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BOLETIM DO LEITE E DAQUI PARA FRENTE?

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(1)

Mercado de Insumos

Preços do milho têm

forte alta nesta entressafra.

Pág. 06 e 07

Qualidade do Leite

Alem da quantidade, é importante

também a qualidade

da proteína em termos de

estabilidade térmica.

Pág. 05

Preço dos lácteos

exportados pelo Brasil cai

21% em 12 meses.

Pág. 04

Mercado Externo

E DAQUI PARA FRENTE?

Os preços do leite seguem

atipicamente estáveis há

seis meses. Não subiram no inverno

e não caíram em

agosto e setembro.

Centro de Estudos Avançados em

Economia Aplicada - ESALQ/USP

www.cepea.esalq.usp.br

BOLETIM DO LEITE

Uma publicação do CEPEA - ESALQ/USP

(2)

Desde maio, os preços do leite tipo C pago pelos laticínios aos produtores seguem estáveis, considerando-se a média dos sete estados abrangidos pela pesquisa do Cepea. A média de outubro, R$ 0,5016/litro - valor bruto, a descontar frete e 2,3% de CESSR (ex-Funrural) - é apenas 0,82% superior à de maio, R$

0,4975. De setembro para outubro, por sua vez, houve ligeira queda de 0,10%. Essa forte estabilidade é atípica. Anali-sando o período de 2000 a 2005, verifi ca-se que, em média, os preços caíam 3,5% de setembro para outubro. No mesmo período do ano passado, por exemplo, a baixa ultrapassou os 3%.

A manutenção dos preços desde maio se dá, primeiro, porque a tendência de alta no inverno não se confi rmou neste ano e, nos últimos dois meses (ago-set), as quedas esperadas, igualmente, não ocorreram, mesmo com o preço médio de outubro estando quase 4% maior que a média de outubro do ano passado – em

termos reais, defl acionamento pelo IPCA O comportamento dos últimos meses seria uma boa notícia para os produto-res se não fosse o fato de o valor bruto de outubro ainda estar 1,85% abaixo da média histórica defl acionada de outubro dos últimos seis anos (2000 a 2005). Além disso, destacam os pesquisadores, a receita bruta do produtor acumulada neste ano está 15,17% menor, em valores reais, em relação ao ano passado. Isso ocorre porque em meses anteriores, ao

contrário do visto agora, em outubro, os preços recebidos fi caram abaixo da média de 2005.

M

ERCADO

DE

LEITE

A

O

P

RODUTOR

O

UTUBRO

/06

REGIÃO

MÁXIMO MÍNIMO MÉDIO

PREÇO BRUTO1 PREÇO

LÍQUIDO MÉDIO2 Noroeste Nordeste Metropolitana Porto Alegre Média Estadual - RS 0,5486 0,3066 0,4592 0,3890 0,5000 0,3700 0,4500 0,4100 0,5107 0,4027 0,4796 0,4526 0,5322 0,3364 0,4570 0,3991 Mesorregiões do

Rio Grande do Sul - RS

1 Valor Bruto; Inclusos frete e INSS 2 Valor Líquido; Livre de frete e INSS REGIÃO

MÁXIMO MÍNIMO MÉDIO

PREÇO BRUTO1 PREÇO

LÍQUIDO MÉDIO2 São José do Rio Preto Macro Metropolitana Paulista Vale do Paraíba Paulista Média Estadual - SP 0,6191 0,4003 0,5600 0,5185 0,5928 0,4968 0,5596 0,5130 0,5352 0,4553 0,5002 0,4596 0,5806 0,4558 0,5405 0,5010 REGIÃO

MÁXIMO MÍNIMO MÉDIO PREÇO BRUTO1 PREÇO

LÍQUIDO MÉDIO2 Centro Oriental Paranaense Oeste Paranaense Norte Central Paranaense Média Estadual - PR 0,5679 0,4432 0,5142 0,4799 0,5236 0,3930 0,4498 0,4098 0,5269 0,3572 0,4668 0,4207 0,5407 0,4129 0,4850 0,4411 REGIÃO

