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O trabalho da enfermagem envolve atividades RGONÔMICA DE CADEIRA AVALIAÇÃO UTILIZADA NO TRANSPOR EM HOSPIT INTRODUÇÃO

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SimoneStranghettiJorge*

Neusa Maria Costa Alexandre**

RESUMO: RESUMO:RESUMO: RESUMO:

RESUMO: A enfermagem é apontada como uma profissão com alto grau de estresse postural, sendo o transporte e a movimentação de pacientes as mais penosas atividades. Com apoio no referencial teórico da ergonomia, esta pesquisa tem como objetivo proceder à avaliação ergonômica de um tipo de cadeira de rodas utilizado no transporte de pacientes em hospital. Foi realizado estudo descritivo com a partici-pação de 16 trabalhadores da Seção de Escolta e 16 pacientes de um hospital universitário situado em Campinas, Estado de São Paulo, no período de 2003-2004, sendo utilizados dois instrumentos na coleta de dados: um para os trabalhadores, outro para os pacientes. Os trabalhadores percebem esforço um pouco intenso no procedimento. Verificou-se inadequação em acessórios da cadeira de rodas. Os pacientes sentiram conforto e segurança no transporte. Espera-se que os achados ofereçam subsídios para avaliação ergonômica de equipamentos hospitalares no processo de seleção.

Palavras-chave: Palavras-chave:Palavras-chave: Palavras-chave:

Palavras-chave: Dor lombar; enfermagem do trabalho; ergonomia; transporte. ABSTRACT

ABSTRACTABSTRACT ABSTRACT

ABSTRACT::::: Nursing is identified as a profession with a high rate of postural stress, patient transportation and movement being the most laborious activities. Supported by the ergonomics theoretical framework, this research aimed to proceed the ergonomic evaluation of a wheelchair type used in the transportation of hospital patients. A descriptive study was conducted with the participation of 16 workers of the Escort Section and 16 patients of a university hospital at the city of Campinas, São Paulo, in 2003-2004. Data was collected by means of two different instruments, one for the workers and another for the patients. The results showed that workers perceive the effort in the transportation procedure as a bit intense. Inadequacies were verified in wheelchair accessories. The patients felt comfort and security during their transportation. It is expected that these findings can offer subsidies for the ergonomic evaluation in the selection process of hospital equipments.

Keywords: Keywords:Keywords: Keywords:

Keywords: Lumbar pain; occupational nursing; ergonomics; hospital transportation.

IIIII

NTRODUÇÃONTRODUÇÃONTRODUÇÃONTRODUÇÃONTRODUÇÃO

O

trabalho da

enfermagem envolve

ativida-des que estão associadas a desordens osteomusculares ocupacionais. O transporte de pa-cientes é considerado, pelos trabalhadores de en-fermagem, como a mais estressante atividade na assistência, por propiciar o desenvolvimento de le-sões dorsais1,2. Outros estudos2-5 comprovam que a

transferência de pacientes está associada com do-res lombado-res em trabalhadodo-res da área da saúde.

Nesse contexto, grupos de pesquisadores e organizações internacionais2,3,6 passaram a

reco-mendar a utilização de uma abordagem

ergonômica para a prevenção e redução de le-sões do sistema musculoesquelético advindas das atividades diárias do trabalho na área da saúde.

A ergonomia é o estudo científico da rela-ção existente entre o homem e seu ambiente de trabalho. Esse ambiente não se limita ao espaço físico, mas abrange também os instrumentos, or-ganização local e os métodos usados para desen-volver as atividades. Seu objetivo principal é con-tribuir para que as necessidades humanas no ambiente ocupacional, bem como a promoção de

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saúde e bem-estar sejam supridos, ou seja, é pro-curar adaptar o trabalho ao trabalhador5-7.

Para tanto, faz-se necessária uma análise minuciosa do trabalho a fim de identificar riscos e suas conseqüências para o trabalhador e reor-ganização da atividade para a eliminação da fon-te de lesões ocupacionais visando a saúde do tra-balhador e a melhor qualidade das condições de trabalho5,8,9.

