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Movimentos Migratórios para o Estado da Bahia: Efeitos diretos e indiretos da Migração de Retorno,

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Movimentos Migratórios para o Estado da Bahia:

Efeitos diretos e indiretos da Migração de Retorno,

1991 – 2000

Cláudia Cristina Rios Caxias da CostaJosé Irineu Rangel Rigotti

Palavras-chave: Migração de Retorno; Geodemografia; Fluxo Migratório.

Resumo

Sendo a migração de retorno um dos principais fenômenos ocorridos dentro do fluxo de migração brasileiro, nos últimos decênios, estetrabalho enfoca o processo de migração de retorno à Bahia, procedente das demais Unidades da Federação (UFs), adotando como fonte os microdados dos Censos Demográficos de 1991 e 2000, representativa de grandes extensões territoriais. A mensuração dos efeitos diretos e indiretos da migração de retorno e os impactos deles provenientes são os objetivos principais deste estudo, auxiliando, desta forma, na compreensão das migrações e lançando luzes à reflexão dos deslocamentos populacionais de e para a Bahia.

Trabalho apresentado no XVI Encontro Nacional de Estudos Populacionais, realizado em Caxambu- MG – Brasil, de 29 de setembro a 03 de outubro de 2008.

Doutoranda em Geografia pelo Programa de Pós-Graduação em Geografia – Tratamento da Informação Espacial (PUC-MINAS).

Doutor em Demografia (CEDEPLAR/UFMG) e professor do Programa de Pós-Graduação em Geografia – Tratamento da Informação Espacial (PUC-MINAS).

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Movimentos Migratórios para o Estado da Bahia:

Efeitos diretos e indiretos da Migração de Retorno,

1991 – 2000

Cláudia Cristina Rios Caxias da CostaJosé Irineu Rangel Rigotti

1. Introdução e objetivos

Dentro das temáticas que abordam os fluxos migratórios brasileiros, figura a migração de retorno como um dos principais fenômenos verificados nos últimos decênios. Estados como Minas Gerais e os oito que, juntamente com a Bahia, compõem o Nordeste brasileiro, e que via de regra, tornaram-se modelos de “fornecedores de mão-de-obra”, vêm apresentando tendências de recuperarem sua população de emigrantes. A literatura específica sobre o tema atesta que o fluxo de migrantes de retorno no último decênio mostrou-se mais intenso e direcionado para estes estados em particular.

O migrante de retorno, entendido neste estudo como a pessoa que deixou o seu estado natal, residiu algum tempo em outro estado e depois regressou ao seu lugar nascimento, é procedente da Bahia, estado cuja história se identifica com a própria formação da nação brasileira. No período intercensitário de 1990-2000, o estado passou por algumas modificações, tanto de cunho social, como de infra-estrutura, possibilitando o que a literatura designa como deslocamentos que envolvem a reversibilidade e a circularidade2 da migração, pois, grande parte dos migrantes, antes mesmo de sair do seu lugar, já pensa a ele retornar um dia.

Geralmente, os motivos que impulsionam a saída do indivíduo são de ordem econômica, ou seja, o migrante sai de seu local de origem em busca de melhores oportunidades de emprego e de estudo, na expectativa de incrementar a sua renda, quase sempre a patamares bem abaixo daqueles adequados ao bem viver. O retorno, muitas vezes, se verifica por algum equívoco de avaliação quanto ao local para o qual se dirigiu, fazendo com que ele – o migrante – sinta-se frustrado e esmorecido em suas expectativas quanto às melhorias almejadas.

Entretanto, a migração pode fazer parte ainda de um planejamento em longo prazo de mudança de residência, quando o migrante se posiciona como um trabalhador que agregará bens e/ou benefícios no tempo da sua estada fora, retornando, mais idoso, para seu local de origem, para desfrutar a velhice, juntamente com seus familiares.

Trabalho apresentado no XVI Encontro Nacional de Estudos Populacionais, realizado em Caxambu- MG – Brasil, de 29 de setembro a 03 de outubro de 2008.

Doutoranda em Geografia pelo Programa de Pós-Graduação em Geografia – Tratamento da Informação Espacial (PUC-MINAS)..

Doutor em Demografia (CEDEPLAR/UFMG) e professor do Programa de Pós-Graduação em Geografia – Tratamento da Informação Espacial (PUC-MINAS).

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Afirma Sayad, citado por Fazito (2005), que o ciclo vital da migração fecha-se no retorno à terra natal, pois constitui o retorno um princípio simbólico, que inscreve a circularidade nas migrações. Desta forma, os sistemas empíricos de migração comportam como etapa essencial: o retorno, que a um só tempo fundamenta simbolicamente todo e qualquer deslocamento; e desempenha função estrutural na topologia desses sistemas, porque dinamiza o processo migratório.

Este estudo apresenta dados demográficos da migração no Estado da Bahia, sobremaneira os de retorno nos decênios 1981-1991 e 1990-2000, bem como a análise dos fluxos migratórios interestaduais3 nos qüinqüênios 1986-1991 e 1995-2000, haja vista as visíveis mudanças no seu panorama geodemográfico, ao longo do período adotado para este estudo.

Neste trabalho fica evidenciado que o retorno pode ter sido realizado, a partir do Estado da Bahia, com apenas uma etapa migratória ou com mais de um movimento (múltiplas etapas), mas pelo Censo Demográfico só é possível identificar, além do local de origem na data fixa – 01/09/1986 ou 01.08.1995, a última etapa migratória que o emigrante realizou.

A busca por uma metodologia que pudesse mensurar os efeitos diretos e indiretos4 deste fenômeno, algumas vezes negligenciados, determinou o objetivo principal deste trabalho, ou seja, analisar os efeitos diretos e indiretos da migração de retorno para o Estado da Bahia e a forma mais apropriada para as suas mensurações. O mapeamento dos movimentos migratórios mais intensos, de última etapa, no Estado da Bahia nas décadas anteriores aos censos demográficos de 1991 e 2000, configura-se como objetivo específico deste. Optou-se pelo mapeamento dos fluxos das microrregiões baianas para outras, localizadas nas demais Unidades da Federação (UFs) e destas para a Bahia.

