uN|vERs|DADE
FEDERAL
DE
sANTA
cATAR|NA
cuRso
DE
GRADUAÇÃO
EM
c|ÊNc|As
EcoNÓM|cAs
GESTAO
AMBIENTAL:
UM
RECONHECLMENTO
TEÇRICO PARA
IMPLANTAÇAO
EM
INDUSTRIAS
,-~'\3^'¿~"_` _. `_ -E E . ` 'V;"_~.¡n . *IÍ`I;°"»`5*` ' Ú* z fz;-f _‹ , , . E E ~ ~ ~ " ".*_z-"'_Ê`_Monografia submetida ao Departamento de Ciências Econômicas
à,
para obtenção de carga horária na disciplina
CNM
5420
- MonografiaPor: Ilana Cascaes de Aquino
uN1vERs1oAoE`
FEDERAL DE
sANTA
cATA|uNA
cunso
DE
GRADUAÇÃO
EM
c1ÊNc1As
EcoNôM1cAs
câEs'rAo
A|v|B|EN1'AL=
uM
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TEÓF-xico
PARA
|M|=›|_ANTAçÃo
EM
|NDús'r|=uAs
Monografia submetida ao Departamento de Ciências Econômicas para obtenção de
carga horária na disciplina
CNM
5420 - Monografia.a \i
5
\\
Por: Ilana Cascaes de Aquino
'
Orientador: Prof. Gilberto Montibeller Filho
H (17
K
Área
de
Pesquisa: Economia Ambiental:J
Palavras - Chaves: 1 - Meio Ambiente 1-.,
` 2 - ISO 14000 ` 3 - Custo Empresariais ' Florianópolis,
setembro
de 1998
"f ‹UNIVERSIDADE
FEDERAL DE SANTA
CATARINA
CURSO
DE
GRADUAÇÃO EM
CIÊNCIASECONÔMICAS
A
Banca
Examinadora
resolveu atribuira
nota.Õ
a
alunallana
Cascaes
de Aquino na
disciplinaCNM
5420
-
Monografia,
F
.pela
apresentação
deste trabalho.Banca Examinadora: , l
IviI\
~ Prof. V /'¬,,‹^l â_¿\
"' Gilbe oMontibeller Filho
1
A
›'ølfi/I' ~
P.__rof..f
_ . Helton Ricardo Ouriques
. f 'I' E ^ Prof. ` * ` E I
Newton Cameiro A. da Costa Jr
¡.
w
l ~ ,
‹
AGRADECIMENTOS
Aos
meus
pais, Nelson e Adair, pelo incentivo e contribuição para arealização deste trabalho.
Às minhas irmãs, Claire e Juliana.
_
. Ao Ricardo, pela paciência e dedicação despendida.
Ao
meu
orientador Professor Gilberto Montibeller'Filho, pelo apoio eaceitação do desafio desta caminhada.
Aos amigos e familiares que direta e indiretamente contribuíram para a
'
suMÁmo
1INTRODUÇÃO
... .. 4 1.1 PROBLEMÁT1cA... ... .. 1.2 OBTETWOS ... .. 1.2.1 OBJETIVO GERAL ... .. 1.2.2 0BJET1VosEsPEc1'F1Cos ... .. 1.3 IUSTIFICATIVAS ... .. 1.4 METODOLOGIA ... ..2
A EMPRESA
EO MEIO
AMBIENTE ... ..2.1
A
EMPRESA EO
AMBIENTE HOJE ... ..2.2 CERTIFICAÇÃO
DO
s1sTEMA DE GESTÃO AMBIENTAL ... ..2.3
O
SIGNIFICADO DEUMA
ISO ... ._2.4 PROCESSO DE
ELABORAÇÃO
DASNORMAS
ISO 14000 ... ..2.5 ETAPAS DE IMPLANTAÇÃO
DA
ISO14000 ... ..2. 5. I Requisitos gerais do sistema de gerenciamento ambiental ... ..
2.5.2 Política ambiental da empresa ... ..
2.5.3 Planejamento ... ..
2.5.4 Metodologia de implementação e operação do programa ... ..
2.5.5 Metodologia de verificação e ação corretiva ... ..
2.5.6 Análise crítica pela administração ... ..
2.6 PERFIL DAS EMPRESAS CERTIFICADAS ... ..
3 IN TERNALIZAÇÃO DAS EXTERNALIDADES ... ..
3.1 EXTERNALIDADES POSITIVAS E NEGATIVAS ... ..
3.2 TEORIA NEOCLÁSSICA
DA
POLUIÇÃO ... ..3.2.1 Modelos de Equilíbrio Geral ... ..
3.2.2 Modelos de Equi lí brio Parcial: A Análise Custo-Beneficio ... ..
3.3 ALGUNS ASPECTOS
DA
TEORIA NEOCLÁSSICA DOS RECURSOS NATURAIS.3.3.1 Teoria dosRecursosRenováveis ... ... ...
3.3.2 Teoria dos Recursos Naturais Não-Renováveis ... ..
3.3.3 Formas de internalizar as externalidades ... ..
3.4 ASPECTOS
DA
ECONOMIA AMBIENTAL PELA ECONOMIA ECOLÓGICA ... ..4
SOLUCIONANDO
AS EXTERNALIDADES ATRAVÉS DOS PONTOS CRÍTICOS5
ABORDANDO
SISTEMAS DE CUSTEIO ... ..5.1
UMA
NOVA
VISÃO DE cUsTOs AMBIENTAIS ... ..5.2 OS CUSTOS
DA
QUALIDADE .... ... .. 63õ
coNcLUsÃo
... ..6.1 RECOMENDAÇÕES PARA TRABALHOS FUTUROS ... ..
QUADROS
Quadro 1 - Estrutura de Elaboração/Aprovação das Normas Ambientais ... .. 12
Quadro 2 - Etapas de Implantação das Normas ISO 14000 - Fonte:
NBR
- ISO 14004... _. 34
Quadro 3 - Certificação ISO 14001 - Brasil (status dezembro 97) ... ._ 36
4
su
1
1NTRoDuçAo
1.1
PRoBLEMÁ'r1cA
N
A
pressaodo mercado
e da sociedade para o alcance deuma
maiorqualidade ambiental provocou o surgimento de novas tecnologias e
métodos de
produção. -A conscientização das pessoas se refletiu nasN instituições públicas sob a forma de pressões para prevenção da poluiçao,
~
da contaminaçao e para a economia
de
recursos naturais nos processosde produção industrial.
N
Atualmente,
podemos
obsen/ar.que
existeuma
preocupaçaoconstante
em
diversos segmentosdo mercado
empresarialcom
o
desenvolvimento
de
programas
ambientais, visando adequar-se àsexpectativas da sociedade no âmbito político, econômico e social.
N
Além
disto, algumas empresasvem
reconhecendo que'a _questaoambiental
tem
se apresentadocomo
maisum
importante diferencialcompetitivo a ser considerado.