Para a prevenção de lesões e algias verte-brais ocupacionais em trabalhadores de enferma-gem, é necessária a implementação de métodos mais seguros e eficazes para o levantamento e a transferência de pacientes. Ainda, é importante que haja uma adaptação dos equipamentos e mobiliários utilizados para uma maior segurança, conforto e satisfação5.

No Brasil, estudos apontam que atividades como o levantamento e a transferência dos pacien-tes são exercidas sob condições desfavoráveis, nú-mero reduzido de pessoas envolvidas, uso de equi-pamentos inadequados e sem manutenção10-12.

Atu-almente, existem diversos equipamentos desenha-dos ergonomicamente para satisfazer as necessi-dades de conforto e de segurança nos procedi-mentos de movimentação e de transporte de pa-cientes, evitando também lesões nos trabalha-dores10.

A cadeira de rodas é um dos equipamentos mais utilizados pelos trabalhadores da área da saú-de nas atividasaú-des saú-de assistência ao paciente ha-vendo uma grande diversidade desse equipamento no mercado.

Este estudo***tem como objetivos proceder à

avaliação ergonômica de um tipo específico de cadeira de rodas utilizado para a locomoção de pacientes em um hospital universitário; verificar a percepção do esforço despendido pelos trabalha-dores durante as atividades de movimentação e transporte de pacientes nesse equipamento; e ava-liar a sensação de conforto e segurança sentidos pelos pacientes que utilizaram a cadeira de rodas.

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ETODOLOGIAETODOLOGIAETODOLOGIAETODOLOGIAETODOLOGIA

F

oi realizada uma

pesquisa descritiva e

aná-lise ergonômica de um tipo elementar de cadeira de rodas utilizada para transporte em hospital, atra-vés da avaliação de trabalhadores e pacientes.

São características da cadeira de rodas ava-liada: estrutura de ferro; rodas dianteiras maiores

que as traseiras e sem aro. Com apoio de braço fixo e sem altura ajustável; placas fixas de apoio para os pés, sem alça para o calcanhar; acento e encosto estofados; sem trava nas rodas e suporte para o soro. Ver Figura 1.

FIGURA 1: FIGURA 1: FIGURA 1: FIGURA 1:

FIGURA 1: Foto de uma cadeira de rodas do modelo avali-ado.

Campo da P

Campo da P

Campo da P

Campo da P

Campo da Pesquisa e Sujeitos

esquisa e Sujeitos

esquisa e Sujeitos

esquisa e Sujeitos

esquisa e Sujeitos

A pesquisa foi realizada na Seção de Escolta de um hospital universitário situado no municí-pio de Campinas, Estado de São Paulo, no perío-do de 2003-2004. Essa seção é organizada e chefi-ada por uma enfermeira e lotchefi-ada por funcionários de diferentes ocupações, como enfermeiro, auxi-liares de enfermagem, atendentes de enfermagem e maqueiros. Seu objetivo é centralizar o pessoal responsável pelo transporte de pacientes e a distri-buição de determinados utensílios de laboratório.

A equipe da Seção de Escolta realiza qual-quer tipo de transferência dentro do hospital e trabalha somente nos dias úteis, nos períodos da manhã e da tarde. Nos demais dias e no período noturno, o transporte é realizado pelos profissio-nais de enfermagem das unidades de internação. O estudo foi constituído de dois tipos de su-jeitos: trabalhadores da Seção de Escolta e paci-entes que utilizaram a cadeira de rodas que

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esta-va sendo aesta-valiada, perfazendo um total de 16 tra-balhadores e 16 pacientes.

Para a seleção da amostra, foram considera-dos os seguintes critérios de inclusão para os tra-balhadores: estar trabalhando no período de co-leta dos dados, realizar a movimentação e o trans-porte de pacientes no hospital com a cadeira de rodas e aceitar fazer parte da pesquisa.

Os pacientes que participaram do estudo ti-veram como critério de inclusão na pesquisa te-rem sido movimentados e transportados com o auxílio de cadeira de rodas no hospital no perío-do de coleta perío-dos daperío-dos e consentiram em sua par-ticipação na pesquisa. Foram excluídos da pes-quisa os pacientes com déficit cognitivo.

