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R.E.S.C Revista Eletrônica Saber Contábil - Vol. 1 n 1 - Mai/Ago 2011 ISSN

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Um estudo sobre a viabilidade econômica da criação de gado leiteiro

numa propriedade com arrendamento rural para auxiliar na criação de

gado de corte - Estudo de caso.

Robson Antonio dos Santos Bacharel em Ciências Contábeis – CEULJI/ULBRA robson_b2@hotmail.com

Thiago Lima de Souza Bacharel em Ciências Contábeis – CEULJI/ULBRA thiagolima_jipa@hotmail.com

Rivadavia Braga Filho Especialista em Administração de Cooperativas - FGV-RJ CEULJI/ULBRA riva_central@hotmail.com

O Arrendamento Rural é uma forma de diminuir custos na pecuária, pois desta forma o agricultor não precisará desembolsar uma quantidade elevada de recursos para imobilizar em uma compra de uma propriedade rural. Através do arrendamento, o pecuarista vai ter maior liquidez nos recursos financeiros, com essa possibilidade o empresário rural pode proporcionar uma criação de gado com maior qualidade, investindo em genética e manutenção do rebanho prevenindo o gado de eventuais doenças ocasionando prejuízos. Através da contabilidade se pode obter detalhadamente dos custos e as despesas realizadas na propriedade e obter uma visão como estão se comportando os custos e evidenciando um lucro real para proprietário. O estudo realizado demonstra de maneira pratica como se alcança um melhor controle de gastos e custos e ter uma melhor seleção da genética do gado para favorecer os desenvolvimento dos animais e suas produções de acordo com o clima e relevo da região e as doenças mais vulneráveis, com a forma de escolha pode se obter uma melhor ampliação do lucro ou escolhas erradas pode acarretar prejuízos para pecuarista. Com a contabilidade e possível demonstrar se é favorável criar gado de corte e gado leiteiro, ou melhor, investir em uma aplicação financeira de longo prazo.

Palavras-chave: Arrendamento, Contabilidade Rural, Viabilidade Econômica.

A study on the economic viability of the establishment of dairy cattle in a rural

rental property with auxiliary for the creation of cattle cutting - a Case Study.

The Crofters is a way of cutting costs in livestock, since this way the farmer does not need to pay a high amount of resources to immobilize on a purchase of a farm. Through the lease, the rancher will have increased liquidity in financial resources, with the possibility that the farmers can provide livestock with higher quality, investing in genetics and maintenance of the cattle herd by preventing possible diseases causing damage. By accounting we can obtain details of costs and expenses incurred in the property and get a vision as the costs are behaving and showing a real profit for the owner. The study demonstrates a practical way how to achieve better control of expenses and costs and have a better selection of the genetics of cattle to encourage the development of animals and their products according to the climate and terrain of the region and the diseases most vulnerable in the form of choice can best be expanding the profit or wrong choices can cause damage to ranchers. With the records and can show whether it is favorable to create beef cattle and dairy cattle, or rather invest in a long term financial investment.

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1. Introdução

O agronegócio tem uma função importante para o desenvolvimento econômico, tanto em períodos mais remotos como na atualidade. A bovinocultura surgiu no país no início de sua colonização, no século XVI, dano início a um dos principais ciclos econômico do Brasil. Os primeiros bovinos chegaram por caravelas, trazidas pelos colonizadores e desembarcadas no litoral nordeste do país. A agropecuária desempenha uma função muito importante na economia brasileira e dentro do Estado de Rondônia. A pesquisa foi realizada na Fazenda Maia, situada na Linha 20 Km 9 Gleba Pirineus, que apresenta a criação de gado de leiteiro, em um arrendamento rural para auxiliar na criação do gado de corte. Para haver negociação dos produtos produzidos na fazenda e a venda para empresas interessadas em adquirir os mesmos, analisa-se a viabilidade econômica do arrendamento da propriedade.

A economia do Estado de Rondônia tem como base a agropecuária, portanto, a presente pesquisa, desenvolveu um estudo de caso em uma propriedade rural. A fazenda tem como atividade principal à pecuária, o qual é comercializado duas atividades, leiteira e corte. Para esclarecer as atividades descritas, tem-se com proposta o objetivo geral que pretende demonstrar a viabilidade econômica da criação de gado leiteiro numa propriedade com arrendamento rural para auxiliar na criação de gado de corte, bem como relatar os objetivos específicos, que compreende o funcionamento dos mesmos.

