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COMPORTAMENTO DINAMICO DO CRESCIMENTO DE TUMORES COM A APLICAÇÃO DE QUIMIOTERAPIA

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Academic year: 2021

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(1)UNIVERSIDADE ESTADUAL DE PONTA GROSSA ´ ˜ EM CIENCIAS ˆ PROGRAMA DE POS-GRADUA C ¸ AO ´ ˜ - F´ISICA AREA DE CONCENTRAC ¸ AO. REGIANE APARECIDA NUNES DE SIQUEIRA. ˆ COMPORTAMENTO DINAMICO DO CRESCIMENTO DE TUMORES ˜ DE QUIMIOTERAPIA COM A APLICAC ¸ AO. PONTA GROSSA 2015.

(2) REGIANE APARECIDA NUNES DE SIQUEIRA. ˆ COMPORTAMENTO DINAMICO DO CRESCIMENTO DE TUMORES ˜ DE QUIMIOTERAPIA COM A APLICAC ¸ AO. Tese apresentada para obten¸c˜ao do t´ıtulo de doutora na Universidade Estadual de Ponta Grossa, P´os-Gradua¸c˜ao em Ciˆencias, ´area de concentra¸c˜ao F´ısica. Orientador: Prof. Dr. Antonio Marcos Batista. PONTA GROSSA 2015.

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(5) Dedico este trabalho aos meus amores Alex e Alexa..

(6) AGRADECIMENTOS A Deus pela sa´ ude e oportunidade que tive para realizar e concluir este curso. Ao meu orientador Antonio Marcos Batista pela dedica¸c˜ao, paciˆencia, amizade e exemplo de competˆencia e profissionalismo ao direcionar meu trabalho. Aos meus pais Odete Chimel Nunes de Siqueira e Lauro Nunes de Siqueira que al´em da vida me deram coragem para lutar pelo meu ideal. Aos professores da UEPG em especial ao professor Antonio S´ergio Magalh˜aes de Castro pelo incentivo e colabora¸c˜ao dedicada. Aos professores membros da banca de qualifica¸c˜ao, F´abio Augusto Meira C´assaro, Francisco Carlos Serbena e Jos´e Danilo Szezech J´ unior pelas contribui¸c˜oes para este trabalho. Aos amigos e colegas de curso de modo muito especial a Kelly Iarosz pela grande colabora¸c˜ao para a realiza¸c˜ao deste trabalho. A todos que direta ou indiretamente contribu´ıram para realiza¸c˜ao do curso e conclus˜ao deste trabalho..

(7) Ainda que tivesse o dom da profecia, e conhecesse todos os mist´erios e toda a ciˆencia e ainda que tivesse toda a f´e, de maneira tal que transportasse os montes, e n˜ao tivesse amor, nada seria. (Cor´ıntios 13:2).

(8) Resumo Neste trabalho, prop˜oe-se analisar modelos matem´aticos que descrevem a dinˆamica de popula¸c˜oes, ou seja, conjuntos de organismos que podem ou n˜ao pertencer a mesma esp´ecie, por´em possuem comportamento semelhante no que refere-se `a sua dinˆamica. S˜ao tratados de forma especial os modelos de popula¸c˜oes de c´elulas onde considera-se o tempo de retardo, isto ´e, aqueles descritos por equa¸c˜oes diferenciais com atraso. Primeiramente ´e realizada a an´alise em dois modelos matem´aticos, o primeiro descreve a intera¸c˜ao das c´elulas tumorais com o sistema imunol´ogico. Considera-se que o sistema imunol´ogico ´e constitu´ıdo por c´elulas de repouso e c´elulas de ca¸ca, sendo que as de repouso se convertem em c´elulas de ca¸ca, mas a convers˜ao n˜ao ´e imediata, havendo necessidade de modelar por equa¸c˜oes diferencias com atraso. O segundo descreve um modelo para tratamento do cˆancer por quimioterapia, onde h´a met´astase de um foco prim´ario para um foco secund´ario pelas c´elulas tumorais. Observa-se as intera¸c˜oes entre as c´elulas normais e tumorais como sendo competitivas para os recursos dispon´ıveis, e ´e pensado no agente de quimioterapia como um predador em ambas as c´elulas, normais e cancer´ıgenas. A met´astase pode ocorrer com um tempo de retardo, o que d´a origem a equa¸c˜oes diferencias com atraso. Em seguida ´e descrito um modelo para o tratamento de um tumor cerebral por quimioterapia. ´ proposto um sistema de equa¸c˜oes diferenciais ordin´arias para modelar o tumor no c´ereE bro em tratamento por quimioterapia, que considera as intera¸c˜oes entre as c´elulas da glia, o glioma, os neurˆonios e os agentes quimioter´apicos. Analisa-se as condi¸c˜oes para o crescimento do glioma a ser eliminado, e identifica-se os valores de parˆametros para os quais a inibi¸c˜ao do crescimento do glioma ´e obtida com um m´ınimo de perda de c´elulas saud´aveis. Palavras chave: comportamento dinˆamico, crescimento de tumores, quimioterapia..

(9) Abstract This study proposes to analyze mathematical models that describe the dynamics of populations, namely, sets of organisms that may or may not belong to the same species but have similar. behavior as relates to their dynamics. It is specially. treated with. models of cell populations that consider the delay time, which are described by differential equations with delay. The analysis is realized in two mathematical with models, the first describes the interaction of tumor cells with the immune system. It is considered that the immune system is constituted by resting cells and hunting cells, as well as, the resting cells become cells hunting but the conversion is not straightforward, requiring shaping by delayed differential equations. The second describes a model for treatment of cancer by chemotherapy where there is metastasis of a primary to a secondary focus by tumor cells. We observe the interactions between normal and tumor cells as being competitive for the available resources, and it is thought the chemotherapy agent as a predator in normal and cancer cells. Metastasis can occur with a delay time, which leads to delayed differential equations. Next study is a model for treating of brain tumor by chemotherapy. We propose a system of coupled differential equations that model brain tumour with treatment by chemotherapy, which considers interactions among the glial cells, the glioma, the neurons, and the chemotherapeutic agents. We study the conditions for the glioma growth to be eliminated, and identify values of the parameters for which the inhibition of the glioma growth is obtained with a minimal loss of healthy cells. Keywords: dynamic behavior, tumor growth, chemotherapy..

(10) Lista de Figuras 2.1. Representa¸c˜ao esquem´atica da intera¸c˜ao entre c´elulas cancer´ıgenas e sistema imunol´ogico. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 2.2. p. 19. Evolu¸c˜ao temporal de c´elulas tumorais e sistema imunol´ogico conforme um termo de morte programada ´e inserido no modelo. Em (a) considerase d1 = 0, em (b) d1 = 0, 02 e (c) d1 = 0, 04, para os demais parˆametros utilizados nas simula¸c˜oes est˜ao presentes na Tabela 2.1 com as condi¸c˜oes iniciais M(0) = 2700000; N(0) = 204000; Z(0) = 7180000 . . . . . . . . .. 2.3. Representa¸c˜ao do tempo para que ocorra a supress˜ao do n´ umero de c´elulas tumorais considerando-se o termo de apoptose no modelo. . . . . . . . .. 2.4. p. 29. Supress˜ao do n´ umero de c´elulas tumorais considerando-se a presen¸ca de apoptose celular. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 3.1. p. 28. p. 30. Evolu¸c˜ao temporal (t em dias) da concentra¸c˜ao de (a) c´elulas normais no primeiro foco, (b)c´elulas tumorais no primeiro foco, (c) c´elulas normais no segundo foco e (d) c´elulas tumorais no segundo foco, com condi¸c˜ao inicial x1 = 1460, x2 = 0, 01, u1 = 1750, u2 = 0, 0 e τ = 0 e parˆametros de acordo com a Tabela 3.1. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 3.2. p. 39. Evolu¸c˜ao temporal (t em dias) da concentra¸c˜ao de (a) c´elulas normais no primeiro foco, (b)c´elulas tumorais no primeiro foco, (c) c´elulas normais no segundo foco e (d) c´elulas tumorais no segundo foco, com condi¸c˜ao inicial x1 = 1460, x2 = 0, 01, u1 = 1750, u2 = 0, 0 e τ = 20 e parˆametros de acordo com a Tabela 3.1. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 3.3. p. 40. Tempo de dom´ınio das c´elulas tumorais tc no foco secund´ario pelo atraso τ . p. 41.