Normas
como
a .ISO 14000,vem
regulamentando para
que
estas empresas de maneira voluntáriamodifiquem sua forma de atuação
em
relação ao meio ambiente. '*As variáveis ambientais não
podem
mais se constituirem
"externaIidades"; são necessárias modificações quanto às gestões
empresariais, às estruturas organizacionais, as metas e aos .objetivos das
instituições, visando a internalização destas variáveis.
A
visão relativa aoscustos ambientais deve ser modificada, este precisa fazer parte
do
processo produtivo da empresa' e não ser mais arcado pela sociedade.
De
um
lado, há a consciênciade
empresáriosde
que,sem
o
“diploma verde", passarão a encontrar dificuldades cada vez maiores para
fazer negócios no
mercado
internacional.De
outro, os própriosW
'
5
consumidores brasileiros
começam
a perceber a importânciade
adquirir produtos ecologicamente corretos.
1.2
OBJETIVOS
1.2.1
OBJETIVO
GERAL
Reconhecer os fatores críticos
que exercem
grande influênciaeconômica dentro
do
processo de implantaçãodo
Sistema de GestãoAmbiental.
1.2.2
OBJETIVOS
ESPECÍFICOS
/. Contextualizar a gestão ambiental
no
âmbito econômicoe
no
âmbito da economia ambiental; _
/, Identificaras etapas para implantar
um
Sistemade
GerenciamentoAmbiental (SGA)
em
empresas privadasde
grande porte;á
Reconhecer os sistemasde
custeios empresariais parao
levantamento dos custos ambientais.
1.3
JUSTIFICATIVAS
As questões ambientais relacionadas às atividades da indústria e
do
comércio assumiram
uma
impoitância crescente a partir da décadade
oitenta, afetando decisivamente «a vida
de
muitas empresas.A
exigênciade
um
ambiente saudável ultrapassou as fronteiras nacionais e constituihoje requisito de peso no comércio internacional.
Desta forma, a questão ambiental não pode mais ser tratada
como
assunto externo às empresas,
um
problemado
governo ou da sociedade.V ô
no
consumo
de
produtos e na competitividade das empresas nomercado, a cada dia mais globalizado.
Internalizar as variáveis ambientais
vem
se tornando maisuma
dasnecessidades para
o
meio empresarial adequar-se às novas exigênciasdo
mercado.
Sendo
assim, visualiza-se a importânciado
reconhecimento dosfatores críticos
que exercem
grande influência econômica para aimplantação
do
SGA
nas organizações empresariais.1.4
METODOLOGIA
A
metodologia utilizada na execução deste trabalho partiude
uma
revisão bibliográfica, buscando na literatura existente informações
disponíveis sobre os conceitos abordados na economia ambiental.
Em
seguida foi realizadoum
levantamento das etapasde
implantação
de
um
Sistemade
Gestão Ambiental através daNorma
ISO
14000. `
A
_
~
A
partirdo
reconhecimento das etapas de implantaçaodo
SGA
foram identificados os pontos críticos
que
afetam diretamente aimplantação
do
SGA
atravésde
bibliografia específica ede
estudosempíricos realizados por diversos autores exploradores da área.
Com
o conhecimento das etapas de implantaçãodo
SGA
e seuspontos críticos, foram reconhecidos e analisados os sistemas
de
gerenciamento
de
custos atuais para a adequação dos custos ambientais.Como
fechamento da metodologia e alcançando os objetivosiniciais
do
trabalhoem
questão, foi mostrado a relação entre aimplantação
de
um
SGA
teórico e a realidade vivenciada pelas empresas,destacando principalmente a diferença existente entre a obtenção -de
uma
consciência ecológica e a economia/lucro no desenvolvimentode
Í ,_ ,_z l ,z ' 7
novas formas
de
custeio, para os processos de produçãoque
nãopoluam o meio ambiente.
2
A EMPRESA
E
O
MEIO AMBIENTE
2.1A
EMPRESA
E
O
AMBIENTE
HOJE
~
As empresas estao investindo no meio ambiente não
somente
paraatender as imposições legais,
mas também
paraganho
devantagem
competitiva
num
concorridomercado
internacional.Conforme
Maimon
(1996, p.10) "hoje, háuma
reconceituaçãodo
padrão de concorrência-qualidade dentro
do
contextode
desenvolvimento sustentado. Conceituar competitividade
Êom
proteçãoambiental
vem
sendoum
importante desafio dasempresas
modernas."~
No
contexto atual, as organizações empresariais ad; adotarinstrumentos voluntários para a presen/ação
do
meio ambiente, deixamde
atender apenasuma
exigência legal para obterum
diferencialcompetitivo.
Além
disso, amudança
nocomportamento do
consumidor estácontribuindo para
que
as corporaçõescom
atitudes “ambientalmentecorretas",
possuam
uma
vantagem
competitivaem
relaçao aos seusconcorrentes.
A
empresa
poluidora tende a perder competitividadeem
relação a custos, devido a taxações e paradas de produção a ela
impostas pelas agências
de
controle ambiental e pelos governosem
geral.
Para Porter e Linde (1995),
em
Ser VerdeTambém
é SerCompetitivo, “a preservação ambiental pode ocasionar redução de custos
nv
e
aumento
de competitividade da organizaçao.Encaram
o subprodutodo
processo
como
sendoum
desperdício,uma
demonstração da ineficiência»
-8
do
processo produtivo. Portanto, ao minimizar estes subprodutos,estamos reduzindo não apenas
o
impacto ambiental,mas também
oscustos, melhorando a qualidade
do
produto eaumentando
a suacompetitividade.
Destacam
que, normalmente, as empresas nãosabem
o
custo da poluiçãoem
termosde
desperdíciosde
recursos,de
esforços ede diminuição
de
valor para o consumidor. Porter e Lindedefendem
aatuação preventiva das organizações trabalhando para a eliminação
de
futuros impactos ambientais,
em
lugarde
uma
atuação corretiva,em
que
as companhias desperdiçam
em
eventos já realizados, normalmentede
m-anei ra descontrolada."
“Novos padrões ambientais
adequados
podem
dar início «aum
processo
de
inovaçõesque
diminuao
custo total deum
produtoou
aumente
o seu valor. As inovações permitemque
as empresasusem
maisprodutivamente
uma
série de insumos de forma acompensar
os gastosfeitos para presen/ar
o
Meio Ambiente." (Porter, 1995)'
As melhorias introduzidas a partir
de
novos processos e tecnologiasdecorrentes
do
ajustamento daempresa
a níveis mais .elevadosde
qualidade ambiental freqüentemente resultam no uso mais racional e
produtivo dos insumos, reduzindo os custos
de
produção. E ainda, asmudanças
podem
gerar novas oportunidades de negócios.Desta maneira, a aproximação entre ecologia e economia é
irreversível, diz Reis (1995). Para ele, muitas empresas
vêm
percebendoque
é mais barato fazer “certo da primeira vez", minimizando a geraçãode resíduos,
do que
consertar depois, atravésde
filtros ou processosde
tratamento complexos, até
mesmo
porquepode
não_haver conserto,o
.
