Sumário
1. Compreensão da leitura
Componentes da compreensão leitora
Determinantes da fluência na compreensão de textos
Condicionantes da compreensão leitora
Critérios da avaliação da leitura
2. Ensino da Escrita
Insucesso da escrita: causas
Tipos de problemas encontrados
Como melhorar a correção de textos
Grelhas de avaliação da escrita
Como formar leitores competentes?
Portugal tem vindo a acusar índices de literacia em leitura pouco
confortáveis. Os resultados dos sucessivos PISA
– Programme for
Internacional Students Assessment
– revelam que é necessário
formar leitores competentes, leitores capazes de compreender e
interpretar o texto escrito.
• Ensinar a ler é ensinar explicitamente a extrair
informação contida num texto escrito, ou seja, dar
às crianças as ferramentas de que precisam para
eficazmente abordarem os textos, compreenderem o
que está escrito e, assim, se tornarem leitores
fluentes.
Ensino da
compreensão de
textos
Durante o ensino
da decifração
Antes do ensino
da decifração
Modelo de compreensão textual
Pelo conhecimento que
o leitor tem sobre o
assunto do texto.
Pelo conhecimento
das palavras que
surgem no texto.
A leitura é
afetada
Compreensão de Textos
A eficácia da aprendizagem da leitura depende do:
Ensino eficiente
da decifração
Ensino explícito de
estratégias para a
compreensão de
textos
Contacto frequente
com boa literatura
Assenta no treino da
consciência
fonológica e na
aprendizagem da
correspondência
som/grafema
Deve visar a apropriação de
estratégias como prever,
sintetizar, clarificar e
questionar a informação
obtida
Exposição diária a
diferentes tipos de textos
e constante incentivo às
crianças para que leiam
para si próprias e para os
Consciência fonológica -Correspondência som/letra (princípio alfabético -Reconhecimento global de palavras COMPREENSÃO DA LEITURA RECONHECIMENTO AUTOMÁTICO DA PALAVRA CONHECIMENTO DA LÍNGUA Desenvolvimento linguístico -estrutura da língua -conhecimento lexical -reflexão sobre a língua
EXPERIÊNCIA INDIVIDUAL DA LEITURA CONHECIMENTO DO MUNDO Riqueza de experiências interiorizadas -elaboração verbal do vivenciado Conhecimento do tema -estratégias de abordagem do texto (auto-monitorização de compreensão)
Domínios de intervenção do ensino
Velocidade de leitura pouco satisfatória
Descodificação (in)correta
(Des)conhecimento prévio do assunto
(Não)ativação de conhecimentos
(In)capacidade de antecipação
(In)capacidade de selecionar de informação
Distinção de informação essencial e acessória
Capacidade de fazer inferências
Estabelecimento de relações causa /efeito
Boa competência lexical
Capacidade em perceber o objetivo do autor
Construção de sínteses /resumos
Compreensão
leitora
Literal
Crítica
Reorganização
da informação
Inferencial
Componentes da compreensão leitora
Critérios de avaliação da leitura
• No que se refere ao papel do professor face à aprendizagem
da leitura e da escrita, a sua ação deverá orientar-se para
três finalidades:
Conhecer o
ponto de
partida de
cada aluno
Intervir para
facilitar as
aprendizagens
Avaliar para
melhorar a
prática
pedagógica
Insucesso da escrita: causas
Dimensões individuais
Causas orgânicas
assumidas
Perturbações do
desenvolvimento
Perturbações
emocionais e
comportamentais
Variáveis ambientais
Contexto
familiar e
sociocultural
Contexto
escolar
• Cuidados parentais
• Literacia
• Expectativas
• Acesso à instrução
e material
• …
• Adequação das
práticas pedagógicas
• Formação de
professores
• Turma e colegas
• Déf. Cognitivo
• PEA
• PHDA
• PEDL
•Dislexia
Tipos de problemas encontrados
(competência ortográfica)
Dificuldades na transcrição de sons
– pode derivar de dificuldades
ao nível da segmentação, identificação e ordenação de fonemas ou da
incorreta utilização do grafema para representar o som;
Incorreções por transcrição da oralidade corrente;
Dificuldades ao nível da representação dos sons, pela presença de
uma irregularidade (por ex. viagem/viajar) ou várias possibilidades de
representação;
Dificuldades nas regras ortográficas de base morfológica;
Incorreções de acentuação gráfica;
Dificuldade na utilização correta de maiúsculas/minúsculas;
Incorreção por desrespeito da fronteira de palavra;
A Avaliação da Escrita deve incidir sobre as três competências da
escrita mas também sobre a atitude da criança perante a tarefa.
