CENTRO
CURSO DE
CIÊNCIAS
ECONÔMICAS
MARCELO
AMARAL
O
IVHZRCADO F
ARMACÊUTICO
BRASILEIRO:
ESTRUTURA
E
IIVIPACTO
DA
INTRODUÇÃO
DO MEDICAMENTO
GENÉRICO
MARCELO AMARAL
O MERCADO
FARMACÊUTICO
BRASILEIRO:
ESTRUTURA
E
IIVIPACTO
DA
INTRODUÇÃO
DO MEDICAMENTO
GENÉRICO
Monografia
submetida aodepartamento '
de
CiênciasEconômicas
da
UniversidadeFederal de Santa Catarina, para a
obtenção de carga horária
na
disciplina
CNM
5420
-Monografia.
Orientador: Prof. Dr. José Antônio
Nicolau
MARCELO AMARAL
O MERCADO
FARMACÊUTICO
BRASILEIRO:
ESTRUTURA
E
IIVIPACTO
DA
INTRODUÇÃO
DO MEDICAMENTO
GENÉRICO
A
banca examinadora resolveu atribuir anotaflÚ
ao
aluno MarceloAmaral na
DisciplinaCNM
5420
-
Monografia,
pela apresentação deste trabalho.Banca
Examinadora:
;"
Prof. Dr. José 'â
onio Nicolau
Banca
Examinadora;
A
Prof. Dr.
Renat
3,
osampos.
Banca
Examinadora:
I --'Prof`. Dr.
João
Rogério
Sanson
Florianópolis, julho
de 2003
Para
Aurinete:
De
quem
recebi dedicação,
carinho e
amor,
sentimentos
imprescindíveis
para
o
sucesso
deste
trabalho.Principalmente a Deus,
que sempre
esteve comigo, nesta caminhada.À
minha
filha, Maria Cristina, por ser o significado deminha
vida.Aos
meus
pais,Joaquim
e Luiza,que
sempre acreditaramem
mim.
À
minha
irmã Regiane,que sempre
teve a certeza deminha
conquista.Ao
meu
orientador José Antonio Nicolau, pela dedicação e pela paciênciaque
demonstrou
frente às minhas limitações. ›A
todos que, dealguma
forma, contribuíramno
decorrer desta longa caminhada.SUMÁRIO
LISTA
DE
FIGURAS
LISTA
DE
QUADROS
LISTA
DE TABELAS
LISTA
DE
SIGLAS
RESUMO
1INTRODUÇÃO
1.1Problemática
1.2Objetivos
1.2.1 Objetivo Geral 1.2.2 Objetivos Específicos 1.3Metodologia
2.
ANÁLISE
DOS
MERCADOS
2.1
Os
mecanismos de
mercado
2.2
Estruturas
de
mercado
2.3
Assimetria
de informação
3
O MERCADO
FARMACÊUTICO MUNDIAL
3.1Características
do
setor
3.2
Evolução do
mercado
mundial
3.3
Estruturas
da
indústria
farmacêutica
mundial
4
O
MERCADO
FARMACÊUTICO
BRASILEIRO
4.1Características
do
setor
no
Brasil
4.2
Evolução
do
mercado
farmacêutico
brasileiro
V
Vll IXX
Xll xi01
01
03
03 0303
06
06
13
15
18
18
23
27
32
32
35
4.5
A
cadeia
de
comercialização
e
seus agentes
5
O
IMPACTO
DA
INSERÇÃO
Dos GENÉRICOS
No MERCADO
FARMACÊUTICO
BRASILEIRO
~5.1
A
Lei
n° 9.787/99,
do
medicamento
genérico
5.2
Evoluçao
do
mercado
de
genéricos
no
Brasil
5.3
O
Impacto
da
inserção dos genéricos
no
mercado
brasileiro
5.3.1 Classe Terapêutica dos
IECAs
5.3.1.1
O
Captopril5.3.1.2
O
Enalapril5. 3.2 Classe Terapêutica dos Beta-Bloqueadores
5. 3. 2.1
OAtenolol
5.3.3 Classe Terapêutica dos Inibidores
da
Bomba
de
Prótons (IBPs)5. 3.3.1
O
Omeprazol
ó
CONCLUSAO
REFERÊNCIAS
BIBLIOGRÁFICAS
ANEXOS
Figura
Figura
Figura
Figura
Figura
Figura
Figura
Figura
Figura
Figura
Figura
Figura
Figura
Figura
Iügura
Figura
Figura
Figura
Figura
Figura
Figura
Figura
Figura
Figura
Figura
Figura
Figura
Figura
Figura
_LISTA
DE
FIGURAS
01 - Oferta edemanda
02
-Deslocamento
da
oferta03
-Modificação
na
demanda
(adaptação)04
-Relativamente
inelástica (0<
e
<
1)05
-Relativamente
elástica (°°>
e
›
1)06
- Perfeitamente elástica (e=
°°)07
- Perfeitamente inelástica (ep=
0)08
- Elasticidade unitária (e=
1)09
-Mercado
de
concorrência perfeita -Mercado
10 -
Mercado
de
concorrência perfeita -Firma
11 -
Cronograma
de
criaçãode
um
novo
medicamento
12 -
Comercialimção de produtos
farmacêuticosno
Brasil13 - Processo
de
compactação que deu
origem
à
empresa
Aventisno
Brasil14
-Demanda
de
captoprilem
unidades
15
- Evolugviio percentualpor
categoriade
captopril16
-Faturamento
de
captoprilem
RS
(valores nominais)17 -
Preço
Médio
do
captoprilem
RS
18 -
Mercado
totalda
Classedo
IECÀS
em
unidades
19
-Evolução
percentualpor
categoriade
enalapril20
-Demanda
de
enalaprilem
unidades
21 -
Faturamento
do
enalaprilem RS
(valores nominais)22
-Preço
Médio
do
enalaprilem RS
23
-Demanda
percentualpor
categoriado
atenolol24
-Demanda
de
atenololem
unidades
25
~
Preço
médio
do
atenololem
RS
26
-Faturamento do
atenololem
RS
(valores nominais)27
-Mercado
brasileirode
antiulcerosos28
-
Mercado
totalda
classedos
IBP's.em
unidades
29
-Demanda
do
omeprazol
em
unidades
Figura 32
-Preço-médio
do
omeprazol
em R$
_
LISTA
DE
QUADROS
Quadro
01
-
Mudança
de
preço, elasticidade e receita total-Gasto
totalQuadro
02
- Processode
formação da
GlaxoSmithkline
Quadro
03
-Movimentos da
indústria farmacêuticano
mundo
na
década de 90
Quadro
04
-Movimentos da