MÁXIMO MÍNIMO MÉDIO

PREÇO BRUTO1 PREÇO

LÍQUIDO

MÉDIO2

Centro Sul Baiano

Sul Baiano Média Estadual - BA 0,4463 0,3591 0,4210 0,3481 0,5506 0,4648 0,5144 0,4570 0,5074 0,4143 0,4710 0,4028 REGIÃO

MÁXIMO MÍNIMO MÉDIO

PREÇO BRUTO1 PREÇO

LÍQUIDO MÉDIO2 Centro Goiano Sul Goiano Média Estadual - GO 0,5510 0,4630 0,5099 0,4808 0,5570 0,4675 0,5040 0,4568 0,5546 0,4658 0,5063 0,4661 Mesorregiões de Goiás - GO Mesorregiões da Bahia - BA Mesorregiões do Paraná - PR Mesorregiões de São Paulo - SP REGIÃO

MÁXIMO MÍNIMO MÉDIO

PREÇO BRUTO1 PREÇO

LÍQUIDO MÉDIO2 Triângulo Mineiro/ Alto Paranaíba Sul/Sudoeste de Minas Vale do Rio Doce Média Estadual - MG 0,5477 0,4587 0,5151 0,4838 0,5788 0,4390 0,5286 0,4900 0,5297 0,4686 0,4874 0,4442 0,5529 0,4586 0,5135 0,4807 Mesorregiões de Minas Gerais - MG REGIÃO

MÁXIMO MÍNIMO MÉDIO

PREÇO BRUTO1 PREÇO

LÍQUIDO MÉDIO2 Oeste Catarinese Vale do Itajaí Média Estadual - SC 0,4800 0,3753 0,4486 0,3994 0,5300 0,4000 0,4700 0,4100 0,4979 0,3874 0,4591 0,4083 Mesorregiões de Santa Catarina - SC

H

Á

SEIS

MESES

,

PREÇO

MÉDIO

BRUTO

DO

LEITE

É

R$ 0,50/

LITRO

Preços pagos em

outubro/06

ao produtor

referentes ao

leite entregue em setembro/06

R$/litro tipo C

REGIÕES:

Apesar da estabilidade da média nacional (sete estados), na Bahia e em Santa Catarina, os preços brutos subiram 4,52% e 3,1%, respecti-vamente. Segundo os laticínios pesqui-sados pelo Cepea, parte dessas altas, porém, se deu apenas para compensar o aumento nos custos com o frete. As maiores quedas médias, de 1,34% e 1%, foram registradas nos estados do Paraná e de São Paulo, respectivamente. Na mesorregião norte-central paranaen-se, os valores brutos pagos aos produto-res caíram 3,28%, e no oeste, 1,56%. Nas mesorregiões de São José do Rio Preto e Macro Metropolitana de São Paulo, o re-cuo girou em torno de 2,6%. Produtores do maior estado produtor, Minas Gerais, verifi caram oscilações pouco signifi cati-vas em setembro e outubro.

Essas variações relativamente pequenas entre as praças ocorrem devido à menor ou à maior oferta e também ao ritmo de procura dos laticínios, pontualmente.

(3)

Pesquisas do Cepea apontam um cresci-mento de 4,67% na captação de setembro em relação à de agosto deste ano. Esse aumento é mais de 2 vezes maior que o ocorrido no mesmo período de 2005, mas o volume de leite produzido esteve praticamente igual ao de setembro do ano passado – na verdade, é 0,76% menor. Esse crescimento da produção do País em setembro é atribuído aos aumentos registrados em cinco dos seis estados analisados pelo Cepea, favorecidos em parte pelas chuvas. Apenas a Bahia teve redução, de 1,28%. No Rio Grande do Sul, o aumento foi de 7,32%; em São Paulo,

de 6,7%, e em Minas Gerais, de 3,4%. Em Goiás, o volume cresceu 2,4%, e no Paraná, 0,6%.

