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IIII e NCHWH TCC UFSC Autor: Pôrto, Maria B T"n1o Refletndosobr 9725 8980 EX. UFSC BsccsM ccsMUNIVERSIDADE FEDERÊL DE SANTQ CATÀRINA
-‹
CENTRO DE CIENCIAS DA SAUDE
II:
DEPARTAMENTO DE ENFERMQGEM ~
PROJETO DE CÚNCLUSÊU DE CURSO - VIII U.C.
CCSNI
TCC UFSC ENF 0177
Ex.
ÊEFLETINDÚ QUERE SQUDE:
uma analise do processo de saude-trabalho, partindo da assistencia prestada aos trabalhadores de uma rede de supermercados de Florianó-
'
polia.
Bu
CURSO DE BRADUAÇãD EM ENFERMAGEM I _
Maria Bráulia de Souza Porto
Supervisora: Profa. Dra. Maria Tereza Leopardi
Orientadora: Enfa. do Trabalho e Terapeuta Naturista Veronica Barreto dos Santos
Professor Participante: Enfa. Denise Cardoso Gonçalves
PARA SER GRANDE, se inteiro; Nada
Teu exagera ou exclui.
Sê todo em cada coisa. Põe quanto
No mínimo que fazes.
Assim em cada lago, a lua toda
Brilha porque alta vive".
A Deus, por tudo, pela sua força sempre presente.
A minha mãe, pela vida, amor, carinho, e apoio durante todos os
momentos, bons ou ruins, que tive ate hoje e pelo compartilhar
dos meus ideais e os alimentar, incentivando-me a prosseguir na
jornada, fossem quais fossem os obstáculos.
Ao meu pai, sua presença sempre se fara sentir, muitas saudades..
A Ana Santiago, pela amiaade desde a nossa infância e, pelo par~
tilhar dos momentos de alegria e de tristeza na trajetoria acadë~
mica.
Ao Sergio, por todo carinho, pelo estar sempre presente e, pela
fotografia do trabalho.
A Maria Tereza Leopardi, pela aceitação como supervisora desse
trabalho, que seria um começar de novo, pela troca de conhecimen~
tos, pelo partilhar de ideias, pelo apoio nos momentos de dúvida,
pela amizade e o compreender o aluno no seu contexto.
A Veronice Barreto dos Santos, por aceitar orientar esse traba~
lho, num momento de tantos compromissos, pela troca de conheci~
mentos, o seu carinho e sua amizade, por conhecer de perto a sua
pratica e poder partilhar dela.
A Alacoque Lorenzini Erdmann, pelo apoio nos primeiros passos pa*
ra elaboração do projeto, que tanto contribuiram para o tema a
ser trabalhado.
A Denise Gonçalvez, pelo apoio para apresentação e experimentação
do marco conceitual.
A diretoria da Empresa de Comercio e Representações Santa Monica
Ltda, pela oportunidade e apoio para a realização do estagio.
A todos os trabalhadores do Santa Monica, pelo compartilhar de
experiencias de vida, da aceitação de novas ideias e o apoio para
execução do projeto, e em especial ao setor de artes por mostrar-
se sempre ponto a ajudar.
Ao Lucio Jose Botelho, pela oportunidade de realização do estagio
no Centro de Saude II~ Itacorubi, que tem contribuído para a mi~
nha formação profissional.
A Maristela Chitto Sisson, pela experiencia compartilhada, no
Centro de Saúde II- Itacorubi, que tanto contribuiu para este e
outros trabalhos, pela amizade e pela bibliografia cedida para
execução do trabalho.
A Ingrid Elsen, por poder partilhar da experiencia em assistir
familias, tão lembrada na execução do projeto.
Aos funcionarios do Programa de Pos-Graduação em Enfermagem pelo
I- INTRODUÇAO . . . . . . . . . _... . . . . ..«...1
II- REVISAO DE LITERATURA . . . . . . . . . . . . . . ... . . . . . . . . . . . . . . . . . ..4
III- ASPECTOS HISTORICOS E LEGISLATIVOS DA ENFERMAGEM DO TRABALHO .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ... . . . . . . . . . . . . . . ... . . . . . ... . . . . . . . . ..15
IV- DIRETRIZES PARA A PROPOSTA DE ESTAGIO CURRICULAR DE GRADUAÇAO EM ENFERMAGEM . . . . ... . . . . . . . . . . ... . . . - . . ..22
A) Aberdando D problema... . . . . . . . . . . . . . . . ...22
B) Tracando os objetivos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ..22
C) Marco Conceitua1... . . . . . . . .... . . . . ...25
V- METODOLOGIA . . . . . . . . . . . ... . . . . . . . . ... . . . . . . . . . ...33
A) Reconhecendo 0 local do estágio . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ...33
B) Eetrategiae e passos da aseietëncia...35
C) Ser enfermeiro numa empresa privada . . . . . . . . . . . . . . ...38
D) Os últimoe detalhes. . . . . . . . . ....;... . . . . . . . . ...E8 E) Cronograma deeenvo1vido... . . . . . . . . . ...39
VI- UM BREVE PERFIL SOBRE A EXECUÇAO DO PROJETO...4O VII- AVALIAÇAO DOS OBJETIVOS... . . . . . ...44
VIII-LIMITES E FACILIDADES . . . . . . . ... . . . . . . . . ... . . . . . . . ...77
IX- RECOMENDAÇOES . . . . . . . . . . . ...78
X- IMPLICAÇOES PARA A ENFERMAGEM... . . . . ..BO XI- CONCLUSAO... . . . ... . . . . ...81
XII- HIBLIOGRAFIA... . . . . ...B2
I* INTRUDUÇÀU
Pelo que ee aabe, cada vez maia, estudos eetäo sendo realizados
em todo o mundo, em bueca de praticas que propiciem uma interação eaú~
de~traoa1ho. D enfermeiro esta engajado nesta luta, com a responsabi-
lidade de trabalhar a manutençao, prevenção e promoção a eaude do tra*
balhador.
Ê historia do trabalho traz dois grupoe chavee, o trabalhador,
dominado, por um lado, e o dominante, que detem os meios de produçao,
por outro. De grupos de trabalhadoree sofrem influencia do trabalho
que desempenham, e ao mesmo tempo, do grupo dominante. Entao, qualquer problema que surja, decorrente do seu trabalho, influencia eua condi~
ção de vida e a eociedade.
E neceeeàrio, poie, uma compreensão a respeito do proceeeo de
trabalho, doe meios de produção e da organização do trabalho, aeeim
como do papel do trabalhador no proceeeo de produçao do conhecimento,
em busca do conhecimento dae euaa crençae e valores a reepeito do pro~
ceeeo de eaude~traba1ho e do adoecer trabalhando.
Cabe ao enfermeiro criar uma metodolooia que aeaieta o trabalhar
dor, peeeoa, não com baae nas doenças ocupacionais ou riecoe, somente,
mas que ee estenda a sociedade, estudando a relaçao eaude~trabalho,
tendo como referencia o saber do trabalhador, para tentarmoe compreen~
der como ao expressa ou ee articula o proceeeo saude-doença, enquanto
um proceeeo social.
A eaude ocupacional no Braeil, ee desenvolveu em 1972, quando ae
Portarias 3236 e EEE? tornaram obrigatorioe oe eerviçoe de eaúde em
membro efetivo da equipe de Saude Ocupacional em 1975. Deede, então,
paeeamoe a ter uma representatividade na equipe, embora ae noeeae uni~
vereidadee não eetejam preparando o enfermeiro para atuar na Saude Ocupacional. Parece neceeeario ver de perto a atuação do Enfermeiro do
Trabalho em uma instituição e iniciar questionamentos a reepeito do
proceeeo de aaude-trabalho com os trabalhadores, pouco informados, a
reepeito do ser saudavel, até o momento.
êcredito que o deepertar do trabalhador para uma reflexão eobre a
saude acerca da influencia do trabalho sobre a mesma, faça com que ele
aeeuma ações para ei proprio, familia e sociedade, visando a preeerva~
ção da saude e aatiafaçao no eeu trabalho.
