• Nenhum resultado encontrado

Automação Industrial e Robótica

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "Automação Industrial e Robótica"

Copied!
41
0
0

Texto

(1)

Automação Industrial e Robótica

J. A. M. Felippe de Souza

Automação. Robótica.

Automação e Robótica.

Benefícios da Automação e da Robótica. Robôs e máquinas flexíveis.

Sensores. Actuadores.

(2)

2

Automação e Robótica

Automação

Através dos séculos o homem tem buscado novas formas de melhorar os seus processos produtivos.

A partir da segunda metade do século XX a tecnologia se desenvolveu e permitiu automatizar estes processos.

No desenvolvimento da industrialização, primeiramente veio a “mecaniza-ção”, que era o uso de ferramentas e maquinaria para auxiliar o homem nas tarefas industriais.

Fig. 1 - No desenvolvimento da industrialização, primeiramente veio a “mecani-zação” e depois veio a “automação”.

A “automação” é um passo que veio após a “mecanização”.

Automação é o uso de “controlo de sistemas”, “comando numérico (CNC)”, “controladores lógicos programáveis (PLC)”, “informática (CAD, CAM, CAx)” para controlar maquinaria industrial e processos industriais, redu-zindo a necessidade de intervenção humana.

(3)

3

Fig. 2 - Uma linha de produção automatizada.

(4)

4

Robótica

Levou cerca de 40 anos para os robôs estarem presentes em força nos processos industriais.

Fig. 4 - Robôs de hoje numa linha de produção.

Estes avanços foram obtidos em parte graças aos grandes investimentos das empresas automobilísticas.

Fig. 5 - Robôs na linha de produção na indústria automóvel.

Há uma grande variedade de robôs e cada robô pode ter diferentes fun-ções programadas.

(5)

5

Mas nos dias de hoje os robôs não são usados apenas na indústria. Há uma série de aplicações de robôs.

Existem robôs: na indústria;

de uso doméstico;

de ajuda médica, em hospitais;

para trabalhos perigosos ou em zonas de risco como: para desmontar bombas;

entrarem em locais radioactivos;

salvar pessoas em incêndios, terramotos e outras catástrofes; para irem no fundo do mar;

etc.

Os robôs são chamados “humanóides” quando têm características seme-lhantes às humanas.

Na Fig. 6 aparecem dois robôs humanóides japoneses, um que se movi-menta com rolamentos (à esquerda) e outro bípede (à direita).

Fig. 6 - Robôs humanóides.

A diversidade de tipos de robôs que existem impedem que haja uma defi-nição de robô que seja universalmente aceite.

(6)

6 Fig. 7 - Braço manipulador, um robô

industrial (fixo).

Fig. 8 - Emiew, um robô (móvel) humanóide da Hitashi.

De acordo com a Robotics Industries Association (ou seja, Associação das Indústrias de Robótica) temos a seguinte definição de robô que é mais objectiva:

Um robô é um dispositivo mecânico articulado reprogramável, que consegue, de forma autónoma e recorrendo à sua capacidade de processamento:

obter informação do meio envolvente utilizando sensores;

tomar decisões sobre o que deve fazer com base nessa informa-ção e em informainforma-ção à priori;

(7)

7

Fig. 9 - Para funcionar os robôs requerem que dominemos muitas áreas do conhecimento.

Os manipuladores e os robôs móveis na indústria.

Os robôs actuais ainda estão muito longe de serem estes andróides retra-tados nas películas de cinema.

(8)

8

Os robôs manipuladores actuais são máquinas automatizadas muito sofisticadas que realizam trabalhos produtivos especializados.

A grande maioria (cerca de 90%) dos robôs actuais é do tipo de manipu-ladores industriais, isto é, ‘braços’ e ‘mãos’ controlados por computador. Esses manipuladores têm uma base fixa e portanto movem os seus braços e mãos mas não saem do seu lugar.

Metade dos manipuladores que existem no mundo é usada na indústria automóvel.

Máquinas automatizadas e robôs na indústria não apenas desempenham tarefas na linha de produção, mas acima de tudo eles manipulam produtos entre uma tarefa e outra.

