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PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO

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PODER JUDICIÁRIO

TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO

TRIBUNAL DE JUSTIÇA DE SÃO PAULO ACÓRDÃO/DECISÃO MONOCRATICA

REGISTRADO(A) SOB N°

*01587684*

V o t o n° A I - 0 5 8 4 / 0 8

Agravo n° 7 5 1 . 1 1 5 . 5 / 5 - 0 0 - Câmara E s p e c i a l de Melo A m b i e n t e Agte: R h o d i a Brasil Ltda

Agdo: S i n d i c a t o d o s E m p r e g a d o s n a s Indústrias Q u í m i c a s e F a r m a c ê u t i c a s de Cubatão, S a n t o s e S ã o V i c e n t e e o u t r o

Origem: Ia Vara (Cubatão) - Proc. n° 2 4 9 / 9 3

J u i z : Frederico d o s S a n t o s M e s s i a s

AÇÃO AMBIENTAL. Cubatão. Termo de ajuste de conduta. Danos à saúde dos empregados. Avaliação e inclusão no plano de assistência medica. - Avaliação médica. Enquadramento no quadro suspeito. Competência. A presença de HCB deflagra a avaliação médica prevista na cláusula 2.1. e, conforme o resultado, o enquadramento ou não no quadro suspeito, do seguinte modo: (a) a Junta médica esgotou suas atribuições ao estabelecer os parâmetros previstos no item 2.2 do termo de ajuste (fls. 1580/1583, aquifls. 87/90); (b) havendo sença de HCB nos exames de sangue, o interessado deverá ser submetido à avaliação pre-vista no item 2.1 pelo médico indicado no item 2.4; (c) as partes poderão acompanhar os exames, se quiserem e conforme ajustarem entre si, independente de formalidades e sem a interferência do Juízo; (d) a decisão tomada pelo médico do Hospital Atbert Einstein, em principio, é soberana e não se submete, na conclusão técnica, à revisão Judicial; (e) respei-tada a periodicidade mínima de seis meses, os empregados e ex-empregados poderão ser submetidos a nova avaliação, a critério da Rhodia, Os custos são integralmente suportados pela ré.. Simples apUcaçâo do que foi decidido no agravo anterior. - Agravo provido, para esse fim. Aplicação do art. 557 § 1-A do CPC.

1. T r a t a - s e de agravo i n t e r p o s t o c o n t r a a decisão d e fls. 1175, a q u i fls. 2 5 , 7 9 1 , 4o v o l u m e q u e indeferiu o p e d i d o d e n o m e a ç ã o de perito p a r a verificação d a s c o n d i ç õ e s de i n c l u s ã o d o s e x - t r a b a l h a d o r e s n a a s s i s t ê n c i a m é d i c a p r e v i s t a n o Termo de Ajuste de C o n d u t a ; a Rhodia diz q u e a j u n t a m é d i c a m e n c i o n a d a n o ajuste esgotou s u a função ao e s t a b e l e c e r o s p a r â m e t r o s p a r a ve-rificação d a s c o n d i ç õ e s de s a ú d e d o s e x - e m p r e g a d o s ; h á l a c u n a , pois o a j u s t e n ã o i n d i c a a q u e m c o m p e t e tal verificação; n ã o p o d e s e r a J u n t a Médica, pois

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n ã o lhe c a b e e x e c u t a r d e p o i s de e s t a b e l e c e r o s p a r â m e t r o s e a c o m p o s i ç ã o faz com q u e o s e x a m e s p e n d a m s e m p r e p a r a o s e m p r e g a d o s , c o m c o n c l u s õ e s q u e em a l g u n s c a s o s foram c o n t r a r i a d a s e m perícia judicial. R e c l a m a d a falta d e a t u -alização d o s e n q u a d r a m e n t o s , d a d e s i g u a l d a d e t r a z i d a pelo s i s t e m a e m u s o , q u e c o m p e t e ao j u i z o u d e t e r m i n a r diferente p o n d e r a ç ã o d o s votos d o s m e m b r o s d a J u n t a Médica ou realizar a s perícias solicitadas. Pede a c o n c e s s ã o de efeito s u s -pensivo e, ao final, o a f a s t a m e n t o d a J u n t a Médica n o t o c a n t e ao e n q u a d r a m e n t o n o q u a d r o s u s p e i t o d o s e x - e m p r e g a d o s e e m p r e g a d o s d a s e m p r e i t e i r a s ; ou q u e seja a l t e r a d a a s u a forma de f u n c i o n a m e n t o ; o u q u e seja feita a perícia judicial.