O mesmo deve ocorrer com o enfermeiro e oe demais profieeionaie
que atuam na atençao a eaúde do trabalhador, de modo a buscarem apoio
e intereeee para eeaa problematica. Uma vez que fa: parte doe direitoa
a eaude, ee configura como, um dever de todoe, traz beneficios a em»
presa e liberdade, prazer e eatiafaçäo aos seus trabalhadores. Ieeo
eleva a produçao da empreea, a qualidade da tarefa que cada um deeem~
penha e reduz as doenças ocupacionais.
Como ` _ ` ` *
para a realização deste projeto de aeeieten~
1uet1ficativa
cia, goataria de colocar que o mesmo podera suprir uma lacuna na for»
maçao que recebi a nivel de graduação em enfermagem, uma vez que não
me proporcionou oportunidade de conhecer o papel do Enfermeiro em rem
lação a Saude Ocupacional, pois esta não faz parte do curriculo. U
contato ee da maia tarde, por opçao propria, atraves de cureoe de eee
pecializaçao, maia comumente.
Pelo pouco que conheço desta eepecialidade, sei, que e maia uma
›‹-r __-
rio do Trabalho. Diz respeito a prevenção e promoçao a saude, tão pou~
co valorizada no pais. és carencias existentes estäo ligadas a falta de informação dos trabalhadores e tem acarretado custos ao pais, doen~
ças do trabalho e desconhecimento a respeito do processo saúdewtrabae
lho.
Este relatorio, como atividade propria da VIII fase do Curso de
Graduação em Enfermagem da UFSC, teve o proposito de despertar o inte~
resse de mais alunos da graduação pela Saude Ucupacional,
resgatar a compreensão do trabalhador, enfermeiro e empresa
do processo de saude~trabalho e introduzir temas basicos no
tambem a nivel de graduação. Foi implementado na Empresa de
Representações Santa Monica Ltda, uma das principais redes
buscar ou
a respeito
curriculo,
Comercio e
de super~ mercados de Florianopolis, no periodo equivalente a 30/ÚE a O7/O6/93, sendo a assistencia de enfermagem baseada no marco conceitual de Betty
Neuman, apresentada mais adiante.
Penso, que, o enfermeiro deve buscar novas oportunidades de atua»
ção, fugindo do modelo curativista institucionalizado, buscando esti*
mular a prevenção. São os conceitos ideologicamente dominantes sobre
saude que mantem a alienação do nosso povo, neste campo, de modo que
continua sofrendo o desgaste do seu trabalho e da sua condição de vi*
Ciëx.
Q saude pode ser buscada pelo homem com a ajuda de um profissio~
nal como o enfermeiro e em conjunto com outros profissionais atraves
da luta pela qualidade de vida, liberdade
Um outro ponto de importancia desse
o de fornecer experiencia em um vazio no
e prazer no trabalho.
L
estudo foi. como ja afirmei, meu processo de formação, de
modo que, mais tarde, posso assumir trabalhos nesta area quando pro~
II- REVISHU Dê LITERQTURQ
Segundo Bulhões (1976), a Saúde Ocupacional se faz necessaria pa~
ra proteger o homem que trabalha dos efeitos prejudiciais da sua ocu-
pação. Para ela, "os modelos economicos refletem~se na estrutura da
sociedade e no trabalho. Cada sistema de trabalho traz alterações que se refletem sobre a saude do trabalhador".
A Revolução Industrial trouxe a necessidade de reflexão sobre o
tema "processo de trabalho~saude", ja que, com as maquinas, duplica~
ram~se os danos ao corpo e a mente do trabalhador. às Ciencias Sociais
e a Saude Publica tem participacao marcante no estudo do tema, assim
como o ponto de vista do "olhar medicalizado".
Dejours (1987) procura divulgar que o afrontamento do homem com
sua tarefa, poe em perigo a sua vida mental. Chama atencao para a es~
pecificidade da vivencia operária e coloca que devemos desenvolver nosso trabalho a respeito dessa vivencia operária, considerando a pro~
pria vida mental, a emoção, a angustia, a raiva, o sonho, os fantas~
mas, o amor, todos os sentimentos que experimentamos.
Diz ele que, "a vida do trabalhador, a evolução das condiçoes de
vida, de trabalho e saude, não deve estar dissociada das lutas e rein~
vindicaçoes operarias em geral". Mais adiante, o autor comenta que "o
seculo XIX caracterizou~se pelo crescimento da producao, do êxodo ru»
ral e, portanto, aumento da concentração de novas populações urbanas.
U trabalho tinha duração de 12, 14 ou ate là horas por dia, crianças
eram empregadas na produçao industrial a partir de 3 anos até e mais
frequente apos 7 anos. Os salarios e a frequencia eram insuficientes
I:
¡_!
ameaçando a sobrevivência da familia. As moradias se reduzem em rui»
nas. A falta de higiene, promiscuidade, esgotamento físico, acidentes
de trabalho, falta de alimentos, resultou numa alta taima de morbimor-
talidade“.
Ele refere que não cabe se falar de saude à classe operária do
seculo >< P4 >< porque as suas lutas eram pela sobrevivência (Dejours,
-.I
1987).
â epoca da "Miséria Operária", ou seja, o trabalho apresentava
tantas exigencias, quanto a vida fora dele, isto ameaçava a mäoWde~
obra, causando risco e sofrimento aos operários.
Para Dejours (1987), a miseria assimilada a uma doença, isola o
homem, e o afasta de uma certa eficacia.
Surge o Movimento Higienista para lutar contra o perigo social
presente na epoca. Este movimento ia pouco alem da higiene propriamen~
te dita, da limpeza, epidemias, endemias. êlem disso, se estendia a
sociedade, no sentido de estuda~1a, e aos seus habitos e profissões,
deduzindo reflexões e conselhos que influenciavam o Estado. A Saúde Pública estava voltada aos burgueses.
"Uma nova preocupação era a ordem social nas aglomeraçoes opera»
rias, pois a miseria, a fome, a promiscuidade desenvolveriam a delin~
quencia, banditismo, violencia e prostituição", diz Dejours (1987).
Segundo ele movimentos sindicais e sociais ainda eram pouco de-
senvolvidos, tornando dificil questionar a sociedade quanto a religiao
e a família. Surge a ñcademia de Ciencias Morais e Politicas para tra" tar deste assunto. "A Burguesia perde o seu merito e sua imagem huma~
nista. Especialistas e cientistas, passam a estudar a situaçao social
milia, visando como produto final operários civilizados" (Dejours, 1987).
Paralelo ao movimento das ciencias morais e politicas nasce o Mo~
vimento Alienista. Constitui~se, entao, tres correntes: o movimento
alienista, o movimento higienista e o movimento das ciencias morais e
politicas, fazendo parte a figura do "medico" como imagem. do "Traba~
lho äocial". A "medicalizaçäo social", ja não e mais competente para
resolver problemas complexos do mundo do trabalho, sendo necessario o
desenvolvimento de uma ideologia operária revolucionária. E, em res»
posta a isso, vem a repressão estatal.
â g§ggg_passa a ser a comunicação dos operários em resposta a em~
ploraçao no trabalho. Os movimentos passam, com o tempo, a serem mais organizados, ate surgirem camaras sindicais, associações, federaçbes nacionais e partidos politicos. às lutas operarias tem dois objetivos:
o direito a vida, ou a sobrevivência, citada por Dejours (1987) e a
liberdade de organização,
Essa epoca é chamada de “prefhistoria da saude dos, trabalhado*
res", e termina com a redução da jornada de trabalho, conquistada apos
muitas lutas e muitos anos, ate chegar a aprovação dos projetos de
lei.
Somente a partir do final do seculo XIX e que sao obtidas leis
sociais especificas a saude do trabalhador. Como exemplo, temos a lei
sobre higiene e segurança dos trabalhadores na indústria.
"Uma nova preocupação tem como objeto principal, agora, o corpo e
as lutas eram direcionadas a saude", segundo Dejours (1987). Para ele,
se tomarmos a primeira guerra como referencia, verificamos um salto na
7
guerra, experiencias ineolitae de redução da duração de trabalho, nae
indúetriae de armazenamento. O desfalque reeultante do número de mor* toe e feridos de guerra, provocou a neceeeidade de buscar a reconetruw
ção dae inetituiçõee e organizaçüee arrazadae.