Numa linha de produção, muitas vezes os robôs colocam os materiais nas posições para serem trabalhados (aparafusados, soldados, pintados, etc.) e depois retiram-nos para poder entrar o próximo.

(9)

9

Outro exemplo: na indústria de alimentos, os robôs e máquinas automati-zadas (como esteiras rolantes por exemplo) colocam alimentos no forno, tiram do forno, ou simplesmente fazem passar pelo forno, entrando num lado e saindo no outro.

Portanto, o manuseio (ou o manuseamento) dos produtos é uma das tare-fas mais executadas na automação industrial, seja por robôs (manipulado-res) ou por outras máquinas automatizadas.

Fig. 13 - Robôs fazendo o manuseamento dos materiais.

Outro detalhe: nem todos os robôs industriais são fixos. Na indústria há também robôs que se movem.

Eles são usados no transporte e no armazenamento interno dos materiais dentro da fábrica.

Um tipo comum de robô móvel é, por exemplo, o AGV (“Automated Guided Vehicle”), ou seja, veículo guiado automatizado, do qual falaremos a seguir.

AGVs e LGVs na indústria.

A movimentação ou o transporte e o armazenamento de materiais dentro da própria indústria é uma outra tarefa muito necessária no ambiente industrial.

AGV (Automated Guided Vehicle) e LGV (Laser Guided Vehicle) são robôs móveis que fazem o transporte automático de materiais em fábricas.

(10)

10

Ao contrário dos manipuladores que têm base fixa, os AGVs e os LGVs se deslocam sob rodas movendo-se pelo ambiente de trabalho.

Fig. 15 - Um AGV, robô móvel do tipo que é usado na indústria para o trans-porte e armazenamento de materiais internamente.

Fig. 16 - AGVs (Automated Guided Vehicles) fazendo o transporte de materiais na indústria.

Os AGVs seguem um conjunto de trajectórias definidas no pavimento que podem estar marcadas através de um fio condutor enterrado no chão ou faixas coloridas pintadas no chão.

Por outro lado os LGVs podem navegar mais livres pois não dependem de fios nem faixas pintadas no chão.

(11)

11

Fig. 17 - LGVs (Laser Guided Vehicles) fazendo o transporte de materiais na indústria.

Robôs móveis como AGVs e LGVs têm que possuir uma visão artificial através de sensores (de visão e de distância).

Além disso eles estão programados para funcionar autonomamente, como por exemplo: em muitos casos os AGVs e LGVs podem tomar decisões de como: parar se encontrar algum obstáculo no caminho, ou mesmo contornar o obstáculo.

Fig. 18 - Um LGV (Laser Guided Vehicle) e um AGV (Automated Guided Vehicles) fazendo o transporte de materiais na indústria.

(12)

12

Máquinas CNC.

CNC são as iniciais de “Computer Numeric Control” ou, em português, “Controle Numérico Computorizado”.

Uma máquina CNC faz uso de técnicas de comando numérico e são consideradas parte da Robótica e da Automação Industrial.

Fig. 19 - Máquinas CNC (Computer Numeric Control ou Controle Numérico Com-putorizado) na indústria.

A máquina CNC foi desenvolvida na década de 1940 e é um controlador numérico que permite o controlo de máquinas.

Com as máquinas CNC pode-se fazer o controlo simultâneo de vários eixos. Ou seja, torno e fresa comandados pelo computador.

Fig. 20 - Programas de CAD/CAM utilizados pelas máquinas CNC para produzirem peças de precisão.

(13)

13

Fig. 21 - O fabrico de peças com precisão, desde um simples parafuso até o um motor completo, é com o auxílio de programas de CAD/CAM que são utili-zados nas máquinas CNC.

(14)

14

Fig. 22 - Máquinas CNC (Computer Numeric Control ou Controle Numérico Com-putorizado) na indústria.

Fig. 23 - O design objectos e até mesmo de automóveis é com o auxílio de progra-mas de CAD/CAM que são utilizados nas máquinas CNC.