A 9
2.2
CERTIFICAÇAO
DO
SISTEMA DE
GESTAO AMBIENTAL
A
certificaçãodo
sistemade
gestão ambiental éo
instrumentoque
a
empresa
utiliza para comprovar sua relação positivacom
o
meioambiente. Por isso, é indispensável
que
os instrumentos normativosorientadores da estruturação dos
SGAs
e o credenciamento dosorganismos certificadores
tenham
aceitação e credibilidade internacionais.O
credenciamento dos organismos certificadores deve ser feitosegundo
critérios rigorosos, tendocomo
principais requisitos estruturaorganizacional, metodologia
de
trabalho e qualificaçãodo
corpo técnicoadequados
aos objetivos e responsabilidades inerentes à atividadede
certificação.
No
Brasil,o
INMETRO
(Instituto Nacional de Metrologia,Normalização e Qualidade Industrial)
vem
desenvolvendo as suasatividades relativas as questões ambientais,
como
Organismo de
Credenciamento
do
Sistema Brasileiro de Certificação (SBC), procurandofomentar a implementação
de
Sistemas de Gestão Ambientalcom
basenas
normas
NBR
ISO 14000,que
auxiliem asempresas
a produzirsem
poluir e
aumentando
a produtividade dos recursos naturais,com
10
2.3
O
SIGNIFICADO DE
UMA
ISO
Ú
“International Organization for Standardization” (Organização
Internacional de Normalização) é
uma
federação mundialde
entidadesnacionais, fundada
em
1947,com
sedeem
Genebra, Suíça,com
o
objetivo principal de criar
normas
internacionais na indústria, comércio eserviços. '
A
ISO
é compostade
órgãosmembros
de mais de 110 países.O
Brasil é representado na
ISO
pela Associação Brasileirade
Normas
fTécnicas (ABNT). _
_
A
ISO
receberecomendação do
governo, indústria e outras partesinteressadas antes de desenvolver
uma
norma.Todas
asnormas
desenvolvidas pela
ISO
são voluntárias, não há instrumentos legais paraforçar os países a adotá-las.
A
ISO
desenvolvenormas
para todas as indústrias, exceto aquelasrelacionadas
com
a -engenharia elétrica e eletrônica. Asnormas
nessasáreas são desenvolvidas pela Comissão Eletrotécnica Internacional
com
sede
em
Genebra,com
maisde
40 países-membros, incluindoo
Brasil..
' 1 1
2.4
PROCESSO
DE
ELABORAÇAO
DAS
NORMAS
ISO
14ooo
A
A
sérieISO
14000 consistenum
conjuntode
normas, igualmentede
caráter voluntário,que
encontra-seem
processode
elaboração pelaISO
com
o objetivode
“estabelecer diretrizes para a implementaçãode
sistemas
de
gestão ambiental, nas diversas atividades econômicasque
possam
impactar o meio ambiente, e para a avaliação da certificaçãodestes sistemas,
com
metodologias uniformes e aceitasinternacionalmente." (CNI, 1995, p. 24)
Como
uma
instituição normalizadora internacional, ela .elabora eavalia -normas -através
de
vários comitês técnicos, compostos porespecialistas de diversos países
membros.
nf
As
normas abrangem
seis áreasque
estao sendo elaboradasatravés
de
um
Comitê Técnico 207 daISO
(TC 207), especialmentedesignado para este assunto, intitulado Gestão Ambiental,
que
contacom
a participação
de
56 países.O
TC
207
écomposto
por 6 sub-comitês e 1 grupode
trabalhoespecial (WG1).
Cada
um
destes elementosque
compõem
oTC
207, ésecretariado por
um
paísdiretamente ligado a ISO, mostrado conformequadro 1 a seguir.
Os
sub-comitês «podem ser distribuídosem
dois blocosde
12
Quadro 1 - Estrutura de Elaboração/Aprovação das Normas Ambientais
I.
Processo produtivo (empresa):
SC.1-Sistemas
de
gestão ambiental; Inglaterra - BSI;SC.2-Auditorias ambientais; Holanda - NNI;
SC.3-Rótulos ambientais
-
Selos verdes; Austrália - SAA;II. Produto:
SC.4-Avaliação
de
desempenho
ambiental;EUA
- ANSI;SC.5-Análise
do
ciclode
vida; França -AFNOR;
SC.6-Termos e definições; Noruega - NFS;(para I e
II);
E mais
uma
área estudadaem um
grupode
trabalho(WORK
GROUP):
WG-Aspectos
ambientaisem
normas
e produtos;Alemanha
- DIN;Cada
sub-comitê (SC) écomposto
pelos diversos gruposde
13
determinado assunto específico e preparação dos primeiros textos
relativos às
normas
a serem produzidas. Vencidos os estágios iniciaisde
redaçãode
textos, osmesmos
são analisados sucessivamente ao níveldo
sub-comitê respectivo edo
comitê técnico, para entãoserem
submetidos à votação final de todos os países associados à ISO.
Os
SCs eWGs
são formados por representantesde
todos os paísesmembros
daISO
eque
estão interessados na formulação das normas,entre os quais
o
Brasil. 'O
Comitê Técnico (TC 207)começou
a estabelecernormas
para ossistemas
de
gestão,com
a finalidade de certificação das boas práticasde
gerenciamento ambiental. É
também
seu interesse normatizar os selosverdes
que
-hoje ainda estão circunscritos aos limites de fronteirasnacionais
e
com
diferentes interpretaçõesdo que
seja ecologicamentecorreto.
A
participação brasileira noTC
207, auxiliando na formulaçãodo
conjunto
de normas ISO
14000, se dá atravésdo
GANA
(Grupode
Apoioà Normalização Ambiental), credenciado pela
ABNT.
O
ABNT/GANA
éo
resultado da atuação conjunta de empresas e associações de classe
com
a
ABNT,
objetivando: a análise dosdocumentos
produzidos pelaISO/T
C
207; a formulação
de
propostas alternativas e alterações nos textosem
discussão; e a defesa da posição brasileira nas reuniões realizadas tanto
nos sub-comitês
como
nos grupos de trabalho. (CNI,1995) «Desta forma,
o
GANA
através daABNT,
representa a sociedadebrasileira perante o órgão internacional
de
normalização.Cada
sub-comitê
formado
na ISO/TC
207 seráacompanhado
de
perto porum
sub-comitê equivalente no
GANA, sempre
apoiado porum
grupo de apoiotécnico (GAT)
que
estuda e avalia osdocumentos
produzidos pelo sub-14
A
SérieISO
14000. seráum
dos
mais completos conjuntosde
normas
de. Gestão Ambiental aplicáveis voluntariamente pelasorganizações. --
Conforme¿ D'Avignon, a sua composição provável poderá ser\ a
seguinte: «
\ i
14000 Gestão Ambiental
-
Diretrizes para seleção e\uso*14001 Sistema de Gestão Ambiental- Especificação me diretrizes para uso.