2. Uma breve contextualização dos Fluxos Migratórios Baianos.

A Bahia é composta por 417 municípios, subdivididos em 32 microrregiões5 . O mapa 1 mostra a localização do Estado e suas microrregiões, ponto de partida e chegada dos fluxos migratórios baianos, objetos de análise deste estudo:

Mapa 1

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Neste artigo serão apresentadas as classes que representam os fluxos mais intensos, de e para o Estado da Bahia. Para visualização dos demais fluxos, vide dissertação de Mestrado de Costa (2007), intitulada; Migração de Retorno para o Estado da Bahia: uma análise demográfico-espacial.

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Estes efeitos serão descritos posteriormente.

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De acordo com a Constituição brasileira de 1988, são definidas como um agrupamento de municípios limítrofes. Sua finalidade é integrar a organização, o planejamento e a execução de funções públicas de interesse comum, definidas por lei complementar estadual. Entretanto, raras são as microrregiões assim definidas. Consequentemente, o termo é muito mais conhecido em função de seu uso prático pelo IBGE que, para fins estatísticos e com base em similaridades econômicas e sociais, divide os diversos estados da federação brasileira em microrregiões.

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. Apesar de saírem mais pessoas da Bahia do que chegam de outros locais, a população do Estado aumentou 1,09% durante a década de 1990, passando de 11.867.991 pessoas no censo de 1991 (Mapa 2) para 13.070.250 habitantes no ano 2000 (Mapa 3).

Mapa 2 Mapa 3

Em sua maioria, o fluxo migratório baiano tem origem em cidades com menos de 50 mil habitantes, que oferecem poucas perspectivas de vida aos seus moradores.

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Imigrante Emigrante Saldo

Migratório Imigrante Emigrante Saldo Migratório

Alagoinhas 10.209 9.303 906 11609 13448 -1839

Barra 7.104 7.443 -339 5495 7241 -1746

Barreiras 14.001 4.893 9.108 18105 7884 10221

Bom Jesus da Lapa 8.717 6.204 2.513 6368 5301 1067

Boquira 2.416 3.502 -1.086 3242 4260 -1018 Brumado 5.013 6.652 -1.639 5444 6947 -1503 Catu 8.556 12.445 -3.889 8499 12290 -3791 Cotegipe 3.448 4.529 -1.081 2750 4551 -1801 Entre Rios 3.886 4.635 -749 6168 5604 564 Euclides da Cunha 5.979 8.099 -2.120 7383 8636 -1253 Feira de Santana 39.304 38.506 798 40209 40789 -580 Guanambi 9.633 12.681 -3.048 9119 10664 -1545 Ilheus-Itabuna 86.754 100.705 -13.951 73328 93532 -20204 Irece 17.909 24.340 -6.431 17126 21113 -3987 Itaberaba 9.919 18.377 -8.458 10945 15726 -4781 Itapetinga 8.356 13.632 -5.276 9510 12379 -2869 Jacobina 15.258 19.244 -3.986 16027 18106 -2079 Jequie 24.341 34.602 -10.261 25208 31236 -6028 Jeremoabo 2.675 2.745 -70 2681 2637 44 Juazeiro 11.569 9.125 2.444 12551 11468 1083 Livramento do Brumado 1.764 1.715 49 1862 1258 604 Paulo Afonso 3.098 5.019 -1.921 3420 4576 -1156 Porto Seguro 41.077 32.104 8.973 55075 37906 17169 Ribeira do Pombal 6.825 11.306 -4.481 9141 10584 -1443 Salvador 140.071 78.751 61.320 150668 112975 37693

Santa Maria da Vitoria 4.874 5.715 -841 4788 4643 145

Santo Antonio de Jesus 21.171 33.308 -12.137 24748 32112 -7364

Seabra 9.092 9.323 -231 12305 11067 1238 Senhor do Bonfim 10.949 13.691 -2.742 10431 13013 -2582 Serrinha 12.195 18.455 -6.260 14755 18423 -3668 Valenca 14.863 13.973 890 14912 17784 -2872 Vitoria da Conquista 27.305 23.309 3.996 27185 22904 4281 1991 2000 Microrregiões

De acordo com o IBGE, as pequenas cidades baianas tendem a “murchar”, enquanto a Região Metropolitana de Salvador vem experimentando uma superlotação graças, em boa parte, à imigração interestadual. A cada 10 anos, a capital baiana ganha aproximadamente mais 500 mil moradores, o que praticamente significa uma Feira de Santana6 por década.

Os saldos migratórios para as 32 microrregiões baianas estão evidenciados no Quadro 1 a seguir:

Quadro 1

Saldos Migratórios para as Microrregiões da Bahia, 1991/2000.

Fonte: IBGE, Censos Demográficos de 1991 e 2000 (microdados).

3. Metodologia aplicada aos Efeitos Diretos e Indiretos da Migração de Retorno

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Em linhas gerais, o efeito direto da migração de retorno a uma determinada UF está relacionado a todo o natural que tenha retornado a esta unidade da federação (UF) no decênio anterior à do censo utilizado como fonte dos dados. O efeito indireto, considera duas componentes, designadas aqui de efeito indireto1, que decorre da imigração de não naturais, associada ao retorno de naturais e o efeito indireto 2, decorrente do nascimento dos filhos dos retornados (das mulheres retornadas), na UF de destino (RIBEIRO, CARVALHO, WONG, 1996; RIBEIRO, 1997; MAGALHÃES, 2003). O Diagrama 1 evidencia tais efeitos e suas relações principais:

Diagrama 1 - Condição do imigrante decenal em relação à migração de retorno

Fonte: Garcia e Ribeiro, 2004 (adaptado)

Em face de temática deste estudo, ressalta-se que trabalhos como os de Magalhães (2003), priorizam, no tocante à mensuração dos efeitos indiretos, à utilização da família como unidade de análise, uma vez que um domicílio7 qualquer pode abrigar mais de uma unidade familiar. Como a hipótese subjacente à estimativa do efeito indireto é a de que um indivíduo que retorna à sua Unidade da Federação de nascimento tende a vir acompanhado dos familiares, as relações de parentesco, sob a ótica da família, parecem mais adequadas para sua estimação.