(15)

15

A utilização de máquinas CNC permite a produção de peças complexas com grande precisão, especialmente quando associado a programas de CAD/CAM.

A introdução de máquinas CNC na indústria mudou radicalmente os processos industriais.

Com as máquinas CNC curvas são facilmente cortadas, complexas estruturas com 3 dimensões tornam-se relativamente fáceis de produzir e o número de passos no processo com intervenção de operadores humanos é drasticamente reduzido.

A máquina CNC reduziu também o número de erros humanos (o que aumenta a qualidade dos produtos e diminui o desperdício).

A máquina CNC agilizou as linhas de montagens e tornou-as mais flexíveis, pois a mesma linha de montagens pode agora ser adaptada para produzir outro produto num tempo muito mais curto do que com os processos tradicionais de produção.

Fig. 23 - O design objectos, peças, máquinas, motores e até mesmo de automóveis e aviões hoje são feitos em computador com o auxílio dos programas de CAD/CAM que são utilizados nas máquinas CNC.

(16)

16

Automação e Robótica

A “Automação” e a “Robótica” são áreas novas na tecnologia moderna. Ou também pode-se dizer que, a “Automação” e a “Robótica” são ciências multidisciplinares que reúnem várias áreas científicas.

Fig. 10 – Máquinas utilizadas na indústria para manufactura automatizada de gelados. Para projectar uma máquina automatizada, assim como para fazer um robô, os engenheiros têm que dominar técnicas de diversos ramos da ciência desde:

a Matemática; e a Física;

a Economia (pois lida com produção); até áreas da Engenharia como:

a Mecânica; a Electrónica;

a Teoria do Controlo de Sistemas; a Automação Industrial;

a Visão Artificial por Computador; as Comunicações;

o Processamento de Sinais; os Computadores;

a Energia; e muito mais.

(17)

17 Portanto,

os dispositivos que integram sistemas automatizados, assim como os

robôs e todas as metodologias robóticas, estão cada vez mais presentes no nosso dia a dia.

Para essa disseminação de robôs que vemos hoje contribuíram decisiva-mente os avanços nas áreas:

dos computadores; e das comunicações.

Benefícios da Automação e da Robótica.

Em muitas indústrias a introdução da automação e da robótica revolucio-nou a forma laboral.

Com o robô industrial, um mesmo equipamento pode ter muitas funções e substituir vários equipamentos distintos.

Deixou de haver muitos trabalhos: pesados;

desagradáveis, monótonos; e repetitivos;

com baixos salários e surgiram outros trabalhos como o de supervisão;

de programação; ou de manutenção;

de robôs e todas as outras máquinas automatizadas. Ou seja, tarefas que são mais bem remuneradas.

(18)

18

Fig. 13 - Robôs na indústria automóvel. Os robôs e as máquinas automatizadas:

não recebem salários; não comem;

não bebem;

não têm que ir à casa de banho; como os humanos.

Eles fazem aquele trabalho repetitivo que seria extremamente enfadonho para nós,

sem parar,

sem diminuir o ritmo, sem sentir sono

como os humanos. Além disso, quando executam uma tarefa os robôs e as máquinas automatizadas frequentemente fazem-na:

mais rápidos; e mais eficazes que os humanos.

(19)

19

Algumas características dos robôs manipuladores industriais e das máquinas automatizadas em geral podem ser resumidos abaixo:

podem trabalhar 24 horas por dia sem descanso nem pausas; não perdem a concentração. A qualidade do seu trabalho é a mesma ao fim do dia como no início;

libertam-nos do trabalho repetitivo e enfadonho;

são mais seguros que o próprio homem em muitos trabalhos de rotina;

são mais rápidos e mais eficientes que o homem na maior par-tes dos trabalhos;

raramente cometem erros;

podem trabalhar em locais onde: há risco de contaminação; há risco para a saúde; há perigo de vida; são de difícil acesso;

(20)

20

Fig. 14 - Robôs na indústria fazendo soldadura. Mais precisos que o homem e poupando os riscos para saúde.