14004 Sistemas
de
Gestão Ambiental-
Diretrizes. gera-is sobre princípios,sistemas e técnicas de apoio.
-E
14010 Diretrizes para Auditoria Ambiental- Princípios gerais.
14011 Diretrizes para Auditor~ia__Ambiental
-
Procedimentosde
auditoria-
Auditoria
de
Sistemade
Gestão Ambiental. .14012 Diretrizes para Auditoria Ambiental
-
Critériosde
qualificação paraauditores ambientais.
14020 Rótulos e Declarações Ambientais
-
Princípios Básicos14021 Rótulos e Declarações Ambientais ~- Autodeclarações ambientais
3
Termos
e definições.V
14022 Rótulos e Declarações Ambientais
-
Autodeclarações ambientais-
Símbolos.
14023 Rótulos e Declarações Ambientais
-
Autodeclarações ambientais-
Metodologias e teste de verificação.
14024 Rótulos e Declarações Ambientais
-
Rotulagem ambiental tipo I-
Diretrizes'para_princípios e procedimentos.
14025 Rótulos e Declarações Ambientais - Rotulagem ambiental tipo III
-
Diretrizes pa__r¿a‹fprincípios e procedimentos.
»
14031 Gestão Ambiental -, Avaliação da performance ambiental.
1404.0¬'Análise..dó Ciclo'de Vida
-
Princípios e diretrizes.14041 Análise do`€ic-lo
de
Vida-
Análisedo
inventário.14042 Análise do"Ciclo
de
Vida-
Avaliaçãodo
impacto.15
14050 Gestão Ambiental-Vocabulário ,
*
14060 Guia
de
inclusão dos aspectos ambientais nasnormas de
produto.
L
.
14070 «Diretrizes para
o
estabelecimentode
impostos ambientais.* Denominação provisória
2.5
ETAPAS DE
IMPLANTAÇÃO
DA
ISO 14000
Uma
dasnormas
daISO
Série 14000,ou
seja, a ISO 14001,estabelece as especificações e
os
elementosde
como
se .deveimplementar
um
sistemade
gestão ambiental.Para
implantarum
sistema de gestão ambientalnuma
organizaçãoé necessário seguir
um
roteiro que, no caso, é a próprianorma ISO
14001.
De
maneira geral, asnormas de
sistemasde
gestão seassemelham. As diferenças normalmente .aparecem na abrangência ou
no
detalhamento.
`
.
Após o comprometimento
com
as questões ambientais e aavaliação inicial começa-se a implantar os outros requisitos especificados
pela norma.
A
seguir elesaparecem
em
ordem
de implementação,oque
não
impede que
certas etapas sejam executadas paralelamente.2.-5.1 Requisitos .gerais
do
.sistemade
gerenciamento
ambiental
Este requisito faz a introdução da
norma
NBR
ISO
14001/96.Determina
que
se deve implantarum
SGA
em
conformidadecom
osrequisitos desta
norma
e garantir e demonstrar, para as partesinteressadas,
que o
SGA
existe e funciona.16
2.5.2 Política
ambiental
da
empresa
N
A
política ambiental éuma
declaraçao dos princípios ecompromissos da empresa, contendo os objetivos e metas assumidos,
em
relação ao meio ambiente.
O
princípio da melhoria contínua daperformance ambiental da
empresa
deverá fazer paitede
sua políticaambiental,
bem como
estar relacionadacom
a organização ecom
osimpactos ambientais por ela gerados,
devendo
ser estabelecidaem
função da natureza, escala e impactos .ambientais
de
suas atividades,produtos e serviços. _ _
A
política ambientaltambém
representa o compromisso da altaadministração
com
as partes interessadas nos assuntos relativos aomeio
ambiente,
devendo
obtero
apoio de todos os funcionários daorganização.
Estabelecida a política ambiental da
empresa
deverá divulgá-la paraseus acionistas, empregados, fornecedores, clientes e a
comunidade
em
geral. _
2.5.3
Planejamento
\ ‹
ou
Nesta etapa elabora se
um
conjuntode
procedimentosque
seraoimportantes para a implementação e operação
do
sistemade
gestãoambiental e
que completam
sua política ambiental.Todas
as atividades,~
17
2.5.3.1
Aspectos
ambientais
_O requisito aspectos ambientais refere-se à identificação dos
aspectos geradores dos impactos ambientais significativos.
De
uma
formagenérica
podemos
afirmar -queo
aspecto ambiental éuma
atividade cujo resultado pode gerar impacto ambiental.é
O
levantamento destes aspectos significativos é fundamental parao
planejamentode
um
sistema de gestão ambiental, sendouma
dasentradas
de
todoo
processo.A
fase inicial de implantaçãode
um
SGA
consiste na identificação e avaliação dos aspectos ambientais.
Cada
organizaçãoque
não possuaum
sistema de gestão ambientaldeve,
como
primeiro passo, estabelecer sua posição atualizadaem
relação ao meio ambiente atravésde
um
levantamento dos aspectosambientais
que compreende
a identificação dos requisitos legislativos ereguladores,
o
exame
das práticas e procedimentos de gestão ambientalexistentes e a avaliação
de
dados provenientes da investigaçãode
acidentes anteriores.Após
realizada a investigação mencionada, procede-se ao seumonitoramento através de indicadores e a sua .avaliação da qualificação,
1a
2.5.3.2 Requisitos legais
e outros
requisitosA
questão básicado
sistema de gestão ambiental é ocompromisso
com
o
cumprimento dos requisitos legais (municipais, estaduaise
federais) e outras regras
que
aempresa
se propõe à atender visandoo
mercado
"verde". Paraque
isso ocorra,o
sistemade
gestão ambientalpossui
mecanismos
para garantirque
as exigências legais, 'deregulamentações e
de
outras políticas relativas aos impactos ambientaisidentificados sejam conhecidas, documentadas, disponíveis, entendidas e
atualizadas
sempre
que
necessário pela organização.'
A
identificação dos requisitos legais e outros requisitos é partefundamental da «constituição
do
SGA
poisdefine
as especificaçõesambientais
que
o sistemade
gestão ambiental deve estarcomprometido
a atender.
Entende-se por outros requisitos, no código
de
éticade
um
dado
setor,
um
contrato firmadocom
cliente, acordoscom
autoridadespúblicas, .regulamentações não obrigatórias, acordos
com
sindicatos,enfim,
uma
restrição relativaao
meio ambienteque
jaempresa
assumiuque
iria respeitar.2.5.3.3 Objetivos
e
metas
da
empresa
quanto
a
questão
ambiental
O
fundamento do
requisito objetivos e metas é garantir aexistência
de
metas ambientais claras para a empresa, alta administraçãoe funcionários. visam aproximar a política ambiental da organização,
permitindo
que
ela seja conhecida e implementada por todos os níveis da19
Os
objetivos e metas, normalmente, são quantificáveis econstituem
uma
ferramentade
gestão e de melhoria contínua,permitindo
que
a alta administração monitoreo
sistemade
gestãoambiental. ,
Os
objetivos emetas
são monitorados periodicamente pela~ na ~
organizaçao, permitindo
uma
reorientaçaodo
sistemade
gestaoambiental,
quando
necessário.2.5.3.4 Program-a(s)
de
gestão ambiental
Este requisito constitui
uma
das grandes etapasde
planejamento emelhoria contínua
do
SGA. É o instrumento chave para o gerenciamentodos objetivos e metas e a implementação e
manutenção do
sistemade
1.:gestao ambiental.
