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As Políticas de Privatização e Interiorização do Ensino Superior: Massificação ou Democratização da Educação Brasileira?

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Academic year: 2021

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(1)As Políticas de Privatização e Interiorização do Ensino Superior: Massificação ou Democratização da Educação Brasileira? Margarita Victoria Rodríguez Doutora em Educação Professora do Programa de Mestrado em Educação - UCDB e-mail: poroyan@uol.com.br. Liliana Gonzaga de Azevedo Martins. Resumo. Abstract. O artigo apresenta dados parciais sobre a expansão do Ensino Superior em Mato Grosso do Sul em relação aos cursos, organização acadêmica, natureza jurídica, tempo de funcionamento, entendendo este processo no contexto das reformas educacionais, que foram implantadas na América Latina na década de 1990, repercutindo no atual processo de privatização e interiorização das instituições de educação superior no Brasil, e mais especificamente no Estado de Mato Grosso do Sul. A expansão do ensino superior no estado passou por dois grandes momentos: o primeiro na década de 1970 promovidos pelo Estado Federal, com a criação da Universidade Federal e os diferentes campis, e um segundo durante a década de 1990 que teve três características fundamentais: empreendimento de caráter empresarial; modelo de interiorização; instituições não universitárias, orientadas para uma oferta de cursos profissionalizantes e de baixo custo, por exemplo, pedagogia, letras, ciências contáveis, administração, e preferencialmente no horário noturno.. This article introduce parcial date about the expansion of High Teatching in Mato Grosso do Sul with regard to the existents courses, academical organization, juridical nature, time of functioning and numbers offered courses, understanding this process inside the context of educational reform, which was implanted in South America in the 1990 decade, reverbered in the actual priviting process and interiorization of the High Teachin Instituctes in Brazil, and especificly in the Mato Grosso do Sul State.. Revista de Educação. Doutora em Educação Coordenadora do Curso de Pedagogia - UNAES e-mail: liligam@uol.com.br. Key-words: High Teatching Mato Grosso do Sul; Educational Reform; Priviting and Interiorization process.. Palavras-chave: Ensino Superior em MS; Reformas Educacionais; Privatização e Interiorização.. 41.

(2) Margarita Victoria Rodríguez, Liliana Gonzaga de Azevedo Martins. Revista de Educação. Introdução O presente artigo apresenta os dados parciais sobre a expansão do Ensino Superior em Mato Grosso do Sul em relação aos cursos existentes, organização acadêmica, natureza jurídica, tempo de funcionamento e número de cursos que oferece, entendendo este processo no contexto das reformas educacionais, que foram implantadas na América Latina, na década de noventa, ou seja, pretendemos refletir a respeito do atual processo de privatização e regionalização das instituições de educação superior no Brasil, e mais especificamente no Estado. Este trabalho faz parte do Projeto de Pesquisa “Processo de Expansão e Interiorização da Educação Superior na Região Centro-Oeste as Marcas da Mercantilização do Ensino” desenvolvida pelo GEPES1. A coleta de documentos, as normas legais e os dados estatísticos foram levantados em 2003 junto ao INEP (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais), a Secretaria de PlanejamentoIplan - BDE/MS, a Secretaria de Educação Superior do MEC e a ASSOMASUL Associação dos Municípios de Mato Grosso do Sul. A primeira parte deste trabalho apresenta alguns dados e análises gerais da América Latina e Brasil em relação a expansão do Ensino Superior e a conseqüente privatização das IES (Instituições de Ensino Superior). A segunda parte faz um recorte dessa expansão na década de 90 no Estado de Mato Grosso do Sul. A expansão da educação superior e a globalização do processo de privatização A educação superior nos últimos anos tem sido motivo de debates e sérias controvérsias, e em vários países foram implantadas reformas tentando adequá-la às “novas exigências sociais”. Mas a discussão diz respeito ao papel da universidade e a forma como ela deve responder às demandas sociais atravessa a história da universidade latino-americana. Porém é na década de 1990 que presenciamos um embate descarnado contra as instituições universitárias, 42. as que serão acusadas de estar estagnadas e detidas no tempo, de não responder às exigências do mundo globalizado, de serem deficitárias e ineficientes. Por outro lado, especialmente os grupos conservadores e aqueles influenciados pelas idéias neoliberais consideram as instituições públicas muito custosas e “elitistas” porque só atendem a uma pequena parcela da sociedade. Entretanto as instituições de educação superior, especialmente as universidades, desde a abertura democrática, iniciaram um processo de análise e reflexão interna sobre o seu papel social. Para tanto, em várias instituições da região latino-americana foram instalados fóruns que discutiram as metas e função social das mesmas. Iniciando-se deste modo, na década de 80, mediante a auto-avaliação, um longo caminho que levaria a questionar a formação dos futuros profissionais, a organização acadêmica e administrativa, os currículos, entre outros aspectos. Porém, na década de noventa, com a reestruturação capitalista e o esgotamento do modelo de Estado de Bem Estar Social, a América Latina foi objeto de profundas reformas do Estado que afetaram as políticas públicas. Nesse contexto a universidade deixou de ser vista como uma instituição responsável pela construção e socialização do conhecimento, passando a ser considerada uma espécie de “empresa” e a qualidade foi substituída pela produtividade, e o saber pelo custo/benefício. Por outro lado, se produz uma expansão e disseminação de escolas, faculdades e cursos privados que vai pouco a pouco conseguindo desobrigar o Estado da educação pública e gratuita. Como conseqüência das transformações econômicas, sociais e políticas produzidas na América Latina a partir da segunda metade do século XX, verifica-se um aumento considerável da matrícula no nível superior, devido à incorporação de estudantes provenientes das classes médias que pressionaram o sistema educacional para se incorporar às novas profissões com o intuito de uma possível ascensão social. Neste período, as políticas dos governos.