Alguns dos benefícios gerados, por exemplo, pelos robôs manipuladores industriais e as máquinas automatizadas na produção são:

Redução de custos;

Ganhos de produtividade;

Aumento de competitividade; Controlo eficaz de processos;

Controlo de qualidade mais eficiente.

A robótica também permite uma inspecção dos produtos manufacturados que em alguns casos chegam a 100% dos mesmos.

Isso significa um “controlo de qualidade” que é feito não com apenas uma amostra dos produtos manufacturados, mas sim com todos.

Ou seja, nestes casos todos os produtos defeituosos são eliminados, e muitas vezes com uma precisão bem maior que quando feito pelos seres humanos (quando envolve inspecções micrométricas por exemplo).

(21)

21

Fig. 15 - Robô e máquinas automatizadas fazendo inspecção de um produto com ajuda do computador.

Fig. 16 - Robôs e máquinas automatizadas fazendo inspecção de produtos. Um con-trolo rigoroso que elimina as peças defeituosas com mais precisão que os humanos.

Alguns exemplos da importância da inspecção dos produtos manufactura-dos:

na indústria farmacêutica é necessário verificar se os medicamen-tos são empacotados com os folhemedicamen-tos informativos (que acompa-nham os remédios) correctamente inseridos sem haver enganos ou trocas entre medicamentos diferentes;

(22)

22

na indústria alimentícia é necessário verificar se os alimentos são empacotados com a data de validade correctamente escrita na embalagem, ou com a quantidade certa dentro da embalagem; etc.

Com isso reduz-se o retorno dos produtos com defeitos pelo mercado con-sumidor e temos produtos mais seguros e livres de defeitos para a Socie-dade.

Fig. 17 - Produtos (alimentos) manufacturados com ajuda de robôs e máquinas automatizadas.

(23)

23

Fig. 18 - Produtos (alimentos) manufacturados com ajuda de robôs e máquinas

automatizadas.

Fig. 19 - Produtos (alimentos) manufacturados com ajuda de robôs e máquinas automatizadas depois de colocados no mercado consumidor (o

supermercado neste caso).

Fig. 20 - Fármacos (à esquerda) e aparelhos electrónicos (à direita) manufacturados com ajuda de robôs e máquinas automatizadas depois de colocados no mercado consumidor.

(24)

24

Antes de chegarem às prateleiras das lojas os produtos manufacturados já passaram por inspecção, embalagem, etiquetagem, empacotamento, dis-tribuição, etc., com ajuda de robôs e processos de automação.

No passado os robôs foram por vezes retratados na literatura e no cinema como máquinas que assemelham-se com os humanos e que eles pode-riam vir a reproduzirem-se e a dominar-nos.

Fig. 21 - Robô retratados na literatura e no cinema como máquinas que eventualmente poderiam dominar-nos.

Hoje nós não temos mais esta preocupação imediata de os robôs virem a dominar as nossas vidas mas nos preocupamos com o facto de eles esta-rem ocupando os nossos “postos de trabalho”.

(25)

25

Mas os robôs e as máquinas automatizadas também geram “postos de trabalho”, em outros níveis. Por exemplo:

construtores de robôs;

técnicos de manutenção; programadores;

supervisores.

Robôs e máquinas automatizadas precisam ser projectados e construídos. Logo, as fábricas de robôs e máquinas automatizadas empregam muitos engenheiros e funcionários para os criarem e os construírem.

Fig. 23 - Robôs para funcionarem ininterruptamente precisam de ter manutenção per-manente.

(26)

26

Robôs e máquinas automatizadas para funcionarem ininterruptamente precisam de ter manutenção regular. Assim como o nosso automóvel, os robôs e as máquinas automatizadas precisam trocar óleo, de revisões periódicas, etc. Logo, onde há robôs e máquinas automatizadas também há técnicos de manutenção para cuidarem disso.

Robôs e máquinas automatizadas para executarem as tarefas que são necessárias precisam ser programados. Técnicos que estejam preparados para trabalhar com softwares que os robôs e as máquinas automatizadas trabalham. Logo, onde há robôs e máquinas automatizadas também é necessário que haja técnicos que os programem.