Apresenta-se também, o embasamento teórico relativo a pecuária e sua contabilização, assim como, conceitos e funcionamento das atividades pecuárias, de modo a apresentar a rentabilidade de investimentos em arrendamentos rurais.

Portanto, a metodologia empregada para a realização da pesquisa foi o método dedutivo, sendo as técnicas adotadas consistiram em pesquisas bibliográficas, documentos secundários, bem como, coleta de dados através de entrevistas. Quanto aos procedimentos, adotar-se-á um estudo de caso que foi realizado no arrendamento da Fazenda Maia.

As análises dos resultados obtidos relativo à viabilidade econômica de investimentos em arrendamentos rurais demonstram-se através de projeções para os próximos dois anos e comparando com aplicação financeira para demonstrar se realmente a pecuária em arrendamento é um bom negócio.

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2. Arrendamento Rural

Para desenvolver o processo de criação de bovinos, requer um alto investimento, pois necessita de uma área de terra de qualidade, com boas pastagens e fácil acesso de água para o gado dentro da propriedade. Para não dispor de um investimento elevado para o pecuarista os mesmo estão optando pelo o arrendamento rural, onde é feito um contrato por algum tempo determinado, sendo que o arrendador fica obrigado a entregar a propriedade da mesma forma que arrendou e honrando com as obrigações assumidas mensalmente.

De acordo com Antunes e Angel (1994), neste caso você está desenvolvendo a sua atividade produtiva em terras arrendadas de outros proprietários. Assim, o custo da terra a ser avaliado é exatamente o mesmo custo pago por você por este arrendamento, seja esse custo calculado em percentual de produtividade de suas atividades (muito comum para o caso de lavouras), seja em Kg de carne por hectare (muito comum nos arrendamentos para atividade de pecuária), seja valores pagos diretamente em moeda corrente nacional.

Pode idealizar que a grande vantagem do arrendamento é que a própria produção dentro da propriedade paga os custos e o arrendamento, tendo assim o pecuarista um retorno rápido, com um menor investimento.

Conforme Crepaldi (2006) o preço do arrendamento, sob qualquer forma de pagamento, não será superior a 15% do valor cadastral do imóvel, incluídas as benfeitorias que entram na composição do contrato, salvo se o arrendamento for parcial e recair apenas em glebas selecionadas para fins de exploração intensiva de alta rentabilidade, caso em que o preço poderá chegar até o limite de 30%.

Os arrendamentos rurais deveram ser efetuados por meios de contratos, constando todos os direitos e deveres de ambas as partes da forma mais clara possível, evitando assim transtorno no decorrer do arrendamento ou até mesmo na entregar da propriedade rural.

2.1 Contabilidade Rural

A Contabilidade Rural é um dos principais sistemas de controles e informações do patrimônio de empresas rurais, podendo esta demonstrar de forma detalhada todos os seus bens, diretos e deveres.

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apurar o resultado das entidades rurais, prestar informações sobre o patrimônio e sobre o resultado das entidades rurais aos diversos usuários das informações contábeis.

A tarefa de gerar informações que permitam a tomada de decisão, com base em dados reais, é uma dificuldade constante para os produtores rurais. Em sua grande maioria muitos não tem a noção de qual foi o retorno do capital investido ao final de cada ciclo, por isso a contabilidade é a ferramenta essencial para uma boa administração, pois através dela será levantado os dados e as informações que auxilia a tomada de decisão..

De acordo com Crepaldi (2006) A contabilidade é a radiografia de uma Empresa Rural. Ela traduz, em valores monetários, o desempenho do negócio e denuncia o grau de eficiência de sua administração. Em última análise, a Contabilidade vai demonstrar se uma empresa rural está atingindo o seu objetivo final; o lucro. Apesar de ser uma atividade que, por força de lei, só pode ser exercida por um profissional especializado, a contabilidade deve ser acompanhada muito de perto pelo proprietário rural. São nos registros contábeis que são traçados os diagnósticos que vão apontar o caminho do sucesso e as necessárias correções de rumo, inevitáveis no processo de evolução de qualquer empresa rural.