No estabelecimento dos critérios para definição dos efeitos diretos e indiretos, as famílias são divididas em dois grupos diferentes: no Grupo 1, estão as famílias cujo chefe é um retornado à Bahia nos decênios anteriores aos períodos deste estudo; no Grupo 2, estão as famílias cujo chefe não é um natural da Bahia. Torna-se condição necessária para o indivíduo ser considerado na mensuração dos efeitos direto ou indireto, ter chegado à Bahia no decênio anterior à realização do censo abordado. Assim, a informação básica para esta análise é aquela que registra o local de residência anterior do retornado, conhecida como quesito de 'última etapa'.

Garcia e Ribeiro (2004), embasados por Ribeiro (1997) e Magalhães (2003), demonstram através dos diagramas 2 e 3 a lógica da definição de quem é o que, no que diz respeito aos efeitos da migração de retorno, dentro das famílias que têm, pelo menos, um membro na condição de retornado no decênio anterior ao censo utilizado como fonte de

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Critérios desenvolvidos por Ribeiro (1997), utilizando o domicílio como unidade básica de análise, foram norteadores na identificação dos efeitos direto e indireto da migração de retorno.

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dados. A condição na família é sempre relacionada ao chefe e a hierarquia familiar obedece à seguinte ordem: chefe, cônjuge, filho(a), enteado(a), pai/mãe, sogro/sogra, avô(ó)/bisavô/ó, neto(a)/bisneto(a), genro/nora, irmão/irmã, cunhado(a), outros parentes, agregado(a), pensionista, empregado(a) doméstico(a), parente do(a) empregado(a) doméstico(a).

Nas famílias cujo chefe é um baiano retornado na década anterior à da realização do censo (Diagrama 2), são considerados como sendo efeito direto da migração de retorno todos os naturais da Bahia, na família, que tenham retornado no decênio anterior, independente da relação com o chefe e do tempo de residência no estado. Para ser considerado um efeito indireto (tipo 2) da migração de retorno, o não natural tem que ser cônjuge, filho, enteado, pai/mãe ou sogro/sogra, para não depender do tempo de residência; para as demais categorias (outros parentes e não parentes), dentro da família, o não natural tem que ter tempo de residência na Bahia igual ou menor ao do chefe.

Diagrama 2 - Definição de efeitos direto e indiretos (tipo 2) da migração de retorno a Bahia, em famílias cujo chefe é um retornado a Bahia.

Fonte: Garcia e Ribeiro, 2004 (adaptado)

Nas famílias onde o chefe é um não natural (Diagrama 3), são considerados efeito direto da migração de retorno aqueles naturais da Bahia, de todas as outras categorias familiares (que não chefe), desde que tenham retornado ao estado no decênio anterior ao censo. Para a mensuração do efeito indireto (tipo 2), é necessário saber quem é retornado na família. Se um ou mais retornados forem cônjuge, filho, enteado, pai/mãe ou sogro/sogra, são considerados efeitos indiretos (tipo 2): chefe; e cônjuge, filho, enteado, pai/mãe ou sogro/sogra, independente do tempo de residência; ou demais membros da família (outros parentes e não parentes) que tenham tempo de residência igual ou menor ao retornado com maior tempo de residência. Se um ou mais retornados estiverem dentre os demais membros

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da família, são considerados efeitos indiretos (tipo 2) todos os membros da família que tenham tempo de residência na Bahia igual ou menor ao tempo do retornado de maior hierarquia na família.

Diagrama 3 - Definição de efeitos direto e indireto (tipo 2) da migração de retorno a Bahia, em famílias cujo chefe é um não natural da Bahia.

Fonte: Garcia e Ribeiro, 2004 (adaptado)

O efeito indireto do tipo 1 é definido pelo número de filhos que as retornadas têm no local de destino, após a sua chegada. Essas mulheres retornadas, que chegaram ao longo de todo um decênio, têm filhos com idades que variam entre 0 e 9 anos. Parte destes filhos nasceu antes de a mãe migrar, ou seja, são migrantes também. Outra parte nasceu depois da chegada da mãe ao local de destino. É esta última parte que representa o efeito indireto do tipo 1.

A forma mais simples de se mensurar essas crianças é por meio da utilização do algoritmo de Lee (1957), segundo o qual se aplica, nas mulheres imigrantes, a razão criança/mulher (RCM) observada na população residente, calculando o total de filhos tidos por essas mulheres e, depois, separa aqueles que nasceram na origem daqueles que nasceram no destino. A RCM da população de 0 a 4 anos de idade é obtida pela razão entre o número de crianças desta faixa etária, e o número de mulheres entre 15 e 44 anos, observados na população. A RCM da população de 5 a 9 anos de idade é obtida pela razão entre o número de crianças desta faixa etária, e o número de mulheres entre 20 e 49 anos, observados na população.

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O número de filhos que as mulheres retornadas tiveram no decênio é obtido pela multiplicação das razões criança/mulher encontradas para a população pela soma de mulheres retornadas, dos grupos etários utilizados no cálculo da RCM. Assim, tem-se:

Para separar do total de filhos tidos aqueles que nasceram no local de destino, o autor propõe, para o grupo de 0 a 4 anos, que 75% destas crianças tenham nascido no destino e que 25% tenham nascido na origem; para o grupo de 5 a 9 anos de idade, 25% das crianças nasceram no destino e 75% na origem. O Diagrama 4 atesta que, para os dois grupos de famílias de retornados, o efeito indireto tipo 1, é contabilizado pelos filhos das mulheres retornadas, nascidos após o retorno, estimados através do critério estabelecido pelo autor da metodologia proposta.

