Realização: IES parceiras:
TÍTULO: APERFEIÇOAMENTO DO CINTO DE SEGURANÇA PARA MITIGAÇÃO DE EFEITOS EM QUEDAS
DA SÍNDROME DA SUSPENSÃO INERTE.
CATEGORIA: CONCLUÍDO
ÁREA: CIÊNCIAS EXATAS E DA TERRA
SUBÁREA: Engenharias
INSTITUIÇÃO: UNIVERSIDADE SANTA CECÍLIA - UNISANTA
AUTOR(ES): SUELEN DOS SANTOS FERREIRA FIRMINO
PROGRAMA DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA (PIC – UNISANTA)
FORMULÁRIO DE ENCAMINHAMENTO
DE RELATÓRIO FINAL DE PESQUISA EM ANDAMENTO
Período: 2019 - 2020
Identificação: Relatório Final
Estudante: Suelen dos Santos Ferreira Firmino
Orientador: Professor Dr. Aureo Emanuel Pasqualeto Figueiredo
Modalidade: Modalidade de auxílio Tipo II – Bolsa PIBIT-CNPq
Título do Projeto: Aperfeiçoamento do cinto de segurança para mitigação de efeitos
em quedas da Síndrome da Suspensão Inerte.
Justificativas de alterações em relação à proposta original: Devido à
impossibilidade de continuar a fase de experimentos, uma vez que as instalações laboratoriais ficaram temporariamente indisponíveis em razão de determinação legal por força da quarentena do COVID19, alteramos o título de “Projeto de um cinto de segurança....”, para “Aperfeiçoamento do cinto...”, face às restrições mencionadas.
Proposição de alteração de título
Observações importantes para a avaliação: Fomos surpreendidos com a
impossibilidade de realizar os processos de experimentos, pois as instalações laboratoriais ficaram temporariamente indisponíveis por força da quarentena do COVID19. Essa etapa envolve participação multidisciplinar na área de Saúde.
Daremos continuidade à pesquisa em Projeto de Graduação TCC (Trabalho de Conclusão de Curso).
COMPROVANTES (ANEXAR)
Participações ocorridas em eventos de divulgações científicas, como congressos, seminários, encontros.
Indicação de textos publicados em periódicos no período de desenvolvimento da pesquisa.
Inserir, abaixo, texto do Relatório Final de Pesquisa em andamento, com as seguintes seções:
Elementos pré textuais (capa, folha de rosto, dedicatórias e agradecimentos, lista de abreviaturas, quadros, tabelas e figuras, resumo e palavras-chave, sumário);
Introdução (Descrição do Tema, Contextualização, Problematização, Pergunta-problema, Objetivos e Justificativas);
Referencial teórico e/ou Revisão da Literatura; Métodos e procedimentos utilizados;
Análise dos resultados obtidos; Discussão;
Conclusão;
Referências Bibliográficas;
Apêndices e Anexos (se houver).
Formatação: espaço 1,5 entre linhas, fonte Times New Roman ou Arial, tamanho 12, recuo de parágrafo 1,25, sem espaço entre parágrafos
Universidade Santa Cecília- UNISANTA
Suelen dos Santos Ferreira Firmino
Aperfeiçoamento do cinto de segurança para mitigação de efeitos
em quedas da Síndrome da Suspensão Inerte
SANTOS–SP JULHO/2020
Aperfeiçoamento do cinto de segurança para mitigação de efeitos em quedas da Síndrome da Suspensão Inerte
SANTOS–SP
Trabalho de Pesquisa Parcial de Iniciação Cientifica apresentado ao Centro Institucional de Pesquisa- CIPE
e ao Conselho Nacional de
Desenvolvimento Científico e
Tecnológico- CNPq, como requisito para a obtenção do diploma de participação da Iniciação Cientifica Edifica sob a orientação do Prof. Dr. Aureo Emanuel Pasqualeto Figueiredo.