A Contabilidade Rural no Brasil ainda é pouca utilizada pelo proprietário de fazendas, isso acontece devido ao desconhecimento por partes dos agricultores ou criadores de gado dos benefícios e as vantagens que eles podem proporcionar com a contabilidade.

2.2 Contabilidade na Pecuária

A contabilidade na pecuária é importante para se obter maior controle da produção e auxiliar o produtor em seus controles. Segundo Della (1995) “Em se tratando de contabilidade pecuária no Brasil, há dois métodos de avaliação do estoque vivo (plantel): valores de custo, e valores de mercado.

Para os animas que são destinados ao frigorífico tem se uma classificação variada dentro da pecuária de corte. Segundo Della (1995) existem três etapas distintas na pecuária bovina de corte, pelas quais passa o animal que se destina ao abate,

a) Cria - a atividade básica é a produção de bezerros, que só serão vendidos após o desmame.

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b) Recria - a atividade básica é, a partir do bezerro adquirido, a produção e a venda do novilho magro para a engorda.

c) Engorda - a atividade básica é, a partir do novilho magro adquirido, a produção e a venda do novilho gordo. Adotou-se para análise da atividade cria-recria-engorda (Sistema Integrado). Assim, tratar se o bezerro desde o seu nascimento, até a venda para o abate, quando adulto e gordo.

No Balanço Patrimonial os animais com maior destaque são retirados para a procriação do rebanho aqueles que demonstram maior capacidade de desenvolvimento de carcaça, maior capacidade reprodutiva, sendo que, tiram esses animais para fazer experimentos para melhoramento do rebanho bovino, são classificados no Ativo Não Circulante Imobilizado, e o restante destinado ao abate entra no Ativo Circulante nos Estoques.

Nessa concepção, Della (1995) afirma que, um primeiro aspecto a ser apreciado é quanto a classificação do gado no Balanço Patrimonial. O gado bovino que será comercializado pelo produtor rural, em forma de bezerro, novilho magro e gordo, deverá ser classificado como estoque vivo. O gado destinado à procriação (Touros e Matrizes) ou ao trabalho, que não será vendido, será classificado no Ativo Permanente.

Vale salientar que a estrutura do Balanço patrimonial teve mudança em relação a lei 6.404/76 e passou a entrar em vigor a nova estrutura conforme lei 11.638/07, onde, umas da mudança foi o Ativo Permanente, passando a existir nova categoria Ativo Não Circulante.

A depreciação na pecuária não se tem alíquota específica pelo imposto de renda, e os mais indicados para fazer a desvalorização são os médicos veterinários por conhecerem com mais profundidade os fatores que podem ter variação com a desvalorização do animal.

Segundo o Professor Cunha (2009), o assunto deve ser conceituado como: Gados Reprodutores (touros e vacas) e animais de trabalho a) Perda normal da capacidade de trabalho b) a vida útil inicia-se a partir do momento em que estiver em condições de reprodução (estágio adulto).

c) Existem tabelas de vida útil: gado reprodutor mestiço: 5 anos ; gado matriz mestiça: 7 anos; gado reprodutor puro: 8 anos; gado matriz pura: 10 anos e d) os veterinários são os mais indicados para definição da vida útil do gado .

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Na depreciação do ramo agropecuário não será apenas em touros e as matrizes, mas também os animais que se usa para trabalhar com o rebanho, como cavalos, burros etc.

2.2.1 Custo do Rebanho

Um bom sistema de custo leva ao pecuarista elementos para tomada de decisões, com segurança na hora de realizar negociações como a compra de um touro reprodutor, na venda do rebanho, na estrutura da cria e recria ou até mesmo para analisar o custo do ganho de peso, esse e muitos outros são fatores importantes que devem ser levados em consideração.

De acordo com Santos (1995), os principais custos do rebanho são: a mão-de-obra, sais minerais, ração, vacinas, medicamentos, animais de lida, manutenção de cerca, pastagens e a depreciação de cercas e currais etc.