(3) da região tiveram como objetivo desenvolver o mercado interno através de um processo de substituição de importações, promovendo uma expansão da indústria local baseada no uso intensivo de mão de obra e a proteção dos mercados nacionais. Porém no final do século foram implantadas políticas com o objetivo de derrubar todas as medidas protecionistas, e especialmente no início dos anos oitenta houve um processo de desregulação dos mercados, especialmente na área financeira e do trabalho. Por outro lado, tem se procurado, pelo menos no discurso, romper com atraso regional adotando políticas competitivas em relação à produção, intensificando-se o setor terciário, caracterizado pelo uso extensivo do conhecimento científico-técnico e da informação. Segundo o preámbulo da “Declaración Mundial sobre la Educación Superior en el Siglo XXI: Visión y Acción”, la segunda mitad de nuestro siglo pasará a la historia de la educación superior como la época de expansión más espectacular; a escala mundial, el número de estudiantes matriculados se multiplicó por más de 6 entre 1960 (13 millones) y 1995 (82 millones). Pero también es la época en la que se ha agudizado aún más la disparidad, que ya era enorme, entre los países industrialmente desarrollados, los países en desarrollo y en particular los países menos adelantados en lo que respecta al acceso a la educación superior, la investigación y los recursos de que dispone. Ha sido igualmente una época de mayor estratificación socioeconómica y de aumento de las diferencias de oportunidades de enseñanza dentro de los propios países, incluso en algunos de los más desarrollados y más ricos (UNESCO, 1998a).. O documento da CRESALC/UNESCO2 destacava as principais transformações ocorridas na educação superior a partir da década de 1950: grande expansão quantitativa do setor; notável diversificação institucional; aumento da participação do setor privado;. aumento da internacionalização; mudanças de atitudes dos governos, e esforços de transformação de algumas universidades. Durante os anos sessenta e setenta as universidades foram objeto de reformas, em vários países da América Latina estes processos coincidiram com a transformação do ensino superior que até então se havia caracterizado por ser de caráter elitista, atendia basicamente os grupos que dispunham de altos recursos econômicos, passando, a ser uma educação de massas, na década de oitenta. O número de inscritos nas instituições de educação superior se multiplicou 27 vezes, entre 1950 e 1994, chegando em 1994 a 8 milhões de estudantes (Tünnermann, 1997). Perante o crescimento da demanda, os governos nacionais e regionais, criaram uma oferta diversificada, com uma considerável participação da iniciativa privada. O número de instituições de educação superior na América Latina passou de 75 em 1950 -em sua maioria eram universidades - para aproximadamente 6.000 em 1994 (UNESCO 1998b). No final dos anos noventa observa-se um notável aumento de instituições de educação superior não universitárias, de caráter privado. Junto às antigas instituições de origem religiosa, surgiram outras -Institutos de Educação Superior, Centros Universitários, Faculdades Integradas, entre outras -vinculadas a municípios, cooperativas e outras organizações da sociedade civil em geral de caráter empresarial, objetivando captar a demanda não atendida pelas universidades públicas e voltada especialmente para as áreas profissionalizantes. No decorrer da década de noventa o Banco Mundial tem sido um órgão de financiamento que direcionou as políticas educacionais dos países da América Latina. As diretrizes3 de caráter economicistas desenhadas pelo Banco serviram de base para as reformas implantadas pelos países da região, que se destacam por um processo de desmantelamento do setor público, especialmente a ruptura da hegemonia do Estado na oferta e financiamento da educação superior - em países como Argentina, México e Uruguai - e um processo de expansão do setor privado de origem. Revista de Educação. As Políticas de Privatização e Interiorização do Ensino Superior: Massificação ou Democratização da Educação Brasileira?. 43.