AGRADECIMENTOS
Primeiramente agradeço a Deus e aos meus familiares por me acompanhar nessa jornada e também ao meu orientador, Prof. Dr. Aureo Emanuel Pasqualeto Figueiredo, pela dedicação e empenho durante todo o processo de elaboração e orientação. Ao Prof. Dr. José Carlos Morilla e Prof. Ivo Koedel Filho, pela colaboração no processo experimental. E a todos que cooperaram, direta e indiretamente para a elaboração do projeto.
EPÍGRAFE
É muito melhor arriscar coisas grandiosas, alcançar triunfos e glórias, mesmo expondo-se a derrota, do que formar fila com os pobres de espírito, que nem gozam
muito nem sofrem muito, porque vivem nessa penumbra cinzenta que não conhece vitória nem derrota. (Theodore Roosevelt)
RESUMO
A presente pesquisa tem por objetivo contribuir para o aperfeiçoamento do cinto de segurança, através do estudo de causas e efeitos da Síndrome da Suspensão Inerte, fenômeno decorrente da suspensão e imobilidade de uma pessoa após queda contida por um cinto de segurança. Tal ocorrência pode ocasionar traumas de diversos níveis de gravidade, até lesões irreversíveis e, em casos extremos, a óbito. Comunicações de Acidentes de Trabalho (CATs) enviadas ao Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) indicam que em 2017 mais de 37.057 dos acidentes estão relacionados com quedas diversas, com 161 fatalidades (DINIZ, 2018). A análise desses dados permite inferir que, para trabalhos em altura, realizadas em atividades laborais de soldadores, mecânicos, pintores, limpadores de fachadas, eletricistas e outros, requerem além de condições de saúde adequadas, conhecimento e habilidades relacionadas a alpinismo, pois, em caso de queda ficam sujeitos à citada suspensão. Assim, esta pesquisa de iniciação cientifica realizou o estudo do trabalho em altura, com revisão da literatura técnica, inclusive legislação de normas regulamentadoras (NR), visitas técnicas, estudo de casos e testes de equipamentos, para o aperfeiçoamento do cinto de segurança em que os efeitos dessa síndrome sejam mitigados. Por fim, sendo apresentados os resultados finais da pesquisa, e tendo sua participação em congressos de iniciação cientifica.
Palavras-chave: Síndrome da Suspensão Inerte; Nexo causal; Acidentes; Quedas;
LISTA DE QUADROS, FIGURAS E SIGLAS
FIGURAS Pg.
Figura 1- Cinto com fitas sub-pélvicas 12
Figura 2- Cinto com fita anti-trauma 12
Figura 3- Pernas Flexionadas após resgate 13
Figura 4- Montadores de andaimes 14
Figura 5- Soldador em Alpinismo 14
Figura 6- Fator de Queda 17
Figura 7- Efeitos da Síndrome da Suspensão Inerte 18
Figura 8- Áreas em compressão pelo cinto 19
Figura 9- Equipamento de suspensão 19
Figura 10- Transdutores de pressão Piezoelétricos 20
Figura 11- Célula de Carga 21
Figura 12- Manutenção do teatro Municipal de Santos 22
Figura 13- Manutenção do teatro Municipal de Santos 22
Figura 14- Manutenção em outdoors 23
Figura 15- Manutenção no outdoor da UNISANTA 23
Figura 16- Apresentação no CONIC 24
Figura 17- Apresentação no CONIC 24
Firgura18- Apresentação no COBRIC 25
Figura 19- Pontos de compressão do cinto com o corpo 26
TABELAS Tabela 1- Medições no cinto tipo paraquedista 26
Tabela 2-Calculo da estimativa da pressão exercida na axila 27
Tabela 3-Calculo da estimativa da pressão exercida na virilha 27
SIGLAS
CATS Comunicação de Acidentes de trabalho CEP Comitê de Ética e Pesquisa
EPI Equipamento de Proteção Individual INSS Instituto Nacional do Seguro Nacional NR Normas Regulamentadoras
SUMÁRIO
1 - INTRODUCÃO 09
1.1 Justificativa 10
1.1.1 Objetivo Geral 10
2 - METODOLOGIA 10
2.1Aspectos e características da Síndrome da Suspensão Inerte 11
2.2 Resgate 13 2.3 Trabalhos em Suspensão 13 3 - REVISÃO DA LITERATURA 15 3.1 Fator de queda 17 3.2 Fisiopatologia 17 4 - EXPERIMENTOS 18 5 - VISITAS TECNICAS 22 6 - PARTICIPAÇÃO EM CONGRESSOS 24 7 - RESULTADOS 25 8 - CONSIDERAÇÕES FINAIS 27 REFERENCIAS 28
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1 INTRODUÇÃO
Segundo a Norma Regulamentadora- NR35 trabalho em altura é qualquer atividade executada a partir de 2 metros em relação ao nível de referência.