Os custos de todo o rebanho devem ser calculados de forma precisa, pois assim pode-se chegar ao custo unitário médio, alocados em determinados períodos trabalhados. Conforme Marion (1996), soma-se os custos do rebanho e divide-se pelo total de cabeças do rebanho em formação (em crescimentos, na engorda e aqueles nascidos no período). O número de cabeças do rebanho exemplificados a seguir, não inclui para efeitos de rateio do custo, o gado reprodutor em plena reprodução, pois ele não recebe custos (já não estão em formação). Todavia, o custo de manutenção desse rebanho já formado (alimentação, tratamento veterinário, depreciação...) será incluído no custo do rebanho e distribuído para o rebanho em formação.

O rebanho em formação recebe todos os custos alocados no período, admitindo se que o rebanho só será vendido após a engorda e os custos são distribuídos proporcionalmente ao longo dos vários lotes nascidos na propriedade rural.

2.2.2 Genética na Pecuária

Com a competitividade nos tempos de hoje, se torna uma necessidade adquirir um produto de maior qualidade para se obter um maior lucro, já para o produtor e necessário cumprir essa exigência por que os consumidores estão cada vez mais exigentes. O melhoramento genético no Brasil teve grande propulsão no século passado quando se

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houve certa obrigação de fazer cruzamentos de animais para adaptação ao clima brasileiro.

Nesse conjunto, Euclides (1997) relata que a necessidade de participação do cruzamento no processo de melhoramento genético fez com que o governo do Estado de São Paulo, em 1915, estabelecesse a criação de gado exótico em algumas estações experimentais. Esse trabalho teria além da função de selecionar aquelas raças mais adaptadas ao meio brasileiro, a de avaliar seus cruzamentos com o gado Nacional.

Segundo Euclides (1997), o melhoramento animal neste contexto, é importante por representar resultados de longo prazo. Portanto, o uso da genética nos pastos é de grande ajuda, e é uma das engrenagens que ajuda na contribuição para um resultado final satisfatório, ou seja, investir em genética muitas vezes é compensador porque por exemplo o gado de leite, com uma área menor pode-se criar menos animais, diminuindo o custo com o imobilizado que seria a compra de mais terras para se produzir mais.

2.2.3 A Fase de Cria

Para obter um rebanho de qualidade é preciso trabalhar com um programa de melhoramento genético, reposição de animais, touros reprodutores de raças leiteiras e principalmente matrizes de ótima qualidade. Conforme Barbosa e Souza (2007), o sucesso do programa de reposição de animais leiteiros, em um rebanho, para fins de melhoramento, filhas produzindo mais que as mães, apóiam-se no sucesso do programa de criação dos animais destinados á reposição, começando pelos animais mais jovens, do nascimento até o 4º mês de vida.

A criação de bezerras leiteiras jovens, para reposição, é um ponto de estrangulamento na bovinocultura de leite, por se tratar de uma categoria altamente exigente (nutricionalmente) e susceptível a doenças.

2.2.4 A Fase de Recria

Conforme Barbosa e Souza (2007) a criação econômica de um grande número de novilhas de reposição, em rebanhos que tenham uma boa eficiência reprodutiva, permite ao produtor maximizar o ganho genético dentro do rebanho, substituir vacas de baixa

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produção, expandir o rebanho sem necessidade de compra de outros animais, vender novilhas excedentes e maior viabilidade econômica do sistema de produção.

A criação de gado deve ser econômica e eficiente, pois assim os resultados serão mais eficazes, possibilitando um melhor retorno do capital investido para o criador de gado.

3. Metodologia

O estudo caracteriza-se como método dedutivo, segundo Martins (1994), esse método “parte da premissa antecedente (valor universal) e chega ao conseqüente (conhecimento particular)”. Barros e Lehfeld (2000) afirmam que as técnicas representam “[...] a maneira de atingir um propósito bem-definido, a partir de uma orientação básica dada pelo método. Dessa forma pode-se considerar [...] as técnicas, como as táticas, necessárias para a sua operacionalização.” É importante relatar que neste trabalho utilizou-se de entrevista, e análise de documentos secundários.