Instrumentos de Coleta de Dados

Instrumentos de Coleta de Dados

Instrumentos de Coleta de Dados

Instrumentos de Coleta de Dados

Instrumentos de Coleta de Dados

Os instrumentos de coleta de dados foram desenvolvidos para atender os objetivos do estu-do e com o suporte teórico da ergonomia9,10,13,14,15.

Inicialmente, também foram ouvidos usuários do equipamento e consultados catálogos de mate-rial hospitalar para a organização dos itens dos formulários. Assim, foi possível construir uma listagem inicial especificando localização de possíveis problemas nas diferentes partes e aces-sórios do equipamento avaliado. Foram, então, elaborados dois instrumentos distintos, sendo um destinado aos trabalhadores e o outro, aos pacientes.

O instrumento de coleta de dados dos tra-balhadores foi dividido em três partes e contha perguntas abertas e fecconthadas. Entre elas in-cluiu-se dados gerais (sexo, idade, tempo de tra-balho na unidade, categoria ocupacional); ava-liação ergonômica da cadeira de rodas; escala para a avaliação do esforço percebido no pro-cedimento.

Borg16desenvolveu e validou as escalas mais

utilizadas para determinar esforços percebidos durante o trabalho físico que são reconhecidas internacionalmente. Neste estudo, foi utilizada uma escala derivada da Escala CR10 de Borg que é aplicada especificamente em pesquisas ergonômicas para avaliação de transferências de pacientes9,17,18. Essa escala apresenta um escore

de 0 a 10, na qual 0 significa nenhum esforço e 10, esforço máximo. Os sujeitos classificaram o esforço despendido, segundo o indicador nu-mérico dessa escala, logo após a movimentação e o transporte do paciente na referida cadeira de rodas.

Para a coleta dos dados dos pacientes, foi aplicado um instrumento que também era dividi-do em três partes. Continha dadividi-dos gerais dividi-do par-ticipante (iniciais, sexo, idade e tempo de utili-zação da cadeira de rodas na locomoção); escala para avaliar a sensação de conforto; e escala para avaliar a sensação de segurança durante o proce-dimento.

Para verificar a percepção de conforto dos cli-entes, durante sua locomoção e transferência na cadeira de rodas, foi utilizada uma escala com es-cores que variam de 0 a 7, no qual 0 significamuito confortável e 7 extremamente desconfortável. Essa es-cala é usada em estudos ergonômicos que avaliam procedimentos relacionados à movimentação de pacientes1,9. Foi adicionada uma questão aberta

para que o usuário pudesse justificar sua percep-ção, com o objetivo de fornecer subsídios para pos-síveis reformulações do equipamento.

A avaliação da percepção de segurança tam-bém foi analisada por meio de uma escala com valores numéricos, variando de 0 a 7, sendo que 0 significamuito seguro e 7 extremamente inseguro, observando-se modelo de outros estudos1,9. Para

confirmar a resposta na escala, foi solicitada a justificativa do paciente.

Os dois instrumentos foram submetidos à apreciação de quatro especialistas com experiên-cia na área para avaliação da validade do con-teúdo. Também, foi realizado um pré-teste com os instrumentos com a finalidade de verificar a adequação à prática, identificar as possíveis difi-culdades durante o desenvolvimento da pesqui-sa. Os instrumentos foram, então, adaptados e corrigidos.

Coleta de Dados e Aspectos Éticos

Coleta de Dados e Aspectos Éticos

Coleta de Dados e Aspectos Éticos

Coleta de Dados e Aspectos Éticos

Coleta de Dados e Aspectos Éticos

A coleta de dados foi realizada durante o mês de dezembro de 2003, nos turnos da manhã e da tarde. Optou-se pela entrevista no local de trabalho. A pesquisadora permaneceu na Seção de Escolta e acompanhou todo o procedimento de manipulação e transporte do paciente. No fi-nal do procedimento, os trabalhadores e pacien-tes eram entrevistados individualmente, utilizan-do-se os instrumentos específicos. Cada partici-pante foi entrevistado uma única vez.