indústria farmacêuticano
BrasilTabela
Tabela
Tabela
Tabela
Tabela
Tabela
Tabela
Tabela
Tabela
Tabela
Tabela
Tabela
Tabela
Tabela
Tabela
Tabela
Tabela
Tabela
Tabela
Tabela
Tabela
Tabela
Tabela
Tabela
01 -
Anos
para obtenção de novos produtos
02
- Investimentoem
P&D
nosEUA
em
1999
03
-Tempo
de
Exclusividadede
um
novo medicamento
04
-Vendas Mundiais
em
1999
05
-
Mercado
farmacêuticomundial-
Classes terapêuticas/1999
06
-
Ranking mundial
por
empresa
-
1999
.07
-
Ranking mundial
dosprodutos
em
1998
08
- Mercado
de
medicamentos
nos
paísesdo Mercosul-
1996
09
- Mercado
farmacêutico totalno
Brasil10
-
Mercado
totalx
mercado
éticono
Brasil:1999-2003
11
-
Natureza
do
investimentono
setor farmacêuticono
Brasilna
década 90
(US$
milhões)12
-
Balança
comercial setor farmacêuticono
Brasil(em
US$
milhõesFOB)
13
-
Distribuiçãodas vendas
quanto
ao
paísde origem
no mercado
farmacêutico total - últimos
12
meses
14
-
PrincipaisCompanhias
/Mercado
Total(US$)
-
2002
últimos 12meses
15
-
PrincipaisCompanhias/ Mercado
Ético(US$)
-
2002
últimos 12meses
416
-
Produtos
lideres/mercado
brasileiroem
2002
(últimos 12 meses)17
-
Ranking
classe terapêutica(RS
milhões) - Beta-bloqueadorespuros
18
-
Ranking
classe terapêutica(RS
milhões)-
IBP”s
19
~
Ranking
classe terapêutica(R$
milhões) -IECA's
Puros
20
-
Distribuidoresno
Brasilpor
atuação
regional (2000)21
-
Comparativo
de
preçode
referênciacom
o
genérico22
-
Registros referentes aos genéricos disponíveisno
Brasil23
-
Distribuiçãodo
mercado
brasileirode
genéricospor origem de
capital(%)
24
-
Número
de
registrospor
empresa no
períodode 2001-2003
Tabela 25
- Avanço
das empresas
brasileirasTabela 26
- Participaçãopor
droga
no mercado
de Beta-bloqueadores
P
&
D
-
Pesquisa eDesenvolvimento
[PEA
- Institutode
PesquisaEconômica
Aplicada
,l1\/IS
Health
-
Intemational Medical
ServiceUNICAMP
-
Universidade Estadual de
Campinas
IE
-
Institutode
Economia
NEIT
-
Núcleo
de
Economia
Industrial eda
TecnologiaECCIB
-
Estudo da
Competitividade de Cadeias
Integradasno
BrasilUFSC
-
Universidade
Federalde
Santa Catarina
FURP
-
Fimdação
para o
Remédio
Popular
de
São
Paulo
UFRJ
-
Universidade
Federaldo Rio
de
JaneiroSNC
-
Sistema Nervoso Central
IECA's
-
Inibidoresda
Euzima
de
Conversão da
AngiotensinaIBP”s
-
Inibidoresda
Bomba
de
PrótonsOTC
-
Over-The-Counther
(sobre 0 balcão)ANVISA
-
Agência Nacional
de
Vigilância SanitáriaCD”s
¬-Candidatos a
Drogas
OMS
-
Organimção
Mundial da Saúde
FEBRAFARMA
-
Federação
Brasileirada
Indústria Farmacêutica'SINDUSFARMA
-
Sindicatoda
Indústriade Produtos Farmacêuticos
do
Estado
de
São
Paulo
GRUPEMEF
-Grupo
de
Profissionais Executivosdo
Mercado
Farmacêutico
PMB
-
Pharmaceutical
Market
BrazilABRAFARMA
-
Associação Brasileirade
Redes
de Farmácias
e DrogariasSUS
-
Sistema
Único de Saúde
BNDES
-
Banco
Nacional
de
Desenvolvimento
TJLP
- Taxa
de
Juros
de
Longo
Prazo
FGPC
-
Fundo
de Garantia para
Promoção da
Competitividade
CEP
-
Código de Endereçamento
PostalPhRMA
-
Pharmaceutical Research
and Manufacture
ofAmérica
RESUMO
Este trabalho
tem
por objetivo apresentar omercado
fannacêutico brasileiro,bem
como
a influência exercida pelanova
leido medicamento
genérico,na
demanda
destemercado, nos últimos três anos após sua implantação. Características
do
setor, evolução eestruturas
do
mercado, alémdo movimento
exercido pelas empresasdo
setor, serão itens dedestaque neste estudo, tanto
no
âmbito brasileiro quantono
mundial.As
influênciasdo
medicamento
genéricomereceram
um
capitulo à parte,com
um
estudo das curvasde
demanda, que
tem
por objetivo demonstrar o efeito substituição,no
período quecompreende
o
mês
de janeiro de2000
até omês
denovembro
de 2002,num
total de trinta e cinco meses.Desta forma, se pretende trazer à tona particularidades de
um
mercado
de considerávelimportância
na economia do
país.Palavras-chave:
mercado
farmacêutico,medicamento
genérico, estruturas de mercado, e~ 1
INTRODUÇAO
1.1
Problemática
Na
última década, o Brasilsofieu mudanças
em
sua economia, tanto deorigem
externa, resultante
do
processo de globalização mundial, quanto de origem intema, decorrentedo
processo de estabilização econômica, após a implantaçãodo
Plano Real,com
controleda
inflação e fortalecimento
da moeda.
A
indústria farmacêutica, que se caracteriza pelo alto investimentoem
Pesquisa&
Desenvolvimento
(P&D)
em
virtude da necessidade constante de inovação, foiuma
das maisatingidas por este processo.