Ê o relatório.

4 . A p u r o u - s e d a n o a m b i e n t a l e à s a ú d e d o s e m p r e g a d o s por exposição ao HCB Hexaclorobenzeno n a U n i d a d e Q u í m i c a de C u b a t ã o -UQC d a Rhodia; à a ç ã o a m b i e n t a l s u c e d e u t e r m o d e a j u s t e firmado e m

14-6-1995 q u e d i s p õ e (fls. 8 5 1 / 8 5 4 , a q u i fls. 6 5 / 6 8 ) :

2 . 1 . - A ré submeterá os seus empregados que atuavam na UQC à data do seu fe-chamento a uma avaliação individual de saúde» através de exames clínicos e labo-ratoriais adequados, em conformidade com o Plano de Avaliação que fica fazendo parte integrante deste Termo de Ajustamento como Anexo n° 4. Estes exames de-vem permitir diagnóstico do estado de saúde de cada examinando.

2.2. - Será formada uma JUNTA MÉDICA, composta por um médico indicado pelo Ministério Público, outro pelo Sindicato e outro pela Rhodia S/A, que se incumbirá de: a) definir com base em dados científicos a relação das doenças que podem ser causadas por exposição a organoclorados; b) estabelecer os critérios pelos quais, diante do resultado dos exames, serão definidos os portadores do quadro suspeito de doença decorrente da exposição a organoclorados no âmbito da UQC.

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2 . 3 . - Ao empregado considerado portador do quadro suspeito conforme item 2.2 será assegurado o tratamento médico adequado visando a readquirir condições de normalidade. O empregado, por sua vez deverá cumprir devidamente as prescri-ções médicas, tais como medicação, alimentação, repouso, hospitakzação e outras adequadas à eficácia do tratamento.

2.6. Os ex-empregados da RHODIA S/A, inclusive os aposentados, que trabalha-ram na UQC por prazo não inferior a seis meses, e os empregados das empreiteiras (entendidas estas como pessoa física ou jurídica) que tenham trabalhado na UQC, devidamente comprovado, nos últimos cinco anos, contados retroativamente da data do seu fechamento, também por período não inferior a seis meses, serão submetidos a exame de sangue para verificação da possibilidade de presença de HCB, indicador da exposição a organoclorados. Comprovada a presença deste indi-cador na corrente sangüínea serão submetidos ã avaliação de saúde prevista no í-tem 2.1. Caracterizado o quadro suspeito previsto no ií-tem 2.2 farão j u s aos benefí-cios previstos nos itens 2 3 e 2.4

5. A forma de avaliação e i n c l u s ã o d o s e m p r e g a d o s e exe m p r exe g a d o s no q u a d r o s u s p exe i t o , a p a r t i r dexe q u a n d o fazexem j u s à a s s i s t ê n c i a m é -dica integral, foi a n a l i s a d a n o AI n ° 5 5 1 . 1 8 0 . 5 / 2 - 0 0 d e s t a C â m a r a , 1 8 - 5 - 2 0 0 6 , por mim r e l a t a d o (voto AI-10) (fls. 1 1 1 3 1 / 1 1 1 4 6 , a q u i fls. 1 7 7 / 1 9 2 ) . U m a l e i t u r a a t e n t a d e n o t a a forma e q u i v o c a d a como a q u e s t ã o v e m s e n d o t r a t a d a p e l a s p a r -t e s e pelo j u i z :

... O termo de ajuste prevê que os empregados que apresentarem "presença de HCB, indicador da exposição a organoclorados", serão submetidos à avaliação de saúde prevista no item 2.1; os estudos apresentados pelo Ministério Público, subs-critos por médicos que fizeram parte da J u n t a Médica, indicam que o HCB conti-nua atuando a partir do tecido adiposo mesmo após totalmente excretado da cor-rente sangüínea, o que implica em que tais pessoas, ainda que o resultado dê ne-gativo (e parece que dará nene-gativo para todos depois de certo tempo), poderão ser enquadradas no quadro suspeito e fazer j u s ao tratamento previsto no termo de

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ajuste.