Diagrama 4 – Definição do efeito indireto (tipo 1) da migração de retorno a Bahia.

Fonte: Garcia e Ribeiro, 2004 (adaptado).

4. Dinâmica Demográfica Baiana

De acordo com o IBGE, em 1991 (Gráfico 1), os destinos preferenciais dos baianos eram os Estados de São Paulo e, em segundo lugar, Goiás, por conta do desenvolvimento do agronegócio. Já em 2000 (Gráfico 2), São Paulo e Minas Gerais prevaleceram na preferência dos baianos para a verificação do fenômeno migratório.

Gráfico 1 Gráfico 2

Uma tendência nacional a respeito das migrações também se verificou na Bahia; enquanto os homens, em sua maioria, se dirigem para o Sudeste, as mulheres se deslocam para municípios maiores que os seus, dentro do próprio território baiano.

Bahia emigrantes naturais por UF de destino - 1991

AL 1% PA 3% RJ 4% SE 4% PE 4% DF 5% ES 5% MG 6% GO 6% Outras UFs 10% SP 52%

Bahia emigrantes naturais por UF de destino - 2000

Outras UFs 8% PR 1% CE 1% 3%SE PE 3% DF 5% RJ 6% GO 6% ES 6% MG 7% SP 54%

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Segundo o IBGE (2000) essa variação com a diferença de objetivos se deve ao fato que, enquanto os homens buscam um meio de sustento imediato, o sexo feminino prioriza os estudos. O município de Ilhéus, mesmo possuindo mais de 220 mil habitantes, figurou no rol das cidades que “expulsaram” moradores, de acordo com os últimos dados censitários. A crise do cacau no município diminuiu as oportunidades e sua população apresentou ao longo do período intercensitário deste estudo, um decréscimo de 0,08%.

A dinâmica demográfica baiana é revelada mais detalhadamente pelos fluxos de pessoas. Estes fluxos estão evidenciados mapas (1,2,3 e 4) a seguir, cujas classes mais expressivas variam de 1012 a 19116 pessoas, que fizeram a migração da Bahia para outra UF ou de outras UFs para a Bahia.

Mapa 4

. Emigrantes interestaduais procedentes da Bahia, segundo microrregiões, por classes, período 1986 - 1991

O Mapa 4 mostra os fluxos demográficos mais intensos, tendo por origem o Estado da Bahia. O destino mais procurado (intervalo de classe de 9001-19116 indivíduos) foi a microrregião de Novo Horizonte (SP), com economia voltada para as atividades agrícolas e pecuárias, principalmente o cultivo da cana-de-açúcar.

A origem destes fluxos, na época, foram as microrregiões de Boquira e Euclides da Cunha. Além dos deslocamentos para o Sudeste, observam-se ainda fluxos migratórios em direção as microrregiões do Acre, Pará, Pernambuco e Goiás.

Mapa 5

Imigrantes interestaduais para a Bahia, segundo microrregiões, por classes, período 1986 – 1991

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No Mapa 5, os fluxos mais expressivos, representados pelo intervalo de classe 4501-9001 tem por origem a cidade de Novo Horizonte (SP) em direção às microrregiões baianas de Boquira e Euclides da Cunha. Da cidade serrana de Santa Maria Madalena (RJ) – escolhida pela Organização Mundial de Saúde (OMS) após análises sistemáticas do clima de várias cidades do Brasil, como sendo o 3º melhor clima do território nacional – partem baianos também para a microrregião de Boquira, que foi, no passado recente – de 1970 a 1990 – a maior produtora de chumbo do Brasil.

O Mapa 6 apresenta o mapeamento de intervalos de classes que denotam os fluxos maiores de 1000 emigrantes baianos. A exemplo do mapa que denotou os mesmos intervalos de classe para os dados referentes ao Censo de 1991, os emigrantes que partiram das microrregiões de Euclides da Cunha e Boquira se dirigiram para a cidade de Novo Horizonte (SP). Da microrregião de Itapetinga, o destino preferencial foi a cidade de Vitória, capital do Espírito Santo.

Saindo das cidades de Novo Horizonte (SP), com destino às microrregiões de Boquira e Euclides da Cunha e de Santa Maria Madalena (RJ) também para a microrregião de Boquira, os baianos perfizeram o caminho de volta, evidenciando o que seria um movimento de retorno de um contingente que fez o movimento inverso na década passada (denotado pelo Censo de 1991). Também se observa que, dos Estados de Pernambuco, Espírito Santo e Minas Gerais, um considerável número de baianos deve ter retornado ao seu Estado no período de análise (Mapa 7).

Mapa 6

Emigrantes interestaduais procedentes da Bahia, segundo microrregiões, por classes, período 1995 – 2000.

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Mapa 7

Imigrantes interestaduais para a Bahia, segundo microrregiões, por classes, período 1995 – 2000

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Ao analisar os impactos da migração de retorno, deve-se levar em consideração os efeitos indiretos, pois isso fornece um quadro mais completo da migração para a Bahia. O efeito indireto do tipo 2 – os não-naturais da Bahia, entre cônjuge, filho, enteado, pai/mãe, sogro/sogra relacionados com o natural retornado – representaram no decênio de estudo pouco mais de 300 mil pessoas, que imigraram para o Estado, juntamente com cerca de 130 mil baianos que retornaram a Bahia. (Tabela 1)

Tabela 1

Bahia: Migração de retorno no decênio – efeitos diretos e indiretos por microrregião, 1990/200 – Grupo 1

