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O que a indústria quer da soja?

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Academic year: 2021

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Nossa Capa

A

Soja (Glycine max. Merrill), por suas qualidades nutricio-nais, pela facilidade de adap-tação, por sua alta produtividade e pela facilidade de cultivo pode ser considera-da um dos alimentos básicos para popu-lações do futuro, por ser uma grande fon-te de profon-teína de baixo custo e de alto valor nutritivo que se conhece para a ali-mentação animal e principalmente hu-mana. A soja domina o mercado mundi-al tanto de proteína, como de óleo co-mestível. No Brasil, a soja é a principal espécie cultivada , contribuindo com aproximadamente US$ 3,8 bilhões em exportações sob a forma de soja tritura-da, farelo de soja, óleo de soja bruto e óleo refinado.

Antes de ser processada na indústria a soja pode ser armazenada por até 10 meses. Nessa etapa crítica, a matéria-pri-ma pode sofrer deteriorações irreversíveis para a produção de óleo, dependendo dos cuidados a qual foi submetida no pro-cesso de produção inicial, que consiste na condução da lavoura e colheita de forma adequada.

Grãos de soja adquiridos de produ-tores que têm suas lavouras mal condu-zidas, ou seja, sem controle adequado de plantas daninhas e principalmente sem um controle eficiente de insetos, propi-ciam à massa de grãos uma série de alte-rações fisiológicas e químicas tais como

o crescimento de fungos, em especial a Aspergillus glaucus Link e Aspergillus fla-vus Link. Eles provocam aumento na res-piração, incremento no teor de ácidos graxos livres e elevação da temperatura na massa de grãos de soja armazenada, conseqüentemente, elevam o custo de produção de óleo pela indústria.

TEOR DE UMIDADE

Outro fator que pode alterar a quali-dade de grãos de soja armazenados é o teor de umidade. Estudos realizados por Napoleão (1997) em grãos de soja arma-zenados com diferentes graus de umida-de, mostraram que houve um aumento acentuado no teor de peróxido em to-dos os graus de umidade. Isso indica que ocorreu deterioração oxidativa de

lipídi-os, que pode ter sido provocada pela pre-sença de Aspergillus ssp. Essa autora ava-liou a presença de fungos nos grãos e encontrou melhor correlação entre cres-cimento fúngico na massa de grãos e o teor de ergosterol contido na amostra.

O teor de aflatoxina em soja aumen-ta de acordo com o aumenaumen-ta da umida-de em grãos armazenados. As cultivares de soja com nível de ácido fítico mais elevado, produziram menos aflatoxina, em relação a cultivares com menor teor desse ácido, porém sem afetar o cresci-mento micelial de Aspergillus flavus na massa de grãos.

Outros fatores que podem influenci-ar na queda da qualidade de grãos pinfluenci-ara industria é a deterioração do produto na fase de produção da soja, devido ao

ata-Um bom cuidado com a

lavoura, principalmente

no que se refere à

escolha de cultivares e

controle de percevejos

resulta em soja com

melhor aproveitamento

pela indústria de refino

de óleo

O que a indústria

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quer da soja?

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que de insetos sugadores, tais como per-cevejo verde (Nezara viridula), perceve-jo marrom (Euschistus heros), percevejo verde pequeno (Piezodorus guildinii) e excesso ou falta de chuvas nas fases de enchimento e maturação dos grãos.

O ataque de percevejo, em lavouras de soja, pode significar redução no ta-manho das sementes, tornando-as enru-gadas, chochas e de coloração mais es-cura que as normais, conseqüentemen-te, acarreta perda na produção. Os da-nos à soja são causados principalmente por ninfas de terceiro a quinto instar e por adultos.

A introdução do aparelho bucal do percevejo, na semente danifica o tecido e serve de vetor para doenças fúngicas, em especial para a levedura

Nematospo-Soja atacada por percevejos. Essa ação, além de diminuir a produtividade, reduz a qualidade dos grãos de soja

ra coryli Piglion.

Essa levedura é cosmopolita e pode infectar frutos e sementes de várias plan-tas em condições tropicais e subtropicais. Dentre as hospedeiras de grande impor-tância podemos citar frutos de tomate, laranja, capulho de algodão, sementes de feijão (Phaseolus vulgaris L.), soja, algo-dão (Gossypium hirsutum), feijão fava (Phaseolus lunatus L.), e, ainda, semen-tes de invasoras tais como algumas es-pécies do gênero Cassia spp. conhecidas como fedegoso.