(4) Revista de Educação. Margarita Victoria Rodríguez, Liliana Gonzaga de Azevedo Martins. empresarial que assume o controle da oferta da educação superior, por exemplo, Brasil, Chile e Colômbia (CORAGGIO, 1996; SOARES, 1996). A crise dos sistemas educativos em todo o mundo, em particular a dos países periféricos, passou a ser motivo de discussão e controvérsias que foi adquirindo dimensões cada vez mais politizadas. No caso da educação superior, o debate centrou-se basicamente nos aspectos econômicos, ou seja, a forma de financiar uma atividade em permanente expansão. Dada a demanda crescente e a falta de recursos financeiros para o correto funcionamento, o Banco, adotou uma postura reducionista sobre o tema, e centrou suas apreciações na necessidade de redefinir o papel do Estado em matéria de educação superior, questionando a excessiva participação dos governos neste setor: “... en la mayoría de los países en desarrollo el grado de participación del gobierno en la educación post secundaria ha excedido con creces lo que se considera económicamente eficiente” (BANCO MUNDIAL, 1993). Manifestava ainda, que os países em desenvolvimento poderiam “... lograr el objetivo de una mayor eficiencia, calidad y equidad en educación superior”. E para tanto a reforma da educação superior deveria centrar-se nos seguintes aspectos: • Fomentar as diferenças das instituições, incluindo o desenvolvimento das instituições privadas. • Proporcionar incentivos para que as instituições públicas diversifiquem as fontes de financiamento. • Redefinir a função do governo no ensino superior. • Adotar políticas que estejam destinadas a priorizar os objetivos de qualidade e equidade (Banco Mundial, 1993).. Posteriormente, segundo Yarzabal (1999) este Organismo, definiu com maior precisão as estratégias da reforma estabelecendo medidas para corrigir os problemas da educação superior: privatizar a educação superior, suprimir sua gratuidade, implantando a cobrança de 44. mensalidades, criar instituições não universitárias de nível terciário e tirar a prioridade da pesquisa nas universidades públicas. A política de educação brasileira seguiu estas recomendações, segundo Cunha (2003:) ...na reconstrução da lógica intrínseca ao processo de reforma do ensino superior em curso no Brasil, os elementos apresentados revelam que há um modelo concebido em meados da década de 1980, cuja versão paradigmática foi impressa pelo Grupo Executivo para Reformulação da Educação Superior (GERES). A continuidade das propostas apresentadas recorrentes, desde então, deve ser entendida como produto, também da permanência no governo de dirigentes e quadros técnicos, o que permite traçar um elemento de continuidade entre os governos José Sarney, Fernando Collor, Itamar Franco e Fernando Henrique Cardoso, pelo menos no que se refere ao Ministério de Educação (CUNHA, 2003).. Durante o governo de Fernando Henrique Cardoso, estas diretrizes foram ensaiadas das mais diversas formas, em princípio o marco legal e jurídico foi inspirado e implementado conforme o receituário neoliberal dos organismos. Com efeito, o economista Paulo Renato Souza, foi o ministro de Educação (1995 a 2002), encabeçou um projeto político que destacava o papel econômico da educação, entendendo-a como um novo “motor” para o desenvolvimento e dinamismo da economia e promotora do progresso científico e tecnológico. Nesse sentido a universidade ocupou um lugar de destaque no discurso oficial, considerada responsável em liderar o desenvolvimento tecnológico do país, para tanto a proposta era reafirmar a necessidade de iniciar um processo de parceria com a iniciativa privada, tanto na gestão quanto no financiamento da educação superior brasileira. O Ministério da Educação, nesta perspectiva questionava profundamente o ensino superior público por consumir de 70% a 80% do orçamento do Ministério, sendo que só atendia a 22% dos estudantes de graduação..

(5) As Políticas de Privatização e Interiorização do Ensino Superior: Massificação ou Democratização da Educação Brasileira?. c) a destinação, para as despesas com pessoal docente e técnicoadministrativo, incluídos os encargos e benefícios sociais, de pelo menos 60% da receita das mensalidades escolares proveniente da instituição de ensino superior mantida, deduzidas as reduções, os descontos ou bolsas de estudo concedidas e excetuando-se, ainda, os gastos com pessoal, encargos e benefícios sociais dos hospitais universitários.. As instituições que não cumprirem com estas exigências passariam a pagar impostos e contribuições, como qualquer sociedade comercial. Por outro lado, no artigo 4o se estabelece que tais instituições devem: Art. 4º. As entidades mantenedoras de instituições de ensino superior, com finalidade lucrativa, ainda que de natureza civil, deverão: I - elaborar e publicar em cada exercício social, demonstrações financeiras certificadas por auditores independentes, com o parecer do Conselho Fiscal, ou órgão equivalente; II - submeter-se, a qualquer tempo, a auditoria pelo Poder Público.. O Decreto 2.306/97, também estabelece a organização acadêmica das IES, as que poderão adotar diferentes formatos: Art. 8° Quanto à sua organização acadêmica, as instituições de ensino superior do sistema federal de ensino classificam-se em: I - universidades; II - centros universitários; III - faculdades integradas; IV - faculdades; V - institutos superiores ou escolas superiores.. Devemos salientar que não se distinguem faculdades e institutos superiores nem escolas superiores e como explica Cunha (2003) estes termos no Brasil, têm sido utilizados como sinônimos. No Decreto, destaca-se uma figura administrativa nova na legislação da educação brasileira, os Centros Universitários considerados como:. Revista de Educação. Porém nada era falado em relação à expansão da educação superior privada que em muitos dos casos era de qualidade duvidosa. Nesse contexto, a política para o ensino superior implantada colocou a ênfase na administração racional dos recursos, além de destacar a utilização da capacidade ociosa das instituições com o intuito de aumentar as vagas das universidades privilegiando os cursos noturnos. Outro carro chefe da gestão foi a questão da autonomia, que estava atrelada ao financiamento. Ou seja, o exercício da autonomia consistia na capacidade das instituições de educação superior de implantar projetos em “parceria” com o setor privado. Enfim, o projeto de racionalização e modernização da educação superior foi encaminhando as instituições a um longo processo de instabilidade intensificou e deteriorou, o que havia iniciado, com os governos pós-ditadura militar. Sendo assim, o formato institucional inspirado nas diretrizes do Banco Mundial sofreu profundas transformações, regulamentado através do Decreto no 2.306/97 com base na LDB-964, modificou o quadro das instituições no que diz respeito à fronteira entre a esfera pública e privada. O citado decreto, no artigo 2o, inciso I fixa que as IES privadas para serem consideradas “entidades mantenedoras de instituições de ensino superior, sem finalidade lucrativa”, devem: “I - elaborar e publicar em cada exercício social, demonstrações financeiras certificadas por auditores independentes, com o parecer do Conselho Fiscal, ou órgão similar”. Além de comprovar, sempre que solicitada:. Art.12. São centros universitários as instituições de ensino superior pluricurriculares, abrangendo uma ou mais áreas do conhecimento, que se caracterizam pela excelência do ensino oferecido, comprovada pela qualificação do seu corpo docente e pelas condições de trabalho acadêmico oferecidas à comunidade escolar, nos termos das normas estabelecidas pelo Ministro de Estado da Educação e do Desporto para o seu credenciamento. 45.