O trabalho dos robôs e das máquinas automatizadas precisa ser observado e supervisionado. Logo, onde há robôs e máquinas automatizadas também é necessário que haja técnicos que façam a supervisão e o monitoramento para verificarem se as tarefas estão sendo executadas correctamente.

Fig. 25 - Robôs sendo desenvolvidos em laboratório. Os engenheiros projectam a cinemática, a dinâmica, o planeamento dos movimentos e a visão robótica.

Portanto, os “postos de trabalho” gerados pelos robôs e pelas máquinas automatizadas não são daquele tipo de trabalhos monótonos que ele substitui, mas sim trabalhos de nível melhor, mais criativos.

Ou seja:

A sociedade deve estar preparada para se adequar a esta nova

realidade que é: a robótica e a indústria automatizada.

(27)

27

Robôs flexíveis.

Muitos robôs podem ser reprogramados para diferentes tarefas, eventual-mente trocando o instrumento de suas mãos.

Desta forma um mesmo robô pode por vezes desempenhar tarefas como: apertar parafusos, soldar, pintar, moldar, forjar, cortar, perfurar, moer, bater, misturar, separar, etc.

Estes robôs são ditos serem robôs flexíveis.

Fig. 26 - Um robô flexível fazendo diferentes tarefas (na indústria da música e de vídeos). O mesmo robô coloca e tira peças na máquina de moldar, pinta, pul-veriza, faz banho, faz limpeza de pequenas lentes, etc.

(28)

28

Sensores.

Os robôs têm sensores de todo o tipo. Os robôs usam sensores para obter informações do seu mundo em volta, para desempenhar as suas tarefas, e em especial no manuseio dos produtos.

Vamos aqui ver que há sensores para muitas grandezas. Há sensores: de posição,

de distância, de visão,

acústicos,

e muitos outros.

E quanto a natureza destes sensores também há muitos tipos. Há senso-res: ópticos, fotoeléctricos, infra vermelhos, ultra sónicos, etc.

Em geral um sensor mede uma característica do ambiente ou espaço em que ele está e proporciona sinais eléctricos.

Estes dispositivos simulam os sentidos humanos, principalmente a visão, o tacto, a audição e o olfacto.

Mas os robôs têm a vantagem de poder detectar características físicas que nós humanos não conseguimos detectar com os nossos sentidos, como por exemplo: os campos magnéticos, ondas ultra-sónicas, etc.

As dificuldades que os sensores por vezes têm são relacionadas com a interferência nas medidas que fazem, ou em outras. Ora o sensor pode sofrer a interferência, ora ele pode interferir em algumas grandezas do sistema. Por exemplo, os medidores de esforço ou pressão podem ser sensíveis à temperatura.

Em geral um sensor dá a sua medida como um sinal eléctrico. Se deseja-mos a medida em outra grandezas é necessário usar um transdutor. Transdutores são dispositivos que transformam um determinado tipo de energia (ou grandeza física) num outro tipo diferente.

(29)

29 Fig. 25 - O robô Caesar II da Universidade

de Frankfurt na Alemanha é equipado com habilidades visuais e sensoriais. Ele tem um par de câmaras stereo, vários sensores ultra-sónicos e infra-vermelhos.

Fig. 28 - Sensores ópticos se difundiram largamente nos últimos anos e hoje são usados até nos ratos de computadores.

Sensores ópticos

Hoje sensores ópticos podem medir quase todas as grandezas físicas e um grande número de espécies químicas de interesse prático.

Alguns exemplos destas grandezes são: temperatura; pressão; caudal; nível de líquidos; deslocamento; posição; velocidade; aceleração; vibração; rotação; campo magnético; força; esforço; espécies químicas; radiação; ph humidade, campo eléctrico; campo acústico; etc.

(30)

30

Estes sensores são chamados de ópticos porque usam técnicas magnético ópticas, ou de laser, ou com fibras ópticas, ou de reflexão de luz ou outras radiações electromagnéticas.