(11) 3.4. Evolu¸c˜ao temporal (t em dias) da concentra¸c˜ao de (a) quimioterapia no primeiro foco, (b) c´elulas normais no primeiro foco, (c)c´elulas tumorais no primeiro foco, (d) quimioterapia no segundo foco, (e) c´elulas normais no segundo foco e (f) c´elulas tumorais no segundo foco, com condi¸c˜ao inicial y = 90, x1 = 500, x2 = 0, 5, z = 90, u1 = 100, u2 = 0 e τ = 1 e parˆametros de acordo com a Tabela 3.1. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 3.5. p. 43. Evolu¸c˜ao temporal (t em dias) da concentra¸c˜ao de (a) quimioterapia no primeiro foco, (b) c´elulas normais no primeiro foco, (c)c´elulas tumorais no primeiro foco, (d) quimioterapia no segundo foco, (e) c´elulas normais no segundo foco e (f) c´elulas tumorais no segundo foco, com condi¸c˜ao inicial y = 90, x1 = 500, x2 = 0, 1, z = 90, u1 = 100, u2 = 0 e τ = 1 e parˆametros de acordo com a Tabela 3.1. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 3.6. p. 45. Evolu¸c˜ao temporal (t em dias) da concentra¸c˜ao de (a) quimioterapia no primeiro foco, (b) c´elulas normais no primeiro foco, (c)c´elulas tumorais no primeiro foco, (d) quimioterapia no segundo foco, (e) c´elulas normais no segundo foco e (f) c´elulas tumorais no segundo foco, com condi¸c˜ao inicial y = 90, x1 = 500, x2 = 0, 5, z = 90, u1 = 100, u2 = 0 e τ = 10 e parˆametros de acordo com a Tabela 3.1. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 3.7. p. 46. Evolu¸c˜ao temporal (t em dias) da concentra¸c˜ao de (a) quimioterapia no primeiro foco, (b) c´elulas normais no primeiro foco, (c)c´elulas tumorais no primeiro foco, (d) quimioterapia no segundo foco, (e) c´elulas normais no segundo foco e (f) c´elulas tumorais no segundo foco com ξ = 0, 2, η = 0, 2 e τ = 1. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. p. 47. 4.1. C´elulas do Sistema Nervoso Central. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. p. 52. 4.2. Ilustra¸c˜ao com as fun¸c˜oes dos astr´ocitos. . . . . . . . . . . . . . . . . . .. p. 53. 4.3. Representa¸c˜ao esquem´atica dos agentes (em caixas de cor cinza), e suas. 4.4. intera¸c˜oes (liga¸co˜es) consideradas no modelo. . . . . . . . . . . . . . . . .. p. 58. N´ umero de neurˆonios. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. p. 62.

(12) 4.5. Evolu¸c˜ao temporal (t em dias) da concentra¸c˜ao de (a) c´elulas glias, (b)c´elulas cancer´ıgenas, (c) neurˆonios e (d) sem quimioterapia com Φ = 0. Considerado g(0) = 0, 99, c(0) = 0, 01, n(0) = 0, 99 e q(0) = 0, 0, e parˆametros de acordo com a Tabela 4.3. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 4.6. p. 67. Evolu¸c˜ao temporal (t em dias) da concentra¸c˜ao de (a) c´elulas gliais,(b) c´elulas cancer´ıgenas, (c) neurˆonios e (d) infus˜ao de agente quimioter´apico constante Φ = 100. Considerando g(0) = 0, 99, c(0) = 0, 01, n(0) = 0, 99, Q(0) = 0 e demais parˆametros de acordo com a Tabela (4.3). . . . . . . .. 4.7. p. 68. Espa¸co de parˆametros ζ por Φ: na regi˜ao I, as c´elulas cancerosas matam as c´elulas gliais e neurˆonios, a regi˜ao II mostra que o equil´ıbrio E1 (g, 0, 0, Φζ −1 ) ´e localmente est´avel, e na regi˜ao III, o equil´ıbrio E0 (0, 0, 0, Φζ −1 ) ´e localmente est´avel. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 4.8. p. 72. Concentra¸c˜ao de neurˆonios em fun¸c˜ao de α por Φ, onde g(0) = 0, 99, c(0) = 0, 01, n(0) = 0, 99, e Q(0) = 0, 0. A barra de cor representa o valor da concentra¸c˜ao de neurˆonios, n, ap´os uma quimioterapia com sucesso. .. 4.9. p. 73. τ por Φ, e os mesmos valores que a Figura 4.8. A inclina¸c˜ao para Φ ≤ 60 ´e de cerca de −12, 36, e para Φ > 60 a inclina¸c˜ao ´e de cerca de −1, 41. . .. p. 74. 4.10 A evolu¸c˜ao temporal: (a) infus˜ao de quimioterapia, concentra¸c˜ao de (b) c´elulas da glia, (c) c´elulas do glioma e (d) neurˆonios. . . . . . . . . . . .. p. 76.

(13) Lista de Tabelas 2.1. Valores dos Parˆametros Utilizados para a An´alise Num´erica. . . . . . . .. p. 24. 3.1. Valores dos Parˆametros Utilizados para a An´alise Num´erica [72]. . . . . .. p. 34. 4.1. Fun¸c˜oes dos diferentes tipos de c´elulas glias. . . . . . . . . . . . . . . . .. p. 54. 4.2. Parˆametros do Modelo. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. p. 63. 4.3. Parˆametros do modelo normalizado. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. p. 66.

(14) Sum´ ario. 1 Introdu¸c˜ ao. p. 14. 2 Modelo para intera¸c˜ ao de um tumor com o sistema imunol´ ogico. p. 18. 2.1. Formula¸c˜ao do modelo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. p. 22. 2.2. Equil´ıbrio e Estabilidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. p. 24. 2.3. Resultados Num´ericos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. p. 26. 2.4. Discuss˜oes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. p. 29. 3 Modelo para o tratamento de tumor por quimioterapia. p. 31. 3.1. Formula¸c˜ao do modelo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. p. 32. 3.2. Caso sem tratamento . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. p. 35. 3.2.1. Equil´ıbrio e Estabilidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. p. 35. 3.2.2. Resultados Num´ericos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. p. 38. Caso com tratamento . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. p. 40. 3.3.1. Equil´ıbrios e Estabilidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. p. 41. 3.3.2. Resultados Num´ericos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. p. 42. Discuss˜oes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. p. 47. 3.3. 3.4. 4 Modelo para o tratamento do glioma por quimioterapia 4.1. Introdu¸c˜ao . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. p. 49 p. 49.

(15) 4.1.1. Sistema Nervoso . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. p. 50. 4.1.2. Glias . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. p. 51. 4.1.3. Tumores de c´erebro . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. p. 55. 4.2. O modelo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. p. 57. 4.3. Estimativa dos parˆametros do sistema . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. p. 62. 4.4. Normaliza¸c˜ao . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. p. 65. 4.5. Resultados Num´ericos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. p. 66. 4.6. Estabilidade local . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. p. 68. 4.7. Elimina¸c˜ao do Glioma . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. p. 72. 4.8. Discuss˜oes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. p. 75. 5 Conclus˜ oes. p. 79. Referˆ encias Bibliogr´ aficas. p. 81. Apˆ endice A -- Jacobiano. p. 93. A.1 Sistema cap´ıtulo 2 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. p. 93. A.2 Sistema cap´ıtulo 3 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. p. 94.

(16) 14. 1. Introdu¸ c˜ ao. Em organismos multicelulares complexos de seres vivos tais como anf´ıbios, peixes, r´epteis, aves e mam´ıferos, existem grupos de c´elulas1 especializadas e organizadas, formando tecidos que comp˜oem ´org˜aos vitais para estes seres [1]. No organismo ocorre o crescimento celular, que responde `as necessidades espec´ıficas dele e, em geral, ´e um processo cuidadosamente regulado. Contudo, pode ocorrer um rompimento dos mecanismos reguladores da multiplica¸c˜ao celular. Sendo assim, existem no organismo padr˜oes de crescimento celular controlados e n˜ao controlados [2]. A hiperplasia, a metaplasia e a displasia s˜ao exemplos de crescimento controlado, enquanto que as neoplasias correspondem aos padr˜oes de crescimento n˜ao controlados e s˜ao denominados, na pr´atica, de “tumores”. Um tumor pode surgir a partir de uma acumula¸c˜ao gradual de mudan¸cas gen´eticas que liberam, a partir de c´elulas neopl´asicas, os mecanismos homeost´aticos2 , que regulam a prolifera¸c˜ao celular normal [3]. A primeira dificuldade que se enfrenta no estudo das neoplasias ´e a sua defini¸c˜ao, pois ela se baseia na morfologia e na biologia do processo tumoral [4]. A mais aceita atualmente ´e: “Neoplasia ´e uma prolifera¸c˜ao anormal do tecido, que foge parcial ou totalmente ao controle do organismo e tende `a autonomia e `a perpetua¸c˜ao, com efeitos agressivos sobre o hospedeiro” [2]. De acordo com o comportamento biol´ogico os tumores podem ser agrupados em trˆes tipos distintos denominados benignos, lim´ıtrofes e malignos (cancerosos). Um dos aspectos mais importantes no estudo das neoplasias consiste em estabelecer os crit´erios diferenciadores de cada um destes tumores. Ocorre situa¸c˜oes nas quais a diferencia¸c˜ao entre tumor 1 C´ elula. ´e a unidade b´ asica estrutural e funcional dos seres vivos. ou homeostase ´e a propriedade dos seres vivos de regular o seu ambiente interno, de modo a manter uma condi¸c˜ ao est´ avel mediante m´ ultiplos ajustes de equil´ıbrio dinˆamico, controlados por mecanismos de regula¸c˜ ao inter-relacionados. 2 Homeostasia.

