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Língua Portuguesa Redação 3º bimestre

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Academic year: 2021

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Texto

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Além de ser o tipo de texto mais exigido em provas e concursos em todo o Brasil, a dissertação tam‐ bém é um dos textos mais simples de se redigir. 

Para se produzir um texto dissertativo são necessárias algumas habilidades: 

    Conhecimento do assunto a ser abordado, a fim de aplicar precisão e certeza àquilo que está sendo  escrito; 

    Habilidade  com  a  língua  escrita,  de  maneira  que  se  possa  fazer  boas  construções  sintáticas,  uso  de  palavras adequadas e relações coerentes entre os fatos, argumentos e provas. 

    Boa organização semântica do texto, ou seja, organização coerente das ideias aplicadas à dissertação,  para que as mesmas possam facilmente ser apreendidas pelos leitores. 

    Bom embasamento das ideias sugeridas, boa fundamentação dos argumentos e provas. 

Qual é o objetivo do texto dissertativo‐argumentativo? 

O  texto  dissertativo  fundamenta‐se  na  exposição,  argumentação  e  desenvolvimento  de  um  tema  proposto, analisando‐o sob um determinado ponto de vista e fundamentando‐o com argumentos convin‐ centes, em defesa de nossas posições.  O que é dissertar?  Dissertar é tratar com desenvolvimento um assunto. É discorrer sobre um ponto de vista, opinando  ou persuadindo. Dissertar é um ato que desenvolvemos todos os dias, quando:      procuramos justificativas:      para a elevação dos preços;     para o desemprego.      para o aumento da violência;      estamos preocupados com: 

    os descasos com a Amazônia;    as guerras;    a AIDS;      a natureza: a poluição, os desmatamentos, o aquecimento global, etc. 

    defendemos nossos pontos de vista em relação: 

    à nossa liberdade;    ao aborto;    ao avanço da tecnologia;      ao futebol;    às minorias;     à genética. 

    à música;    às injustiças sociais; 

Em  suma,  dissertação  implica  em  discussão  de  ideias,  argumentação,  raciocínio,  organização  de  pensamento, defesa de pontos de vista, descoberta de soluções. Significa refletir sobre o mundo que nos  Dissertação-argumentativa

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OMPREENDENDO O GÊNERO

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cerca.  O TEXTO DISSERTATIVO é aquele que expressa uma TESE (um ponto de vista) sobre determinado AS‐ SUNTO, apoiada em dados, fatos (exemplos), fundamentações; enfim, em ARGUMENTOS (informações que  comprovem sua tese) e se dirige a um leitor genérico.  É comum aos textos pertencentes ao gênero dissertativo, assim como a dissertação, uma estrutura  organizada em três partes:  A Introdução deve:      apresentar a ideia núcleo do texto      apontar o que o texto tratará no desenvolvimento      transmitir a mensagem de modo que fique clara e objetiva para o leitor. 

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STRUTURA

É o primeiro parágrafo do texto, quando o autor apresenta ao leitor o tema abordado. Ela deve conter uma síntese do que será apresentado (dos subtemas) ao longo de toda a disserta-ção e poderá ou não conter a tese explicitamente, a depender do projeto de texto.

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Constitui-se de vários parágrafos nos quais o autor deverá organizar e desenvolver os argumentos para a defesa da tese, utilizando-se para isso de fatos, dados, relatos, provas, testemunhos, opiniões etc. É preciso que esses argumentos sejam organizdos de modo que o leitor perceba as relações estabelecidas pelo autor e a-companhe seu raciocínio. Assim, não basta somente justapor os fatos ou os dados, por exemplo, é necessário apresentar a análise (o raciocínio) que justifica tais fatos. Desse modo, é possível ao leitor estabelecer relações de causa e consequência, comparações, análises cronológicas, explicação, con-traste etc.

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  O desenvolvimento:      é a parte que se discorre sobre o assunto abordado pela tese;      utiliza‐se de fatos e de exemplos;      é composto pelos argumentos que fazem com que o conteúdo ideológico da tese seja plenamente  desenvolvido, levando a uma conclusão.  A conclusão pode funcionar de três maneiras:      retomada da ideia central, a fim de confirmá‐la;      resumo das ideias principais apresentadas e discutidas;      sugestão de soluções para a resolução da problemática abordada.  Um texto dissertativo precisa ter uma estrutura bem organizada. Nesse sentido, os maiores proble‐ mas de um texto dissertativo são:      expor as ideias desordenadas no papel;      falta de uma linha de raciocínio (coerência);      não relacionar uma ideia com outra (coesão);      não provar absolutamente nada.  As partes da dissertação devem estar bem definidas e intimamente ligadas. O modo de se estruturar  a redação é o que mais se valoriza para a inteligibilidade do texto.  A linguagem  A linguagem neste tipo de texto é denotativa, isto é, preocupada com a informação. Deve ser uma  linguagem impessoal e objetiva, com emprego da norma culta.  A argumentação  A principal função da argumentação no texto dissertativo é: 

Último parágrafo da dissertação, a conclusão precisa encerrar a discussão feita no texto. Nela, o autor pode rees-crever a tese (caso a tenha deixado explícita na introdução) ou expô-la de forma clara e objetiva (caso não tenha sido apresentada na introdução). Pode-se finalizar o texto, caso a proposta permita, com uma sugestão para solucio-nar os problemas que envolvem o tema. 

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    a de persuadir o leitor e transmitir informações, que se pretende como conhecimentos verdadei‐ ros, e dessa forma se tornar convincente;      demonstrar conhecimento de mundo;      demonstrar clareza, domínio da língua, seleção de conteúdos pelos seus valores reais, organizando‐ os de forma coesa e coerente;      fundamentar o ponto de vista inicial. 

Exemplo 

Tema: O Supremo Tribunal Federal fez bem em legalizar o aborto de anencéfalos?  Aborto de anencéfalo

O Supremo Tribunal Federal (STF), nossa corte su-prema de justiça, decidiu por oito votos a dois legalizar a interrupção da gravidez de feto anencéfalo. Até então a interrupção era legalmente permitida em caso de gravi-dez fruto de estupro ou quando há risco de vida para a mãe. Esta decisão, tomada no dia 12 de abril último, é histórica. Com exceção dos ministros Cezar Peluso e Ricardo Lewandowski, o STF votou a favor do aborto nestes casos em que o feto não sobrevive ao nascimen-to. As razões alegadas são diversas tanto para os que foram a favor quanto para os que foram contra, mas o fato é que o Supremo Tribunal decidiu de forma laica, contrariando a posição da Igreja Católica e da maioria dos religiosos, embora se saiba que há grupos católicos a favor do aborto neste caso.