As vantagens dos sensores ópticos (sobre os sensores não ópticos ou convencionais) são:

maior sensibilidade; passividade eléctrica;

livre de interferência magnética; larga amplitude dinâmica;

configuração de ponto e distribuída (isto é, podem medir local-mente ou uma região grande);

capacidade multiplexadora (isto é, podem receber ou enviar vários sinais).

A visão robótica

Os sensores fotoeléctricos de luz são uma forma de visão para a robótica e têm diferentes formas:

fotoresistências; fotodiodos; fototransistores.

Estes sensores mudam a resistência, o díodo, ou o transístor conforme detecta luz.

Ou seja, quando um feixe de luz é detectado eles respondem seja criando ou trocando um sinal eléctrico que será analisado e o dispositivo tomará uma decisão.

Com o uso de filtros um sensor de luz pode criar respostas selectivas com as quais o robô unicamente poderá ver determinadas cores.

O uso de sensores de luz permite aos robôs se comunicarem.

(31)

31

Por exemplo: eliminar um produto defeituoso da banda transportadora numa linha de produção.

Esta é uma tarefa que os humanos fazem com certa facilidade mas porque não usam somente a visão, mas sobretudo o cérebro, na tomada de deci-são.

Nestes casos os robôs necessitam do auxílio do computador para fazer a selecção com base em informações que os sensores de luz produzem. Para isto o computador muitas vezes tem que usar técnicas de Inteligência Artificial que simulam o funcionamento do nosso cérebro na tomada de decisões.

O computador processa e envia uma informação de volta para o disposi-tivo robótico com uma ordem (de aceitar ou rejeitar o produto).

Fig. 29 - Robôs que se deslocam automaticamente dependem da visão robótica. Estes robôs são chamados AGV (Automated Guided Vehicles) e LGV (Laser Gui-ded Vehicle), frequentemente usados para fazer o transporte de materiais na indústria (caso das fotos ao centro e à direita). Nós voltaremos a falar neles no próximo capítulo (Robôs na indústria).

Os sensores de infra-vermelho são usados para comportamentos simples dos robô, como por exemplo, evitar obstáculos ou mesmo para os robôs se deslocarem.

O robô emite um raio para um obstáculo e mede a distância de maneira similar a um radar (em aviões) ou sonar (em navios).

(32)

32

Fig. 30 - Os robôs que jogam futebol, como os cãezinhos Aibo da SONY, também dependem da visão robótica para se orientarem no campo, localizarem a bola, o golo, etc.

Mas mesmo a visão robótica pura e simples é ainda muito imperfeita e portanto, um dos grandes reptos para a engenharia de hoje em dia.

Para poder gerar imagens tridimensionais a partir de 2 imagens muito semelhantes em um tempo curto se requer uma grande quantidade de memória e de um processador muito poderoso.

É difícil programar um robô para que ele saiba o que deve ignorar e que não deve ignorar das imagens que ele “vê”.

Os robôs têm problemas para interpretar

sombras,

trocas de luzes, e brilho.

Além disso, para poder ter percepção da profundidade é necessário que tenham visão estereoscópica, como nós humanos que temos dois olhos.

Outro dos grandes inconvenientes é ter que interpretar imagens tridimen-sionais.

(33)

33

Sensores de tacto e de posição

Os sensores de tacto também ajudam aos robôs (que não têm capacidade de visão) a caminhar.

Os sensores contactam e enviam um sinal para que o robô saiba que há tocado com algum objecto.

Os sensores mais comuns para isto são os do tipo pizzoeléctrico.

Com os sensores de posição tornam possível ensinar a um robô a fazer uma função repetitiva em função dos seus movimentos.

Os sensores localizados em certos pontos do próprio robô guardam infor-mações sobre as trocas de posições.

Desta forma o robô poderá então recordar a informação e repetir o traba-lho na forma exacta que foi realizado inicialmente.

Fig. 31 - Com ajuda de sensores de tacto e de posição os robôs podem memorizar os movimentos de uma tarefas e depois repeti-la por vezes e vezes sem fim e sempre da mesma forma.