(17) 15. benigno e maligno n˜ao pode ser estabelecida com precis˜ao e, nestes casos denota-se por tumores lim´ıtrofes [2]. Os tumores benignos tendem a apresentar crescimento lento e expansivo, determinando a compress˜ao dos tecidos vizinhos, o que leva a forma¸c˜ao de uma pseudoc´apsula fibrosa. J´a nos casos dos tumores malignos, o crescimento r´apido, desordenado, infiltrativo e destrutivo n˜ao permite a forma¸c˜ao desta pseudoc´apsula. As duas propriedades principais das neoplasias malignas s˜ao: a capacidade invasivo-destrutiva local e a produ¸c˜ao de met´astases [1]. Por defini¸c˜ao, a met´astase constitui o crescimento neopl´asico `a distˆancia, sem continuidade e sem dependˆencia do foco prim´ario [2]. A palavra met´ astase deriva do prefixo grego met´ a, que significa “para al´em de”; e do verbo grego ist´emi, que se traduz por: “estar, colocar”. Este processo permite a libera¸c˜ao de c´elulas de um primeiro foco, expans˜ao subsequente e liga¸c˜ao a estruturas em focos distantes [1]. Os tumores malignos, apesar da sua grande variedade (classificados em mais de 100 tipos diferentes) apresentam um comportamento biol´ogico semelhante. Caracterizam-se por possu´ırem crescimento, invas˜ao local, destrui¸c˜ao dos ´org˜aos vizinhos, dissemina¸c˜ao regional e sistˆemica [1]. O tempo gasto nestas fases depende tanto do ritmo de crescimento tumoral como de fatores do hospedeiro. Cirurgia, radioterapia e quimioterapia s˜ao trˆes formas para o tratamento dos tumores malignos, podendo ser utilizadas em conjunto no tratamento das neoplasias malignas, levando-se em considera¸c˜ao a importˆancia de cada uma e a ordem de sua indica¸c˜ao [2]. A constru¸c˜ao matem´atica da dinˆamica populacional de c´elulas pode ser feita por meio de equa¸c˜oes diferenciais. As equa¸c˜oes diferenciais ordin´arias e parciais vˆem desempenhando um papel importante na descri¸c˜ao da dinˆamica populacional [5]. Uma equa¸c˜ao de grande interesse ´e a equa¸c˜ao de Hutchinson, a qual se trata de uma equa¸c˜ao log´ıstica3 com atraso [6]. Em geral, modelos matem´aticos mais realistas em biologia de popula¸c˜oes devem incluir alguns dos estados passados, isto ´e, um sistema real pode ser modelado por equa¸c˜oes diferenciais com atrasos de tempo. Os atrasos ocorrem com tanta frequˆencia, em quase todas as situa¸c˜oes, que ignor´a-los ´e ignorar a realidade [5]. Entretanto, frequentemente tˆem sido utilizados sistemas de equa¸c˜oes diferenciais sem atraso para modelar popula¸c˜oes de c´elulas e tumores [7–11]. Equa¸c˜oes diferenciais ordin´a3 Equa¸ c˜ao. log´ıstica ´e uma equa¸c˜ ao diferencial utilizada como modelo na dinˆamica de popula¸c˜oes..

(18) 16. rias (EDOs) s˜ao utilizadas para o crescimento do tumor em determinado n´ıvel de popula¸c˜ao celular com combina¸c˜ao de tratamentos, sistema imune e quimioterapia. Na literatura encontram-se an´alises da dinˆamica da popula¸c˜ao das c´elulas, das intera¸c˜oes do sistema imune e tumor, bem como, do efeito da quimioterapia no tratamento de tumores [12–20]. Trabalhos recentes analisam modelos matem´aticos de quimioterapia com rela¸c˜ao ao controle ideal de programas de tratamento com f´armaco [21–24]. Os modelos s˜ao baseados em diferentes conjuntos de equa¸c˜oes diferenciais ordin´arias sem atraso para representar a quimioterapia, imunoterapia, terapia antiangiogˆenica4 ou uma combina¸c˜ao destes. Contudo, na literatura tamb´em ´e poss´ıvel encontrar trabalhos que consideram o efeito de atrasos de tempo sobre a dinˆamica da popula¸c˜ao de c´elulas e crescimento do tumor que inclui a resposta do sistema imunol´ogico e do tratamento com f´armaco [25–36]. Em geral, a competi¸c˜ao entre o crescimento de um tumor maligno que inclui a resposta do sistema imunol´ogico ´e modelada por equa¸c˜oes diferenciais ordin´arias que levam em conta o atraso da resposta do sistema imune. H´a trabalhos recentes que consideram o efeito do atraso e verificam a estabilidade anal´ıtica e num´erica de uma classe de equa¸c˜oes diferenciais n˜ao-lineares com atraso [37–44]. No estudo de neoplasias tamb´em podem ser utilizados outros modelos, como por exemplo autˆomatos celulares [45, 46]. Um autˆomato celular ´e um modelo discreto estudado na teoria computacional, matem´atica, biologia te´orica e biof´ısica. Consiste de uma rede infinita e regular de c´elulas, cada uma podendo estar em um n´ umero finito de estados, que variam de acordo com regras determin´ısticas [47]. Neste trabalho o interesse est´a em modelos descritos por equa¸c˜oes diferenciais a fim de analisar as propriedades de existˆencia e estabilidade de um “estado cura”, ou seja, um estado de equil´ıbrio em que o cˆancer est´a ausente [48]. O atraso ser´a considerado no efeito da mest´astase do tumor, envolvendo o tempo de entrada das c´elulas do tumor em um canal de sangue ou linfo, a emboliza¸c˜ao, e surgimento em um local distante, com a sobrevivˆencia e crescimento [49]. A met´astase ´e a principal causa de morte para a maioria dos pacientes com cˆancer [50]. 4 Terapia antiangiogˆ enica baseia-se na aplica¸c˜ao de f´armaco que paralisa o crescimento dos vasos anormais..

(19) 17. O objetivo principal da tese ´e obter um modelo matem´atico que descreva o desenvolvimento de cˆancer no c´erebro, mais especificamente, de um glioma. Para isto ser´a utilizado equa¸c˜oes diferenciais ordin´arias, que levar˜ao em considera¸c˜ao as intera¸c˜oes que ocorrem entre as c´elulas cerebrais, bem como efeitos de agentes quimioter´apicos. Para resolver sistemas de equa¸c˜oes diferenciais ´e utilizado o m´etodo num´erico de Runge-Kutta [51–55]. Trabalhar com m´etodos anal´ıticos e num´ericos em sistemas de equa¸c˜oes diferenciais com atraso, que descrevem o tratamento por quimioterapia de tumores malignos ´e o que pretende-se neste trabalho. Para atingir o objetivo organizou-se esta tese com o estudo de trˆes modelos para o comportamento dinˆamico do crescimento de tumores da seguinte forma: no cap´ıtulo 2 ´e realizada uma an´alise das solu¸c˜oes de um sistema de equa¸c˜oes diferenciais com atraso descrevendo a intera¸c˜ao entre c´elulas tumorais e c´elulas imunes; no cap´ıtulo 3 ´e analisado um sistema de equa¸c˜oes diferenciais com atraso que descrevem o tratamento por quimioterapia do tumor com met´astase; no cap´ıtulo 4 ´e descrito um modelo para o tratamento por quimioterapia de tumor no c´erebro e, no cap´ıtulo 5 s˜ao apresentados os resultados do trabalho, bem como as perspectivas futuras criadas a partir deste estudo..

(20) 18. 2. Modelo para intera¸ c˜ ao de um tumor com o sistema imunol´ ogico. Intera¸c˜ao ´e o termo utilizado para explicar a influˆencia rec´ıproca entre os mais diversos focos de estudo, neste cap´ıtulo ser´a apresentado a intera¸c˜ao entre uma popula¸c˜ao de c´elulas que aumenta sem respeitar os limites normais e o sistema de prote¸c˜ao do organismo, ou seja, intera¸c˜ao tumor-sistema imunol´ogico. Ser´a utilizado um modelo composto por equa¸c˜oes diferenciais que resultam na dinˆamica populacional de indiv´ıduos que apresentam comportamento semelhante. Em se tratando do sistema imunol´ogico, tem-se c´elulas de repouso e de ca¸ca, sendo que as c´elulas de repouso passam por um processo de convers˜ao, onde transformam-se em c´elulas de ca¸ca. Essa convers˜ao n˜ao ´e imediata, ent˜ao ser´a acrescentado ao modelo um tempo de atraso. Em 1838 Pierre Fran¸cois Verhulst abre caminho para diversas explica¸c˜oes sobre crescimento populacional, o trabalho apresentado por Verhulst mostrava um modelo log´ıstico com associa¸c˜oes entre densidade populacional e taxa de crescimento [56]. Com o decorrer dos anos o modelo log´ıstico vem sendo utilizado por ´areas como economia [57], engenharia [58], f´ısica [59], medicina [60], geografia [61], estat´ıstica [62], biologia [63], etc. Apesar das mais diferentes ´areas e adapta¸c˜oes para casos especif´ıcos, a base dos modelos ´e a mesma. No modelos proposto por Verhulst, uma popula¸c˜ao deixa de aumentar quando atinge uma densidade m´axima. Para valores de densidade tendendo a zero, o crescimento ´e aproximadamente exponencial, enquanto que para valores de densidade, onde a popula¸c˜ao tendendo a densidade m´axima, o crescimento tende a zero..

(21) 19. O modelo log´ıstico pode ser escrito de diversas formas, por´em, a partir de 1993 os modelos que consideram equa¸c˜oes diferenciais ordin´arias e parciais, sem ou com atraso vˆem representando com uma maior perfei¸c˜ao a dinˆamica populacional [5, 6]. Escolheuse trabalhar com equa¸c˜oes diferencias porque permitem a intera¸c˜ao de vari´aveis, termos cruciais como a morte programada das c´elulas “apoptose” e tempo de atraso na replica¸c˜ao celular. O que se faz necess´ario, j´a que pretende-se analisar as propriedades de existˆencia e estabilidade de um “estado cura”, ou seja, um estado de equil´ıbrio em que o cˆancer est´a ausente [48]. Figura 2.1: Representa¸c˜ao esquem´atica da intera¸c˜ao entre c´elulas cancer´ıgenas e sistema imunol´ogico.. FONTE: [64].. Na Figura 2.1 pode-se observar uma ideia geral das intera¸c˜oes b´asicas do organismo, onde a replica¸c˜ao das c´elulas tumorais ´e dependente da capacidade m´axima que o meio suporta. Dentro dessa capacidade est˜ao o espa¸co, a alimenta¸c˜ao, a luta das c´elulas tumorais contra a prote¸c˜ao natural do organismo e a luta contra agentes externos inseridos no organismo (f´armacos e t´ecnicas de controle). Uma das principais formas dos organismos multicelulares responderem a est´ımulos intra e extracelulares ´e a indu¸c˜ao da morte celular geneticamente programada, conhecida como apoptose. Ainda na Figura 2.1, observa-se c´elulas cancer´ıgenas sendo levadas a morte programada, o que ´e importante, pois leva afirmativa de que a apoptose ´e um dos fatores que podem reduzir o crescimento de tumo-.