O projeto obteve o parecer favorável da Co-missão de Ética em Pesquisa da Instituição. Os participantes foram informados sobre a pesquisa e assinaram o Termo de Consentimento Livre e Es-clarecido.

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discus-são do perfil dos trabalhadores e dos pacientes, da avaliação dos trabalhadores e da clientela.

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Foram entrevistados 16 trabalhadores da Seção de Escolta, com uma taxa de participação de 100%. A idade média dos trabalhadores parti-cipantes foi de 38.9 anos (DP 8.9, variando de 27 a 55 anos). Dos participantes, 13 (81.2%) eram do sexo masculino e, 3 (18.8%) eram mulheres. Quanto ao tempo de serviço no setor, a média encontrada foi de 6.8 anos. Segundo os resulta-dos, a maioria era maqueiro - 7 (43.8%) contra-tados exclusivamente para a Seção de Escolta; seguem-se 6 (37.5%)auxiliares de enfermagem e 3 (18.7%)atendentes de enfermagem.

A média de idade dos pacientes foi de 46.2 anos (DP 16.2 anos, variando de 16 a 75 anos). Observou-se que, dos 16 pacientes entrevistados,

10 (62.5%) eram do sexo masculino e 6 (37.5%) eram mulheres. Metade dos participantes (50%) utilizaram a cadeira de rodas avaliada de 2 a 4 vezes, e, 31,3% a utilizaram por 5 vezes ou mais. Lembrando que as questões envolvidas eram a sensação de conforto e de segurança durante o procedimento de movimentação e transporte, pôde-se inferir que o número reduzido de vezes que utilizaram a cadeira de rodas tenha contri-buído para uma menor visão crítica sobre o equi-pamento.

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A avaliação ergonômica da cadeira de ro-das, realizada pelos trabalhadores da Seção de Escolta, é apresentada na Tabela 1.

Os trabalhadores foram solicitados a mani-festar suas opiniões sobre diversos componentes da cadeira de rodas. Por ser aberta, essa etapa do instrumento de coleta de dados propiciou aos respondentes a oportunidade de relatarem suas visões sobre os componentes e acessórios da

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TTABELAABELAABELAABELAABELA 1:1:1:1: Avaliação ergonômica da cadeira de rodas, realizada pelos trabalhadores da Seção de Escolta.1: Campinas 2003-2004

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deira de rodas utilizada na movimentação e no transporte dos pacientes no hospital.

A principal queixa foi a falta de manutção do equipamento, que por muitas vezes en-contra-se em situação precária de uso como com rasgos nos tecidos da superfície de encosto e as-sento, a falta de apoio para os pés e braços, rodas e rodízios tortos que não giram bem, e suporte de soro improvisado. Outro problema foi o número insuficiente de cadeiras de rodas para atender à demanda de transporte.

O descanso para os braços tem função im-portante como propiciar ajuda para a impulsão em busca da posição em pé, ser uma superfície de sustentação para os braços e alívio de pressão. Desse modo, deve receber atenção quanto ao ní-vel da altura para apoiar confortaní-velmente os bra-ços e ao comprimento e tamanho da superfície de sustentação15. No apoio para os pés são

importan-tes o tipo e a posição, pois devem propiciar a posi-ção de flexão de quadris a 90º com uma manu-tenção da pélvis em boa posição15. As cadeiras de

rodas devem ter braços e peseiras removíveis para a segurança e facilidade de locomoção dos usuá-rios10. O suporte para os pés deveria também

po-der ser levantado e girado19.

A cadeira foi descrita pelos trabalhadores como pesada, porém relataram que depende par-ticularmente da condição de manutenção. As rodas e rodízios são adequados se sofrerem uma manutenção constante.

É importante resgatar que o suporte de soro não é um acessório da cadeira de rodas avaliada, porém todas as cadeiras possuem um suporte de soro improvisado, fixado com esparadrapo ou in-troduzido em um furo no encosto da cadeira. A sua presença é uma necessidade visto que em sua ausência, o trabalhador teria, ao mesmo tempo, que comandar a cadeira e segurar o frasco de soro. Foram citados também alguns aspectos posi-tivos da cadeira de rodas. O fato de o tecido de revestimento do assento e encosto da cadeira se-rem impermeáveis é visto como ponto positivo, pois facilita a higienização do equipamento.