A
grande competição exercida pelas empresas do setor,bem
como
0 alto percentualda
rentabilidade reinvestidoem
P&D,
oque
diminui a lucratividade,as curvas de crescimento, e ainda fatores
como
queda no
crescimento demercado
dos paísesdesenvolvidos,
foram
motivos para que nos últimos anos, segundo Coutinho Filho (2000),ocorressem,
no
período de 1985 a 1997, vinte e seis fusões, sendo 19 destasna
década de 90.Tal
movimento
promoveu
uma
concentração das empresasdo
setor, onde, de 120grandes indústrias farmacêuticas
no mundo,
estima-seque
atualmente destassobremmcnos
de
60, oque dá prova
de quanto esta indústria apresentauma
estrutura globalizada.Segundo dados
de 1996,do
Instituto de PesquisaEconômica
Aplicada (IPEA),houve
um
crescimentona
demanda
de medicamentos,onde
um
contingentenovo de
13 milhõesde
pessoas passou a
comprar
remédios, a partir de 1994.Um
aspectoque
contribui para esteaumento
é ofito
de que,no
Brasil, ocorre grandevolume
de vendas demedicamentos
sem
receita médica: segundo França (Veja, 1997), para cada três remédios vendidos
no
Brasil,dois referem-se a
compras
motivadas pela práticada
automedicação dos consumidores.O
crescimentodo mercado
demedicamentos na América
Latina,na
primeirametade
da
década de 90, é superior ao de países desenvolvidos: Coutinho Filho (2000) cita a taxade
7,4%
de crescimento mundial, segundo dadosdo
Intemacional Medical Service Health(IMS
Health), entre 1992-1996, contra a taxa de
14,7%
de crescimentona América
Latina e Caribe.A
contrapartida deste crescimento intemodo mercado
éum
aumento
do faturamento,2
apontados
como
justificativa para a implementaçãoda
Leí n° 9. 787/99,do Medicamento
Genérico,
que
se apresentacomo
um
“divisor de águas”no mercado
farmacêutico brasileiro.Junto
com
os genéricos, surgiramtambém
questõescomo
a legislação e a regulaçãodeste
mercado no
Brasil.Problema
crônico neste setor,que pode
ser constatadono
episódiodas falsificações
do
remédioAndrocur®,
em
1998, fato que resultouem
uma
série deinvestigações,
com
interdição de laboratórios, prisão de falsificadores, identificaçãode
empresas clandestinas,
além de
quadrilhas sofisticadas, alertando grande parte da populaçãodo
país. E,com
certeza, afetando negativamente o crescimentodo mercado
de medicamentos. VA
Lei n° 9.787/99,do Medicamento
Genérico, surge aindacomo
instrumento deredução
da
Assimetria de Informação neste mercado, buscando minimizar o graude
desconhecimento
do
consumidorem
relação aos produtos, jáque
a maior parte da informaçãoé de domínio apenas dos profissionais
da
área médica.Dos
trabalhos encontrados, oque
se verificouforam
estudos de oferta, propriedadeintelectual, estratégias competitivas, dos investimentos e
da
concorrênciado
capital internoversus capital externo,
como
porexemplo
os disponíveis naUNICAMP,
entre os quais:“Os
determinantes
da
capacitação tecnológicano
setor quírnico-fannacêutico Brasileiro” (Queiroz,1993); “Política de assistência farmacêutica e
o
setor produtivo estatal farmacêutico: o casoda
fundação para o remédio popular de
São
Paulo-
FURP”
(Santos, 1996); “PropriedadeIntelectual e concorrência :
Uma
análise setorial” (Melo, 1995).Na
UFSC,
o trabalho Análiseda
indústria farmacêutica brasileira, a partirdo modelo
de Porter” (Martins, 2000);“Estratégias
de
atuaçãoda
Merck
Sharp&
Dohme”
(Prazeres, 2003).Na
UFRJ,
podem
sercitados os trabalhos: “Preços de
medicamentos
e políticas de genérico” (Lima, 1997);“Alguns
efeitos
econômicos da
publicidade:um
enfoque sobre a indústria farmacêutica” (Silva, 1996);e “Marketingz persuasão
ou
informação?Uma
análiseda
indústria farmacêutica” (Souza,1996).
Todos
estes estudos, poruma
questãoda
lei de genéricos ser recente, não tiveramoportunidade de avaliar o impacto desta sobre a
demanda
dos produtos até então presentesno
mercado
brasileiro.Assim
colocam-se questõescomo:
qual o grau de assimetria de informações e desubstituição
com
a entrada dosmedicamentos
genéricos?Qual
o resultado das reestruturaçõesmundiais
no
setor para o Brasil? ~1.2
Objetivos
1.2.1 Objetivo geral
Analisar o
mercado
farmacêuticono
Brasil, quanto àsmudanças
estruturais, à entradado Medicamento
Genérico e ao grau de informação assimétrica. V1.2.2 Objetivos especzflcos -
- Descrever o
mercado
farmacêuticodo
Brasil e suasmudanças
estruturais.- Verificar se a inserção
da
Lei n° 9.787/99,do Medicamento
Genérico, resultouem
um
processo de substituiçao dos produtos de referência pelos genéricos. `-
Demonstrar
a presença de Assimetria de Informaçãono mercado
farmacêuticobrasileiro.
1.3
Metodologia
O
objeto desta pesquisa é omercado
farmacêutico brasileiro e asmudanças
estruturaispor
que
passou durante a última década, considerando o adventoda
Lei 9.787/99 conhecidacomo
a Leido Medicamento
Genérico, queprovocou
consideráveis transformações nestemercado. _
A
pesquisa consiste deum
levantamento bibliográfico, de variadas fontes,como
livrosespecializados, anuários, artigos de jornais, revistas, textos e
home
pages especializadasno
mercado
farmacêutico.Além
deste estudo bibliográfico, a pesquisa é,também, composta por
uma
análise mercadológica, realizadacom
baseem
dados do
Intemational Medical Studies(IMS),
que
éum
institutoque produz
uma_sériede
auditorias de informação de mercado, apartir de vendas de atacadistas e farmácias, coletadas através das notas fiscais de
compra/venda.
A
auditoria utilizada neste estudoem
particular, o PharmeceuticalMarket
4
do
canal de farmácia, e426
farmácias (independentes/redes), divididasem
ll regiões, tendopor base o preço de fábrica.