(22) 20. res [65]. Enquanto uma taxa de c´elulas tumorais s˜ao direcionadas a apoptose, outra sofre intera¸c˜ao com sistema imunol´ogico, uma forma natural de defesa dos organismos, que por sua vez tamb´em interage consigo mesmo em um processo de ativa¸c˜ao de c´elulas que inicialmente encontravam-se em repouso e na sequˆencia passam a agir como ca¸cadoras. Neste cap´ıtulo s˜ao apresentadas as solu¸c˜oes de um sistema de equa¸c˜oes diferenciais que descrevem o atraso de intera¸c˜ao entre as c´elulas tumorais e o sistema imunol´ogico. Existem dois grandes ramos de respostas do sistema imunol´ogico: a imunidade humoral e imunidade mediada por c´elulas [66]. A imunidade humoral ´e uma subdivis˜ao da imunidade adquirida onde a resposta imunol´ogica ´e realizada por mol´eculas existentes no sangue, denominadas de anticorpos, produzidos pelos linf´ocitos1 B, diferente da imunidade mediada por c´elulas, que s˜ao realizadas pelos linf´ocitos T. A imunidade mediada por c´elulas envolve a produ¸c˜ao de linf´ocitos T citot´oxicos (CTLs), macr´ofagos ativados, ativa¸c˜ao de c´elulas NK2 e libera¸c˜ao de v´arias citocinas em resposta a um ant´ıgeno mediado por linf´ocitos T, essa n˜ao envolve quaisquer anticorpos. Os CTLs reconhecem e destroem c´elulas infectadas/tumorais. Os linf´ocitos T citot´oxicos ligam-se aos ep´ıtopos dos ant´ıgenos end´ogenos3 vinculados ao complexo principal de histocompatibilidade (MHC-I) das mol´eculas da superf´ıcie das c´elulas infectadas/tumorais e provocam o lise4 na c´elula com perforinas [66]. Para melhor compreens˜ao segue o significado dos termos t´ecnicos utilizados: • Perforina ´e uma prote´ına que est´a presente em tipos de c´elulas T, a qual possibilita a entrada de enzimas t´oxicas em c´elulas cancer´ıgenas; • Granzima ´e um grˆanulo do linf´ocito T citot´oxico, o qual ´e liberado quando a c´elula reconhece um ant´ıgeno estranho, presente na superf´ıcie das c´elulas infectadas do hospedeiro; • Ep´ıtopo ´e a menor por¸c˜ao de ant´ıgeno com potencial de gerar a resposta imune, ´e a ´ ´area da mol´ecula do ant´ıgeno que se liga aos receptores celulares e aos anticorpos. E 1 Linf´ ocito. ´e um tipo de leuc´ ocito (gl´ obulo branco) presente no sangue. NK (do inglˆes Natural Killer Cell) ou c´elulas exterminadoras naturais s˜ao um tipo de linf´ocitos respons´aveis pela defesa espec´ıfica do organismo. 3 End´ ogeno significa que ´e produzido ou que se desenvolve no interior do organismo. 4 Lise ´ e o processo de ruptura ou dissolu¸c˜ao da membrana plasm´atica. 2 C´ elulas.

(23) 21. o s´ıtio de liga¸c˜ao espec´ıfico que ´e reconhecido por um anticorpo ou por um receptor de superf´ıcie de um linf´ocito T; • O complexo principal de histocompatibilidade ou MHC (do inglˆes Major Histocompatibility Complex ) ´e uma grande regi˜ao genˆomica ou fam´ılia de genes que possui um papel importante no sistema imune e na auto-imunidade. As prote´ınas codificadas pelo MHC ficam na superf´ıcie das c´elulas e apresentam tanto ant´ıgenos pr´oprios (fragmentos de pept´ıdeos da pr´opria c´elula) quanto ant´ıgenos externos (fragmentos de microorganismos invasores) para linf´ocitos T, os quais possuem a capacidade de matar ou coordenar a morte de pat´ogenos, c´elulas infectadas ou com fun¸c˜ao prejudicada; • Citocinas ativam e desativam os fag´ocitos5 e as c´elulas de defesa imunol´ogica, aumentam ou diminuem as fun¸c˜oes das diferentes c´elulas de defesa imunol´ogica e promovem ou inibem uma s´erie de defesas n˜ao-espec´ıficas do organismo. Uma das principais defesas do organismo contra v´ırus, bact´erias intracelulares e tumores ´e a destrui¸c˜ao de c´elulas infectadas/tumorais por linf´ocitos T citot´oxicos. Estes s˜ao capazes de matar as c´elulas, induzindo a morte celular programada, conhecida como apoptose. Os CTLs tˆem grˆanulos citoplasm´aticos que contˆem as prote´ınas perforina e granzimas. Quando se ligam ao seu alvo, o conte´ udo dos grˆanulos s˜ao descarregados por exocitose6 . A perforina insere-se em mol´eculas da membrana plasm´atica das c´elulas alvo e isso permite as granzimas entrar na c´elula. As granzimas s˜ao serino-proteases que uma vez dentro da c´elula seguem para decompor os precursores das caspases7 , os ativando para produzir a autodestrui¸c˜ao da c´elula por apoptose. 5 Os. fag´ocitos s˜ ao leuc´ ocitos do sangue que protegem o corpo atrav´es da ingest˜ao (fagocitose) de part´ıculas estranhas, bact´erias e c´elulas mortas ou c´elulas a morrer. S˜ao essenciais no combate a infec¸c˜ oes e para posterior imunidade. 6 Exocitose ´ e o processo pelo qual uma c´elula eucari´otica viva libera substˆancias para o fluido extracelular, seja o fluido que envolve as c´elulas de um tecido, nos organismos multicelulares, seja para o ambiente aqu´atico, por modifica¸c˜ ao da membrana celular, ou seja, sem ser por difus˜ao. ´e o oposto de endocitose. 7 Caspases s˜ ao um grupo de proteases baseadas em enzimas com um res´ıduo de ciste´ına (um dos amino´acidos codificados pelo c´ odigo gen´etico) capazes de clivar outras prote´ınas depois de um res´ıduo de ´acido asp´artico, uma especifidade incomum entre proteases. O nome “caspase” ´e derivado dessa fun¸c˜ao molecular caracter´ıstica: cysteine-aspartic-acid-proteases. Caspases s˜ao essenciais na apoptose celular..

(24) 22. 2.1. Formula¸c˜ ao do modelo. O objetivo ´e obter um modelo que descreve o sistema onde c´elulas cancer´ıgenas interagem com o sistema imunol´ogico, considerando-se o processo de morte programada das c´elulas. Para base cient´ıfica deste trabalho, escolheu-se o modelo matem´atico proposto por Banerjee e colaboradores [66], no qual considera-se c´elulas tumorais e o sistema imune interagindo entre si, por´em, n˜ao considera a a¸c˜ao de morte celular programada. Trata-se de um modelo com trˆes equa¸c˜oes diferenciais, cada uma representando uma classe de c´elulas que evoluem de maneira log´ıstica. No modelo que propomos, al´em das intera¸c˜oes ocorridas entre o sistema imunol´ogico e c´elulas cancer´ıgenas, foi acrescentado o termo que representa a morte programada das c´elulas, permitindo assim uma an´alise mais completa da dinˆamica de supress˜ao cancer´ıgenas. ´ importante considerar duas importantes esp´ecies celulares para modelar a intera¸c˜ao E tumor-imune: c´elulas T e as c´elulas com tumor maligno. As c´elulas T podem ser classificadas em c´elulas de ca¸ca (linf´ocitos T citot´oxicos - CTLs), c´elulas T em repouso e c´elulas T auxiliares. Os CTLs atacam, destroem ou ingerem as c´elulas do tumor maligno. As c´elulas T auxiliares estimulam a libera¸c˜ao de citocinas, que ativam os CTLs para coordenar o ataque. As c´elulas T em repouso podem ser convertidas em CTLs para que assim possam ca¸car e destruir as c´elulas tumorais. O processo de ativa¸c˜ao e convers˜ao de c´elulas T em repouso em c´elulas T citot´oxicas de ca¸ca (CTLs) n˜ao ´e instantˆaneo, possui um tempo de atraso (τ ). Isso faz naturalmente com que o modelo leve em considera¸c˜ao o fator tempo de atraso ( em unidades de tempo), no tempo de convers˜ao (de repouso ao estado de ca¸ca) e no tempo de crescimento das c´elulas de ca¸ca. Tamb´em ´e considerado que, uma vez que uma c´elula tenha sido convertida, ela nunca retornar´a para a fase de repouso e de que c´elulas ativas morrem em uma probabilidade constante por unidade de tempo..