Os indicadores para avaliar a Atitude Perante a Tarefa relacionam-se
com:
✎ Recurso aos materiais de apoio disponibilizado (material
capitalizável ou materiais auxiliares de escrita);
✎ Pedido de ajuda quando precisa;
✎ Resolução de problemas sozinho;
✎ Conclusão da tarefa;
✎ Preocupação com a apresentação.
A correção
1.
O objetivo central da correção
é que o aluno compreenda as
imperfeições cometidas e que as reformule: ênfase nos processos e
não nos produtos.
Por ex: o professor corrige os rascunhos e não a versão final de um texto,
colaborando com o aluno, ajudando-o.
2.
A correção pode realizar-se de maneiras muito diversas:
- Individualmente;
- Em pares;
- Em grupos.
Sempre com companheiros variados com e sem o professor.
O professor deverá selecionar o que o aluno deve corrigir – a prioridade e
o momento de aprendizagem do aluno, isto é as suas competências e as
suas dificuldades.
10
Conselhos
para
melhorar a correção
• Corrija somente o que o aluno possa
aprender;
• Corrija enquanto o aluno tem fresco o
que escreveu, ou seja, no momento em
que escreve ou pouco depois;
• Se possível, corrija as versões
anteriores ao texto
(esquemas/rascunhos);
• Se lhe for possível, fale
individualmente com cada aluno;
• Forneça instrumentos para que o
Aluno se possa autocorrigir;
• Arranje tempo para que os alunos na
aula possam ler e comentar as suas
correções;
• Não faça todo o trabalho de
correção. Deixe algum para os seus
alunos;
• Dê instruções concretas e práticas
sobre a sua correção e não
comentários vagos;
• Não tenha pressa em corrigir
tudo. Assegure uma correção com
qualidade;
• Utilize a correção como mais um
recurso didático. Utilize técnicas de
correção variadas; adapte-as às
características de cada aluno.
Acerca da competência compositiva
Dez Regras fundamentais para o Ensino da Expressão Escrita:
1.
É um processo longo que deve ser iniciado no 1º ano, com a produção
oral de textos;
2.
Necessita de um ensino sistemático e de prática intensiva e
progressiva;
3.
Existem diferentes tipos de textos, com características e funções
específicas;
4.
A aprendizagem deve ser iniciada com produção coletiva,
posteriormente colaborativa (em grupo e/ou a pares) e só depois
individual;
5.
As fases do processo devem ser explicitamente ensinadas ao aluno
(planificação, textualização, revisão, publicação);
Acerca da competência compositiva
6.
A ação do professor deve incidir quer no produto, quer no processo
(deve-se evitar interromper o processo de textualização );
7.
Implica a ativação de conhecimentos, a decisão da integração desses
conhecimentos e sua forma de articulação, exigência da coesão e
progressão textual;
8.
Deve estar, sempre que possível, associado ao conhecimento explícito
da língua;
9.
O professor deve, tanto quanto possível, atribuir sentido à produção
textual para que a aprendizagem seja significativa para o aluno;
10.
É uma competência que nunca está automatizada, pois ao longo da
vida os desafios vão sendo cada vez maiores e mais complexos.
O Português é transversal a todas as áreas académicas, podendo qualquer
atividade servir de motivação para o trabalho nesta área – a
Grelhas de avaliação da escrita…
Avaliação Diagnóstica. Expressão Escrita. 1º ano. PNEP (adaptado)
1º ano – à entrada para a escola
2º ano – Avaliação diagnóstica
3º e 4º anos – Avaliação
BAPTISTA, A.; VIANA, F.; BARBEIRO,L. (2007). O Ensino da Escrita: Dimensões gráfica e
ortográfica. Material de trabalho no âmbito do PNEP, não editado.
• BARBEIRO, L.; PEREIRA, L. (2007). O ensino da escrita: a dimensão textual. Lisboa: ME -
DGIDC.
• GIASSON, J. (1993). A compreensão na leitura. Porto: Edições ASA
• PEREIRA, Luísa e AZEVEDO, Flora (2005) Como abordar a escrita no 1º ciclo
do ensino básico, Porto: Areal Editores
• POSLANIEC, C. (2005). Incentivar o Prazer de Ler. Edições ASA
• SILVA, E. (2008). Grelhas de Registo de Avaliação da Expressão Escrita (1º/2º/3º e 4º anos
de escolaridade). Material de trabalho no âmbito do PNEP, não editado
• SIM-SIM, I. (2007). O ensino da leitura: A compreensão de textos. Lisboa: DGIDC.
• SOLLA, Luísa e GOUVEIA, Adelina (2005): Português língua do país de acolhimento,
Portugal ACIME.
“O interesse pela leitura com que as crianças
chegam à escola é a nossa oportunidade, mas
o interesse pela leitura com que elas deixam a
escola é da nossa responsabilidade!”
(Smith, sd)
Para refletirmos…