(6) Revista de Educação. Margarita Victoria Rodríguez, Liliana Gonzaga de Azevedo Martins. Também no artigo 12:§ 1º se estabelece que estes centros universitários poderão ter autonomia “para criar, organizar e extinguir, em sua sede, cursos e programas de educação superior, assim como remanejar ou ampliar vagas nos cursos existentes.” Sendo assim, estas instituições estarão destinadas a desenvolver tarefas ligadas ao ensino, poupadas de efetuar pesquisa. Como poderemos constatar no corpo deste trabalho o Estado de Mato Grosso do Sul apresenta uma evidente expansão destas instituições não universitárias, orientadas para o ensino de graduação. No Brasil, segundo o Censo Escolar (MEC/INEP) de 2001, na educação superior há um predomínio das faculdades isoladas, das 1391 IES, 1.036, são faculdades isoladas, sendo 92% de caráter privado. Verifica-se um rápido crescimento das universidades privadas, das 156 universidades, 85 pertencem ao setor privado. Este setor também teve um vertiginoso crescimento em relação aos centros universitários, de 1996 até 2001, foram criadas 64 instituições deste tipo. Verifica-se uma grande heterogeneidade no setor das universidades públicas, assim, como no setor privado. Apresentando características estruturais e padrões acadêmicos desiguais.. do Estado e da Região do Pantanal UNIDERP9. Durante a década de setenta, foram criadas na maioria dos Estados do Brasil universidades federais, como conseqüência da Reforma Universitária e do próprio modelo desenvolvimentista que dominava a época. Assim verifica-se um processo de regionalização das universidades com sede, geralmente numa cidade de médio porte, e vários campus no interior do Estado. Este modelo de universidade obedecia à idéia da necessidade de desenvolver as regiões do interior do país, e acreditava-se que a educação era um motor de desenvolvimento, seguindo esta concepção foram criadas a UFMS e a própria UEMS. Porém é na década de 90 que observamos a maior expansão do nível superior, mas seguindo o modelo de interiorização, sendo fundamentalmente o setor privado quem assume este empreendimento, que já não responde a uma concepção ou modelo de desenvolvimento econômico, haja vista que as cidades do interior são percebidas como um bom negócio para expandir as ofertas de educação superior. Expansão da Educação Superior em Mato Grosso do Sul. A Expansão do Ensino Superior em Mato Grosso do Sul na década de 90 Alguns Resultados Mato Grosso do Sul 5 possui 77 municípios e o Ensino Superior se faz presente em 24 deles, o que representa 31,16% de atendimento desse segmento educacional. O estado atualmente conta com 41 instituições sendo 4 Universidades (1 Federal - 2,43%, 1 Estadual - 2,43%, 1 Privada Empresarial 2,43% e 1 Privada Comunitária - 2,43%), 9,75% das IES, são universidades: Universidade Federal de Mato Grosso do Sul - UFMS6; Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul - UEMS7, Universidade Católica Dom Bosco UCDB8; Universidade para o Desenvolvimento 46. Como podemos verificar no quadro na década de noventa foram criadas 17 instituições de educação superior não universitárias -todas elas de iniciativa privada-, e 18 instituições no período 2000-2002. Porém destacamos que a UEMS iniciou suas atividades em 1994 com a criação de 10 campos no interior10. Entretanto, a Universidade Federal, com sede em Campo Grande possui 5 Centros Universitários, distribuídos em campi universitários no Estado.