(25) 23. Sendo assim, o modelo proposto nesse trabalho ´e descrito por trˆes equa¸c˜oes:   dM(t) M(t) = r1 M(t) 1 − − α1 M(t)N(t) − d1 M(t), dt k1 dN(t) = β N(t)Z(t − τ ) − d2 N(t) − α2 M(t)N(t), dt   dZ(t) Z(t) − β N(t)Z(t − τ ). = r2 Z(t) 1 − dt k2. (2.1) (2.2) (2.3). A equa¸c˜ao (2.1) descreve a dinˆamica de prolifera¸c˜ao das c´elulas cancer´ıgenas, onde M representa o n´ umero de c´elulas cancer´ıgenas, r1 indica a taxa de prolifera¸c˜ao das c´elulas cancer´ıgenas (r1 > 0), k1 o n´ umero m´aximo de c´elulas cancer´ıgenas que o sistema comporta (k1 > 0). Nesta primeira equa¸c˜ao, al´em da prolifera¸c˜ao das c´elulas cancer´ıgenas estar limitada por um fator de crescimento k1 , considera-se tamb´em o termo −α1 MN que representa a perda de c´elulas tumorais devido ao encontro com as c´elulas de ca¸ca N. As c´elulas de ca¸ca no modelo, representam os linf´ocitos T citot´oxicos (CTLs), uma das principais formas de defesas do organismo contra v´ırus, bact´erias intracelulares e tumores. Para finalizar os termos da equa¸c˜ao (2.1), tem-se −d1 M, respons´avel por um dos principais pontos deste modelo, que ´e a morte celular programada, ou seja, a apoptose das c´elulas cancer´ıgenas. Na equa¸c˜ao (2.2) do modelo, observa-se a dinˆamica das c´elulas de ca¸ca, onde N representa o n´ umero de c´elulas de ca¸ca, ou seja, o n´ umero de linf´ocitos T citot´oxicos agindo sobre as c´elulas tumorais, o termo −d2 N representa a morte natural das c´elulas de ca¸ca (tanto d1 como d2 s˜ao constantes positivas), o termo −α2 MN ´e respons´avel pela perda de c´elulas de ca¸ca devido ao encontro com as c´elulas do tumor. Por u ´ltimo, mas n˜ao menos importante, tem-se o termo −β NZ(t − τ ) que est´a diretamente ligado com a convers˜ao de c´elulas inicialmente em repouso para c´elulas ativas, que passar˜ao a ser predadoras no sistema. A convers˜ao ´e um processo de ativa¸c˜ao e convers˜ao de c´elulas T em repouso para c´elulas T citot´oxicas de ca¸ca (CTLs). Esse processo n˜ao ´e instantˆaneo, possui um tempo de atraso. Assim como na equa¸c˜ao (2.2), o termo −β NZ(t − τ ) tamb´em aparece na equa¸c˜ao (2.3), que descreve a dinˆamica das c´elulas T em repouso, onde Z representa o n´ umero de c´elulas T em repouso, r2 ´e a taxa de prolifera¸c˜ao c´elulas em repouso (r2 > 0), k2 ´e o n´ umero de c´elulas em repouso (k2 > 0) e o termo −β NZ(t − τ ) ´e o respons´avel pela convers˜ao.

(26) 24. da c´elulas T da fase de repouso para a fase de ca¸ca. O atraso ocorrido nessa convers˜ao tamb´em induz um atraso no aumento do n´ umero das c´elulas de ca¸ca N, e isso faz com que o termo −β NZ(t − τ ) esteja presente tamb´em na segunda equa¸c˜ao. Outro ponto importante considerado no modelo, ´e o fato de que se uma c´elula foi convertida, ela nunca retornar´a para a fase de repouso e de que c´elulas ativas morrem em uma probabilidade constante por unidade de tempo. Para as simula¸c˜oes realizadas com o modelo, foram selecionados valores para os parˆametros a partir de resultados de trabalhos experimentais para dinˆamica de crescimento do linfoma B altamente maligno. Na Tabela (2.1), apresenta-se os valores dos parˆametros para o crescimento log´ıstico do tumor na ausˆencia de uma resposta do sistema imunol´ogico.. Tabela 2.1: Valores dos Parˆametros Utilizados para a An´alise Num´erica. Parˆ ametros Referˆ encias −1 r1 = 0, 18 dia [67] k1 = 5 × 106 c´elulas [67] −1 −1 −7 α1 = 1, 101 × 10 c´elulas dia [68] −1 −1 −10 c´elulas dia α2 = 3, 422 × 10 [68] d1 = 0, 0412 dia−1 [68] −1 r2 = 0, 0245 dia [66] k2 = 1 × 107 c´elulas [66] −1 −1 −9 β = 6, 2 × 10 c´elulas dia [68] τ = 45 dia [63] FONTE: [64].. 2.2. Equil´ıbrio e Estabilidade. Quando um trabalho sobre dinˆamica de popula¸c˜oes ´e proposto, ´e importante observar a estabilidade do sistema, bem como algumas consequˆencias que restrinjam o crescimento. Neste sentido, o estudo de positividade e contorno limitado das solu¸c˜oes do sistema em torno de diferentes estados estacion´arios faz-se necess´ario. Na teoria de equa¸c˜oes diferenciais o ponto x˜ ∈ Rn ´e um ponto de equil´ıbrio para equa¸c˜ao diferencial. dx dt. = f (x,t) se f (x,t) ˜ = 0 para todo t. A an´alise do equil´ıbrio (denotado por E).

(27) 25. ´e em torno das vari´aveis que representam as c´elulas tumorais (M), c´elulas de ca¸ca (N) e c´elulas em repouso (Z). As varia¸c˜oes em M, N e Z devem tornar as equa¸c˜oes (2.1), (2.2) e (2.3) nulas. Algumas das an´alises de equil´ıbrios n˜ao s˜ao fisiologicamente vi´aveis, ou seja, acabam por levar o indiv´ıduo a morte. Mas apesar de n˜ao serem vi´aveis em situa¸c˜oes reais, listou-se neste trabalho devido ao interesse matem´atico e poss´ıvel interpreta¸c˜ao. A seguir apresentase uma an´alise dos equil´ıbrios para os estados: E0 (0, 0, 0) onde tem-se ausˆencia de c´elulas tumorais, c´elulas de ca¸ca e de repouso; E1 (k1 , 0, 0) onde as c´elulas tumorais chegam ao n´ umero m´aximo k1 , por´em, h´a ausˆencia de c´elulas de ca¸ca e de repouso; E2 (0, 0, k2 ) onde tem-se ausˆencia de c´elulas tumorais e de c´elulas de ca¸ca, por´em, com c´elulas em repouso podendo chegar a um n´ umero m´aximo k2 ; E3 (k1 , 0, k2 ) onde o n´ umero de c´elulas tumorais e c´elulas em repouso atingiram o valor m´aximo, por´em, as c´elulas em repouso n˜ao se convertem em c´elulas de ca¸ca. ´ poss´ıvel, conforme apˆendice A, determinar a matriz Jacobiana para um estado de E equil´ıbrio gen´erico E∗ (M ∗ , N ∗ , Z ∗ ) que assume a forma   0 J11 −α1 M1∗   ∗ ∗ e−λ τ  , J= α β N N J − 22   2 λ τ ∗ − 0 −β Z e J33 com os valores da diagonal escritos como J11 J22 J33. M∗ = r1 − 2r1 − α1 N ∗ − d1 , k1 ∗ −λ τ = βZ e − d2 − α 2 M ∗ , Z∗ = r2 − 2r2 − β N ∗ e−λ τ . k2. (2.4). Os valores da diagonal, permite-nos uma avalia¸c˜ao sobre o equil´ıbrio est´avel ou inst´avel do sistema quando nas condi¸c˜oes analisadas. Para ser est´avel ´e necess´ario que todos os autovalores da matriz sejam negativos, caso um dos valores n˜ao o seja, ent˜ao equil´ıbrio ser´a inst´avel. Para o estado de equil´ıbrio E0 (0, 0, 0), E1 (k1 , 0, 0), as matrizes Jacobianas podem ser.

(28) 26. escritas como.   r1 − d1 0 0   J= −d2 0   0 , 0 0 r2   −r1 − d1 −α1 k1 0   J= 0 −d2 − α2 k1 0   , 0 0 r2. e. respectivamente. Para ambos os estados, admite-se autovalor positivo r2 , sendo assim, resultam em um equil´ıbrio inst´avel. J´a para o estado E2 (0, 0, k2 ), observa-se a matriz Jacobiana:   r1 − d1 0 0   −λ τ − d , J= β k e 0 0 2 2   0 −β k2 e−λ τ −r2 com autovalores r1 − d1 , β k2 e−λ τ − d2 , −r2 . Neste caso a estabilidade se torna dependente do tempo de atraso. O mesmo caso repete-se no caso do equil´ıbrio E3 (k1 , 0, k2 ), onde a matriz Jacobiana pode ser escrita na forma:   −r1 − d1 −α1 k1 0   −λ τ − d − α k , J= β k e 0 0 2 2 2 2   − λ τ −r2 0 −β k2 e com autovalores {−r1 − d1 , β k2 e−λ τ − (d2 + α2 k2 ), −r2 }. Sendo assim, os estados E0 (0, 0, 0) e E1 (k1 , 0, 0) atingem equil´ıbrio inst´avel, j´a os estados E2 (0, 0, k2 ) e E3 (k1 , 0, k2 ) a estabilidade se torna dependente do tempo de atraso.. 2.3. Resultados Num´ ericos. Conforme apresentado, o modelo proposto ´e composto por trˆes equa¸c˜oes diferenciais, ´ importante salientar a possibilidade de se e conta ainda com um tempo de atraso. E encontrar bifurca¸c˜oes de Hopf quando se utiliza equa¸c˜oes diferenciais com atraso. Em.