Tendo em vista o risco de queda, se faz necessário que o profissional utilize equipamentos de proteção individual, denominados EPIs, dentre eles o cinto tipo paraquedista.
Observe-se que o cinto utilizado não elimina a possiblidade de queda, ocorrendo a suspensão do indivíduo. Em caso de queda retida pelo EPI, a Síndrome da suspensão Inerte surge quando o mesmo se encontra em suspensão e imobilidade por meio do cinto, podendo levar a óbito em determinado tempo devido à estricção, e consequente estrangulamento dos vasos e artérias sanguíneas.
Portanto, para a mitigação dos efeitos desta síndrome, é que se elaborou esta pesquisa buscando aperfeiçoar o cinto para atenuar esses efeitos e suas consequências danosas quando ocorre a suspensão por um longo período.
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1.1 JUSTIFICATIVA
Com base na NR-35, qualquer atividade a partir de 2 metros de altura requer o uso de EPI (Equipamento de Proteção Individual), porém, o mesmo não elimina o risco, pois em alguns casos pode-se instalar quadro da síndrome da suspensão inerte, causada pela imobilidade e suspensão do trabalhador pelo cinto paraquedista após uma queda, podendo ser fatal.
A Síndrome da Suspensão Inerte é causada pela imobilidade em suspensão do trabalhador pós-queda, e está integralmente associada ao tempo em que a pessoa fique suspensa (CHODOR, 2017). Seus primeiros sintomas podem aparecer a partir dos primeiros 5 minutos variando de pessoa para pessoa, causando náuseas, dormências, como também, pelo fato de estar suspenso por um cinto paraquedista, as fitas do cinto comprimem a passagem sanguínea por veias e artérias, diminuindo o fluxo sanguíneo como também a causa de uma intolerância ortostática (disfunção do sistema nervoso), que pode levar a óbito.
1.1.1 Objetivo geral
Este trabalho tem como objetivo geral, entender o funcionamento de um tipo de cinto de segurança, para futuro aperfeiçoamento de protótipo, com desenvolvimento de um projeto de um sistema de cinto que proporcione posição mais confortável e contribuir para evitar sintomas da síndrome e preservando a vida da vítima ampliando o tempo de resgate. Os métodos consideram a literatura e teste do experimento estudado.
2 METODOLOGIA
Esta iniciação científica teve o intuito de prover um estudo prévio para uma possível elaboração futura de um protótipo de um cinto, capaz de prevenir a problemática da síndrome, para isso se fez necessário um estudo aprofundado sobre a síndrome da suspensão inerte, sua história, e suas aplicações. Considerando alguns modelos, algumas aplicações e alguns métodos de solução. Para atingir este objetivo, uma base teórica de conhecimentos das Normas
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Regulamentadoras (NR), e nos estudos de caso, se fez necessário. Foram adquiridos nos estudos de assuntos de segurança do trabalho em altura, (SALIBA, 2010), e em acidentes suspensos (BUSSIENE, 2007), que foram fundamentais para o estudo.