Não atribuo valor absoluto à relação de ex-empregados apre-sentada pela J u n t a Médica a fls. 1101/1102, aqui fls. 5397/5398, vol. 27 O fato de não apresentarem HCB no sangue em 3-4-2005 não demonstra que não tenham sido submetidos anteriormente ao produto tóxico nem que estejam a salvo de even-tual contaminação

6. A questão, portanto, é afenr se os empregados e os ex-empregados apresentam ou apresentaram traços de HCB no sangue, a partir do que serão avaliados; não implica na desvalia de exames clínicos feitos antes da as-sinatura do termo de ajuste de conduta. O exame de sangue é simples porta de en-trada para a avaliação de saúde; não acarreta por si só o direito aos benefícios É evidente que, sendo negativo o resultado da avaliação ou por o interessado não sa-tisfazer de algum modo o ajustado, os benefícios poderão ser negados.

. A decisão agravada exige tão somente um esclarecimento. Por 'cumprimento das obrigações do TAC entende-se, na forma da cláusula 2.6, a submissão dos ex-empregados à avaliação de saúde prevista na cláusula 2.1; apenas se enquadrados no quadro suspeito, o que ainda não se demonstrou, farão j u s aos benefícios pre-vistos no ajuste. É nesses termos que deve ser entendida a determinação e a impo-sição de multa: a ré tem o prazo de 30 dias para submeter LAURO MORAES VIEIRA e ANÍSIO DE SOUZA GAMA à avaliação prevista na cláusula 2.1, após o que serão ou não enquadrados no quadro suspeito que dá margem aos benefícios das cláusulas seguintes.

7. Proibição de realização de exame de HCB. A decisão agravada proibiu, no item 2, que a ré submeta a novo exame de HCB empregados, ex-empregados e ex-empregados de empreiteira que já possuam o HCB positivo ante o enquadramento na cláusula 2.6 do TAC

A decisão não merece a crítica feita. Como visto nos parágra-fos anteriores, a presença de HCB deflagra a avaliação médica prevista na cláusula

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2.1. e, conforme o resultado, o enquadramento ou não do interessado no quadro suspeito que dã direito aos benefícios médicos. A juíza não proibiu que os médicos encarregados da avaliação realizem os exames que entenderem pertinentes; vedou à ré a submissão a novos exames, para fins de enquadramento na cláusula 2.6, de quem já livesse resultado positivo para HCB. A razão da proibição é evitar o con-tencioso incidente caso os novos exames dêem, como provavelmente darão, negati-vo.

A ré não esclarece a razão de seu inconformismo. Aferida a presença do produto tóxico e sabendo que, confonne passa o tempo, os resultados negativos podem não descrever o estado real de; saúde do ex-empregado ou empre-gado, não se percebe o interesse na duplicação dos exames. O exame de sangue, já foi dito, nenhum direito confere; o direito decorrerá da avaliação médica deflagrada pela presença do HCB no sangue. Rejeito a impugnação. Não vejo afronta aos art.

165 do CPC e 93, inciso IX da Constituição Federal

9. A alegação [de segredo de justiça] é interessante, mas não se sustenta. O termo de ajuste prevê na cláusula 2.2 (fls. 851, aqui fls. 190, vol. 1) a formação de J u n t a Médica com incumbência de definir, sempre por maioria, os cri-térios pelos quais "diante dos resultados dos exames serão definidos os portadores do quadro suspeito de doença decorrente de exposição a organoclorados no âmbito da UQC".

Os empregados e ex-empregados, conforme a cláusula 2.1, serão submetidos à avaliação individual de saúde em conformidade com o Plano de Avaliação indicado como Anexo 4. Este anexo não compõe o instrumento e não se sabe, no âmbito deste agravo, se a avaliação inicial será feita pela J u n t a Médica (o que parece mais provável) ou pelo médico cadastrado em medicina do trabalho no Hospital Albert Einstein mencionado na cláusula 2.4. De qualquer modo, o termo de ajuste delega à J u n t a Médica ou ao médico do Hospital Albert Einstein a avalia-ção clínica e o enquadramento do interessado no quadro suspeito.