No acumulado de janeiro a setembro deste ano, o volume captado, segundo o Índice de Captação de Leite do Cepea (ICAP-L/Cepea), é apenas 0,86% maior em relação ao acumulado no mesmo período de 2005. Goiás (-2,93%), Minas Gerais (-2,19%) e São Paulo (-2,18%), porém, apresentam reduções no volume acumulado neste ano em relação ao mes-mo período de 2005. Já o Rio Grande do Sul registra aumento superior a 14% ao volume produzido no ano passado.

P

RODUÇÃO

CRESCE

4,7%

NO

MÊS

,

MAS

VOLUME

É

IGUAL

AO

DE

SETEMBRO

DE

2005

Fonte:

CEPEA - Esalq/USP

O aumento do volume captado em setembro resultou em menor ociosidade do parque industrial lácteo – em relação a agosto. Estimativas do Cepea apontam para uma utilização de 70,6% da capacidade industrial instalada em setembro/06. No mesmo período de 2005, a utilização da capacidade máxima instalada era de 78,1%. Tendo em vista que a captação está 0,76% menor, confi rma-se o crescimento da indústria láctea brasileira.

% utilizado da capacidade máxima diária

SETEMBRO USO DA CAPACIDADE INDUSTRIAL

2 0 0 6

Fonte: CEPEA - Esalq/USP ICAP-L/CEPEA-Esalq/USP IBGE - PTL 109,16 111,89 117,11 118,01 80 85 90 95 100 105 110 115 120 125 130 jun-04 jul-04 ago-04 se t-0 4 out -04 nov -04 dez -04 jan-05 fe v -0 5 ma r-0 5 a b r-0 5 ma i-0 5 jun-05 jul-05 ago-05 se t-0 5 out -05 nov -05 dez -05 jan-06 fe v -0 6 ma r-0 6 a b r-0 6 ma i-0 6 jun-06 jul-06 ago-06 se t-0 6

Gráfi co 1 -

ICAP-L/Cepea - Índice de Captação de Leite

(Junho de 2004 = 100) – atualizado SETEMBRO/06

CAPTAÇÃO

:

Por Raquel Mortari Gimenes Equipe Leite Cepea - Esalq/USP

(4)

Em 2006, o PIB (Produto Interno Bruto) do agronegócio brasileiro deve dimi-nuir pelo segundo ano consecutivo. No primeiro semestre do ano corrente, o PIB foi 0,98% menor que o do mesmo período de 2005.

Saindo do macro para a realidade de cada setor, podem ser analisados os indicadores de relação de troca do produto fi nal de um setor por insumos usados em sua produ-ção. Esses indicadores refl etem a variação da rentabilidade econômica de cada setor ao longo do tempo e permitem compara-ções entre eles.

No setor agrícola, é possível calcular um

C

ONJUNTURA

M

ACROECONÔMICA

R

ELAÇÃO

DE

TROCA

DO

SETOR

LÁCTEO

VOLTA

A

SE

RECUPERAR

NESTE

ANO

e Raquel Mortari Gimenes Equipe Leite Cepea - Esalq/USP E-mail: leitecepea@esalq.usp.br Equipe Macroeconomia Cepea

hfsspola@esalq.usp.br

MERCADO INTERNACIONAL: Preço dos lácteos

exportados cai 21% em 12 meses

De agosto para setembro deste ano, o Índice de Preços de Exportação de Lác-teos calculado pelo Cepea (IPE-L) teve uma queda de 8,44% em dólar, voltando ao patamar de julho, e de 8,5% em Real, atingindo o valor mais baixo desde o início de 2004.

Essa queda acentuada se justifica pela diminuição do leite em pó e também dos queijos nas exportações brasileiras, justamente dos dois produtos de maior valor agregado – queijo em primeiro. Em agosto, por exemplo, o leite em pó representou 30,94%, em valor, das ven-das nacionais de lácteos. Em setembro, apenas 14,24%. No caso dos queijos, a diminuição foi de 11,73% para 9,97% do total. Para compensar ao menos parte dessas quedas, aumentou para 72% a participação do leite condensado no total exportado.