É um alívio saber que o Brasil está caminhando ca-da dia mais para a separação entre a Igreja e o Estado e que as decisões da corte suprema brasileira estão, de fato, contribuindo para secularizar a nossa legislação. No Brasil é altíssimo o índice de fetos anencéfalos, mas até hoje as mulheres vítimas desta infelicidade, embora sa-bendo que a sua gravidez não geraria vida, se desejas-sem interrompê-la estavam sujeitas às penas da lei. Uma

Contextualização  do  tema.  A  autora  apresenta o assunto e logo em segunda  deixa claro a sua tese. 

Tese:  A  autora  é  a  favor  da  decisão  do  STF 

Argumento:  o  que  acontecia  antes  da  decisão do STF. 

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vitória da razão sobre o obscurantismo deve ser come-morada. A cada cidadão cabe o direito de escolher se-gundo suas convicções e sese-gundo sua fé e ao Estado o dever de se manter acima dos dogmas de fé.

Além de ser uma vitória da razão sobre o obscuran-tismo, a decisão em pauta vai influenciar grandemente o debate sobre a legalização do aborto no País. Não é justo que no século XXI as mulheres ainda devam se submeter a leis que as impedem de decidir sobre o seu próprio cor-po. A decisão do STF foi inédita justamente porque pôs em xeque um dos pilares que sustenta a decisão brasilei-ra de restringir e proibir o aborto – o direito à vida. É este truísmo que vem fazendo com que muitas mulheres em idade de procriar tenham que encontrar caminhos ilegais e perigosos, além de danosos à saúde, para exercer o seu direito e a liberdade de escolher sobre o seu destino. O direito à vida é justamente o direito de ficar livre das amarras do pensamento obscurantista que leva milhares de mulheres brasileiras à morte.

Os juízes da nossa suprema corte demonstraram que decidem sem o constrangimento da opinião da maio-ria, pois sabemos que o senso comum brasileiro é contra o aborto de forma geral, em tese, porque, na prática, correm sistematicamente a ele. Esta decisão do STF re-vela ainda outra faceta de nossa sociedade: o Congresso Nacional está se furtando a estas decisões polêmicas e está refém da opinião pública, ou de seus interesses mesquinhos, pois não vota os temas de acordo com a consciência de cada um dos senadores e deputados, mas segundo as pressões de movimentos organizados ou, como se dizia em tempos idos, de seus cabos eleito-rais.

Parabenizo os ministros do STF. A maioria dos mi-nistros votando a favor do aborto neste caso demonstrou

Tese: reforço da opinião da autora

Argumento:  o  direito  do  cidadão  de  escolha 

Argumento:  a  decisão  do  STF  pode  abrir  caminho  para  a  discussão  da  legalização  do  aborto  no  Brasil.  A  autora  justifica  que  as  mulheres  devem  ter  o  direito  de  escolher  se  desejam  prosseguir  ou  não  com  a  gestação. Além disso, acrescenta que  muitas  mulheres  recorrem  a  cami‐ nhos  ilegais  para  praticar  o  aborto  colocando em risco a própria saúde. 

Argumento:  apesar  do  brasileiro  se  declarar  contra  o  aborto,  recorre  sis‐ tematicamente a esse método. 

Argumento:  os  deputados  e  senado‐ res  não  votam  seguindo  sua  própria  consciência e sim seguindo os interes‐ ses de movimentos organizados o que  muitas  vezes  interferem  em  decisões  consideradas polêmicas. 

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que há esperança de que o Estado se mantenha nos limi-tes de suas responsabilidades, deixando as questões de foro íntimo a cargo de cada cidadão. O Estado é laico e não deve se imiscuir em decisões de foro íntimo como esta do aborto. Esta postura adotada pela pelo Supremo sinaliza o caminho a seguir em tantas outras questões em que o Estado deve zelar pela liberdade de escolha do cidadão.

Yvonne Maggie, professora titular do Departamento de Antro-pologia Cultural do Instituto de Filosofia e Ciências Sociais da UFRJ, disponível em http://g1.globo.com/platb/yvonnemaggie/, acesso em 27/7/2012. Agora, responda.  1. No primeiro parágrafo, o autor procura contextualizar o tema ao leitor. Quais são os fatos que ele apre‐ senta para cumprir esta tarefa?  2. Podemos afirmar que o autor já expõe sua tese neste primeiro parágrafo? Justifique.  3. A tese é a posição central defendida pelo autor do texto. No segundo parágrafo, há uma frase que pode‐ ria resumir a opinião da professora Yvonne. Qual é esta frase?  4. Encontramos também nesse segundo parágrafo, períodos em que a autora expõe suas opiniões e perío‐ dos em que ele apresenta verdades (fatos). Quais períodos são fatos e quais são opiniões?  5. Enumere quais os principais argumentos para a tese proposta pela autora do texto.  6. Na conclusão, não se apresentam novos argumentos, mas faz‐se uma projeção. Explique que projeção é  esta.   

Conclusão: reforço  da  tese.  A  autora  reforça a sua posição favorável à deci‐ são  do  STF  e  ao  direito  do  cidadão  de  decidir sobre a sua própria vida. 

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“Legalizar o aborto de fetos com anencefalia, errone-amente diagnosticados como mortos cerebrais, é descartar

um ser humano frágil e indefeso”

A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil – CNBB la-menta profundamente a decisão do Supremo Tribunal Federal que descriminalizou o aborto de feto com anencefalia ao julgar favorável a Arguição de Descumprimento de Preceito Funda-mental n. 54. Com esta decisão, a Suprema Corte parece não ter levado em conta a prerrogativa do Congresso Nacional cuja responsabilidade última é legislar.

Os princípios da “inviolabilidade do direito à vida”, da “dignidade da pessoa humana” e da promoção do bem de to-dos, sem qualquer forma de discriminação (cf. art. 5°, caput; 1°, III e 3°, IV, Constituição Federal), referem-se tanto à mulher quanto aos fetos anencefálicos. Quando a vida não é respeita-da, todos os outros direitos são menosprezados, e rompem-se as relações mais profundas.

Legalizar o aborto de fetos com anencefalia, erroneamen-te diagnosticados como mortos cerebrais, é descartar um ser humano frágil e indefeso. A ética que proíbe a eliminação de um ser humano inocente, não aceita exceções. Os fetos anen-cefálicos, como todos os seres inocentes e frágeis, não podem ser descartados e nem ter seus direitos fundamentais vilipendi-ados!