O
requisito programade
gestão ambiental determinaque
devem
ser implementadas ações para
que
a organização atinja os seus objetivose metas, nos mais variados níveis. Para estas ações, deve-se atribuir
responsabilidades, recursos e prazos para implementação.
O
programa de gestão ambiental é gerado, entre outras fontes, apartir da identificação dos aspectos ambientais existentes ou previstos,
incluindo considerações sobre as etapas
de
planejamento,desenvolvimento, produção, comercialização e disposição dos produtos e
serviços.
2.5.4
Metodologia
de implementação
e operação
do programa
A
empresa
deverá desenvolvermecanismos
de apoio necessáriospara a efetiva implementação da sua política ambiental e
cumprimento
dos seus objetivos e metas. Esta etapa inclui
o
funcionamento da20
treinamento de pessoal, a operação da comunicação e os registros da
documentação.
Quando
estabelecidoo
planejamento incluindo a implementação eposterior
manutenção do
SGA, parte-se para a criação da basedo
sistema
que
vai suportar a implementação dos planos pré-definidos,tendo
com
uma
das maiores finalidades assegurar os princípios de gestãoambiental.
2.5.4.1 Estrutura
de
.responsabilidadeEste item trata
da
definiçãode
papéis, responsabilidades,autoridades e recursos necessários para a prática da política ambiental da
organização.
V
O
requisito .estrutura e responsabilidade constituium
dosdiferenciais entre as organizações
que
fazem controle ambiental e asempresas que possuem
sistemade
gestão ambiental, pois .garanteuma
atribuição
de
responsabilidade clara.V
2.5.4.1.1 Atribuição
de
.responsabilidadee
autoridades
A
determinação dos papéis, responsabilidadese
autoridadesdeve
ser feita,
segundo
aNorma
NBR
ISO 14001/96,de
maneira documentada.A
atribuição dos papéis, responsabilidades e autoridadesé
comunicada a todos os envolvidos no sistema
de
gestão ambiental,que
» 21
2.5.4.1.2
Recursos
Através
do
programade
gestão ambiental e de outras informações,a alta administração deve avaliar e prover todos os recursos necessários
para implementação e
manutenção do
sistemade
gestão ambiental.Esses recursos incluem pessoal, equipamentos
de
suporte e recursosfinanceiros.
O
fornecimento de recursostambém
objetiva garantiro
treinamento dos envolvidos no SGA.
2.5.4.1.3 .Representante
da
administraçao
O
representanteda
administraçãotem
a responsabilidadede
coordenar a implantação e
manutenção do
sistema de gestão ambiental efazer a ligação entre a operação
do
SGA
e a alta administração.O
representante da administração deve ter papéis definidos,
responsabilidade e autoridades para:
A
assegurarque
os requisitosdo
sistema.de
gestão ambiental sejamestabelecidos, implementados e mantidos;
Á
reportaro
desempenho
do
SGA
à alta administração, para análise crítica,como uma
base para melhoriado
sistema.A
função de representante da administração pode ser exercidapor
uma
ou mais pessoas,dependendo do
porte da organização. Essesindivíduos
podem também
ter outras responsabilidades na organização22
no
2.5.4.2
Treinamento,
Conscientizaçao
e
Competência
Após
a determinação dos papéis, responsabilidades e autoridades,a
Norma
NBR
ISO
14001/96, aborda a formação dos .recursoshumanos
como
parte fundamentaldo
sistemade
gestão ambiental.O
requisito treinamento, conscientização e competência visagarantir
que
todo o pessoal envolvidocom
o
sistemade
gestão ambientalesteja preparado para exercer suas tarefas. Para isso, os funcionários da
organização
devem
estar conscientes da sua parcelade
responsabilidadesna operação
do
sistemade
gestão ambiental, seja elade pequena ou
grande importância para
o andamento do
SGA.Além do
processode
conscientização dos funcionários, todos oscolaboradores
que atuam
juntos a aspectos ambientais geradoresde
impactos ambientais significativos, reais ou potenciais,
devem
sercapacitados para exercer corretamente as suas tarefas.
Os
treinamentos,que
devem
ser fornecidos periodicamentecom
finalidade primordial preventiva,
abrangem
conteúdos técnicos ede
conscientização.
É
recomendado que
a organização estabeleça periodicamentelevantamento das necessidades de treinamento.
2.5.4.3
Comunicação
Este requisito reconhece a necessidade da organização
manter
informada as partes interessadas. Para isso, é necessária a criação
de
~
fluxo
de
informações eficiente.A
comunicaçao inclui o estabelecimentode processos para informação interna e,
quando
necessário,externamente, as atividades ambientais da organização.
Para a
Norma
NBR
ISO
14001/96, a comunicação é subdivididaem
23
Internamente, a
empresa
deve ter procedimento para aorganização nos vários níveis e funções
da
organização.A
comunicação interna objetiva melhorar
o
fluxode
informações entre oscolaboradores e a conscientização
com
a política ambiental ecom
o SGA.A
comunicação externa está centrada na comunicação daorganização
com
as partes interessadas externas,formando
um
canalde
duas vias. É utilizado pela
empresa
no fornecimento de informaçõessobre a sua operaçao, na
venda
da suaimagem
etambém
nos casosde
situação
de
emergência.2.5.4.4
Documentação do
SGA
O
requisitodo documento
do
sistemade
gestão ambiental éfundamental para garantir
o
sucesso na implementaçãodo
SGA, estesolicita
que
aempresa
possuaum
procedimentoque
descreva oselementos centrais
do
sistema de gestão ambiental e indique adocumentação
relacionada. ~N
Os documentos do
SGA
sao:4
manualde
gestão ambiental;A
procedimentos;/z instrumentos
de
trabalho;Á
registros, formulários etc.A
documentação
do
SGA, facilita a avaliação e revisão da estruturaorganizacional da empresa, avaliação
do
desempenho
ambiental daempresa
e reforça a consciência dosempregados
sobre suasresponsabilidades no cumprimento dos objetivos e
metas
estabelecidas.A
natureza dadocumentação pode
variarem
funçãodo
porte e da24
documentação
esteja datada, organizada eque
seja retida porum
períodoespecífico. '
Organização
do Manual de
Gestão Ambiental
O
manualde
gestão ambientalé
um
instrumento para facilitar eagilizar a consulta a
documentação do
SGA.Pode
ser utilizado,também
como
recurso para treinamento dosempregados
ecomo
instrumentode
divulgação
do comprometimento
da empresa. Entre osdocumentos deve
conter:
/z a introduçãofà organização;
/z a política
de meio
ambiente;/. os objetivos e
metas
ambientais;/. a estrutura organizacional;
zé as responsabilidades ambientais;
Á
a listagem:de
procedimentos;zz a descrição
do
SGA; VA
as páginasde
revisõese
alterações.Para efeito
de
ceitificação ambiental, o Manual deverá conter,também,
a lista de distribuição euma
listade
referência cruzada entre osprocedimentos da
empresa
e os elementos daNorma
NBR
ISO 14001/96.2.5.4.5 Controle
de
documentos
O
objetivo deste item é garantirque
as organizações criem emantenham
documentos de
formaadequada
para a implementaçãodo
25
Conforme
descrito anteriormente, aNorma
NBR
ISO
14001/96tem,
como
doisde
seus pilares, zo planejamento e a .prevençãode
problemas.
