Estudando ecologia espacial pela
habilidade em achar casa e comida
Marcus Vinícius Vieira
Laboratório de Vertebrados
Depto. de Ecologia, Instituto de Biologia Universidade Federal do Rio de Janeiro
MESA REDONDA: Ecologia Espacial de Mamíferos Neotropicais
Estudando ecologia espacial pela
habilidade em achar casa e comida
Marcus Vinícius Vieira
Laboratório de Vertebrados
Depto. de Ecologia, Instituto de Biologia Universidade Federal do Rio de Janeiro
German Forero-Medina Jayme Augusto
Prevedello
Ana Cláudia Delciellos Antônio Eisengart Luis Renato Bernardo Paulo José L. Almeida Suzy Emidio Ribeiro
Matheus Dalloz Boris Uzeda Manoel Moanis
Uma paisagem típica de fragmentos de
Mata Atlântica
Qual a melhor estratégia para encontrar
algo?
(quando se está perdido)
a. Caminhadas aleatórias com diferentes
graus de correlação entre passos b. Busca sistemática circular (PR = Perceptual Range = Capacidade Perceptual)
Melhor estratégia:
depende de sua capacidade perceptual
Qual o grau de linearidade de caminhos
mais eficiente para encontrar recursos?
O que determina o sucesso de se
mover entre fragmentos?
• Capacidade perceptual
• Estratégia de procura -> tortuosidade da rotas dos animais • Aversão a bordas, efeito de borda
Pequenos mamíferos da Mata Atlântica Marmosa paraguayana Marmosops incanus Gracilinanus microtarsus Akodon sp. Didelphis aurita Nectomys squamipes Rhipidomys sp.
Área de estudo
Bacia do rio Guapi-Macacu Guapimirim,
Cachoeiras de Macacu, Rio de Janeiro, Brasil
Base da serra: Grande área contínua (em comparação com
Vetor dominante dirigido ao fragmento, mas sem evidencia de orientação
Fragmento mais próximo 100 m Vetor dominante dirigido ao fragmento, e demonstrando orientação Animal 1 Animal 2
100 m
Fragmento mais próximo
Philander frenatus
liberado em três
distâncias do
fragmento mais
próximo
50 m 100 m 200 mOrientação de P.frenatus em pasto
baixo
Capacidade perceptual estimada
em pasto baixo
Marsupiais Capacidade perceptual (m) Peso médio(g)
Didelphis aurita (34) 200 850
Philander frenatus (47) 100 395
Marmosa paraguayana (23) 100 112
Marmosops incanus (8) <100 59
Tamanho corporal e
“Incapacidade” perceptual
Conectividade funcional estimada para Didelphis aurita se áreas proteção ao longo dos rios fossem estabelecidas
E outros tipos de matriz?
Capacidade perceptual de P. frenatus
Capacidade perceptual (m)
em diferentes matrizes
Marsupiais Pasto baixo Plantação de mandioca abandonadoPasto
Didelphis
aurita (34)200 (24)50 (21)50
Philander
Modelos preditivos da tortuosidade das rotas de D. aurita e P. frenatus
Modelo Variáveis AICc Δ i
TODOS OS INDIVÍDUOS
1 Peso, Tipo de matriz, Distancia, 1*2 97,89 0,00
23 nulo 121,07 23,19
DENTRO DA CAPACIDADE PERCEPTUAL
1 Peso, Tipo de matriz 76,51 0,00
2 Peso 77,25 0,74
6 nulo 80,96 4,45
ALÉM DA CAPACIDADE PERCEPTUAL
0 5 10 15 Coluna 1 Coluna 2 Coluna 3
Conectoras Não conectoras
Área de estudo
Um dos maiores remanescentes de Atlantic Forest no sudeste do Brasil Parque Nacional Serra dos Órgãos (Rio Iconha, Garrafão)
Movimento diário (day range) ≈ M
0.25-0.44Fig. 1. Carborne et al. 2005, based em 200 sp de
mamíferos
Fig. 1. Garland et al. 1983, baseado em 76 sp de mamíferos
Movimento diário (day ranges) em três marsupiais
Didelphis aurita (ca. 1800 g)
Metachirus nudicaudatus (ca. 450 g)
Philander frenatus (ca. 400 g)
≈
M
0.36-0.43(Vieira & Cunha 2008, Austral Ecology)
Marmosops incanus (ca. 80g)
Tamanho corporal e movimento diário
(resíduos, removendo variação devida a sexo e estação)≈ M 0.36-0.43
Conclusões
• Capacidade perceptual como um conceito central em estimativas de movimentos entre manchas de hábitat, e busca de recursos em geral.
• Representa um limiar além do qual os efeitos do tipo de habitat, peso e comportamento individual mudam drasticamente.
• Manchas de hábitat dentro da capacidade
perceptual podem funcional como uma única população
Conclusões
• Além da capacidade perceptual estratégias de busca mais eficientes devem conter alguma orientação (vento, elementos da paisagem) • Densidade populacional, interações entre
indivíduos determinam a forma e tortuosidade dos movimentos
• Previsões sobre a distancias, capacidade
perceptual e tortuosidade podem ser baseadas em tamanho corporal
Agradecimentos
• À legião de dedicados alunos do Laboratório de Vertebrados que participaram do trabalho de campo e discussões, mas especialmente
– Diogo Loretto – Bernardo Papi – Maja Kajin
– Mariana Ferreira
– Priscilla Lóra Zangrandi – Priscilla Cobra
• Aos colegas e co-autores Drs.
– Rui Cerqueira
– Carlos Eduardo Grelle (Cadu) – Maria Lúcia Lorini
– Mariana Vale
UFRJ Universidade Federal do Rio de Janeiro