A gestação de uma criança com anencefalia é um drama para a família, especialmente para a mãe. Considerar que o aborto é a melhor opção para a mulher, além de negar o direito inviolável do nascituro, ignora as consequências psicológicas negativas para a mãe. Estado e a sociedade devem oferecer à gestante amparo e proteção.

Ao defender o direito à vida dos anencefálicos, a Igreja se fundamenta numa visão antropológica do ser humano, basean-do-se em argumentos teológicos éticos, científicos e jurídicos.

Dissertação 2

Tese:  A CNBB é  contra  a  decisão  do STF 

Argumento:  quem  deve  legislar  sobre  esse  tipo  de  assunto  é  o  congresso nacional e não o STF. 

Argumento: o direito à vida cabe  tanto à gestante quanto ao feto. 

Argumento: tirar o direito a vida  de  um  feto  anencéfalo  é  o  mesmo  que  tirar  a  vida  de  um  ser frágil e inocente. 

Argumento:  a  prática  do  aborto  traz  consequências  negativas  à  mãe. 

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Exclui-se, portanto, qualquer argumentação que afirme tratar-se de ingerência da religião no Estado laico. A participação efetiva na defesa e na promoção da dignidade e liberdade hu-manas deve ser legitimamente assegurada também à Igreja.

A Páscoa de Jesus que comemora a vitória da vida sobre a morte, nos inspira a reafirmar com convicção que a vida hu-mana é sagrada e sua dignidade inviolável.

Nossa Senhora Aparecida, Padroeira do Brasil, nos ajude em nossa missão de fazer ecoar a Palavra de Deus: “Escolhe, pois, a vida” (Dt 30,19).

Cardeal Raymundo Damasceno Assis Arcebispo de Aparecida Presidente da CNBB       Procedimentos Básicos  01. Interpretação do tema  Devemos interpretar cuidadosamente o tema proposto, pois a fuga total a este implica zerar a reda‐ ção;  02. Levantamento de ideias  A melhor maneira de levantar ideias sobre o tema é a auto‐indagação;  03. Construção do rascunho  Construa o rascunho sem se preocupar com a forma. Priorize, nesta etapa, o conteúdo;  04. Pequeno intervalo 

Suspenda  a  atividade  redacional  por  alguns  instantes  e  ocupe‐se  com  outras  atividades,  para  que  possa desviar um pouco a atenção do texto, evitando, assim, que determinados erros passem despercebi‐ dos;  05. Revisão e acabamento  Faça uma cuidadosa revisão do rascunho e as devidas correções;  06. Versão definitiva  Passe a limpo para a versão definitiva, com calma e muito cuidado; 

Conclusão:  reforço  da  tese.  A  CNBB  é  contra  o  aborto  em  qualquer situação. 

Dissertação-argumentativa

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OMO CONSTRUIR UM TEXTO DISSERTATIVO

Argumento:  a  participação  da  Igreja  nas  decisões  do  estado  não  tem  relação  nenhuma  com  a  condição  do  estado  brasileiro  ser  laico.  A  Igreja  apenas  defende  a  dignidade  e  a liberdade humana. 

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  07. Elaboração do título  O título deve ser urna frase curta condizente com a essência do tema.  Orientação para elaborar uma Dissertação  O conteúdo da redação  a) Apresentação Textual 

    Legibilidade  e  erro:  escreva  sempre  com  letra  legível.  Prefira  a  letra  cursiva.  A  letra  de  imprensa  poderá ser usada desde que se distinga bem as iniciais maiúsculas e minúsculas. No caso de erro,  risque com um traço simples o trecho ou o sinal gráfico e escreva o respectivo substituto.       Respeito às margens e indicação dos parágrafos: para dar início aos parágrafos, o espaço de mais  ou menos dois centímetros é suficiente. Observe as margens esquerda e direita na folha para o tex‐ to definitivo. Não crie outras. Não deixe “buracos” no texto. Na translineação, obedeça às regras de  divisão silábica.  b) Situações em que o texto pode ser desconsiderado      fuga total ao tema: analise cuidadosamente a proposta apresentada. Estruture seu texto em con‐ formidade com as orientações explicitadas no caderno da prova discursiva.      registros indevidos: anotações do tipo “fim” , “the end”, “O senhor é meu pastor, nada me faltará”  ou recados ao examinador, rubricas e desenhos.  c) Estrutura Textual Dissertativa      Introdução adequada ao tema / posicionamento 

Apresenta  a  ideia  que  vai  ser  discutida,  a  tese  a  ser  defendida.  Cabe  à  introdução  situar  o  leitor  a  respeito da postura ideológica de quem o redige acerca de determinado assunto. Deve conter a tese e as  generalidades que serão aprofundadas ao longo do desenvolvimento do texto. O importante é que a sua  introdução seja completa e esteja em consonância com os critérios de paragrafação. Não misture ideias.      Desenvolvimento  Apresenta cada um dos argumentos ordenadamente, analisando detidamente as ideias e exemplifi‐ cando de maneira rica e suficiente o pensamento. Nele, organizamos o pensamento em favor da tese. Cada  parágrafo (e o texto) pode ser organizado de diferentes maneiras: 

    Estabelecimento  das  relações  de  causa  e  efeito:  motivos,  razões,  fundamentos,  alicerces,  os  porquês/consequências, efeitos, repercussões, reflexos; 

    Estabelecimento de comparações e contrastes: diferenças e semelhanças entre elementos – de  um lado, de outro lado, em contraste, ao contrário; 

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    Enumerações e exemplificações: indicação de fatores, funções ou elementos que esclarecem ou  reforçam uma afirmação. 