O movimento operario começa a ter maior força, consegue progredir
com relaçäo ae negociações referentes a jornada de trabalho, medicina
do trabalho e indenização dae anomalias contraídas no trabalho.
Dejoure (1987) cita que, na segunda guerra ocorre a inetituciona~
lizaçäo da Medicina do lrabalho. da Previdencia Social. doe Comites de
Higiene e de Segurança. Este periodo ee caracteriza pela "revelagäo do
corpo". Era necessario algo palpavel; oe mecanismos invieiveie da em-
ploraçao deveriam ser evidenciadoe vieivelmente no corpo. Neete momen~
to, a luta pela eoorevivencia da lugar a luta pela saúde do corpo. A
luta pela melhoria dae condiçoes de trabalho.
Apoe 19&8, eurge a preocupação com a eaúde mental. O sofrimento
psíquico era. ate então. näo analieado, devido a dificuldade do movi~
mento operário em levar, efetivamente, uma diecueeäo eobre um terreno
que e particularmente complexo.
“ê medida em que cresce o setor terciario, ae tarefae de eecrito~
rio tornam~ee cada vez mais numerosas. Q eeneibilidade relativa ae
cargae intelectuais e peicoeeociaie do trabalho preparam o terreno pa~
ra oe eetudoe a reepeito da eaúde mental" (Dejoure, 1987)
Ocorre, entao, a “Criee da Civilização", que sao ae conteetaçoee
da eociedade a respeito da eociedade industrial preeente. admitindo
que a eociedade de consumo ja nao traz felicidade, surgindo como val~
Para Dejoure (198?), o centro do discureo de 19o8, maie precisa»
mente, foi a luta contra a sociedade de coneumo e contra a alienação.
D tema e "mudar de vida", onde o patronato e o Eatado ficam confusos e
a crise economica atenua as reinvindicaçöes qualitativas.
Começa uma busca pelo prazer no trabalho, pela liberdade, pelo
eentir~ee bem. Se faz necessario um comportamento mais livre "que não
e a liberdade metafieica, mae um padrão comportamental que contem uma
tentativa de transformar a realidade que esta ao redor, conforme os
desejos proprios do sujeito". Uma orientação na direção do prazer, co-
mo cita Dejours (198?).
Laurell e Noriega (1989) colocam que e neceeeario euplorar a re~
lação t§aQalQg~eaude, para poder compreender como se articula e em»
pressa a eaude~doença enquanto processo social. Segundo esses autoree,
"a reprodução da força do trabalho so teria soluçao ee a população dae
zonae rurais fossem para as urbanas, surgindo questionamentos em defe-
sa da vida e da eaude“.
Ú modelo medico eeta mais voltado para a ação curativa» O prqgggf
eo ,ge trapalhp e saude traz riscos que ee manifestam fora do trabalho
e a doença paesa, portanto, a ser classificada fora do trabalho e como
“doença geral ou natural". O due e reconhecido do trabalho ee restrin~
ge aoe riscoe físicoe, químicos, oiologicoe e mecanicoe, como citado anteriormente.
Laurell e Noriega (1989) destacam a importancia do papel doe tram
balhadoree no processo demprodugao do conhecimento. E precieo penetrar
na vida dos trabalhadores, conhecer eeus valores, suas crenças a res»
peito do trabalho, do eer eaudavel e do adoecer pelo trabalho, no en-
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questão".
Wara Laurell e Noriega (1989), se faz necessario uma nova aDorda¬
gem teorico~metodologica, fugindo da ideia dominante, com participacao
de ideias das ciencias sociais, retomando a problematica, ou seja, o
papel dos trabalhadores no processo de produçao de conhecimento.
Ha um profundo desconhecimento relativo aos riscos ocupacionais,
o que manifesta uma falta de conhecimento mais elementar de higiene e
segurança do trabalho. "Esta deficiencia parece ter relaçao com a es~
cassa socialização do conhecimento medico, tanto entre os profissio~
nais como trabalhadores" (Laurell e Noriega, 1989).
Para eles “pesquisas que fogem um pouco a concepção dominante da
medicina do trabalho, analisando o contexto economico-politico, sem
delinear a questao do processo de produção, demonstram que as condi~
ções insalubres e de segurança precária derivam de formas de maximizar
o lucro e a minimizar a inversão de capital em medidas de higiene e de
segurança, e escamotear aos trabalhadores os seus direitos neste se*
tor. Talvem isso se de pela não intervenção, para corrigir a situaçao
dos orgãos estatais e das organizações sindicais controladas ou a fra~
queza das organizações sindicais democráticas, não reinvindicando os
seus interesses. Provavelmente pelo desconhecimento do operário com
relacao aos riscos implicados nos diferentes processos de trabalho,
gerando ao final pouco conflito".
Laurell e Noriega (1989), colocam ainda que na uma ignorancia
"construida", que resulta da manipulação do conhecimento existente, por parte das empresas e das instituições responsaveis e pela desqua~ lificaçäo sistemática da experiencia operária a este respeito, de modo
10
Para eles, näo ha qualquer preocupação por parte da elite hegemo~
nica em construir um processo de investigação que permita fazer uma
relaçäo do processo de produçao e saude. A saude surge como uma empre-
sao concreta do conjunto das relações e contradições em que vive a
classe operária. E para isso e preciso trabalhar o "processo saudez
doenga".
Na segunda metade dos anos 70 e que começam os estudos sobre a
relaçäo trabalho-saude, para determinar os mecanismos especificos pe~
los quais o social se traduz em doença. "O social não e externo ao
biologico humano, mas este biológico esta submetido ao social e, por*
tanto, assume formas historicas específicas e diversas", segundo esses
autores.
Com relacao a sociedade capitalista pode-se dizer que o processo
de producao ogganizautoda a giga social e ha modos especificos de tra-
balhar, que resultam em processos de trabalho, que tem uma logica de
acumulação (processo de valorização) a qual pode ser estudada. Ha uma
luta entre exploração, por um lado, e resistencia por outro. ê combi-
nação entre os processos de eflploraçäo e resistencia geram o nexo
biopsiquico humano, onde o social não esta separado do biopsiquico". Segundo Possas (1981), os paises de desenvolvimento capitalista
tardio, como o Brasil, para destinguir padrões diferentes de morbimor-
talidade deve se inserir ou näo nas formas capitalistas de produção. As caracteristicas do nosso pais são um pouco diferentes com relaçao
ao trabalhador. ga uma relaçäo entre condiçoes de vidame desdaste no
trabalho. Devido a marginalidade existente no pais forma~se a "sobre*
população" que não esta na indústria, ficando de reserva para o capi~
lação serve
de trabalho.
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como força de trabalho que esta desgastada pelo processo
Do mesmo modo a sobrepopulaçäo tem seus padrões de saúde~ doença determinados pelas condicoesmge vida. Os processos sociais, ai,
produzem a saude que e parte constitutiva destes processos.
Falando um pouco a respeito das lutas sindicais, pode~se dizer
que a doença e os acidentes nao são aleatoriamente individuais e sim
pertencentes vidade, vira da jornada compreensão de trabalho, balho e que a questao do
a coletividade. "Da decisão do que fazer com esta coleti*
a possibilidade de lutar e conseguir mudanças". Q redução
de trabalho e uma expressão disso e sugere due houve uma
significativa da coletividade trabalhadora das condiçoes uma vez que "o conjunto dos elementos do processo de tra~
nos faz ficar doentes e não o risco em si". "Para abordar
operário parece necessario utilizar a experiencia do ope-
rario, socializar o conhecimento e mobilizar aqueles que estiverem in*
teressados pela ação transformadora. Construindo uma visao de saude partindo do horizonte do operário" (Laure1l e Noriega, 1989).
"No momento em que alguns homens se apropriam das riquezas produr
tidas e introduzem a possibilidade de apropriação sobre a força fisica
potencial, seja atraves do escravagismo, seja atraves do servilismo ou
do assalariamento, o trabalho se tornou alienado, impondo~se a vida dos individuos como algo que o reduz a maquina de produzir riquezas",
diz Leopardi (lQ9E).