(29) 27. trabalhos anteriores Iarosz e colaboradores [69], Borges e colaboradores [63] descrevem um crescimento de ´orbitas peri´odicas a partir de um ponto fixo de equil´ıbrio de um determinado sistema [70]. Representam o comportamento mut´avel da prolifera¸c˜ao das c´elulas tumorais quando um tempo de atraso ´e inserido. O valor de τ utilizado neste trabalho (τ = 45), corresponde ao comportamento onde a recorrˆencia das c´elulas tumorais ´e regular [69] e os demais valores s˜ao descritos na Tabela 2.1. Evidˆencias experimentais mostram que tumores malignos apresentam resistˆencia `a apoptose, por´em, com f´armacos espec´ıficos ´e poss´ıvel reverter esse quadro e induzir a apoptose em c´elulas tumorais [71]. Na Figura 2.2, apresenta-se o comportamento da intera¸c˜ao entre c´elulas tumorais e sistema imunol´ogico conforme o termo de morte programada ´e inserido no modelo. Observa-se na Figura 2.2 (a) a evolu¸c˜ao do sistema com a presen¸ca de c´elulas tumorais se proliferando, enquanto as c´elulas de repouso convertem-se em c´elulas de ca¸ca, que por sua vez tentam aniquilar as c´elulas tumorais. Neste caso n˜ao h´a presen¸ca de morte programada das c´elulas tumorais, ou seja, o termo −d1 M presente na equa¸c˜ao (2.1) ´e nulo, pois para essa simula¸c˜ao considera-se d1 = 0. Afim de observar a influˆencia da apoptose na intera¸c˜ao tumor-sistema imunol´ogico, mostra-se nas Figuras 2.2 (b) e (c) a redu¸c˜ao das c´elulas tumorais quando considera-se ´ poss´ıvel notar que com o acr´escimo no termo d1 = 0, 02 e d1 = 0, 04, respectivamente. E que representa a apoptose na equa¸c˜ao (2.1), o n´ umero de c´elulas tumorais decresce em um tempo cada vez menor em compara¸c˜ao com o ocorrido na Figura 2.2 (a). Logo, pode-se concluir que a apoptose celular tem uma influˆencia significativa na dinˆamica do tumor. Conforme observado na Figura 2.2, quando considera-se a apoptose no modelo, o n´ umero de c´elulas tumorais diminui consideravelmente, na Figura 2.3 apresenta-se a rela¸c˜ao do tempo (t) para o qual as c´elulas tumorais (M) decrescem em fun¸c˜ao de d1 . Observa-se que quanto maior o valor da vari´avel que controla o termo −d1 M, menor ser´a o tempo para que a aniquila¸c˜ao das c´elulas tumorais aconte¸ca. Tem-se na Figura 2.3 um comportamento tipo lei de potˆencia e demonstra-se que a supress˜ao do n´ umero de c´elulas tumorais tem dependˆencia com a apoptose celular. Para complementar esse resultado, observa-se na Figura 2.4 a regi˜ao onde ocorre a supress˜ao do n´ umero de c´elulas tumorais (M). Essa an´alise mostra que os valores que delimitam as regi˜oes obedecem um comportamento linear. Em preto tem-se a regi˜ao onde os valores do n´ umero de c´elulas tumorais oscilam e atinge um.

(30) 28. Figura 2.2: Evolu¸c˜ao temporal de c´elulas tumorais e sistema imunol´ogico conforme um termo de morte programada ´e inserido no modelo. Em (a) considera-se d1 = 0, em (b) d1 = 0, 02 e (c) d1 = 0, 04, para os demais parˆametros utilizados nas simula¸c˜oes est˜ao presentes na Tabela 2.1 com as condi¸c˜oes iniciais M(0) = 2700000; N(0) = 204000; Z(0) = 7180000. FONTE: [64].. equil´ıbrio diferente de zero, e em branco apresenta-se a regi˜ao onde ocorre a supress˜ao do n´ umero de c´elulas tumorais. Nota-se que para valores de d1 > 0, 2 ocorre a supress˜ao para quaisquer valores de α1 , que ´e a vari´avel associada a intera¸c˜ao tumor-sistema imunol´ogico..

(31) 29. Figura 2.3: Representa¸ca˜o do tempo para que ocorra a supress˜ao do n´ umero de c´elulas tumorais considerando-se o termo de apoptose no modelo.. FONTE: [64].. 2.4. Discuss˜ oes. Neste cap´ıtulo foi apresentado a an´alise dos efeitos das intera¸c˜oes entre c´elulas tumorais e c´elulas do sistema imunol´ogico por meio de um sistema de equa¸c˜oes diferenciais n˜aolineares com atraso. A principal diferen¸ca entre o sistema apresentado e os outros nesse sentido ´e o uso da equa¸c˜ao diferencial com atraso e a considera¸c˜ao de um termo para apoptose celular, que aparece naturalmente quando se consideram as intera¸c˜oes celulares. O termo de apoptose que inserimos no modelo, vem refor¸car a influˆencia significativa em tratamentos para tumores..

(32) 30. Figura 2.4: Supress˜ao do n´ umero de c´elulas tumorais considerando-se a presen¸ca de apoptose celular.. FONTE: [64]..

(33) 31. 3. Modelo para o tratamento de tumor por quimioterapia. Uma das formas de tratamento para o cˆancer, tumor maligno, ´e a quimioterapia, que envolve a inje¸c˜ao no corpo de um agente projetado para atacar as c´elulas infectadas. Por´em, este agente ataca tamb´em as c´elulas normais provocando efeitos colaterais comuns, tais como a perda de cabelo. Pesquisas que envolvem o projeto do agente quimioter´apico visam maximizar o efeito sobre o cˆancer e minimizar esses efeitos colaterais [2]. Em muitos casos de cˆancer, ele se espalha a partir de um foco1 prim´ario num dado ´org˜ao para um foco secund´ario em outro ´org˜ao fisiol´ogico por meio da corrente sangu´ınea ou do sistema linf´atico. Este processo ´e conhecido como met´astase. Em alguns casos o tumor secund´ario, ou seja, o cˆancer no foco secund´ario, que ´e o fatal. Por esse motivo, ´e importante considerar um modelo de tratamento por quimioterapia quando ocorre a met´astase. A met´astase ocorre em ´org˜aos seletivos. Os locais mais comuns de met´astase s˜ao o pulm˜ao e o f´ıgado [72]. A met´astase aumenta conforme cresce o tamanho do tumor no foco prim´ario. Devido aos processos envolvidos, muitas vezes h´a um atraso de tempo (por vezes significativo) para a met´astase ocorrer. Dessa forma, ´e razo´avel modelar a intera¸c˜ao entre as c´elulas tumorais e as c´elulas normais em dois focos espec´ıficos com met´astase entre os focos prim´ario e o secund´ario com um atraso de tempo. Aqui ´e considerado um sistema com seis equa¸c˜oes diferenciais, trˆes representando as intera¸c˜oes entre as c´elulas normais, as c´elulas tumorais, e os agentes de quimioterapia no foco prim´ario e as mesmas trˆes intera¸c˜oes no foco secund´ario. Tamb´em ´e levado em conta 1´ org˜ao. fisiol´ ogico infectado pelo tumor [72]..

(34) 32. a migra¸c˜ao das c´elulas tumorais a partir do foco prim´ario para o foco secund´ario com um tempo de atraso [72]. Considerado apenas o n˜ao-tratamento e os casos de tratamento cont´ınuo. Devido a dimens˜ao do modelo, n˜ao ´e poss´ıvel obter uma an´alise matem´atica completa. No entanto, ´e poss´ıvel obter resultados variados utilizando an´alise computacional. Na sequˆencia ´e apresentado o modelo e realizado uma an´alise computacional verificando a existˆencia de solu¸c˜oes de equil´ıbrios e estabilidade local.. 3.1. Formula¸c˜ ao do modelo. O modelo ´e descrito por meio de cinco equa¸c˜oes diferenciais ordin´arias e uma equa¸c˜ao diferencial funcional, ou seja, uma equa¸c˜ao em que a vari´avel dinˆamica, e possivelmente suas derivadas, possuem argumentos calculados em instantes distintos. O modelo visa simular as intera¸c˜oes entre as c´elulas normais, as c´elulas tumorais e os agentes de quimioterapia em cada foco, com met´astase2 do cˆancer do foco prim´ario para o foco secund´ario. Sejam, respectivamente, x1 (t) e x2 (t) as concentra¸c˜oes de c´elulas normais e tumorais no foco prim´ario e y(t) a concentra¸c˜ao do agente de quimioterapia no foco prim´ario. Da mesma forma, define-se u1 (t) equivalente a x1 (t), u2 (t) equivalente a x2 (t) e z(t) equivalente a y(t) no foco secund´ario. Isso leva ao modelo [72]:.  p1 x1 (t)y(t) x1 (t)  x˙1 (t) = α1 x1 (t) 1 − − q1 x1 (t)x2 (t) − , K1 a1 + x1 (t)  x2 (t)  p2 x2 (t)y(t) x˙2 (t) = α2 x2 (t) 1 − − q2 x1 (t)x2 (t) − − δ x2 (t), K2 a2 + x2 (t) h c2 x2 (t) i c1 x1 (t) y(t) ˙ = ∆− ξ + + y(t), a1 + x1 (t) a2 + x2 (t)  u1 (t)  s1 u1 (t)z(t) u˙1 (t) = β1 u1 (t) 1 − − r1 u1 (t)u2 (t) − , L1 b1 + u1 (t)  s2 u2 (t)z(t) u2 (t)  − r2 u1 (t)u2 (t) − + εδ x2 (t − τ ), u˙2 (t) = β2 u2 (t) 1 − L2 b2 + u2 (t) h d1 u1 (t) d2 u2 (t) i + z(t), z˙(t) = Φ − η + b1 + u1 (t) b2 + u2 (t) 2 Processo. (3.1). pelo qual o cˆancer se espalha a partir de um foco prim´ario num dado ´org˜ao para um foco secund´ario em outro ´org˜ ao fisiol´ ogico por meio da corrente sangu´ınea ou do sistema linf´atico..