(7) nas cidades de: Corumbá (1969) Aquidauana (1971), Três Lagoas (1971), Dourados (1973) e Paranaíba (2001). O Centro Universitário da Grande Dourados - UNIGRAN (privado) é o único no Estado, criado em outubro de 1976 e credenciase como Centro em 1998, oferece 19 cursos no período diurno e noturno. Existem 8 Faculdades Integradas, o que representa 19,51%, apenas a FIP - Faculdades Integradas de Ponta Porã conseguiu o seu credenciamento pós LDB/96 as demais ocorrem antes. As 21 Faculdades são privadas e desse conjunto apenas 7 surgem antes da LDB/96, no final da década de 80 até meados de 90 e as demais, 14 surgem no final desta década, em pleno governo FHC. São 7 Institutos Superiores em todo o estado, criados a partir de 1998, sendo 4 no interior e 3 na capital. Conforme Dourado et al (2003, p. 24): A “era” FHC (1995-2002), no entanto, constituiu-se período marcante como movimento expansionista e de reconfiguração do campo universitário brasileiro, assumindo feição nitidamente privada. Adotou-se o modelo de diversificação e diferenciação, em contraposição ao modelo único pautado na defesa da indissociabilidade ensino, pesquisa e extensão que vinha sendo constituído no país. Desse modo, a materialização de tais políticas resultou na criação de formatos institucionais diferenciados, oferta de novos cursos pós-médios e ênfases em novas modalidades de educação, tais como educação a distância e educação profissional.. Embora esta expansão das instituições de Educação Superior privadas tenha sido inerente ao processo de consolidação da educação superior no país, foi durante os governos de cunho neoliberal que através das normas legais e políticas de incentivos fiscais promoveram a privatização da educação superior assim como a diversificação do tipo de instituições, Catani e Oliveira (2000, p. 66) analisam este tipo de IES: A expansão do ensino superior, segundo Paulo Renato Sousa, deveria. ocorrer através de “vários tipos de universidade” e de outros formatos institucionais que gozassem de autonomia para se dedicar exclusivamente ao ensino, podendo criar cursos e expandir vagas. Segundo o ministro, esse arranjo é fundamental para ampliar a liberdade de crescimento da oferta de vagas, pois afinal “a universidade é um mito” que “está restringindo a expansão da oferta” e que, portanto, precisa ser superado no Brasil, uma vez que seria possível “expandir com qualidade” fora daquela instituição. Nesse sentido, como decorrência da flexibilização do sistema promovida pela LDB, os chamados centros universitários, criados como uma nova modalidade de instituição voltada para o ensino de “excelência” deveria assumir essa tarefa. Além disso, forjaram-se também outros formatos institucionais (faculdades integradas, faculdades e institutos superiores ou escolas superiores) que poderiam contribuir para a expansão do ensino superior, disciplinados pelo Decreto n° 2.306/97.. Segundo o Censo do Ensino Superior/ 2002 (MEC/INEP, 2003) o Brasil, conta com 1637 Instituições de Ensino Superior (IES), representando um acréscimo em torno de 127% nos últimos dez anos. A iniciativa privada é responsável por este crescimento do nível superior, em termos quantitativos, registrando 88% do total das IES, representadas principalmente pelas empresas educacionais, ou privadas comerciais (Bittar, M., et.al, 2002). Entretanto, a Região Centro Oeste, registra 98 IES, 90,90%, são de natureza privada e apenas 9,09 % são instituições públicas. Por outro lado 47,47% das instituições localizam-se na capital, enquanto 52,52% no interior dos estados que compõem a região. Os dados denotam uma forte presença da educação privada na região além de uma marcada tendência de interiorização da educação superior. Observa-se também uma expansão das vagas nas instituições de educação superior no. Revista de Educação. As Políticas de Privatização e Interiorização do Ensino Superior: Massificação ou Democratização da Educação Brasileira?. 47.

(8) Margarita Victoria Rodríguez, Liliana Gonzaga de Azevedo Martins. de 288%, sendo que em 1996, havia 164.262 vagas e no ano de 2002 eram 546.536 vagas. No mesmo período Mato Grosso do Sul tinha 3434 vagas e em 2002 passou para 7508, o que representa um crescimento de 178%. Sguissardi (2000) considera que a oferta de vagas tem um crescimento constante, fundamentalmente no setor privado, mas, ainda é insuficiente diante da demanda reprimida e do alto número dos concluintes do ensino médio que tende a ser quatro a cinco vezes maior do que o do número de vagas oferecido anualmente para a educação superior. Além de alertar que a uma grande concentração regional (Sudeste) da oferta de vagas.. Conforme o quadro, observamos que dos 24 municípios que possuem instituições de educação superior, 17 contam com cobertura de IES públicas, o restante dos municípios são atendidos pelo setor privado com instituições não universitárias, cabe salientar, que esta expansão acontece em municípios de pequeno e mediano porte. Destaca-se a capital, Campo Grande, com 4 universidades e 5 instituições não. universitárias privadas. Na Região Sul Fronteira conta com 12 instituições, sendo seis delas faculdades isoladas. Os Municípios que estão nas regiões que limitam com o Estado de Paraná, São Paulo, Minas Gerais e Goiás, apresentam um maior número de IES. Chama a atenção o Município de Nova Andradina que conta com sete faculdades particulares atendendo a população com os cursos de Pedagogia, Letras,. Revista de Educação. Brasil. No que diz respeito a Mato Grosso do Sul se constata uma expansão de vagas. Em relação ao Brasil, em 1996 havia 634.236 vagas oferecidas pelas instituições de educação superior no Brasil, passando para 1.773.087, em 2002, representando 179% de crescimento. Nesse mesmo período em Mato Grosso do Sul o número total de vagas oferecidas foi menor do que no Brasil, ou seja, 151%, passando de 9.665, em 1996, para 24.279 vagas, em 2002 (Bittar, M., et.al, 2002). Entretanto, em relação aos Centros Universitários e Faculdades Integradas, segundo dados registrados nas Sinopses da Educação Superior 1996-2002, denota-se uma grande expansão de vagas. No Brasil o crescimento foi. 48.