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10. Tal enquadramento não depende de prévia homologação ju-dicial; a decisão foi delegada aos técnicos indicados no termo de ajuste e não há por que falar, como diz a agravante, em ofensa ao direito de defesa. Apresentado o quadro suspeito, o direito aos benefícios é automático; a discussão se desloca para o campo técnico extraprocessual, verdadeira delegação ou arbitragem prevista no termo de ajuste. Não compete, aliás, ao médico indicado pela empresa 'defender' a empresa; compete-lhe tão somente verificar as condições clinicas do interessado e seu enquadramento no quadro suspeito definido pela J u n t a Médica. E não compe-te à ré, diga-se também, precompe-tender criar um concompe-tencioso judicial sobre questão técnica que o termo de ajuste pretendeu fosse solucionado pelos técnicos.

Isso implica em que a s conclusões médicas, que serão toma-das pelo médico do Hospital Albert Einstein ou pela J u n t a Médica (esta por maiori-a), não estão em princípio sujeitas ao crivo judicial. O juiz apreciará a s outras im-pugnações que possa haver: ter sido ou não empregado, exposição ao HCB, prazo de exposição, em suma, a s demais questões envolvidas; mas somente questões anormais, extravagantes (de que a ré será avisada pelo médico por ela indicado) j u s -tificam a revisão judicial do enquadramento feito pelos médicos. A cláusula 2.12, por sua vez, proíbe a "divulgação, ainda que em trabalho de cunho científico e es-trita circulação, [d]os resultados dos exames médicos e análises pessoais levadas a efeito em cumprimento do presente acordo ...w- e não configura 'divulgação* a jun-tada dos exames aos autos para solução de questão incidente, aliás como fez o Mi-nistério Público no pedido ora impugnado.

Não há razão para juntada dos laudos médicos e exames de cada interessado aos autos, pelas razões expostas. Isso, ressalto de novo, não ex-clui a ré do procedimento; mas participará do procedimento médico por intermédio do médico que indicou, sem que se possa falar em contraditório judicial ou em homologação pelo juiz de cada enquadramento feito pelos experts. Não há, mesmo, razão para decretação de segredo de justiça, pois ausentes as hipóteses do art. 155 do CPC. Correta a decisão agravada.

E, embora o pedido tenha sido analisado para pacificação da questão, o segredo de justiça deve ser pedido por aquele a quem interessa, no caso os empregados e ex-empregados que terão sua privacidade exposta; falece à ré in-teresse processual ou recursal na questão.

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6. A d e c i s ã o , pois n ã o e r a s e u objeto, n ã o se p r e o c u p o u e m definir a c o m p e t ê n c i a p a r a realização d a avaliação p r e v i s t a n o i t e m 2 . 1 ; como e s s e é o t e m a do r e c u r s o , c a b e definir o p o n t o c o m m a i s p r e c i s ã o . O s e l e m e n t o s e s t ã o n o t e r m o d e a j u s t e e n a decisão t r a n s c r i t a .

O s e x e m p r e g a d o s d a R h o d i a e o s e m p r e g a d o s d a s e m -p r e i t e i r a s q u e t r a b a l h a r a m n a q u e l a u n i d a d e -por -pelo m e n o s seis m e s e s s e r ã o s u b m e t i d o s a e x a m e de s a n g u e ; se d e t e c t a d a a p r e s e n ç a de HCB, i n d i c a d o r d a exposição a o r g a n o c l o r a d o s , s e r ã o s u b m e t i d o s à avaliação de s a ú d e p r e v i s t a n o item 2 . 1 . Tais e m p r e g a d o s s e r ã o s u b m e t i d o s a u m a avaliação individual de s a ú -d e , a t r a v é s -de e x a m e s clínicos e l a b o r a t o r i a i s a -d e q u a -d o s , e m conformi-da-de com o Plano de Avaliação (Anexo n ° 4 a o termo), q u e p e r m i t a m o diagnóstico do e s t a d o de s a ú d e d e c a d a e x a m i n a n d o . Como dito n o a c ó r d ã o , aa p r e s e n ç a d e HCB deflagra a avaliação m é d i c a p r e v i s t a n a c l á u s u l a 2.1 e, conforme o r e s u l t a d o , o e n q u a d r a m e n t o ou n ã o do i n t e r e s s a d o n o q u a d r o s u s p e i t o q u e d á direito a o s b e n e -fícios médicos".