    Fechamento do texto de forma coerente 

Retoma  ou  reafirma  todas  as  ideias  apresentadas  e  discutidas  no  desenvolvimento,  tomando  uma  posição acerca do problema, da tese. É também um momento de expansão, desde que se mantenha uma  conexão lógica entre as ideias.  c) Desenvolvimento do Tema      Estabelecimento de conexões lógicas entre os argumentos.  Apresentação dos argumentos de forma ordenada, com análise detida das ideias e exemplificação de  maneira rica e suficiente do pensamento. Para garantir as devidas conexões entre períodos, parágrafos e  argumentos,  empregar  os  elementos  responsáveis  pela  coerência  e  unicidade,  tais  como  operadores  de  sequenciação, conectores, pronomes. Procurar garantir a unidade temática.      Objetividade de argumentação frente ao tema / posicionamento  O texto precisa ser articulado com base nas informações essenciais que desenvolverão o tema pro‐ posto. Dispensar as ideias excessivas e periféricas. Planejar previamente a redação definindo antecipada‐ mente o que deve ser feito. Recorrer à coletânea é um passo importante. Listar as ideias que lhe vier à ca‐ beça sobre o tema. Estabelecer a tese que será defendida. Selecionar cuidadosamente entre as ideias lista‐ das, aquelas que delimitarão o tema e defenderão o seu posicionamento.      Estabelecimento de uma progressividade textual em relação à sequência lógica do pensamento.  O texto deve apresentar coerência sequencial satisfatória. Quando se proceder à seleção dos argu‐ mentos  na  coletânea,  deve‐se  classificá‐los  segundo  a  força  para  convencer  o  leitor,  partindo  dos  menos  fortes para os mais fortes.  Atenção!      Seu texto deve apresentar tese, desenvolvimento (exposição/argumentação) e conclusão.      Procure não citar fatos de sua vida particular.      Seu texto pode ser expositivo ou argumentativo (ou ainda expositivo e argumentativo). As ideias‐ núcleo devem ser bem desenvolvidas, bem fundamentadas. 

    Evite  que  seu  texto  expositivo  ou  argumentativo  seja  uma  sequência  de  afirmações  vagas,  sem  justificativa, evidências ou exemplificação. 

    Atente para as expressões vagas ou significado amplo e sua adequada contextualização. Ex.: concei‐ tos como “certo”, “errado”, “democracia”, “justiça”, “liberdade”, “felicidade” etc. 

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    Evite  expressões  como  “belo”,  “bom”,  “mau”,  “incrível”,  “péssimo”,  “triste”,  “pobre”,  “rico”  etc.;  são juízos de valor sem carga informativa, imprecisos e subjetivos.      Fuja do lugar‐comum, frases feitas e expressões cristalizadas: “a pureza das crianças”, “a sabedoria  dos velhos”. A palavra “coisa”, gírias e vícios da linguagem oral devem ser evitados, bem como o  uso de “etc.” e as abreviações.      Não se usam entre aspas palavras estrangeiras com correspondência na língua portuguesa: hippie,  status, dark, punk, laser, chips etc. 

    Não  construa  frases  embromatórias.  Verifique  se  as  palavras  empregadas  são  fundamentais  e  in‐ formativas. 

    Observe se não há repetição de ideias, falta de clareza, construções sem nexo (conjunções mal em‐ pregadas), falta de concatenação de ideias nas frases e nos parágrafos entre si, divagação ou fuga  ao tema proposto. 

    Caso  você  tenha  feito  uma  pergunta  na  tese  ou  no  corpo  do  texto,  verifique  se  a  argumentação  responde  à  pergunta.  Se  você  eventualmente  encerrar  o  texto  com  uma  interrogação,  esta  pode  estar corretamente empregada desde que a argumentação responda à questão. Se o texto for va‐ go, a interrogação será retórica e vazia.      Verifique se os argumentos são convincentes: fatos notórios ou históricos, conhecimentos geográ‐ ficos, cifras aproximadas, pesquisas e informações adquiridas através de leituras e fontes culturais  diversas.      Se considerarmos que a redação apresenta entre 20 e 30 linhas, cada parágrafo pode ser desenvol‐ vido entre 3 e 6 linhas. Você deve ser flexível nesse número, em razão do tamanho da letra ou da  continuidade de raciocínio elaborado. Observe no seu texto os parágrafos prolixos ou muito curtos,  bem corno os períodos muito fragmentados, que resultam numa construção primária. 

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TEMA: Tudo vale a pena // Se a alma não é pequena (Fernando Pessoa)

Sonhar é preciso

“Nós somos do tamanho dos nossos sonhos”. Há, em cada ser humano, um sebastianista louco, vislum-brando o Quinto Império; um navegador ancorado no cais, a idealizar ‘mares nunca dantes navegados’; e um obscuro D. Quixote de alma grande que, mesmo ames-quinhado pelo atrito da hora áspera do presente, investe contra seus inimigos intemporais: o derrotismo, a indife-rença e o tédio.

Sufocado pelo peso de todos os determinismos e pela dura rotina do pão-nosso-de-cada-dia, há em cada homem um sentido épico da existência, que se recusa a morrer, mesmo banalizado, manipulado pelos veículos de massa e domesticado pela vida moderna.

É preciso agora resgatar esse idealista que oculta-mente somos, mesmo que D. Sebastião não volte, ainda que nossos barcos não cheguem a parte alguma, apesar de não existirem sequer moinhos de vento.

Senão teremos matado definitivamente o santo e o louco que são o melhor de nós mesmos; senão teremos abdicado dos sonhos da infância e do fogo da juventude; senão teremos demitido nossas esperanças.

O homem livre num universo sem fronteiras. No nordeste brasileiro verde, pequenos nordestinos saudá-veis riem sonhos, soletrando o abecedário. Um passeio a pé pela cidade calma. Pequenos judeus, árabes e cris-tãos brincando de roda em Beirute ou na Palestina.

Dissertação 3

A

NÁLISE DO TEXTO

Tese:  somos  do  tamanho  do  nosso  sonho e devemos lutar contra o derro‐ tismo, a indiferença e o tédio. 

Argumento:  o  ser  humano  deve  lutar  contra  aqueles  que,  perante  alguma  adversidade,  se  apresentam  como  derrotados.

Argumento: devemos lutar pelos nossos  ideais 

Argumento:  deixando  de  acreditar  nos  nossos  ideais,  abandonamos  nossa  essência.

Argumento:  o  convívio  com  as  diferen‐ tes crenças e uma sociedade mais igua‐ litária.  

(13)

 

E os vestibulandos, todos, de um país chamado Brasil, convocados a darem o melhor de si no curso su-perior que escolheram.

Utopias? Talvez sonhos irrealizáveis de algum poe-ta menor, mas convicto de que nada vale a pena, se a alma é mesquinha e pequena.

     

A questão do aborto é um tema extremamente recorrente e sempre envolve uma discus‐

são sobre valores, sobre a interferência religiosa em um estado laico, sobre as concepções biológi‐

cas e filosóficas da vida, etc. 

Você já leu o posicionamento da professora Yvonne (página 4) e da CNBB (página 7), agora 

lhe apresentamos outros textos que poderão ajudá‐lo em sua reflexão para que você possa elabo‐

rar o seu texto. Leia‐os com atenção. 