Esta auditoria disponibiliza dados mensalmente -
ou acumulados
até o mês,ou
aindaem
relação aos últimos 12meses
- sobre avenda
em
valores unitários eem USS
(Dólaresnorte-americanos) e
também
em
R$
(Reais),além do
preçomédio do
fabricante. YO
estudo dasmudanças na
estruturado mercado
farmacêutico brasileiro foi,em
suamaior parte, baseado
no
levantamento bibliográfico, fazendo-se apreciação paralelacom
omercado
mundial.Foram também
utilizados dadosdo IMS,
buscando demonstrarum
mercado
o
mais real possível,com
um
exaustivo trabalho de seleção destebanco
de dados.l
Como
foi verificadoque
a participação das empresas nomercado
totalde
medicamentos
não demonstrava a presençado
oligopólio eda
concentração demercado que
existe nesta indústria, definiu-se a- realização
do
estudo através das classes terapêuticas, poisdesta
forma
se acredita poder melhor avaliar a constituição deste mercado.Com
os dados mensaisdo
PMB
de cada produto, por classe terapêutica,em
unidadeseem
valores, identificou-se os produtos de cada empresa, realizando-se então a somatóriado
grupo de produtos estabelecidos
mês
a mês;em
seguida, os valores mensais foramsomados
para se obter o total de cada ano, entre
2000
e 2002.Com
os dados anuais de cadaempresa
eseus respectivos produtos, de cada classe terapêutica, foram» construídas tabelas,
que
apresentam o faturamento
em
milhões de reais,o
valor percentual deste faturamentoem
relação ao total
da
classe, e o ranking de cadaempresa
na classe terapêutica .Desta forma, visualiza-se o
poder
demercado
de cada concorrente nas respectivasclasses terapêuticas, e pode-se avaliar
o
tipo de mercado,ou
seja, se existe presençade
oligopólio e de que tipo,
ou
se, ao contrário, omercado
é de concorrência perfeita -ou
aindavariaçoes destes.
No
que
diz respeito aos efeitos,da
entrada dos genéricos,no mercado
farmacêuticobrasileiro, a metodologia aplicada (Capítulo 5) é
também
fundamentada na
base de dadosdo
PMB,
porém
desta vez tratados mensalmente,no
decorrer de 35 meses, entre janeiro de2000
e
novembro
de 2002, justamente o períododa
inserçãodo
genéricono mercado
brasileiro.Foram
escolhidas três classes terapêuticas para este estudo demercado
e definidoem
cadauma
destas as três categorias de medicamentos: referência, similar e genérico.Foram
consideradascomo
de referência, para efeito de estudo, todas as marcasde
somente
mediante prescrição médica.Foram
considerados similares,também
para efeito deestudo, os produtos comercializados
sem
a sua divulgação junto à classe médica,dependo
deum
mercado
marginal ao de referência,que
usa a estratégia de ações comercias (bonificação)junto
do
ponto devenda
(farmácia).E
finahnente, são considerados genéricos os produtosregistrados,
como
desta categoria, pelaANVISA,
obedecendo
aos critériosda
Lei n° 9.787/99,do Medicamento
Genérico.Com
a definição de cada produto, por categoria, realizou-se a somatória tantoem
unidades quanto
em
reais, mensahnente,no
período, já citado, e construíram-se tabelas.A
partir destas,
foram
construídos os gráficos dedemanda
em
unidades, faturamento e preçomédio,
com
as curvas de cada categoria de medicamento.Através de urna análise paralela destes gráficos e dos
movimentos
das curvas dedemanda, no
que diz respeito à correlação entre as categorias de medicamentos, verificou-se ainfluência
da
inserçãodo medicamento
genéricono mercado
brasileiro,em
cadauma
dasclasses estudadas,
tomando
estascomo
parâmetro de análise para omercado
total.Também
sobre os genéricos,com
fonte nos dados colhidosna
home
page da
ANVISA,
pode-se verificar o crescimento,bem como
a participaçãodo
capital nacional eestrangeiro neste
segmento do
mercado.Por fim,
com
relação à questãoda
assimetria de informação, confrontou-se osresultados obtidos
em
pesquisa realizada pelaANVISA,
à disposiçãoem
suahome
page,com
outra pesquisa realizada pela revista
Guia
de Farmácia.Finahnente cabe destacar,
que
se faz obrigatória, neste trabalho, a inclusãoda
disciplina
de
Microeconômica,no que
se refere ao seu referencial teórico,onde
serãoextraídos os conceitos de estrutura de mercado, identificando os instrumentos de oligopólio,
as características
do
setor quanto seu alto nível de desenvolvimento tecnológico e seuinvestimento
em
P&D.
Neste trabalho se utilizará, ainda, dos conceitosda
teoriado
consumidor,
como
elasticidade cruzadade demanda,
assimetria de informaçao e, senecessário,
da
taxa marginal de substituição.Enfim,
com
base nestes conceitos e dispondode
dadosde
mercado, obtidos atravésdo
IMS
Health, pretende-se avaliar ademanda
através de suas classes terapêuticas, após as6
2
ANÁLISE
Dos
MERCADOS
Neste capítulo, serão analisados conceitos básicos sobre mercado, elasticidade
da
demanda,
estruturas demercado
e o problemada
assimetria de informação.2.1
Os
mecanismos
de
mercado
Da
necessidade de troca, surge o principal focodo
estudo microeconômico, omercado, que se
define como:
“[...]um
grupo
decompradores
e vendedores que interagementre si, resultando
na
possibilidadede
trocas” (Pindyck e Rubinfeld, 1994, p. 1 3).A
representação gráfica desta interação de vendedores ecompradores
dá-se através dascurvas de oferta (S) e
demanda
(D),onde
a primeira mostra as quantidadesmáximas
deum
bem
que
as empresas desejam fornecer ao cliente, duranteum
certo período, aos vários preços(Byrns e Stone, 1996, p. 64), e a segunda, é a
soma
horizontal das curvas dedemandas
individuais de todos aqueles compradores potenciais (ibid, p.59).
As
inclinações das curvas de oferta edemanda
são, respectivamente, positiva enegativa, decorrentes das “leis”
da
oferta eda demanda.
A
primeira dizque
maiores preçosacabarão por levar a
uma
maior produção e os produtores oferecerão mais deste produtodurante
um
dado
período (ibid, p. 64), associando, assim, positivamente preços e quantidades.Já, de acordo
com
a lei dademanda,
écomum
o consumidor ter ocostume
de comprar maisde
um
produto duranteum
certo período, quantomenor
for seu custo de oportunidade (ibid, p.57), associando, desta forma, negativamente preços e quantidades.