(34)

34

Alguns outros tipos de sensores robóticos, ou combinação dos já mencio-nados acima:

Acelerómetro:

Detecta movimentos, vibrações, e ângulos com respeito à gravidade. Sensor de corrente:

Mede o uso de corrente e potência pelo robô. Bússola digital:

Detecta orientação com respeito ao campo magnético terrestre. Encoders:

(Linear ou translacional, Rotary ou de rotação e Slot ou de ranhura):

Usado para determinar distância translacional, velocidade rotacional e/ou ângulo das partes móveis do robô.

Emissor e detector infra-vermelho:

Emite e detecta raios infra-vermelho. Pode ser usado para sinalizar, para evitar obstáculos, e para detectar cor.

Sensores de carga e de momento (torque): Mede momentos e outras forças do robô.

Rangefinder:

Detecta limites de obstáculos de poucos centímetros até vários metros. Modulado para estar imune a irradiações de infra-vermelho do ambiente.

Sonar ou sensor ultra sónico:

Detecta obstáculos e pode determinar a dureza / maciez dos objectos pela eco-locação.

Chaves tácteis de choques:

Detecta contacto físico do robô quando colide com algo. Sensor piro-eléctrico:

Detecta fogo e outras fontes de calor (como velas acesas, chamas, etc.). Também é usado para detectar movimento de pessoas e animais, pois irradiam calor do seu corpo.

(35)

35

Um exemplo: o robô Neptune construído na Universidade Carnegie Mellon em New Jersey nos Estados Unidos para fazer exames do interior de tan-ques e reservatórios de combustíveis.

Fig. 32 - O robô Neptune construído na Universidade Carnegie Mellon nos Estados Unidos para fazer inspecções do interior de tanques e reservatórios de combustíveis.

Este robô Neptune usa

sensores acústicos para sua navegação e

sensores de corrosão

para avaliar a deterioração do fundo e das paredes dos tanques e reser-vatórios que ele examina.

Ele também usa

sensores de visão

(carrega uma câmara) para permitir a inspecção das deteriorações visíveis que ficam registadas em vídeo.

Actuadores.

Os actuadores são usados em automação para entregar ao sistema a excitação necessária para seu funcionamento, na forma do tipo de energia adequado.

Se o funcionamento do sistema estiver baseado em algum movimento de uma de suas partes, serão necessários actuadores para fornecer energia mecânica para o movimento.

(36)

36

Se o sistema for térmico, será necessário um actuador que forneça energia térmica para atingir uma dada temperatura desejada.

Os actuadores se dividem em: hidráulicos;

pneumáticos; eléctricos.

Os actuadores hidráulicos se caracterizam por terem como fonte de ener-gia um líquido que se desloca por um conduto com uma pressão ade-quada.

Este líquido é geralmente “óleo” ou “água”.

O actuador pneumático tem como fonte de energia um gás pressurizado, geralmente ar comprimido.

Já os actuadores eléctricos usam energia eléctrica.

Actuadores hidráulicos

Os actuadores hidráulicos são os mais antigos pois foram os primeiros a serem usados.

(37)

37

Actuadores pneumáticos

Os actuadores pneumáticos são normalmente empregado em sistemas onde se requer altas velocidades nos movimentos, com pouco controlo sobre o posicionamento final, em aplicações onde o momento exigido é relativamente baixo.

Os actuadores pneumáticos funcionam com energia pneumática (ar com-primido) e executam movimentos lineares, rotativos e semi-rotativos ou angulares.

As três variáveis básicas para o controlo desses movimentos são o sentido do movimento, a velocidade e a força.

Fig. 32 - Actuadores pneumáticos.

(38)

38

Em processos de manufactura pode ter actuadores lineares como pistões pneumáticos de simples e dupla acção

e actuadores rotativos, como

motores pneumáticos.

Em processos contínuos, a válvula de controlo é um actuador capaz de regular o caudal de um fluido (líquido, gás ou vapor) que escoa através de uma tubulação, por meio do posicionamento relativo de um obturador que obstrui a área livre de passagem do fluido.