Para essa autora, o trabalhador sofre o desgaste do seu trabalho,
mas isto lhe e colocado como o preço a ser pago pela\sua subsistência
e para o minimo necessario em sua vida, de modo que se entrega ao sis-
tema de produção. O salario, forma de pagamento atual estabelecido pe»
nhos dos trabalhadores, como se tudo girasse em torno do produzir cada ve: mais para ganhar o salario, independente do desgaste fisico, do não sentir o corpo, das necessidades exigidas pelo corpo, que não e
percebido pela alienação do trabalho. Porque o lazer, o cinema, as di-
versões, os seus sonhos, são comprados pelo salario. Tudo e comprado;
a cerveja, o sorvete, a entrada de cinema. O trabalhador se entrega a
rotina, não exercitando sua criatividade.
Ê sedução pelo salario e explicada como uma ilusão da liberdade, e os desejos de comprar isso ou aquilo, "realização das suas utopias". Leopardi (1992) coloca ainda que, quando o individuo ja nao con~
segue se espantar com a desfiguraçao da sua individualidade, distinfl
guir o sonho da realidade, o trabalhador tem uma felicidade imaginaria
que e alimentada pelo que ira poder comprar com o seu salario tendo
uma ilusão de liberdade e alienação, ou seja, sua consciencia esta
submersa num mundo ideológico, onde o trabalhador nao consegue reco~
nhecer sua vida. Nao pode usufruir do seu tempo e do seu espaço, do
dormir, do descansar o corpo, das suas horas de lazer, a que tem di~
reito.
Para ela, as sensaçoes corporais ja nao são sentidas, não temos
tempo para nos amarmos e aos outros. De nada adianta tentar recompor
as forças para mais trabalho, quando o corpo ja esta exausto e não se
tem mais o arbítrio pra esta recomposição. Para sentir o corpo, as
nossas necessidades, construir o nosso processo de viver saudavel, e
preciso buscar uma qualidade de vida, e esta não vem com a alienação
nem com a falsa liberdade, usufruindo do poder para dominar. "O homem
e explorado e dominado pelo proprio homem", e este fato deve ser re~ fletido.
13
Parece que, para se chegar, como enfermeiro, ao trabalhador, dee
ve-se deixar um pouco o modelo institucionalizado de entrevista, onde nos relacionamos o que devemos saber sobre esse ou aquele paciente e
usa uma linguagem especifica, quando deveria adequa~la para que ele
compreenda, conhecendo sua vida, sua comunidade, sua família e sua
condição de vida. E que ele conheça "o seu olhar", quando analisa as
suas informaçbes,,
E preciso saber, ou melhor, “ter consciencia de que quando traba~
lhamos, nos privamos de um periodo de liberdade em troca de um salario
que nos e necessario para viver na nossa sociedade", e a partir dai,
determinar o nosso tempo, planejar a nossa vida, buscando uma liberda-
de para o corpo. “Q doença parece vir da apropriação do corpo pelo
trabalho", que lhe causa exaustao, e da não conscientização deste fato
por parte daqueles que se encontram nessa situaçao, que é mantida pela
classe dominante. "Q necessidade de saude varia de individuo para in~
dividuo, e uma carencia de dupla natureza, filosófica e social. Esta
ligada aos objetos que trazem satisfação, em muitos identificados sob
a forma de conforto, encorajamento, apoio, etc. Essas carências são
supridas pela forma que o individuo estabelece. Essa necessidade torna o individuo vulnerável a doença onde sera assistido pelo sistema ins-
titucionalizado, de acordo com os criterios de divisão de classe" (Leopardi, 1992).
Leopardi (1992), coloca ainda que "a necessidade social se mani-
festa como interpretação geral daquilo que parece ser necessidade de
todos, como se os individuos ou grupos nao fossem capazes de reconhe~
cer seus proprios carecimentos e que na alguem que possa reconhece~
"Saude ae compõe de uma aérie de valprea repreaantadüa por obje~
tos materiais e não materiaiâ quê passam a incorporar a satisfação da
carência. Pode ser âimbúlico, par exemplo, quando 0 Dbjetü näü für ma~
terial, quandu um individuo 5ente~se daëcünfprtável por aer grusseiro
15
III- QSPECTDS HISTURICDS E LEGISLQTIVUS Dê ENFERMQGEM DO TRQBÀLHÚ
Os dados que seguem abaixo foram retirados de Bulhões (1986) e
Bernardi, Portella e Souza (1990).
Em 17ÚO, Bernardino Ramazzini, medico italiano, aos 6? anoe, pu~
blicou o livro "De Morbis ârtificium Diatriba", que relaciona 100 ati»
vidades desenvolvidas pelos trabalhadoree com sua ocupação profissio~
nal. fitravee deste trabalho recebe o titulo de “Pai da Medicina do
Trabalho". Seus estudos enfocavam aspectos fisicos, químicos, bio1ogi~
cos e ergonümicoe.
No Braeil, em lqoó, e instituída a Fundação Centro Nacional de
Segurança, Higiene e Medicina do Trabalho ~ FUNDQCENTRO, efetivada em
1969.
Nesta epoca, eurge, tambem, a Organização Internacional do Traba*
lho (OIT) e a Organização Mundial da Saúde (OMS) como integrantee da
ONU. Q OIT, foi criada em 1919 pelo Tratado de Verealhee, seu proposi~
to basico e promover uma "justiça social", melhorando as condições de
vida e do trabalho no mundo. Q DMS, foi criada em 1948 e tem desenvo1«
vido estudos e programas no sentido de criar condiçoes de saúde para
os trabalhadores de todo mundo.
Em 1964, a Enfermagem do Trabalho ja era exercida nos Estados
Unidos, sendo que o enfermeiro liderava o serviço de saúde ocupacio~
nal, participando intensamente dos programas de educaçao continuada e
aprimorando oe programas de eaúde. A assistencia ocupacional e presta-
da com base no processo de enfermagem, com quatro categorias funcio~
l~ Enfermeiro do Trabalho * Promove, conserva e recupera a saúde doe
trabalhadores. Desenvolve programas de prevenção das doenças e aciden~
tes do trabalho. Realiza diagnosticos e identifica as neceseidades fi-
eicas e psicologicas dos trabalhadores, prestando assistencia integral aos trabalhadores.
E~ Enfermeiro do Trabalho Clinico Profissional ~ Alem das demais fun~
çöes ele realiza o exame fisico e aconselhamento em saúde mental.
3~ Enfermeiro do Trabalho Coordenador ~ Desenvolve, implementa, avalia e coordena a distribuiçao de assistencia a aaúde dos empregados.
4* Enfermeiro do Trabalho Consultor ~ Promove e aperfeiçoa o programa
de saúde da empresa. O consultor tem experiencia em enfermagem do tra~
balho, e habilidade em relaçoes humanas, capacidade para planejar, de-
senvolver e implementar programas de educaçao em saúde, sendo capa: de
atuar como consultor junto aos trabalhadores e capitalistas, e colabo~
rar com os serviços comunitários e assessorar outros enfermeiros.
A partir de 1976 e criada na êustralia, a associação de enfermei~
ros do trabalho, agregando cerca de EGÚ profiesionaie, objetivando al»
terar aspectos legislativos, atribuindo funçoes delineadas ao enfer~
meiro do trabalho e desenvolvendo cureoe de especialização em saúde ocupacional, que se realizaram em tres niveis:
a) orientação, que abordava princípios e atividades de enfermagem do trabalho;
17
b) intermediário, que tambem abordava aspectos assistenciais;
C) adiantado, que preparava o enfermeiro do trabalho para assumir os
cargos de educadores, consultores e administradores.
O enfermeiro, na Finlandia, desfrutava representatividade e qualificação da atuação assistencia em exames periodicos, educação em
seguranca e saude as empresas. No curriculo ocupacional eram enfocados tambem as ciencias
de prestígio, pela alta
desde 1950, Ele prestava serviço e assessorias de
escolar, junto a saúde
naturais, medicina, psi-
cologia, sociologia, política social, educaçao e ensino, organização e
administracao empresarial, cooperação e participação.
