., 1993; Blackmer et al., 2001). Sobre o cálice há a presença de alta densidade de tricomas tipo I (Blackmer et al., 2001), os quais contribuem para maior aderência e proteção contra a ação das chuvas. Assim, como a chuva cai na mesma

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intensidade sobre quaisquer plantas, os fatores citados acima são, possivelmente, os que mais influenciam a variação do parasitismo entre as espécies do trabalho.

Portanto, podemos concluir que as taxas de parasitismo de T. absoluta e N. elegantalis variam durante o ano, sendo influenciadas por características intrínsecas de cada espécies.

AGRADECIMENTOS

A CAPES, CNPq E FAPEMIG pelos recursos concedidos. REFERÊNCIAS

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Neoleucinodes elegantalis

0 15 30 45 60

Tuta absoluta

Estações do ano

Inverno Outono Primavera Verão

O

vo

s

pa

ra

si

ta

do

s

(%

)

0 15 30 45 A A A B A A B B

Figura 1. Parasitismo de ovos de Neoleucinodes elegantalis e Tuta absoluta por Trichogramma pretiosum ao longo das estações do ano. Médias seguidas pela mesma letra não diferem pelo Intervalo de confiaça (IC95). Figure 1. Eggs parasitism of Neoleucinodes elegantalis and Tuta absoluta by Trichogramma pretiosum through the seasons. Means followed by same letter do not differ by the confidence interval (CI95).

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