Avaliação Ambiental Estratégica de Planos
de Urbanização e de Pormenor
Conferência Comemorativa Avaliação Ambiental Estratégica Uma década depois: desafios e oportunidades
Dezembro, 2017
Sessão: AAE nos instrumentos territoriais municipais: desafios e perspetivas futuras
3 • Introdução
- Objetivos - Contexto
• AAE aplicada ao Plano de Pormenor do Aterro da Boavista Nascente
• AAE aplicada ao Master Plan Marina Luanda
• AAE aplicada ao Plano Urbanístico da Orla de Salvador
• AAE aplicada ao Plano de Desenvolvimento Regional KaTembe – Pta
do Ouro
• Análise Comparativa
• Conclusões
ESTRUTURA
INTRODUÇÃO: Objetivos
4
• 1. Apresentar quatro casos concretos de Avaliações Ambientais Estratégicas efetuadas na NEMUS, Lda. nos últimos 7 anos
• 2. Refletir sobre a AAE nos instrumentos territoriais a diferentes escalas
• 3. Discutir a aplicação da AAE nos instrumentos territoriais em diferentes países
5
• Avaliação Ambiental Estratégica - Instrumento de natureza estratégica que ajuda a criar um contexto de desenvolvimento para a sustentabilidade, integrando as questões ambientais e de sustentabilidade na decisão e avaliando opções estratégicas de desenvolvimento face às condições de contexto (Partidário, 2012).
• Aplica-se a planos e programas (ou a políticas em casos
específicos) e, portanto, no contexto dos instrumentos
territoriais, pode ir desde a escala local até à escala nacional.
INTRODUÇÃO: Contexto
6
Quatro Planos Sujeitos a AAE:
• Plano de Pormenor do Aterro da Boavista Nascente (Portugal)
• Master Plan Marina Luanda (Angola)
• Plano Urbanístico da Orla de Salvador (Brasil) • Plano de Desenvolvimento Regional KaTembe
– Pta do Ouro (Moçambique)
Área ge og ráfica De talh e esp aci al do pla no 7,5 ha 167 ha 2.971 ha 425.600 ha
Plano de Pormenor do Aterro da Boavista Nascente
(Portugal)
PP do Aterro da Boavista Nascente
(Portugal)
8
• AAE sobre um Plano de Pormenor (maior escala em termos de planeamento)
• Afeto a uma área de 7,5 ha na zona ribeirinha de Lisboa
• A regeneração desta zona da cidade teria que passar por uma intervenção urbanística integrada com o PP do Aterro da Boavista (Poente).
PP do Aterro da Boavista Nascente
(Portugal)
9 Porção do Plano de Pormenor do
Aterro da Boavista Nascente Está definido o desenho urbano, as transformações fundiárias, as operações de demolição, conservação e reabilitação das construções existentes e os parâmetros urbanísticos mais adequados às especificidades que se pretendem atingir.
PP do Aterro da Boavista Nascente
(Portugal)
PP do Aterro da Boavista Nascente
(Portugal)
PP do Aterro da Boavista Nascente
(Portugal)
PP do Aterro da Boavista Nascente
(Portugal)
13
Fatores Críticos de Decisão:
• FCD 1 – Recursos naturais e patrimoniais
• FCD 2 – Estruturação e requalificação urbana
PP do Aterro da Boavista Nascente
(Portugal)
14
FCD Oportunidades Riscos
FCD1
• Reestruturação e modernização da rede de drenagem pluvial e adoção de medidas específicas de gestão da água (grau
elevado)
• O Regulamento do Plano salvaguarda a realização de um Programa de Acompanhamento Arqueológico durante a fase
de execução (grau elevado)
• Constituição de áreas permeáveis e semipermeáveis (grau médio)
• Remoção de solos potencialmente contaminados por atividades industriais existentes no passado, contribuindo para
a melhoria da qualidade da água subterrânea (grau médio) • Requalificação da zona de proteção e enquadramento dos Monumentos Nacionais Palácio Almada Carvalhais e Ascensor
da Bica (grau médio)
• Não foram identificados riscos de grau elevado • Potencial afetação de cais/varadouro da época romana, atualmente soterrado sob o aterro da Boavista
Master Plan Marina Luanda (Angola)
16
• A área objeto do Master Plan Marina Luanda ocupa cerca de 167 ha e localiza-se na extremidade Sul da Ilha de Luanda (restinga de Sodimo ou Chicala), próxima do centro da marginal e do centro da cidade.