Nos últimos 12 meses, observa-se uma queda de 16% do preço em dólar do qui-lo dos produtos lácteos exportados pequi-lo Brasil. Em relação aos valores em Real, o cenário é ainda pior, com queda de 21% nos preços médios recebidos pelos exportadores. Isso confirma a menor atratividade das exportações lácteas brasileiras.

Entretanto, cabe ressaltar que o va-lor acumulado com as exportações no período de janeiro a setembro de 2006 é 13,5% maior que o acumulado no mesmo período do ano passado.

índice de relação de troca agregado a partir do Índice de Preços Pagos (IPP) dividido pelo Índice de Preços Recebidos (IPR), calculados pela FGV.

Uma avaliação das relações de trocas do setor agrícola mostra uma tendência de diminuição da rentabilidade do produtor a partir de maio de 2004 e, até o momento, não se observam movimentos de melhora do índice de relação de troca.

Pelo Gráfi co 1, pode-se peceber que a rentabilidade do setor agrícola atingiu em 2006 o pico de baixa dos últimos seis anos, fi cando até 18,5% aquém da rentabi-lidade apurada em janeiro do ano 2000.

IPE-Lácteo US$/kg IPE-Lácteo R$/kg

US $ /k g R$ /k g 3,265 3,527 3,227 1,490 1,635 1,497 0,50 1,00 1,50 2,00 2,50 3,00 3,50 4,00 4,50 5,00 5,50 jan-03 mar -03 mai-03 jul-03 se t-0 3 nov -03 jan-04 mar -04 mai-04 jul-04 se t-0 4 nov -04 jan-05 mar -05 mai-05 jul-05 se t-0 5 nov -05 jan-06 mar -06 mai-06 jul-06 se t-0 6 Fonte: Cepea-Esalq/USP

Gráfi co 2. Índice de preços exportados de leite e derivados (IPE-L/Cepea)

jan - 00 abr - 00 jul - 00 out - 00 jan - 01 abr - 01 jul - 01 out - 01 jan - 02 abr - 02 jul - 02 out - 02 jan - 03 abr - 03 jul - 03 out - 03 jan - 04 abr - 04 jul - 04 out - 04 jan - 05 abr - 05 jul - 05 out - 05 jan - 06 abr - 06

50,0 60,0 70,0 80,0 90,0 100,0 110,0 120,0 130,0 140,0

relação de troca - geral relação de troca - leite

Fontes: FGV e CEPEA, elaboração CEPEA.

Gráfi co 1. Relação de troca do setor agrícola e do setor lácteo – Jan.00 a Jun.06.

Ao se comparar o setor agrícola em geral com o setor lácteo, observa-se que este tem acompanhado a tendência geral. Entretanto, há uma boa notícia para esse setor: a relação de troca mostra uma recu-peração a partir do início de 2006, segun-do dasegun-dos segun-do Cepea, o que não se observa para o setor agrícola como um todo. Além dos investimentos em pesquisa científi ca, que proporcionam ganhos de produtividade, e aumento da demanda, a rentabilidade da atividade é outra variável importante para a expansão de um setor.

(5)

Q

UALIDADE

DO

L

EITE

O

CORRÊNCIA

DE

PROTEÍNA

INSTÁVEL

NO

LEITE

PRODUZIDO

NA

REGIÃO

SUDESTE

O aumento de empresas operando no mercado de lácteos tem acirrado a com-petição entre as marcas. Um dos ele-mentos importantes para a competitivi-dade das indústrias é o teor de proteína no leite captado – quanto mais, melhor o rendimento industrial. Para incentivar esse nível, laticínios vêm desenvolvendo programas de pagamento por qualidade. O produtor, por sua vez, deve ofertar leite com teor mínimo de 2,9% de pro-teína, segundo a Instrução Normativa nº 51 do Ministério da Agricultura. Se esse percentual mínimo não for atingi-do, o produto não teria padrão para ser comercializado.