Após os estudos básicos, realizou-se uma revisão bibliográfica a fim de mostrar os problemas, os comportamentos dentro dos princípios físicos e com isso as possíveis soluções da síndrome da suspensão inerte. Além disso, foram feitas visitas técnicas, a fim de ter um contato maior com profissionais que exercem a suspensão diariamente, e observar suas experiências e suas dificuldades ao enfrentar uma suspensão. Em seguida, com a intenção de realizar um protótipo do cinto, foi-se estudado formas para a medição de pressões do contato do corpo com o cinto, para averiguar o quanto estaria sendo comprimido. Foram testados alguns tipos de equipamentos chamados “transdutores de pressão”, para realizar essas medições. No entanto, obteve-se algumas dificuldades para se encontrar um equipamento adequado para o mesmo. Portanto, com a orientação dos orientadores do projeto, decidiu-se coletar as medidas de forma teórica, com cálculos estimativos, para apresentar um resultado final.
O projeto obteve aprovação no Comitê de Ética em Pesquisa (CEP), e teve sua participação no Núcleo de Tecnologia Assistiva (NTA), e sempre com o acompanhamento dos professores e orientadores da Engenharia e da Fisioterapia. Teve participação nos congressos de iniciação cientifica, COBRIC e CONIC 2019.
Para o auxílio do estudo do experimento, foram utilizados os softwares, e equipamentos dos laboratórios existentes na instituição de ensino. Os resultados obtidos serão apresentados no final do artigo.
2.1 Aspectos e características da Síndrome da Suspensão Inerte
A partir do relato de Flora e Hölz (1972), com a morte de 10 alpinistas suspensos há mais de 8 horas por uma corda, iniciou-se o estudo dessa síndrome avaliada pelo relatório austríaco na Conferência Internacional de Medicina em Montanha no ano de 1972.
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Desde então, muitos tipos cintos têm sido usados de forma confiável para resistir a quedas, inexistindo dispositivo adequado a evitar efetivamente essa síndrome.
Os modelos de cintos atualmente disponíveis, como as fitas sub-pélvicas e as fitas anti-traumas de suspensão, apenas possibilitam que a vítima fique em uma posição mais confortável distribuindo os esforços em pontos do corpo até a chegada do resgate, porém o mesmo não evita os traumas decorrentes da suspensão inerte. As figuras 1 e 2 mostram os cintos paraquedistas com fitas sub-pélvicas e com fitas anti-traumas.
Figura 1- Cinto com fitas sub-pélvicas
Disponível em: <http://www.uberseg.com.br/uberseg/album.php?cat=19&codigo=461>. Acesso em: 06 mar. 2019
Figura 2- Cinto com fita anti-trauma
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2.2 Resgate
O resgate deve ser feito o mais rápido possível para evitar o agravamento da situação. Caso a vítima resgatada esteja consciente, deve permanecer sentada com os joelhos flexionados, para reestabelecer gradativamente a circulação do sangue, como mostrado na figura 3. Caso a vítima esteja desacordada, deve-se proceder bombeando as pernas com frequência, a fim de ativar os músculos e reduzir o risco de agrupamento venoso (CHAVALA; ZABALA, s/d).
Figura 3- Pernas Flexionadas após resgate
Disponível em: <https://boaforma.abril.com.br/fitness/corrida-treino-para-fortalecer-pernas-e-abdomen-e-melhorar-seu-desempenho/>. Acesso em: 05 fev. 2020.
2.3 Trabalhos em Suspensão
Nos empreendimentos de construção e montagem, é frequente a realização de atividades com trabalhadores em altura, que enfrentam estes riscos diariamente, nos mais diversos segmentos empresariais, sejam em portos, indústrias, construções, plataformas de petróleo e outros, envolvendo profissionais montadores de andaimes, soldadores e mecânico, eletricistas e etc. As imagens a seguir mostram alguns exemplos de trabalhos que vivenciam a rotina de trabalhar em altura, como se visualiza nas figuras 4 e 5.
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Figura 4- Montadores de andaimes
Disponível em: <http://www.prominp.com.br/prominp/pt_br/categorias-profissionais-para-industria-p-g/cm-montador-de-andaime-6.htm>. Acesso em: 06 mar.2019.
Figura 5- Soldador em Alpinismo
Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=eJr9lOk2pNk>. Acesso em: 06 mar.2019.
Nesse trabalho foram estudados os efeitos da Síndrome da Suspensão Inerte, portanto se fez necessário uma revisão da literatura em relação a alguns fenômenos físicos nela presentes.