A
Desta diferença de inclinação das curvas de oferta e
demanda,
surge a intersecção,entre elas, determinando o preço e a quantidade de equilibrio
(figura
01). Este equilíbriodecorre das forças de mercado,
ou mecanismo
de mercado,que determinam
a tendênciaem
mercados
livres, de que o preço semodifique
atéque
omercado fique
limpo (a quantidadetampouco
excedente de oferta, e por conseguinte, não existe pressão paraque
o preçocontinue se
modificando
(Pindyck e Rubinfeld, 1994, p.25).Preço $
A
S
p/unidade Excedente Pl ... .. P0 - ... .. P2 ... .. ... ..D
Escassez -| ÍP
0QO
QuantidadeFigura 01
- Oferta edemanda
Fonte: Pindyck e Robinfeld, 1994, p. 25
Como
pode
ser vistona
figura, omercado
encontra-secom
escassezda
ofertaquando
o
preço praticadoem
dado
período émenor
que
o preço de equih'brio, oque
é resultado demaior
demanda
do que
oferta, e encontra-secom
excedenteda
ofertaquando
o preçopraticado
em
dado
período é maiorque
o preço de equilíbrio, devido ao fato de a oferta sersuperior à
demanda.
u
O
preçonão
éo
único fatorque
interferena
curva de oferta. Outros fatores ainfluenciam,
provocando
deslocamentos,como
mostra afigura
021 “...(a) tecnologia ; (b) oscustos dos recursos; (c) os preços de outros bens produzidos; (d) as expectativas; (e) o
número
de vendedores
do
mercado; e (Í) os impostos, subsídios e regulamentações governamentais”8
Desta forma, a quantidade ofertada toma-se
uma
variável dependente.Ou
seja: atecnologia tanto
pode
aumentar quanto reduzir os custos de produção; já oaumento
noscustos dos recursos tende a diminuir a oferta: os bens relacionados influenciam a oferta,
na
medida
em
que o preço e a lucratividade deum
produto x, tornam-se mais interessantesao
produtor que o preço e a lucratividade de
um
produto 1; desta forma, reduzindo a ofertade y
para
que
o produtor possa aumentar a oferta de x; as expectativastambém
são influentes sobrea oferta,
dado
que, seno
curto prazo ocorreaumento
de preço, tem-seuma
propensãodo
produtor
no
sentido de aumentar a oferta; onúmero
de vendedores exerce deslocamentona
curva
da
oferta,na medida que
estenúmero aumenta ou
diminui; quanto aos impostos esubsídios,
em
linhas gerais, os impostostêm
um
efeito de reduzir a oferta poraumentarem
oscustos de produção, enquanto os subsídios
tendem
a aumentar a oferta por reduzirem estescustos. ~
À
preçø S2 S0 S1 Diminuição daOf
erta P2`_í__""`"""__”-"Í
P0 "““'“^" """""""""""" "'““'__“^'" AHIHCHÍO da Oferta °Q2
QO
Q1
QuantidadeFigura 02
-Deslocamento
da
ofertaFonte: Pindyck e Rubinfeld, 1994, p.27.
Por
sua vez, ademanda
também
sofre deslocamento(figura
03) resultante de fatorescomo:
(a) gostos e preferências; (b) a renda e suaforma
de distribuição; (c) os preços e bensrelacionados a estes; (d) o
número
de compradores e suas respectivas idades; (e) asimpostos, dos subsídios e das regulamentações impostas por estes governos
(Byms
e Stone, 1996, p. 59). Preço¡
P1 ... _. Aumento da demandaD1
P0 .... ._ ¿ ... .. Dimnauição daD0
demanda P2 _ ... ... .. ÍD2
'1Q2
' iV
Q0
Q1 Quantidade 0Figura 03
-Modificação
na
demanda
(adaptação)Fonte: Pindyck e Rubinfeld, 1994, p. 29.
Os
bens relacionadosque
influenciamno
deslocamentoda
curva dedemanda
classificam-se
em
substitutos,que
são aqueles itens cada vez maiscomprados no
lugardo
bem
em
questão,quando há
um
aumento do
seu preçoou
vice- versa; eem
complementares,que
são aquelesque
atingem maior grau de satisfação para os consumidores seforem
constunidos de forma conjunta
(Bym
e Stone,1996, p.61).Um
aumento da
rendatambém
determina deslocamentoda demanda:
para a direita,no
caso de bens normais; e para a esquerda,
no
caso de bens inferiores.A
análise das relações entre quantidadesdemandadas
e ofertadas e as respectivasvariáveis explicativas,
pode
ser feita utilizando-se o conceito de elasticidade, que éuma
medida
de sensibilidade deuma
variávelpara
outra.Sendo
mais específico, Pindyck eRubinfeld (1994, p. 35)
informam
tratar-se deum
número que
nos informaa
variaçãopercentual que ocorrerá
em uma
variável,como
reaçãoa
uma
variação de1%
em
outravariável.
Os
autores citamcomo
exemplo
importante a elasticidade preçoda demanda,
regrapela qual se que
mede
a sensibilidadeda
quantidadedemandada
em
relação àmodificação no
preço
do
produto, e informa qual a variação percentual na quantidadedemandada
deuma
10
A
elasticidade preçoda
demanda
pode
ser representada pela seguinte equação (ibid., p.36):
e
=
AQ/Q
=L.l
AP/P
Q
AP
Como
sepode
verna
figura
03
a inclinaçãoda
curvada
demanda
é negativa, poissempre que
o preçoaumenta
a quantidade reduz, e vice-versa, oque
determinaum
coeficientede elasticidade negativa.
Mas,
com
o objetivo de simplificar, os economistas usam, demaneira convencional, o valor absoluto
da
elasticidade-preço, eliminando dessaforma
anecessidade de tratar
com
números
negativos” (Byrns e Stone, 1996, p. 100).A
elasticidadedo
preçoda
demanda
pode
ainda ser classificadacomo:
“[...] relativamente ínelástica ao preço se o coeficiente da elasticidade (ep) for
menor do que 1,0; relativamente elástica ao preço se o valor absoluto do coeficiente
da elasticidade ultrapassar 1,0; [...] perfeitamente elástica tem elasticidade-preço
infinita e demanda horizontal); “[...] perfeitamente ínelástica têm elasticidade zero e
demanda vertical; e “[...] elasticidade unitária ocorre quando o coeficiente de
elasticidade é igual a um, de
modo
que a receita total proporcionada pelobem
nãoéafetada pelo preço” (Byrns e Stone, 1996, p. 100-3).
As
figuras denúmero 04
a 08 ilustram esses casos.Preço / Preço
A
Pl --- -› P1 ... .. P2 ... .. e ... .. P2 ... .. _ ê›
0 Q1 Q2 Quzmfidzde O Qi Q2 QuznúazàeFigura 04
-
Relativamente inelástica (0 < e < 1) Figura 05 - Relativamente elástica (°°>
e>
1) Fonte: Watson e Hohnan, 1985, p. 41 Fonte: lbid, p.41P'°ç° Pwøo
D
P
D
O _ 0
Quantidade ~
Quantidade
Figura 06 - Perfeitamente elástica (e = °°) Figura 07 - Perfeitamente inelástica (ep = 0) Fonte: Ibid, p. 41 Fonte: Ibid, p. 41
Preço
A
v1 ... ..