Barreiras 29001 2.393 5.450 7.843 2,28

Cotegipe 29002 905 2.219 3.124 2,45

Santa Maria da Vitória 29003 1.659 3.887 5.546 2,34

Juazeiro 29004 3.865 9.551 13.415 2,47

Paulo Afonso 29005 1.412 3.590 5.002 2,54

Barra 29006 1.946 5.012 6.958 2,58

Bom Jesus da Lapa 29007 1.485 4.176 5.662 2,81

Senhor do Bonfim 29008 3.472 8.052 11.524 2,32 Irecê 29009 4.398 11.456 15.854 2,61 Jacobina 29010 4.546 10.999 15.544 2,42 Itaberaba 29011 3.219 7.947 11.165 2,47 Feira de Santana 29012 7.158 16.135 23.293 2,25 Jeremoabo 29013 972 2.505 3.477 2,58 Euclides da Cunha 29014 3.179 7.982 11.161 2,51 Ribeira do Pombal 29015 3.910 9.399 13.309 2,40 Serrinha 29016 4.505 10.569 15.074 2,35 Alagoinhas 29017 3.368 8.732 12.099 2,59 Entre Rios 29018 1.149 3.142 4.291 2,73 Catu 29019 1.195 2.717 3.911 2,27

Santo Antônio de Jesus 29020 4.339 8.931 13.270 2,06

Salvador 29021 20.519 38.917 59.437 1,90 Boquira 29022 1.767 4.981 6.748 2,82 Seabra 29023 2.482 6.581 9.063 2,65 Jequié 29024 5.790 13.231 19.022 2,29 Livramento do Brumado 29025 751 1.951 2.702 2,60 Guanambi 29026 2.596 6.474 9.070 2,49 Brumado 29027 2.422 6.512 8.934 2,69 Vitória da Conquista 29028 8.310 20.237 28.547 2,44 Itapetinga 29029 2.477 6.217 8.695 2,51 Valença 29030 1.950 3.975 5.925 2,04 Ilhéus-Itabuna 29031 11.846 26.305 38.151 2,22 Porto Seguro 29032 9.386 23.143 32.529 2,47 129.370 300.975 430.345 2,33

Fonte: IBGE - Censo Demográfico de 2000 (microdados) Total

Microrregião Código Efeito direto Efeito

indireto Efeito total

Razão - efeito indireto e direto

Na Tabela 2, direcionada aos efeitos diretos e indiretos relacionados ao Grupo 2 (cônjuge natural da Bahia), também prevaleceu, evidentemente, o efeito indireto sobre o direto para todas as microrregiões baianas.

A razão de 2,90 para o Grupo 2 em relação a razão de 2,33 para o Grupo 1, denota o acréscimo representado pelo fluxo de pessoas que acompanharam os cônjuges naturais de chefes não naturais da Bahia, responsáveis por um contingente significativo de pessoas que migraram para o território baiano no último decênio, representando um montante de 334.877 pessoas.

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Bahia: Migração de retorno no decênio – efeitos diretos e indiretos por microrregião, 1990/200 – Grupo 2

Barreiras 29001 1.936 5.502 7.438 2,84

Cotegipe 29002 609 1.851 2.460 3,04

Santa Maria da Vitória 29003 1.159 3.928 5.087 3,39

Juazeiro 29004 2.635 8.031 10.666 3,05

Paulo Afonso 29005 1.173 3.455 4.628 2,95

Barra 29006 1.340 4.300 5.640 3,21

Bom Jesus da Lapa 29007 1.245 4.081 5.326 3,28

Senhor do Bonfim 29008 2.269 6.526 8.795 2,88 Irecê 29009 3.074 9.270 12.344 3,02 Jacobina 29010 2.962 8.885 11.847 3,00 Itaberaba 29011 1.840 5.718 7.558 3,11 Feira de Santana 29012 4.621 13.966 18.587 3,02 Jeremoabo 29013 595 1.563 2.158 2,63 Euclides da Cunha 29014 2.039 5.821 7.860 2,85 Ribeira do Pombal 29015 2.522 7.300 9.822 2,89 Serrinha 29016 2.707 7.639 10.346 2,82 Alagoinhas 29017 1.886 5.387 7.273 2,86 Entre Rios 29018 760 2.580 3.340 3,39 Catu 29019 736 1.817 2.553 2,47

Santo Antônio de Jesus 29020 2.556 7.270 9.826 2,84

Salvador 29021 13.301 34.097 47.398 2,56 Boquira 29022 1.188 3.343 4.531 2,81 Seabra 29023 1.500 5.079 6.579 3,39 Jequié 29024 3.369 9.931 13.300 2,95 Livramento do Brumado 29025 505 1.543 2.048 3,06 Guanambi 29026 1.654 4.888 6.542 2,96 Brumado 29027 1.552 4.679 6.231 3,01 Vitória da Conquista 29028 5.169 15.156 20.325 2,93 Itapetinga 29029 1.599 4.560 6.159 2,85 Valença 29030 1.317 3.646 4.963 2,77 Ilhéus-Itabuna 29031 7.726 23.096 30.822 2,99 Porto Seguro 29032 8.304 24.121 32.425 2,90 85.848 249.029 334.877 2,90 Fonte: IBGE - Censo Demográfico de 2000 (microdados)

Total

p

Microrregião Código Efeito direto Efeito

indireto Efeito total

Razão - efeito indireto e direto

A mensuração do efeito indireto (tipo 2) dos imigrantes do decênio 1990/2000, não retornados, mediante sua relação com a migração de retorno e a condição destes no domicilio chefiados por um natural retornado a Bahia (Grupo 1), está retratada na Tabela 3.

Os não retornados, os não naturais que chegaram a Bahia nos decênios anteriores aos Censos de 1991 e 2000, compõem os possíveis efeitos indiretos (tipo 2), satisfazendo, para isso, as condições que constam da metodologia.

Para 1991, de um total de cerca de 236 mil pessoas, havia quase a mesma proporção de homens (50,1%) e mulheres (49,9%), no que tange aos imigrantes sem relação com a migração de retorno. Percentual similar verificou-se da análise dos dados do Censo 2000, onde de um total de pouco mais de 244 mil imigrantes sem relação com a migração de retorno, 50,7% era de homens e 49,3% de mulheres. Assim, quase 236 mil pessoas não naturais da Bahia acompanhavam um chefe baiano no período 1981-1991, cifra que aumentou para pouco mais de 300 mil pessoas no período 1990-2000.