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3 REVISÃO DA LITERATURA
Dentro dos fundamentos da física, a Dinâmica considera três leis propostas por Isaac Newton, para explicar o movimento dos corpos. Isaac Newton filósofo, físico e matemático, que publicou pela primeira vez essas leis na obra intitulada
Princípios Matemáticos da Filosofia Natural, no ano de 1687, (Helerbrock,s/d).
Denomina-se dinâmica a parte da física que estuda o comportamento dos corpos, sob ação de força e movimento. Partindo deste princípio, o estudo da dinâmica também estará envolvida na queda de uma pessoa, por meio de vários fenômenos e grandezas físicas. Dentro da dinâmica, é possível observar vários fenômenos e grandezas físicas, presentes na interação de força e movimento de um corpo.
Energia: É a capacidade que um corpo tem de realizar trabalho, movimento.
Energia Potencial Gravitacional: Dada pela energia em que o corpo possui de atração gravitacional com a Terra, dependendo de um ponto de referência. Este fenômeno ocorre, toda vez em que um corpo estiver sobre uma determinada altura e no caso de trabalhos em altura, seu ponto referencial será entre o corpo e o chão. Esta grandeza pode ser representada por:
(1) Sendo as unidades em SI- Sistema Internacional:
m= Massa do corpo em Kg. g= aceleração gravitacional em
h= distância do corpo em relação ao referencial em
Energia Cinética: Sendo a energia associada ao movimento, no efeito de uma queda, toda a energia potencial gravitacional se transformará em energia cinética através da velocidade e do movimento, esta pode ser representada por:
(2) m= massa do corpo em Kg
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Energia Mecânica: É a energia produzida pela relação da energia cinética e a potencial gravitacional, representada por:
(3)
Força: Tem-se como força a grandeza vetorial que possui módulo, direção e
sentido, capaz de causar deformações ou acelerações nos corpos em que se atua.
Força Resultante: É a soma de todas as forças envolvidas no componente.
Força de Atrito: É a força que atua oposta ao movimento dos corpos.
Força Peso: É a força que atua em relação a atração do corpo com a Terra.
Força Elástica: É força com que provoca uma deformação elástica sobre um corpo.
Mediante tais grandezas na dinâmica da queda, também pode-se observar forças que estão envolvidas diretamente ao uso de EPI’s. Tendo como objetivo principal a finalidade de desacelerar e parar o trabalhador com uma distância curta e segura.
1ª Lei de Newton – Princípio da Inércia: Esta lei diz que todo corpo que está em
repouso, tende a permanecer em repouso, o mesmo se dá para todo o corpo que está em movimento uniforme, continua a estar em movimento uniforme, a menos que não haja nenhuma outra força exercida sobre ela.
2ª Lei de Newton – Princípio Fundamental da Dinâmica: Esta lei diz que o
produto da massa pela aceleração é igual a força resultante que atua neste corpo, da seguinte maneira:
(4) Onde sua unidade é dada em Newton (N), no sistema SI, e:
F= Força (N) m= Massa a= Aceleração
3ª Lei de Newton – Princípio da Ação e Reação: Esta lei diz sobre a relação de
interação entre duas forças. Para toda ação exercida em um corpo, existirá uma reação no mesmo.
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Existem outros aspectos a serem estudados que também envolvem a queda. O impacto no corpo no momento da queda, gerados a partir de forças de tração dos equipamentos de segurança, é o que chamamos de fator de queda.
3.1 Fator de Queda:
A partir da NR 35 O fator de que queda é a relação feita entre a distância de queda e o comprimento da corda ou do equipamento de segurança utilizado. Ela serve para calcular a força de impacto durante o momento da queda. Por norma o impacto sofrido pelo trabalhador pós queda não pode ultrapassar a 6KN de força, de modo a evitar lesões permanentes. Existem três tipos de situações que o operador pode ser submetido após uma queda, conforme a figura 6:
Figura 6- Fator de Queda
Disponível em: <http://www.polifitema.com.br/saiba-o-que-e-fator-queda-no-trabalho-em-altura/>. Acesso em: 06 mar.2019.