As pesquisas realizadas para determi-nar o nível de dano de percevejo na cul-tura da soja, se limitam em avaliar o grau de resistência de cultivares de soja ao per-cevejo, nível de danos que o percevejo realiza diretamente em sementes de soja.

A QUESTÃO DA CLOROFILA

Atualmente a tendência da maioria das indústrias para embalar o óleo de soja refinado para comercialização é a emba-lagem tipo PET (polyethylene terephta-late). Esse tipo de embalagem expõe o óleo a rancidez oxidativa, chamada de autooxidação.

A reação de rancidez oxidativa pro-duz peróxidos e hidroperóxidos. Esses dois compostos por uma série de reações paralelas produzem os compostos volá-teis, aldeídos e cetonas que dão o odor a ranço ao óleo. A rotas de formação dos peróxidos e hidroperóxidos podem ocor-rer por radicais livres, fotoxidação e en-zimas-lipooxigenases. Essas reações são favorecidas por pigmentos vegetais tais como clorofila e caroteno, dentre estes compostos, a clorofila pode estar presen-te nos grãos de soja, causando o escure-cimento do óleo de soja nas gôndolas de supermercados.

A eliminação desses fatores indese-jáveis na produção de óleo de soja pode ser realizada utilizando-se “terras” ou montimorilonitas, para efetuar o clarea-mento do óleo. Estudos mostram que, para qualquer óleo, tanto a redução no valor de peróxido e o incremento no tem-po de indução são protem-porcionais à efici-ência de clareamento da terra utilizada. As terras mais efetivas reduzem os valores de peróxido, a cor do óleo e in-crementam os tempos de indução. Para se obter o mesmo resultado pode se uti-lizar doses menores de terra. Então, esta etapa de clareamento do óleo elimina os peróxidos e restauram a estabilidade da oxidação.

A decomposição dos pigmentos de clorofila, outro fator indesejável para a qualidade do óleo, não é alcançada rapi-damente durante a desodorização. Pode-se reduzir o teor de clorofila, de óleo con-tendo alto teor desse pigmento, a níveis aceitáveis, empregando-se maior quan-tidade de terra ou utilizando-se terra para clareamento mais seletivas.

Esse estudo teve como objetivos identificar cultivares de soja mais tole-rantes ao percevejo da soja e que apre-sentem produção de grãos com baixo teor de clorofila (grãos verdes), correla-cionar qualidade dos grãos de soja com qualidade do óleo produzido e a influ-ência de grãos danificados com os cus-tos de produção na indústria.

GRÃOS ARDIDOS, PERCEVEJOS E ACIDEZ DO ÓLEO

A qualidade dos grãos de soja foi de-terminada pela porcentagem de grãos picados por percevejos e ardidos conti-dos na amostra, pelo teste do tetrazólio,

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de acordo com metodologia descrita por França Neto et al. (1998).

Para determinar a qualidade do óleo de soja contendo diferentes proporções de grãos de soja de má qualidade, foram utilizadas amostras de soja contendo di-ferentes quantidades de grãos picados por percevejos e danificados no proces-so de secagem, adicionadas à diferentes proporções de soja tipo semente, de alta qualidade, da cultivar Msoy-8411.

Dessas misturas, avaliou-se a porcen-tagem de grãos ardidos, realizada por seleção manual dos grãos e determinou-se a porcentagem de acidez do óleo.

Foram criadas 3 classes para a variá-vel grãos ardidos:

• Classe 1 - de 0 a 3,9 % de grãos ar-didos;

• Classe 2 - de 4,0 a 7,9 % de grãos ardidos;

• Classe 3 - acima de 8,0 % de grãos ardidos.

Observou-se que à medida em que a porcentagem de grãos de soja picados por percevejos aumenta, a porcentagem de grãos ardidos também cresce, conforme figura 1. A correlação entre picadas de percevejo x grãos ardidos é de 0,92. Es-ses resultados podem variar de acordo com a cultivar, idade fenológica da plan-ta na qual ocorre o aplan-taque de percevejos e condições climáticas.

Existem cultivares de soja que mes-mo apresentando uma elevada porcen-tagem de grãos picados por percevejo, a porcentagem de grãos ardidos é baixa, por exemplo, EMGOPA-315 e Msoy-9001. Os resultados da relação entre por-centagem de grãos ardidos e acidez do óleo de soja evidenciaram que a acidez do óleo aumenta, proporcionalmente, em função do incremento de grãos de má qualidade na amostra de sementes, figura 2.