Mediante a necessidade de demonstrar viabilidade econômica da criação de gado leiteiro numa propriedade com arrendamento rural para auxiliar na criação de gado de corte, na íntegra para demonstrar a melhor forma de cultivo da pecuária, a pesquisa foi desenvolvida em uma análise sobre a perspectiva futura no cultivo do gado leiteiro, fazendo assim com que o gado leiteiro pague todas as despesas do arrendamento rural e do custeio do gado de corte, com sua produtividade diária de leite e ainda aumentando o lucro do pecuarista com suas crias anuais.

4 Resultados Obtidos

O arrendamento foi efetuado em uma área de 144 hectares, localizado Linha 12 da Gleba 81 na região de Ouro Preto do Oeste, a área estudada é totalmente formada por pastagens cultivadas, com ótima distribuição de água para o rebanho, cochos de boa qualidade, cobertos e bem localizados dentro das pastagens, curral bem planejado para o manuseio do gado e com ordenha mecânica. O tempo de arrendamento foi de 2,5 anos e o valor mensal do arrendamento é de R$ 2.000,00, sendo o investimento total de R$ 237.000,00.

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Os controles financeiros e administrativos do arrendamento são apenas para fins gerenciais e prestação de contas com os proprietários. Por não ser empresa constituída , os dados não são organizados para contabilidade.

Tabela 01 – Dados do Rebanho Bovino

Categorias animais Quantidade (nº) Valor Individual (R$) Valor Total (R$)

Vacas em Lactação 64 1.500,00 96.000,00 Vacas Solteiras 57 1.000,00 38.400,00 Bezerras de 0 a 12 meses 38 0,00 0,00 Bezerros de 0 a 12 meses 26 0,00 0,00 Novilhos de 13 a 24 meses 150 600,00 90.000,00 Touros Reprodutores 3 4.000,00 12.000,00 Total 338 236.400,00

Fonte: Elaborado pelos autores

A Tabela 1 demonstra o plantel e a classificação do valor no empreendimento rural, esses dados coletados serão agrupados por categoria, gênero (machos, fêmeas, idade) e transformados em informações que embasará o projeto de viabilidade.

O gráfico abaixo demonstra a situação inicial do investimento e como a aplicação ficou dividida em porcentagens dentro do rebanho buscando dessa forma atingir as metas iniciais.

Gráfico 1 – Demonstração do investimento em % do rebanho bovino de acordo com suas categorias. Fonte: Elaborado pelos autores

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Com as informações fornecidas pelo pecuarista, através de uma planilha de prestação de contas anual, optou-se por desenvolver as planilhas pela média, pois ela aponta para onde mais se concentram os dados de uma distribuição. Pode ser considerada o ponto de equilíbrio da frequência, durante o período em que foi acompanhada, buscando desenvolver de forma clara e de fácil entendimento os custos, despesas e receitas do arrendamento. Através desta análise, será constituída as projeções futuras para se apurar o resultado do projetado final, demonstrando para o pecuarista qual o resultado esperado no final do ciclo operacional e se realmente é vantajoso investir em arrendamentos rural.

4.1 Livro Diário

A tabela abaixo demonstra a Apuração do Resultado do Exercício de 2009, do arrendamento da Fazenda Maia, onde foi apurado naturalmente através do livro diário, onde o Lucro Líquido foi de R$ 5.147,09, com após cinco meses da inicialização do cultivo bovino.

Tabela 2- Demonstração Resultado Exercício - DRE 2009

DEMONSTRAÇÃO RESULTADO EXERCICIO – DRE / 2009 ( =) RECEITA OPERACIONAL BRUTA 21.514,92

RECEITA COM LEITE 21.514,92

VENDAS DE BOVINOS 0,00

( = ) RECEITA OPERACIONAL LIQUIDA 21.514,92 ( - ) CUSTO PRODUÇÃO LEITEIRA - 3.266,96

(=) LUCRO BRUTO 18.247,96 ( - ) DESPESAS OPERACIONAIS - 13.100,87 2.1. Combustíveis -1.250,00 2.2. Manutenção de instalações -213,00 2.3. Taxas e impostos 0,00 2.4. Arrendamentos -10.000,00 2.5. Ferramentas e utensílios -157,50 2.6. Mortalidade -1.480,37

( = ) RESULTADO LIQUIDO DO EXERCICIO 5.147,09 Fonte: Elaborado pelos autores

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Na tabela a seguir, pode-se observar o Balanço de fechamento do exercício de 2009, onde podendo observar de forma clara a situação financeira e patrimonial de empresa rural, que demonstrar que está sendo rentável até o momento o investimento em arrendamento rural.