P7 ... .. .z ... ..
5 5
›
0 Ql Q2 Quantidade
Figura 08 - Elasticidade unitária (e = 1) Fonte: Ibid, p. 41
A
elasticidadedo
preçoda
demanda
também
serve paraque
asfirmas
possam
analisaro quanto a variação
no
preço de seus produtos vai alterar a sua receita total, conformequadro
01.
A
definição quanto à elasticidade deum
determinadobem
normahnentenão
é muitosimples. Entre os fatores
que
são determinantes, tem-se “[...] (01)número
e a qualidadedo
12
período considerado.
O
número
dos substitutos disponíveis é a influência dominante naselasticidades-preço
da demanda”
(Byrns e Stone, 1996, p. 104).Quadro
01-
Mudança
de
preço, elasticidade e receita total -Gasto
total~- '
Perfeitamente lnelástica ep
=
0RT
aumentaRT
diminuiRelativamente Inelástica 0
<
e<
1RT
aumentaRT
diminuiUnitariamente Elástica
e
=1RT
nãomuda
~RT
nãomuda
Relativamente Elástica °° > e> l
RT
diminuiRT
aumentaPerfeitamente Elástica e
=
°°RT
cai para zeroRT
diminuiFonte: (Byms e Stone, 1996, p. 104).
Por
isso, quanto mais singular for a definição deum
produto,menor
será suaelasticidade, pois
menor
será o seunúmero
de substitutos.Existem
outras elasticidadesda
demanda
de
um
bem,como
a elasticidade-renda dademanda, a
qualmede
a variação proporcionalna
quantidadedemandada,
resultado deuma
*
dada pequena
variação proporcionalna
renda,ou
ainda a elasticidade-cruzadada demanda,
pela qual -
quando
os preços dos produtos relacionados são levemente alterados - sãoestimadas as variações proporcionais
em
unidades vendidas (Byrns`e Stone, 1996, p. 107).Fonnalmente, a elasticidade-cruzada
da
demanda
e a elasticidade-rendada
demanda
são calculadas respectivamente por:
Elasticidade-cruzada Y
= AQÃÍQÃ =
AQ1
.Ly
APY/PY
APY
Qx
1:1ú'd‹1
asclafl-rena
‹1 °':AQ/9:4-Q'3
AR
Q
Finahnente, ainda, se
pode
destacarum
efeito substituição,pouco
comum,
o de bensde Giffen,
onde
“o efeito-renda teoricamentepode
ser suficientemente grande para poderfazer
com
que
a curva dedemanda
de
uma
mercadoria passe' a ter inclinação ascendente. TaisAR/R
2.2
Estruturas
de
mercado
Duas
são as idéias básicas para classificação das estruturas de mercado, onúmero
defirmas
em uma
indústria e a diferenciaçãoou
homogeneidade
dos produtos. Desta forma asquatro definições básicas para estruturas de
mercado
são:~
a)
Concorrência
Perfeita: existeum
.mercado perfeitamente competitivo,com
um
número
suficiente de vendedores «ecompradores de
uma
mercadoria defomia
que
nenhum
vendedor
ou
comprador,em
particular, possa influenciar o preço final, jáque
este édeterminado pelas forças de
mercado da
oferta re da demanda.As
empresas, demodo
individual,
assumem
o preço demercado
como
base para sua decisao a respeito deque
quantidades produzirão e venderão, e, por sua vez, os consumidores
assumem
este preçocomo
básicono
momento
em
quetomam
sua decisao sobre as quantidadesque
iraocomprar
(pindyzk e Rubizifeld, 1994, p. 243). PI`eÇ0
¡
S(Mercado)
M
~---.---D
1 E'
OQe
Quantidad‹Figura 09
-Mercado
de
concorrência perfeita- Mercado
Fonte: Byrns e Stone, 1996, p. 191 (adaptação).
b)
Concorrência
monopolista: o.mercado monopolisticamente competitivo é similarao perfeitamente competitivo. Existem muitas empresas, e
não há
limites para a entrada denovas.
A
diferençada
competição perfeita deve-se ao fato de os produtos aquiserem
diferenciados,
ou
seja, cada empresa vendeuma
marca ou
versão deum
produtoque
difere14
sucesso
na
diferenciaçãodo
seu produto,em
relação ao das demais concorrentes éque
irádeterminar a quantidade de poder de
monopólio
que a empresa terá (ibid, p. 55l)._(Firma)
Preçod
Pe
* i ÍP
O qlq2
q3 QuantidadeFigura
10 -Mercado
de
concorrência perfeita -Firma
Fonte: Byrns e Stone, 1996, p. 191 (adaptação)
c)
Monopólio:
caracteriza-secomo
um
mercado
em
quehá
apenasum
vendedor paramuitos compradores. Pelo fato de ele ser o único produtor
do
bem
procurado, a curva dedemanda
destemercado
relaciona o preço recebido pelo monopolistacom
a quantidadeque
irá vender.
Em
geral, a quantidade .do monopolista serámenor
e seu preço maiordo que
aquantidade e preço
que
seria ofertado sob concorrência, respectivamente (superando customarginal) (ibid, p. 423). '
d) Oligopólio:
Em
um
mercado
em
que predomina
o oligopólio,o
produtopode ou
não ser diferenciado. Neste caso, o que importa é
que
apenas algumas poucas empresas sejamas responsáveis pela maior parte
ou
atémesmo
pela totalidadeda
produção, algumasou
todasauferindo lucros substanciais à longo prazo, já
que
barreirasà
entradatornam
dificilou
impossivel
que
novas empresas entrem neste mercado. Administraruma
empresa
oligopolística é
complexo
porque as decisões relativas a preço, nívelde
produção,propaganda
e investimentos
envolvem
todas as considerações estratégicas que sejam importantes.Em
cautela sobre a forma pela qual suas ações irão afetar as empresas concorrentes,
bem como
sobre as possiveis reações que estas poderão apresentar” (ibid, p. 560).
Segundo
Possas (1990), pode-se dividir o oligopólioem
quatro tipos principais:a)
O
Oligopólio Concentrado se caracteriza pela homogeneidade,ou
seja, pelaausência de diferenciação. Caracteriza-se ainda pela presença de barreiras à entrada
bem
como
de economia
de escala,com
poucas unidades concentrando parte substancialda
produção do
mercado, e exigindouma
quantidade grande de capital inicial (Possas, 1990, p.171-2).
b)
O
Oligopólio Diferenciado se caracteriza por barreiras à entrada mais eficientesdo
que no
oligopólio concentrado, pois neste tipo, a disputa sedá
atravésda
diferenciação dosprodutos, predominantemente..