Ensaios que possibilitam encontrar cultivares de soja que além de alta pro-dutividade apresentem baixa porcenta-gem de grãos ardidos, sobretudo baixa porcentagem de grãos verdes e alta tole-rância a percevejos, características de grande importância para a agroindústria de processamento de soja. Pois a utiliza-ção dessas cultivares é de fundamental importância para produção de óleo de excelente qualidade, redução de custos e aumento da competitividade da agro-indústria brasileira.

Nas figuras 3 e 4 encontram-se as avaliações feitas em porcentagem de grãos verdes, porcentagem de grãos pi-cados por percevejos e porcentagem de grãos ardidos em cultivares de soja do ciclo de maturação precoce.

Nessa avaliação preliminar, visando

Relação entre grãos picados por percevejos (%) e grãos ardidos (%), safra 1999/2000

Influência da qualidade de grãos de soja, na porcentagem de grãos ardidos e na acidez do óleo

Porcentagem de grãos verdes, porcentagem de grãos picados por percevejos e porcentagem de grãos ardidos, em cultivares de soja do ciclo de maturação precoce (A) e médio (B)

obter cultivares precoces com excelente qualidade de grãos, todas obtiveram su-cesso, figura 3A. Mas as cultivares Msoy-6101, FT-2000 e UFV-19 apresentaram uma tendência a produzir grãos verdes. Problema esse que pode ser solucionado com o controle adequado de percevejos. Dentre todas a cultivares precoces, a cul-tivar Msoy-7901, apresentou a menor porcentagem de grãos picados por per-cevejo. Além disso, apresentam também alta produtividade (3107,6 kg/ha), mas o aspecto que se deve levar em conside-ração nessa cultivar é a altura de plan-tas. Por ser de hábito determinado, cres-ce pouco em semeadura no mês de de-zembro. Entretanto, essa deficiência pode ser contornada pelo aumento da população de plantas e semeadura reali-zada em época mais adequada e em so-los de maior fertilidade.

Nas cultivares de ciclo médio, figura 3B, destaca-se a cultivar Msoy-8001, por ter tido baixa preferência pelos perceve-jos e por apresentar produtividade aci-ma de 3.000 kg/ha. A cultivar EMGO-PA-315 também se destacou, apesar de ter tido alta preferência pelos perceve-jos, apresentou baixa porcentagem de grãos ardidos e, principalmente, baixa porcentagem de grãos verdes. As culti-vares Msoy-8400, Msoy-8411, Conquis-ta e Suprema apresenConquis-taram qualidade de grãos semelhantes. Mas essas cultivares se destacam por apresentar maior pro-dutividade.

Ao analisar os resultados da qualida-de qualida-de grãos das cultivares do ciclo tar-dio, figura 4, observa-se que as cultiva-res que obtiveram maior produtividade e grãos de melhor qualidade, foram as cultivares Msoy-8757, Msoy-8800 e Msoy-9001.

Deve-se salientar que esses resulta-dos são preliminares. Mas que essas in-formações são inéditas e de grande im-portância para a continuidade de ensai-os visando à escolha de cultivares de soja com boas qualidades agronômicas: ciclo, altura de plantas, peso de 100 sementes, produtividade e principalmente, baixa preferência por percevejos, baixa porcen-tagem de grãos verdes e grãos ardidos, proporcionando assim matéria-prima de melhor qualidade para a indústria.

CUSTO DE PRODUÇÃO DO ÓLEO

• Custo de terra (argila) - A terra tem com função básica eliminar alguns fato-res indesejáveis no óleo, tais como pig-mentos de clorofila e peróxidos e restau-rar a estabilidade de oxidação. Sem a eli-minação completa desses fatores, o óleo não será envasado em PET, perdendo importante participação no mercado por

A

B

Fig. 01

Fig. 02

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Porcentagem de grãos verdes, porcentagem de grãos picados por percevejos e porcentagem de grãos ardidos em cultivares de soja do ciclo de maturação tardio

Custo de terra para clarificação do óleo envasado em latas e em PET, considerando uma planta industrial com capacidade de produção de 50.000 t./ano

Custo de NaOH para neutralizar o óleo de soja produzido durante 12 meses, considerando a acidez do óleo constante (0,2 %) e variável (0,2 % a 1,0 %). Produção mensal de 10.000 t de óleo e o custo NaOH= R$ 0,29/kg

Tempo (h) a mais, necessário para substituir 48 % da produção de óleo em latas para óleo PET (%), considerando a capacidade total de 250000 t de grãos esmagados, a capacidade de esmagamento de soja para produzir óleo envasado em lata de 15,0 t/h e óleo em PET de 11,0 t/h

passar para uma faixa de classificação inferior.