Com isso, intensifi caram-se as pesqui-sas a respeito do teor de proteína no leite. Embora a quantidade de proteína seja importante para o rendimento in-dustrial, existe também a preocupação com a qualidade da proteína em termos de estabilidade térmica.

A ocorrência de leite com proteína instável à temperatura é um problema encontrado em várias regiões do Brasil, sendo verifi cado mesmo em leite que não apresenta elevada acidez e que não seja originado de vacas com mastite. Esse problema resulta em matéria-pri-ma com características inadequadas para produção de derivados lácteos, representando prejuízos para toda a cadeia láctea.

Diante disso, de outubro de 2005 a se-tembro de 2006, a Clínica do Leite ana-lisou quase 3.000 amostras provenientes de tanques de propriedades do Sudeste (SP, MG e RJ) para avaliar a ocorrência de proteína instável no leite.

Os resultados encontrados neste estudo sugerem uma variação da ocorrência ao longo do ano, conforme pode ser

ob-Laerte Dagher Cassoli, Luiz Carlos Roma Júnior e Prof. Paulo F. Machado Departamento de Zootecnia - Esalq/USP

E-mail: cleite@esalq.usp.br

servado na Figura 1, através da porcen-tagem de amostras identifi cadas como proteína instável.

Das 2.981 amostras analisadas, em 222 foram encontradas proteína instável à temperatura, portanto 7,4% do total. Já trabalhos encontrados na literatura realizados nos estados da região Sul do País relatam a incidência de 58% de proteína instável durante o período de um ano. Os meses de maior incidên-cia nestes estados foram fevereiro e março. No estudo com propriedades do Sudeste, por sua vez, a maior incidência foi nos meses de março e agosto; em situação contrária, a menor ocorrência foi verifi cada em novembro.

Trabalhos relacionados com proteína instável encontraram relação direta en-tre a incidência e a nutrição do rebanho. A maior incidência de proteína instá-vel ocorre no início do outono e a sua diminuição é vista a partir do início da primavera. Esse comportamento é expli-cado pela estacionalidade de produção e qualidade das forragens no período entre as épocas de outono (março) e primavera (setembro).

Essa relação é de grande importância para futuros estudos relacionados com o conhecimento das causas desta insta-bilidade da proteína bem como para a geração de medidas preventivas e/ou de controle deste problema.

0 2% 4% 6% 8% 10% 12% 14% 16% out-05 nov -05 dez -05 ja n-06 fe v-06 ma r-06 abr-06 mai-0 6 ju n-06 jul-0 6 ago-06 set-0 6 Meses O co rr ên ci a d e P ro teín a In st ável (% d e am o st ras)

Figura 1 – Ocorrência de amostras identifi cadas como Proteína Instável no período de setembro de 2005 a outubro de 2006, na região Sudeste.

(6)

M

ERCADOS

DE

M

ILHO

E

S

OJA

O

UTUBRO

/06

MILHO

Os custos com alimentação à base de sila-gem de milho, em Reais por litro (R$/l), para vacas de 15 e 30 litros/dia tiveram aumentos signifi cativos de janeiro de 2000 a meados de 2004. Desde então, para vacas de 15 l/dia, os custos estabilizaram-se, voltando a cair somente a partir de agosto deste ano. Já para rebanhos de 30 l/dia, observa-se uma certa tendência de queda. No início do ano 2000, o produtor com vacas de 15 litros/dia gastava cerca de R$ 0,15 por litro produzido e, atualmente, seu dispêndio é 60% maior, de cerca de R$ 0,24 por litro de leite. Já o produtor com vacas de 30 litros/dia gastava R$ 0,12 e hoje desembolsa R$ 0,18, acréscimo de 50%. O auge do custo foi registrado em junho de 2004, quando o produtor gastava R$ 0,30/litro com vacas de 15 litros/dia e R$ 0,23/litro com animais de produção diária de 30 litros. Tendo como base os preços do estado de São Paulo, as quedas nos custos das dietas nesse período podem ser atribuí-Os preços do milho subiram em todas as regiões pesquisadas pelo Cepea em outu-bro, atingindo os maiores patamares desde abril deste ano. No norte do Paraná, por exemplo, a alta foi de 14,25% no mercado de balcão, com média de R$ 13,07/sc no mês. No mercado de lotes, a valorização chegou a 17,37% em Campinas (SP), com média de R$ 20,74/sc.