(9) Administração (2 IES), Ciências Contábeis, Normal Superior e Turismo. Como podemos observar, os dados apresentados indicam que as universidades nasceram antes da LDB/96, porém na década de 90, há o credenciamento das universidades UCDB e UNIDERP e a UEMS passa a funcionar. Dourado et al analisam que a expansão das faculdades privadas no governo FHC teve sua finalidade concretizada uma vez que: O resultado de oito anos desse governo foi a expansão acelerada do sistema, levando as IES privadas a responderem por mais de 70% das matrículas. Tal processo foi marcado, ainda, pela mercantilização da produção do trabalho acadêmico e da gestão das universidades públicas, e pela redução dos recursos dos fundos públicos para manutenção e desenvolvimento das universidades federais. Em que pese a expansão ocorrida o acesso à educação superior no Brasil é um desafio que ainda precisa ser enfrentado, tendo em vista o baixo patamar de atendimento da população na faixa etária de 18 a 24 anos que, no caso brasileiro, não alcançou 12%, segundo diagnóstico do Plano Nacional de Educação (PNE) ( DOURADO et al, 2003, p. 24).. Com respeito ao número de matrículas, segundo dados do MEC/INEP/DAES (2003) destaca-se novamente uma forte presença da iniciativa privada, com efeito, no Brasil. Em 2002, o número de matrículas foi de 3.479.913, sendo que 69% delas pertencem ao setor privado. Também se verifica uma tendência nacional de interiorização das matrículas: 57,58% destas encontram-se localizadas no interior e 42,42% nas capitais da federação. No Centro-Oeste verificamos, um processo contrário, o total de matrículas no ano 2002 era de 213.196, sendo que 65,94% estavam concentradas nas capitais dos estados da região e 34,09% no interior. O Estado de Mato Grosso do Sul segue a mesma tendência da região, apresentando uma matrícula de 55.824 no mesmo ano, sendo que 49,66% ficam. concentradas no interior e 50,34% estão localizadas na capital. Destacamos a marcada expansão de instituições de educação não universitárias registradas nos anos noventa, e também a presença no interior da Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul, que como já apontamos anteriormente possui vários campis, distribuídos nos municípios do interior do Estado. Nesse sentido constata-se que no setor público 18.086 matrículas, o que representa 32,43% do total, 67,63% das vagas encontramse no setor privado. Sendo que, no setor público verificamos também um processo de interiorização, dado que a Capital apresenta apenas 20,171% das vagas e o interior 44,73%. Em relação ao setor privado, percebemos um fenômeno inverso, 79,83% das matrículas estão nas instituições da capital e 55,27%, ficam no interior (MEC/INEP/DAES, 2003). No que diz respeito aos cursos presenciais de graduação, no Brasil, se evidencia novamente um predomínio no interior, o país, em 2002, segundo dados do MEC/INEP/DAES (2003) tinha 14.399 cursos de graduação, sendo 65,91% ofertados no interior e 43,09% nas capitais. Novamente constatamos uma forte presença do setor privado, que oferece 9.147 cursos de graduação, o que representa 63,53 % do total. No Centro-Oeste, conforme fonte supracitada, são 1.395 cursos de graduação, desses 52,69% encontram-se no interior. O setor público oferece 640 cursos, 62,59% ficam no interior Entretanto o setor privado oferece 755 cursos o que representa 54,12% da oferta total, sendo 72,73% ficam nas capitais. Com o qual destacamos uma tendência diferente neste setor, dado apresenta uma maior participação da ofertas nas capitais. Porém, o processo de interiorização é nitidamente marcante no caso de Mato Grosso do Sul em relação aos dados da região: dos 297 cursos de graduação 184, encontra-se no interior, o que significa 61,95%, também o setor particular conta com uma oferta maior de cursos em relação ao setor público com 173, sendo que 91 (52,60%) deles estão no interior. Dourado esclarece que as políticas do. Revista de Educação. As Políticas de Privatização e Interiorização do Ensino Superior: Massificação ou Democratização da Educação Brasileira?. 49.