Localização do empreendimento na Área Metropolitana de Luanda
Master Plan Marina
Luanda (Angola)
17
Grandes objectivos do complexo Marina Luanda:
• Dotar a cidade de uma infra-estrutura náutica;
• Potenciar a dinâmica turística da cidade, através da
construção de várias unidades hoteleiras e diferentes
equipamentos de desporto e lazer.
Master Plan Marina
Luanda (Angola)
18
Grandes objectivos do complexo Marina Luanda:
• Contribuir para o
desenvolvimento local:
- Com a geração de receitas através do desenvolvimento de actividades associadas ao turismo, lazer e
serviços;
- Com a criação de emprego, tanto na fase de construção como na fase de exploração.
• Contribuir para a melhoria das condições ambientais da faixa costeira.
Master Plan Marina Luanda (Angola)
19
Fatores Críticos de Decisão :
• Protecção e valorização dos recursos e prevenção de riscos ambientais (FCD 1);
• Ordenamento territorial e urbano (FCD 2); • Desenvolvimento socioeconómico (FCD 3).
Master Plan Marina Luanda (Angola)
20
Factor Crítico de
Decisão Objectivos Ambientais Relevantes QRE
PROTECÇÃO E VALORIZAÇÃO DOS RECURSOS E
PREVENÇÃO DE RISCOS AMBIENTAIS
Prevenir e minimizar os riscos associados à zona costeira
Proteger, salvaguardar e valorizar os recursos e valores naturais, patrimoniais e paisagísticos
Programa Nacional de Gestão Ambiental
Estratégia e Plano de Acção Nacionais para a Biodiversidade (2007-2012)
Plano Nacional de Ordenamento da Orla Costeira angolana (PNOOC) (se promulgado no decurso da Avaliação Ambiental)
ORDENAMENTO TERRITORIAL E URBANO
Promover uma operação de loteamento urbano integrada e coerente com as condicionantes incidentes no território
Promover os espaços verdes, a qualificação das áreas de utilização pública e os equipamentos colectivos
Promover a mobilidade sustentável e a acessibilidade (dotação em transportes e estacionamento)
Promover um processo adequado de desocupação do solo urbano,
(contribuindo directa ou indirectamente para o realojamento dos residentes)
Plano Nacional de Ordenamento da Orla Costeira angolana (PNOOC) (se promulgado no decurso da Avaliação Ambiental)
Plano Director Geral Metropolitano de Luanda (se concluído/disponível no decurso da Avaliação Ambiental)
Projecto Conceptual de Revitalização da Ilha de Luanda
Plano de desenvolvimento urbano e turístico da orla costeira de Luanda (se disponível no decurso da Avaliação Ambiental)
Master Plan Marina Luanda (Angola)
21
Factor Crítico de
Decisão Objectivos Ambientais Relevantes QRE
DESENVOLVIMENTO SOCIOECONÓMICO
Reforçar a qualidade vivencial do espaço público
Reforçar a vocação turística e cosmopolita de Luanda
Promover o emprego e a coesão social
Plano de Desenvolvimento Sustentável 2009-2013
Plano Director Nacional do Turismo
Plano Nacional de Ordenamento da Orla Costeira angolana (PNOOC) (se promulgado no decurso da Avaliação Ambiental)
Projecto de Revitalização da Ilha de Luanda
Plano de desenvolvimento urbano e turístico da orla costeira de Luanda (se disponível no decurso da Avaliação Ambiental)
Master Plan Marina Luanda (Angola)
22
No Contexto do FCD1: Protecção e valorização dos recursos e
prevenção de riscos ambientais foram estudados os seguintes
tópicos:
• Evolução e Dinâmica da Zona Costeira
• Recursos Hídricos Superficiais e Subterrâneos • Ecologia e Biodiversidade
• Património Arqueológico • Património Paisagístico
Master Plan Marina Luanda (Angola)
23
Master Plan Marina Luanda (Angola)
24 Vista para Sul a partir da Fortaleza de S. Miguel em: a) 1962 e b) 2010
1962 2010
No Contexto do FCD2: Ordenamento territorial e urbano foram estudados os seguintes tópicos:
• Usos do solo e infra-estruturas
• Ordenamento do território e espaço público • Habitação e transferência de população
Master Plan Marina Luanda (Angola)
25
No Contexto do FCD2: Ordenamento territorial e urbano
Bairros de Chicala I, II e III, e Bairro do
extremo Sul da restinga (IV)
Master Plan Marina Luanda (Angola)
26
No Contexto do FCD3: Desenvolvimento socioeconómico os seguintes indicadores ou questões específicas foram tratados:
• Apropriação do espaço e usos actuais da área de intervenção • Qualidade vivencial do espaço urbano
• Actividade turística
• Desenvolvimento demográfico • Tecido económico
Master Plan Marina Luanda (Angola)
27
Master Plan Marina Luanda (Angola)
28
Plano Urbanístico da Orla de Salvador (Brasil)
30
• O Plano Urbanístico da Orla de Salvador apresenta-se como instrumento orientador do processo de desenvolvimento urbano no curto, médio e longo prazo, abrangendo áreas da Orla Atlântica, Centro Antigo e Península de Itapagipe da cidade de Salvador.