Na França, todos os trabalhadores da cidade ou do campo recebiam
assistencia de saude ocupacional, voltada a promocao e proteção da
saude dos trabalhadores. O enfermeiro do trabalho atua, desde 1946,
nas industrias, com um iõi) enfermeiro do trabalho para cada QDO tra~
balhadores, selecionados previamente pelo medico do trabalho. Suas
atribuições eram eminentemente preventivas e sociais e sua formaçao
tinha como curriculo basico a especialidade por um ano com as seguin-
tes disciplinas: Medicina do Trabalho, Educaçao em Saude, Enfermagem, Legislação, Estatistica e Grganixacäo de Serviços Medicos da Empresa.
Na Holanda, os serviços de saude ocupacional foram desenvolvidos
desde 1959, e as empresas com menos de 700 trabalhadores possuíam as-
sistencia cooperativa, sem fins lucrativos, atuando na prevenção pri~
maria. às atividades do enfermeiro do trabalho se limitavam aos exames
de saude, atividades administrativas, assistenciais e ensino.
Q especialização do enfermeiro do trabalho e estruturada em nivel de orientação ou curso basico de saude ocupacional custeados e
incen-tivadoe pelo empregador.
Na Suecia, deede 1957, a Aeeociaçäo Sueca de Enfermeiros do Tra~
balho vem desenvolvendo programas de valorização profissional e educa*
ção continuada aoe enfermeiros do trabalho.
No Reino Unido da Grä~Bretanha e da Irlanda, a partir de i934, ja
existiam cursos para enfermeiros nas industrias, e em 1969, cureoe ee~
pecificoe para enfermeiro do trabalho assistindo-oe em tree modalida~
dee: Saude Ocupacional, Enfermagem do Trabalho e a Empresa Moderna e
oe Serviços äociaie.
No Brasil, 700 indúetriae são inetaladae, como consequencia da
Revolução Industrial. Näo ee observava ae condiçöee de trabalho e a
jornada era deegaetante, variando de 12, 14 e ló horae diariae, como já foi citado anteriormente, cabendo novamente ressaltar a participa~
ção das criançae.
Por volta de 1902, Oswaldo Cruz aeeume a direção doe eerviçoa de
Saúde Publica e inicia um trabalho com medidae profilaticae das "pee~
tee" e condiçoes eanitariae da epoca. Ele tambem atua nae fabricae
preocupando~ee com o lazer, a família e as condiçoes eanitariae doe
trabalhadores.
As induetriae apresentavam divereoe problemas internos e de ordem
social, como: falta de higiene, falta de eegurança, falta de luminoei-
dade, altoe indices de acidentes, falta de ventilação, eetreeee,
crianças no trabalho, jornadas medias de 13 horae diariae, falta de
alimentação e refeitorioe, violencia fieica com menores, violencia ee-
xual com mulheree e meninae, doençae sexualmente transmissíveis (sífi-
lis, principalmente), doençae infecto contagioeae (tuberculoee, prin-
19
lnicia~se, portanto, a luta pela redução da jornada de trabalho,
greves e demais lutas ja referenciadas neste estudo.
Em 1908, e criada a Confederação Operária Brasileira, congregando
os orgãos da classe trabalhadora do pais. Inicia a fundação de asso~
ciaçoes, clubes, enfim, a mobilização do trabalhador brasileiro. Foram
desenvolvidos, tambem nesta epoca, alguns trabalhos medicos em defesa
do trabalhador, referindonse a indenizações por acidentes de trabalho.
Em 1919, os deputados tambem se mobilizam em prol da redução da
jornada de trabalho para 8 horas.
êpenas em 1923, com a criação da Inspetoria de Higiene Industrial
e Profissional, foi instituído o saneamento urbano e rural e serviços
de higiene infantil, industrial e profissional a orgãos públicos e fe~
derais. E concedida a licença a gestante e puerpera, bem como a proi~
biçao do trabalho a menores de 12 anos e concessão de aposentadoria
por tempo de serviço, velhice e invalidez aos ferroviários (1923),
posteriormente (1926) aos estivadores e marítimos e, aos demais traba~
lhadores, a partir de 1930.
D sistema de enfermagem Nightingale ahega ao Brasil por solicita-
cao de CÊRLOS CHâGñ8, para organizar o serviço de saúde pública, que
resultou na criaçao da Escola de Enfermeiras do Departamento Nacional
de Saúde Publica, E fundada a Escola Ana Neri, em 1923, com o modelo Nortewâmericanou
Apenas em 1931, foi regularmentado o exercício da enfermagem no
Brasil, atraves do decreto 29169.
Em 194o a escola Ana Neri passa a integrar a Universidade do Bra~
â decada de SO e marcada por profundas transformações politicae
e, em 1955, a lei 2.&Ú4, regulamentada pelo decreto 50.387, de
28/U3/lqál, ainda em vigor, dispõe eobre o exercicio da enfermagem no Brasil.
Em 1964, a Faculdade de Enfermagem de UERJ, inclui a saúde ocupa~
cional no curso de graduação.
E ÊBEN eurge em 1926, inicialmente âNED ~ êeeociaçäo Nacional de
Enfermeirae Diplomadae, em 1929 ANEDDB - fieeociaçao Nacional de Enfer~
meirae Diplomadae do Braeil. Em 1944, ee torna ABEn - Associação Era~
eileira de Enfermagem, com o objetivo de promover o desenvolvimento
profissional e cultural de seus associados. Em 1973, cria-se o COFEn -
Conselho Federal de Enfermagem e oe CDRENQ ~ Coneelhoe Regionais de
Enfermagem.
ñ enfermagem do trabalho eurge como especialidade de forma clara
e definitiva, entre 1973 e 1975.
äurgem os cursos de auxiliar de enfermagem do trabalho, para o
cumprimento da Portaria 3.E73¡?E do Minieterio do Trabalho.
Em dezembro de 1975, com a Portaria 3.460 do Minieterio do Trabaw
lho, o enfermeiro e incluído no ãerviço de Saúde Ocupacional.
A Portaria 3,237/YR tornou obrigatorio, nas empreeae com mais de
109 empregados, os eerviçoe de higiene e medicina do trabalho, in~
cluindo compuleoriamente o auxiliar de enfermagem do trabalho na éhui~
pe de saude ocupacional.
Em 1974, a Portaria 3.442/?4, eetabeleceu-se a viabilidade do
cureo de eepecializaçao para Enfermeiroe do Trabalho, em convênio com
21
Somente em 1975, atravea da Portaria 3.4ôü/75, o enfermeiro foi
obrigatoriamente incluido na equipe de eaúde ocupacional. Nas euae
atribuições ainda estavam pouco definidae.
O Ministerio do Trabalho em 1977 publicou a Claeeificaçäo Braei~
leira de Ocupações, (CBO) que codifica como O71~40, o enfermeiro do
trabalho, em cujas atriouiçoee recaem grande parte da responsabilidade
na preservação, manutenção e recuperação da eaúde do trabalhador.
Em 1978, a Portaria 3.214/78 e a Norma Regulamentadora numero O4
do Minieterio do Trabalho, preconizam o número de enfermeiros e de au-
xiliares de enfermagem do trabalho obrigatórios para cada empreea, de
acordo com o grau de riecoe e numero de empregados.
Ocorreu em 1981, o I Encontro Nacional de Enfermeiros do Traba~
lho, no Rio de Janeiro.
Y'-J \Ã
Q Portaria numero E5 de 27 de junho de 1989. altera a NR
aprovada pela Portaria 3.214/?8, e modificada pela Portaria 3«154/88,
dispondo eobre o registro doe profieeionaie da area de segurança e
eaude doe trabalhadores.
D enfermeiro do trabalho e o enfermeiro portador do certificado
de conclusao do cureo de especialização em enfermagem do trabalho em
nível de poe-graduação de enfermagem.
De meemoe devem ser registrados no Coneelho Regional de eua cate»
goria e o tecnico de eegurança do trabalho no reepectivo orgão regio~
nal do Ninieterio do Trabalho de acordo com ae inetruçoee efipedidae
pela Secretaria de Emprego e Salario. O regietro doe profieeionaie ee~
ra deferido de acordo com a NR 27 e com normae complementaree doe con-
eelhoe profissionais. A deecriçäo dae ätribuiçoee e Tarefas do enfer~ meiro do trabalho encontra~ee no anexo 1.