A NR-17 diz: “todos os equipamentos que compõem um posto de trabalho devem estar ade-quados às características psicofisiológicas dos tra-balhadores e à natureza do trabalho a ser execu-tado”20. Então, faz-se necessário avaliar os

equi-pamentos utilizados com a finalidade não só de mantê-los em bom estado de uso, mas também

adequá-los às necessidades dos trabalhadores e usuários promovendo sua saúde. Estudos mostram que a falta de manutenção dos equipamentos, bem como seus defeitos, a falta de equipamentos au-xiliares na movimentação e transporte de pacien-tes e o número reduzido de trabalhadores e equi-pamentos disponíveis são fatores relacionados com o surgimento de lesões na coluna e dores nas cos-tas, além de tornarem o trabalho mais árduo para os trabalhadores10-12,21.

Tendo como suporte os resultados da pesqui-sa, foi possível elaborar orientações sobre carac-terísticas ergonômicas, de cadeiras de rodas, que devem ser levadas em consideração no processo de seleção:

- Superfície de encosto: deve oferecer apoio para toda a região dorsal; ser ajustável e de material resistente e confortável.

- Assento: deve ser de material confortável, resis-tente e passível de higienização constante. - Descanso para os braços: devem ser removíveis; ter formato anatômico fornecendo um apoio con-fortável e seguro.

- Apoio para os pés: devem ser removíveis; devem ser composto por duas peseiras anatômicas passí-veis de serem levantadas e giradas.

- Rodas e rodízios: devem possuir travas; serem resistentes e de fácil manejo.

- Outras características: a cadeira deve ser leve; deve haver modelos e tamanhos diferentes de acordo com o biotipo do cliente; possuir suporte de soro; ter altura ajustável.

Após a realização da movimentação e trans-porte, os trabalhadores eram questionados sobre o esforço percebido através de uma escala numérica derivada da escala CR – 10 de Borg. A média en-contrada para o grau de esforço percebido pelos trabalhadores na realização da movimentação e do transporte foi de 5.0 (DP 2.0, variando de 3 a 9), demonstrando que os trabalhadores envolvidos com tal atividade percebem um esforço ‘um pouco in-tenso’ segundo a escala utilizada. Verificou-se que as respostas variavam em relação ao peso do paci-ente e em relação ao estado de conservação da cadeira utilizada no procedimento.

Ao avaliar o esforço percebido pelo pessoal de enfermagem, em relação ao sistema osteomuscular, ao transportar pacientes de um leito para a cadeira de rodas, utilizando dispositi-vos auxiliares, Owen e Fragala9 verificaram um

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valor médio de 2,47, segundo a escala de Borg. Então, podemos inferir que o uso de equipamen-tos auxiliares pode minimizar esforços sobre a co-luna vertebral.

Sabe-se que diversos fatores ergonômicos, problemas ambientais e organizacionais como equi-pamentos inadequados e sem manutenção; a fal-ta de equipamentos especiais para movimenfal-tar e transportar pacientes; pessoal insuficiente para realização dos procedimentos e a falta de treina-mento estão relacionados com as lesões na colu-na vertebral. Considerando também que os tra-balhadores da Seção de Escolta realizam trans-portes durante todo o turno de trabalho, lidando com diferentes pacientes e com equipamentos nem sempre em bom estado, conclui-se que a equipe de trabalhadores da Seção de Escolta do hospital está exposta ao desenvolvimento de lesões osteomusculares em vista das atividades que rea-lizam e da precária condição em que muitos equi-pamentos disponíveis para o uso se encontram.

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valiação dos P

valiação dos P

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acientes

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acientes

Os pacientes foram questionados, após cada procedimento, sobre a sua sensação de conforto e segurança durante a movimentação e transporte. A média encontrada para a sensação de conforto dos pacientes durante sua movimentação e trans-porte foi de 1.7 (DP 1.7, variando de 0 a 6). A média encontrada para a sensação de segurança dos pacientes durante sua movimentação e trans-porte foi de 1.6 (DP 1.7, variando de 0 a 6).