3.2 Fisiopatologia
Os efeitos da síndrome da suspensão inerte desenvolvem-se a partir de três estágios principais: Através da compressão venosa e arterial, da falha da bomba sural, e quando há a perda de consciência e a vítima fica em uma postura de extensão comprimindo sua estrutura vascular. O estrangulamento das veias e artérias pelo cinto paraquedista, acarretará na diminuição da pré-carga do ventrículo direto (cavidade do coração, responsável pelo bombeamento do sangue na circulação pulmonar), levando a perda da consciência. A suspensão prolongada
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levará ao acumulo de sangue nos grandes músculos da perna e com isso o surgimento de coágulos de sangue nas veias, a chamada trombose. Com a falha da bomba muscular, nos membros inferiores de um indivíduo imobilizado, ocorrerá a diminuição do retorno venoso e tal fato pode levar a sintomas de pré-síncope (náusea, sensação de desmaio, dormência das extremidades) ou inconsciência, se submetidos a muito tempo de suspensão (PASQUIER et al, 2011).
Figura 7- Efeitos da Síndrome da Suspensão Inerte
Disponível em:<http://www.guiavertical.com.br/noticias/25/trabalho-em-altura:-sindrome-da-suspensao-inerte.html>. Acesso em: 05 fev. 2020.
4 EXPERIMENTOS
Nesta fase experimental, é necessário relatar que não foram concretizados todos os experimentos esperados, pela dificuldade de acesso aos laboratórios da universidade devido á quarentena do COVID-19. Contudo, aproveitou-se este tempo para aprofundar mais os estudos sobre o assunto, e obter um embasamento teórico do experimento para estimar alguns resultados.
Portanto, para verificar a beneficência do projeto aos trabalhadores, é necessário fazer alguns experimentos antes para a fundamentação do estudo. Primeiramente, tem que realizar as medidas das pressões exercidas pelo cinto ao
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corpo, exatamente nos locais onde o cinto comprime as veias e artérias, neste caso, são necessários transdutores de pressão nessas áreas para que se possa realizar as medições, como pode ser visto na figura 8 as regiões em vermelho.
Figura 8- Áreas em compressão pelo cinto
Disponível em: <http://www.rangersms.com.br/sindrome-da-suspensao-inerte/>. Acesso em: 05 fev. 2020
A suspensão seria realizada em um equipamento existente na Universidade, utilizado nos tratamentos fisioterápicos no curso de fisioterapia. Nele, um indivíduo seria suspenso (mediante os requisitos e aprovação do comitê de ética), preso ao cinto, onde seria feita as medições como na figura 9.
Figura 9- Equipamento de suspensão Fonte: Autor
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No projeto, foram testados alguns tipos de transdutores que pudesse dar uma leitura da pressão fiel e precisa. Entretanto, nenhum dos equipamentos foram bem-sucedidos dentro do estudo. Abaixo relate-se os tipos de transdutores testados.
Transdutor Piezoelétrico
Os sensores piezelétricos também encontrados em forma de pastilhas, são um tipo de dispositivo que mede a pressão ou tensão utilizando o fenômeno da piezeletricidade, onde certos materiais podem gerar uma corrente elétrica, quando deformado, ou seja, a piezeletricidade é a capacidade que alguns cristais possuem de gerarem corrente elétrica em resposta a uma pressão mecânica exercida sobre o mesmo. O termo deriva da palavra grega “piezein”, que quer dizer espremer ou pressionar. O efeito piezoelétrico é reversível, pois os cristais deste tipo, quando são sujeitos a uma tensão externa, são capazes de sofrer variações em sua forma.
No experimento não se obteve êxito com este transdutor de pressão, pois sua capacidade de medição é muito sensível e captava todos os tipos de vibrações, não podendo dar uma medida precisa. Este tipo de equipamento foi testado conectando-o em uma placa amplificadconectando-ora lendconectando-o suas medidas em um prconectando-ograma nconectando-o cconectando-omputadconectando-or. O transdutor pode ser visto abaixo na figura 10.