Plano Urbanístico da Orla de Salvador (Brasil)
31
Quadro de Referência Estratégico
• Intrumentos de Ordenamento Territorial
- Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano (PDDU) do Município de Salvador
- Lei de Ordenamento do Uso e da Ocupação do Solo (LOUOS) do Município de Salvador
- Zoneamento Ecológico-Econômico (ZEE) do Estado da Bahia - Plano Diretor de Arborização Urbana e Paisagismo (PDAUS)
Plano Urbanístico da Orla de Salvador (Brasil)
32
Quadro de Referência Estratégico
• Outros documentos estratégicos (políticas, planos e programas)
- Políticas Nacionais de Proteção e Defesa Civil (PNPDEC) e de Resíduos Sólidos (PNRS);
- Política Estadual de Meio Ambiente e de Proteção à Biodiversidade;
- Política Estadual sobre Mudança do Clima;
- Política de Desenvolvimento do Turismo Sustentável nas Áreas - Proteção Ambiental do Estado da Bahia;
Plano Urbanístico da Orla de Salvador (Brasil)
33
Fatores Críticos de Decisão
• Clima, Geomorfologia e Dinâmica Litoral
• Ecologia, biodiversidade e património natural
• População, urbanismo, mobilidade e ordenamento do território
Vale das Pedrinhas Acesso à Lapa
Plano Urbanístico da Orla de Salvador (Brasil)
34
Fatores Críticos de Decisão
• Clima, Geomorfologia e Dinâmica Litoral
• Ecologia, biodiversidade e património natural
• População, urbanismo, mobilidade e ordenamento do território
Núcleo urbano original da cidade de Salvador Alagamento no bairro de São Cristóvão
Plano de Desenvolvimento Regional
KaTembe – Pta do Ouro (Moçambique)
Plano de Desenvolvimento Regional
KaTembe
– Pta do Ouro (Moçambique)
36
Contexto
• O Plano de Desenvolvimento Regional KaTembe – Ponta do Ouro abrange:
-uma área de 4.256 km2;
-coincidente, em termos administrativos, com: os distritos municipais da KaTembe e Inhaca da Cidade de Maputo e com os postos administrativos de Bela Vista, KaTembe Nsime, Machangulo e Zitundo do Distrito de Matutuíne, da Província de Maputo.
Plano de Desenvolvimento Regional
KaTembe
– Pta do Ouro (Moçambique)
37
Plano de Desenvolvimento Regional
KaTembe
– Pta do Ouro (Moçambique)
38 ILHA DOS PORTUGUESES XEFINA GRANDE INHACA XEFINA PEQUENA Oc ea no Índ ico Baia de Maputo P. Abril P. Goméni P. Dobela P. Mamoli P. Chemucane P. Malongane P. Techobanine P. Milibangalala P. do Ouro ou Tandje P. Mucombo ou Majumbo L. Piti R. Maputo L. Xingute L. Munde L. Mandejene ou Pandejene R. Tembe R. Matola L. Satine ou Sotiba L. Muchane MAPUTO Boane Bela Vista Cidade da Matola Nsime Zitundo Catuane Matola Rio Ndelane/Machangulo Kufa Pochane Djabula Hindane Manhoca Madjuba Ka Tembe Mugazine Massindla Salamanga Madjadjane Mabilibili Tinonganine Ponta do Ouro Portinho de Inhaca Nhonguane/Santa Maria 251 EN4 EN2 EN5 33°0'0"E 32°40'0"E 32°20'0"E 2 6 °0 '0 "S 2 6 °2 0 '0 "S 2 6 °4 0 '0 "S 10 5 0 10 Km
LIMITE DA ÁREA DO PLANO
IBA DA RESERVA ESPECIAL DE MAPUTO
RESERVA FLORESTAL DE LICUÁTI
RESERVA ESPECIAL DE MAPUTO E CORREDOR DO FUTI
RESERVA MARINHA PARCIAL DA PONTA DO OURO
ÁREA DE CONSERVAÇÃO TRANSFRONTEIRIÇA DOS LIBOMBOS
RESERVAS FLORESTAIS DO ARQUIPÉLAGO DE INHACA Contexto Áreas de conservação existentes
Plano de Desenvolvimento Regional
KaTembe
– Pta do Ouro (Moçambique)
39
Contexto
O PDR KaTember – Pta do Ouro visa:
• Uma estratégia para o território que considere os novos projetos previstos para a área de intervenção;
• Os eixos de desenvolvimento prioritário para a dinamização do território, em coerência com as políticas nacionais e sectoriais com incidência espacial;
• Os parâmetros e as condições de utilização com vista à salvaguarda e valorização de áreas com interesse em termos económicos, agrícolas, florestais, ambientais e culturais;
• Normas orientadoras da gestão e uso do território, considerando as suas aptidões e condicionantes, e contribuindo para o seu desenvolvimento sustentável.