Tabela 3- Balanço Patrimonial 2009

Ativo Circulante 2009 Passivo Circulante 2009

Caixa 2.168,50

Estoque 99.678,59

Bezerros de 0 a 12 meses 1.176,04 Bezerras de 0 a 12 meses 1.718,83 Novilhos de 13 a 24 meses 96.783,72

Ativo não Circulante 140.300,00 Patrimônio Líquido 237.000,00 Imobilizado 140.300,00 Capital Social 237.000,00 Touros Reprodutores 12.000,00 Lucros ou Prejuízos 5.147,09 ( - ) Depreciação Acumulada -500,00

Matrizes 134.400,00

( - ) Depreciação Acumulada -5.600,00

Total do Ativo 242.147,09 Total do Passivo 242.147,09 Fonte: Elaborado pelos autores

4.2 Projeções exercícios Futuros

Para avaliar a viabilidade de um investimento é preciso quantificar o investimento inicial necessário para atingir o resultado esperado, no caso do arrendamento o valor investido foi dimensionado para dois cultivos, bovino leiteiro e bovinos de corte, onde a meta é que o rebanho leiteiro com suas receitas, cubra todos os custos e despesas do arrendamento, para que assim o investimento possa se manter sozinho, sem necessidade dos sócios injetarem dinheiro no investimento.

O planejamento de lucro foi realizado pela elaboração de demonstrações financeiras projetada, (Balanço Patrimonial e Demonstrações do Resultado) com base no período de estágio, onde foi acompanhado duas temporada, três meses do período da secas onde a receita do leite é mais satisfatória e três meses do período das águas onde a produção do leite aumenta, mas por outro lado o preço do leite chega a diminuir em 50%.

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Desta forma, foram elaboradas as demonstrações financeiras pela média dos dois períodos, para que assim pudesse chegar a um ponto de equilíbrio e alcançar os objetivos do investidor.

A elaboração das projeções foram desenvolvidas e contabilizadas como qualquer exercício normal a diferença é que são projeções, por tanto nos próximos acontecimentos se optou por não introduzir o livro diário dessas projeções, pois o trabalho ficaria muito extenso, dificultando seu entendimento.

Foram realizadas todas as projeções de custos, despesas e receitas dos próximos anos elaboradas pela média do exercício anterior. As receitas com venda de bovinos foram analisadas e supervisionadas pelo investidor de acordo com suas metas de desenvolvimento para o arrendamento, onde toda vez que sair uma remessa de bezerros desmamados para engorda, será selecionados os maiores e melhor bovinos para comercialização em frigorífico, para assim manter a média de animais compatível a pastagem da propriedade.

A tabela abaixo é a Demonstração do Resultado do Exercício – DRE, Projetado para o ano de 2010, elaborado de acordo com as médias do exercício anterior, onde foi constatado um lucro liquido projetado de R$ 40.193,41.

Tabela 4 - Projeção da demonstração resultado do exercício - DRE 2010 DEMONSTRAÇÃO RESULTADO EXERCICIO – DRE / 2010 ( =) RECEITA OPERACIONAL BRUTA 106.830,68

RECEITA COM LEITE 48.978,68

VENDAS DE BOVINOS 57.852,00

( = ) RECEITA OPERACIONAL LIQUIDA 106.830,68 ( - ) CUSTO NOVILHAS VENDIDAS - 28.327,16

Custo Novilhas Vendidas -2.947,76

Custo Novilhos Vendidos -25.379,40

( - ) CUSTO PRODUÇÃO LEITEIRA -7.840,70

(=) LUCRO BRUTO 70.662,82 ( - ) DESPESAS OPERACIONAIS - 30.469,41 2.1. Combustíveis -3.000,00 2.2. Manutenção de instalações -511,20 2.3. Taxas e impostos -56,16 2.4. Arrendamentos -24.000,00 2.5. Ferramentas e utensílios -378,00 2.6. Mortalidade -2.524,05

( = ) RESULTADO LIQUIDO DO EXERCICIO 40.193,41 Fonte: Elaborado pelos autores

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A tabela a seguir demonstra a projeção para o balanço do ano de 2010, desenvolvido a partir das projeções analisadas no estágio.