(10) Margarita Victoria Rodríguez, Liliana Gonzaga de Azevedo Martins. ensino superior com base na privatização e na sua forma de organização favoreceram essa expansão.. Revista de Educação. As políticas relativas ao ensino superior em curso no Brasil revelam que a efetivação desse nível de ensino tem ocorrido a partir de duas vertentes que se complementam: a privatização desse nível e a sua organização, como instituições isoladas de ensino superior. A exceção a essa regra, isto é, a opção pela modalidade universitária limita-se ao sistema federal de ensino superior, cuja organização é, predominantemente, em universidades, e a algumas universidades estaduais (DOURADO, 2001, p. 79).. 50. Em Mato Grosso do Sul foram classificados 60 tipos de cursos sendo que os que mais se repetem são: Administração (32), Pedagogia (22), Letras (20), Ciências Contábeis (19), Direito (18), Normal Superior (17), Turismo (15), Ciências Biológicas (12), História (10) e Comunicação Social (9), ou seja, há o predomínio de cursos na área de humanas. O período noturno representa 67,5% da oferta dos cursos. A área da saúde é a que se faz menos presente o que pode ser concluído devido a seu custo mais elevado para implantação e manutenção dos cursos. Concordamos com Dourados et al (2003) ao mencionar que a avaliação da educação superior da forma como tem acontecido tem se tornado um instrumento de regulação, de controle e tem favorecido a implementação da reforma da educação superior, por meio da expansão de vagas no setor privado e as IES públicas tem sido obrigadas a alterarem seus indicadores a custo zero e, para a sociedade civil produziu uma classificação dos cursos e das instituições como forma de assegurar a pretensa qualidade de ensino, pois é ao consumidor desses serviços quem compete decidir. Embora a expansão da educação como assinala Dourado, et al (2003) seja uma resposta às demandas da sociedade civil, e nesse sentido o Estado tenha assumido esta prioridade a partir dos anos noventa. A sociedade defendia e. reivindicava a democratização do ensino público, no sentido de garantir condições iguais de acesso, permanência e egresso -com qualidade social- das instituições de educação superior. Porém o Estado ficou “refém” das macroreformas acabou se ausentando desta responsabilidade. Devemos questionar então o rumo que tomou essa expansão, porque foi o setor privado que acabou assumindo a responsabilidade de expandir a oferta de educação superior, convertendo-se num negócio muito lucrativo para algumas empresas. A educação, considerada como um “serviço” a mais, pode ser vendido e comprado como uma mercadoria. Com efeito, “... a política para a educação superior, implementada pelos governos de Fernando Henrique Cardoso, incentivou a ampliação da oferta desse nível de ensino com a redução dos custos e o privilegiamento da mercantilização do mesmo, seja através do crescimento de IES privadas com fins exclusivamente lucrativos ou da abertura das IES públicas para o mercado. Tal política, alavancou o sucateamento das universidades públicas federais, ameaçando o seu caráter público e democrático, e comprometendo a qualidade do ensino - principalmente na graduação, mas também na extensão e na pesquisa. Como conseqüência favoreceu o crescimento do setor privado na oferta desse nível de ensino, transformando os espaços públicos democráticos de direitos em espaços privados submetidos a lógica capitalista” (CHAVES e CAMARGO, 2003, p. 7). Portanto, aos estudiosos do ensino superior compete analisar essa reforma e política a fim de informar a sociedade para que possa de fato avaliar a qualidade do ensino superior no Brasil. Considerações finais Enfim, constatamos a existência de dois grandes momentos da expansão do ensino superior no Estado de Mato Grosso do Sul, o primeiro verifica-se durante a década de setenta sendo um fenômeno basicamente promovido pelo Estado Federal, com a criação da Universidade Federal e os diferentes campis, e.

(11) um segundo momento ocorrido durante a década de noventa. Sendo assim, podemos afirmar que este último momento teve basicamente três características: empreendimento de caráter empresarial; modelo de interiorização; instituições não universitárias, orientadas para uma oferta de cursos profissionalizantes e de baixo custo, por exemplo, pedagogia, letras, ciências contáveis, administração, e preferencialmente no horário noturno. Verificamos ainda uma diferenciação institucional acentuada pelo processo de privatização que se manifestou no Brasil, e no Estado isto ficou evidenciado no final da década de noventa. Porém esta liberação da oferta não conseguiu dar resposta à demanda de amplos setores da sociedade que ficam fora do ensino superior e aparecem problemas de saturação, credenciamento e especialmente diferenças na qualidade educacional das instituições. O que nos leva a salientar a necessidade de intensificar o debate a respeito do acompanhamento da qualidade e uma avaliação das políticas públicas de educação superior implantadas nos anos noventa, que não devem esgotar-se em meras ações de supervisão, prestação de contas, certificação dos formandos, entre outros mecanismos. Referências Bibliográficas BANCO MUNDIAL: La enseñanza superior: Las lecciones derivadas de la experiencia, Estados Unidos de América. Banco Mundial, 1993. BITTAR, M., MARTINS da SILVA, MG, VELOSO, T.CH.M. Processo de interiorização da