IV* DIRETRIZES PARA A PROPOSTA DE ESTQGIU CURRICULAR DE GRQDUGÇÊD EN
ENFERMAGEM
A) Abordando o problema
U problema ora apresentado tem dois aspectoe fundamentais: a
questão da saude no trabalho, do ponto de vista dos trabalhadores, e a
questao da participação do enfermeiro no processo de conscientização
das condiçoes de saude no trabalho.
âssimfl para este estagio, formulo as seguintes questões:
1. O que trabalhadores de uma rede de supermercados de Floriano~
polis compreendem por processo de saude e sua relaçäo com o trabalho?
2. Que participação pode ter o enfermeiro na formação de mentali»
dade e estímulo a conscientização voltada para a saude junto ao traba~
lhador?
B) Traçando os objetivos para o estagio
Geral: Sensibilizar o trabalhador e responsaveis direta e indiretamen~
te pela assistencia a sua saude, na empresa onde ocorrerá o estagio da
VIII U.C., para a reflexão sobre o conceito de saude e a eua relaçäo
com o trabalho, buscando com isso uma compreensão sobre o processo de
"21'-T .z'..~..I
Específicos:
l) conhecer oe trabalhadoree da empreea, euae respectivas funçüee e
atividades;
Ê) reconhecer o contexto, o ambiente em que vive, o trabalhador e eua
familia, bem como euae relações, a partir do relato diario dos traba~
lhadoree;
3) analisar, através da aeeietencia e regietroe da empresa, ee na uma
relaçäo de sintomas identificados com a função ocupada;
4) verificar a compreensão dos gerentee da empresa eobre saúde, o ob»
jetivo e o tipo da assistencia preetada ao trabalhador;
5) identificar o papel do enfermeiro do trabalho, bem como de outroe profissionais da saúde ocupacional avaliando eua preocupação com o
proceeeo de eaúde*trabalho e diecutindo eeue conceitos;
Ó) aeeietir oe trabalhadoree da empresa, buecando a relaçäo que fazem
doe seus problemas com o trabalho, detectando oe eetreeeoree no local
de trabalho;
Y) traçar um perfil doe trabalhadores da empreea, enfatizando o que
peneam eobre o eeu trabalho, eobre eaúde e doença e eobre os problemas
8) intervir com tecnicae adequadas, para promover o conforto nos 1o~
cais de trabalho, a conetiëncia sobre oe riecoe e deeajuetee no am*
biente de trabalho;
Q) elaborar atividades eetimuladoras que despertam eetimulo a compre-
ensão do processo saúde-trabalho;
10) informar ao corpo gerencial da empreea como um todo, sobre a im~
portancia da compreeneäo da relaçäo eaúdefltrabalho para a prevenção da doença;
ll) desenvolver o proceeeo de aeeietëncia utilizando o marco contei*
f-_\|::
.¢:.. \..¡
C) Marco Conceitual
O marco Conceitual e baseado no Modelo de Sistemas de Cuidado de
Saude de Neuman (1986), uma abordagem aos problemas do paciente como
pessoa total resgatado por Gonçalves (1992) em seu projeto de Disser*
tação de Mestrado. Neuman (1980) faz uma proposta de adaptação do Mo*
delo "êbordagem da Pessoa Total" para a enfermagem, a fim de fornecer
uma direçao para a relaçäo com o paciente.
Para compreender a proposta, considero necessario iniciar abor-
dando os conceitos fundamentais da teoria de Neuman, brevemente apre- sentados a seguir.
1
a) Sistema âogrtgj um sistema no dual existe um fluxo continuo de im~
put e processo, output e feedback. Um sistema de complexidade organi-
zada no qual todos os elementos estäo em interação. Estresse e reação
a estresse são componentes basicos.
O contento a ser analisado no projeto e composto por varios ele~
mentos que interagem com o trabalhador de modo que, a partir das car~
gas de estressores que recebam, terão uma reação; se reagirem positi~
vamente, ou seja, alcançarem um equilibrio; estaoeleceräo uma harmonia
entre seu trabalho e sua vida como um todo.
b) Qmgigntgfi consiste tanto de forças internas quanto externas, ro~
doando o homem, influenciando e sendo influenciadas pelo homem em
qualquer ponto do tempo como um sistema aberto"
O ambiente sera analisado do ponto de vista do trabalhador e da
ha transformação deste por parte dos trabalhadores, de modo que se
constitua em forma positiva no combate aoe estressores ou se ha uma
reação de resistencia por parte dos trabalhadores.
c) Holistico: um sistema e considerado holistico quando qualquer parte
e subparte pode ser organizada num todo interrelacionado. Organização
holística e um todo interrelacionado. Organização holística e uma das
euas partes mantidas inteiras ou estáveis em seus relacionamentos in~
timos: os individuos são vistos como "totais" cujas partes totais es~
tao em interação dinamica.
Os trabalhadores serao assistidos e se buscará reconhecer a as~
sistencia prestada pela empresa a esses trabalhadores e a filosofia da
empresa. Se pretende conhecer o modo de vida dos trabalhadores, euas
relaçoes e a comunidade onde vive. Tudo que faz parte do contexto do
trabalhador esta interrelacionado com o trabalho, podendo ele sofrer influencia de qualquer uma das partes deste contexto, sendo o trabalho
uma delas.
d) Bem estar/Doengaz a condição na qual todas as partes e subpartes do
homem estao em harmonia com o sistema total do homem. Totalidade é ba-
seada no interrelacionamento das variaveis, a qual determina a quanti~
dade de resistencia que um individuo tem a qualquer estressor. Doença
indica desarmonia entre as partes e subpartes do sistema do homem.
Através da consulta de enfermagem, dos trabalhos em grupos, das
conversas individuais, sera analisada a relaçao dos trabalhadoree com
o trabalho; se ha uma interação saudavel do homem com o seu todo e o
E7
quando na desarmonia, e o homem não consegue reagir contra os estres*
sores, nao consegue retornar a saude, tornando~se doente.
e) Saúde: vista como um Continuum do bem estar para a doença e dinâmi-
ca em natureza, isto e constantemente sujeita a mudança. Bem estar otimo ou estabilidade indica que as necessidades totais da pessoa es~ tao sendo atendidas. Um estado reduzido de bem estar e o resultado de
necessidades sistêmicas não atendidas. O homem esta num estado dinami-
co seja de bem estar ou doença em graus variados em qualquer ponto no
tempo.
O homem sofre fluência não chega
mas quando o seu
\
ser saudavel.
influencia do ambiente de trabalho. Quando esta in~
a afetar seu bem estar e equilibrio? ele tem saude; bem estar começa a ser reduzido, podendo deixar de
f) Estressores: forças ambientais, em natureza intra, inter e extra
pessoais as quais tem potencial para quebrar a estabilidade do siste~
ma. Um estressar então e qualquer fenomeno que pode penetrar tanto na
linha flexível como na linha normal de defesa, resultando seja em re~
sultados positivos, quanto negativos.
O estresse e
dos trabalhadores
seja, cada visita
dos estressores e possíveis
area.
as reaçöes foram observadas no ambiente de trabalho
da empresa escolhida para realização do projeto. Ou
feita a um setor da empresa serviu para observação
g) Estabilidade: um estado ou harmonia requerendo trocas de energias
enquanto o homem adequadamente enfrenta oe eetressores para reter, ob-
ter ou manter um nivel otimo de saude, assim preservando a integridade
do sistema.
G estabilidade energética com preservação das variaveis do homem
se da quando o homem mantem~se equilibrado, diante dos estreesores,
reagindo aos mesmos.
h) ' * ' ':
todas as variaveis como fatores de sobrevivência
Estrutura Basica
comum ao homem assim como ae características individuais únicas”
O trabalhador e uma pessoa que tem uma estrutura basica, ou seja,
todos aqueles fatores comuns aos organismos, como estrutura genética,
estrutura do ego, força do orgão, etc.
i) Linha normal de defesa: um nivel de saúde adaptacional desenvolvido
atraves do tempo e considerado normal para um individuo em particular
ou em sistema.