Figura 10- Transdutores de pressão Piezoelétricos Fonte: Autor
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Célula de Carga
As células de carga geralmente feitos de aço ou alumínio, são um elemento de medição onde os strain gages são fixados. A medição ocorre quando o aço ou alumínio é levemente deformado sob o efeito da carga, mas então volta à sua posição inicial, com uma resposta elástica a cada carga. Estas mudanças extremamente pequenas (micro deformações) são medidas pelos strain gages (abreviado como SG). Então finalmente a deformação do SG é interpretada num sistema eletrônico Arduino (amplificador) que permite determinar a carga exercida. No projeto, ainda estava sendo testado esse modelo de transdutor, não conseguindo concluir o estudo sobre ele. O transdutor pode ser visto na figura 11.
Figura 11: Célula de Carga Fonte:Autor
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5 VISITAS TÉCNICAS
Ao longo do trabalho foram realizadas algumas visitas técnicas, com o propósito de conhecer a realidade dos trabalhadores que exercem atividades em suspensão. Foram realizadas as visitas em diversas atividades, como em: manutenção do teatro municipal de Santos, Manutenções em outdoors da faculdade Santa Cecília e de comércios. Todas as visitas foram feitas e autorizadas pela empresa “Brasil Adventures”, como segue as figuras a seguir:
Figura 12- Manutenção do teatro Municipal de Santos Fonte: Autor
Figura 13: Manutenção do teatro Municipal de Santos Fonte: Autor
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Figura 14: Manutenção em outdoors Fonte: Autor
Fonte: Autor
Figura 15: Manutenção no outdoor da UNISANTA Fonte: Autor
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6 PARTICIPAÇÃO EM CONGRESSOS
Durante o processo da pesquisa, o projeto foi exposto e apresentado a professores e alunos nos congressos de iniciação cientifica. A apresentação ocorreu tanto no Congresso Brasileiro de Iniciação cientifica- COBRIC, sediado em Santos na Universidade Santa Cecilia, como também, teve a oportunidade de ser apresentado no Congresso Nacional de Iniciação Cientifica- CONIC, realizado em São Paulo. Com o objetivo de compartilhar a pesquisa e levar o conhecimento de um assunto tão pouco conhecido e falado entre a sociedade, é que se teve a exposição desta pesquisa. Podendo ser visto nas figuras 16, 17 e 18.
Figura 16: Apresentação no CONIC Fonte: Autor
Figura 17: Apresentação no CONIC Fonte: Autor
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Figura 18: Apresentação no COBRIC Fonte: Autor
7 RESULTADOS
Nesta etapa, buscou-se determinar os esforços de ação e reação da massa de uma pessoa nos pontos de suspensão. O objetivo é de, com essa medição, oferecer dados básicos para que, na área de fisioterapia, possam-se estimar efeitos fisiológicos e anatômicos decorrentes que indiquem necessidades de atenuação de efeitos da SSI.
A partir de um estudo preliminar, obteve-se as estimativas relativas as pressões de cada ponto de um corpo submetido a uma suspensão. O cálculo teórico foi realizado da seguinte forma:
Sabendo que a Pressão é o resultado de uma força sobre uma determinada área, obteve-se a área de contato de ação do cinto com o corpo e reação de compressão do corpo com o cinto, submetida em quatro pontos principais, e em duas regiões sob os braços (axilas) e região inguinal (virilha), para o dispositivo visualizado na figura 9 na pag. 20, considerando as áreas de aplicação como apresentado na tabela 1 e figura 19.
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Tabela 1- Medições no cinto tipo paraquedista
Axila Virilha
Largura (cm) 4,5 4,5
Comprimento (cm) 10 15
Total da área (cm²) 45 67,5
Fonte: Autor
Figura 19: Pontos de compressão do cinto com o corpo Fonte: Autor
Posteriormente, foram realizados cálculos com a estimativa de quatro massas diferentes, convertendo-as em força Newton, e distribuindo essa força em quatro pontos (dois pontos nas regiões da axila e dois pontos na região da virilha), conforme mostrado na figura 19. Com a área calculada, realizou-se a divisão desta força por cada área, obtendo assim, uma estimativa da pressão exercida em cada ponto no Sistema Internacional de medida (SI), conforme mostra na tabela 2.