Desde setembro, o preço do milho vem reagindo em todo o País, pela combinação de três fatores principais. Um deles é a alta das cotações externas, que elevou o

preço de paridade de exportação. Outro é a atuação do governo que também contri-buiu para reduzir o excesso de oferta neste ano. E, por fi m, a retração dos produtores, que não estão pressionados para vender estoques neste último trimestre do ano e, diante da alta dos preços, seguram os estoques aguardando novas altas. Em outubro, o Brasil exportou 372,52 mil toneladas de milho, totalizando 3,18 milhões de toneladas nos primeiros 10 meses do ano – segundo a Secex. A estimativa da Conab para esta safra (janeiro a dezembro/06) é

das principalmente à queda nos preços dos adubos e corretivos (cerca de 24%) e do farelo de soja (35%).

A diminuição nos custos da dieta está benefi ciando, pelo menos por enquanto, os

Gráfi co: Custos com dieta à base milho

(volumoso + concentrado)

EM CAMPINAS-SP, GRÃO SOBE 17% DE UM MÊS PARA OUTRO

de 3,5 milhões de toneladas, que devem ser embarcadas até dezembro.

O mercado internacional de milho está em fase de mudança por duas razões: o aumento de demanda nos Estados Unidos para pro-dução de álcool e a quebra mundial da safra de trigo, abrindo espaço para o milho como fonte de energia na formulação de rações. Os preços externos se mantêm acima de US$ 3,10/bushel (US$ 122/tonelada) e irão determinar o patamar do mercado brasilei-ro em 2007, como ocorreu neste ano. Esses preços levemente acima da média são favo-ráveis aos produtores brasileiros de milho.

produtores com grau elevado de tecnologia. Grande parte dos produtores de leite, po-rém, são de pequeno porte. Apesar de nu-merosos, esses respondem apenas por uma parcela reduzida da produção nacional.

Fonte: CEPEA - Esalq/USP 0 0,05 0,10 0,15 0,20 0,25 0,30 0,35 jan-00 a b r-0 0 jul-00 out -00 jan-01 a b r-0 1 jul-01 out -01 jan-02 a b r-0 2 jul-02 out -02 jan-03 a b r-0 3 jul-03 out -03 jan-04 a b r-0 4 jul-04 out -04 jan-05 a b r-0 5 jul-05 out -05 jan-06 a b r-0 6 jul-06 out -06 R $ /lit ro 15 Litros 30 Litros

QUANTO O PRODUTOR GASTA POR DIA COM ALIMENTAÇÃO À BASE DE SILAGEM DE MILHO?

CUSTO DA DIETA - Estado de São Paulo

Equipe Grãos Cepea - Esalq/USP

E-mail: graoscepea@esalq.usp.br

e Viviane P. Paulenas,

Equipe Leite Cepea - Esalq/USP

(7)

A cana-de-açúcar se destaca dentre as gramíneas forrageiras por dois aspectos: alta produção de matéria seca por hectare e capacidade de manutenção do potencial energético durante o período seco, sendo uma excelente alternativa para o produtor de leite. Além disso, o seu replantio se faz necessário somente a cada quatro ou cinco anos, dependendo da variedade.