educação superior na Região Centro-Oeste: particularidades dos estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. Revista Série Estudos n. 2004, v. 16 p. CATANI. A. M. e OLIVEIRA, J.F. de. As políticas de diversificação e diferenciação da educação superior no Brasil: alterações no sistema e nas universidades públicas. In: SGUISSARDI, V. (org.). Educação Superior velhos e novos desafios. São Paulo: Xamã, 2000, p.63 - 81. CORAGGIO, J.L. Propostas do Banco Mundial para a educação: sentido oculto ou problemas de concepção. In: WARDE.M.J. et al. O Banco Mundial e as políticas educacionais. São Paulo: Cortez, 1996. CRESALC/UNESCO. Hacia una nueva educación superior. Caracas, 1997, p. 15. CUNHA, Luis.A. O Ensino Superior no Octênio FHC. Educação e Sociedade. Campinas, vol. 21, n.82, p. 3767, abril 2003.. DOURADO, L.F. , CATANI, A. e OLIVEIRA, J. F. de. Transformações recentes e debates atuais no campo da educação superior no Brasil. In ______Políticas e gestão da educação superior transformações recentes e debates atuais. São Paulo: Xamã; Goiânia: Alternativa, 2003, p. 17-30. CHAVES, V. L. J. e CAMARGO, A. M. M. de. Acesso e Expansão do Ensino Superior em Belém: O Público e o Privado em Questão. Trabalho apresentado na ANPED, 2003. DOURADO, L. F. A Interiorização do Ensino Superior e a Privatização do Público. Goiânia: Editora UFG, 2001. DOURADO, L.F. , CATANI, A. e OLIVEIRA, J. F. de. Transformações recentes e debates atuais no campo da educação superior no Brasil. In ______Políticas e gestão da educação superior transformações recentes e debates atuais. São Paulo: Xamã; Goiânia: Alternativa, 2003, p. 17-30. FERNANDES, E. B. Expansão Universitária em Mato Grosso do Sul - 1979 -2001. Dissertação de Mestrado. Universidade Católica Dom Bosco, Campo Grande, 2003. MATO GROSSO DO SUL. Indicadores Básicos de Mato Grosso do Sul. Campo Grande, 2002. SGUISSARDI, V. O desafio da educação superior no Brasil: Quais são as perspectivas? In (org.). Educação Superior velhos e novos desafios. São Paulo: Xamã, 2000, p.9-46. SOARES, M.C.C. Banco Mundial: políticas e reformas. In: WARDE.M.J. et al. O Banco Mundial e as políticas educacionais. São Paulo: Cortez, 1996. TÜNNERMANN, Carlos. La educación superior en América Latina y el Caribe em su contexto económico, político y social. In: Hacia una nueva educación superior. Ediciones CRESALC/UNESCO, Caracas, 1997. UNESCO. Declaración Mundial sobre la Educación Superior en el siglo XXI. Visión y Acción. Informe Final. Conferencia Mundial sobre la Educación Superior. Paris, 5-9 de octubre de 1998a, p. 19. UNESCO: Informe Mundial sobre la Educación. Ed. Santillana, UNESCO, Madrid, España, 1998b. YARZABAL, Luis: Consenso para el Cambio en la Educación Superior. IESAL/UNESCO, Caracas, Venezuela, 1999.. Revista de Educação. As Políticas de Privatização e Interiorização do Ensino Superior: Massificação ou Democratização da Educação Brasileira?. Notas GEPES: Grupo de Estudos e Pesquisa sobre Educação Superior, coordenado pela Profª Drª Mariluce Bittar, do Programa de Mestrado em Educação da Universidade Católica Dom Bosco (UCDB) Campo Grande/MS. 2 Conferência Regional “Políticas y estrategias para la transformación de la educación superior en América Latina y el Caribe“, realizada em Havana, Cuba, novembro de 1996. 3 O documento “La enseñanza superior. Las lecciones 1. 51.

(12) Revista de Educação. Margarita Victoria Rodríguez, Liliana Gonzaga de Azevedo Martins. 52. derivadas de la experiência” 1993, elaborado pelo Departamento de Educação e Política Social do Banco Mundial, desencadeou um grande debate em torno da educação superior, orientando as políticas e ações dos governos dos países latino-americanos. 4 Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional de 20/12/1996. 5 Criado em 11/10/1977, pelo Presidente.Ernesto Geisel, e instalado em 1/1/1979. 6 UFMS surge com a criação da Faculdade de Farmácia e Odontologia, na Universidade Estadual de Mato Grosso - UEMT em Campo Grande 1962. Em 5/7/1979 foi federalizada, em decorrência da divisão do Estado de Mato Grosso, passando a denominar-se Fundação Universidade Federal de Mato Grosso do Sul - UFMS (FERNANDES, 2003). 7 UEMS foi criada pela Constituição Estadual de Mato Grosso do Sul de 1979, ratificada pela Constituição Estadual de 1989 e instituída pela Lei n° 1461 de 20/12/ 1993, com sede em Dourados ( FERNANDES, 2003). 8 UCDB nasceu das Faculdades Unidas Católicas de Mato Grosso, mantidas pela Missão Salesiana de Mato Grosso. Em 1961, foi criado o primeiro Centro de Educação Superior do Estado de Mato Grosso, a chamada “Faculdade Dom Aquino de Filosofia, Ciências e Letras” - FADAFI com os cursos de Pedagogia e Letras. Em fevereiro de 1991 consegue credenciamento como Universidade Católica Dom Bosco - UCDB, como universidade comunitária (FERNANDES, 2003). 9 UNIDERP tem sua história no Centro de Ensino Superior Prof. Plínio Mendes dos Santos - CESUP, com objetivo de promover cursos voltados a área das Ciências Exatas e Tecnologia. Em dezembro de 1996 o CESUP credencia-se como Universidade (FERNANDES, 2003). 10 A Universidade Estadual conta com 13 Centros Universitários: Coxim, Nova Andradina, Cassilândia, Ponta Porã, Glória de Dourados, Ivinhema, Maracaju, Mundo Novo, Aquidauana, e Naviraí (criados em 1994); e Amambaí e Jardim (criados em 1998 e Campo Grande, criado em 2000)..

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