O custo de terra para clarificação do óleo de soja envasado em lata e em PET, está representado na figura 5. Observa-se que o custo anual para produção do óleo envasado em PET cresce à medida que se substitui o tipo de embalagem de latas para PET. Esse incremento óbvio no custo de produção ocorre em decor-rência da maior quantidade de argila necessária para clarear o óleo envasado em PET. Neste caso, se a soja processada fosse toda tipo “semente”, o custo do óleo PET seria aproximadamente igual ao custo do óleo lata.

• Custo de hidróxido de sódio (NaOH) - O custo direto do NaOH para neutralizar a acidez do óleo de soja é re-lativamente baixo. Se considerarmos uma agroindústria que adquira grãos de soja tipo “semente”, a acidez do óleo bruto produzido, ao longo da safra, seria praticamente constante 0,2%. Mas quan-do se consideram regiões onde os pro-dutores adotam baixa tecnologia, a qua-lidade de grãos é muito heterogênea e a acidez do óleo bruto pode variar ao lon-go da safra devido à má qualidade da soja recebida, conforme a figura 6. Portanto, o custo de produção anual pode ser três vezes maior. A alteração na qualidade da matéria-prima, como já discutimos, é muito variável e depende do nível tec-nológico do produtor, das condições cli-máticas, da cultivar e das perspectivas de preços da soja.

• Perda na capacidade de produção -A capacidade de produção, ou seja, quan-tidade de soja que se processa em um determinado tempo (t./h), é uma quali-dade intrínseca do equipamento utiliza-do no processo de industrialização da soja, desde a preparação dos grãos, da extração do óleo, até o refinamento e envasamento.

A quantidade de soja que se proces-sa na linha de produção também depen-de do tipo depen-de óleo que se está produzin-do. Ao se produzir óleo para ser envasa-do em PET a velocidade envasa-do processo é mais lenta do que quando este é produ-zido para ser envasado o óleo em latas.

Considerando uma planta industrial que tenha capacidade para esmagar 15,0 t. de grãos/h para óleo envasado em lata, esta mesma planta processa aproxima-damente 11,0 t de grãos/hora, quando este óleo é produzido para ser envasado em PET, correspondendo a 36,0 % de redução na capacidade de produção. Os resultados da quantidade de horas ne-cessárias e o custo do tempo para substi-tuir, paulatinamente, 48% da produção do óleo tipo lata em óleo tipo PET, estão

representados na figura 7.

A velocidade de processamento de-pende, também, da qualidade de maté-ria-prima disponível para o processamen-to. Portanto, à medida que a qualidade dos grãos de soja diminui, a velocidade de processamento também é reduzida e o custo do “tempo” se eleva. Então, o aproveitamento máximo dos equipa-mentos só acontece quando se tem ma-téria-prima “tipo semente” na linha de produção.

• Perda de óleo por arraste - Estudos mostram que as perdas de óleo devido à acidez atingem o dobro do índice de aci-dez. Isso significa que, para cada 0,1% de acidez, ocorre uma perda de óleo de 0,2%. No presente trabalho foram consi-deradas perdas de 0,18% por arraste de óleo. Foram calculadas as perdas de óleo à medida que se aumentava a porcenta-gem de óleo de má qualidade. Verificou-se que com aumento da porcentagem de óleo de má qualidade na linha de refina-mento, a quantidade de arraste de óleo nos solvente durante o refinamento do óleo de soja também aumenta. A perda direta também depende da qualidade da matéria-prima e pode atingir até R$ 19.440,00/ano - figura 8. O valor pode ser considerado irrisório, mas se deve lembrar que este é apenas um dos itens que compõem o custo de produção do óleo de soja.

• Perda devido a grãos verdes - As perdas, em valores, que ocorrem devido à presença de grãos verdes, são pouco conhecidas. Sabe-se que o óleo extraído de uma massa com alta porcentagem de grãos verdes terá em sua composição um alto índice de clorofila. E que o excesso de clorofila no óleo promove o desenvol-vimento de oxidações indesejáveis. A extração desse pigmento no óleo é reali-zada com argila. E quanto maior a tidade de clorofila no óleo, maior a quan-tidade de argila necessária para a redu-ção do índice desse pigmento no óleo. Conseqüentemente, eleva o custo de produção.