Os trabalhadores, como pessoa, tem suas defeeas, que são aprimo«
radas a partir de sua experiencia de vida. A linha normal de defesa e
particular para cada individuo, que confere uma adaptação ao ambiente,
resultando em harmonia.
J) Linha flexível de defesa: um mecanismo protetor parecido com "acor~
deon" o qual rodeia e protege a linha de defesa normal de invasão pe-
los estressores. Quanto maior a expaneividade desta linha da linha
normal de defesa, maior e o grau de proteção. Exemplos são situacio~
29
1) Linhas de resistengiaz fatoree de resietecia interna ativados para
proteger ou preservar a estrutura basica apoe a invasão do estressor
da linha normal de defesa. Esses fatores diminuem o grau de reação ao
eetressor.
Quando o trabalhador ee ve ameaçado pelo estressar, ele reage formando uma resistencia que visa a preservação de sua estrutura baei~ L.‹=\ .-
m) Grau de reggae =: a quantidade de instabilidade do sistema resultando
da invasão do estressor da linha normal de defesa.
Quando o estressor penetra na linha normal de defesa, o traba1ha~
dor tem uma reação, o grau desta reação e que ira determinar a insta~
bilidade do sistema, se o sistema se manter estavel, o trabalhador al~
cançou um equilíbrio com o ambiente"
n) Bgggggtituigšg; o retorno a manutençao da estabilidade do sistema apos tratamento da reação do estressor o qual pode resultar num nivel
maior ou menor de bem estar"
Quando o trabalhador começa a reagir contra o estreesor ele recew
be uma intervenção como forma de tratamento a fim de que o sistema re-
torne a estabilidade.
o) 5Qmem¿Qg§gQa: um composto de variaveis (fieiologicae, psicológicas, sociowculturais, de desenvolvimento e espiritual) cada uma eendo sub~
parte de todae ae partes formando o homem todo. O homem e composto de
um miolo ícentro) ou estrutura basica de fatores de eobrevivencia e
compostos de fatores similares e serve ainda a varios propósitos seja
na retensao, obtensao ou manutenção da estabilidade e integridade do
sistema. O homem e um sistema aberto e em interface total com o am*
biente.
p) šnigggaggm; uma profissão unica, preocupada com todas as variaveis
afetando o homem em seu ambiente.
â intervenção do enfermeiro pode proporcionar reequliorio energé-
tico, podendo ser realizada em qualquer uma das variaveis presentes na
pessoa. Neste projeto foram considerados para analise as variaveis fi~
sicas e mentais.
q) Eregençao como interyençäoy maneiras para ação de enfermagem e de~
terminantes para a entrada tanto do cliente como da enfermeira no sis»
tema de cuidado de saude. Maneiras incluem prevenção primaria (antes
da reação ao estresse ocorrer), secundária (tratamento dos sintomas
apos uma reação ao estressor) e prevenção terciaria (manutenção de bem
estar otimo apos o tratamento).
A intervenção pelo enfermeiro pode se dar em tres niveis: prima~
rio, secundário e terciário, como forma de ação para impedir um dese~
quilíorio, tratar os sintomas ou restabelecer o equilibrio perdido,
atraves das consultas de enfermagem e conversas em grupos, que foram
executadas no projeto.
O modelo de Neuman (1980) trata basicamente das defesas proprias
das pessoas contra os estressores, relacionando pessoa e ambiente.
Deixa bem claro que cada pessoa e um ser unico, que tem defesas prÓ~
31
prevenção primária, secundária ou terciaria, como ja foi citado, con~
siderando prevenção primaria como a redução da possibilidade de encon~
tro com o estressor, reforçando a linha flexível de defesa. Q preven*
cao secundária corresponde ao achado de caso inicial e tratamento dos
sintomas e a terciaria a readaptaçäo, reeducação para prevenir futuras ocorrências e manutenção da estabilidade.
U homem e um conjunto dinâmico do "interrelacionamento de cinco variaveis": Fisiologica, psicologica, socio~cultura1, de desenvolvi~ mento e espiritual que estäo sempre presentes (Neuman, 198ü).~ Para
ela, cada pessoa tem uma linha flexível de defesa como primeira defesa
do individuo onde o mesmo se encontra com o estressor podendo resistir
ou não a ele, dependendo da sua linha normal de defesa e de resisten~
cia. Essas linhas formam um campo energético que gira em torno do nu~
cleo, chamado de Estrutura Basica dewRecursQsWde,Engroia, que são fa~
tores comuns a todos os organismos, como temperatura, estrutura gene~
tica, força do orgão, estrutura do ego, também ja citados.
Quando o indivíduo sentewse ameaçado pelo estressor, ou o enfer~
meiro detecta o possivel estressor ou estressores, porque pode ser
mais de um, ele (ou o profissional da enfermagem) busca resgatar as
defesas da pessoa a partir dos fatores intra, inter ou entra pessoal.
"És intervenções säo baseadas no grau de reação, recursos, obje~
tivos e resultados antecipados", para Neuman (l98Q).
Este modelo e chamado de "fibordagem da Pessoa Total" tendo como
meta fornecer um foco unificante para abordar variados problemas de
enfermagem e compreender o fenomeno basico: o homem e o seu ambiente.
O modelo e baseado no relacionamento do individuo com o estresse ~ sua
na-natureza. .
_ _
_ ._ -
Este modelo foi escolhido para o projeto de-assistencia porque permifie enfrentar a relaçäo traüa1hador~estressor e o-papel do enfer
meiro como intervenfior, resgatando o campo energetico;atraves das ati~ vidades praficas, buscando a conscientização dos trabalhadores do seu
potencial energético ¿para combater o estressor e, assim, evitar a
doença;` . ~ '.«›_`à
_ _ _
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categorias do-marco conceitual que basicamente foram utiliza-Í'das para assistencia ao trabalhador, são os que compõe a representação'
85 `*.':"›E'l`.]Ll1F`!_ ‹ z ' )
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_. _ ' €§‹Qíz:›fúõf¿E,'õ _ 996 " -^fi%
6 .1
e azJia
BI . r r a Iiofecsplšrgversítaríq V- METODOLOGIAâ) Reconhecendo o local do estagio
0 projeto de assistencia, como ja foi citado anteriormente, foi
realizado na empresa de Comercio e Representacoes Santa Monica Ltda,
com os trabalhadores da loja 01, situada a rua: Madre Henvenuta, lãü,
no ambulatorio medico e demais dependencias.
A empresa de Comercio e Representações Santa Monica Ltda e com~
posta por 4 lojas. Ê primeira e a matriz, situada no Bairro Santa Mö-
nica, entre a Universidade Federal de Santa Catarina, CELESC, TELESC e
UDESC, principalmente. E composta por 316 trabalhadores, sendo 172 com
dependentes, dos quais, 1 e esposa e 171 aäo filhos. Foi nesta loja
(supermercado) que foi realizado o estagio.
A segunda loja e localizada no Centro de Florianopolis. E compos-
ta por "
trabalhadores, sendo que ö4 destes tem dependentes que são
I'-“ U-. `-ø
filhos.
Q terceira loja situamse na cidade de Joinville ~ SC. E uma loja
nova, ou seja, implantada ha pouco sendo o serviço de saúde implantado
neete mea. Apresenta 170 trabalhadores, dos quais 124 são dependentes
e, destes, todos são filhos.
Ha uma quarta loja que funciona no verao, na Praia Brava, em Flo»
rianopolis, e que não foi incluida no projeto, porque os trabalhadores
da loja Gl e QE são deslocados para suprir a demanda no periodo em que
esta aberta.