Plano de Desenvolvimento Regional
KaTembe
– Pta do Ouro (Moçambique)
40
Fatores Críticos de Decisão
• Proteção e valorização de recursos naturais e patrimoniais (FCD1)
• Vulnerabilidades ambientais, condicionantes ao uso do solo e ordenamento (FCD2)
Plano de Desenvolvimento Regional
KaTembe
– Pta do Ouro (Moçambique)
Plano de Desenvolvimento Regional
KaTembe
– Pta do Ouro (Moçambique)
Análise Comparativa
43 PP Aterro Nascente Master Plan Marina Luanda Plano Urbanístico Orla de Salvador Plano de Desenvolvimento Regional Área afeta à AAE (ha) 7,5 167 2971 425.600 Oportunidades (para 3 FCD) 29 41 42 55 Riscos (para 3 FCD) 5 33 18 18Os três primeiros planos foram feitos em contexto urbano e o Plano de
Desenvolvimento Regional refere-se a uma área mais natural e pouco ocupada, o que permite mais oportunidades e orientações estratégicas
Correlação positiva entre a área (escala) e o número de oportunidades identificadas: -> Menor escala -> Mais graus de liberdade para a identificação de oportunidades
Análise Comparativa
44 PP Aterro Nascente Master Plan Marina Luanda Plano Urbanístico Orla de Salvador Plano de Desenvolvimento Regional Área afeta à AAE (ha) 7,5 167 2971 425.600 Oportunidades (para 3 FCD) 29 41 42 55 Riscos (para 3 FCD) 5 33 18 18O Master Plan Marina Luanda foi o que identificou maior número de riscos:
Provavelmente porque é aquele que se encontra em área mais sensível sob o ponto de vista ambiental e social. Por outro lado, a falta de legislação ambiental que existe no país (à data da realização da avaliação) leva a uma maior identificação de riscos.
Conclusões
45
AAE
Pode ter um papel muito importante no processo de planeamento
A sua influência parece ser maior em planos de menor escala (mais
gerais)
-> menor detalhe espacial -> permitem mais orientações estratégicas com base em cenários
realistas
Porque:
- Evidenciam questões de qualidade ambiental e de vida;
- Obrigam a discussões e consultas públicas mais informadas e
sistematizadas.
Conclusões
46
Pode ter um papel muito importante no processo de planeamento
Ganha ainda mais relevância em países em
desenvolvimento (e.g. Angola e Moçambique),
uma vez que estes apresentam, em muitos casos, estratégias menos consolidadas
AAE
Conclusões
47
A nível internacional: existem vários modelos para a AAE e não parece existir um
modelo consolidado internacionalmente (AAE ainda em fase de amadurecimento)
Portugal: Declaração Ambiental -> É uma tomada de decisão pouco eficaz (a sua
aplicação nem sempre é acompanhada da forma mais eficiente)
Angola, Moçambique, Brasil: -> Incorporação da AAE na legislação ambiental
AAE
Obrigado
NEMUS Brasil: Rua Rio Grande do Sul, n.º 332, salas 701 a
705, Edifício Torre Ilha da Madeira, Pituba, Salvador – Bahia, CEP 41830-140
nemus@nemus.pt
nemus.geral@nemus.com.br