Na média de outubro dos últimos sete anos, o produtor com vacas de 15 litros/ dia gastou com alimentação à base de cana picada o equivalente a R$ 0,18/litro, enquanto que, para vacas de 30 litros/dia, o custo foi por volta de R$ 0,16/litro. Isso signifi ca que os custos com dieta para rebanhos com maior nível tecnológico têm sido 11% menores (em Reais por litro) que o dispêndio com vacas de 15 litros/dia. Comparando-se o último mês de outubro com abril de 2004, quando o produtor teve os maiores gastos com a dieta à base de cana dos últimos sete anos, verifi ca-se que atualmente o produtor com vacas 15 litros/dia despende cerca de 20% a menos

Em outubro, o preço do farelo de soja con-tinuou em alta, mesmo com a intensifi cação da colheita de uma grande safra nos Estados Unidos. O aumento dos preços internacio-nais da soja – e do farelo – se fundamenta na valorização do milho e do trigo. Opera-dores especialmente da Bolsa de Chicago acreditam que o preço da soja está compara-tivamente baixo frente a outros grãos, o que tem motivado altas quase diárias da soja. O contrato futuro do farelo para o primeiro vencimento (Novembro) fi cou em US$

194,12/tonelada, alta de 9,25% em relação aos valores negociados para este mesmo contrato em setembro. O Real, por sua vez, se valorizou quase 1% (set/out), amenizan-do o repasse amenizan-do aumento externo para o mercado brasileiro.

Em Campinas, o preço médio do farelo foi de R$ 487,50/t em outubro, cerca de 3,62% superior ao de setembro, mas 1,05% menor que o do mesmo período do ano passado. A segunda alta consecutiva do farelo ainda não tem afetado signifi cativamente o setor

do que gastava em abril de 2004. Para va-cas de 30 litros/dia, o gasto diminuiu 24%. Em outubro deste ano, os custos com a dieta à base de cana picada estiveram em R$ 0,19 por litro de leite para vacas com produção diária de 15 litros, ou seja, R$ 2,89/vaca/dia. Já para animais com

pro-Gráfi co: Custo com dieta à base de cana picada

(volumoso + concentrado)

MILHO E TRIGO VALORIZAM SOJA NO MERCADO MUNDIAL

lácteo.

No Brasil, as atividades de plantio estão sendo benefi ciadas pelas chuvas mais abundantes e regulares, ao contrário dos dois anos anteriores, quando choveu menos, e o plantio atrasou. Produtores também optaram por adiantar o plantio, buscando o desenvolvimento da cultura num período menos propício para o aparecimento da ferrugem asiática, assim como para efetuar o plantio de safrinha num período considera-do mais apto.

dução de 30 litros/dia, o custo foi de R$ 0,16/litro, equivalente a R$ 4,82/vaca/dia. Isso signifi ca que produtores com vacas de alta produtividade investem 67% a mais para produção do que os outros, entretan-to o cusentretan-to fi nal da dieta por litro de leite produzido é 17% menor.

Fonte: CEPEA - Esalq/USP

SOJA e FARELO de soja

QUANTO O PRODUTOR GASTA POR DIA COM ALIMENTAÇÃO À BASE DE CANA PICADA?

CUSTO DA DIETA - Estado de São Paulo

R $ /lit ro 15 Litros 30 Litros 0 0,05 0,10 0,15 0,20 0,25 0,30 0,35 ja n -0 0 abr -00 ju l-0 0 out -0 0 ja n -0 1 abr -01 ju l-0 1 out -0 1 ja n -0 2 abr -02 ju l-0 2 out -0 2 ja n -0 3 abr -03 ju l-0 3 out -0 3 ja n -0 4 abr -04 ju l-0 4 out -0 4 ja n -0 5 abr -05 ju l-0 5 out -0 5 ja n -0 6 abr -06 ju l-0 6 out -0 6

(8)

se instalou em Feira de Santana (BA), da Duas Rodas, em Estância (SE) e da Bunge Alimentos, em Uruçuaí (PI). (DCI)

O Centro de Treinamento de Recursos Humanos do Departamento de Zootecnia da ESALQ/USP realiza, de 27 de novembro a 1° de dezembro, o 19° Curso de Sistema Rotacionado Intensivo de Produção de Pastagens para Bovinos Leiteiros, em Piracicaba - SP. O programa abor-dará princípios básicos para o manejo intensivo de pastagens, estabelecimento e recuperação de pastagens, identifi cação e controle de pragas e plantas daninhas e suplementação de bovinos leiteiros em pastagens. Mais informações: (19) 3429-4438 ou ct@esalq.usp.br.