Os trabalhadores residem em diferentes bairros e o trajeto que
Flor de Napolis, Canasvieiras, Biguaçu, ãerrinha, Serraria, Jar~
dim fitlantico, Estreito, Barra da Lagoa, Santa Monica, Carvoeira, Cenm
tro de Florianopolis, Honte Verde, Saco Grande, Itacorubi, Saco dos
Limöes, Pantanal, Trindade, Rio Tavares, Prainha, Cachoeira, Vargem do
Bom Jesus, Tapera, âgronomica, Barreiros, Procasa, Sambagui, ârmaçäo,
Rio Caveira, Santo ântonio, Canto da Lagoa, Floresta, Rio Vermelho,
Kobrasol, Campinas, Jose Mendes, Tres Riachos, Morro da Mariquinha,
Campeche, Bela Vista I, Ribeirao, Carianos, Éäo Jose (centro), Coquei~
ros, Cacupe, Capoeiras, Forquilhinhas, Praia Comprida, Morro do Vivei~
ro, Costa de Dentro, Palhoça, Pinheira e Bairro Ipiranga. 60,38% deles
provem dos bairros de Itacorubi, Trindade, Saco Grande, Centro de Fpo~
lis, âgronomica, Barreiros, Saco dos Limoes, Corrego Grande, Costeira
e Rio Tavares, respectivamente, que contem a maior parte dos trabalha~
dores da empresa.
Essas comunidades tem como principais recursos: telefones públi~
cos, centros de saude, escolas, supermercados, mini~mercados, arma~
i - _
zens, transporte coletivo e hospitais em suas proximidades.
Não podemos desconsiderar que há trabalhadores que necessitam
U1 Ç.
percorrer mais de Km para vir ao trabalho. Como e o caso de quem mora na localidade de Pinheira, Tres Riachos, Biguaçu, Forquilhinhas,
Flor de Napolis e Serraria, principalmente se considerarmos que eles
trabalham na loja 01; tambem nao muda muito, para quem reside no Rio
Tavares, Ingleses, Barra da Lagoa, Canasvieiras e outras praias da
Ilha.
No dia~a-dia de assistencia aos trabalhadores, notei que a grande maioria era jovem e analisando a faixa etária das lojas 01 e U2 obtive
35
etarias entre 16 e 23 anos, o que equivale a 51,82%. O que pode nos
levar a concluir que os trabalhadores da Empresa de Comercio e Repre-
sentações Santa Monica Ltda realmente e jovem, em sua maioria. Se con~
siderarmos as primeiras informaçoes desse relatorio referentes aos de~
pendentes filhos, vimos que muitos pais são jovens, ou seja, tiveram
que começar a trabalhar cedo e muitos a assumir uma familia, também
cedo. Como e o caso da trabalhadora L.F. com 17 anos e seu filho de 6
meses.
Q empresa dispõe de uma CIPä interna que desenvolve um serviço de
prevenção de acidentes de trabalho e, alguns, beneficios ao trabalha~
dor que serao comentados no decorrer do relatório de estagio.
B) Estratégias e passos da assistencia
Com relaçao a familia o que pretendemos e não esquecenla na as~
sistencia, no sentido de conhecer a familia do trabalhador a partir de
como ele traduz diariamente sua experiencia e efetuar uma assistencia
no domicilio, quando indispensável. Na loja Dl, temos 310 trabalhado»
res o que dificultou colocar a visita domiciliar como prioridade na
assistencia. êcreditamos que aquilo que o trabalhador nos traz no seu
dia~a~dia§ no qual participei ativamente, seja adequado para conhecer~
mos um pouco da sua familia, a fim de detectar os estressores que ja
estäo visíveis, porque se refletem no trabalho.
O estagio foi desenvolvido no periodo matutino, salvo eventuali»
dadesu
Como estrategia para alcançar os primeiros objetivos, fes~se um
contato com os trabalhadores para conhecewlosg os seus nomes, as fun~
goes e outras atividades. Foram visitados nas suas respectivas areas
de trabalho, tais como confeitaria, padaria, etc. Neste momento, ocor~
reu a apresentação do acadêmico e da Profa. orientadora, que colocaram
o proposito do projeto. O momento foi aproveitado, tambem, para con~
versar sobre alguns dados pessoais, tais como sobre comunidade onde mora, familia.
fipos este prazo, foram analisados os registros da CIPA da empre~
sa, compondo a segunda estrategia, para observação dos registros dos
acidentes mais comuns e sua relacao com a função que o trabalhador de"
sempenha, assim como tambem o que os trabalhadores colocam a este res-
peito, no sentido de perceberem os estressores no trabalho e o surgi~
mento da doença em decorrência deste, atraves dos atendimentos e con~
versas nas seçbes de trabalho.
Q empresa foi consultada sobre os objetivos e o tipo de assisten~
cia prestada, como parte da terceira estrategia, ou seja, para conhe~
cermos a filosofia da empresa. Este encontro foi marcado com o Supe~
rintendente ädministrativo.
A Goneulta de Enfermagem, como a quinta estrategia, foi realizada durante duas semanas. entes disso, foram feitos atendimentos, onde o
SUQP se caracterizou como forma de registro, sendo efetuado no formu-
lario da empresa, para conhecermos a realidade, ou seja, enchergarmos
os principais problemas da empresa e, então, criarmos uma proposta de
metodologia para a Consulta de Enfermagem, baseada em Neuman (1980). A
previsão era que fossem atendidos todos os trabalhadores que procuras~
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mentos e a Consulta de Enfermagem, foram elaborados oe planejamentos
para ae atividades educativas, oe duaie poderiam ser demoradoe, ee em
conjunto com outras atividades, poie incluem um número significante de
trabalhadoree, como atividades em grupo, taie como, por exemplo, gin- Canaa.
Ge trabalhos em grupoa, compõem a sexta estrategia, combinados
com oe trabalhadoree e divulgadoe atravee de cartazee ou verbalmente.
Teve por finalidade ouvir oe trabalhadoree, eeue conceitos sobre saude
e as euae vieöee da relaçäo deeta eaúde com o trabalho que deeempe~
nham. Foram previstas atividades do tipo gincana, folder, concureo,
exposição ou Varal de eaude, dae quaia foi aproveitada uma atividade
para eer executada, por aoneequencia do curto periodo de estagio.
Foram realizados, com oe trabalhadores, exercicios fieicoe orien-
tados pela Enfa. do Trabalho e Terapeuta Naturieta que acompanha o
projeto e emecutadoe por mim. Hetee tinham o objetivo de incentivar o
trabalhador a aprender a usar o proprio corpo em combate aos eetreeeo~
ree, no seu periodo de trabalho, sem prejudicar a execução da tarefa,
compondo a eetima eetrategia.
mo final dae atividades com oe trabalhadoree, elee foram coneul~
tadoe, em uma avaliação geral (oitava eetrategia), eobre todae ae ati~
vidadee executadae, dando o seu parecer.
Q
Q partir daí foi realizada uma analise doe fatoe ocorridos ate
entao, para traçar um perfil do trabalhador da empresa (nona eetrate~
gia), sobre o que peneam do trabalho para a vida, sobre saúde, estrea-
eoree, desgaste no trabalho, para avaliação doe conhecimentos dos mee-
C) Ser enfermeiro numa empresa privada
O Papel do Enfermeiro do Trabalho foi observado em todos oe mom
mentos, deede o primeiro dia de estágio, uma vez que cada atividade
executada faz parte da assistencia do enfermeiro e com isso podemos avaliar cada momento, cada dia. Fara este contato, foi efetuada uma
conversa com a enfermeira e a diretoria para reconhecer suas dificu1~
dadee, a sua compreensão sobre saude~traoalho e avaliação da aseieten~
cia prestada, o que compüs a quarta estrategia.
D) Os últimos detalhes
fipos o termino do estagio, ou na ultima eemana, foi feita uma
reunião com o diretoria, como ultima eetrategia, para apreeentar o
marco conceitual que permeiou a assistencia prestada aos traba1hado~
res, onde foram abordadas ae reflexões da acadêmica, dos professores
envolvidos no projeto, com sugeetüee, a fim de que a empresa conheça a
realidade doe eeus trabalhadoree e que possa transforma-la, em benefi~
cio deles, e vice-verea.
âpos a execução do projeto foi elaborado este relatorio final,
com base nos relatórios diários de atividades e no relatorio entregue
a empresa.
Como recursos foram utilixados material administrativo do local,
maquina fotografica e gravador, principalmente, e recursos humanos, ou
eeja, o apoio da seção de artes para divulgação de atividades em gru-