C

OLETÂNEA DE TEXTOS

 

Texto 1

A anencefalia é um defeito congênito que se caracteriza pela ausência da maior parte do cérebro. A geração de um anencéfalo é, para a maioria das mulheres, motivo de muita dor física e emocional, por saber que a chance de o feto morrer durante a gravidez é enorme e que, em caso contrário, o bebê sobreviverá por pouquíssimo tempo após o parto. Por outro lado, há quem con-dene o aborto mesmo nesses casos, por considerar que a prática é um crime contra a vida. A po-lêmica sobre a legalização do aborto de anencéfalos acabou no Supremo Tribunal Federal, que, recentemente, votou a liberação da prática para esses casos. A decisão, por tratar de um tema tão polêmico que envolve lei e religião, tem sido contestada por vários grupos sociais.

[http://educacao.uol.com.br/bancoderedacoes, adaptado]

Texto 2

Aborto de anencéfalos: a causa correta, no lugar errado

Por 8 votos a 2, o Supremo Tribunal Federal decidiu liberar o aborto de anencéfalos nesta quinta-feira. A causa é boa e a sentença era esperada. Desde 2004, quando o ministro Marco

Dissertação-argumentativa

P

ROPOSTA DE PRODUÇÃO TEXTUAL

1

Conclusão:  reforço  da  tese.  Somos  do  tamanho de nossos sonhos e de nossas  lutas por nossos ideais. 

(14)

Aurélio Mello concedeu a primeira liminar autorizando o aborto de um feto anencéfalo, todas as vezes que casos do tipo chegaram à corte a decisão foi igual.

O Código Penal, promulgado em 1940, autoriza o aborto em apenas dois casos: se a grvidez resulta de estupro ou não existe outro meio de salvar a vida da gestante. A gestação de a-nencéfalos traz mais riscos para a mãe que uma gestação “normal” – mas só em certos casos é necessário interrompê-la para salvar a vida da mulher.

É, porém, um avanço permitir que mulheres que estão numa situação dilacerante – quer do ponto de vista emocional, quer do ponto de vista moral – tenham direito de escolha, sempre devi-damente assistidas por médicos.

Dar essa opção à família – é importante reafirmar que se trata de dar uma faculdade às pessoas, e não de lhes impor uma escolha – atende a um princípio que, tanto quanto a defesa da vida, também é central na Constituição brasileira, o da dignidade humana.

[Veja, 12/04/2012 – Texto adaptado.]

Texto 3

Bispos criticam decisão do STF

O arcebispo de Campo Grande (MS), d. Dimas Lara Barbosa, e outros três bispos que participaram nesta quar-ta-feira (18) da conversa com jornalistas, por delegação da presidência da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), na assembleia geral de Aparecida (SP), criticaram duramente os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) que aprovaram a interrupção da gestação ou aborto no caso de fetos portadores de anencefalia.

“A eugenia é um horizonte que a humanidade experimentou em passado recente e que pa-rece ter sido esquecido”, afirmou d. Dimas , depois de classificar como perigosa a decisão do STF. O bispo de Camaçari (BA), d. João Carlos Petrini, presidente da Comissão Episcopal e Pas-toral para a Vida e a Família da CNBB, advertiu que a decisão do Supremo tem “extraordinário poder de formar consciência coletiva”, com sérias consequências no contexto da violência, levan-do à conclusão, por exemplo, de que “quem incomoda pode ser eliminalevan-do”.

[Agencia Estado]

Texto 4

Brasil é o quarto país em número de casos de anencefalia

O Brasil é o quarto país do mundo com maior prevalência de nascimentos de bebês com anencefalia (ausência parcial ou total do cérebro), segundo a OMS (Organização Mundial da

Saú-Ministros  do  STF  reunidos  em  plenário,  na votação  da  lei  que  permite  o  aborto  de  fetos anencéfalos 

(15)

 

de). A incidência é de cerca de um caso para cada 700 nascimentos. As razões para que um país tenha mais ou menos casos são desconhecidas.

A grande maioria dos bebês com anencefalia sobrevive por poucas horas ou dias após o nascimento. No entanto, como a lesão é variável, há casos em que a sobrevida é maior. Como o tronco cerebral (parte mais próxima da medula espinhal) é pouco afetado, a criança apresenta funções vitais, como batimentos cardíacos e pressão arterial. Mas a atividade cerebral não existe. É aí que começa a polêmica em relação ao aborto.

“A anencefalia é incompatível com a vida e corresponde à morte cerebral”, diz o ginecolo-gista e obstetra Thomaz Gollop, professor de genética médica pela Universidade de São Paulo (USP) e coordenador do Grupo de Estudos sobre o Aborto (GEA) da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC).

Embora a maioria dos médicos seja favorável ao aborto nesses casos, existem exceções. O ginecologista Dernival da Silva Brandão, membro da Comissão de Ética e Cidadania da Aca-demia Fluminense de Medicina, é uma delas. “Todos os anencéfalos vão morrer, mas quem não vai morrer? Para mim, trata-se de um doente que deve ser tratado como qualquer outro”, opina. Apesar da posição, ele diz que nunca acompanhou nenhuma gestação de anencéfalo que tenha sido levada até o fim. “O mundo de hoje é muito prático”, critica.

[UOL Notícias, texto adaptado]

Agora é com você. Redija um texto dissertativo‐argumentativo sobre o tema: 

O SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL AGIU CORRETAMENTE AO LEGALIZAR O ABORTO DE ANENCÉFALOS? 

 

Instruções: 

    Antes de elaborar sua dissertação, faça um projeto de texto. Ele é OBRIGATÓRIO;      Seu texto deve ser escrito de acordo com a variedade padrão língua portuguesa;      Deve ter uma estrutura dissertativa‐argumentativa;      Não deve estar redigido sob a forma de poema (versos) ou narração;      A redação deve ter no mínimo 15 e no máximo 30 linhas escritas;      Não deve conter trechos copiados da coletânea apresentada;      Ao terminar o texto, passe‐o a limpo – à tinta. Não se esqueça de revisá‐lo e de lhe dar um título. A  versão final deverá ser escrita na folha oficial de redação. 

EVITE: na minha opinião, eu acho, no meu ponto de vista. 

PREFIRA: é provável que, é possível que, não se pode esquecer que, convém lembrar que etc. 

(16)

   

O parágrafo é uma unidade de composição, constituído por um ou mais de um perío-do, em que se desenvolve determinada ideia central ou nuclear, a que se agregam outras, secundárias, intimamente relacionadas pelo sentido e logicamente decorrentes dela.