Observa-se também um aumento no total de chefes naturais durante os dois períodos – de pouco mais de 82 mil pessoas para 129 mil indivíduos. Isso se deve, sobretudo, ao aumento da participação dos chefes do sexo feminino – de 18,5% (1991) para 24,9%. Em outras palavras, houve aumento do percentual de chefes do sexo feminino, acompanhando uma tendência brasileira deste período.

(15)

Tabela 3

Bahia: Imigrante do decênio 1990/2000 não retornado, segundo relação com a migração de retorno e a condição no domicílio – Grupo 1

Masculino (%) Feminino (%) Total Masculino (%) Feminino (%) Total

Chefe 54.456 87,8 7.580 12,2 62.036 57.558 81,1 13.383 18,9 70.941 Cônjugue 713 1,4 50.918 98,6 51.631 4.001 7,2 51.243 92,8 55.244 Filho(a), enteado(a) 62.498 52,0 57.757 48,0 120.255 61.758 53,3 54.087 46,7 115.845 Pai, mãe, sogro(a) 404 21,0 1.522 79,0 1.926 591 27,7 1.539 72,3 2.130

Total 118.071 50,1 117.777 49,9 235.848 123.908 50,7 120.252 49,3 244.160

Chefe 66.996 81,5 15.165 18,5 82.161 97.103 75,1 32.267 24,9 129.370 Cônjugue 853 1,4 59.449 98,6 60.302 5.372 6,1 82.402 93,9 87.774 Filho(a), enteado(a) 88.503 51,5 83.285 48,5 171.788 108.826 52,0 100.264 48,0 209.090 Pai, mãe, sogro(a) 583 15,4 3.191 84,6 3.774 826 20,1 3.286 79,9 4.112

Total 156.935 49,3 161.090 50,7 318.025 212.127 49,3 218.219 50,7 430.346 Fonte: IBGE - Censo Demográfico de 2000 (microdados)

Imigrante sem relação com a migração de retorno Chefe natural da Bahia e demais membros do domicílio não-naturais

Condição da migração e relação domiciliar

1991 2000

De forma similar aos dados apresentados na Tabela 3, a Tabela 4 relaciona o imigrante no decênio 1990/2000 não retornado, segundo relação com a migração de retorno e a condição no domicilio, considerando o Grupo 2 (cônjuge natural e demais membros dos domicílios não naturais da Bahia).

Partindo do cônjuge natural da Bahia, o retornado, percebe-se que as mulheres formaram a época, a imensa maioria, nada menos do que 98,8% em 1991, com uma ligeira redução em 2000, mas ainda assim o sexo feminino correspondia a 94,2% dos cônjuges retornados.

Tabela 4

Bahia: Imigrante do decênio 1990/2000 não retornado, segundo relação com a migração de retorno e a condição no domicílio – Grupo 2

Masculino (%) Feminino (%) Total Masculino (%) Feminino (%) Total

Chefe 57.101 98,8 705 1,2 57.806 80.834 94,2 5.012 5,8 85.846 Cônjugue 705 1,2 57.101 98,8 57.806 5.012 5,8 80.834 94,2 85.846 Filho(a), enteado(a) 71.524 51,2 68.039 48,8 139.563 84.758 52,5 76.538 47,5 161.296 Pai, mãe, sogro(a) 398 18,1 1.800 81,9 2.198 382 20,3 1.500 79,7 1.882

Total 129.728 50,4 127.645 49,6 257.373 170.986 51,1 163.884 48,9 334.870 Fonte: IBGE - Censo Demográfico de 2000 (microdados)

Cônjugue natural da Bahia e demais

membros do domicílio

não-naturais

Condição da migração e relação domiciliar

1991 2000

Em suma, os cônjuges naturais foram responsáveis pela vinda de quase 200 mil pessoas à Bahia no período 1981-1991 e quase 250 mil no período 1990-2000. Dada a grande proporção de mulheres entre os cônjuges naturais da Bahia, infere-se que elas trazem consigo um maior número de pessoas com algum laço de parentesco vis-à-vis os homens, apesar de ter ocorrido uma queda relativa na razão efeito indireto/efeito direto entre os dois períodos analisados, tanto em relação ao Grupo 1 quanto ao Grupo 2.

5.1 Impactos exercidos pelos Efeitos Indiretos na Migração de Retorno.

O efeito indireto 2, já evidenciado em seção anterior, tem um impacto considerável na migração de retorno. Nos domicílios cujo chefe foi detectado como um baiano(a) retornado(a) na década anterior à da realização do censo, foram considerados como sendo efeito direto da migração de retorno todos os naturais da Bahia, na família, que tenham retornado no decênio anterior, independente da relação com o chefe e do tempo de residência no Estado.

Entretanto, para ser considerado como efeito indireto (tipo 2) da migração de retorno, o não natural foi agregado como cônjuge, filho, enteado, pai/mãe ou sogro/sogra, para não

(16)

depender do tempo de residência. Caso fossem neste estudo, contabilizadas as demais categorias (outros parentes e não parentes), no domicilio, o não natural seria classificado como aquele cujo tempo de residência na Bahia fosse igual ou menor ao do chefe do domicílio em questão.

Na Tabela 5, o efeito indireto 2, por microrregiões baianas, detectados pelos Censos 1991 e 2000, está relacionado ao Grupo 1. Observa-se que a quantidade de pessoas chefiadas por naturais aumentou em todas as microrregiões do Estado, no período intercensitário. O destaque vai para as microrregiões de Salvador, Ilhéus-Itabuna e Feira de Santana, respectivamente a primeira, segunda e terceiras do ranking em ambos os censos utilizados neste estudo. Com relação aos demais componentes do domicilio, nota-se que a microrregião de Porto Seguro, figura como a terceira colocada, após Salvador e Ilhéus–Itabuna, para ambos os censos utilizados. Nos domicílios onde o chefe é um não natural baiano, para a mensuração do efeito indireto (tipo 2), foi necessário estabelecer quem era retornado no domicilio.