A
necessidade daschamadas
economias de escala dediferenciação,
tomando
este oligopólio mais eficientena
inibição denovos
concorrentes (ibid,p. 175).
c)
No
Oligopólio Diferenciado-Concentradoou
Misto, tem-se a reunião dascaracterísticas tanto
do modelo
concentrado quantodo
diferenciado,com mn
grau alto deeconomias
de escala, concentrando a produção e tendo aomesmo
tempo
a diferenciaçãocomo
forma de
competição.É
gerahnenteo
tipo de oligopólio das indústrias de bens deconsumo
durável (ibid, p. 177).
d)
O
último caso, o Oligopólio Competitivo, é assimdenominado
pelo fatode poucas
empresas concentrarem grandes participações de mercado,
no
entanto, devido a presença deempresas marginais e
da
facilidade de acesso a este mercado, possibilita a competição porpreço, dificultando as
margens
de lucro (ibid, p. 179-180).2.3
Assimetria de informação
Numa
relação de negócios, raramenteambos
os lados desta relaçãodispõem do
mesmo
grau de conhecimento sobre o objetoda
negociação. Conceitualn1ente, esta diferençaé conhecida
como
assimetria de informação, a qual ocorrequando
a pessoa possui diferentesniveis de conhecimento sobre as circunstâncias
que envolvem
uma
negociação (Byrns eStone, 1996, p.269).
Ou
ainda,como
definem
Pindyck e Rubinfeld (1994, p. 801), éuma
caracteristica que permeia muitas situações de negócio.
É comum
o vendedorde
um
16
Os
economistascostumam
dividir os problemas de informação assimétricaem
doisfocos.
Um
primeiro, sobre a qualidade oculta, que implicaem
seleção adversa e nanecessidade de sinalização, e
um
segundo, oda
ação oculta, que implicaem
risco moral ena
necessidade de incentivos,
conforme
segue.a)
Qualidade
Oculta: ocorreno
momento
ex-anteda
finalizaçãodo
contrato denegócio, e caracteriza-se pela ocultação de informação sobre a qualidade
do
bem
em
questão.O
resultado desta prática nos processos de negociação é a expulsãodos
bens deboa
qualidadepelos bens de
má
qualidade, oque
recebe adenominação
de seleção adversa. Este processo sedá porque
os compradores, aoperderem
aconfiança na
qualidade dos bens, não sedispõem
mais a pagar preços
que
motivem
os vendedores dos bens deboa
qualidade amanterem
seusprodutos à venda.
Uma
das maneiras encontradas pelos proprietários de bens(com
boa
qualidade) para evitar este processo de expulsão
de
seus produtos é a sinalização,que
“[...]envolve o
comportamento
dos representantesno
sentido de comunicar qualificações especiaisz
que
possam
acarretar a oferta deum
contrato por parte deum
dirigente °(Byms
e Stone, 1996,p. 273).
De
forma
prática, a sinalização caracteriza-se pela ofertade
garantias e certificados,que
sópodem
ser oferecidos pelos vendedoresque
possuam
certeza sobre aboa
qualidade deseus produtos,
ou
atravésda
reputação caracterizada pelo histórico positivo de determinadamarca,
vendedor
ou
serviço,ou
ainda atravésda
padronização, pois esta játem
a qualidadepersonalizada e de conhecimento público.
b)
Ação
Oculta: Dá-seno
momento
ex-postda
finalizaçãodo
contratode
negócio ecaracteriza-se pela dificuldade de monitorar as ações de
um
dos agentes, quepode
vir' aempreender
uma
ação secretaque
viola os interessesda
outra parte,também denominadade
risco moral.
Grande
parte dos autores utiliza as relações entreempregados
eempregadores
para exemplificar o risco moral, o
que
chamam
de relação agente principal: diz-seque há
uma
relação de agente sempre
que
ocorreruma
relação deemprego na
qualo
bem-estar dealguém
depende
daquiloque
é feito poruma
segunda pessoa.O
agente representa a pessoa atuante eoprincipal é a parte afetada pela ação desta pessoa (Pindyck e Rubinfeld, 1994, p. 821).
A
ocorrência de problemado
tipo agente-principal,em
decorrência de risco moral, nãoé fato raro nas empresas.
A
elaboração de contratosque
oferecem aos agentes incentivos paraum
melhordesempenho
produtivotem
sido o caminho de muitas empresas.O
melhore dos objetivos traçados, tanto dos proprietários
como
dos administradores (Pindyck eRubinfeld, 1994, p. 827).
Os
incentivospodem
ser aplicados sob quatro formas (Varian, 1994, p. 661-2):a) “Aluguel, o proprietário das terras simplesmente aluga a terra para o trabalhador
por algum preço R; b) [...] Trabalho Assalariado, neste esquema o proprietário paga
ao trabalhador
um
salário constante por unidade de esforço juntamentecom
uma
quantia K; c) [...] Pegar ou Largar, neste esquema o proprietário paga aotrabalhador B* se ele trabalha x* e zero se ele não trabalha x*; d) [...] Parceria, na
parceria o trabalhador e o proprietário obtêm cada
um
uma
porcentagem fixa doproduto” (Varian, 1994, p. 661-662). _
Ainda
segundo este autor:“
A
introdução da informação assimétrica causou
uma
mudança drásticaem
nossaavaliação de métodos de incentivo. Se o proprietário não pode observar esforço, então o trabalho assalariado é não-factível? Aluguel é o esquema de pegar ou largar
deixa o trabalhador assumindo riscos decimais.