O tópico frasal é constituído habitualmente por um ou dois períodos curtos

ini-ciais, que é a introdução da unidade de composição, fornecendo o tema a ser desen-volvido.

Tal consideração é também feita de forma generalizada, pois o tópico frasal pode não ser inicial, mas sem dúvida, este é o tipo mais usado por consagrados escritores e recomenda-do para os principiantes. O tópico frasal pode estar inserirecomenda-do em outra parte recomenda-do texto, ou pode também estar diluído neste e até mesmo implícito, o que requer muita perspicácia do escritor e é claro para o leitor.

Vejamos abaixo algumas formas de se desenvolver um parágrafo, as quais podem auxi-liá-lo em suas dissertações:

1.

A

LUSÃO  HISTÓRICA: O conhecimento dos fatos históricos ajuda a iniciar um texto e

também a desenvolvê-lo. Um fato acontecido no passado é relembrado como ponto de partida para novas afirmações e julgamentos. É necessário explicar que essa referência não precisa necessariamente estar ligada à história de um povo, de um país. Qualquer fato representativo, já acontecido, pode servir para abrir este tipo de parágrafo.

Ex.: (tema: globalização)

Após a queda do Muro de Berlim, acabaram-se os antagonismos leste-oeste e o mundo parece ter aberto de vez às portas para a globalização. As fronteiras foram derrubadas e a economia entrou em rota acelerada de competição.

2.

 

A

RGUMENTO  DE 

A

UTORIDADE: a conclusão se sustenta pela citação de uma fonte confiável, que pode ser um especialista no assunto ou dados de instituição de pesquisa, uma

frase dita por alguém – líder ou político, algum artista famoso ou algum pensador –, uma

au-toridade no assunto abordado. A citação pode auxiliar e deixar consistente o tópico frasal.

(Não se esqueça de que a frase citada deve vir entre aspas e só servirá se estiver articulada a seu texto).

Ex.: (tema: cinema)

O cinema nacional conquistou nos últimos anos qualidade e faturamento nunca vistos antes. “Uma câmera na mão e uma ideia na cabeça” – a famosa frase-conceito do diretor Dissertação-argumentativa

D

ESENVOLVIMENTO DO TÓPICO FRASAL

(17)

 

Gláuber Rocha – virou uma fórmula eficiente para explicar os R$ 130 milhões que o cinema brasileiro faturou no ano passado. (Adaptado de Época, 14/04/2004)

3.

A

RGUMENTO POR 

C

AUSA E 

C

ONSEQUÊNCIA: para comprovar uma tese, você pode

bus-car as relações de causa (os motivos, os porquês) e de consequência (os efeitos).

Ex.: (tema: trânsito em São Paulo)

Ao se desesperar num congestionamento em São Paulo, daqueles em que o auto-móvel não se move nem quando o sinal está verde, o indivíduo deve saber que, por trás de sua irritação crônica e cotidiana, está uma monumental ignorância histórica. São Paulo só che-gou a esse caos porque um seleto grupo de dirigentes decidiu, no início do século, que não deveríamos ter metrô. Como cresce dia a dia o número de veículos, a tendência é pio-rar ainda mais o congestionamento – o que leva técnicos a preverem como inevitável a im-plantação de perigos. (Adaptado de Folha de S. Paulo. 01/10/2000)

4.

 

A

RGUMENTO DE 

E

XEMPLIFICAÇÃO OU 

I

LUSTRAÇÃO: a exemplificação consiste no relato

de um pequeno fato (real ou fictício). Esse recurso argumentativo é amplamente usado quan-do a tese defendida é muito teórica e carece de esclarecimentos com mais daquan-dos concretos.

Ex.: (tema: Corrupção)

A condescendência com que os brasileiros têm convivido com a corrupção não é propri-amente algo que fale bem de nosso caráter. Conviver e condescender com a corrupção não é, contudo, praticá-la, como queria um líder empresarial que assegurava sermos todos corruptos. Somos mesmo? Um rápido olhar sobre nossas práticas cotidianas registra a amplitude e a pro-fundidade da corrupção, em várias intensidades. Há a pequena corrupção, cotidiana e muito difundida. É, por exemplo, a da secretária da repartição pública que engorda seu salá-rio datilografando trabalhos “para fora”, utilizando máquina, papel e tempo que de-veriam servir à instituição. Os chefes justificam esses pequenos desvios com a alegação de que os salários públicos são baixos. Assim, estabelece-se um pacto: o chefe não luta por me-lhores salários de seus funcionários, enquanto estes, por sua vez, não “funcionam”. O outro exemplo é o do policial que entra na padaria do bairro em que faz ronda e toma de graça um café com coxinha. Em troca, garante proteção extra ao estabelecimento comerci-al, o que inclui, eventualmente, a liquidação física de algum ladrão pé-de-chinelo. (Jaime Pinksky/Luzia Nagib Eluf. Brasileiro(a) é Assim Mesmo, Ed.Contexto)

(18)

5.

A

RGUMENTO DE 

P

ROVAS 

C

ONCRETAS: ao empregarmos os argumentos baseados em

provas concretas, buscamos evidenciar nossa tese por meio de informações concretas, extraí-das da realidade. Podem ser usados dados estatísticos ou fatos notórios (de domínio público).

Ex.: (tema: violência)

No caso do Brasil, homicídios estão assumindo uma dimensão terrivelmente grave. De acordo com os mais recentes dados divulgados pelo IBGE, sua taxa mais que dobrou ao longo dos últimos 20 anos, tendo chegado à absurda cifra anual de 27 por mil habi-tantes. Entre homens jovens (de 15 a 24 anos), o índice sobe a incríveis 95,6 por mil habitantes.(Folha de S. Paulo. 14/04/2004)

6.

 

A

RGUMENTO  DESENVOLVIDO  POR  CONFRONTO: Trata-se de estabelecer um confronto

entre duas ideias, dois fatos, dois seres, seja por meio de contrastes das diferenças, seja do paralelo das semelhanças.

Ex.: (tema: relação entre pais e filhos)

Embora a vida real não seja um jogo, mas algo muito sério, o xadrez pode ilustrar o fa-to de que, numa relação entre pais e filhos, não se pode planejar mais que uns poucos lances adiante. No xadrez, cada jogada depende da resposta à anterior, pois o jogador não pode seguir seus planos sem considerar os contra-ataques do adversário, senão será prontamente abatido. O mesmo acontecerá com um pai que tentar seguir um plano precon-cebido, sem adaptar sua forma de agir às respostas do filho, sem reavaliar as constantes mu-danças da situação geral, na medida em que se apresentam. (Bruno Betelheim, adaptado)

7.