Nestas válvulas a actuação é feita, na maioria das vezes, por dispositivos pneumáticos, por isto são chamadas também de válvulas de controlo pneumático.

Actuadores eléctricos

Actuadores eléctricos Rotativos são equipamentos electromecânicos que substituem com alta confiabilidade a operação manual de válvulas em:

locais de difícil acesso ou periculosidade elevada para o operador; casos que demandam conjugado de actuação elevado;

condições onde for requerido posicionamento rápido, especialmente em válvulas cujo número total de voltas seja grande;

regime de trabalho com alta-frequência de manobras;

controlo automático de processos onde as válvulas operam em duas posições extremas ou com reposicionamentos intermediários (modulação).

(39)

39

Fig. 35 - Actuadores eléctrico.

Um motor eléctrico simples consiste de uma bobina que gira entre dois ímãs permanentes.

(a) Os pólos magnéticos da bobina (representados como ímã) são atraídos pelos pólos opostos dos ímãs fixos.

(b) A bobina gira para levar esses pólos magnéticos o mais perto pos-sível um do outro mas,

(c) ao chegar nessa posição o sentido da corrente é invertido e

(d) agora os pólos que se defrontam se repelem, continuando a impul-sionar o rotor.

(40)

40

Motores de passo

Um motor de passo é um tipo de motor eléctrico que é usado quando algo tem que ser posicionado muito precisamente ou girado em um ângulo exacto.

Em um motor de passo, um ímã permanente é controlado por uma série de campos electromagnéticos que são activados e desactivados electronica-mente.

Desse modo, é uma mistura entre um motor de corrente contínua e um solenóide.

Motores de passo não usam escovas ou comutadores.

Muitos dispositivos computadorizados (drives, CDRom etc.) usam motores especiais que controlam os ângulos de giro de seus rotores.

Em vez de girar continuamente, estes rotores giram em etapas discretas; os motores que fazem isso são denominados motores de passo.

O rotor de um motor de passo é simplesmente um ímã permanente que é atraído, sequencialmente, pelos pólos de diversos electroímanes estacio-nários, como se ilustra:

(41)

41

Fig. 38 - Motor de passo.

Num motor de passo, o rotor é atraído por um par de pólos do estator e a seguir, por outro.

O rotor movimenta-se por etapas discretas, pausando em cada orientação, até que novo comando do computador active um jogo diferente de elec-troímanes.

Estes electroímanes são ligados/desligados seguindo impulsos cuidado-samente controlados de modo que os pólos magnéticos do rotor se movam de um electroíman para outro devidamente habilitado.

Referências

Documentos relacionados

Figura 5.7 – Janelas correspondentes a dois robôs com estrutura RR, com a configuração pretendida, a selecção dos parâmetros do robô, número de pontos, número de amostras e

Já em relação às traduções, ainda que o tradutor tenha fé pública - não me pergunte os mo2vos, sou apenas o mensageiro :) - as suas traduções são

Além disso, como muitas vezes os utentes se deslocam primeiramente à farmácia comunitária para receber os cuidados de saúde primários e devido à facilidade de compra e ao

,,FARMALOGIST’’ 67,300.00 74,030.00 60 дана 24 часа Приликом контроле и стручне оцене понуда, Комисија за јавне набавке констатовала је да у

Cremos que os ministros da Palavra de Deus, os presbíteros e os diáconos devem ser escolhidos para os seus ofícios me- diante eleição legítima pela igreja, com oração e em

Já que todas os métodos referentes ao banco de dados devem ficar nas classes do tipo DAO, então para poupar código e aproveitar a orientação objetos, vamos criar uma classe que

- O PAGAMENTO SERÁ EFETUADO COM 20 DIAS ÚTEIS APÓS A DATA DE ENTRADA DA NOTA FISCAL O QUAL SE DARÁ APÓS A EFETIVA ENTREGA DA MERCADORIA OU SERVIÇO, MEDIANTE RECIBO;. - NÃO

Requer a criação de Comissão Parlamentar de Inquérito, com a finalidade de investigar denúncias de superfaturamento e irregularidades na licitação e na forma do pagamento de