O a c o r d o é claro (fls. 8 5 2 , a q u i fls. 66):

2.4. A avaliação prevista no item 2.1 será repetida semestralmente e terá caráter vitalício; será realizada com a utilização de recursos do Hospital Albert Einstein, de São Paulo, sob responsabilidade de médico ali cadastrado e habilitado em medicina do trabalho

2 . 4 . 1 . O médico a que se refere o item 2.4 poderá indicar outros profissionais, pferencialmente dentre os cadastrados no Hospital Albert Einstein e requisitar a re-alização de exames mais específicos e necessários para o efetivo cumprimento do item 2 1 a serem realizados no citado hospital ou Instituição do mesmo nível técni-co.

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A avaliação do item 2.1 não é feita pela j u n t a médica, que esgotou sua atividade

ao estabelecer os parâmetros indicados n a cláusula 2.2, nem por perito do juízo;

é feita por médico cadastrado no Hospital Albert Einstein e habilitado em

medi-cina do trabalho, que tem ampla liberdade para requisitar exames e recorrer a

outros profissionais. Como mencionado no acórdão, o enquadramento não

de-pende de prévia homologação judicial; a decisão foi delegada aos técnicos

indica-dos no temo de ajuste. Apresentado o quadro suspeito, o direito aos benefícios é

automático; a discussão se desloca para o campo extraprocessual, verdadeira

delegação ou arbitragem prevista pelas partes. Não h á campo para a instituição,

a respeito, de u m contencioso judicial; é questão técnica que o termo de ajuste

pretendeu fosse solucionado pelos técnicos; e as conclusões médicas, que serão

tomadas pelo médico do Hospital Albert Einstein (não pela J u n t a Médica, como

aventado no acórdão), não estão em princípio sujeitas ao crivo judicial.

O profissional indicado no item 2.4 não se limita a

fa-zer exames; cabe-lhe fafa-zer a avaliação médica, enquadrando ou não o

interessa-do no quadro suspeito. Não h á ofensa ao direito de defesa: os exames poderão ser

acompanhados pelos médicos das partes e eventuais discordâncias técnicas

se-rão solucionadas pelo médico do Hospital Albert Einstein, incumbido da

avalia-ção. A decisão, em principio, é soberana.

8. Isto colocado, pode-se responder à indagação da ré: (a)

a j u n t a médica esgotou suas atribuições ao estabelecer os parâmetros previstos

no item 2.2 do termo de ajuste (fls. 1580/1583, aqui fls. 87/90); (b) havendo

pre-sença de HCB nos exames de sangue, o interessado deverá ser submetido à

ava-liação prevista no item 2.1 pelo médico indicado no item 2.4; (c) as partes

pode-rão acompanhar os exames, se quiserem e conforme ajustarem entre si,

inde-pendente de formalidades e sem a interferência do juízo; (d) a decisão tomada

pelo médico do Hospital Albert Einstein, em princípio, é soberana e não se

sub-mete, n a conclusão técnica, à revisão judicial; (e) respeitada a periodicidade

mí-nima de seis meses, os empregados e ex-empregados poderão ser submetidos a

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a

y

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nova avaliação, a critério da Rhodia. Os custos são integralmente suportados

pe-la ré. A conclusão dispensa a análise dos demais fundamentos do recurso.

A questão é simples e a posição do Ministério Público é

conhecida, pois manifestada em primeiro grau e acolhida n a decisão agravada;

esta decisão se limita a aplicar o acórdão proferido no AI n° 551.180.5/2-00, de

conhecimento de todos, dispensando nova oitiva do autor e a remessa ao

colegia-do.

Assim sendo, com base no art. 557 § 1-A do CPC

pro-vejo o agravo para, afastada a atribuição da J u n t a Médica, determinar que a

avaliação médica se faça nos termos dos itens 2.1 e 2.4 do termo de ajuste,

se-gundo observado no item 8 desta decisão. Comunique-se. Oportunamente,

en-carninhe-se à origem.

São Paulo, 13 de fevereiro de 2008.

TORRES DE CARVALHO

Relator

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