 

A

RGUMENTO  DESENVOLVIDO  POR  RAZÕES  OU  DETALHAMENTO: No desenvolvimento

a-presentamos as razões, os motivos que comprovam o que afirmamos no tópico frasal. Ou seja, os períodos que seguem o tópico frasal detalham-no.

Ex.: (tema: mundo infantil)

As adivinhações agradam particularmente às crianças. Isso acontece de maneira tão generalizada, porque, mais ou menos, representam a forma concentrada, quase simbólica, da experiência infantil de conquista da realidade. Para uma criança, o mundo está cheio de objetos misteriosos, de acontecimentos incompreensíveis, de figuras indecifrá-veis. A própria presença da criança no mundo é, para ela, uma adivinhação a ser re-solvida. Daí o prazer de experimentar de modo desinteressado, por brincadeira, a emoção da procura da surpresa. (Gianni Rodari, adaptado)

(19)

 

8

 

.

A

RGUMENTO DESENVOLVIDO POR ANÁLISE: É a divisão do todo em partes. Ex.: (tema: funções da comunicação)

Quatro funções básicas têm sido atribuídas aos meios de comunicação: informar, di-vertir, persuadir e ensinar. A primeira diz respeito à difusão de notícias, relatos e comen-tários sobre a realidade. A segunda atende à procura de distração, de evasão, de divertimen-to por parte do público. A terceira procura persuadir o indivíduo, convencê-lo a adquirir certo produto. A quarta é realizada de modo intencional ou não, por meio de material que contribui para a formação do indivíduo ou para ampliar seu acervo de conhecimentos. (Samuel P. Netto, adaptado) Agora, responda.

1.

 Grife o tópico frasal de cada parágrafo apresentado. Não deixe de observar como o au‐

tor desenvolve. 

a) “O isolamento de uma população determina as características culturais próprias. Essas 

sociedades não têm conhecimento das ideias existentes fora de seu horizonte geográfico. É o que 

acontece  na  terra  dos  cegos  do  conto  de  H.G.  Welles.  Os  cegos  desconhecem  a  visão  e  vivem 

tranquilamente com sua realidade, naturalmente adaptados, pois todos são iguais. Esse conceito 

pode ser exemplificado também pelo caso das comunidades indígenas ou mesmo qualquer outra 

comunidade isolada.” (Redação de vestibular) 

b) “O desprestígio da classe política e o desinteresse do eleitorado pelas eleições propor‐

cionais são muitos fortes. As eleições para os postos executivos é que constituem o grande mo‐

mento de mobilização do eleitorado. É  o momento em que o povão se vinga,  aprovando  alguns 

candidatos e rejeitando outros. Os deputados, na sua grande maioria, pertencem à classe A. É com 

os membros dessa classe que os parlamentares mantêm relações sociais, comerciais, familiares. É 

dessa classe com a qual mantêm maiores vínculos, que sofrem as maiores pressões. Desse modo, 

nas condições concretas das disputas eleitorais em nosso país, se o parlamentarismo não elimina 

inteiramente a influência das classes D e E no jogo político, certamente atua no sentido de reduzi‐

la.” (Leôncio M. Rodrigues) 

c) “Ao identificar o conceito de atividade, Leontiev, Especialista em Psicopedagogia, afirma 

que “por esse termo designamos apenas aqueles processos que, realizando as relações do homem 

com o mundo, satisfazem uma necessidade especial correspondente a ele”.” 

(20)

d) “Ao identificar o conceito de atividade, Leontiev, Especialista em Psicopedagogia, afirma 

que pelo termo mencionado é possível designar apenas aqueles processos relativos às relações do 

homem com o mundo, e que satisfazem uma necessidade humana específica.” 

e) “Gostar de política não é uma opção, mas uma necessidade. Primeiro, porque o cidadão 

precisa de um conhecimento político para escolher seu candidato. Depois, porque a política está 

presente na escola, no trabalho, enfim, na vida. Logo, torna‐se fundamental o gosto por ela, pois é 

ela que rege a nossa existência.” (Sildomar F. Veira) 

 

    Poucos dias depois da divulgação de atos de assédio sexual no metrô de São Paulo e da revelação da  existência de uma página intitulada “Encoxadores”, no Facebook, o Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica  Aplicada),  órgão  vinculado  ao  Governo  Federal,  divulgou  dados  de  uma  pesquisa  sobre  o  estupro.  Num  primeiro momento, o instituto de pesquisa divulgou que 65% dos entrevistados (homens e mulheres) con‐ cordavam  com  a  frase  “Mulheres  que  usam  roupas  que  mostram  o  corpo  merecem  ser  atacadas”.  Essa  informação gerou muita polêmica. Posteriormente o instituto retificou a informação dizendo que na reali‐ dade o índice correto era 26%. 

A partir dos dados, uma socióloga declarou existir no país uma “cultura do estupro”, que considera a  vítima  responsável  pela  violência  (sexual)  que  sofreu.  Abaixo  apresentamos  outr

os textos que poderão 

ajudá‐lo em sua reflexão para que você possa elaborar o seu texto. Leia‐os com atenção.

 

C

OLETÂNEA DE TEXTOS

 

Texto 1

Mulher com roupa curta merece ser atacada Um estudo divulgado nesta quinta-feira (27) pelo Ipea revela que a maioria da população brasileira acredita que “mulheres que usam rou-pas que mostram o corpo merecem ser ataca-das” e que “se as mulheres soubessem como se comportar, haveria menos estupros”.

[...]

Dissertação-argumentativa

P

ROPOSTA DE PRODUÇÃO TEXTUAL

2

Supostos estudantes da UnB (Universidade de Brasília) segu‐ ram cartaz com apologia ao estupro durante trote

(21)

 

A pesquisa [...] sobre a tolerância social à violência contra as mulheres, entrevistou 3.810 pessoas em todas as unidades da federação durante os meses de maio e junho de 2013, sendo que as próprias mulheres representaram 66,5% do universo de entrevistados.

[...]

Na pesquisa do Ipea, os entrevistados foram questionados se concordavam ou não com frases sobre o tema. Nada menos que 26% concordaram que a mulher que usa roupa que mostra o corpo merece ser atacada.

[UOL Cotidiano] Texto 2

Cultura do estupro

Na opinião da professora do Departamento de Sociologia da PUC-SP, Carla Cristina Gar-cia, os resultados [da pesquisa] mostram uma inversão de papéis entre mulheres e agressores. “O comportamento da vítima jamais pode ser apontado como motivo da violência”, alerta. “É preciso acabar com essa cultura do estupro, que está naturalizada.”