(35) 33. onde • αi , i = 1, 2 s˜ao as taxas de prolifera¸c˜ao espec´ıficas das c´elulas normais e cancer´ıgenas para pequenas concentra¸c˜oes no foco prim´ario; • Ki , i = 1, 2, s˜ao os respectivos n´ umeros m´aximos poss´ıveis de c´elulas; • qi , i = 1, 2, s˜ao os coeficientes de competi¸c˜ao entre x1 e x2 ; • pi , i = 1, 2, s˜ao os coeficientes de preda¸c˜ao de y sobre xi ; • ai , i = 1, 2, determinam a velocidade em que xi , na ausˆencia de competi¸c˜ao e preda¸c˜ao, atinge sua capacidade; • ∆, ´e a taxa de infus˜ao cont´ınua de quimioterapia para o foco prim´ario; • ξ , ´e a taxa de elimina¸c˜ao do agente de quimioterapia neste foco; • ci , i = 1, 2, s˜ao as taxas de combina¸c˜ao do agente de quimioterapia com as c´elulas, por isso, eles s˜ao proporcionais ao pi , i = 1, 2. Interpreta¸c˜oes semelhantes para o foco secund´ario podem ser dadas para βi , Li , ri , si , bi , Φ, η , di , i = 1, 2, respectivamente. Al´em disso, • δ ´e a velocidade com que as c´elulas tumorais deixam o foco prim´ario; • τ ´e o tempo de atraso no efeito da met´astase; • ε , 0 < ε ≤ 1, ´e a propor¸c˜ao de c´elulas tumorais que chegam e interagem no foco secund´ario, depois de ter deixado o foco prim´ario. Aqui ´e utilizado o crescimento log´ıstico para as c´elulas normais e tumorais em ambos os focos com a concorrˆencia em cada foco entre as c´elulas normais e as cancer´ıgenas. O agente de quimioterapia age como um predador em ambas as c´elulas normais e cancer´ıgenas em cada foco. Al´em disso, h´a um poss´ıvel tempo de atraso de tamanho τ que as c´elulas tumorais levam ao sairem do foco prim´ario e a chegarem a interagir no foco secund´ario..

(36) 34. Para tornar este modelo mais realista, ´e imposto certas desigualdades entre os parˆametros. Como as c´elulas tumorais crescem num ritmo muito mais r´apido que as c´elulas normais e se o tratamento n˜ao ´e oferecido, na maioria das vezes, as c´elulas tumorais competem com as c´elulas normais independente das condi¸c˜oes iniciais. Al´em disso, os agentes de quimioterapia devem ser consideravelmente mais eficazes em destruir c´elulas tumorais que em destruir as c´elulas normais para que o tratamento seja eficaz. Estes argumentos levam ao seguinte conjunto de desigualdades:. α2 > α1 , β2 > β1 ;. (3.2). p2  p1 , s2  s1 .. (3.3). e. Para realizar a an´alise num´erica ´e importante selecionar os valores dos parˆametros adequados, uma vez que determinam a dinˆamica do sistema. Para os parˆametros apresentados ´e imposto algumas condi¸c˜oes baseadas tanto em resultados anal´ıticos como em alguns argumentos fisiol´ogicos. Os parˆametros estimados s˜ao apresentados na Tabela (3.1): Tabela 3.1: Valores dos Parˆametros Utilizados para a An´alise Num´erica [72]. Parˆ ametros Valores Parˆ ametros Valores α1 1,5 β1 2 α2 10 β2 12 K1 1460 L1 1750 K2 2100 L2 2300 q1 0,0075 r1 0,002 q2 0,005 r2 0,001 p1 0,0008 s1 0,0006 p2 0,08 s2 0,1 a1 1,0 b1 1,0 a2 1,0 b2 1,0 δ 0,1 ε 0,0001 2000 Φ 2000 ∆ ξ 20 η 20 0,0024 d1 0,0018 c1 c2 0,24 d2 0,3 FONTE: Adaptado de Pinho 2002 [72]..

(37) 35. 3.2. Caso sem tratamento. Nesta se¸c˜ao, discute-se o caso particular em que n˜ao existe um tratamento no sistema (3.1), ou seja, n˜ao ´e considerado o efeito da quimioterapia. Dessa forma, o sistema fica reduzido a 4 equa¸c˜oes, sendo que as 2 equa¸c˜oes para modelar a quimioterapia em ambos os focos, y(t) ˙ e z˙(t) n˜ao s˜ao consideradas. ´e introduzido um conceito chamado de “hip´otese de cˆancer” o qual afirma que, na ausˆencia de tratamento, o cˆancer acabar´a por ganhar em qualquer foco com ou sem met´astase [72], e apresentados alguns resultados num´ericos. Aqui, o modelo ´e reduzido para a forma  x1 (t)  − q1 x1 (t)x2 (t), x˙1 (t) = α1 x1 (t) 1 − K1  x2 (t)  − q2 x1 (t)x2 (t) − δ x2 (t), x˙2 (t) = α2 x2 (t) 1 − K2  u1 (t)  − r1 u1 (t)u2 (t), u˙1 (t) = β1 u1 (t) 1 − L1  u2 (t)  u˙2 (t) = β2 u2 (t) 1 − − r2 u1 (t)u2 (t) + εδ x2 (t − τ ), L2. (3.4). onde x1 (0), x2 (0), u1 (0), u2 (0) ≥ 0.. 3.2.1. (3.5). Equil´ıbrio e Estabilidade. Os pontos de equil´ıbrio s˜ao denotados por E. Alguns destes equil´ıbrios representam a morte do indiv´ıduo, no entanto, eles s˜ao listados em raz˜ao do poss´ıvel interesse matem´atico e interpretativo. Observando o sistema (3.4), os seguintes equil´ıbrios sempre existem: E0 (0, 0, 0, 0), E1 (K1 , 0, 0, 0), E2 (0, 0, L1 , 0) e E3 (K1 , 0, L1 , 0). Em particular, E3 representa o estado de equil´ıbrio com ambos os focos saud´aveis. O equil´ıbrio E4 (K1 , 0, 0, L2 ), tamb´em existe, mas representa o caso em que o tumor tomou completamente o foco secund´ario. Tamb´em considera-se um equil´ıbrio da forma E5 (0, K2 , 0, L2 ), que representa o estado que o tumor tomou completamente ambos os focos. ´ poss´ıvel, conforme apˆendice A, determinar a matriz Jacobiana para um equil´ıbrio E.

(38) 36. gen´erico E(x˜1 , x˜2 , u˜1 , u˜2 ) que assume a forma   J −q1 x˜1 0 0  11  −q x˜  J 0 0 22  2 2  J= ,  0 0 J33 −r1 u˜1    − τλ 0 εδ e −r2 u˜2 J44 com os valores da diagonal escritos como  2x˜1  J11 = α1 1 − − q1 x˜2 , K1  2x˜2  J22 = α2 1 − − q2 x˜1 − δ , K2  2u˜1  J33 = β1 1 − − r1 u˜2 , K1  2u˜2  J44 = β2 1 − − r2 u˜1 . K2. (3.6). Observa-se que a an´alise de estabilidade local em torno de qualquer equil´ıbrio n˜ao depende do tempo de atraso τ . Sendo α2 > δ , E0 ´e inst´avel pois seus equil´ıbrios s˜ao  (0)   λ1 = α1 > 0,     λ (0) = α2 − δ > 0, 2 E0 (0, 0, 0, 0) (0)   λ3 = β1 > 0,      λ (0) = β2 > 0. 4 Os autovalores de E1 , E2 , E3 e E4 s˜ao respectivamente,   (1) (2)     λ1 = −α1 < 0, λ1 = α1 > 0,           λ (1) = α2 − q2 K1 − δ , λ (2) = α2 − δ > 0, 2 2 E1 (K1 , 0, 0, 0) E2 (0, 0, L1 , 0) (1) (2)     λ3 = β1 > 0, λ3 = −β1 < 0,           λ (1) = β2 > 0. λ (2) = −β2 − r2 L1 . 4. 4.

(39) 37.  (3)   λ1 = −α1 < 0,     λ (3) = α2 − q2 K1 − δ , 2 E3 (K1 , 0, L1 , 0) (3)   λ3 = −β1 < 0,      λ (3) = β2 − r2 L1 . 4.  (4)   λ1 = −α1 < 0,     λ (4) = α2 − q2 K1 δ , 2 E4 (K1 , 0, 0, L2 ) (4)   λ3 = −β1 − r1 L2 ,      λ (4) = −β2 < 0. 4. Os autovalores para E5 (0, K2 , 0, L2 ) s˜ao (5). = α1 − q1 x˜2 = α1 −. (5). = α2 − δ −. λ1 λ2. (5). λ3. (5). λ4. q1 K2 (α2 − δ ) , α2. 2α2 x˜2 = −(α2 − δ ) < 0, K2 h L2 δ ε L K (α − δ ) i1/2 r1 L2 2 2 2 = β1 − r1 u˜2 = β1 − − r1 2 + , 2 4 α2 β2  2β2 h L22 δ ε L2 K2 (α2 − δ ) i1/2 2u˜2  = β2 1 − < 0. =− + L2 L2 4 α2 β2. Impondo as seguintes condi¸c˜oes como suficientes para a “hip´otese de cˆancer”:. α2 − δ > q2 K1 ,. (3.7). β2 > r2 L1 ,. (3.8). α1 α2 < q1 K2 (α2 − δ ), h r1 δ ε L2 K2 (α2 − δ ) i β1 < r1 L2 1 + . β1 β2 α2. (3.9) (3.10). Sendo α2 > δ , as condi¸c˜oes de (3.7) e (3.8), juntamente com β1 6= r1 L2 garantem o car´ater hiperb´olico3 dos equil´ıbrios E1 ,E2 , E3 e E4 , e se as condi¸c˜oes de (3.9) e (3.10) s˜ao satisfeitas, ent˜ao E5 ´e um equil´ıbrio local assintoticamente est´avel.. 3O. paraboloide hiperb´ olico possui um formato semelhante a uma sela e pode possuir um ponto cr´ıtico chamado de ponto de sela..