Tabela 5 - Projeção do Balanço Patrimonial de 2010

Ativo Circulante 2010 Passivo Circulante 2010

Caixa 61.071,62 Estoque 95.608,88 Bezerros de 0 a 12 meses 3.090,58 Bezerras de 0 a 12 meses 4.578,63 Novilhos de 13 a 24 meses 4.152,16 Novilhas de 13 a 24 meses 973,96 Novilhos de 25 a 36 meses 82.813,55

Ativo não Circulante 125.660,00 Patrimônio Líquido 237.000,00 Imobilizado 125.660,00 Capital Social 237.000,00 Touros Reprodutores 12.000,00 Lucros ou Prejuízos 45.340,50 ( - ) Depreciação Acumulada -1.700,00

Matrizes 134.400,00

( - ) Depreciação Acumulada -19.040,00

Total do Ativo 282.340,50 Total do Passivo 282.340,50 Fonte: Elaborado pelos autores

Na tabela 6, constata-se a projeção da demonstração do resultado do exercício esperado para o ano de 2011, onde será o último ano do contrato de arrendamento, que demonstrará o lucro ou prejuízo esperado para o período, de acordo com as médias do levantamento efetuado no período de Agosto de 2009 a Janeiro de 2010.

As projeções efetuadas foram de acordo com as perspectivas de retorno que o investidor sugeriu. A pesquisa não levou em consideração fatores que podem interferir na segmentação do mercado, ou seja, fatores climáticos, fatores econômicos, fatores governamentais, etc.

Tabela 6 - Projeção da demonstração do resultado do exercício – DRE 2011

DEMONSTRAÇÃO RESULTADO EXERCICIO – DRE / 2011 ( =) RECEITA OPERACIONAL BRUTA 201.849,90

RECEITA COM LEITE 48.978,68

VENDAS DE BOVINOS 152.871,23

( = ) RECEITA OPERACIONAL LIQUIDA 201.849,90 ( - ) CUSTO PRODUÇÃO LEITEIRA - 97.241,07

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Custo Bovinos Vendidos -89.400,37 (=) LUCRO BRUTO 104.608,83 ( - ) DESPESAS OPERACIONAIS - 28.594,33 2.1. Combustíveis -3.000,00 2.2. Manutenção de instalações -511,20 2.3. Taxas e impostos -196,56 2.4. Arrendamentos -24.000,00 2.5. Ferramentas e utensílios -378,00 2.6. Mortalidade -508,57

( = ) RESULTADO LIQUIDO DO EXERCICIO 76.014,50 Fonte: Elaborado pelos autores

A tabela 7, demonstra a posição patrimonial projetada para o ano de 2011, através do balanço, onde se pode observar que após dois anos e meio do investimento, espera-se um lucro líquido de R$ 121.391,78.

Tabela 7 - Projeção do Balanço Patrimonial de 2011

Ativo Circulante 2011 Passivo Circulante 2011

Caixa 214853,56 Estoque 32.518,23 Bezerros de 0 a 12 meses 4.831,32 Bezerras de 0 a 12 meses 7.151,95 Novilhos de 13 a 24 meses 7.921,90 Novilhas de 13 a 24 meses 1.760,94 Novilhos de 25 a 36 meses 10.852,12

Ativo não Circulante 111.020,00 Patrimônio Líquido 237.000,00 Imobilizado 111.020,00 Capital Social 237.000,00 Touros Reprodutores 12.000,00 Lucros ou Prejuízos 121.391,78 ( - ) Depreciação Acumulada - 2.900,00

Matrizes 134.400,00

( - ) Depreciação Acumulada - 32.480,00

Total do Ativo 358.391,78 Total do Passivo 358.391,78 Fonte: Elaborado pelos autores

4.3 Retorno do Capital Investido

Investimento é uma aplicação realizada pela empresa com o objetivo de obter lucro. A combinação de todas aplicações proporciona resultado ao final de cada período podendo ser lucro ou prejuízo.