Segundo Carla, é comum educar a mulher para sobreviver em um mundo sexista e violen-to, com restrições sobre roupas e lugares que frequenta. “Já as campanhas contra assédio no trabalho e no transporte público, por exemplo, aparecem menos.”

O preconceito social revelado na pesquisa do Ipea também confirma que a violência do-méstica é subnotificada. “Como a cultura machista permanece grande, o medo, a vergonha e o descrédito na Justiça fazem com que elas deixem de denunciar”, avalia Sônia Coelho, integrante da Semprevivo Organização Feminista e da Marcha Mundial das Mulheres. [Estadão/Brasil] Texto 3

Perfil das vítimas

Os registros demonstram que 89% das vítimas são do sexo feminino e possuem, em geral, baixa escolaridade. Do total, 70% são crianças e adolescentes. “As consequências, em termos psicológicos, para esses garotos e garotas são devastadoras, uma vez que o processo de forma-ção da autoestima – que se dá exatamente nessa fase – estará comprometido, ocasionando inú-meras vicissitudes nos relacionamentos sociais desses indivíduos”, aponta a pesquisa.

Em metade das ocorrências envolvendo menores, há um histórico de estupros anteriores. Para o diretor do Ipea, “o estudo reflete uma ideologia patriarcal e machista que coloca a mulher como objeto de desejo e propriedade”.

[Ipea]  

(22)

Agora é com você. Redija um texto dissertativo‐argumentativo sobre o tema: 

“C

ULTURA DO ESTUPRO

”:

 A CULPA É DA VÍTIMA

 

Instruções: 

    Antes de elaborar sua dissertação, faça um projeto de texto. Ele é OBRIGATÓRIO;      Seu texto deve ser escrito de acordo com a variedade padrão língua portuguesa;      Deve ter uma estrutura dissertativa‐argumentativa;      Não deve estar redigido sob a forma de poema (versos) ou narração;      A redação deve ter no mínimo 15 e no máximo 30 linhas escritas;      Não deve conter trechos copiados da coletânea apresentada;      Ao terminar o texto, passe‐o a limpo – à tinta. Não se esqueça de revisá‐lo e de lhe dar um título. A  versão final deverá ser escrita na folha oficial de redação. 

EVITE: na minha opinião, eu acho, no meu ponto de vista. 

PREFIRA: é provável que, é possível que, não se pode esquecer que, convém lembrar que etc. 

      O texto dissertativo é requerido na construção de teses e monografias, pois a defesa dos argumen‐ tos precisa ser baseada em fontes de confiança que darão relevância a ele. Sendo assim, esse modelo de  texto é praticamente teórico, aprofundado e com conclusões. Ele se difere do dissertativo‐argumentativo  por não se apoiar no convencimento do leitor, pois o objetivo principal é propagar uma ideia nova e fazer  com que os leitores aprendam algo. Nesse caso, ele é mais expositivo.  No caso da versão argumentativa, ele segue a mesma linha da dissertação expositiva, também preci‐ sa de exemplos para se fortalecer, mas se difere pelo forte apelo persuasivo. O autor deverá destrinchar  ao longo do texto um ponto de vista sobre determinado assunto, especialmente porque esse tipo de reda‐ ção visa, em grande maioria, mudar o comportamento de quem o lê.  Dissertação-argumentativa

T

EXTO DISSERTATIVO E TEXTO DISSERTATIVO

-

ARGUMENTATIVO

(23)

    Proposta  Há um conto de H. G. Wells, chamado A terra dos cegos, que narra o esforço de um homem com vi‐ são normal para persuadir uma população cega de que ele possui um sentido do qual ela é destituída; fra‐ cassa, e afinal a população decide arrancar‐lhe os olhos para curá‐lo de sua ilusão. 

Discuta  a  ideia  central  do  conto,  comparando‐a  com  a  do  ditado  popular  “Em  terra  de  cego  quem  tem um olho é rei”. Em sua opinião essas ideias são antagônicas ou você vê um modo de conciliá‐las? 

A audácia de enxergar à frente 

A capacidade de estar à frente de seu tempo quase nunca confere ao  seu  possuidor  alguma  vantagem.  A  dureza  das  sociedades  humanas  em  aceitar  certas  noções  desmente,  não  raro,  o  ditado  popular  que  diz  que  “Em terra de cego quem tem um olho é rei”. 

Exemplos, a história é pródiga em nos apresentar. Sócrates foi obri‐ gado,  pela  sociedade  ateniense,  a  tomar  cicuta,  em  razão  de  suas  ideias.  Giordano Bruno, que concebeu a terra como um simples planeta, tal como  sabemos hoje, foi chamado herege e queimado. Darwin debateu‐se contra  a incompreensão e condenação de suas ideias, mais tarde aceitas.  Ainda hoje, temos exemplos de procedimentos similares. Oscar Arias,  presidente da Costa Rica e prêmio Nobel da Paz, ainda há pouco tempo se  debatia contra a sociedade de seu país, que teimava em colocar obstáculos  à  sua  atuação.  Em  tempo:  o  mérito  de  Oscar  Arias  nem  era  o  de  estar  à  frente de seu tempo, mas simplesmente o de analisar os problemas do pre‐ sente. 

Esse mal não será curado tão cedo. Isso porque as pessoas que con‐ seguem  enxergar  à  frente  apresentam  ao  homem  o  que  ele  odeia  desde  tempos imemoriais: a necessidade de rever as próprias convicções. Enquan‐ to esse ódio – ou será medo – não for superado, a humanidade continuará  mandando  outros  “Giordano  Bruno”  para  a  fogueira  da  incompreensão  e  do  isolamento.  E,  ignorando  as  pessoas  de  visão,  continuará  cega  para  o  futuro e para si mesma. 

A

NÁLISE DO TEXTO

Dissertação 4

Tese:  a  sociedade  não  aceita  quem  tem  ideias  revolucionárias 

Argumento:  o  autor  buscou  na  história  da  humanidade  exemplos  de  pessoas  cujas  ideias  não  foram  aceitas  pela  sociedade 

Argumento:  o  autor  buscou  no  presente  o  exemplo de uma pessoa  cujas ideias não é aceita  pela sociedade local 

Conclusão:  reforço  da  tese.  O  autor  reafirma  a  tese  de  que  as  ideias  revolucionárias  causam  medo à sociedade. 

Referências

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