(40) 38. 3.2.2. Resultados Num´ ericos. Para realizar as simula¸c˜oes num´ericas do sistema (3.4) foi desenvolvido uma rotina em linguagem C, tamb´em foi admitido condi¸c˜oes iniciais baseadas tanto em resultados anal´ıticos como em alguns argumentos fisiol´ogicos conforme Tabela (3.1). Apresenta-se na Figura 3.1 a evolu¸c˜ao temporal do n´ umero de c´elulas quando n˜ao h´a atraso para a met´astase ocorrer, isto ´e, τ = 0. Observa-se na Figura 3.1 (a) a evolu¸c˜ao das c´elulas normais no primeiro foco do tumor, verificando que sem tratamento mesmo com a condi¸c˜ao inicial x1 = K1 = 1460, isto ´e, com o n´ umero m´aximo de c´elulas normais que o sistema suporta, rapidamente chega a zero, representando um estado em que as c´elulas tumorais vencem as normais. Pode ser observado na Figura 3.1 (b) que mesmo iniciando com um n´ umero pequeno de c´elulas tumorais, x2 = 0, 01, rapidamente atinge-se o limite x2 = K2 = 2100, que representa n´ umero m´aximo de c´elulas tumorais que o primeiro foco suporta. Nas Figuras 3.1 (c) e 3.1 (d) observa-se o comportamento das c´elulas normais e tumorais, respectivamente, no segundo foco do tumor ´e poss´ıvel verificar um comportamento semelhante ao do primeiro foco, ou seja, mesmo com a condi¸c˜ao inicial u1 = L1 = 1750, o n´ umero de c´elulas normais vai rapidamente a zero, assim como, o n´ umero de c´elulas tumorais atinge rapidamente o limite u2 = L2 = 2300. Dessa forma, a Figura 3.1 representa o equil´ıbrio E5 (0, K2 , 0, L2 ), que representa o estado que o tumor tomou completamente ambos os focos. Na Figura 3.2 tamb´em ´e apresentado a evolu¸c˜ao do n´ umero de c´elulas normais e tumorais em ambos os focos, mas agora para τ 6= 0, ou seja, τ = 20, onde observa-se o mesmo comportamento do caso anterior no foco prim´ario, conforme Figuras 3.2 (a) e 3.2 (b), onde o sistema evolui para o equil´ıbrio E5 mesmo partindo-se de condi¸c˜oes iniciais distantes. Contudo, conforme observa-se nas Figuras 3.2 (c) e 3.2 (d), as c´elulas tumorais no segundo foco dominam as c´elulas normais, mas h´a um atraso. Portanto, o efeito de τ atrasa o momento em que as c´elulas tumorais do foco secund´ario dominam as c´elulas normais, conforme pode ser observado na Figura 3.3, onde tc indica o tempo necess´ario para que as c´elulas tumorais do foco secund´ario dominem as c´elulas.

(41) 39. Figura 3.1: Evolu¸c˜ao temporal (t em dias) da concentra¸c˜ao de (a) c´elulas normais no primeiro foco, (b)c´elulas tumorais no primeiro foco, (c) c´elulas normais no segundo foco e (d) c´elulas tumorais no segundo foco, com condi¸c˜ao inicial x1 = 1460, x2 = 0, 01, u1 = 1750, u2 = 0, 0 e τ = 0 e parˆametros de acordo com a Tabela 3.1.. 2000. 2000. (a). (c) 1500. u1. x1. 1500 1000 500 0. 1000 500. 0. 10. 20. t. 30. 40. 0. 50. 4000. 0. 10. 20. t. 30. (d) 3000. u2. 3000. x2. 50. 4000. (b) 2000 1000 0. 40. 2000 1000. 0. 10. 20. t. 30. 40. 50. 0. 0. 10. 20. t. 30. 40. 50. FONTE: A autora.. normais deste mesmo foco. Isso significa que, sem tratamento, as c´elulas tumorais de ambos os focos vencem a competi¸c˜ao com as c´elulas normais, como era suposto pela “hip´otese de cˆancer”..

(42) 40. Figura 3.2: Evolu¸c˜ao temporal (t em dias) da concentra¸c˜ao de (a) c´elulas normais no primeiro foco, (b)c´elulas tumorais no primeiro foco, (c) c´elulas normais no segundo foco e (d) c´elulas tumorais no segundo foco, com condi¸c˜ao inicial x1 = 1460, x2 = 0, 01, u1 = 1750, u2 = 0, 0 e τ = 20 e parˆametros de acordo com a Tabela 3.1.. 2000. 2000. (a). 1000 500 0. (c). 1500. u1. x1. 1500. 1000 500. 0. 10. 20. t. 30. 0. 40. 4000. 0. 10. 20. t. 30. 4000. (d). (b) 3000. u2. x2. 3000 2000 1000 0. 40. 2000 1000. 0. 10. 20. t. 30. 40. 0. 0. 10. 20. t. 30. 40. FONTE: A autora.. 3.3. Caso com tratamento. Aqui, ´e considerado o modelo completo do sistema com as 6 equa¸c˜oes apresentado em (3.1). Estuda-se a estabilidade local de alguns equil´ıbrios relevantes por meio de m´etodos num´ericos..

(43) 41. Figura 3.3: Tempo de dom´ınio das c´elulas tumorais tc no foco secund´ario pelo atraso τ .. 60. 50. tc. 40. 30. 20. 10. 0. 0. 10. 20. τ. 30. 40. 50. FONTE: A autora.. 3.3.1. Equil´ıbrios e Estabilidade. Neste caso, denotamos os equil´ıbrios por E como varia¸c˜oes em x1 , x2 , y, u1 , u2 e z e, novamente, alguns deles representam a morte do indiv´ıduo. Analisamos a estabilidade local dos equil´ıbrios E1 (xˆ1 , 0, y, ˆ uˆ1 , 0, zˆ), E2 (0, xˆ2 , y, ˆ 0, uˆ2 , zˆ) e E3 (xˆ1 , 0, y, ˆ 0, uˆ2 , zˆ) que s˜ao chamados, respectivamente, o equil´ıbrio de c´elulas n˜ao tumorais (n˜ao h´a c´elulas tumorais em ambos os focos), o equil´ıbrio de c´elulas n˜ao normais (n˜ao h´a c´elulas normais em ambos os focos) e o equil´ıbrio de c´elulas metast´aticas (n˜ao h´a c´elulas tumorais no foco prim´ario e n˜ao h´a c´elulas normais no foco secund´ario)..

(44) 42. A matriz Jacobiana para um equil´ıbrio gen´erico pode ser escrita na forma   J11 −q1 x˜1 − ap11+x˜x1˜1 0 0 0    −q x˜  p2 x˜2 J − 0 0 0   2 2 22 a1 +x˜2  a c y˜  a2 c2 y˜ − 1 1 2 − (a +x˜ )2 J33 0 0 0   (a1 +x˜1 )  2 2 J= , s u ˜ 1 1   0 0 0 J −r u ˜ − 44 1 1 b + u ˜  1 1    εδ exp(−µτ ) 0 −r2 u˜2 J55 − bs11+u˜u1˜1  0   0 0 0 − (bb1+du1˜ z˜)2 − (bb2+du2˜ z˜)2 J66 1. 1. 2. 2. com os valores da diagonal escritos como 2x˜1 p1 a1 y˜ ) − q1 x˜2 − , K1 (a1 + x˜1 )2 2x˜2 p2 a2 y˜ α2 (1 − ) − q2 x˜1 − −δ, K2 (a2 + x˜2 )2 c2 x˜2 c1 x˜1 −(ξ + + ), a1 + x˜1 a2 + x˜2 2u˜1 s1 b1 z˜ β1 (1 − ) − r1 u˜2 − , L1 (b1 + u˜1 )2 2u˜2 s2 b2 z˜ β2 (1 − ) − r2 u˜1 − , L2 (b2 + u˜2 )2 d1 u˜1 d2 u˜2 −(η + + ). b1 + u˜1 b2 + u˜2. J11 = α1 (1 − J22 = J33 = J44 = J55 = J66 =. (3.11). Tal como no caso sem tratamento, a an´alise da estabilidade local em torno de qualquer equil´ıbrio n˜ao depende do tempo de atraso τ . Realizamos a an´alise num´erica da estabilidade local dos equil´ıbrios E1 (xˆ1 , 0, y, ˆ uˆ1 , 0, zˆ), E2 (0, xˆ2 , y, ˆ 0, uˆ2 , zˆ) e E3 (xˆ1 , 0, y, ˆ 0, uˆ2 , zˆ).. 3.3.2. Resultados Num´ ericos. Primeiramente considera-se o conjunto de parˆametros informados na Tabela (3.1), tais que o sistema (3.1) possui um tipo de cada equil´ıbrio E1 , E2 e E3 . Supondo que o equil´ıbrio de c´elulas n˜ao normais e o equil´ıbrio de c´elulas metast´aticas, E2 e E3 , s˜ao localmente est´aveis, mas o equil´ıbrio de c´elulas n˜ao tumorais E1 , ´e localmente inst´avel, verifica-se que o estado estacion´ario ao qual as solu¸c˜oes se aproximam dependem de x2 . umero de c´elulas com x2 = 0, 5. Apresenta-se na Figura 3.4 a evolu¸c˜ao temporal do n´.

Referências

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