Tabela 5

Bahia: Efeito indireto 2, por microrregião / 1991 e 2000 – Grupo 1

Barreiras 29001 1.401 4.609 2.393 5.450

Cotegipe 29002 593 1.805 906 2.219

Santa Maria da Vitória 29003 1.217 3.537 1.659 3.886

Juazeiro 29004 2.282 6.778 3.865 9.550

Paulo Afonso 29005 830 2.408 1.411 3.590

Barra 29006 1.076 3.346 1.947 5.012

Bom Jesus da Lapa 29007 1.007 3.345 1.485 4.176

Senhor do Bonfim 29008 2.101 6.736 3.472 8.052 Irecê 29009 3.472 10.970 4.398 11.456 Jacobina 29010 2.269 6.671 4.546 10.999 Itaberaba 29011 2.232 6.299 3.219 7.947 Feira de Santana 29012 5.309 14.164 7.157 16.135 Jeremoabo 29013 403 1.167 972 2.505 Euclides da Cunha 29014 1.986 6.027 3.178 7.982 Ribeira do Pombal 29015 2.308 6.317 3.910 9.399 Serrinha 29016 2.366 7.038 4.505 10.569 Alagoinhas 29017 2.275 6.076 3.368 8.732 Entre Rios 29018 774 2.194 1.149 3.142 Catu 29019 675 2.264 1.195 2.717

Santo Antônio de Jesus 29020 2.946 8.112 4.339 8.931

Salvador 29021 13.284 30.789 20.519 38.918 Boquira 29022 1.138 3.590 1.766 4.981 Seabra 29023 1.931 5.919 2.482 6.581 Jequié 29024 3.167 9.701 5.790 13.231 Livramento do Brumado 29025 345 1.018 751 1.951 Guanambi 29026 1.820 5.689 2.596 6.474 Brumado 29027 1.554 4.906 2.423 6.512 Vitória da Conquista 29028 5.031 15.500 8.310 20.237 Itapetinga 29029 1.347 4.254 2.478 6.218 Valença 29030 1.167 3.555 1.950 3.975 Ilhéus-Itabuna 29031 8.633 25.063 11.846 26.305 Porto Seguro 29032 5.222 16.013 9.386 23.142 82.161 235.860 129.371 300.974

Fonte: IBGE - Censo Demográfico de 1991 e 2000 (microdados) Total

Microrregião Código

1991 2000

(17)

A Tabela 6 denota o conjugue como natural nas 32 microrregiões baianas, destaque para Salvador, Ilhéus-Itabuna e Porto Seguro, respectivamente a primeira, segunda e terceira microrregiões, onde os chefes do domicilio é um não natural da Bahia.

Tabela 6

Bahia: Efeito indireto 2, por microrregião / 1991 e 2000 – Grupo 2

Barreiras 29001 1.186 4.344 1.936 5.501

Cotegipe 29002 474 1.761 609 1.851

Santa Maria da Vitória 29003 783 2.865 1.159 3.928

Juazeiro 29004 1.754 6.222 2.635 8.031

Paulo Afonso 29005 664 2.275 1.173 3.455

Barra 29006 949 3.544 1.340 4.300

Bom Jesus da Lapa 29007 649 2.253 1.245 4.080

Senhor do Bonfim 29008 1.743 6.126 2.269 6.525 Irecê 29009 2.488 9.121 3.074 9.271 Jacobina 29010 1.473 5.144 2.962 8.885 Itaberaba 29011 1.374 4.922 1.840 5.718 Feira de Santana 29012 3.306 10.945 4.621 13.966 Jeremoabo 29013 347 1.227 595 1.563 Euclides da Cunha 29014 1.228 4.189 2.039 5.821 Ribeira do Pombal 29015 1.580 4.912 2.522 7.301 Serrinha 29016 1.598 5.646 2.707 7.639 Alagoinhas 29017 1.575 5.574 1.886 5.388 Entre Rios 29018 609 2.105 760 2.580 Catu 29019 512 1.920 736 1.817

Santo Antônio de Jesus 29020 1.776 6.283 2.556 7.270

Salvador 29021 8.891 26.723 13.301 34.097 Boquira 29022 809 3.085 1.188 3.343 Seabra 29023 1.030 3.779 1.500 5.079 Jequié 29024 2.178 7.626 3.369 9.931 Livramento do Brumado 29025 257 943 505 1.543 Guanambi 29026 1.206 4.178 1.654 4.889 Brumado 29027 1.149 4.204 1.552 4.678 Vitória da Conquista 29028 3.900 13.621 5.169 15.157 Itapetinga 29029 1.068 3.824 1.599 4.560 Valença 29030 883 3.369 1.317 3.646 Ilhéus-Itabuna 29031 6.060 22.379 7.726 23.095 Porto Seguro 29032 4.306 14.452 8.304 24.121 57.805 199.561 85.848 249.029

Fonte: IBGE - Censo Demográfico de 1991 e 2000 (microdados) Total

Microrregião Código

1991 2000

Cônjugue Demais Cônjugue Demais

Tanto para o Grupo 1 quanto para o Grupo 2 de membros retornados, o efeito indireto tipo 1 é relacionado aos filhos das mulheres retornadas, nascidos antes do retorno (caso contrário não seriam migrantes), estimados através do critério estabelecido por Lee (1957), segundo o qual aplica-se, nas mulheres imigrantes, a razão criança/mulher (RCM) observada na população residente, calculando o total de filhos tidos por essas mulheres separando, depois, aqueles filhos que nasceram na origem daqueles que nasceram no destino de seus genitores.