A
conseqüência disto é a criaçãode
planos, procedimentos einstrumentos
de
trabalhodocumentados
que
são utilizados por todo opessoal
que
executa atividades geradorasde
impactos ambientaissignificativos, reais ou potenciais. Estes
documentos
objetivam normalizar as atividades relacionadas aos processos, aspectos e impactos ambientaissignificativos.
V
Para
que
as atividades e processos sejam executadosem
conformidade
com
os planos, procedimentos e instruçõesde
trabalho,acima mencionados, é fundamental
que
estesdocumentos
estejamaprovados e disponíveis para todos os funcionários ou contratados
que
executam
tarefasque geram
impactos ambientais significativos, reaisou
potenciais.
2.5.4.6 Controle
operacional
O
requisito controle operacional visa ao estabelecimento ena
manutençao de
controles para garantirque
os processos e atividadesque
na
geram
impactos ambientais, reais ou potenciais,operem
em
condiçoespreviamente definidas. Portanto, o ponto inicial deste requisito é
o
conhecimento das atividades e processos
que
geram
impactos ambientaissignificativos, reais ou potenciais, informações obtidas através
do
requisito aspectos ambientais da
Norma
NBR
ISO
14001/96.Conforme
Tibor eFeldman
(1996), a organizaçãoque
mantivercontrole destas atividades e processos terá,
em
conseqüência, o controledos impactos significativos gerados por eles. Estes processos e atividades
26
Á
processos geradores dos impactos ambientais;Á
processosde
tratamentode
resíduos, efluentes, ruídos, etc. ;.Á
processosde
manuseio, transportee armazenamento;
Á
atividadese
produtos fornecidos por terceiros.O
planejamento dos processos e atividades é realizado porimplantação e
manutenção de
procedimentosque
incluemmétodos
ecritérios operacionais.
2.5.4.7
Fomecedores
e
subcontratados-A
Norma
não
focaliza objetivamente a avaliação e seleçãode
subcontratados,
mas
sim a comunicaçãode
procedimentos e requisitosrelevantes aos fornecedores da empresa, caso sejam responsáveis pela
entrega
de
bens e sen/iços envolvidoscom
os aspectos ambientaissignificativos.
2.5.4.8
Preparaçao
e
atendimento
aemergências,
Este requisito objetiva o estabelecimento
de
procedimentos para aatuação no caso
de
emergências. Apesarde
implantadoum
sistemade
gestão ambiental,
sempre
existeuma
probabilidadede
ocorrênciade
uma
situação descontrolada
que
pode gerar grandes impactos ambientais.Consideram-se grandes situações' de emergências: incêndio,
explosão, enchentes, acidentes e danos propositais.
Como
medidade
prevenção diante deum
possível acidente, aNorma
ISO
14001/96 determina a existência de procedimentos paraidentificar potenciais
de
acidentes e situações de emergência, enfrentar e27
2.5.5
Metodologia
de
verificaçãoe ação
corretiva2.5.5.1
Monitoramento
e
medição
Este requisito determina 'que
o
monitoramento e as mediçõesplanejadas no requisito controle operacional sejam implementados e
analisados.
Tem
como
premissa básica a coletade
dadosem
váriospontos
do
processo,com
o objetivo de medir e monitorar odesempenho
real
em
comparação
com
os objetivos e metas ambientais daorganização. Para isto,
podemos
dividir este requisito conforme segue:O
2.5.5.1.1 Coleta
de
dados
e
análiseA
coletade
dados dos processosque geram
impactos ambientaissignificativos são encarados pela
Norma
NBR
ISO
14001/96,como
operações fundamentais para o controle dos processos, aspectos e
impactos ambientais significativos. É através da operação
de
coletade
dados,
que
transformam-se as informações pertinentes ao controledo
processo à geração de disposição de resíduos
em
indicadoresque
sãopermanentemente
monitorados pela organização.Os
dados obtidos nasoperações de “coleta de dados"
devem
ser registrados e armazenados.Após
coletados e registrados, os dadosdevem
ser analisadosavaliando-se sua conformidade
em
relação aos critérios pré-estabelecidos, sejam eles internos ou estipulados por legislação
ou
28
2.5.5.1.2 Calibração
e
manutenção de
instrumentos
Como
as medições descritas acimadependem
de
instrumentos, aNorma
NBR
ISO 14001/96, determina amanutenção
e calibraçãode
todos os equipamentos envolvidos
com
a monitoração das operações eatividades
que tem
'possibilidadede
gerar impactos ambientaissignificativos na organização.
2.5.5.2
Não-conformidade e ações
corretivae
preventivaH
Este requisito abrange a etapa seguinte à coleta e análise
de
dados. Refere-se à segregação e minimização dos problemas, além da
correção
e
eliminação das causasde
não-conformidades reaisou
potenciais, para
que
estasnão
ocorram ounão
sejam reincidentes.É
uma
grande ferramenta para omelhoramento
contínuodo
sistema
de
gestão ambiental.Com
base nas informaçõesdo
SGA, dosprocessos
em
geral e das conformidades, procede-se .àtomada
das açõesde
mitigação, ações corretivas e preventivas. Este requisito pode serdividido
de
forma diferente, nas seguintes partes:`
Não-conformidade
-
após a detectação das não-conformidades,a organização deve garantir
que
estasnão
gerem
impactoambiental significativo.
Açoes de
mitigaçao define
se a ação de mitigaçãocomo
aquelaque
visa a contenção imediata deum
problema existentede
não-conformidade, pois tenta evitar ou, pelo menos, minimizar a
29
Ações
corretivas-
a ação corretiva consiste na atuação sobre ascausas básicas de
uma
não-conformidade,de
maneira estruturada esistemática.
Ações
preventivas
-
é aquelaque
aempresa deve
desencadearpara eliminar a causa
de
um
problema potencial,mas
que
aindanão ocorreu.
2.5.5.3 Registros
Este requisito objetiva
o armazenamento do
históricodo
sistemade
gestão ambiental. É
um
conjunto estabelecido e mantidode
informações,que demonstram
a conformidadedo
SGA com
aNorma
NBR
ISO
14001/96.