A
parceria éum
compromisso entre dois extremos: dá ao trabalhador algum incentivo a produzir, mas não o deixacom
todo o risco” (ibid, p. 664).Neste capítulo 2, foi possivel rever as leis de oferta e demanda, cuja utilidade será
constatada
no
Capítulo 5,na
análisede
certos produtos; classificaram-se estruturas demercado, podendo-se
com
estas identificar amelhor
estrutura para omercado
farmacêuticobrasileiro,
tema do
Capítulo 4; definiram-se as elasticidades,também
para auxílio nas análisesde demanda;
e apresentou-se o conceito de assimetria de informação, poiso
trabalho trata deum
setorda
indústriaque
se caracterizaamplamente
por este fenômeno.Com
a revisão destes conceitos, pode-se então dar seguimento ao trabalho,com
al8
3
O MERCADO
FARMACÊUTICO MUNDIAL
Este capítulo
tem
por objetivo,em
linhas gerais, apresentar omercado
farmacêutico esua evolução
no
âmbito mundial. Para tanto, o texto iniciacom uma
breve explanação sobre acaracterização e o desenvolvimento de produtos (os medicamentos) e prossegue apresentando
dados
econômicos do panorama
mundial.3.1
Características
do
setor
Produzidos por empresas denominadas laboratórios farmacêuticos, os
medicamentos
são desenvolvidos
com
princípios ativos,denominados
fármacos. Posteriormente, devido àscaracterísticas de atuação, cada
medicamento
é classificado por classe terapêutica:cardiovascular, trato alimentar, respiratório, sistema nervoso central
(SNC),
antiinfeccioso edemais classes existentes. Estas classes terapêuticas
podem
ainda se subdividir através deoutra classificação feita por seus
mecanismos
de ação,como
os beta-bloqueadores, inibidoresda
ECA,
inibidoresda
bomba
protônica,além de
muitas outras.Foi principalmente
a
partirda
década de 30,com
o nascimentoda
penicilina,descoberta pelo
médico
inglês Alexander Fleming,que
a indústria farmacêutica viu-se àsvoltas
com uma
intensa transformaçãono panorama
internacional. Muitas melhorias,como
oamnento na
expectativa de vida e a erradicação de certas doenças epidemiológicas,foram
oferecidas pela síntese de novas drogas. Este
novo
paradigmada
saúde pública fez o setor setomar
cada vez mais inerente àP&D,
o que se constituina
primeira grande revolução para odesenvolvimento mundial
da
indústria farmacêutica.Avanços na
década de50
e60
resultaram, segundo Coutinho Filho (2000, p. 18),numa
média
de444 novos
produtos/ano, dos quais10%
eram
considerados novas substâncias.As
empresaspassaram
a tercomo
foco nas suas estratégias de marketing a classe médica,com
objetivo de influenciar
na
prescrição dos seus produtos por parte desses profissionais.O
que
freou este crescimentono
lançamento denovos
produtosforam
os problemas dequando consumida na
gravidez.Em
decorrência deste infortúnio, as leis de aprovação paranovos medicamentos
em
todomundo
tomaram-se
mais rigorosas,encampando
uma
sériemuito maior de ensaios clínicos que
comprovassem
a segurança denovos
produtos. Estetambém
foium
dos fatoresque
influenciaramno aumento
detempo
para obtenção de licençade comercialização para
um
produto farmacêutico (tabela 01).Tabela
01 -Anos
para obtenção de novos produtos
60
8,1an0S
. ... H
70
11,6 anos80
14,2 anos90-96 14,9 anos
Fonte: Gazeta Mercantil, 2000, p. 6.
Ainda
segundo o acima citado jornal, a produção deum
novo medicamento
-envolve4
estágios: o desenvolvimento de
um
princípio ativo,que
éo novo
fármaco; (2) aprodução
industrial deste fármaco; (3) a fabricação
do
medicamento; e o (4) marketing ecomercialização
do
produto.Devido
ao grandevolume
de investimento e tecnologia,produção
e comercializaçãonecessária para desenvolvimento de
um
novo
fármaco, somente os grandes gruposmultinacionais
têm
condições de atuarem
todos os quatro estágiosda
produção deum
medicamento, restando às empresas de
menor
porte e de ação regional atuarem apenas nosdois últimos estágios
da produção
em
suas atividades industriais,ou
seja fabricação ecomercialização
do
medicamento, não tendo acesso a síntese e fabricação dos fármacos etomando-se
dependente de empresas maiores para obter matéria-prima, empresasna
maioriadas vezes concorrentes
no
mercado
de produto final.A
figura
11 apresenta as etapas deforma
cronológica, para síntese e lançamento de
um
novo
medicamento.O
cronograma
de desenvolvimento deum
novo medicamento
aqui mostrado refere-sea
um
produtoda empresa
anglo-sueca, AstraZeneca,no
entantoo exemplo pode
ser usadoobservar os quatro estágios
da produção
deum
novo medicamento
:fda descobertada
droga ateseu lançamento e colocação nas prateleiras de farmácias ocorre
um
períodode
12 anos que,-20
somado
aotempo
de suporte ao ciclode
vidado
produto,pode
chegar a 17 anos.ANOS
01|02{03|
04
I05
06`07`08|09›l0I
11|l2u13'14`15|16'17
O'-l2HÊ"'*<P'O<2HU›t11U
L>flOFUU
.-zw. .‹-Y-.,‹.---9-..-zz -.- -. ;›.._,._.-.~-z.' ct--z:~.--› .zzzf r-z. z~*.:z-.-_-›.----¿-.-:zrf-z.-Lv‹:z;.;zzz-iu.-›zz_¿.:z-.E, ¬››_z,-.~_»z¿.,-~>:›_¿q¢‹-VF: ;.z1:;.'_›._zz.;_==z;«;.^z'; _--,~z_-:-:;.z~.:z~;:.f_z¬ z'--z;;.z;z¡:zz;›=:,.f-:-rf-zu zzzrx,z›:z.z.›'5>:,m~:zf,z:ç:~=.›:rf.‹.1;.;.;.‹,:;._.5:;;¢_›zzz.-;:z-:›. f:z;;.;:.::¿::¬.-..'-.zz.5~:;z':;.-:¿:-_ ;;-.--: -.-.--._›z‹z,‹¡.-.zzz››.v `:=.-.-..z›:.: ,-:_-;.z-.-;.,.-.-_›:.-_-.z.-.z;-.›.zn'-,,:.;.;.._.,_.ztp;›z~-z.-_-_›;,-..;.,,-.z1.¿.zz¡.,.z,,¿ ..~..‹z›:z›z1,3_..1pf,-.;.--.;..,._-.~.,;.›.z~.-..;;.,¿,.;.z-z.. z._›z,.-.z...-.,‹.~-›;.-.z-.z-_.-_-.-..,¢,z;.›.z¢.-,z.;t;._.¡;_..¿, -,...., _.,_._.,...._‹,›.\_-_
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Desenvolvimento Farmacêutico
da
Droga
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Processos
Químicos
e de Fabricação`
Regulamentação e Registro
da
Droga
Marketing e
Vendas
CUSTO
Uss
3
MILHÕES
USS
225
MILHÕES
USS
450
MILHÕES
processos são divididos
em
dois grandes grupos,desenvolvimento
da droga
eNeste período vários processos são implementados, sendo muitos paralelamente. Estes