A média encontrada nas respostas demons-trou que eles se sentem confortáveis e seguros na cadeira de rodas. Ressalta-se aqui o fato de a metade dos participantes terem utilizado a cadeira por poucas vezes, alguns pela primeira vez. Tam-bém, considera-se como fatores contribuintes para um julgamento não crítico, o curto trajeto per-corrido e a não dependência do equipamento para a locomoção. Recomenda-se que os instrumen-tos desenvolvidos na pesquisa sejam utilizados por usuários para avaliar equipamentos e mobiliários usados permanentemente.

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ONCLUSÃOONCLUSÃOONCLUSÃOONCLUSÃOONCLUSÃO

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Seção de Escolta

do hospital é

compos-ta principalmente por trabalhadores do sexo mas-culino, com idade média de 38.9 anos, com expe-riência no transporte de pacientes. Os trabalha-dores que realizam a movimentação e o

transpor-te de pacientranspor-tes percebem um esforço um pouco intenso, segundo a escala de Borg18utilizada.

Res-salta-se que o esforço percebido varia com as ca-racterísticas físicas do paciente e condições de uso do equipamento. Verificou-se inúmeros fato-res inadequados nos diversos acessórios da cadei-ra de rodas avaliada, destacando-se os seguintes: encosto e assento desconfortáveis e pouco resis-tentes; descanso para os braços fixos e com mato e tamanho impróprios; apoio para os pés for-mado por uma peça fixa, única e insegura; rodas e rodízios sem travas e difíceis de serem mobiliza-dos; e as cadeiras também foram consideradas pesadas, estreitas, baixas e sem suporte de soro.

Os participantes queixaram-se, principalmen-te, da falta de manutenção dos equipamentos que, por muitas vezes, encontravam-se em precária con-dição de uso. Espera-se que as escalas utilizadas nesta pesquisa contribuam para a realização de novos estudos que visem avaliar ergonomicamente equipamentos hospitalares, fornecendo subsídios para seus processos de seleção e aquisição.

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EFERÊNCIASEFERÊNCIASEFERÊNCIASEFERÊNCIASEFERÊNCIAS

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RESUMEN: RESUMEN:RESUMEN: RESUMEN:

RESUMEN: La enfermería es apuntada como una profesión con alto grado de estrés postural, siendo el transporte y la movilización de pacientes las actividades más fatigantes. Con apoyo en el referencial teórico de la ergonomía, esta investigación tiene como objetivo proceder a la evaluación ergonómica de un tipo de silla de ruedas utilizada en el transporte de pacientes en hospital. Fue realizado un estudio descriptivo con la participación de 16 trabajadores de la Sección de Escolta y 16 pacientes de un hospital universitario, sito en Campinas, Estado de São Paulo-Brasil, en el período de 2003-2004, siendo utiliza-das dos formas de recolección de datos: una para los trabajadores y otra para los pacientes. Los trabajadores perciben un esfuerzo un poco intenso en el procedimiento. Se verificó accesorios inadecuados en la silla de ruedas. Los pacientes sintieron confort y seguridad en el transporte. Se espera que los hallazgos ofrezcan subsidios para evaluación ergonómica de equipamientos hospitalarios en el proceso de selección.

Palabras Clave: Palabras Clave:Palabras Clave: Palabras Clave:

Palabras Clave: Dolor lumbar; enfermería del trabajo; ergonomía; transporte. Recebido em: 12.11.2004 Aprovado em: 03.05.2005 Notas Notas Notas Notas Notas

*Enfermeira. Faculdade de Ciências Médicas (FCM), Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), Campinas, SP.

**Professor Associado. Departamento de Enfermagem da Faculdade de Ciências Médicas (FCM), Universidade Estadual de Campinas

(UNICAMP), Campinas, SP.

***Pesquisa realizada com auxílio de bolsa de iniciação científica da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo – FAPESP,

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