De
acordocom
a norma, a gestão efetiva destes registros éessencial para o sucesso da implementação
do
sistema de gestãoambiental. Estes registros são os indícios
do
alcancedo
desempenho
objetivado noSGA
earmazenam
todos os procedimentos utilizados paraatingir tal estágio.
A
Norma
NBR
ISO
14001/96, determina a existênciade
procedimento não
documentado
para a gestão dos registros. Estáincluído
métodos
para a identificação,manutenção
e disposição dosregistros ambientais.
Além
disso, os registros ambientaisdevem
serlegíveis, identificáveis e rastreáveis à atividade, treinamento, produto
ou
serviço envolvido,
devem
ficar armazenados, de maneiraque
sejamrecuperáveis e protegidos contra danos, deterioração ou perda,
devem
ter
tempo
de
retenção estabelecidos e registrados e serem.confidenciais,30
Uma
empresa
deve estabelecer registros necessários para aimplementação
do
SGA,como
por exemplo:-ú registros legais; /z licenças;
'
A
treinamento dos empregados;/Á
dados de
manutenção, inspeção ei calibraçãode
instrumentose
equipamentos e áreas; V
Á
acidentescom
conseqüências ;/, reclamação da
comunidade e
ações implementadas;/, auditorias ambientais;
A
dados de
monitoramento.Os
registrosdevem
ser mantidos conforme apropriado ao sistema ea organização, para demonstrar conformidade aos requisitos desta
norma.
2.5.5.4 Auditorias .do
sistema
de
gestão
ambiental
O
objetivo deste requisito é estabeleceruma
avaliação regular esistemática
do
sistema de gestão ambiental, a fim de verificar aconformidade entre a prática
do
SGA, as atividades planejadas e aNorma
NBR
ISO
1400V1/96.Além
disso, a auditoriade
SGA
objetiva monitorar a eficáciado
sistema de gestão ambientalem
relação à política e aosobjetivos e metas ambientais.
A
auditoria é parte fundamentaldo
SGA, pois, através de técnica amostral, determinao andamento
da implementação emanutenção do
SGA, fornecendo ao gestor
do
sistemauma
base para administrar ascorreções necessárias a realizar.
A
Norma
NBR
ISO14001/96, defineque
~
r 31
~ ~
ao conhecimento da alta administraçao, para a
tomada
das açoespertinentes.
A
Norma
NBR
ISO
14001/96, estabelece paralelos muito fortes da auditoria de Sistemade
Gestão Ambientalcom
a auditoriado
Sistemade
Qualidade. As práticas e procedimentos
de
auditoriasdo
SGA
sãosemelhantes às utilizadas na auditoria dos Sistema da Qualidade.
As metodologias e critérios para orientação» da realização das
auditorias
de
SGA
são detalhadamente descritos nas normas:Á
NBR
ISO
14010/96-
Diretrizes para Auditoria Ambiental-
Princípios Gerais
de
Auditoria Ambiental _/.
NBR
ISO
14011/96-
Diretrizes para Auditoria Ambiental-
Procedimentos
de
Auditoria Ambientalâ
NBR
ISO
14012/96-
Diretrizes para Auditoria Ambiental-
Critériode
Qualificação para Auditores Ambientais.O
Papeldos
Auditores
Existe
uma
grande diferença entre auditoria e fiscalização.O
auditor verifica
o
cumprimento dos critériosque
são objeto da auditoria einforma
o
resultado ao cliente.Na
fiscalização, as falhas observadasresultam
em
sanções.O
trabalhodo
auditor éuma
prevenção, por issoele deve ser considerado
como
um
parceiro.Não
é objeto de auditoria o fornecimentode
soluções para as não-conformidades detectadas.
É necessário
que o
auditorde
SGA
entendao
processo de gestãoda empresa, conhecendo as atribuições, as responsabilidades, os
procedimentos e a forma
de
comunicação dos funcionários,não
serestringindo a
uma
avaliação dos documentos, dos procedimentos e das_ |
N
- 32
A
auditoria externa deve ser feita por profissionais qualificadose idôneos,
sem
qualquer vínculocom
a empresa.O
auditorexpressará opinião a respeito
do segmento
auditado, apresentandoparecer sobre
o
escopo e a confiabilidade dos trabalhos dos auditoresinternos,
quando
houver, e identificando as possíveis falhas.Na
auditoria interna, os auditores são funcionários da própriaempresa, previamente treinados.
O
objetivo é o aperfeiçoamento doscritérios internos
de
desempenho
da empresa, além da prevençãode
possíveis acidentes.
Sua
função é prevenir e identificar eventuais não-conformidades.
Quanto
maior a corporação e maior o seu potencial de degradaçãoao
meio
ambiente, mais complexo éo
seuSGA
e, consequentemente osobjetivos da auditoria.
Em
algumas corporaçõeso
SGA
está incorporadoàs áreas de segurança e/ou qualidade. Neste caso, a auditoria
de
SGA
será conduzida
em
conjuntocom
a auditoria das demais áreas.2.5.6 Análise crítica pela
administração
Este capítulo objetiva a avaliação dos resultados
do
sistemade
gestão ambiental pela administração da organização, permitindo seu
redimensionamento,
quando
necessário e melhorando a eficácia eo
desempenho
do
SGA. É a parte constituinte da inteligênciado
sistema,pois a administração, a partir das informações disponíveis
do
SGA,toma
decisões para a sua correção, redefinindo políticas, objetivos e metas,
planejando, fornecendo mais recursos, etc.
O
requisito análise crítica pela administração éuma
das molaspropulsoras
do
processode
melhoria contínuado
sistema de gestãoambiental, pois
com
a participação da alta gerência, são definidosou
redefinidos os objetivos e metas ambientais, fornecendo impulso à
'
`
33
A
análise crítica é realizada pela alta administraçãocomprometida
com
o
sistema gestão ambiental etem
a participaçãodos representantes da administração
que
relatam à alta administraçãoo
desempenho
do
SGA.As análises críticas realizadas pela
empresa
devem
ser realizadasem
intervalos pré-determinados pela própria administração daempresa
apartir de informações coletadas
do
sistemade
gestão ambiental.Conforme
aNorma
NBR
ISO
14001/96, são discutidos obrigatoriamente,nesta avaliação
do
SGA:/. resultados de- auditorias
do
SGA;Á
mudanças
das circunstâncias;A
melhoria» contínua; ,/z nível
de
atendimento da política, objetivoe
outros elementosdo
sistema
de
gestão ambiental.34
Melhoria Oontínua
Quadro 2 - Etapas de Implantação das Normas ISO 14000 - Fonte:
NBR
- ISO 140042.5
PERFIL
DAS EMPRESAS
CERTIFICADAS
Todas
asempresas
que
desenvolvam atividadesque tenham algum
efeito restritivo sobre
o meio
ambiente, sejaem
termosde
resíduos,ou
de
resultados ambientais interativos deverá buscar a certificaçãoambiental. '
Por
um
curto período, imaginava-seque somente
as grandesempresas
que
poluissem precisariam da certificação ambiental, pois aexigência era no princípio
somente
do
mercado
internacional.Atualmente qualquer empresa,
de
qualquer porte, sendo elas
35
ramo de
atividadeuma
vantagem
competitiva,devendo
utilizar talrecurso,
como
diferencialde
competitividade. _Neste contexto, todos os segmentos industriais, dentre eles, papel
e celulose, metal-mecânico, têxtil, cerâmica
de
revestimento eo
setorde
serviços são alvo
de
concorrência e competitividade.No
contexto atual,o
setor empresarial propõe aos consumidoresuma
fórmula para diferenciar asempresas
que gerem
seus negóciosde
forma ambientalmente responsável.