O cálculo do efeito indireto tipo 1 da migração de retorno a Bahia nos decênios anteriores aos censos demográficos de 1991 e 2000, consta na Tabela 7.

(18)

Tabela 7

Bahia: Efeito indireto da migração de retorno, no decênio 1990/2000

Criança (0 a 4 anos) 1.451.951 1.320.011

Criança (5 a 9 anos) 1.641.774 1.376.639

Razão criança/mulher 0 a 4 anos (a) 0,54 0,41 Razão criança/mulher 5 a 9 anos (b) 0,74 0,51 Retornadas 15 a 44 anos (c ) 94.352 100.243

Retornadas 20 a 49 anos (d) 81.859 87.597

Filhos das retornadas no decênio

0 a 4 anos (e) = (a)*(c ) 50.950 41.100

5 a 9 anos (f) = (b)*(d) 60.576 44.674

Filhos tidos fora da Bahia

0 a 4 anos (g) = (0,25)*(e) 12.738 10.275

5 a 9 anos (h) = (0,75)*(f) 45.432 33.506

Filhos tidos na Bahia

0 a 4 anos (i) = (0,75)*(e) 38.213 30.825

5 a 9 anos (j) = (0,25)*(f) 15.144 11.169

Efeito indireto do tipo 1 (i)+(j) 53.357 41.994

Fonte: IBGE - Censo Demográfico de 1991 e 2000 (microdados)

Variáveis 1991 2000

A Tabela 7 atesta que entre 1991 e 2000, apesar do número de baianas retornadas ter aumentado, a razão criança/mulher diminuiu, evidenciando a queda no número de crianças nascidas no decênio anterior ao Censo de 2000, em comparação com o período 1981-1991. Entre 1991 e 2000, este número diminuiu para cerca de 42 mil crianças. No decênio 1981/1991, pouco mais de 53 mil crianças que nasceram na Bahia, configuraram-se como resultado da migração de retorno, ou seja, filhos das mulheres que retornaram neste período.

A contribuição de todos os efeitos indiretos, quando se questionam sobre os impactos da migração de retorno para o crescimento demográfico do Estado da Bahia, é de suma importância. Sendo a grande maioria dos imigrantes que responderam pelo efeito indireto da migração de retorno, filhos e/ou enteados do chefe do domicilio, a migração se justifica pela vontade do chefe do domicilio, de recuperar as raízes, a cultura ou, o “modo de vida baiano”, por vezes perdido devido à aglutinação de outros hábitos pertinentes aos locais para onde os ainda não-retornados, se dirigiram.

A própria reversibilidade dos deslocamentos, a mudança, paulatina do panorama econômico do Estado da Bahia e o papel das redes sociais – especificamente das familiares no direcionamento, incremento e manutenção dos fluxos migratórios – têm sido reconhecidos como elementos importantes para a compreensão do processo migratório de retorno e seus nuances.

As microrregiões baianas que mais atraíram naturais no decênio 1990/2000, como as de Salvador, Barreiras e Porto Seguro, figuram entre aquelas que tiveram injeção de recursos, que possibilitam o dinamismo que impulsiona e retém indivíduos, promovendo o desenvolvimento local e regional.

6. Considerações Finais

Apesar do estudo da migração de retorno no Estado da Bahia ser ainda incipiente, este trabalho originou resultados bastante singulares. A diminuição do saldo migratório interestadual resultou, de um lado, na desaceleração dos processos de emigração e de outro, na intensificação da imigração para o Estado, ou seja, o crescimento da imigração foi superior ao incremento da emigração;

(19)

A participação de imigrantes de retorno aumentou significativamente entre os períodos em análise, passando de 32,7% em 1991 para 43,3% em 2000 no total dos imigrantes do Estado. Outra observação verificada versa sobre os migrantes que chegaram a Bahia se distribuírem de maneira desigual pelas microrregiões do Estado.

As microrregiões de Boquira, Euclides da Cunha e Itapetinga apresentaram-se como as três microrregiões que mais atraíram imigrantes de retorno para o Estado. No decênio 1990/2000, a maior parte dos imigrantes que responderam pelo efeito indireto da migração de retorno, foram os filhos do chefe do domicílio.

Por fim, dada à diminuição dos saldos migratórios para o Estado da Bahia, ainda que negativos, admiti-se que o fluxo de retornados tenderá a crescer, face a posição estrutural que estes ocupam.

7. Referências

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FAZITO, D. Dois aspectos fundamentais do “retorno”: símbolos e topologias dos processos de migração e sua circularidade. Belo Horizonte: CEDEPLAR/UFMG, 2005, 16p. GARCIA, R. A.; RIBEIRO, A. de M. Movimentos migratórios em Minas Gerais: efeitos diretos e indiretos da migração de retorno - 1970/1980, 1981/1991 e 1990/2000. In: XI SEMINÁRIO SOBRE A ECONOMIA MINEIRA, 2004, Diamantina, Anais... Belo Horizonte, 2004, p. 15.

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LEE, Everett S. et al. Population redistribution and economic growth: United States - 1870-1950. Philadelphia: The American Philosophical Society, v.1, 1957.

MAGALHÃES, M.V. O Paraná e suas regiões nas décadas recentes: as. migrações que também migram. Belo Horizonte: CEDEPLAR /UFMG, 2003. (tese de doutorado)

RIBEIRO, J. T. L.; CARVALHO, J. A. M. ; WONG, L. L. R. Efeitos demográficos da migração de retorno: uma proposta metodológica. In: X ENCONTRO NACIONAL DE ESTUDOS POPULACIONAIS, 1996, Caxambu, Anais... Caxambu: ABEP, 1996. v. 2. p. 955-972.

RIBEIRO, J. T. L. Estimativa da migração de retorno e de alguns de seus efeitos demográficos indiretos no nordeste brasileiro, 1970/1980 e 1981/1991.Belo Horizonte. CEDEPLAR /UFMG, 1997, 206 p.. (tese de doutorado).

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