As análises cromatográficas do óleo extraídas de diferentes amostras de soja, contendo diferentes proporções de grãos ardidos, figura 9, indicam que: à medida que aumenta a porcentagem de grãos ardidos na amostra, o índice de clorofila no óleo também aumenta. A variação da cor do óleo, em unidade vermelho, ana-lisado em cromatógrafo, com a variação de grãos ardidos, mostram que à medida que se aumenta a proporção de grãos ardidos na amostra, o valor da unidade vermelho aumenta, figura 10.

O menor índice de coloração do óleo em unidade vermelho é igual a 2. Óleo

Fig. 04

Fig. 05

Fig. 06

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Marcos Augusto de Freitas João Luiz Gilioli

Marcos Antônio Borges de Melo Marciel Martins Borges

Perda de óleo (t.) por arraste durante o refinamento pelo aumento da proporção de óleo de má qualidade. Considerando a produção de 50.000 t. de óleo/ano

Índice de clorofila, com o aumento de grãos ardidos contidos na amostra de grãos (clorofila < 200 ppb teor baixo, clorofila próximo de 500 ppb alto valor)

Variação da cor do óleo em unidade vermelho, de acordo com o aumento da porcentagem de grãos ardidos

de soja com valor próximo a esse é con-siderado de boa qualidade. O óleo de baixa qualidade é considerado aquele que apresenta um índice de unidade ver-melho de valores próximos ou iguais a 10 unidades.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Houve correlação positiva entre pi-cada de percevejos, grãos ardidos e aci-dez do óleo, isso mostra a importância do controle de percevejos nas lavouras de soja. A redução dos danos por perce-vejo proporcionará melhor qualidade nos grãos de soja recebidos pela indústria, que conseqüentemente produzirá óleo

de melhor qualidade com menor custo. Apesar da correlação positiva existen-te entre picada de percevejos e grãos ar-didos foi possível identificar cultivares de soja que mesmo sob ataque de perceve-jos apresentaram baixa porcentagem de grãos ardidos e menor porcentagem de grãos verdes. Observou-se também uma grande variabilidade dessas característi-cas nas cultivares de soja utilizadas no ensaio.

As informações obtidas com esse tra-balho servirão para direcionar os negóci-os de sementes de soja e direcionar as empresas de pesquisa obtentoras de cul-tivares no planejamento de estratégias de mercado para seus cultivares. E também direcionar o programa de melhoramen-to no sentido de obter cultivares que apresentem, além de alta produtividade e resistência à doenças, possua alto teor de proteína e óleo, alta tolerância a per-cevejos, baixa produção de grãos verdes e boa qualidade de grãos.

Esses resultados também podem con-tribuir para que as industrias processa-doras desenvolvam programas de incen-tivos a produção de grãos. Programas que permitam aos produtores a utilização adequada das novas tecnologias dispo-níveis na condução de suas lavouras de soja. Essa estratégia possibilitará aos pro-dutores uma melhor condição de com-petição,

conseqüente-mente, melhoria na sua condição social e de sua comunidade. Assim a in-dústria receberá grãos de melhor qualidade, o cus-to de produção será redu-zido e esta cumpre sua responsabilidade social.

Atualmente a de-manda por produtos de melhor qualidade e no-tória em todo mundo. E a indústria tem consciên-cia que um excelente produto, com preço com-petitivo e um ótimo ser-viço é uma obrigação.

Sabemos que a qua-lidade da matéria-prima atualmente não é defini-da pela indústria, a in-dústria escolhe a maté-ria-prima e compra. E muitas vezes adquire matéria-prima de péssi-ma qualidade. Estando a matéria-prima no arma-zém o custo de produção está praticamente defini-do. Se esta for de má qua-lidade, a tendência é de

aumentar o custo de produção durante armazenamento.

A definição de qualidade da matéria-prima é realizada pelo produtor, quan-do: esse adquire sementes de cultivares de soja mais adaptada para a sua região; cultivares resistentes à doenças; efetua controle de plantas daninhas, de insetos e doenças; efetua adubação de acordo com a recomendação técnica; colhe na época certa; ou seja, perfil do produtor de semente. É aquele que aceita e pos-sui uma ótima assistência técnica. Esse produtor terá grande chance de oferecer uma matéria-prima de excelente quali-dade para a indústria.

A mão invisível, como diria Adam Smith, está transformando o conceito de boa cidadania corporativa e/ou de rponsabilidade social, numa questão es-tratégica e de sobrevivência das empre-sas, a longo prazo, no mundo dos negó-cios.

Analisando todos estes pontos acima, fica a questão: Por que a indústria de pro-cessamento não participa diretamente na definição da qualidade da matéria-prima? .

Fig. 08

Fig. 09

Referências

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