Para efeito deste estudo teórico preliminar, admitiu-se 4 situações onde pessoas com massas de 50 kg, 60 kg, 70 kg e 80 kg ficassem suspensas e os carregamentos correspondentes nos pontos de suspensão indicados nas tabelas 2 e 3 :
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Tabela 2- Cálculo da estimativa da pressão exercida na axila
Pressão exercida na Axila
Massa (kg) Força (N) Força por
ponto (1/4) Área (cm²) Pressão (N/cm²) 50 490,5 122,63 45 2,73 60 588,6 147,15 45 3,27 70 686,7 171,68 45 3,82 80 784,8 196,20 45 4,36 Fonte: Autor
Tabela 3- Cálculo da estimativa da pressão exercida na virilha
Pressão exercida na Virilha
Massa (kg) Força (N) Força por
ponto (1/4) Área (cm²) Pressão (N/cm²) 50 490,5 122,63 67,5 1,82 60 588,6 147,15 67,5 2,18 70 686,7 171,68 67,5 2,54 80 784,8 196,20 67,5 2,91 Fonte: Autor 8 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Durante a realização da presente pesquisa, deparamo-nos com dificuldades em relação à medição de pressão, principalmente na determinação de equipamento para essa funcionalidade que apresente a necessária precisão. Após testes em equipamentos de pressão, no momento testamos equipamento célula de carga para medir esses esforços.
O projeto encontra-se em fase experimental e, após a medição da pressão exercida pelo cinto utilizado no mercado, será realizado o estudo do novo cinto com o apoio para os pés e posteriormente, recolheremos novas medidas com o novo equipamento, a fim de se observar a evolução e constatar a eficácia da solução a ser proposta. Tendo a continuidade do projeto em um possível artigo de Trabalho de Conclusão de Curso (TCC).
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REFERÊNCIAS
BARBOSA, Juarez. Dinâmica da Queda. Consultoria Engenharia, 2016. Disponível em: <https://consultoriaengenharia.com.br/seguranca-ocupacional/dinamica-da-queda-trabalho-em-altura/>. Acesso em: 06 mar. 2019. BUSSIENNE, Frédéric; BOYET, Pierre; MANTEAUX, Eloi; REYNAUD, Thomas.
Le syndrome du harnais. Milieux Périlleux. Urgence Pratique. 2007 nº 85.
Disponível em: http://www.frelon-asiatique.com/securite/syndrome.du.harnais.pdf. Acesso 20 mar. 2019.
BRASIL. Ministério do Trabalho- Queda com diferença de nível é a segunda
causa de acidentes fatais. Revista Proteção,2018. Disponível em:<http://www.protecao.com.br/noticias/acidentes_do_trabalho/queda_com_dife renca_de_nivel_e_a_segunda_causa_de_acidentes_fatais/Jyy5J9y5AQ/12327>. Acesso em: 06 mar. 2019.
CHAVALA, M. Avellanas; ZABALA, D. Dulanto. “SÍNDROME DEL
ARNÉS”,TRAUMA DE LA SUSPENSIÓN. Servicio de Medicina Intensiva.
Hospital San Jorge. Huesca. Servicio de Anestesiología y Reanimación. Hospital de Basurto. Bilbao. Sociedad Española de Medicina y Auxilio en Cavidades – SEMAC. Disponível em https://www.scribd.com/doc/35521456/Si-undrome-del-arne-ustrauma-de-la-suspensio-un. Acesso em 24/04/2019.
CHODOR, Jeisel. Síndrome da suspensão inerte. Hercules, 2017. Disponível
em: https://www.hercules.com.br/sindrome-da-suspensao-inerte. Acesso em: 07
abr. 2019.
DINIZ, Maiana. Acidentes com quedas levaram 161 trabalhadores à morte
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