A
sériede normas
internacionaisISO
14000 surge
como
resposta da indústria à crescentedemanda
dasociedade
com
os aspectos relacionados à poluição e ao usode
recursosnaturais, principalmente os não-renováveis.
Até
dezembro de
1997, quinzemeses
decorridos desde ahomologação
das primeirasnormas
da sérieISO
14000,um
número
próximo
de
três dezenasde
certificadosISO
14001 havia sido obtido porempresas
no
Brasil. Talnúmero
aindapequeno quando comparado
com
os
aproximadamente
3000 certificados emitidos na Europa ou centenasde certificados obtidos no
mesmo
período por empresas japonesas, jápossibilita
uma
avaliação da experiência brasileira.Embora não
haja no Brasiluma
contabilização oficial doscertificados
ISO
14001 emitidos pelasempresas que operam
no país,o
quadro 3,
com
base de dadosde dezembro de
97 , apresentauma
ow I ~
Quadro 3 - Certificação ISO 14001 - Brasil (status dezembro 97)
Empresa
Setor EstadoBahia Sul P Papel e Celulose BA
DSM
- Nitriflex Petroquímica RS Cetrel Serviços BA Petrolex Petroquímica Rs,RJOPP
Usiminas Petroquímica i BA, SP,' RSMG
SiderúrgicaCVDR
-SUTEC
Pesquisa/desenvolvimentoMG
Riocell Papel e Celulose RS
NEC
` Eletrônico SP Spal Bebidas SP Hering Têxtil SC Klüber Óleo SP Tetrapak EmbalagensSP'
Scania Automobilístico SPRhöm
&
Haas Química SPEliane Cerâmica SC
CBMM
MineraçãoMG
Cenibra Papel e Celulose
MG
Belgo Mineira Siderúrgica
MG
Coperbo Petroquímica PE
Duraflora Florestal SP
Blindex Vidros SP
Xerox Máquinas AM, BA, RJ
Fiat Automobilístico
MG
Volkswagen Automobilístico SP
Philips Iluminação SP
Furukawa Cabos elétricos SP
Fonte: CQ-Qualidade, 1
Os
setoresque
estão mais adiantados no processode
ceitificaçaosão
o
químico/petroquímico, celulose&
papel e florestal,com
40%
do
número
totalde
certificações37
Apesar de as primeiras empresas certificadas terem se
concentrado nos Estados da Bahia e Rio
Grande
do
Sul,o
Estadode
São Paulo,
com
32%
dos certificados emitidos, já assumiu a liderança nonúmero de
plantas certificadas.As empresas
de médio
e grande porte são as pioneiras no processode
certificaçãoISO
14001. Adota-se nesta análise o critériode
categorização
do tamanho
das empresas utilizado pela Fiesc e Sebrae, onde:Á
pequeno
porte-
21. a99
funcionários;/z
médio
porte~
100 a 500 funcionários;A
grande porte- maisde
501 funcionáriosPara
o enquadramento
das empresas nas categorias mencionadas,assumiu-se o seguinte critério adicional: para empresas
que
possuem
somente
uma
unidade certificada, o porte foi determinado pelotamanho
desta unidade; para empresas
com
mais deuma
unidade certificada, oenquadramento
sedeu
pelotamanho
daempresa
como
um
todo.Utilizando a base
de
dadosdo
Bureau Veritas, foi feitauma
projeção
do número
totalde
empresas certificadas para to fim de 1998.Com
base nesse resultado, pode-se deduzir que: _ú
Os
setores químico/petroquímico, celulose e papel eo
florestalcontinuam liderando a lista das certificações,
com
44%
do
total.No
entanto, pode-se obsen/ar
que
outros setorespassam
a ganhar relevância,como
o
de
óleo e petróleo, sugerindouma
tendência deampliação da diversificação
do
processo de implementação daISO
38
Á,
Há
uma
expansãode
estados contendo unidades certificadaspela
Norma
ISO
14001, sendoque São
Paulo amplia levemente a suaporcentagem sobre o total; i
/,Há
um
crescimentodo
número
de
empresasde
grande portecertificadas, passando de
55%
para64%.
Este fato ré justificadopela certificação esperada, nesse período,
de
outras unidadesde
empresas
que
jápossuem
plantas certificadas. Adicionalmente,algumas
empresas
estão certificando várias unidadessimultaneamente, o que, pelo critério aqui adotado para
enquadramento, as caracteriza
como
sendode
grande porte.Com
base nesta fontede
dados pode-se concluirque
asempresas
de
grande porte apresentam maior tendência para a certificaçãoambiental, pela sua semelhança ao sistema
ISO
9000
e ao fatode
39
3
INTERNALIZAÇÃO
DAS
EXTERNALIDADES
Este capítulo aborda as conseqüências econômicas
do
processode
produção para o meio ambiente, salientando
o
destino dos resíduosambientais
bem como
a sua apropriação indevida pela natureza. Procura-se enfocar a posição da Economia Ambiental Neoclássica diante da
situação.
A
economia ambiental neoclássicavem
dando
prioridade paraproblemas ambientais típicos das economias industrializadas. É
Conforme
a Comissão Mundial para 02. Meio \AFnb/iëhté(CMMA),
desenvolvimento sustentável é
o
“desenvolvimentoque
garante oatendimento das necessidades
do
presentesem
comprometer
ahabilidade das gerações futuras de atender as suas necessidades.”
“Um
dos objetivos principais da escolade pensamento
neoclássicoé a análise das condições para que,
com
o funcionamento deum
sistemade
mercados
livres, a economia atinja a eficiência na alocaçãode
recursos escassos. Desse tipo de análise
emanam
recomendaçõesde
políticas para a
remoção de
imperfeições, levando a economia aum
estado
de
eficiência,de
ótimode
Pareto." (Mueller, p. 263)V
Num
período compreendido até fins da décadade
1960, a teorianeoclássica não considerava
que
os problemas ambientaispudessem
causar falhas
em
economiasde
mercado.Na
década de 30, Pigoulevantou algumas hipóteses para analisar estes tipos de falhas,
o
qualchamou
de
"e›‹ternalidades". .Na
décadade
1960, tornou-se evidenteque
as externalidadesambientais fazem parte dos processos econômicos,
quando
surgiram osprimeiros esforços da economia neoclássica para agregar estes aspectos na teoria.