A Cooperativa Agropecuária Vale do Rio Doce, localizada em Governador Valadares -MG (região do Rio Doce) - detentora da marca Ibituruna -, pretende ampliar sua participação no mercado internacional, em busca de alternati-vas para o superávit de produção interna no setor leiteiro. Com vistas a buscar novos mercados, a cooperativa deve receber, em novembro, empre-sários de Moçambique (África), que irão avaliar a possibilidade de importar leite e derivados. A empresa processa 500 mil litros de leite por dia. No ano passado faturou cerca de R$ 200 milhões.

(Diário do Comércio/MG)

O município de Ponta Porã terá em breve, uma miniusina de leite. De acordo com a associação de leiteiros do município, por dia, são vendidos mais de cinco mil litros do produto, de forma in natura - informal na cidade. Segun-do o Cone Sul News, a miniusina já está quase pronta. A previsão de funcionamento é para o fi nal de novembro. Além de poder vender o leite pasteurizado, eles também vão comercializar os subprodutos no atacado, principalmente leite e manteiga. (Campo Grande News/MS) A Embrapa Pecuária Sudeste e o Senar/SP

lançaram no fi m de outubro o Programa de Pecuária Leiteira – Balde Cheio, que vai ampliar o número de produtores e de técnicos a serem benefi ciados pelo projeto Viabilidade da Pro-dução Leiteira na Agricultura Familiar. Nessa nova etapa, vários municípios paulistas passarão a fazer parte do projeto, que atualmente atende 150 municípios e mais de mil propriedades no estado de São Paulo, além de 500 propriedades de 80 municípios nos estados do Paraná, Santa Catarina e Rio de Janeiro. Por meio dessa nova parceria, um maior número de técnicos será trei-nado, com o objetivo de viabilizar a produção de leite em pequenas áreas, por meio da adoção de tecnologias. Para obter mais informação, procure a Embrapa Pecuária Sudeste pelo telefone (16) 3361-5611. (Embrapa)

A Associação Brasileira de Leite Longa Vida (ABLV) lançou ofi cialmente o fundo de pro-paganda do leite longa vida, destinado a fazer o marketing institucional do produto. Para Cláudio Teixeira, presidente da ABLV e diretor da Italac, “o leite vem sendo cada vez mais questionado e atacado, sem qualquer embasamento científi co. Entre as várias ações que precisam ser feitas para reverter esse quadro, falar diretamente ao consumidor é a mais importante.” A campanha começa pelos estados de SP, MG, GO e ES, onde estão localizadas as empresas contribuintes. “Es-peramos que, com o tempo e os resultados, outras empresas participem, gerando a possibilidade do montante ultrapassar os R$ 20 milhões por ano”, disse Nilson Muniz, diretor executivo da ABLV. A campanha começa em televisão, com investi-mentos previstos de cerca de R$ 12 milhões para os estados mencionados. (MilkPoint)

Estudo da Leite Brasil sobre o setor lácteo no estado de São Paulo aborda o perfi l do produtor, as características do rebanho e das bacias produtoras, o uso de tecnologias e o destino da produção, incluindo informações relevantes sobre os laticínios do estado, entre outro aspectos. ‘Com estes dados esperamos ter aberto uma ‘caixa preta’ e oferecer ao governo subsídios no estudo de políticas públicas para o leite do Estado de São Paulo”, disse Jorge Rubez, presidente da Associação Leite Brasil. O texto completo está no site www.leitebrasil. org.br/mapasp.htm (Leite Brasil)

Grandes empresas do setor alimentício escolheram a Região Nordeste para instalar novas unidades de produção este ano. Os custos logísticos mais baixos, os incentivos fi scais e um mercado de consumo em cresci-mento justifi cam a escolha da Elma Chips, que abriu fábrica no Recife (PE), da Nestlé, que

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