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Define-se o investimento como sendo o ato de aplicação de um determinado recurso em um uso que não proporciona satisfação presente, e na expectativa de que essa satisfação ocorra no futuro.

O gráfico abaixo demonstra um capital investido de R$ 237.000,00, realizado em agosto de 2009 em um arrendamento rural, com um prazo de dois anos de meio para seu fim, através deste investimento será projetado o retorno do capital investido ao final deste prazo, após as projeções efetuadas dentro das normas contábeis onde foi constatado um Lucro Líquido de R$ 121.391,78, o que corresponde a uma média de 20,5 % de lucro líquido ao ano.

Gráfico 2 – Demonstração do Retorno do capital investido no arrendamento Rural. Fonte: Elaborado pelos autores

A tabela abaixo demonstra a rentabilidade do capital próprio, onde se pode analisar que sua rentabilidade está na média de 33,87 % a.a, o que nos demonstra novamente que investir em arrendamento é vantajoso para o pecuarista, pode -se analisar também o tempo de retorno do capital investido que está na média de 2,95 anos, ou seja, o retorno do capital investido será em um prazo de 3 anos aproximadamente, considera se um retorno rápido, pois se o pecuarista tive-se adquirido uma propriedade mesmo com a valorização o retorno seria a longo prazo e ainda teria que disponibilizar um capital muito elevado para esse investimento, que não seria viável, pois com o arrendamento gira mais rápido seu capital o que automaticamente o lucro também será em menos tempo.

Calculou-se a Rentabilidade do Capital Próprio Final e Tempo do Retorno do Capital Investido.

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Lucro Final x 100 = 121.391,78 = 33,87% Patrimônio Líquido Final 358.391,78

Patrimônio Líquido Final = 358.391,78 = 2,95% Lucro Final 121.391,78

4.4 Comparação Investimento com Aplicação Financeira

A comparação do Investimento Rural com Aplicação Financeira é para demonstrar ao investidor se realmente o investimento rural está sendo vantajoso. A simulação da aplicação financeira foi efetuada no Banco do Brasil, com o mesmo valor investido no arrendamento e o mesmo prazo para que assim se possa analisar qual o melhor investimento para a fazenda maia.

O gráfico abaixo demonstra o retorno do investimento rural e o retorno que o pecuarista teria se aplica-se o mesmo valor no mesmo prazo em CDB Pós Fixado, demonstrando assim que realmente o investimento rural ainda é a melhor opção, pois no mesmo período no investimento rural, os investidores terão o retorno do capital investido conforme as projeções apresentadas acima, enquanto na aplicação o retorno do capital investido será em um longo prazo.

Gráfico 3 – Comparação entre o investimento rural e aplicação financeira. Fonte: Elaborado pelos autores

O investimento rural é uma ótima aplicação de capital, considerando a situação proposta, pois o retorno pelo que se pode analisar acima é certo, o preço do gado em Rondônia está estável, e hoje Rondônia é um estado livre de febre aftosa, conforme dados da FEFA, o que proporciona uma credibilidade no mercado exterior.

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5. Considerações Finais

De acordo com as propostas sugeridas para a pesquisa, o trabalho demonstrou a viabilidade econômica da criação de gado leiteiro numa propriedade com arrendamento rural para auxiliar na criação do gado de corte, da Fazenda Maia. Desse modo fica constatado que realmente é vantajoso, investir em arrendamentos rurais, pois o retorno do capital é mais rápido e o desembolso do capital é menor na hora do investimento.

Observa-se que os objetivos específicos delineados no projeto de pesquisa, também foram atingidos, pois nos resultados obtidos ficou demonstrado o ciclo operacional, custos, receitas e despesas, onde através desses dados foram concluídas as projeções para os próximos dois anos, demonstrando assim qual o resultado esperado para o final do arrendamento, onde se constatou lucros.

Diante disso, o trabalho foi realizado com o intuito de possibilitar a futuros empreendedores do ramo do agronegócio uma sugestão de rentabilidade, é claro que a pesquisa não considerou variáveis importantes, mas com a proposta sugerida conseguiu-se demonstrar que o investimento é rentável.

6. Referências Bibliográficas

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Referências

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